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CUIDADOS PALIATIVOS DRA ELIANE SANTOS
DEFINIÇÃO Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002), "Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais".
CUIDADOS PALIATIVOS
O Cuidado Paliativo se confunde historicamente com o termo hospice, que definia abrigos (hospedarias) destinados a receber e cuidar de peregrinos e viajantes. Os pacientes fora de possibilidade de cura acumulam-se nos hospitais, recebendo invariavelmente assistência inadequada, quase sempre focada na tentativa de recuperação, utilizando métodos invasivos e alta tecnologia. Conhecimento científico e humanismo para resgatar a dignidade da vida e a possibilidade de se morrer em paz.Os Cuidados Paliativos despontam como alternativa para preencher a lacuna dos cuidados ativos aos pacientes
CUIDADOS PALIATIVOS
Baseado em princípios Terminalidade x Doença que ameaça a vida Desde o diagnóstico Possibilidade de cura x “Não ter mais o que fazer” Espiritualidade Família
CUIDADOS PALIATIVOS
Somente na década de 1960, os códigos de ética profissional passaram a reconhecer o enfermo como agente autônomo”.
Principio bioético da autonomia do paciente por meio do consentimento informado, possibilitando que ele tome suas próprias decisões, no principio da beneficência e da não maleficência, os Cuidados Paliativos desenvolvem o cuidado ao paciente visando a qualidade de vida e a manutenção da dignidade humana no decorrer da doença, na terminalidade da vida, na morte e no período de luto.
Em 1982, o Comitê de Câncer da OMS criou um grupo de trabalho responsável por definir politicas para o alivio da dor e cuidados do tipo hospice que fossem recomendados em todos os países para pacientes com câncer.
1990 – Definição: “cuidado ativo e total para pacientes cuja doença não e responsiva a tratamento de cura.
OBJETIVO - Proporcionar a melhor qualidade de vida possível para pacientes e familiares”.
PRINCÍPIOS 1. Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis - Sintoma total - Medicalização / Não medicalização - Aspectos Psicossociais e espirituais
2. Afirmar a vida e considerar a morte um processo normal da vida - Resgate a possibilidade de morte como evento natural - Ênfase a vida
PRINCÍPIOS 3. Não acelerar nem adiar a morte - Eutanásia - Diagnóstico objetivo e bem embasado, o conhecimento da história natural da doença, um acompanhamento ativo, acolhedor e respeitoso e uma relação empática com o paciente e seus familiares nos ajudarão nas decisões. 4. Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente - Perdas – Angústia, Depressão e desesperança (evolução da doença) - O espírito conecta o ser humano a sua dimensão divina ou transcendente.
PRINCÍPIOS 5. Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte - Qualidade de vida e bem-estar implicam observância de vários aspectos da vida. - Facilitadores para a resolução dos problemas do nosso paciente.
6. Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e o luto - Todo o núcleo familiar e social do paciente também “adoece”. - Da mesma forma, essas pessoas também sofrem, e seu sofrimento deve ser acolhido e paliado.
PRINCÍPIOS 7. Oferecer abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto - A equipe multiprofissional, com seus múltiplos “olhares” e sua percepção individual, pode realizar esse trabalho de forma abrangente.
8. Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença - Abordagem Holística - Respeitar seus sintomas impecavelmente controlados, seus desejos e suas necessidades atendidas, podendo conviver com seus familiares e resgatando pendências, com certeza nossos pacientes também viverão mais.
PRINCÍPIOS 9. Iniciar o mais precocemente possível o Cuidado Paliativo, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes - Cuidar do paciente em diferentes momentos da evolução da sua doença, portanto não devemos priva-lo dos recursos diagnósticos e terapêuticos que o conhecimento médico pode oferecer.
- Benefícios e Malefícios
INDICAÇÃOTodos os pacientes portadores de doenças graves, progressivas e incuráveis, que ameacem a continuidade da vida, deveriam receber a abordagem dos Cuidados Paliativos desde o seu diagnóstico.
Um dos critérios mais discutidos e o que se refere ao prognóstico de tempo de vida do paciente. O limite designado em seis meses de expectativa de vida poderia ser utilizado para indicação de Cuidados Paliativos:
• a expectativa de vida avaliada e menor ou igual a seis meses;
• o paciente deve fazer a opção por Cuidados Paliativos exclusivos e abrir mão dos tratamentos de prolongamento da vida;
AVALIAÇÃO DO PACIENTE SOB
CUIDADOS PALIATIVOSDeve conter elementos fundamentais que possibilitem a compreender quem e a pessoa doente, o que facilita identificar preferencias e dificuldades, qual a cronologia da evolução de sua doença e os tratamentos já realizados, as necessidades atuais e os sintomas, o exame físico, os medicamentos propostos, as demais decisões clínicas e a impressão a respeito da evolução, do prognostico e das expectativas em relação ao tratamento proposto. Demais evoluções: registrar o impacto do tratamento proposto, a avaliação dos sintomas, o exame físico, os resultados de eventuais exames e as novas propostas, assim como as informações trocadas com o paciente e seus familiares. A conclusão do caso clínico deve resumir os principais fatos da internação e, quando for o caso, estabelecer um plano de cuidados que contemple as necessidades do doente nas próximas semanas, ate a próxima vista ou consulta. No caso de óbito, deve constar o relato sucinto das últimas horas de vida.
AVALIAÇÃO DO PACIENTE SOB
CUIDADOS PALIATIVOS Dados biográficos devem conter: • nome e forma como gosta de ser chamado; • sexo e idade; • estado marital, filhos e netos, se os tiver; • trabalho que realizou por mais tempo ou com o qual mais se identificou;
• local de nascimento e região de moradia; • com quem mora e por quem e cuidado a maior parte do tempo; • religião e crenças; • o que gosta de fazer; • o que sabe sobre sua doença e o quanto quer saber.
CRONOLOGIA DA DOENÇA ATUAL E
TRATAMENTOS REALIZADOS Exemplo:
• Câncer de mama – outubro/1998 – mastectomia + radioterapia + quimioterapia;
• metástase óssea – maio/2007 – radioterapia; • metástases pulmonar e pleural – setembro/2008 – quimioterapia, pleurodese;
• metástase para o sistema nervoso central (SNC) atual – neurocirurgia + radioterapia finalizada ha uma semana;
• trombose venosa profunda de membro inferior direito (MID) – janeiro/2009 – anticoagulantes;
• outros: hipertensão leve, controlada.
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
É fundamental para a vigilância da curva evolutiva da doença e se constitui em elemento valioso na tomada de decisões, na previsão de prognostico e no diagnostico da terminalidade.
EXAMES FÍSICO E COMPLEMENTARES E
AVALIAÇÕES DE ESPECIALISTAS
Avaliações e procedimentos especializados que não tragam beneficio para o doente não devem ser solicitados
DECISÕES TERAPÊUTICAS
Um prontuário em Cuidados Paliativos deve conter todas as decisões terapêuticas tomadas a partir de uma avaliação clínica:
• medicamentos e doses; • inicio ou suspensão de medidas; • solicitações de exames e avaliações; • necessidades de intervenções psíquicas; • necessidades sociais; • intervenções realizadas ou solicitadas com a família; • necessidades espirituais; • efeito esperado das ações.
IMPRESSÃO E PROGNÓSTICO
Uma forma simplificada de fazer o registro e comunicar o prognóstico e estabelecer prazos: • horas a dias (pacientes com perfil de últimas 48 horas); • dias a semanas (perfil de últimas semanas de vida); • semanas a meses (habitualmente até seis meses de expectativa); • meses a anos (para expectativas superiores a seis meses).
PLANO Exemplo: • Manter curativos das feridas com Metronidazol tópico; • Verificar se há exames solicitados e orientar o preparo.
• Vigiar capacidade de alimentação e deglutição;
• Vigiar sintomas de Hipercalcemia; • Ter atenção a filha mais nova e as netas cuidadoras;
• Providenciar isenção de transporte para a filha cuidadora.• Verificar alterações no estado geral
MODALIDADES DE ATUAÇÃO E MODELOS DE ASSISTÊNCIA
EM CUIDADOS PALIATIVOS
HOSPITALAR
MODALIDADES DE ATUAÇÃO E MODELOS DE ASSISTÊNCIA
EM CUIDADOS PALIATIVOS
DOMICILIAR
CONTROLE DA DOR
Dor é uma sensação ou experiência emocional desagradável, associada com dano tecidual real ou potencial, ou descrito nos termos de tal dano. “Dor é sempre subjetiva e pessoal” A severidade da dor não é diretamente proporcional à quantidade de tecido lesado e muitos fatores podem influenciar a percepção deste sintoma:
• fadiga; • depressão; • raiva; • medo/ ansiedade doença; • sentimentos de falta de esperança e amparo.
AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM DOR
ACREDITAR NA QUEIXA CONHECER A HISTÓRIA E A CARACTERÍSTICA DA DOR LEVANTAR OS ASPECTOS PSICOLÓGICOS E SOCIAIS REALIZAR EXAME FÍSICO E SOLICITAR EXAMES S/N TRATAR CAUSA PRIMÁRIA
PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTROLE DA DOR
1.PELA BOCA; 2.PELO RELÓGIO; 3.PELA ESCADA; 4.PARA O INDIVÍDUO; 5.USO DE ADJUVANTES; 6.ATENÇÃO AOS DETALHES.
USO DE MEDICAMENTOS
Codeína: Tramadol: Morfina: Fentanil Metadona Oxicodona
ADJUVANTES Antidepressivos Anticonvulsivantes Anestésicos locais Corticosteróides Antiespasmódicos
MODALIDADES FÍSICAS
MÉTODOS MECÂNICOSMASSAGEM
EXERCÍCIOS E ATIVIDADE FÍSICA
MÉTODOS COGNITIVOS RELAXAMENTO E DISTRAÇÃO DIRIGIDA
Pensamento
CondutaEmoção
COMUNICAÇÃO Extremamente importante Priorizar a escuta na maioria das vezes Acreditar em seu paciente Se interessar pela história de vida Proporcionar ambiente tranquilo para facilitar a comunicação Olhar nos olhos de seu paciente Externar a importância de viver com qualidade
CUIDADOS À FAMÍLIA A família faz parte do processo Precisa de informações para ajudar nos cuidados Precisa ser ouvida Precisa ser cuidada Precisa ser preparada para a finitude do ente naturalmente
OS PONTOS CONSIDERADOS FUNDAMENTAIS
· A unidade de tratamento compreende o paciente e sua família. · Os sintomas do paciente devem ser avaliados rotineiramente e gerenciados de forma eficaz através de consultas frequentes e intervenções ativas.
· As decisões relacionadas à assistência e tratamentos médicos devem ser feitos com base em princípios éticos.
· Os cuidados paliativos devem ser fornecidos por uma equipe interdisciplinar, fundamental na avaliação de sintomas em todas as suas dimensões, na definição e condução dos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos, imprescindíveis para o controle de todo e qualquer sintoma.
· A comunicação adequada entre equipe de saúde e familiares e pacientes é a base para o esclarecimento e favorecimento da adesão ao tratamento e aceitação da proximidade da morte.