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A produção de conhecimento em fitoterapia tem origem na medicina tradicional praticada por sociedades consideradas "primitivas", e que, apesar de pouco desenvolvidas tecnologicamente, são em muitos aspectos mais evoluídas do que nossa civilização, especialmente do ponto vista alimentar e do estilo de vida. Palestra apresentada no III Congresso Brasileiro de Naturopatia e Iridologia em Guarulhos - SP em 10/10/2011, promovido pelo Instituto Nacional de Naturopatia Aplicada (INNAP) e Projeto Plátano dirigido pelo Prof. Edomar Cunha.
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III Congresso Brasileiro de Naturopatia e Iridologia10/10/2011 - Guarulhos - SP
Do Saber Médico Popular à Fitoterapia
Prof. Douglas Carrara
Antropólogo e Professor
Do Saber Médico Popular à Fitoterapia Apresentação Pessoal
Bacharel em Ciências Sociais pela UFRJ/IFCS com concentração em Antropologia (1971/1977).
Atualmente é professor, escritor, antropólogo, agroecologista, restaurador de livros, livreiro e pesquisador de medicina popular e fitoterapia.
Ministra conferências, cursos e palestras na área de medicina popular, fitoterapia brasileira, alimentação orgânica, medicina integral e antropologia da saúde desde 1977, assim como tem participado de congressos e simpósios de plantas medicinais, terapias naturais e fitoterapia.
Autor do livro “Possangaba – O Pensamento Médico Popular”, com base em pesquisa realizada através da FIOCRUZ (Programa Peses/Peppe) na região de Magé (RJ).
Coordenador da Biblioteca e Herbário Chico Mendes com sede em Maricá – RJ (www.bchicomendes.com) e do Programa de computador Naturo-Data de informatização da fitoterapia brasileira (530 plantas medicinais catalogadas e 6.000 volumes.
Leciona atualmente no Instituto Ecologia da Mente no Rio de Janeiro (Recreio dos Bandeirantes) e Estação Paraíso no Rio de Janeiro.
III Congresso Brasileiro de Naturopatia e Iridologia10/10/2011 - Guarulhos - SP
Dedicamos este trabalho aos seus verdadeiros autores: os mateiros, rezadores, pais-de-santo, parteiras, curadores de cobra, pajés e raizeiros que, no exercício de uma autêntica vocação médica, produziram e utilizam um sistema médico que tem sido, no Brasil, a medicina que a cultura popular reconhece e legitima como a sua medicina.
Do Saber Médico Popular à Fitoterapia Índice (1)
1. O Pensamento Mágico (1)
2. O Pensamento Mágico (2)
3. Princípios do Pensamento Mágico
4. O Princípio da Contiguidade (1)
5. O Princípio da Contiguidade (2)
6. Chelidonium majus
7. Veratrum album
8. Mandragora officinarum
9. Panax ginseng
10. O Princípio da Similaridade
11. O Princípio da Contrariedade (1)
12. O Princípio da Contrariedade (2)
13. Sistema Classificatório (1)
14. Sistema Classificatório (2)
15. A Medicina Indígena (1)
16. A Medicina Indígena (2)
17. A Medicina Indígena (3)
18. A Medicina Indígena (4)
19. A Medicina Indígena (5)
20. A Medicina Indígena (6)
21. A Medicina Indígena (7)
22. A Medicina Popular Brasileira
23. A Medicina Popular Primária
24. A Medicina Popular Secundária
25. Praticantes da Medicina Popular
26. Praticantes (Mateiro)
27. Praticantes (Rezador)
28. Praticantes (Parteira Popular)
Do Saber Médico Popular à Fitoterapia Índice (2)
29. Praticantes (Umbandista)
30. Praticantes (Raizeiro) (1)
31. Praticantes (Raizeiro) (2)
32. Praticantes (Raizeiro) (3)
33. Praticantes (Raizeiro) (4)
34. Praticantes (Raizeiro) (5)
35. Praticantes (Raizeiro) (6)
36. Os Praticantes da Med. Popular
37. Atuação dos Praticantes (1)
38. Atuação dos Praticantes (2)
39. Processo de Expropriação (1)
40. Processo de Expropriação (2)
41. Processo de Expropriação (3)
42. Processo de Expropriação (4)
43. Processo de Expropriação (5)
44. Processo de Expropriação (6)
45. Processo de Expropriação (7)
46. Processo de Expropriação (8)
47. Processo de Expropriação (9)
48. Processo de Expropriação (10)
49. Processo de Expropriação (11)
50. Processo de Expropriação (12)
51. Exercício da Fitoterapia (1)
52. Exercício da Fitoterapia (2)
53. Farmácias Vivas (1)
54. Farmácias Vivas (2)
55. Farmácias Vivas (3)
56. História da Fitoterapia 1
Do Saber Médico Popular à FitoterapiaÍndice (3)
57. História da Fitoterapia 2
58. História da Fitoterapia 3
59. História da Fitoterapia 4
60. Crime de Curandeirismo
61. Salsaparrilha
62. Caruru de Porco
63. Erva-de-Santa-Maria
64. Erva-Elétrica
65. Erva-de-Sal
66. Picão-Preto
67. Erva-de-São-João
68. Alegria-da-Mulher
69. Melão de São Caetano
70. Vinaga
71. Chía
72. Alfavacão-Cravo
73. Erva-Jaboti
74. Tanchagem
75. Psyllium
76. Trigo Sarraceno
77. Aguapé
Fim
Bibliografia Consultada (1)
Bibliografia Consultada (28)
Bibliografia Consultada (32)
René Dubos (1901-1982)
Um grande número de medicamentos ainda hoje em uso como o ópio, a quinina, a digitalina, a reserpina e o salicilato foram descobertos e usados pela primeira vez empiricamente há muito tempo por práticos que desconheciam a ciência médica.
O Despertar da Razão – Por uma Ciência mais Humana
1. O Pensamento Mágico (1)
A crença na magia não é muito diferente das crenças científicas, pois cada sociedade tem a sua ciência igualmente difusa, cujos princípios foram algumas vezes transformados em dogmas religiosos.
Marcel Mauss (1872-1950)
2. O Pensamento Mágico (2)
O mago primitivo conhece a magia no seu aspecto prático; nunca analisa os processos mentais nos quais sua prática está baseada e nunca reflete sobre os princípios abstratos arraigados nas suas ações.
James Frazer (1854-1941)
Processo mental inconsciente
Para ele, como para a maioria dos homens, a lógica é implícita, não explícita; relaciona exatamente como digere seus alimentos.
A magia é sempre uma arte e nunca será uma ciência.
3. Os Princípios do Pensamento Mágico
• Princípio da Contiguidade
• Princípio da Similaridade
• Princípio da Contrariedade
4. O Princípio da Contiguidade (1)
As bruxas medievaisA antropofagia ritual dos
tupinambá
5. O Princípio da Contiguidade (2)
Este princípio estabelece que tudo o que está em contato imediato com a pessoa – os dentes, a saliva, os excrementos, as vestes, a marca de seus passos ou de seu corpo sobre a cama, a própria cama, os objetos que habitualmente faz uso e até mesmo o seu nome são assimilados à totalidade da pessoa.
Por meio deles é possível agir sobre a pessoa.
Assim a parte vale pelo todo.
Marcel Mauss (1872-1950)
6. Chelidonium majus L. (1753)Celidônia, Figatil
PAPAVERACEAE
O princípio da similaridade
7. Veratrum album L. (1753)Heléboro Branco
MELIANTHACEAE
O princípio da similaridade
8. Mandragora officinarum L. (1753)Mandrágora
SOLANACEAE
O princípio da similaridade
9. Panax ginseng Meyer (1843)Ginseng
SOLANACEAE
O princípio da similaridade
10. O Princípio da Similaridade
Para definir o princípio da similaridade, basta dizer que o semelhante produz o semelhante ou que o semelhante age sobre o semelhante e, especialmente, cura o semelhante.
Nesse caso, a imagem está para a coisa, assim como a parte está para o todo.
Marcel Mauss (1872-1950)
11. O Princípio da Contrariedade (1)
12. O Princípio da Contrariedade (2)
O princípio da contrariedade está ligado diretamente com o princípio da similaridade.
Na verdade eles se complementam.
Assim como o semelhante age sobre o semelhante, o contrário é anulado pelo seu contrário.
O pensamento mágico sempre especula a respeito dos contrários: a sorte ou o azar, o frio e o quente, o cru e o cozido, a água e o fogo, o macho e a fêmea, a chuva e o sol.
Marcel Mauss (1872-1950)
13. O Sistema Classificatório Popular (1)
O sistema classificatório popular é utilizado para denominar doenças, plantas, animais, minerais, localidades, através do qual reúne vocábulos oriundos das três vertentes culturais básicas que formam a cultura brasileira.
14. O Sistema Classificatório Popular (2)
O sistema africano, através das diferentes línguas faladas pelas etnias trazidas da África, especialmente o iorubá e o quimbundo.
O sistema europeu ou português, através de vocáculos da língua portuguesa.
O sistema indígena, através do tronco linguístico tupi, cujos dialetos eram falados pelas tribos do litoral. Os jesuítas elaboraram um língua geral para facilitar o processo de catequese religiosa.
15. A Medicina Indígena (1)
16. A Medicina Indígena (2)
17. A Medicina Indígena (3)
18. A Medicina Indígena (4)
19. A Medicina Indígena (5)
20. A Medicina Indígena (6)
21. A Medicina Indígena (7)
A própria experiência ensinou aos rudes brasis que suas plantas medicinais não são eficazes em qualquer época do ano.
Exemplo desse conhecimento já citamos alhures, isto é, como um índio explicava que a infusão fria do lenho do cipó cururu só era eficaz na febre gástrica, se o arbusto já tivesse passado da fase de floração para a de maturação dos frutos.
von Martius (1794-1868)
22. A Medicina Popular Brasileira
A medicina popular é um saber construído e exercido por usuários e praticantes de origem camponesa.
Transmitem, através da tradição oral, um conjunto de categorias nosológicas, uma matéria médica, uma prática, uma filosofia e uma semiologia específicas.
Constitui um pensamento médico que, apesar de seus efetivos cuidados médicos jamais terem sido computados em estatísticas médicas, desde a era pré-colombiana, sempre teve papel significativo no tratamento das doenças que afligem as classes subalternas da sociedade brasileira.
Podemos dividi-la em dois níveis distintos.
1) Medicina popular primária
2) Medicina popular secundária.
23. A Medicina Popular Primária
A medicina popular exercida pelos praticantes é resultado de experimentações intensas ao longo da histórica e recebida fundamentalmente através da tradição oral.
Deve-se obedecer ao ritual de coleta, exigência considerada necessária para que os remédios obtenham resultados positivos.
Trata-se nesse caso da medicina popular primária exercido pelos raizeiros, rezadores e parteiras que realmente experimentam as receitas populares em si mesmos e em seus pacientes.
A transmissão do saber popular está condicionada pelo parentesco ou pelo merecimento do receptor.
24. A Medicina Popular Secundária
A medicina popular secundária, formada por usuários que não respeitam os rituais populares de coleta, e, além disso, não experimentam as receitas, mas as divulgam de forma superficial e incompleta.
Os rituais de transmissão do saber não são respeitados.
25. Os Praticantes da Medicina Popular
1. O Mateiro
2. O Rezador
3. A Parteira Popular
4. O Umbandista
5. O Raizeiro
26. Os Praticantes da Medicina PopularMateiro
O MATEIRO: é o coletor de ervas ou comerciante de ervas medicinais, geralmente encontrado nas feiras-livres, com distribuição através do CEASA.
Cosme - Mateiro de Nova Taquara – RJ - Conhecedor das espécies da mata Atlântica. Oferecia apoio ao terreiro de candomblé de Nova Taquara.
Valcides – Mateiro, coletor de ervas para venda no mercado de feiras da região. Magé - RJ
27. Os Praticantes da Medicina PopularRezador
O REZADOR: é o praticante que trata seus pacientes exclusivamente com rezas e rituais de cura.
Placidino - Rezava os pacientes em sua oficina de carpintaria. Diagnosticava a espinhela-caída, o quebrante, e receitava plantas medicinais. Não permitiu a gravação de entrevista, apenas a fotografia. Alegava que não estava autorizado pelos representantes do mundo espiritual. Guapimirim – RJ.
28. Os Praticantes da Medicina PopularParteira Popular
A PARTEIRA: é a praticante, obrigatoriamente do sexo feminino, que assiste os partos, ajudando ou socorrendo as parturientes em sua residência.
Zizinha - Parteira popular, esposa do mestre da Folia de Reis e também bandeirista. Suruí - RJ
29. Os Praticantes da Medicina PopularUmbandista
O UMBANDISTA: é o praticante que somente trata de seus pacientes através de entidades espirituais incorporadas no indivíduo, podendo também indicar receituário com base nas plantas medicinais.
30. Os Praticantes da Medicina PopularRaizeiro (1)
O RAIZEIRO: é o praticante que utiliza exclusivamente a matéria médica popular para tratar seus pacientes.
Talvez seja o maior depositário do conhecimento popular sobre a ação farmaco-dinâmica das plantas medicinais.
Além disso, conhece também em profundidade os biomas, não somente plantas, mas animais, aves, insetos, suas trilhas na florestas e seus hábitos.
31. Os Praticantes da Medicina PopularRaizeiro (2)
Joaquim, raizeiro e rezador da região de Citrolândia.
Profundo conhecedor da mata Atlântica. Bastava solicitar a espécie para que ele identificasse o habitat onde poderia encontrá-la e nos levasse até o local.
Profundamente religioso, aprendeu a ler sozinho com a ajuda da Bíblia.
Trabalhava como agricultor e apesar de possuir poucos recursos, ajudava os vizinhos, colhendo ervas e tratando as pessoas da região que o procuravam.
Algumas plantas, apenas ele conhecia. Tinha uma fórmula especial para emagrecimento e que muitas pessoas da região utilizavam. Citrolândia – RJ.
32. Os Praticantes da Medicina PopularRaizeiro (3)
Florentino, raizeiro da região de Batinga - BA. Profundo conhecedor da mata dos chapadões e da caatinga. Vendia seus produtos medicinais na feira da cidade.
Atendia também seus pacientes em sua casa.
Viveu durante 10 anos com índios Maxakali, aprendeu a língua indígena e, através do pajé, conheceu inúmeras plantas e suas propriedades.
33. Os Praticantes da Medicina PopularRaizeiro (4)
Sinais, letras e figuras desenhadas na areia, para solicitar proteção e ajuda às entidades da floresta para auxiliarem na localização de plantas medicinais. Florentino
34. Os Praticantes da Medicina PopularRaizeiro (5)
Teodoro – Trabalhou como guarda da reserva ambiental.
Profundo conhecedor das espécies medicinais da região e dos hábitos dos animais da mata Atlântica. Paraíso - RJ
35. Os Praticantes da Medicina PopularRaizeiro (6)
Cabo Antônio, militar reformado, que manipulava preparados fitoterápicos em sua própria residência.
No quintal cultivava inúmeras espécies para utilização nas garrafadas para tratamento de gastrite, úlcera nervosa, dores de coluna, artrite, bronquite, anemia. Piabetá - RJ
36. Os Praticantes da Medicina Popular
Os praticantes da medicina popular no Brasil localizam-se geralmente na área rural ou na periferia dos grandes centros urbanos e compõem-se de indivíduos trabalhadores agrícolas. Os usuários da medicina popular eventualmente também receitam e se automedicam. Todos os princípios do pensamento mágico podem ser identificados no discurso médico popular, tais como, a similaridade, a contrariedade e a contigüidade.
37. A Atuação dos Praticantes da Medicina Popular (1)
- dispersão dos praticantes atuando de maneira isolada dos demais praticantes.
- espontaneidade e informalidade no tratamento indicado.
- afetividade na relação médico/paciente.
- legitimidade popular junto à comunidade.
- muita intimidade com a ação das drogas utilizadas na matéria médica popular.
- difusão dos conhecimentos sobre plantas medicinais entre a comunidade.
- transmissão do saber através da tradição oral.
- uniformidade do saber ao longo da história.
38. A Atuação dos Praticantes da Medicina Popular (2)
- estruturalidade do pensamento médico popular seguindo os princípios do pensamento mágico.
- descontinuidade na prática médica popular.
- precariedade das práticas por falta de recursos financeiros.
- desorganização institucional.
- categorias nosológicas próprias diferentes eventualmente das categorias médicas científicas.
- a história terapêutica de cada planta medicinal confirma a relativa uniformidade na prática médica popular.
- padrões de medida individuais utilizados pelos praticantes da medicina popular.
39. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria– Dedaleira (1)
Digitalis purpurea digitalina (digoxina) (tônico cardíaco)
40. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria– Rauvolfia serpentina (2)
Rauvolfia serpentina reserpina (hipotensor, tranquilizante)
41. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Ephedra distachya (3)
Ephedra distachya efedrina (agente cardiovascular, expectorante)
42. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Quina peruana (4)
Cinchona calisaya quinina (antimalárico)
43. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Curare Indígena (5)
Strychnos toxifera curare (paralisante muscular indígena utilizado na guerra e na caça)
44. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Ipecacuanha (6)
Cephaelis ipecacuanha emetina (anti-amebiano)
45. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Salgueiro Branco (7)
Salix alba ácido acetil-salicílico (AAS) (analgésico, antifebril)
46. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Quebra-Pedra (8)
Phyllanthus niruri (quebra-pedra) hepatite B
47. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Espinheira-Santa (9)
Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) úlceras pépticas
48. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Nim (10)
Azadirachta indica (nim) proteção p/ dentes, inseticida
49. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria – Sangue-de-Dragão (11)
Croton urucurana (sangue-de-dragão) anti-herpético, cicatrizante, antiinflamatório
50. Processo de Expropriação Científica da Medicina Popular ou Biopirataria (12)
Vacinação preventiva da varíola humana (armênios, árabes, ingleses e chineses) Edward Jenner (1798)
Vacina
Soro-Anti-Ofídico
Indus (faquires), persas, Grécia (Mitridates VI, rei do Ponto) Calmette (1907) e Vital Brasil (1911).
Antibióticos
Fungos (bolores) (emplastros de laranja, queijo, miolo de pão, bisso, feno embolorados) Antiguidade, Europeus (1745), Brasil, EUA Fleming (1932)
51. O Exercício da Fitoterapia (1)
• Medicina Popular.• Fitoterapia empírica (exercida por médicos e terapeutas)
(brasileira, ayurveda, chinesa, etc.)• Medicina homeopática (matéria médica vegetal,
experimentação em homem são) (médicos e não médicos).
• Farmácias Vivas (horta, oficina, ambulatório).• Laboratórios Fitoterápicos (Flora Medicinal, Herbarium,
Weleda, Catarinense, Guertzenstein, Klein, Rodomonte, Japuíba, Catedral)
Empirismo Médico
52. O Exercício da Fitoterapia (2)
• Medicina alopática fitoterápica (utilizando extratos secos e líquidos, complexos) (tebonin, umckan, chophytol, hypericum, primula, cimicifuga, etc).
• Medicina alopática (utilizando princípios ativos isolados) (digitalis, efedrina, vincristina, vimblastina, etc).
• Medicina alopática (utilizando princípios ativos sintéticos) (taxol, AAS, emetina)
Racionalismo Médico
53. Farmácias Vivas (1)
O Projeto Farmácias Vivas foi criado em 1983 na UFC, em Fortaleza, para designar as hortas de plantas medicinais padronizadas. O projeto tem por finalidade oferecer assistência farmacêutica fitoterápica de base científica, através do aproveitamento de plantas de ocorrência local.
Francisco José de Abreu MATOS (1924-2008)
54. Farmácias Vivas (2)
Com a instalação do Horto de Plantas Medicinais, Tóxicas e Aromáticas, um constante trabalho de revisão bibliográfica e de experimentação laboratorial tem permitido selecionar as plantas medicinais para serem incluídas no projeto. Esta seleção é baseada na avaliação prévia de seu grau de tolerância agronômica às condições ecológicas próprias da região nordeste.
Francisco José de Abreu MATOS (1924-2008)
55. Farmácias Vivas (3)
O fluxograma resume a sequência de operações seguidas internacionalmente, durante os processos de criação ou de produção de medicamentos industrializados a partir de plantas medicinais, comparado com o caminho mais curto do Farmácias Vivas.
Francisco José de Abreu MATOS (1924-2008)
56. História da Fitoterapia no Brasil (1)Pioneiros
Gabriel Soares de SOUZAJosé de ANCHIETA
Guilherme PISO
Georg MARCGRAVE
Simão Pinheiro MORÃO
1540-15911533-1597
1611-1678
1610-1643
1620-1686
João Ferreira da ROSA
Miguel Dias PIMENTA
Manuel Arruda da CÂMARA
Bernardino Antonio GOMES
Francisco Antonio SAMPAIO
Frei José Mariano da ConceiçãoVELLOZO
1687
1707
1752-1811
1768-1823
1758
1742-1811
57. História da Fitoterapia no Brasil (2)Pioneiros
Auguste de SAINT-HILAIREBenoit de MURE
Joaquim de Almeida PINTO
Joaquim Monteiro CAMINHOÁ
Karl Friedrich Philipp von MARTIUS
Alexandre José de MELLO MORAES
1779-1853
1809-18581823-1871
1835-1896
1794-1868
1816-1882
Napoleão CHERNOVIZ
Theodoro LANGGAARD
João BARBOSA RODRIGUES
1812-1881
1872
1842-1909
58. História da Fitoterapia no Brasil (3)Fundadores
Theodor PECKOLTManoel Cipriano d’ÁVILA
José Ribeiro MONTEIRO DA SILVA
Alfredo da MATTA
Francisco DIAS DA ROCHA
1822-19121910
1912
1870-1954
1869-1960
Manuel PIO CORREA
Moises Santiago BERTONI
RODOLPHO ALBINO Dias da Silva
Julio Eduardo da SILVA ARAUJO
Frederico W. FREISE
Ramon PARDAL
Frederico Carlos HOEHNE
1874-1934
1857-1929
1889-1931
1871
1933
1896-1955
1882-1959
59. História da Fitoterapia no Brasil (4)Fundadores
Padre RAULINO REITZSebastião BARROSO
G. L. CRUZ
FLORIANO DE LEMOS
Walter MORS
1919-19901934
1888-?)
1885-1968
1920-2008
Orestes SCAVONE
Padre Jean-Louis BOURDOUX
Sylvio PANNIZZA
Francisco José de Abreu MATOS
Walter ACCORSI
1876-1963
1930-2005
1924-2008
1912-2006
60. Crime de Curandeirismo no BrasilCódigo Penal de 11/07/1984 (Art. 284)
Curandeirismo
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
Forma qualificada: Art. 285 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. (Art. 258)
61. Herreria salsaparilha Mart. (1828)Salsaparrilha
AGAVACEAE
Cipó volúvel que vegeta nas florestas, especialmente nas matas do litoral fluminense, até mesmo próximo à praia.
Planta de grande importância comercial, suas raízes espessadas, carnosas, tuberiformes, alongadas e de cor vinosa, em estado fresco, são empregadas, em decocção, na sífilis e nas dermatoses.
É, portanto, considerada um depurativo do sangue.
62. Amaranthus viridis L. (1763)Caruru-de-Porco
AMARANTHACEAE
Alimentícia, planta rica em cálcio (538 mg.)
mucilaginosa, emoliente, galactagoga, diurética, resolutiva e laxativa.
63. Chenopodium ambrosioides L. (1753)Erva-de-Santa-Maria
Estomáquica, anti-reumática, vermífuga, calcificante, fungicida, inseticida.
Bronquite, tuberculose pulmonar (estágio primário), contusões, fraturas ósseas.
AMARANTHACEAE
64. Chenopodium murale L. (1753)Erva-Elétrica
Anti-inflamatória, calcificante.
Indicada para tratamento da síndrome do tunel do carpo, provocada por LER/DORT (Lesões por Esforço Repetitivo), tenossinovite (operadores de computadores, pianistas, escrivães).
AMARANTHACEAE
65. Sarcocornia ambigua Al. & Crespo (2008) Erva-de-Sal
AMARANTHACEAE
Baixo teor de sódio (26 % menos do que NaCl)
Hipotensiva.
Condimento funcional.
66. Ceratocephalus pilosus (L.) Rich. (1801)Picão-Preto
ASTERACEAE
Diúrética, desobstruente do fígado, emenagoga, bactericida.
Indicada na hepatite A.
Nas úlceras crônicas, em forma de cataplama.
67. Ageratum conyzoides L. (1753)Erva-de-São João
ASTERACEAE
PROPRIEDADES: hemostática, cicatrizante de ferimentos, analgésica, aclerar as contrações durante o parto.
INDICAÇÕES: febres, gripes, cólicas intestinais e menstruais, artrose (dores), inseticida, dismenorréia.
68. Sedum multiceps Coss. e Durieu (1862)Alegria-da-Mulher
CRASSULACEAE
Indicada como afrodisíaca feminina.
69. Momordica charantia L. (1793)Melão-de-São-Caetano
CUCURBITACEAE
Cipó escandente, ruderal, procedente da África, atualmente subespontâneo.
A planta inteira é empregada em banhos e em infusão como abortiva e emenagoga.
Utiliza-se também nas bronquites, na pneumonia e nas febres. As lavadeiras costumam utilizar as folhas para clarear a roupa, assim como para afugentar piolhos.
Durante a gripe espanhola, em Minas, foi utilizada como curativa e preventiva da gripe. (G.L. Cruz)
70. Momordica cochinchinensis (Lour.) Spr. (1826)Gac, Vinaga
Vietnam, pub. Mensal, n. 70/2008
CUCURBITACEAE
Indicada contra o câncer, fortalecer o sistema imune, reduzir colesterol, diabetes e efeitos das radiações, dioxina e outros tóxicos.
71. Salvia hispanica L. (1753)Chía
LAMIACEAE
Originária de regiões semi-desérticas do México. Planta cultivada pelos astecas. Denominada por eles chian (oleosa). Muito rica em ômega 3 e fibras. (Mendoza e Florentine Codex) (Simeon).
72. Ocimum gratissimum Alfavaca-Cravo
LAMIACEAE
Antissético, bactericida, analgésico (até 12:00 h., teor máximo de eugenol).
Expectorante, balsâmico, antissético pulmonar (teor máximo de eucaliptol, à tarde até o dia seguinte pela manhã).
Carminativo, sudorífico, diurético, antigripal.
73. Peperomia pellucida (L.) Kunth (1815)Erva-de-Jaboti
PIPERACEAE
Hemostático, antiinflamatório, antidisentérico, blenorragia, leucorréia, alimentícia, hipotensor, diurético, coceiras, tosse e dor de garganta e frieiras.
Indicado como preventivo do infarto do miocárdio.
74. Plantago major L. (1753)Tanchagem
PLANTAGINACEAE
Diurética, expectorante, hemostática, emenagoga, laxante, depurativa, cicatrizante e antiinflamatória.
Bronquite crônica, úlceras pépticas, amidalite, gengivite, dores de ouvido, desintoxicante das vias respiratórias de fumantes.
75. Plantago psyllium L. (1753)Psyllium
PLANTAGINACEAE
Emoliente, laxante, normalizadora do funcionamento dos intestinos, calmante para os olhos.
Queimaduras, ferimentos, colites, diverticulites, obstipação crônica, controle do colesterol.
76. Fagopyrum esculentum Moench (1794)Trigo Sarraceno
POLYGONACEAE
Sementes alimentícias, forrageiras, protéicas (13%). Farinha emoliente, excelente para cataplasmas.
Atua também como protetor dos capilares sanguíneos (rutina).
Flores melíferas.
Planta invasora e rústica. (RS, PR, ES)
77. Eichhornia crassipes (M.) Solms (1883)Aguapé
PONTEDERIACEAE
As folhas podem ser usadas como adubo e como ração animal.
Pode ser usada também alimentação humana, como fonte de proteínas.
As cinzas do aguapé possuem bons índices de iodo.
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III Congresso Brasileiro de Naturopatia e Iridologia 10/10/2011 - Guarulhos - SP
Do Saber Médico Popular à Fitoterapia
Prof. Douglas Carrara
Biblioteca Chico Mendes
(21) 2638-5160 (21) 7513-1615
O resumo da palestra estará disponível na Internet no seguinte endereço:
www.slideshare.net/douglascarrara/dosaber