Upload
paulo-sergio
View
22.820
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Dr Paulo SérgioAnestesiologista (Serviço de Cardiologia, Hemodinâmica e Cirurgia
Cardiovascular do HJM)Plantonista da UTI-Cardíaca do HJM
MANEJO PERIOPERATÓRIO NA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO
MIOCÁRDIO: RECOMENDAÇÕES – AHA/ ACCF 2011
RECOMENDAÇÕES TERAPIA ANTIPLAQUETÁRIA PRÉ-
OPERATÓRIA
CLASSE I A aspirina (100 mg a 325 mg por dia) deve ser
administrada a pacientes submetidos a CRM no pré-operatório. (Nível de evidência: B)
Em pacientes encaminhados para CRM eletiva, clopidogrel e ticagrelor devem ser interrompidos durante pelo menos 5 dias antes da cirurgia (Nível de evidência: B) e prasugrel por pelo menos 7 dias (Nível de evidência: C)
Em pacientes encaminhados para CRM urgente clopidogrel e ticagrelor devem ser interrompidos durante pelo menos 24 horas para reduzir as complicações hemorrágicas. (Nível de evidência: B)
Em pacientes encaminhados para CRM, os antiagregantes de ação curta por via intravenosa: inibidores da glicoproteína IIb/IIIa (eptifibatide ou tirofiban) devem ser interrompidos por pelo menos 2 a 4 horas antes da cirurgia e o abciximab durante pelo menos 12 horas antes, para limitar a perda de sangue e transfusões. (Nível de evidência: B)
CLASSE IIb Em pacientes encaminhados para
revascularização do miocárdio urgente, pode ser razoável realizar a cirurgia com menos de 5 dias após descontinuar o clopidogrel ou ticagrelor e menos de 7 dias após o prasugrel ter sido descontinuado. (Nível de evidência: C)
TERAPIA ANTIPLAQUETÁRIA PÓS-OPERATÓRIA
CLASSE I Se a aspirina (100 mg a 325 mg por dia) não foi
iniciada no pré-operatório, ela deve ser iniciada dentro de 6 horas após a cirurgia e, em seguida continuada indefinidamente para reduzir a ocorrência de fechamento do enxerto de veia safena e eventos cardiovasculares adversos.
(Nível de evidência: A)
CLASSE IIa Para pacientes submetidos à cirurgia de
revascularização miocárdica, clopidogrel 75mg por dia é uma alternativa razoável em pacientes que são intolerantes ou alérgicas à aspirina. (Nível de evidência: C)
MANEJO DA HIPERLIPIDEMIA
CLASSE I Todos os pacientes submetidos à CRM devem
receber terapia com estatina, a não ser que haja contra-indicação (Nível de evidência: A)
Em pacientes submetidos à CRM, uma dose adequada de estatina deve ser usado para reduzir o LDL para menos de 100mg / dL e para conseguir pelo menos uma redução de 30% do LDL. (Nível de evidência: C)
CLASSE IIa Em pacientes submetidos a revascularização
do miocárdio, é razoável para o tratamento com terapia de estatina, baixar o LDL para menos de 70 mg / dL em pacientes de muito alto risco. (Nível de evidência: C)
Para os pacientes submetidos CRM de urgência ou emergência e que não estão tomando estatina, é razoável iniciar uma a terapia de alta dose de estatina imediatamente. (Nível de evidência: C)
CLASSE III: PREJUDICIAL A descontinuação da terapia com estatina ou
outra terapia em dislipidêmicos, não é recomendado antes ou depois da revascularização do miocárdio em pacientes sem reações adversas à terapia. (Nível de evidência: B)
MANIPULAÇÃO HORMONAL
CLASSE I A utilização de insulina intravenosa contínua
para atingir e manter uma concentração de glicose no sangue, no pós-operatório imediato, inferior ou igual a 180 mg / dL, (evitando a hipoglicemia) é indicado para reduzir a incidência de eventos adversos, incluindo a infecção profunda da ferida esternal, após a CRM. (Nível de evidência: B)
CLASSE II b A utilização de insulina intravenosa
contínua concebida para atingir um alvo intra-operatória de concentração de glicose no sangue inferior a 140 mg / dl tem eficácia incerta. (Nível de evidência: B)
CLASSE III: PREJUDICIAL Terapia hormonal pós-
menopausa (estrógeno / prosgesterona) não deve ser administrada a mulheres submetidas a revascularização do miocárdio. (Nível de evidência: B)
BETA-BLOQUEADORES NO PERIOPERATÓRIO
CLASSE I Os beta-bloqueadores devem ser administrados
por pelo menos 24 horas antes da revascularização miocárdica para todos os pacientes sem contra-indicações, para reduzir a incidência ou seqüelas clínicas da FA pós-operatória. (Nível de evidência: B)
Os beta-bloqueadores devem ser reiniciados o mais rapidamente possível após CRM em todos os pacientes sem contra-indicações pelo mesmo motivo anterior. (Nível de evidência: B)
Os beta-bloqueadores devem ser prescritos para todos os pacientes sem contra-indicações após revascularização miocárdica no momento da alta hospitalar. (Nível de evidência: C)
CLASSE IIa Uso pré-operatório de beta-bloqueadores em
pacientes sem contra-indicações, em particular aqueles com fração de ejeção do VE (FEVE) superior a 30%, pode ser eficaz na redução do risco de mortalidade intra-hospitalar. (Nível de evidência: B)
O uso de beta-bloqueadores pode ser eficaz na redução da incidência de isquemia do miocárdio perioperatória. (Nível de evidência: B)
A administração intravenosa de beta-bloqueadores em pacientes clinicamente estáveis, incapazes de tomar medicação oral é razoável no início do período pós-operatório. (Nível de evidência: B)
A eficácia dos beta-bloqueadores pré-operatórios na redução da taxa da mortalidade hospitalar, em pacientes com FEVE inferior a 30% é incerta. (Nível de evidência: B)
INIBIDORES DA ECA e BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA
CLASSE I Inibidores da ECA e bloqueadores dos
receptores da angiotensina, dados antes da RM devem ser reinstituídos no pós-operatório quando o paciente é estável, a não ser que haja contra-indicação. (Nível de evidência: B)
Os inibidores da ECA ou bloqueadores dos receptores da angiotensina devem ser iniciados no pós-operatório e mantidos indefinidamente na revascularização do miocárdio em pacientes que não estavam recebendo-os no pré-operatório, que são estáveis, e que têm uma FEVE inferior ou igual a 40%, hipertensão arterial, diabetes mellitus, ou doença renal crônica , a menos que contra-indicado. (Nível de evidência: A)
CLASSE IIa É razoável iniciar inibidores da ECA ou
bloqueadores dos receptores da angiotensina no pós-operatório e prossegui-los indefinidamente em todos os pacientes de revascularização miocárdica que não estavam recebendo-os no pré-operatório e são considerados de baixo risco (ou seja, aqueles com FEVE normal em quem os fatores de risco cardiovasculares são bem controlados), a não ser que contra-indicado. (Nível de evidência: B)
CLASSE IIb
A segurança da administração pré-operatória (vespera da cirugia) dos inibidores da ECA ou bloqueadoresdos dos receptores da angiotensina nos pacientes em terapia crônica é incerto. (Nível de evidência: B)
A segurança de iniciar inibidores da ECA ou bloqueadores angiotensinreceptor antes da alta hospitalar não está bem estabelecida. (Nível de evidência: B)
CESSAÇÃO DO TABAGISMO
CLASSE I Todos os fumantes devem receber no hospital
aconselhamento educacional e ser oferecida terapia para parar de fumar durante a hospitalização para RM. (Nível de evidência: A)
CLASSE IIb A eficácia do tratamento farmacológico para a
cessação tabágica oferecido aos pacientes antes da alta hospitalar é incerto. (Nível de evidência: C)
DISFUNÇÃO EMOCIONAL E CONSIDERAÇÕES PSICOSSOCIAIS
CLASSE IIa A terapia cognitiva comportamental ou de
cuidado colaborativo para pacientes com depressão clínica após CRM podem ser benéficas como medida objetiva para redução da depressão. (Nível de evidência: B)
REABILITAÇÃO CARDÍACA
CLASSE I
A reabilitação cardíaca é recomendada para todos os pacientes elegíveis após revascularização do miocárdio.(Nível de evidência: A)
MONITORIZAÇÃO PERIOPERATÓRIA
ECG
CLASSE I A monitorização contínua de arritmias pelo
ECG deve ser realizada por pelo menos 48 horas em todos os pacientes após a CRM. (Nível de evidência: B)
CLASSE IIa Monitorização contínua do segmento ST para
a detecção de isquemia é razoável no intra-operatório de pacientes submetidos a CRM. (Nível de evidência: B)
CLASSE IIb Monitorização contínua do segmento ST para
a detecção de isquemia pode ser considerada no início do período pós-operatório de revascularização do miocárdio. (Nível de evidência: B)
CATETERIZAÇÃO DA ARTÉRIA PULMONAR
CLASSE I A colocação de um cateter na artéria
pulmonar é indicada, de preferência antes da indução da anestesia ou incisão cirúrgica, em pacientes em estado de choque cardiogênico submetidos à CRM. (Nível de evidência: C)
CLASSE IIa A colocação de um cateter na artéria pulmonar pode
ser útil no intra ou pós-operatório imediato, em pacientes com instabilidade hemodinâmica aguda. (Nível de evidência: B)
CLASSE IIb A colocação de um cateter na artéria pulmonar pode
ser razoável em pacientes clinicamente estáveis submetidos à CRM após análise do risco de base do paciente, o procedimento cirúrgico planejado, e a definição prática. (Nível de evidência: B)
MONITORAMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
CLASSE IIb
A eficácia da monitorização intra-operatória
do electroencefalograma, processada para reduzir a possibilidade de eventos clínicos adversos ou para a detecção de hipoperfusão cerebral em pacientes submetidos RVM é incerta. Nível de evidência: B)
A eficácia do uso rotineiro de monitorização intra-operatória ou no pós-operatório imediato da saturação de oxigênio cerebral, através de espectroscopia por infravermelho, para detecção de hipoperfusão cerebral, em pacientes submetidos a revascularização do miocárdio é incerta. (Nível de evidência: B)
CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS
CLASSE I O manuseio anestésico voltada para uma
recuparação acelerada e extubação pós-operatória precoce de pacientes de baixo e médio risco, submetidos a CRM sem complicações é recomendado. (Nível de evidência: B)
Esforços multidisciplinares são indicadas para garantir um nível ótimo de analgesia e conforto ao paciente durante todo o período perioperatório. (Nível de evidência: B)
Os esforços são recomendados para melhorar a comunicação interdisciplinar e segurança do paciente no ambiente perioperatório. (Nível de Evidência B)
O acompanhamento de um anestesista treinado em cardíaca (ou médico credenciado experiente) credenciado no uso de ECO transesofágico perioperatório é recomendado para fornecer ou supervisionar cuidados anestésicos de pacientes que são considerados de alto risco. (Nível de evidência: C)
CLASSE IIa Regimes baseados em anestésicos voláteis
podem ser úteis para facilitar a extubação precoce e reduzindo o tempo de acordar do paciente. (Nível de evidência: A)
CLASSE IIb A eficácia da anestesia/analgesia peridural
torácica alta para uso de analgésicos de rotina é incerta. (Nível de evidência: B)
CLASSE III: PREJUDICIAL Os inibidores da ciclooxigenase-2 não são
recomendados para alívio da dor no período pós-operatório de revascularização do miocárdio. (Nível de evidência: B)
O uso rotineiro de estratégias de extubação precoce em instalações limitadas para atendimento a emergências de vias aéreas ou suporte respiratório avançado é potencialmente prejudicial.
(Nível de evidência: C)
ECOCARDIOGRAFIA TRANSESOFÁGICA INTRA-OPERATÓRIA
CLASSE I O ecocardiograma transesofágico intra-
operatório deve ser realizado para avaliação de distúrbios hemodinâmicos agudos, persistentes e com risco a vida, que não responderam ao tratamento. (Nível de evidência: B)
O ecocardiograma transesofágico intra-operatório deve ser realizado em pacientes submetidos à cirurgia valvar concomitante.(Nível de evidência: B)
CLASSE IIa O ecocardiograma transesofágico intra-
operatório é razoável para o monitoramento do estado hemodinâmico, função ventricular, o movimento da parede regional e função valvar em pacientes submetidos a revascularização do miocárdio. (Nível de evidência: B)
PRÉ-CONDICIONAMENTO E MANEJO DA ISQUEMIA MIOCÁRDICA
CLASSE I O manejo orientado para otimizar os fatores
determinantes da perfusão arterial coronariana (por exemplo: a freqüência cardíaca, pressão arterial diastólica ou média e ventrícular direita, ou pressão diastólica final do ventrículo esquerdo) é recomendado para reduzir o risco de isquemia miocárdica perioperatória e infarto. (Nível de evidência: B)
CLASSE IIaAnestesia baseada em anestésicos voláteis pode ser útil na redução do risco de isquemia do miocárdio e infarto perioperatório. (Nível de evidência: A)
CLASSE IIb A eficácia da profilaxia farmacológica ou por
estratégias de reperfusão controlada, destinadas a induzir o pré-condicionamento ou atenuar as conseqüências adversas da lesão de reperfusão do miocárdio ou inflamação sistêmica induzida cirurgicamente é incerta. (Nível de evidência: A)
O pré-condicionamento mecânico pode ser considerado para reduzir o risco de isquemia do miocárdio e infarto perioperatório em pacientes submetidos a CEC (Nível de evidência: B)
Estratégias de pré-condicionamento isquêmico remoto, utilizando extremidade periférica (oclusão/reperfusão) pode ser considerada para atenuar as conseqüências adversas da lesão de reperfusão do miocárdio. (Nível de evidência: B)
A eficácia de estratégias de pós-condicionamento para atenuar as conseqüências adversas da lesão de reperfusão do miocárdio é incerta. (Nível de evidência: C)