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Aula 05 Curso: Noções de Direito Administrativo p/ INSS (todos os cargos) Professor: Cyonil Borges We PDF Watermark Remover Demo

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Aula 05

Curso: Noções de Direito Administrativo p/ INSS (todos os cargos)

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Agentes Públicos – Lei 8.112, de 1990

E aí Pessoal? Tudo bem?

Mas é preciso ter raça, é preciso ter força, sempre...

Não é isso que diz a música? Então... Isso é que concurseiro precisa ter: RAÇA, FORÇA! Depois que você vencer essa fase de sua vida, não se preocupe – tudo voltará ao normal: sua vida, seus amigos, família, enfim, tudo voltará. Só que, então, você será servidor, no cargo almejado!

Bom, hoje, damos início ao trato da Lei 8.112/1990, que será a Lei que regerá boa parte dos amigos, não é? Então, tem de gostar dela.

Abraço no coração de todos,

Cyonil Borges.

Observação: como disse, na aula anterior, a FUNRIO tem uma predisposição para as questões de servidores. Assim, depois da leitura da presente aula, dirija-se, novamente, ao arquivo complementar e veja que o formato das questões é pé no chão! E, ao fim, questões de fixação de FCC.

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Sumário

1. Introdução: Aspectos Preliminares e Campo de Abrangência da Lei 8.112, de 1990 .......................................................................... 3

2. Provimento de Cargos Públicos ................................................. 7

3. Posse X Exercício .................................................................. 18

4. Remoção, Redistribuição e Substituição ................................... 20

5. Vacância .............................................................................. 25

6. Sistema Remuneratório ......................................................... 26

6.1. Vencimento e remuneração ............................................................. 26

6.2. Indenizações ................................................................................. 26

6.3. Gratificações e Adicionais ................................................................ 33

6.4. Outros direitos e vantagens dos servidores públicos – férias, licenças, afastamentos e concessões .................................................................... 38

6.4.1. Férias (inc. XVIII do art. 7º da Constituição Federal e arts. 77 a 80 da Lei 8.1112/1990) .......................................................................................................... 38

6.4.2. Licenças (arts. 81 a 92 da Lei) ......................................................................... 39

6.4.3. Afastamentos .......................................................................................................... 44

6.4.4. Concessões .............................................................................................................. 46

6.5. Limites de Despesa com Pessoal .......................................... 47

7. Do Regime Disciplinar dos Servidores Públicos (arts. 116 a 142 da Lei 8.112, 1990) ...................................................................... 49

7.1. Dos Deveres (art. 116 da Lei) .......................................................... 49

7.2. Das Proibições (art. 117 da Lei) ....................................................... 50

7.3. Das Responsabilidades (Arts 121 a 126) ........................................... 53

7.4. Das Penalidades Administrativas ...................................................... 55

8. Meios de Apuração da Responsabilidade dos Servidores ............. 60

8.1. Introdução .................................................................................... 60

8.2. Sindicância .................................................................................... 61

8.3. Processo Administrativo Disciplinar (PAD).......................................... 64

8.4. Processo Administrativo de Rito Sumário ........................................... 71

8.5. Revisão dos Processos Disciplinares .................................................. 73

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1. Introdução: Aspectos Preliminares e Campo de Abrangência da Lei 8.112, de 1990

A primeira parte do tópico “agentes públicos” foi reservada ao estudo dos aspectos constitucionais. Tais diretrizes serão válidas para quaisquer concursos públicos, em âmbito Nacional. Hoje, no entanto, teremos contato com os pormenores da Lei 8.112, de 1990, e, portanto, regras e princípios restritos aos servidores civis Federais.

A Lei Federal 8.112/1990 trata do chamado Regime Estatutário dos servidores públicos civis da União. Mais especialmente, a Lei é válida para as pessoas jurídicas de Direito Público da União. É um sistema legal/institucional, e não de natureza contratual (exemplo da Consolidação das Leis Trabalhistas), por se tratar de uma Lei, à qual os ocupantes de cargos, em nível federal, aderirão.

Professor, então quer dizer que a Lei 8.112, de 1990, não se aplica aos demais entes políticos (E, DF e M)?

Verdade. O campo de abrangência é restrito à União. Os Estados e Municípios detêm competência para editar suas próprias leis referentes aos servidores de sua esfera, em razão da autonomia concedida pelo art. 18 da CF/1988. E, como decorrência da autonomia, não haveria óbice de o ente político, por exemplo, editar Lei e recepcionar, facultativamente, a Lei 8.112, de 1990.

Interessante questão é saber a quem compete o encaminhamento do projeto de Lei para se estabelecer o regime jurídico dos servidores públicos.

Na União, ao Presidente da República. Nos demais entes federativos, por simetria, a competência para se estabelecer o regime próprio aplicável aos servidores públicos, ou mesmo alterar o que já fora estabelecido, é do respectivo Chefe do Poder Executivo. Nesse contexto, já decidiu o STF (ADI 3167):

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 792, DO ESTADO DE SÃO PAULO. ATO NORMATIVO QUE ALTERA PRECEITO DO ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS ESTADUAIS. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NO PROCESSO LEGISLATIVO ESTADUAL. PROJETO DE LEI VETADO PELO GOVERNADOR. DERRUBADA DE VETO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO. AFRONTA AO DISPOSTO NO ARTIGO 61, § 1º, II, C, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.

1. A Constituição do Brasil, ao conferir aos Estados-membros a capacidade de auto-organização e de autogoverno [artigo 25, caput], impõe a observância obrigatória de vários princípios,

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entre os quais o pertinente ao processo legislativo, de modo que o legislador estadual não pode validamente dispor sobre as matérias reservadas à iniciativa privativa do Chefe do Executivo. Precedentes.

2. O ato impugnado versa sobre matéria concernente a servidores públicos estaduais, modifica o Estatuto dos Servidores e fixa prazo máximo para a concessão de adicional por tempo de serviço.

3. A proposição legislativa converteu-se em lei não obstante o veto aposto pelo Governador. O acréscimo legislativo consubstancia alteração no regime jurídico dos servidores estaduais.

4. Vício formal insanável, eis que configurada manifesta usurpação da competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo [artigo 61, § 1º, inciso II, alínea “c”, da Constituição do Brasil]. Precedentes.

5. Ação direta julgada procedente para declarar inconstitucional a Lei Complementar n. 792, do Estado de São Paulo.

Assim, não cabe a Deputados e Senadores o encaminhamento de projetos para alterar o regime jurídico aplicável a servidores públicos, ainda que para a melhoria das condições aplicáveis a estes.

Por oportuno, relembre-se a expressão “Regime Jurídico” constante do art. 1o da Lei 8.112/1990. Regime jurídico é um conjunto de regras e princípios que regem determinado instituto jurídico. No caso, a Lei 8.112/1990 cuida da “vida funcional” do servidor público, de seu ingresso originário até o rompimento da relação jurídico-funcional, com ou sem extinção definitiva do vínculo.

Houve a referência de que a abrangência da Lei é restrita aos cargos públicos existentes na estrutura das pessoas de Direito Público. Então quer dizer que todos os cargos, na esfera federal, serão regidos pela Lei 8.112, de 1990?

Não é bem assim! A Lei 8.112/1990 não abrange a totalidade dos agentes públicos, mas somente os servidores públicos ocupantes de cargos públicos das pessoas jurídicas de Direito Público (Administração Direta e Indireta de Direito Público, inclusive, agências especiais). Os cargos públicos estatutários são efetivos ou comissionados. O diploma não abrange, por exemplo, os agentes políticos (Presidente da República, Deputados, Magistrados), tampouco os particulares em colaboração (Leiloeiros e tradutores, por exemplo), ou empregados públicos (celetistas).

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Professor, e a história de quebra de regime jurídico? Há ou não a flexibilidade para que, por exemplo, as Agências Reguladoras (Autarquias em Regime Especial) contratem servidores sob o regime celetista?

Então, com a cautelar proferida nos autos da ADI-STF 2135, não cabe mais a contratação de empregados públicos na Administração Direta, Autárquica e Fundacional. Portanto, reforça-se a conclusão de que, em âmbito federal, o Regime Jurídico Único dos servidores públicos é o estabelecido pela Lei 8.112/1990, a qual, contudo, não se aplica às sociedades mistas, empresas públicas e demais empresas controladas direta ou indiretamente pela União.

Fixação

(CESPE-AUDITOR FEDERAL DE C. EXTERNO-AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS-TCU- JUL-2009)

Acerca da administração pública, julgue os itens que se seguem.

Atualmente, em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal, a União, os estados, o Distrito Federal (DF) e os municípios devem instituir, no âmbito de suas competências, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

Comentários:

O Regime Jurídico deve ser único, porém no âmbito das pessoas jurídicas da Federação. O item sugere que TODOS os entes teriam um só regime jurídico, para o universo dos servidores. Isso está ERRADO.

Gabarito: ERRADO.

Fixação

(CESPE-JUIZ-TRT-1aR-2010) Em 2007, o STF deferiu medida cautelar, com efeitos retroativos, restabelecendo a eficácia da redação original do art. 39, caput, da CF, que previa o regime jurídico único. Com essa decisão, não mais se admite a criação de empregos públicos no âmbito da administração direta, autárquica e fundacional, devendo ser invalidadas as situações constituídas anteriormente a 2007 que ignorem a existência do regime único.

Comentários:

O erro está em dizer que as situações anteriores à prolação da ADI 2135 deveriam ser desconstituídas. Desnecessário! Em sede de cautelar, os efeitos são ex nunc, isto é, efeitos proativos, a não ser que o STF modulasse os efeitos.

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Gabarito: ERRADO.

Fixação

(CESPE-TÉCNICO ADM.-TRE-GO-FEV-2009) Tendo em vista o regime jurídico aplicável aos servidores públicos federais, assinale a opção correta.

A) O regime estatutário é o regime jurídico aplicável aos servidores da administração direta, mas não aos das autarquias e fundações públicas, pois estas, como entidades que integram a administração indireta, submetem-se ao regime celetista.

B) Com a Emenda Constitucional n.º 19/1998, não mais se exige, para os servidores da administração direta, autárquica e fundacional, que seja observado unicamente o regime estatutário, podendo esses servidores, além do disposto nos estatutos, ter suas relações laborais norteadas também pela CLT.

C) Os órgãos da administração direta têm de observar unicamente o regime estatutário, no qual constam todos os requisitos necessários para investidura, remuneração, promoção, aplicação de sanções disciplinares, entre outros.

D) A Lei n.º 8.112/1990 é aplicável tanto aos servidores da administração direta quanto aos empregados das empresas públicas. Estão sujeitos ao regime geral das empresas privadas apenas os servidores das sociedades de economia mista, que têm a natureza de pessoa jurídica de direito privado.

Comentários:

O interessante dessa questão foi a alteração do gabarito de letra “B” para letra “C”.

A opção “B” está, de fato, errada, pois o STF deferiu medida cautelar na ADI 2135, para o fim de suspender a eficácia do caput do art. 39 da Constituição, fazendo voltar a valer a redação anterior do dispositivo, pelo qual havia sido instituído o regime jurídico único.

E a opção “C” está certa, uma vez que os órgãos da Administração Direta têm de observar unicamente o regime estatutário. É bem provável que a expressão “TODOS” tenha chamado a atenção. A Lei 8.112/1990 estabelece, de modo geral, TODOS os requisitos necessários à investidura, remuneração, promoção, etc., o não impede que, de modo mais específico, normas cuidem de outros requisitos.

Gabarito: alternativa “C”.

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2. Provimento de Cargos Públicos

O início da relação do candidato com o cargo público e com a Administração Pública se dá com o provimento.

Provimento é o ato administrativo mediante o qual uma pessoa passa agrega ao cargo público, ou seja, é o ato de “preenchimento” de “lugar” na estrutura da Administração. O provimento pode ser originário ou derivado. A forma originária de provimento é a nomeação. Antes dela, a pessoa é mera pretendente a um cargo, é dizer, um concursando.

Observa-se que os cargos em comissão também têm provimento, porém apenas originário (nomeação). Não há aplicação das demais formas de provimento (derivado, no caso) aos detentores de cargos comissionados.

Todas as formas de provimento serão explicadas. Abaixo as formas de provimento previstas na Lei:

Nomeação Provimento Originário

Aproveitamento

Promoção

Reintegração

Provimento Derivado

Recondução

Readaptação

Reversão

Portanto, são sete as formas de provimento: nomeação, aproveitamento, promoção, reintegração, recondução, readaptação, e reversão. Guarda a expressão: NAP + 4 RE. O que é isso? As iniciais de cada uma das formas de provimento. Fazer o quê? Tem que dar um jeito de lembrar!

Veremos que, para cada uma das formas de provimento que começam com RE, há uma palavra-chave para memorização. Exemplo: reintegração – palavra chave: DEMISSÃO.

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Voltando ao quadro acima, nota que APENAS A NOMEAÇÃO é chamada de provimento originário. Pois é. As demais são DERIVADAS, isto é, dependem que, primeiro, a nomeação ocorra.

Professor, a Lei 8.112, de 1990, previa a transferência e a ascensão como formas de provimento. Por que foram revogadas?

Sobre o tema, veja a questão a seguir.

(2013/CESPE/TRE-MS/Analista Judiciário) De acordo com a legislação vigente, a ascensão e a transferência são consideradas formas de provimento de cargo público.

Comentários:

O item está ERRADO.

Não há previsão de ascensão ou transferência como formas de provimento. Na realidade, essas duas figuras já foram tratadas pela norma como formas de provimento. Entretanto, por ofenderem o princípio do concurso público, permitindo o ingresso a cargo público diverso do qual se concorreu, foram declaradas inconstitucionais pelo STF, e, bem por isso, revogadas da Lei 8.112/1990.

Gabarito: ERRADO.

Vejamos, abaixo, os detalhes das principais formas de provimento.

A nomeação é a única forma de provimento originário, é com ela que se inaugura o vínculo do pretenso servidor com a Administração.

Há bons concursandos que confundem a nomeação com a posse. Isso não pode acontecer, afinal são coisas distintas. NOMEAÇÃO é o primeiro provimento. POSSE é o ato formal em que o candidato nomeado firma o compromisso de exercer o cargo, ou seja, é o ato solene em que o candidato declara “aceitar o cargo”.

Como sobredito, há nomeação e posse para cargos efetivos e comissionados. Sobre o tema, vejamos o teor da Lei 8.112/1990:

Art. 9o A nomeação far-se-á:

I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;

II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das

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atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.

Aproveitando o artigo da Lei, nota a possibilidade de interinidade, em que o comissionado responde provisoriamente por outro cargo de confiança. Inclusive, o assunto costuma ser exigido em prova. Abaixo:

FCC - TJ TRF2/Administrativa/2007

De acordo com a Lei n.º 8.112/90, a nomeação far-se-á em

a) comissão, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira.

b) comissão, exceto na condição de interino, para cargos de confiança vagos.

c) comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.

d) caráter transitório, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira.

e) caráter efetivo, exceto na condição de interino, para cargos de confiança vagos.1

A promoção é, também, forma de provimento prevista na Lei 8.112/1990. Trata-se de movimento vertical na estrutura de carreira, com a adição de vencimentos e responsabilidades. Nesse caso, depois de percorrer padrões dentro de uma determinada classe, o servidor muda de classe. A promoção, portanto, só existe nos cargos organizados em carreira. Não há promoção em relação a cargos isolados. A promoção dá-se por merecimento e por antiguidade (tempo de serviço). Chama-se a atenção:

I) há quem critique a inserção da promoção como forma de provimento. De fato, ao ser promovido, o servidor continua ligado ao cargo público, sendo discutível, doutrinariamente, ver-se a promoção como forma de provimento. Todavia, para fins de concursos públicos, a discussão é estéril, uma vez que a Lei 8.112/1990 prevê, textualmente, a promoção;

II) não há que se falar de promoção de uma carreira para outra, como de Técnico para Auditor, por exemplo. Esse é um caso de “ascensão”, o que, na visão do STF, é inadmissível;

1 Gabarito: Letra C.

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III) a promoção acarreta, simultaneamente, promoção e vacância. Atenta para essa informação, uma vez que o examinador adora “brincar” com as formas simultâneas de vacância e de provimento.

Por fim, esclareça-se que os requisitos para a promoção devem estar dispostos em Lei. Não há impedimento de a Administração regulamente o instituto por meio de atos normativos próprios.

Vejamos o aproveitamento.

O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao serviço público de servidor estável que estava em disponibilidade (art. 30 da Lei 8.112/1990). Disponibilidade não é nada mais que estar sem trabalhar, ocorrendo em razão da extinção do cargo ou da declaração da desnecessidade. Há outras hipóteses de aproveitamento, como, por exemplo, na hipótese de reintegração do titular de um cargo, o qual havia sido demitido anteriormente. Mas vamos falar disso mais adiante, ok?

Nota que foi destacado no parágrafo acima o estável. Pois é. De acordo com a Lei, apenas os servidores já estáveis têm direito de serem postos em disponibilidade, e, por conseguinte, de serem aproveitados.

E se o servidor não for estável?

Para boa parte da doutrina, caberá exoneração do servidor. De toda forma, admitida a exoneração, deverão ser observados os critérios objetivos para tanto, isto é, o ato, além de motivado, deve contar com amparo em razões plausíveis (Recurso Extraordinário 378041). Durante o período de disponibilidade, o servidor fará jus à remuneração proporcional ao tempo de serviço (§ 3º do art. 41 da CF, de 1988).

Duas últimas observações em relação ao aproveitamento:

- se o servidor, em disponibilidade, não entrar em exercício, para o aproveitamento, sem justo motivo (exemplo de doença comprovada por junta médica oficial), a disponibilidade será cassada, e

- o aproveitamento é ato vinculado, ou seja, por mais que o servidor esteja recebendo proventos proporcionais, o fato é que está “ganhando sem trabalhar”, e, bem por isso, deve retornar ao cargo.

Fixação

(2012/FCC/TRE-SP/Analista-Contabilidade) Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990. Miguel servidor público federal, ocupava o cargo de analista judiciário

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da área administrativa, junto ao Tribunal Regional Eleitoral. Atualmente encontra-se em disponibilidade. Entretanto será possível seu retorno à atividade, a ser feita por

a) remoção, de ofício ou a pedido, para cargo de atribuições correlatas e vencimentos assemelhados, ou não, com o anteriormente ocupado.

b) redistribuição obrigatória em função de atribuições e remuneração assemelhadas com o anteriormente ocupado. c) substituição facultativa, em qualquer cargo com atribuições e vencimentos correlatos com o exercício da função. d) aproveitamento facultativo em cargo de atribuições e vencimentos superiores com o exercício da função anterior. e) aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Comentários:

Nessa questão, a grande ‘sacada’ é saber se o aproveitamento é facultativo ou obrigatório. A resposta é dada pela Lei 8.112/1990. Vejamos:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Então, está resolvida a questão – o gabarito é a Letra “E”.

Gabarito: alternativa E.

A reintegração, por sua vez, ocorre no caso de desfazimento de decisão que levou à demissão de servidor estável. A palavra-chave para a reintegração é, portanto, DEMISSÃO. A invalidação da decisão pode ser administrativa ou judicial.

Professor, e se o cargo do sujeito que foi demitido estiver ocupado? Vai ser reintegrado onde?

É fato que o servidor demitido não pediu para sair do cargo. Retiraram-lhe da função. Por isso, se o cargo do reintegrado estiver ocupado, o ocupante, se estável, deverá ser reconduzido ao seu cargo de origem (se ainda estiver vago), aproveitado em outro cargo, ou mesmo posto em disponibilidade, sem direito a qualquer indenização.

Perceba que, na reintegração e recondução, o servidor público deve ser estável. Apesar de extremamente criticável, é o que dispõe a CF/1988 (§ 2º do art. 41). Duas outras importantes observações:

- caso o servidor não estável seja injustamente demitido, deve, também, retornar ao cargo ocupado. Entretanto, tecnicamente isso não pode ser chamado de reintegração, a qual exige, como condição,

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a estabilidade do servidor. O retorno do não estável, portanto, é forma inominada de provimento derivado.

- ao ser reintegrado, o servidor fará jus a todas as vantagens e direitos. Enfim, terá direito a tudo que deveria ter recebido durante o período em que permaneceu fora da Administração. E, para o STJ, os direitos pecuniários devem ser reconhecidos para o servidor desde a data de sua demissão injusta, e não apenas a partir do ajuizamento da eventual ação judicial (RMS 32257).

Professor, e se o servidor demitido morrer previamente à reintegração?

A demissão, especialmente na esfera administrativa, costuma ser feita de forma apressada, mas a reparação no Judiciário, infelizmente, é lenta, logo é bem provável que o servidor morra antes de conseguir a reintegração. Ocorre que, para o STJ (Recurso Especial 1239267), a reintegração no cargo é pessoal. A anulação de demissão, no entanto, tem reflexos para os herdeiros, isto é, as remunerações e a pensão deverão ser legadas aos sucessores/herdeiros do servidor.

Vamos à recondução.

Nos termos da Lei, a recondução ocorre em duas hipóteses: na reintegração do ocupante do cargo e na inabilitação de estágio probatório.

Interessante questão diz respeito à possibilidade da recondução a pedido. Por exemplo: um Analista Judiciário logrou êxito no concurso para Auditor da Receita Federal. O Analista, que já era estável no serviço público federal, resolve tomar posse e entrar em exercício no cargo de Auditor. Posteriormente, descontente com o novo cargo, resolve pedir para ser reconduzido.

Tal situação é juridicamente possível, afinal o ato é menos gravoso do que a reprovação do servidor no estágio probatório. Inclusive, esse foi o entendimento do STF no RMS 22.933-DF. Portanto, não há dúvida de que se reconhece o direito do servidor estável à recondução enquanto durar o estágio probatório do novo cargo. Seja pela inabilitação no novo cargo, ou mesmo em razão de pedido do servidor, o STF tem resguardado esse direito do servidor, enquanto dura o estágio probatório no novo cargo.

Fixação

(2006/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 5.ª REGIÃO) Com referência ao regime dos servidores públicos, julgue os itens seguintes. Conforme entendimento do STF, o servidor público federal

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tem direito de retornar a cargo federal anterior, mesmo após o estágio probatório de novo cargo assumido.

Comentários:

Como sobredito, o direito à recondução do servidor retornar ao cargo anteriormente ocupado perdura enquanto não transposto o estágio probatório no novo cargo. Vejamos o entendimento do STF a respeito:

“O direito de o servidor, aprovado em concurso público, estável, que presta novo concurso e, aprovado, é nomeado para cargo outro, retornar ao cargo anterior ocorre enquanto estiver sendo submetido ao estágio probatório no novo cargo: Lei 8.112/90, art. 20, § 2º. É que, enquanto não confirmado no estágio do novo cargo, não estará extinta a situação anterior.”.

E mais um detalhe: para que se garanta o direito de recondução, o servidor há de ser ESTÁVEL, ok? O item omite tal informação, e se torna, no mínimo, dúbio.

Gabarito: ERRADO.

Fixação

(2013/CESPE/TRE-MS/Técnico Judiciário) Ao funcionário público federal estável aprovado em novo concurso público, para outro órgão, mas não habilitado no estágio probatório desse novo cargo aplica-se, para que retorne ao cargo por ele anteriormente ocupado, o instituto da

a) reversão.

b) reintegração.

c) redistribuição.

d) recondução.

e) readaptação.2

Professor, se o servidor da União passa para o Estado. E, durante o estágio, é inabilitado, ou, ainda, desiste. O servidor terá direito à recondução?

Sim! O Tribunal de Contas da União, a Advocacia-Geral da União e a jurisprudência dos Tribunais admitem a recondução entre esferas federativas distintas. Contudo, a doutrina oscila, pois quando o servidor muda de esfera (da federal para estadual, por exemplo), haveria o rompimento do regime jurídico aplicável (não será mais a Lei 8.112/1990), e, com isso, o elo do servidor com o cargo anterior se quebra, não permitindo seu retorno.

2 Gabarito: Letra D.

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Detalhe doutrinário de relevo é que a recondução é entendida pela doutrina como hipótese de vacância. Ou seja, ao tempo em que a recondução é provimento, no caso de inabilitação em estágio probatório (reprovação ou voluntária), também seria gerada vacância. Explica-se. O “sujeito” é Auditor do TCU (estável), passa para o concurso de auditor da Receita Federal. É reprovado no estágio probatório e é reconduzido para o cargo do TCU. Resultado: vacância na Receita; provimento no TCU. Esse é um entendimento doutrinário, afinal o art. 33 da Lei 8.112/1990 não lista a recondução como forma de vacância.

Fixação

(AGU/94) O ato, relativo a servidor, que configura caso simultâneo de provimento e vacância do cargo público é a

a) readmissão

b) recondução

c) redistribuição

d) reintegração

e) reversão 3

Vejamos a readaptação.

A readaptação é a possibilidade de recolocação do servidor que tenha sofrido limitação (que é nossa palavra-chave para esta forma de provimento), física ou sensível (mental), em suas habilidades, impeditiva do exercício das atribuições do cargo que ocupava. Portanto, pela readaptação, o servidor será remanejado para um cargo compatível com sua nova situação laboral.

Por exemplo: um professor, após anos de magistério, acaba ficando com as cordas vocais prejudicadas. Com isso, acaba sendo readaptado num cargo administrativo, compatível com o novo estado laboral em que encontra.

A doutrina entende, ainda, que a readaptação é ato vinculado, ou seja, sendo possível, deve ser realizada, na ocasião de o servidor ter atravessado limitação em sua capacidade laboral. Caso não seja possível, o servidor deve ser aposentado por invalidez.

Para que possa ocorrer a readaptação, o novo cargo terá que ser compatível com o anterior, é dizer, com atribuições afins, nível de escolaridade compatível. Desse modo, não pode, por exemplo, um auditor do INSS (cargo de atribuição de nível superior) ser

3 Gabarito: letra B.

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readaptado na condição de motorista (cargo de nível médio, com atribuições nitidamente diferenciadas).

Ressalta-se que, na hipótese de inexistência de cargo vago, o readaptando exercerá suas atribuições na condição de excedente. Excedente não se confunde com disponibilidade. O excedente trabalha, e, por isso, recebe normalmente sua remuneração. O servidor em disponibilidade não está trabalhando, e, por isso, recebe remuneração proporcional ao tempo de serviço.

A readaptação é instituto que atende servidor detentor de cargo efetivo. Com outras palavras, os servidores exclusivamente comissionados não são amparados pela readaptação. Sobre o tema, já decidiu o STJ (Recurso Especial 749852):

Agravo Regimental. Administrativo. Servidor Público ocupante de cargo comissionado sem vínculo efetivo com a Administração Pública. Readaptação. Impossibilidade.

Por fim, destaca-se que, à semelhança da promoção, a readaptação é forma de simultânea de vacância e provimento.

A reversão é o retorno do servidor aposentado à atividade. Pode ser de dois tipos: por insubsistência de motivo de invalidez (de ofício) ou no interesse da Administração (a pedido).

Na insubsistência de motivo de invalidez (reversão DE OFÍCIO), a causa que levou à aposentadoria (uma enfermidade) não existe mais. Em tal situação, o servidor em processo de reversão deverá ser submetido ao exame da junta médica oficial, a qual deverá declarar que inexiste o fato motivador da aposentadoria. Estando provido o cargo do servidor revertido, este exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Nota que o excedente pode surgir em duas circunstâncias: na readaptação e na reversão de ofício. Atenta pra isso, pois, a princípio, o revertido não ficará na condição de disponível, mas sim excedente, trabalhando e recebendo integralmente sua remuneração.

Já na reversão no interesse da Administração (a pedido), os seguintes requisitos devem ser satisfeitos (de acordo com o art. 25 da Lei 8.112, de 1990):

a) o servidor aposentado requer a reversão e não ter completado 70 anos (idade da aposentadoria compulsória);

b) a aposentadoria tenha sido voluntária, afinal se a aposentadoria foi por invalidez, a reversão será de ofício;

c) o servidor era estável;

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d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;

e) existência de cargo vago (na reversão no interesse da Administração não há exercício na condição de excedente).

Enfatiza-se que, embora preenchidos todos os requisitos legais, não há direito adquirido à reversão, ficando a decisão a critério da Administração.

Outro ponto importante é o prazo máximo (prescricional) no qual poderia ocorrer a reversão de ofício (invalidez do servidor). Os cinco anos, acima citados, são válidos para a reversão a pedido. Sobre o tema, decidiu o STJ (Recurso Especial 830116):

Direito Administrativo. Processual civil. Agravo Regimental no Recurso Especial. Servidor público federal. Aposentadoria por invalidez. Reversão ao serviço público. Fundamento exclusivamente constitucional. Prescrição. Não ocorrência. Ofensa ao art. 535 do CPC não demonstrada. Agravo improvido.

Enfim, não há, na opinião do STJ, prazo prescricional para a reversão de ofício.

Por fim, é digno de nota que o servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria. Ou seja, ao ser revertido, o servidor fica recebendo APENAS a remuneração ou o subsídio correspondente ao desempenho do cargo, deixando de receber os proventos de aposentadoria.

Fixação

(2011/FCC/TRF1/Analista) - João, servidor público federal, estável, retorna a cargo anteriormente ocupado em virtude de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo. Maria, servidora pública federal, aposentada por invalidez, retorna à atividade, tendo em vista que a junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos de sua aposentadoria. Os exemplos narrados correspondem, respectivamente, às seguintes formas de provimento de cargo público:

a) readaptação e aproveitamento. b) reintegração e recondução. c) reversão e readaptação. d) recondução e reversão. e) aproveitamento e reintegração

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Comentários:

Analise, primeiramente, a situação de João: foi inabilitado em estágio probatório. Agora, vejamos o que informa a Lei 8.112/1990:

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

Então, só com isso, a questão está resolvida. A situação de João é hipótese de recondução.

Já a segunda situação, de Maria, que estava aposentada, amolda-se ao seguinte dispositivo:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:

I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou

Então, a situação de Maria é de reversão. Com isso, está certa a Letra “D”.

Gabarito: alternativa D.

Fixação

(2012/FCC/2012/TRE-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO - OPERAÇÃO DE COMPUTADOR) Considere os seguintes requisitos:

I. A aposentadoria tenha sido voluntária.

II. Funcionário estável quando na atividade.

III. Aposentadoria tenha ocorrido nos sete anos anteriores à solicitação.

IV. Existência de solicitação de reversão.

Para a Reversão de servidor aposentado no interesse da administração, são necessários, dentre outros requisitos, os indicados APENAS em

a) I, II e III.

b) I e II.

c) II e IV.

d) I, II e IV.

e) III e IV.

Comentários:

O erro do item III é que, no caso de reversão a pedido, a aposentadoria deve ter ocorrido nos últimos cinco anos.

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Gabarito: alternativa D.

A seguir, síntese das formas de provimento:

FORMA DE PROVIMENTO RAZÃO/PALAVRA-CHAVE

Nomeação Provimento originário

Aproveitamento Em regra, retorno à atividade do servidor que estava em disponibilidade

Promoção Crescimento na carreira

Reintegração Demissão. Voltou. Reintegrou.

Recondução Voltar ao cargo anteriormente ocupado.

Readaptação Servidor sofreu limitação em sua capacidade de trabalho. Sendo possível, será readaptado.

Reversão O aposentado voltou ao exercício de cargo ativo.

OBSERVAÇÃO: remoção/redistribuição

Não são formas de provimento, e sim de deslocamento de servidor ou cargo

3. Posse X Exercício

A posse é o ato administrativo que “aperfeiçoa” a nomeação, é dizer, sem a posse, de nada vale a nomeação. Bem por isso a Lei 8.112/1990 registra que a investidura do servidor ocorrerá com a posse. Além disso, a doutrina sinaliza que se o nomeado não tornar posse, o ato jurídico [de nomeação] será tornado sem efeito. O prazo para a posse é improrrogável e de trinta dias, contados da nomeação.

Vejamos algumas informações de interesse:

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1ª - Na posse, não há que se falar em “assinatura de contrato”. É assinado um termo, no qual são firmados os compromissos do servidor;

2ª - É possível a posse mediante procuração específica (§ 3º do art. 13, Lei 8.112/1990);

3ª - Não se pode confundir posse com exercício. O “exercício” quer dizer “começar a trabalhar”. Pode não coincidir com a posse. Olha o que nos informa o §1º do art. 15 da Lei 8.112, de 1990:

É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.

Bom, só para registro: o servidor só fará jus à remuneração a partir do EXERCÍCIO e não da POSSE. Tem de trabalhar para receber!

Existem circunstâncias que, caso incorridas por alguém que seja servidor, prorrogam sua posse. São elas (art. 12, §3º, da Lei 8.112/1990):

Licenças: art. 81

I- por motivo de doença em pessoa da família

III- para o serviço militar

V- para capacitação

Afastamentos: art. 102

I- férias

IV- participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;

VI- júri e outros serviços obrigatórios por lei

VIII- licença:

"a" à gestante, à adotante e à paternidade

"b" para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo

"d" por motivo de acidente em serviço ou doença profissional

"e" para capacitação, conforme dispuser o regulamento

"f" por convocação para o serviço militar

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IX- deslocamento para a nova sede em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório

X participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica.

Detalhe – só há de se falar em posse no caso de nomeação para cargo público, seja ele efetivo ou em comissão. No caso de funções de confiança, há mera designação.

De toda forma, caso um servidor seja designado para o desempenho de função de confiança, aplicam-se as possibilidades de prorrogação do exercício dela, em face do que diz a Lei 8.112/1990. Entretanto, há algo muito próprio no caso daquele que é designado para o desempenho de função de confiança: a licença ou afastamento não poderá exceder a trinta dias da publicação, sob pena de tal designação ser tornada sem efeito.

Fixação

(2012/Anatel/Técnico) Julgue o próximo item com base nos dispositivos da Lei n.º 8.112/1990. A posse, por meio da qual se dá a investidura em cargo público, dispensa prévia inspeção médica oficial.

Comentários:

Analise o que dispõe a Lei 8.112/1990:

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.

Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

Então, para que servidor público tome posse DEPENDERÁ de inspeção médica.

Gabarito: ERRADO.

4. Remoção, Redistribuição e Substituição

De início, esclareça-se que a remoção e a redistribuição (ou ‘relotação’) não são formas de PROVIMENTO, mas sim de DESLOCAMENTO do servidor ou do cargo público, nessa ordem.

A remoção é deslocamento do servidor, com ou sem mudança de sede, para desempenhar suas atribuições em outra unidade do mesmo quadro (art. 36 da Lei 8.112, de 1990). Redistribuição é o deslocamento do cargo efetivo, ocupado ou não, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou atividade.

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Duas coisas podem ser destacadas:

- a remoção se faz dentro do mesmo quadro funcional. Por exemplo: servidor lotado em unidade do órgão “X” em Brasília é removido para a unidade do órgão “X” em São Luís;

- a redistribuição se faz no âmbito do quadro geral de um Poder, para outro órgão ou atividade. Por exemplo: o órgão “X” precisa de novos cargos na unidade administrativa no Estado do Acre. E, como vimos, a criação de cargos depende de lei. Ocorre que, dos 12 cargos no Estado de Pernambuco, apenas sete estão providos, restando cinco ociosos. No lugar de criar novos cargos, a Administração “desloca” os cinco cargos de Pernambuco para o Acre. Um caso real de redistribuição deu-se na criação da Super Receita, em que cargos do INSS foram redistribuídos para a Receita. Na ocasião, servidores do INSS (Autarquia Federal) passaram a exercer atribuições na Receita (órgão do Ministério da Fazenda).

Nota que, tanto na remoção, quanto na redistribuição, não houve redução ou acréscimo do quantitativo de servidores, não sendo, portanto, o caso de se falar em vacância ou em provimento.

A remoção dá-se: de ofício (no interesse da Administração) ou a pedido do servidor.

Na remoção de ofício, caso seja necessária a mudança de sede do servidor, este fará jus à ajuda de custo (máximo de até três remunerações, conforme regulamento), para compensar despesas ocorridas.

Na remoção de ofício, fica garantido, ainda, o direito do servidor e de seu cônjuge, filhos, enteados ou menor sob sua guarda, de se matricular em instituições de ensino congênere, em qualquer época, independente de vaga ou de época. A matrícula é “em instituições congêneres”. Não tem o filho do servidor, civil e militar, estudante de faculdade particular direito de matricular-se em Universidade Pública, em razão da remoção de ofício, a não ser, obviamente, que o curso só seja oferecido pela instituição pública.

A remoção a pedido, por sua vez, ocorre: a critério da Administração ou independente do interesse da Administração.

Na primeira hipótese, o servidor faz o pedido e a Administração avalia a conveniência (é ato discricionário). Já remoção a pedido, que independente do interesse da Administração, ocorre nas seguintes hipóteses:

- Para acompanhamento do cônjuge, que também deve ser servidor, ou militar, de qualquer dos poderes da União, dos

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Estados, dos Municípios, que foi deslocado no interesse da administração.

Detalhe: se o cônjuge passou em concurso ou solicita a remoção, ele é quem criou o problema, não tendo a Administração o dever de removê-lo, assim entende o STJ.

Professor, se o empregado da Caixa Econômica Federal (empresa pública federal) é removido, há direito de o servidor estatutário acompanhar o cônjuge?

Sim. O conceito de ‘servidor’, para efeito de acompanhamento por parte do cônjuge, deve ser visto em sentido amplo, isto é, o acompanhado ou acompanhante pode ser empregado público. Sobre o tema, decidiu o STF (MS 23.058):

Havendo a transferência, de ofício, do cônjuge da impetrante, empregado da Caixa Econômica Federal, para a cidade de Fortaleza/CE, tem ela, servidora ocupante de cargo no Tribunal de Contas da União, direito líquido e certo de também ser removida, independentemente da existência de vagas.

A alínea “a” do inciso III do parágrafo único do art. 36 da Lei 8.112/1990 não exige que o cônjuge do servidor seja também regido pelo Estatuto dos servidores públicos federais. A expressão legal “servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” não é outra senão a que se lê na cabeça do art. 37 da Constituição Federal para alcançar, justamente, todo e qualquer servidor da Administração Pública, tanto a Administração Direta quanto a Indireta.

O entendimento ora perfilhado descansa no regaço do art. 226 da Constituição Federal, que, sobre fazer da família a base de toda a sociedade, a ela garante “especial proteção do Estado”. Outra especial proteção à família não se poderia esperar senão aquela que garantisse a impetrante o direito de acompanhar seu cônjuge, e, assim, manter a integridade dos laços familiares que os prendem.

- Por motivo de doença do servidor, cônjuge, ou dependente que viva às suas expensas, sendo que deverá constar do assentamento funcional do servidor;

- Em virtude de concurso de remoção, em que o número de interessados é superior ao número de vagas na unidade de destino.

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(2011/FCC-ANA_ADM-TRT-4ªR-MAR) É cabível remoção a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração, em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for

(A) superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

(B) inferior ao número de vagas, em conformidade com normas estabelecidas pelo Poder Público em que aqueles estejam designados.

(C) superior ao número de vagas, a critério da autoridade competente, desde que presente o interesse público, independentemente da respectiva lotação.

(D) inferior ao número de vagas, a critério da autoridade competente, quando necessário ao atendimento de situações emergenciais do órgão ou entidade.

(E) igual ao número de vagas, de acordo com normas estabelecidas pelo órgão público independentemente do local da respectiva designação4.

Ainda acerca do instituto da remoção, interessante situação foi examinada pelo STJ. Vejamos trecho do julgado (AgRg no REsp 1.209.391-PB):

SERVIDOR PÚBLICO. REMOÇÃO. ACOMPANHAMENTO. CÔNJUGE. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA. COABITAÇÃO.

Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar a esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade antes da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger a unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e diário de um dos seus integrantes.

Nota que, na situação, foi denegada a remoção do homem para acompanhar sua esposa, também servidora e removida de ofício, uma vez que eles não moravam na mesma localidade antes de

4 Gabarito: Letra A.

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serem removidos. Não fosse isso, ou seja, se o casal residisse na mesma localidade, o servidor teria direito a acompanhar sua esposa, para que fosse preservada a unidade familiar, preceito consagrado pela CF/1988 (art. 226).

Lembre-se, ainda, de que as formas de deslocamento não são penalidades disciplinares, apesar de, infelizmente, isso acontecer bastante no mundo real (uso da remoção, sobretudo, com caráter punitivo). Na realidade, quando a remoção é assim utilizada, padece de grave desvio de finalidade, devendo ser invalidada pela Administração (princípio da autotutela) ou pelo Poder Judiciário (princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional).

Fixação

(CESPE-ANA_ADM-STM-JAN-2011) Considere que um servidor público tenha sido removido, de ofício, como forma de punição. Nessa situação, o ato de remoção é nulo, visto que configura desvio de finalidade.5

Em todas as hipóteses, sempre que a remoção/redistribuição implicar o exercício de atribuições do servidor em outro município, será concedido um prazo de 10 a 30 dias, contados da publicação do ato para a retomada do efetivo desempenho de suas atividades, estando incluso, nesse prazo, o tempo de deslocamento para a nova sede. Estando o servidor afastado, ou de licença, o prazo aqui referenciado deverá ser contado a partir do término do impedimento.

Por fim, fica o registro de que a remoção pode ocorrer sem mudança de sede. Por exemplo: servidor lotado no posto fiscal em Recife, em Pernambuco, é removido para a Delegacia da Receita Federal, também no Recife.

Fixação

(2012/CESPE/MPOG/Analista de Infraestrutura) Considere a seguinte situação hipotética. Uma servidora pública em estágio probatório solicitou remoção para acompanhar seu cônjuge, também servidor público, removido, em decorrência de aprovação em concurso de remoção, para unidade de lotação em outro estado da Federação. Nessa situação hipotética, a servidora não preenche os requisitos legais necessários à obtenção da remoção, visto que ainda cumpre estágio probatório, circunstância essa que condiciona sua remoção ao interesse da administração pública.

Comentários:

5 Gabarito: Certo.

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Em nenhum momento a Lei 8.112/1990 condiciona à remoção ao cumprimento do estágio probatório. Na realidade, há normativos do Poder Executivo que condicionam a remoção a pedido ao cumprimento do estágio probatório (é o exemplo do Policial Federal). Mas não se cuidou disso no item!

Gabarito: ERRADO.

5. Vacância

Vacância é a situação (ato ou fato administrativo) em que o cargo público está vago, sem ocupante, tornando-o passível de ser provido por alguém.

As formas de vacância previstas na 8.112/1990 são (art. 33): exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e falecimento.

De início, pede-se que não confunda exoneração e demissão. Esta é uma penalidade, prevista na Lei 8.112/1990, bem como no Código Penal. Os casos de exoneração, por sua vez, não decorrem de punição. Vejamos:

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.

Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;

II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.

Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á:

I - a juízo da autoridade competente;

II - a pedido do próprio servidor.

Fixação

(2012/CESPE/PC-CE/Inspetor) No que se refere a agentes públicos, julgue o item seguinte. A exoneração de servidor público em consequência de inabilitação em estágio probatório não configura punição.

Comentários:

Guarda para sua prova: a exoneração não possui natureza punitiva. Na realidade, o servidor ocupante exclusivamente de cargo comissionado pode ser exonerado a pedido ou a juízo da autoridade competente (art. 35 da Lei 8.112/1990). No caso de eventual penalidade a ser aplicada ao servidor, a

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Lei prevê punição específica: a destituição do cargo (art. 127 da Lei 8.112/1990).

Gabarito: CERTO.

Já foi falado, mas não custa repetir: promoção é, a um só momento, vacância, em cargo em classe inferior, e provimento, em cargo de classe superior, no âmbito de uma carreira.

E, além da promoção, há outras formas de vacância/provimento concomitante: a readaptação, a posse em outro cargo inacumulável, quando o servidor deverá pedir vacância do primeiro, ao passo que toma possa no segundo cargo, sem interromper o vínculo com a administração pública; e a recondução6, em decorrência de inabilitação em estágio probatório. Nessa última hipótese, o servidor, caso estável, deverá ser reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, provendo-o de forma derivada.

Fixação

(2012/CESPE/STJ/Técnico/ Telecomunicações e Eletricidade) Se o servidor que ocupa determinado cargo público tomar posse em outro cargo inacumulável, haverá vacância do cargo de origem7.

6. Sistema Remuneratório

6.1. Vencimento e remuneração

O tema foi objeto da aula anterior. Hoje é só para informar que os ocupantes de cargo público não recebem salário estrito senso, que é figura pecuniária própria para quem ocupa emprego, regido pela CLT, ok? Releia o assunto na aula anterior.

De toda forma, para não se perder a prática, seguem algumas questões, para treino:

6.2. Indenizações

As indenizações são devidas ao servidor em virtude de gastos decorrentes de exigências específicas do trabalho. Nada mais é do que a restituição desses gastos. São indenizações: ajuda de custo, diárias, e auxílios transporte e moradia. Abaixo cada uma dessas indenizações, de modo bem objetivo.

a) Ajuda de custo:

6 Ressalte-se que a recondução não se encontra elencada como hipótese específica de vacância, de acordo com o art. 33 da Lei

8.112/1990. Contudo não há dúvida que a recondução do servidor estável, em virtude de inabilitação em estágio probatório, é forma

concomitante de provimento/vacância. Assim entende a doutrina majoritária. 7 Gabarito: Certo.

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Destina-se a custear despesas do servidor que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com caráter permanente. Ou seja, o servidor público, removido de ofício, tem direito a este adicional. Nas outras hipóteses de remoção não há direito à ajuda de custo, portanto.

Esta verba de caráter indenizatório também é devida àquele que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão (com mudança de domicílio). Por exemplo: o sujeito mora no Rio de Janeiro, não é servidor público, mas é nomeado para um cargo em comissão em Brasília. Terá direito à ajuda de custo.

Na remoção de ofício, correm por conta da Administração, ainda, as despesas de transporte do servidor, de sua família, bagagens e bens pessoais. A ajuda de custo é, portanto, um ‘plus’. É como se fosse uma compensação, decorrente do desgaste da mudança, ocorrida no interesse da Administração.

O valor da ajuda de custo deve ser calculado com base no valor da remuneração, não podendo exceder o correspondente a três meses. Destaque-se que o servidor será obrigado a restituir o que recebeu caso, de maneira injustificada, não se apresente na nova sede em 30 dias.

À família do servidor que morrer na nova sede é garantida ajuda de custo/transporte para volta à localidade de origem, no prazo de um ano contado da data de falecimento.

Por fim, veda-se o duplo pagamento: ou seja, se o casal é de servidores, e houver a remoção, passando, ambos, a ter exercício na mesma sede nova, a ajuda de custo será devida apenas a um membro do casal.

b) Diárias:

Essa, sem dúvida, é a indenização mais conhecida. As diárias destinam-se a indenizar as despesas extraordinárias com alimentação, pousada e locomoção urbana e deve ser paga ao servidor que se afastar de seu local de lotação (sede) em caráter eventual/transitório (o deslocamento pode ser para localidades no Brasil ou exterior).

Aqui cabe um aviso para os amigos que vem da iniciativa privada. Normalmente, em empresas privadas, quando o sujeito, para fazer um trabalho para a empresa, recebe uma “ponta”, enfim, uma quantia para as despesas que surjam na viagem, na qual juntam comprovantes, e, quando retornam, “prestam contas” desse dinheiro. Se sobrar dinheiro, devolve. Se faltar, depois recebe a diferença. No caso das diárias dos servidores, é diferente. O sujeito recebe a diária, se sobrar, é dele a sobra. Se faltar, tem de se virar...

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Vamos prosseguir.

Se o deslocamento for exigência do cargo, não serão devidas diárias. Também não serão devidas diárias se o deslocamento ocorrer dentro de uma mesma região metropolitana (ou assemelhada) ou em áreas de controle integrado, mantidas com países limítrofes.

A diária é, evidentemente, devida por dia de afastamento, sendo paga pela metade quando o pernoite do servidor não for necessário, ou quando a União custear, de outro modo, despesas que deveriam ser arcadas com diárias.

Não havendo deslocamento da sede, ou no caso de retorno antecipado, o servidor tem cinco dias de prazo para o recolhimento proporcional das diárias.

Professor, os valores das diárias seguem um padrão entre os órgãos da Administração Pública?

Não é bem assim! Há diferença entre os valores das diárias pagas aos servidores, conforme o Poder do qual façam parte. Isso decorre do que dispõe o art. 52 da Lei 8.112/1990. Vejamos:

Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.

Os incisos citados são os que falam de ajuda de custo, diárias e transporte. Por isso, possível diferenciação de valores entre Poderes.

c) Transporte:

Conhecido como "auxílio-transporte", é devido ao servidor que utiliza meio de transporte próprio para a execução de serviços externos, em decorrência das atribuições próprias do cargo. Não deve ser confundido com a diária, cujo fundamento jurídico é outro: o afastamento eventual e temporário do servidor com relação ao local de sua lotação. E não tem qualquer ligação, ainda, com o “vale transporte”. A indenização não é para custear os meios transportes urbanos ou rurais (ônibus, trens ou metrôs, por exemplo).

d) Auxílio Moradia (arts. 60-A a 60-E e art. 158, da Lei 8.112/1990):

Essa é a indenização mais nova na Lei 8.112/1990.

Conhecida, vulgarmente, como “ressarcimento de moradia funcional”, o auxílio moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa

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hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.

Para concessão do adicional, deverão ser atendidos os seguintes requisitos previstos no art. 60-B da Lei 8.112/1990, a saber:

I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;

II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município, onde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;

IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;

V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;

VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;

VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, onde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e

VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.

IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.

Já o art. 60-C estabelece que “o auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a oito anos dentro de cada período de doze anos, ainda que o servidor mude de cargo ou de Município de exercício do cargo”. Assim, a cada doze anos, independente do município de sua lotação, o servidor só faz jus ao auxílio-moradia por um período máximo de oito anos. Após o transcurso do período citado (doze anos), o pagamento do auxílio moradia pode ser retomado, desde que cumpridos, reitere-se, os requisitos do art. 60-B da Lei.

O valor do auxílio-moradia é limitado a 25% do valor do cargo em comissão ocupado pelo servidor e, em qualquer hipótese, não poderá

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ser superior ao auxílio-moradia recebido por Ministro de Estado. A Lei informa, ainda, que, independente do valor da retribuição pelo cargo em comissão, o auxílio-moradia não será menor que R$ 1.800,00.

Por fim, no caso de caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.

Fixação

(FCC-2012-TRE-CE-Analista Judiciário-Área Judiciária) Considere:

I . Nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia.

II . O deslocamento tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.

III . O deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.

IV . O cônjuge do servidor ocupe imóvel funcional.

De acordo com a Lei n. 8.112/1990, conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos, dentre outros, os requisitos mencionados APENAS em

(A) I , III e IV.

(B) II e IV.

(C) I e III.

(D) I e IV.

(E) II e III8

Fixação

(CESPE-TÉCNICO JUD.-TSE-JAN-2007) Na semana passada, Fábio, que ocupava cargo em comissão no TRE-RJ, tomou posse em cargo comissionado no TSE, motivo pelo qual ele se mudou para Brasília, onde aluga um apartamento juntamente com sua companheira e um amigo que é servidor federal. Nessa situação, não obstaria o direito de Fábio a obter auxílio-moradia o fato de

A) o amigo que reside com ele receber auxílio-moradia.

8 Gabarito: Letra C.

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B) a companheira de Fábio ser proprietária de imóvel residencial em Brasília.

C) ele ter recebido auxílio-moradia durante os dois anos em que ocupou cargo em comissão no TRE-RJ.

D) ele recusar-se a residir em imóvel funcional posto à sua disposição, por considerar preferível habitar um apartamento mais próximo ao local de trabalho.

Comentários:

Item bem interessante, pois põe em prática o que vimos acerca do auxílio-moradia. Vejamos os erros:

- letra A: o amigo de Fábio já faz jus ao auxílio, o que impede do duplo pagamento. Não interessa se é amigo, colega, marido, mulher! Se alguém já recebe, o outro não pode receber.

- Letra B: se o sujeito é casado com alguém que já tem um imóvel na localidade, por que se pagar o auxílio moradia? A Lei impede que isso aconteça, de modo muito acertado.

- Letra D: se há um imóvel colocado à disposição do servidor, ou ele mora lá, ou não recebe o auxílio moradia, caso se recuse. A lógica é bem diferente das dos Deputados, por exemplo, que podem optar – ou recebem o auxílio moradia ou habitam no imóvel da Câmara colocado a sua disposição. Lembre-se de que para os servidores públicos (agentes administrativos) a história é outra.

A letra C está certa. Ter recebido auxílio moradia por apenas dois anos não impede o servidor de receber tal valor. Haveria o impedimento se o servidor tivesse recebido por 8 anos no período de 12 anos.

Gabarito: alternativa C.

Fixação

(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin) Os servidores públicos podem, além do vencimento, receber como vantagens indenizações, gratificações e adicionais. As indenizações referem-se a ajuda de custo, diárias e indenização de transporte. O auxílio-moradia é categorizado como vantagem adicional.

Comentários:

O auxílio-moradia, assim como as demais figuras citadas no item, é uma das indenizações citadas no art. 51 da Lei 8.112/1990. ERRADO o item, portanto.

Gabarito: ERRADO.

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(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin.) As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento, nos casos e nas condições indicados em lei.

Comentários:

Boa! É a literalidade da Lei 8.112/1990, que diz exatamente isso no §2º do art. 49 da Lei. Mas serve para reforçar que as indenizações não são incorporáveis.

Gabarito: ERRADO.

Fixação

(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin.) O servidor que, a serviço, afastar-se da sede, em caráter eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional fará jus a ajuda de custo destinada a indenizar as parcelas de despesas com pousada, alimentação e locomoção urbana.

Comentários:

Abaixo, o art. 58 da Lei 8.112/1990:

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.

Então, no afastamento da sede, com caráter eventual e transitório o servidor faz jus a DIÁRIAS e não a ajuda de custo, como diz o item, que, claro, está ERRADO.

Gabarito: ERRADO.

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6.3. Gratificações e Adicionais

Tais vantagens pecuniárias estão enumeradas no art. 61 da Lei 8.112/1990.

A Lei registra três gratificações: a Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessoramento, a Gratificação Natalina (13º salário) e por encargo de curso ou concurso.

Já os adicionais são os seguintes: Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas, Adicional pela prestação de serviço extraordinário, Adicional noturno, Adicional de férias e Outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

Vejamos um a um.

a) Retribuição Pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessoramento

É devida ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de natureza especial. É a compensação pelo esforço maior, decorrente da atribuição.

b) Gratificação Natalina (13º salário)

Equivale ao 13º da iniciativa privada, devendo ser paga na proporção de 1/12 avos por mês trabalhado no ano. Para efeito de cálculo, a fração de mês superior a 15 dias é considerada mês.

Sua base de cálculo é a remuneração do mês de dezembro, sendo que a gratificação natalina deve ser paga até o dia 20 de cada ano. Ao servidor exonerado será devida parcela proporcional, ou seja, se trabalhou seis meses, receberá 6/12 avos, a metade da gratificação natalina.

c) Adicional de Insalubridade (risco à saúde) Periculosidade (risco à vida), ou atividade penosa (em decorrência da lotação do servidor).

Tais adicionais são devidos a servidores que trabalham em condições insalubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida. Sobre o tema, interessante decisão do Tribunal de Contas da União (Acórdão 2769/1ª Câmara):

Os adicionais de insalubridade e de periculosidade constituem vantagens pecuniárias de caráter transitório e condicional, devidas apenas a quem presta o serviço em situações anormais, cessando o direito a esses benefícios com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa à sua concessão, razão por que não há justificativa legal para a

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continuidade do pagamento das referidas vantagens aos servidores inativos.

A razão do julgado é facilmente perceptível: quando o sujeito se aposenta, deixa de ter contato com as situações que determinavam o pagamento dos adicionais, os quais, em consequência, deixam de ser pagos. Não constituem, portanto, vantagens indiscriminadas de uma categoria, devendo-se analisar a situação de cada servidor, de modo a aferir se os adicionais em questão devem ser pagos ou não. Vejamos o que o STF já disse a respeito disso (RE 197915):

Servidor público: adicional de insalubridade: inaplicação do art. 40, § 4º, CF. Precedentes. O adicional de insalubridade não é vantagem de caráter geral, pressupondo atividade insalubre comprovada por laudo pericial. Não pode ser estendida indiscriminadamente a todos os servidores da categoria, ativos e inativos, não se aplicando o art. 40, § 4º, da Constituição.

Aquele servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade ou periculosidade tem que optar por um deles, sendo que se a causa que deu razão ao adicional for extinta, também extinto será o adicional.

A servidora gestante ou lactante deverá ser afastada de locais insalubres, perigosos ou penosos enquanto durar o período de lactação/gestação.

Caracteriza-se atividade penosa a situação de servidores em exercício em zona de fronteira ou em localidade cujas condições de vida justifiquem.

Detalhe! Servidores que operam com Raio X ou substâncias radioativas serão submetidos a exames médicos a cada 6 meses.

Registra-se que o impedimento de pagamento cumulativo é quanto aos dois adicionais (insalubridade e periculosidade). Isso mesmo. A vedação não atinge o de penosidade. Abaixo, trecho de decisão do STJ (Recurso Especial 951.633):

É possível a percepção cumulativa do adicional de insalubridade e da gratificação de raio X, pois o que o art. 68, § 1º, da Lei 8.112/90 proíbe é a cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade, nada prevendo quanto à cumulação de gratificações e adicionais, vantagens que não podem ser confundidas. Precedentes do STJ.

d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário:

É decorrente da atividade laboral exercida além da jornada normal de trabalho. Deve ser pago com acréscimo de 50% em relação a hora normal de trabalho.

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Visa ao atendimento de situações excepcionais e temporárias, sendo sua duração máxima, de acordo com a Lei 8.112/1990, de duas horas por jornada diária de trabalho.

e) Adicional noturno:

Devido pelo exercício de atividade compreendida entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, sendo o valor da hora trabalhada acrescida de 25%. Observe-se que cada hora é computada com 52 minutos e 30 segundos

ATENÇÃO: em se tratando de serviço extraordinário, incide sobre o valor da remuneração da hora acrescida daquele adicional. Exemplificando: imagina que o valor da hora “normal” de trabalho é de 10 reais. Caso ocorra trabalho noturno, o valor da hora será de 12,50 reais (25% de adicional noturno). Caso o trabalho seja noturno e, além disso, extraordinário, valor da hora será de 18,75 reais. O cálculo é realizado da seguinte forma: valor da hora normal (10 reais) + adicional do serviço extraordinário (5 reais) = 15 reais. Sobre esse valor, então, incide o adicional noturno, alcançando os 18,75 reais.

f) Adicional de férias:

Corresponde a 1/3 da remuneração do período de férias e independe de solicitação do servidor. Observação! No caso do servidor ocupante de cargo em comissão ou função de direção, chefia ou assessoramento, deve ser considerada a vantagem no cálculo do adicional de férias.

g) Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

Tal benefício pecuniário é devido ao servidor que, em caráter eventual:

I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;

II - participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

III - participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;

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IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.

A ideia é retribuir ao servidor que, além de suas atribuições decorrentes do cargo, participa desses importantes eventos de seleção, treinamento e desenvolvimento. Isso, claro, fora da jornada de expediente. Portanto, para que a referida gratificação seja paga, não serão computados tais trabalhos na jornada habitual do servidor (deve fazer fora da jornada de trabalho habitual).

Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que ora tratamos devem ser fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:

I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;

II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;

III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal:

a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando das situações em que ele atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal e componente de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de participação da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes ou participação na aplicação, fiscalização ou avaliação de provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.

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(2012/FCC/TRE-SP/Analista-Contabilidade) - Mariana, servidora pública federal, participa de uma Comissão para a elaboração de questões de provas, enquanto Lucas, também servidor público federal, supervisiona a aplicação, fiscalização e avaliação de provas de concurso público para provimento de cargos no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral. Ambos os servidores têm direito à gratificação por encargo de concurso, sendo que o valor máximo da hora trabalhada corresponderá a valores incidentes sobre o maior vencimento básico da Administração Pública Federal, respectivamente, nos seguintes percentuais:

a) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) e 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento). b) 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) e 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento). c) 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) e 1,1% (um inteiro e um décimo por cento). d) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento) e 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento). e) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) e 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento).

Comentários:

O examinador já deu uma dica a respeito de qual benefício pecuniário será pago aos servidores. Vejamos o que diz a Lei 8.112/1990:

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:

(...)

II - participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

(...)

IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.

Releia o comando da questão e observa que a situação de Mariana é abrangida pelo inciso II e de Lucas pelo inciso IV. Agora, analise o que diz o § 1º do art. 76-A:

§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:

(...)

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III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal:

a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;

b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.

Os valores máximos/hora a serem pagos a Mariana e Lucas são, respectivamente, de 2,2% e 1,2% do maior vencimento básico pago na Administração Pública. Está certa, portanto, a Letra “D’.

Gabarito: alternativa D.

Nota que todas as atividades que podem levar ao pagamento da gratificação por Encargo de Curso ou Concurso são eventuais. Por conta disso, já decidiu o TCU (Acórdão 3327/2007):

EMENTA: A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso, disciplinada no Decreto nº 6.114, de 15 de maio de 2007, não deve ser concedida como forma de pagamento de atividades administrativas de caráter permanente.

Por fim, registre-se que a Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.

6.4. Outros direitos e vantagens dos servidores públicos – férias, licenças, afastamentos e concessões

6.4.1. Férias (inc. XVIII do art. 7º da Constituição Federal e arts. 77 a 80 da Lei 8.1112/1990)

Os servidores, efetivos ou comissionados, têm direito a férias anuais de 30 dias. Para o 1º período, serão exigidos 12 meses. Exemplo: servidor toma posse em 1º de junho de 2013. Ele só pode tirar suas primeiras férias a partir de 31 de maio de 2014 (1º período aquisitivo). Já as férias de 2015, poderão ser gozadas a partir de janeiro, já que as férias passam a ser então NO exercício, não sendo mais necessário o cumprimento de novo período aquisitivo para fruição do direito.

A Lei 8.112/1990 dá a possibilidade de acúmulo das férias no caso de necessidade do serviço até um máximo de dois períodos consecutivos. Por outro, proíbe que seja levado à conta de férias qualquer falta ao serviço. Isso implica dizer que caso um servidor

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venha a faltar ao serviço, a ausência não poderá ser “descontada” nas férias.

O pagamento do terço de férias deve ser efetuado ATÉ dois dias antes do início do respectivo período. No caso de exoneração de servidor (efetivo ou em comissão), este fará jus ao pagamento do período completo (vencidas) e ao período incompleto (em aquisição). Neste último caso, na proporção de 1/12 avos por mês trabalhado.

As férias, excepcionalmente, podem ser interrompidas. A Lei prevê as seguintes hipóteses para tanto:

Calamidade pública, Comoção interna, Convocação para júri, Serviço militar ou eleitoral, e Por necessidade do serviço (deve ser declarada pela autoridade

máxima do órgão).

Após o período de interrupção, o período restante deve ser gozado de uma só vez.

Em âmbito federal, não é mais possível a conversão de 1/3 das férias em abono (diz-se que não é mais possível “vender” as férias). Contudo, é permitido o parcelamento em até 3 parcelas, desde que requerido pelo servidor e autorizado pela Administração.

Por fim, mas não menos importante, a situação daqueles que operam, habitualmente, com Raio “X”: tem direito a 20 dias de férias a cada semestre. Tais férias são inacumuláveis, ok?

6.4.2. Licenças (arts. 81 a 92 da Lei)

De modo didático, serão analisadas uma a uma as licenças, em seus principais aspectos. Para tanto, optou-se pela abordagem “esquemática”, construindo roteiros, que passarão a ser vistos logo a seguir.

Por oportuno, cita-se que o item “tempo de serviço” refere-se à forma como este deverá ser contado, bem como os efeitos decorrentes dessa contagem.

São licenças que podem ser concedidas ao servidor:

a) Por motivo de doença em pessoa da família;

b) Por motivo de afastamento do cônjuge ou do companheiro;

c) Para o serviço militar;

d) Para atividade política;

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e) Para capacitação;

f) Para tratar de interesses particulares;

g) Para desempenho de mandato classista;

h) Licença para tratamento da própria saúde (arts. 202 a 206 da Lei);

i) Licença à gestante, à adotante e à paternidade (arts. 207 a 210 da Lei); e

j) Licença por acidente em serviço (arts. 211 a 214 da Lei)

Nota

Se uma licença for concedida no prazo de 60 dias do término de outra da mesma espécie é considerada prorrogação.

a) Por motivo de doença em pessoa da família (art. 83):

- Limite de tempo: máximo de 150 dias

- Remuneração: primeiros 60 dias, remunerados. 90 dias restantes, sem remuneração

- Tempo de Serviço: período remunerado, contado apenas para efeitos de aposentadoria e disponibilidade. Período não remunerado, não contado como tempo de serviço.

- Concessão do Direito: concedida a servidor que comprove que é indispensável sua assistência ao ente familiar, desde que não haja possibilidade de exercício concomitante do cargo.

- Prorroga a posse? Sim.

- Observações Gerais:

- Veda-se o exercício de atividade remunerada durante a licença.

- Considera-se como pessoa da família: cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.

Fixação

CESPE - AUFC/Apoio Técnico e Administrativo/Gestão de Pessoas/2008

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Julgue os itens a seguir, de acordo com a Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações. Em caso de doença de padrasto ou madrasta de servidor, esse servidor não faz jus à concessão de licença por motivo de doença em pessoa da família, ainda que o doente viva sob suas expensas.

Comentários:

Confira o que diz a Lei 8.112/1990:

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.

Mesmo no caso de Padrasto/Madrasta é possível a concessão por conta de doença em pessoa da família.

Gabarito: ERRADO.

b) Por motivo de afastamento do cônjuge (art. 84 da Lei):

- Limite de tempo: Indeterminado.

- Remuneração: Não há.

- Tempo de Serviço: não computado.

- Concessão do Direito: ao servidor para acompanhamento do cônjuge que se desloque para outro ponto do território nacional, do exterior, ou para o exercício de mandato eletivo dos poderes Executivo ou Legislativo.

- Prorroga a posse? Não.

- Observações Gerais:

- É concedida a critério da Administração (é ato discricionário). Nesse contexto, a lei fala que “poderá” ser concedida a licença ora abordada;

- Poderá ocorrer a lotação provisória do servidor licenciado se na localidade houver atividade compatível com o seu cargo.

c) Licença para o serviço militar (art. 85)

- Limite de tempo: prazo indeterminado. Perdura enquanto durar o serviço militar.

- Remuneração: Legislação Específica

- Tempo de Serviço: efetivo exercício (art. 102, VIII, ‘f’, da Lei)

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- Concessão do Direito: Legislação Específica

- Prorroga a posse? Sim.

- Observações Gerais:

- Após o término da licença, o servidor terá 30 dias, sem remuneração, para reassumir o exercício do cargo do qual estivera licenciado.

d) Licença Para Atividade Política (art. 86)

- Limite de tempo: início com a escolha do servidor em convenção partidária, com prazo final até o 10º dia depois da eleição. Período máximo de três meses.

- Remuneração: a partir da escolha em convenção partidária até o dia anterior ao registro da candidatura: sem remuneração. A partir do registro até o 10º dia seguinte ao pleito, com remuneração, com o período máximo de 3 meses.

- Tempo de Serviço: período sem remuneração não computado como tempo de serviço. O restante é contado para efeito de aposentadoria e disponibilidade.

- Concessão do Direito: concessão obrigatória.

- Prorroga a posse? Não.

e) Licença para capacitação (art. 87 da Lei):

- Limite de tempo: até três meses.

- Remuneração: fará jus.

- Tempo de Serviço: efetivo exercício.

- Concessão do Direito: após cinco anos. Não é acumulável.

- Prorroga a posse? Sim.

- Observações Gerais:

- Sua concessão insere-se na competência discricionária da Administração.

- Substituiu, na Administração Federal, a antiga licença prêmio.

f) Licença para tratar de interesses particulares (art. 91 da Lei):

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- Limite de tempo: até 3 anos, podendo ser interrompida a qualquer tempo.

- Remuneração: Não há.

- Tempo de Serviço: não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito.

- Concessão do Direito: ao servidor estável.

- Prorroga a posse? Não.

- Observações Gerais:

Pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse da Administração.

g) Desempenho de mandato classista (art. 92 da Lei):

- Limite de tempo: período de duração igual ao do mandato, podendo ser prorrogada, uma única vez, no caso de reeleição.

- Remuneração: Não há.

- Tempo de Serviço: contado para todos os efeitos, exceto para promoção por merecimento.

- Concessão do Direito: servidores eleitos para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros.

- Prorroga a posse? Não.

- Observações Gerais:

- Representação de acordo com o número de associados: até 5.000, um servidor; de 5.000 a 30.000, dois servidores; mais de 30.000, três servidores.

- Não haverá remoção ou redistribuição para localidade diversa da qual o servidor exerce o mandato.

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6.4.3. Afastamentos

A Lei 8.112, de 1990, prevê quatro situações de afastamento:

a) Servir outro órgão/entidade;

b) Exercício de mandato eletivo;

c) Estudo ou missão no exterior;

d) Participação em programa de pós-graduação stricto sensu no País.

a) Para servir outro órgão/entidade (art. 93 da Lei)

- Limite de tempo: não há menção na Lei.

- Remuneração:

- Sendo para Estados (inclui Distrito Federal), Municípios, o ônus é para a cessionária (quem “recebe”). No caso de outro órgão/poder da União, para o cedente (quem “emprestou”);

- No caso de empresas públicas e sociedades de economia mista federais: o cedente paga o servidor, e depois obtém o ressarcimento da cessionária.

- Tempo de Serviço: efetivo exercício. O tempo de serviço prestado a Estados e DF e Municípios é contado para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, inc. I, da Lei).

- Concessão do Direito: a lei não especifica.

- Observações Gerais:

Servidor em estágio probatório faz jus a este tipo de afastamento, desde que para o exercício de cargos de DAS no mínimo 4, ou cargos equivalente.

b) Exercício de mandato eletivo (art. 94 da Lei)

- Limite de tempo: enquanto durar o mandato. Não há limite no caso de reeleição.

- Remuneração:

- Mandato federal ou estadual: subsídio referente ao cargo político, necessariamente;

- Servidor investido no mandato de Prefeito: pode fazer opção.

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- Servidor investido no mandato de Vereador: se houver compatibilidade de horário, pode acumular. Se não, pode optar.

- Tempo de Serviço: efetivo exercício.

- Concessão do Direito: Servidor público investido em mandato eletivo, federal, estadual ou distrital, bem com no mandato de Prefeito ou vereador.

- Observações Gerais:

- Servidor aposentado pode acumular proventos com subsídios do mandato eletivo;

- Veda-se a remoção e redistribuição do eleito para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

c) Estudo ou missão no exterior (art. 95 da Lei)

- Limite de tempo: 4 anos.

- Remuneração: a ser disciplinada em regulamento. No caso de afastamento de servidor para servir em Organismo Internacional de que o Brasil coopere/participe haverá perda da remuneração.

- Tempo de Serviço: efetivo exercício.

- Concessão do Direito: a servidor público, sem menção se estável ou não. A matéria deve ser disciplinada em regulamento.

- Observações Gerais:

- Depois do término da licença, somente decorrido igual período poderá ser concedida nova licença sob o mesmo fundamento;

- Não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrer prazo igual ao do afastamento, salvo se o servidor ressarcir a despesa ocorrida;

- Não se aplica aos servidores da carreira diplomática.

d) Participação em programa de pós-graduação stricto sensu no País (art. 96-A da Lei)

- Limite de tempo: a Lei 8.112/1990 não estabelece de modo claro qual limite máximo. Contudo, estatui uma espécie de ‘pedágio’: os servidores beneficiados por este afastamento terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido.

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- Remuneração: recebida normalmente.

- Tempo de Serviço: efetivo exercício.

- Concessão do Direito: para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

- Observações Gerais:

- Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento;

- Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência (o pedágio, mencionado acima), deverá ressarcir o órgão ou entidade, em 60 dias, dos gastos com seu aperfeiçoamento. O mesmo ocorrerá, quando o servidor não obtiver o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.

6.4.4. Concessões

As concessões constituem-se em possibilidades de faltas justificadas do servidor, ou seja, o servidor não trabalha, mas tem a falta “abonada”, em virtude de previsão legal. A Lei prevê as seguintes concessões:

a) Doação de Sangue – concessão de 1 dia. Não há limite no número de vezes que um servidor pode doar sangue em um ano;

b) Alistamento eleitoral – concessão de 2 dias;

c) Casamento ou Morte em pessoa da família (cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob a guarda ou tutela e irmãos) – concessão de 8 dias consecutivos.

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d) Horário especial para servidor estudantes – hipótese diferenciada de concessão. Na concessão do horário especial, devem ser observadas as seguintes circunstâncias:

- Quando comprovada a incompatibilidade entre o horário de estudos do servidor e o de funcionamento da repartição; e,

- Não deve haver prejuízo no exercício do cargo. Desse modo, deve haver a compensação do horário.

- A Administração não pode negar a concessão, pois o ato é vinculado.

- Se o servidor for removido, é assegurado o direito de matrícula em instituição de ensino congênere a ele e a seus filhos, enteados, cônjuge ou companheiro.

- Ao servidor portador de necessidades especiais também será concedido horário especial, só que não haverá a necessidade de compensação de horário.

6.5. Limites de Despesa com Pessoal

Questões envolvendo os limites de gastos com pessoal são mais frequentes em provas de Direito Financeiro e Orçamentário. No entanto, como em alguns Editais, há menção no conteúdo de Direito Administrativo, fazem-se necessárias breves considerações.

A CF/1988 dispõe:

Art. 169 A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

A Lei Complementar 101, a Lei de Responsabilidade Fiscal, é que, atualmente, traz limites para as despesas de pessoal, da seguinte maneira:

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinquenta por cento);

II - Estados: 60% (sessenta por cento);

III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

Note-se que tais limites são gerais, com várias exclusões e regramentos próprios, os quais, quando necessários, devem ser

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estudados mais pelos ares do Direito Financeiro do que pelo Direito Administrativo. Mas, para evitar surpresas, prossigamos em nossas análises.

Há um conceito sobremodo importante para a apuração do excesso de despesa de pessoal constante do transcrito caput do art. 19: receita corrente líquida, que é detalhado no inc. IV do art. 2º da LRF. Entretanto, mais uma vez, esse conceito deve ser investigado só se em seu concurso cair AFO, ok?

Interessante questão que se põe em termos constitucionais é se um dos entes da Federação extrapolar os limites de despesa de pessoal. O que fazer? A resposta é encontrada no art. 169 da CF/1988. Vejamos:

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: (EC nº 19/1998)

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; (EC nº 19/1998)

II - exoneração dos servidores não estáveis. (EC nº 19/1998)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (EC nº 19/1998)

Portanto, é possível, em última medida, que até servidores estáveis percam seus cargos, para adequação aos limites de gasto de pessoal. Entretanto, tais servidores não sairão de “mão abanando”. Sobre o tema, dispõe o §5º do art. 169 da CF:

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.

E, para que tal situação não venha se tornar simplesmente medida que poderia ser utilizada indevidamente, observa o que diz a CF/1988:

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

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E mais: os limites (e seu cumprimento) devem ser examinados por Poder (art. 20 da LRF).

A ideia de todo esse arcabouço é de que haja responsabilidade, na condução dos gastos de pessoal, evitando algo tão comum em nossa gestão pública: os excessos!

7, Do Regime Disciplinar dos Servidores Públicos (arts. 116 a 142 da Lei 8.112, 1990)

7.1. Dos Deveres (art. 116 da Lei)

Antes falar, propriamente, dos meios de apuração e das consequências do cometimento de infrações disciplinares, cumpre-nos apresentar alguns dos deveres do servidor público.

O primeiro e clássico dever é o de obediência. Conforme previsão legal, é dever do servidor observar normas legais e regulamentares. Contudo o servidor não está obrigado a cumprir ordens superiores quando estas forem manifestamente ilegais, sendo dever, por força do contido no inciso XII do art. 116, representar contra tal ato. A representação, em virtude da hierarquia que orienta a administração pública, deverá ser encaminhada à autoridade superior àquela contra a qual está sendo formulada.

Outros deveres do servidor que, genericamente, merecem destaque são os de: ser zeloso (diligente), leal, ético em sua conduta, obediente à estrutura hierárquica, reservado quanto a assuntos da repartição, assíduo, pontual, solícito (dever de urbanidade – cortesia).

Bom, apesar de ser meio “chatinho”, mas para evitar surpresas em prova, vejamos, na íntegra, todos os deveres constantes do art. 116 da Lei 8.112/1990:

Art. 116. São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

II - ser leal às instituições a que servir;

III - observar as normas legais e regulamentares;

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

V - atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

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c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

Vamos tratar do assunto em questões?

7.2. Das Proibições (art. 117 da Lei)

Incorrendo em situações que lhe são vedadas, os servidores públicos podem sofrer punições, de acordo com previsão na Lei 8.112/1990. O interessante, de pronto, é que as proibições são mais específicas (menor generalidade) que os deveres. Vejamos, então, quais são as principais proibições que constam da 8.112:

Art. 117. Ao servidor é proibido:

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;

III - recusar fé a documentos públicos;

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

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IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;

X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV - proceder de forma desidiosa;

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:

I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e

II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses.

Se há um inciso do art. 117 que merece atenção é o “X”. Nota que, a princípio, o servidor não pode participar de gerência ou administração de sociedade privada, bem como exercer o comércio. Entretanto, a Lei abre exceção: é possível o servidor ser acionista, cotista ou comanditário da empresa. Enfim, não pode é exercer o comércio, mas, por exceção, podem ser sócios de empresa.

Outra coisa importante com relação ao inciso “X” é que, durante o período de licença para tratar de interesses particulares, o servidor público poderá assumir a gerência de entidade privada e praticar o comércio, uma vez que o inciso II do parágrafo único do art. 117 abre tal exceção, observado o conflito de interesses.

Fixação

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CESPE - TJ TRE RJ/Administrativa/2012

Com base nas normas aplicáveis aos servidores públicos federais, julgue o item a seguir. É permitida a participação de servidor público nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou em entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços de natureza social a seus membros.9

Fixação

(2011/FCC/TRF-1A./Técnico) - Dentre outras situações, ao servidor é proibido a) cometer a pessoa estranha à repartição, ainda que em casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado. b) retirar, ainda que com prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição. c) opor resistência justificada ao andamento de documento e processo. d) promover manifestação de apreço ou desapreço fora da repartição. e) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada.

Comentários:

Direto para os comentários:

- Letra A: ERRADA. A proibição que consta da Lei é quanto ao cometimento à pessoa estranha à repartição FORA dos casos previstos em lei do desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado (veja o inc. VI do art. 117 da Lei 8.112/1990, abaixo).

- Letra B: ERRADA. A 8.112 diz ser proibido retirar, SEM prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição (veja o inc. II do art. 117 da Lei 8.112/1990, abaixo).

- Letra C: ERRADA. É proibido opor resistência INjustificada ao andamento de documento e processo.

- Letra D: ERRADA. Promover manifestação de apreço ou desapreço NO RECINTO da repartição é proibido (inc. V do art. 117 da Lei 8.112/1990). Fora, não.

- Letra E: CERTA. É proibição literal constante do inc. X do art. 117 da Lei 8.112/1990.

Gabarito: alternativa E.

9 Gabarito: CERTO.

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7.3. Das Responsabilidades (Arts 121 a 126)

Cargos públicos devem ser exercidos com normalidade, ou seja, dentro dos limites da Lei. O indevido exercício do cargo levará o seu ocupante, o servidor, a responder pelas infrações cometidas. Conhecidamente, a responsabilização do servidor dá-se em três esferas: civil (prejuízo material), penal (crimes e contravenções) e administrativa, de acordo com o caso.

Essas esferas, com as respectivas penalidades, ainda que independentes, poderão ser cumulativas, é dizer, um servidor que tenha sofrido uma sanção na esfera administrativa poderá também ser sancionado cível e penalmente, em razão de um mesmo fato. Destrinche-se essa última assertiva, tendo em conta, sobretudo, a apuração criminal.

A absolvição penal negando a autoria do crime ou a afirmando a inexistência do fato interfere nas outras duas esferas (civil e administrativa).

Por que a esfera criminal repercute nas demais? Essa deve ter sido a pergunta feita por alguns.

Isso se deve à apreciação das provas na esfera criminal, que é muito mais ampla, mais minudente. De fato, o Juiz é o mais cuidadoso possível na condução do processo de sua competência e na aplicação da pena de sua alçada, até tendo em conta que as penas “capitais” em nosso país, praticamente, vêm da esfera criminal (não há prisão por dívida/civil no Brasil, salvo aquele caso “bobo” que o examinador quase não coloca mais em prova: não pagamento de pensão alimentícia).

De toda forma, se na esfera criminal houve a absolvição por insuficiência de provas, o resultado não interfere nas demais instâncias, nas quais se poderia muito bem aplicar punições ao servidor infrator. Um pequeno exemplo simplifica.

Suponha que haja desaparecido um notebook no órgão público ‘X’. Feita a denúncia criminal e instaurado o processo judicial, o Juiz responsável absolve o potencial infrator, pela falta de provas cabais que levassem à conclusão de aquele servidor seria, efetivamente, o culpado. A situação, que não é tão rara, ocorre, no essencial, por conta de dois princípios: na dúvida, em benefício do réu (in dúbio pro réu); e, todos são inocentes até que se PROVE o contrário (presunção de inocência). Desse modo, havendo dúvida se o servidor seria, ou não, culpado, resta ao Juiz absolvê-lo. Pois bem. Instaurado um processo administrativo (de natureza disciplinar, ressalte-se), a Administração estaria impedida de aplicar uma punição ao faltoso? NÃO. Por exemplo: adverti-lo, em razão de não ter guardado o equipamento em local adequado, no qual ficasse fora do alcance de

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pessoas mal intencionadas. Em suma: é possível punição administrativa no caso de absolvição criminal POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS, até em razão mesmo da natureza das punições administrativas, bem mais “leves” que as criminais.

Alguns autores gostam de chamar essa situação de “resíduo administrativo”: a infração potencial não poderia ser punida criminalmente, ante a insuficiência de provas para tanto, mas poderia ser punida administrativamente, desde que haja provas para tal fim. Desnecessária, portanto, a conclusão (ou sequer a instauração) de processo criminal para que uma eventual punição administrativa seja aplicada a um servidor faltoso. Há, inclusive, súmula do STF acerca do assunto:

Súmula 18 - Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público.

Há muita controvérsia doutrinária a respeito da CONDENAÇÃO na esfera penal. A controvérsia está em saber se sentença condenatória repercute, ou não, na esfera administrativa. No entendimento majoritário da doutrina, não há influência direta da esfera penal, nessa hipótese (condenação). Isso por conta do que diz o art. 92 do Código Penal, que, para essa doutrina, não há aplicação “automática” da punição de perda do cargo público, o que dependeria do juízo competente, noutras palavras, dependeria do que constasse da sentença penal condenatória. Desse modo, caso o judiciário condenasse o servidor, a sentença deveria especificar, se for o caso, quais os efeitos na esfera administrativa que irão ocorrer.

Fixação

(2013/CESPE/PC-BA/Delegado) A condenação criminal do servidor por meio de sentença transitada em julgado acarreta o reconhecimento automático de sua responsabilidade nas esferas civil e administrativa.

Comentários:

Item complicado. Na doutrina, há muita controvérsia a respeito da CONDENAÇÃO na esfera penal. A controvérsia está em saber se sentença condenatória, afinal, repercute, ou não, na esfera administrativa. No entendimento majoritário da doutrina, não há influência direta da esfera penal, nessa hipótese (condenação). Isso por conta do que diz o art. 92 do Código Penal, que, para essa doutrina, não há aplicação “automática” da punição de perda do cargo público, o que dependeria do juízo competente, noutras palavras, dependeria do que constasse da sentença penal condenatória.

Desse modo, caso o judiciário condenasse o servidor, a sentença deveria especificar, se for o caso, quais os efeitos na esfera administrativa que irão

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ocorrer. Entretanto, há corrente doutrinária que defende outra tese – caso o servidor fosse condenado, nessa condição, criminalmente, haveria de ser punido também administrativamente. A tese é compreensível, uma vez que não faz muito sentido o sujeito estar condenado na esfera penal (mais minuciosa) e ser absolvido criminalmente. Por isso, ante a divergência da doutrina, o CESPE anulou o item, com o seguinte argumento:

Por haver divergências entre legislação e doutrina no que tange ao reconhecimento automático da responsabilidade nas esferas civil e administrativa, opta-se pela anulação do item.

Gabarito: Anulada.

Já a responsabilização civil pressupõe que houve um prejuízo, material ou moral, causado a alguém e tem por fim a reparação do dano. No caso de falecimento do servidor que houver proporcionado o prejuízo, a obrigação de ressarcir se estende aos herdeiros (sucessores) até o limite do valor da herança recebida. ATENÇÃO: ainda não chegamos à matéria propriamente, mas bom registrar, desde logo, que o SERVIDOR responde subjetivamente, ou seja, só se culpado (em sentido amplo, envolvendo dolo e culpa) pelo prejuízo causado a alguém.

Já a responsabilidade da Administração Pública PODERÁ SER OBJETIVA (§6º do art. 37 da CF/1988).

7.4. Das Penalidades Administrativas

A responsabilização administrativa decorre de infrações com esta natureza. Em especial, a Lei 8.112/1990 indica as seguintes punições como passíveis de serem aplicadas aos servidores (art. 127):

a) Advertência;

b) Suspensão;

c) Demissão;

d) Destituição de cargo em comissão ou função comissionada; e,

e) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Duas informações essenciais:

I) Para os servidores públicos, demissão é punição. Assim, quando alguém não deseja mais permanecer no cargo, não pedirá demissão, mas sim exoneração; e,

II) A exoneração não é um ato punitivo, mas tão só uma forma de vacância prevista na Lei 8.112/1990 (arts. 33 e 34). Assim, servidor regido por esta norma não pode ser punido com exoneração.

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Bom, agora vamos fazer aquilo que “concurseiro” gosta: esqueminhas. Olha só: o trecho abaixo sintetiza o que há de mais importante no que diz respeito às punições aplicáveis aos servidores. Então, bastante atenção, ok? Mas, explicando um pouco mais o esquema.

Natureza quer dizer qual a gravidade da punição. A mais leve é a advertência, a mais pesada é a demissão.

Para servidor diz respeito a quem pode receber a punição em questão.

Prazo de prescrição é em quanto tempo a punição prescreve. Mas, ATENÇÃO PARA A CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL – de acordo com a 8.112, a prescrição começa a correr QUANDO O FATO SE TORNA CONHECIDO!!!! (e não da ocorrência do fato. Confiram no art. 142 da Lei 8.112/1990).

Instrumento de apuração refere-se a qual tipo de processo deve ser utilizado para apurar, e, sendo o caso, punir a infração. Detalhe: a abertura de sindicância ou de PAD, com vistas à apuração da potencial infração administrativa INTERROMPERÁ (não é suspensão!) a contagem do prazo prescricional, até a decisão final proferida por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo para a prescrição voltará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

Autoridade competente para aplicar: quem pode aplicar a pena.

Registro em assentamento: indica quando a punição deve ser “inscrita na ficha” do servidor punido. Tal observação deve ser lida em conjunto com o cancelamento do Registro: caso o servidor não tenha praticado nova infração disciplinar no período indicado nessa observação, voltará a ser “primário”, isto é, a infração será “apagada de sua ficha”.

Fixação

(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin.) A abertura de sindicância contra o servidor não interrompe o curso do prazo prescricional da ação disciplinar. (Certo/Errado)

Comentários:

Vejamos o art. 142 da Lei 8.112/1990:

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§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

Ficou moleza! A abertura dos processos que visem à apuração de eventual responsabilidade do infrator interrompe o curso da prescrição. Logo, ERRADO o item.

Gabarito: ERRADO.

Por fim, principal consequência, que é expressão autoexplicativa. Vamos ver as punições.

a) Advertência:

- Natureza: leve

- Para servidor: Efetivo e não efetivo

- Hipóteses de Infração: descumprimento do art. 117, inc. I a VIII e XIX (recusa de atualização de dados cadastrais)

- Prazo de Prescrição: 180 dias. Chame-se atenção para o fato de que os prazos prescricionais, na 8.112, contam a partir do tempo em que o FATO SE TORNA CONHECIDO (não é da ocorrência do fato, ok?);

- Instrumento de Apuração: Sindicância

- Autoridade competente para aplicar: chefe da repartição ou outras autoridades previstas em regulamento

- Registro em Assentamento: Sim

- Cancelamento do Registro: 3 anos de efetivo exercício, caso o servidor não tenha praticado nova infração disciplinar no período.

- Principal consequência: Penalidade de Suspensão, no caso de reincidência no período de 3 anos.

OBS: a mais branda das penalidades.

b) Suspensão

- Natureza: grave.

- Para servidor: efetivo, apenas.

- Hipóteses de Infração: caso de reincidência em advertência, exercício de atividade estranha ao serviço público, e entrega do exercício de atribuição a outro servidor.

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- Prazo de Prescrição: 2 anos (contados do conhecimento do fato, denúncia formal).

- Instrumento de Apuração: Sindicância, para um máximo de 30 dias. Processo Administrativo Disciplina (PAD) nos demais casos.

- Autoridade competente para aplicar: até 30 dias – chefe da repartição ou outras autoridades previstas em regulamento. Mais de 30 dias, autoridade superior à chefia imediata.

- Registro em Assentamento: sim.

- Cancelamento do Registro: após 5 anos.

- Principal consequência: suspensão da contagem do tempo de serviço; cancelamento da remuneração.

Observação:

- Limite máximo de 90 dias. Havendo conveniência, poderá ser convertida em multa na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração. O servidor deverá permanecer em atividade. (ATENÇÃO: MULTA, DECORRENTE CONVERSÃO DA SUSPENSÃO, NÃO É PENALIDADE AUTÔNOMA! Ou seja, o servidor não pode, com base na Lei, ser multado. Pode ser SUSPENSO, e a suspensão, a critério da Administração, convertida em multa).

- Servidor que se recusa a submeter a exame médico: caso específico de suspensão (até 15 dias).

c) Demissão:

- Natureza: Gravíssima.

- Para servidor: efetivo.

- Hipóteses de Infração: art. 132.

- Prazo de Prescrição: 5 anos.

- Instrumento de Apuração: PAD.

- Autoridade competente para aplicar: Os Chefes de Poder, por assim dizer. Entretanto, é possível delegação de competência. Portanto, Ministros podem, eventualmente, demitir servidores (delegação do Presidente da República).

- Registro em Assentamento: Sim.

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- Cancelamento do Registro: não haverá.

- Principal consequência: quando ocorrer no caso de “a bem do serviço público” (hipóteses dos incs. I, IV, VIII, X e XI, do art. 132 da Lei) impedem o servidor de retornar ao serviço público para sempre (na mesma esfera). Há quem diga ser inconstitucional por importar pena de natureza perpétua. O STF, no entanto, tem precedentes que defendem a constitucionalidade da norma.

Observação:

- A cassação da aposentadoria ou da disponibilidade aplica-se ao inativo que tenha praticado, na atividade, falta punível com demissão.

- A destituição de cargo em comissão será aplicada nos casos de fatos puníveis com suspensão ou demissão.

- Apesar de o art. 132 da Lei descrever as situações que levam à demissão do servidor, o STJ tem entendido10 que não há vinculação na aplicação da penalidade, uma vez que a Administração deveria ter em consideração a vida pregressa do infrator para concluir qual a penalidade a ser aplicada, levando a certa discricionariedade nessa tarefa.

Fixação

(2013/CESPE/CNJ/Técnico-Programação de Sistemas) Cabe ao presidente da República aplicar a penalidade de demissão ao servidor público, sendo essa competência não delegável.

Comentários:

Primeiro, vejamos o que diz a Lei 8.112/1990:

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;

É possível, a delegação de competência para aplicação de penalidade de demissão por parte de outras autoridades, no Poder Executivo, além do Chefe do Executivo. O item, com isso, está ERRADO.

Gabarito: ERRADO.

10 Nesse sentido MS 10.950, de 2012 e 13.523, de 2009.

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8. Meios de Apuração da Responsabilidade dos Servidores

8.1. Introdução

Em virtude do que aponta a doutrina, as sindicâncias e os PADs podem ser entendidos como os instrumentos administrativos destinados à apuração das eventuais infrações cometidas por servidores públicos, desde que tais infrações sejam praticadas no exercício das atribuições do cargo ou relacionadas a estas.

Como nos demais processos, sempre que for necessário, haverá contraditório/ampla defesa. Entretanto, nem toda sindicância tem caráter acusatório. De fato, há sindicâncias meramente inquisitoriais, isto é, investigativas. Exemplo disso: some um bem da Administração. Não se sabe, ainda, quem é o potencial autor da infração. Deve-se fazer, preliminarmente, sindicância, para que apontem aqueles que deverão responder o processo. Nesta sindicância, diga-se, não será necessário contraditório, pois se tratava de mera investigação preliminar.

Destaque-se que no transcurso do PAD – bem como da sindicância – deve-se buscar, sempre, a verdade material (ou real). Assim, o julgamento deverá ser proferido com base naquilo que REALMENTE ACONTECEU, e não apenas nas provas constantes dos autos. Em outras esferas, como na civil, por exemplo, o julgamento deve se ater ao vislumbrado nos autos, ou seja, à verdade processual ou formal. Vejamos isso com um exemplo: um servidor é acusado em um PAD. Opta por não produzir sua defesa (isso é possível, pois defesa é direito, não dever). Ainda assim, terá defesa, feita por um defensor dativo (entenda como obrigatório).

No que diz respeito à produção de provas, vale a regra de que incumbe a quem acusa provar a veracidade de suas afirmações, ou seja, como a Administração é quem está acusando o servidor do cometimento de alguma infração, cabe a esta provar a verdade de suas afirmações.

Conforme dispõe o art. 143 da 8.112/1990, a autoridade que tomar conhecimento de eventuais irregularidades cometidas por servidores públicos deverá adotar as medidas necessárias com vistas à imediata apuração, por meio da SINDICÂNCIA ou do PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. Se não proceder assim, a autoridade estará agindo de maneira incorreta e poderá acabar a própria autoridade, sendo responsabilizada, em razão de omissão de dever (de determinar a instauração do processo).

Importante! Como o art. 143 da Lei determina que a autoridade deve apurar infrações potenciais das quais tome conhecimento, o STJ

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entende que o uso de tal poder (disciplinar) é vinculado, ok? Entretanto, quanto à extensão da penalidade, tem se entendido que há certa discricionariedade. Isso se dá, pois a tipificação no Direito Administrativo Disciplinar não é tão fechada quanto no Direito Penal. Lá, as coisas são mais bem ‘encaixadinhas’, havendo menos margem para a autoridade responsável pela penalidade.

Aqui, no regime disciplinar dos servidores, a Lei 8.1112/1990 simplesmente fala que a reincidência em hipótese de advertência levará à suspensão. Mas não estabelece prazos mínimos, agravantes, qualificadoras, etc. Assim, teríamos duas vertentes para o Poder Disciplinar exercido pela Administração sobre seus servidores:

- USO: VINCULADO, já que não há escolhas para a autoridade, que deve determinar a instauração do processo diante de potenciais irregularidades;

- APLICAÇÃO DA PENALIDADE: DISCRICIONÁRIO, já que há uma tipificação mais aberta.

Fixação

(2013/CESPE/MPU/TÉCNICO/GABPREL) Considere que determinado técnico do MPU tenha cometido infração disciplinar e que seu chefe imediato tenha dela tomado conhecimento no dia seguinte ao da prática do ato. Nesse caso, deve o chefe do servidor promover a apuração imediata da irregularidade, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar.

Comentários:

Vejamos o que diz o art. 143 da Lei 8.112/1990:

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

A partir disso, o STJ tem entendido que o uso do Poder Disciplinar é VINCULADO, já que a autoridade que toma conhecimento de eventual infração cometida por quem lhe seja subordinado não poderá se furtar à apuração do ilícito. O item está em exata conformidade com o que diz a Lei e a jurisprudência, portanto.

Gabarito: CERTO.

8.2. Sindicância

Por oportuno, tracemos as principais distinções entre o PAD e a sindicância.

Em regra, a sindicância constitui mero procedimento investigatório, equivalente ao inquérito policial, sem a formalização

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de acusação. Em tais casos, em que a sindicância tem caráter meramente investigativo (não punitivo), é desnecessário o contraditório, e é chamada, tal espécie de sindicância, de INQUISITORIAL, como sobredito.

JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE:

Mandado de Segurança nº 22.888/STF: Voto: “(...) No caso concreto, (...) teve-se a sindicância, que chamei de ‘procedimento unilateral inquisitivo’. (...) o art. 143, ao prever a sindicância, fala em ampla defesa. Mas, a meu ver, o sistema - se é que se pode chamar de sistema esse aglomerado de dispositivos da Lei 8.112 - leva-nos a interpretar cum grano salis essa alusão à ampla defesa. Ela frequentemente não pode ser facultada desde o início, porque a sindicância pode ter por objeto buscar, já não digo a prova, mas indícios, elementos informativos sobre a existência da irregularidade de que se teve vaga notícia e de quem possa ser o seu autor, para que, aí sim, resultar, se a falta é grave, na instauração do processo, com a imprescindível notificação inicial para que o acusado acompanhe toda a instrução, esta, iniludivelmente contraditória. Nesse caso, não faria efetivamente sentido - que a essa sindicância - que se destina unicamente a concretizar uma imputação, a ser objeto de uma instrução contraditória futura - que já se exigisse fosse ela contraditória. (...)”

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Como se vê, então, a jurisprudência do STF é de que, quando a sindicância tem caráter meramente inquisitivo (não punitivo), é desnecessário o contraditório.

Além disso, o julgado chama atenção para o fato da pouca regulamentação da matéria (veja o destaque feito acima). De fato, muito pouca coisa se fala da sindicância quanto a, por exemplo, quem poderia conduzi-la. Diferentemente do PAD, não se diz na Lei 8.112/1990 quantos servidores deveriam compor uma eventual comissão de sindicância. Além disso, a Lei sequer diz que tem de ser uma comissão.

Contudo, em face de autorização legal (art. 145, Lei 8.112/1990), a Administração pode vir a aplicar penalidade ao servidor por meio de sindicância, que, em tal situação, recebe outra nomenclatura – sindicância acusatória.

Nesse caso, deve-se, obviamente, abrir-se ao implicado prazo para apresentação de defesa. A sindicância difere do inquérito policial neste aspecto: neste último, o investigado não pode ser punido NO inquérito; já na sindicância, o investigado pode acabar vindo a sofrer punição no processo em si.

Normalmente, a sindicância é instaurada para apuração de infrações de menor gravidade, que impliquem penas de advertência ou de suspensão, esta com prazo de até 30 dias. Não cabe tal tipo de processo, portanto, para aplicação de demissão ao servidor. A sindicância é vista pela doutrina como um processo mais célere e simples que o PAD.

Os resultados possíveis da sindicância (mais uma vez, art. 145, Lei 8.112/1990) são:

I) arquivamento do processo;

II) aplicação direta das penalidades de advertência ou de suspensão de até 30 dias; e,

III) instauração de PAD, quando for o caso da aplicação de penalidade mais grave. Nesta última hipótese, os autos (documentos) da Sindicância integrarão o PAD, como peça informativa daquele. Isso se dá, dentre outras razões, por economicidade processual: para que começar a fazer tudo de novo, se é possível o aproveitamento do que já foi feito. Contudo, quando da sindicância ocorrer um PAD como resultado, os autos daquele informarão este. Vejamos a Lei 8.112:

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa da instrução.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal,

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a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Observamos que, todavia, a sindicância não constitui etapa do PAD, nem deve precedê-lo obrigatoriamente. Assim, determinada apuração pode ser iniciada diretamente com um PAD. Basta que a Administração conclua que o ilícito administrativo é grave o suficiente para a instauração do PAD.

O prazo para a conclusão da sindicância é de 30 dias, prorrogável por igual período, a critério da autoridade superior.

8.3. Processo Administrativo Disciplinar (PAD)

O PAD é o meio legal utilizado pela Administração para a apuração de infrações, e, caso necessário, aplicação de penalidades a servidores públicos.

Atenção! Lembre-se de que a sindicância também pode ter caráter punitivo. Em síntese, O PAD NÃO É ÚNICO MEIO DE PUNIÇÃO DE SERVIDORES, ok?

A instauração do PAD será necessária para a aplicação das penalidades de demissão, cassação de aposentadoria /disponibilidade, destituição de cargo em comissão/função comissionada ou aplicação de suspensão com período superior a 30 dias. O procedimento é dividido em três fases, que podem ser assim sintetizadas:

PAD

As fases do PAD são três, portanto: instauração, inquérito e julgamento. De sua parte, o inquérito se subdivide em três fases: instrução, defesa e relatório. O PAD tem duração de até sessenta dias, permitida sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias exigirem.

Vejamos, em detalhes, como se desdobram estas fases (e subfases, no caso do inquérito).

Instauração

Inquérito

Julgamento

Instrução

Defesa

Relatório

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A instauração do PAD ocorre com a publicação da portaria de designação da Comissão encarregada de proceder à investigação. Referida comissão será integrada por três servidores estáveis, designados pela autoridade competente, a qual indicará, dentre esses membros, o presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível que o acusado, ou ter nível de escolaridade também igual ou superior ao acusado.

Perceberam o destaque dado à figura do Presidente? É que tal sujeito é muito importante para a condução do procedimento, já que é quem tratará mais diretamente com o investigado. Mas, seria possível, por exemplo, um presidente de comissão de PAD ser técnico, de nível médio, e o investigado ser ocupante de cargo de nível superior? SIM, desde que o técnico em questão seja graduado. É que a Lei coloca como ALTERNATIVAS possíveis o presidente ocupar igual OU superior ao do acusado OU ter formação igual ou superior a do acusado.

Importante anotar que a autoridade responsável pela determinação de instauração do PAD e pela apuração do ilícito é definida pelo momento de ocorrência deste. Nesse contexto, decidiu o STJ (MS 16.530):

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL DA FUNASA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. INSTAURAÇÃO. POSTERIOR REDISTRIBUIÇÃO AOS QUADROS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. COMPETÊNCIA DISCIPLINAR. ALTERAÇÃO. DESCABIMENTO. MÉRITO ADMINISTRATIVO. CONTROLE JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. Servidora pública federal impetra mandado de segurança preventivo com o escopo de obstar ato do Sr. Ministro de Estado da Saúde consistente no eventual acolhimento do relatório da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar-PAD, a qual sugeriu a aplicação da pena de demissão à autora em virtude de desrespeito aos arts. 116 e 117, da Lei nº 8.112/90.

(...)

4. Ocorrendo a transgressão, fixa-se imediatamente a competência da autoridade responsável pela apuração dos ilícitos, independentemente de eventuais modificações de lotação dentro da estrutura da Administração Pública.

5. Ademais, é justamente o órgão ou entidade pública ao qual o servidor público encontra-se vinculado no momento da infração que possui o mais imediato interesse na averiguação dessas condutas reprováveis, sem contar a segurança transmitida a todos os envolvidos, decorrente do estabelecimento de pronto da competência disciplinar que perdurará até o resultado final e, não menos importante, a

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maior facilidade para a colheita de provas e outros elementos pertinentes aos fatos.

A análise do STJ é muito pertinente: a autoridade que percebeu o fato, que estava mais próxima dele, em sua ocorrência, é a mais apropriada para conduzir as investigações.

Interessante questão que se põe: seria possível um servidor estável no serviço público que logra êxito em concurso público participe da comissão de PAD durante o estágio probatório no novo cargo? O STJ é quem nos apresenta a resposta (MS 17583)

6. O caput do art. 149 da Lei n. 8112/90, ao estabelecer que a Comissão de Inquérito deve ser composta de três servidores estáveis, a fim de assegurar maior imparcialidade na instrução, fez referência a servidores que tenham garantido a sua permanência no serviço público após a sua nomeação em virtude de aprovação em concurso público, nos termos do art. 41 da atual Carta Magna, ou seja, que tenham garantido a estabilidade no serviço público, e não no cargo ocupado à época de sua designação para compor a comissão processante

Noutras palavras: a estabilidade é NO SERVIÇO PÚBLICO, e, por isso, caso o servidor já detenha, mesmo que esteja em estágio probatório, isso não o impedirá de tomar assento em comissão de PAD.

DETALHE: o STJ compreende que a portaria que determina a instauração do PAD não precisa ser minudente quanto aos fatos a serem apurados. Analisemos uma decisão que trata disso (MS 8834)

Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a portaria de instauração do processo disciplinar prescinde de minuciosa descrição dos fatos imputados, sendo certo que a exposição pormenorizada dos acontecimentos se mostra necessária somente quando do indiciamento do servidor. Precedentes.

O entendimento do STJ é bastante racional – o próprio processo é que vai levar ao detalhamento dos fatos, os quais serão devidamente informados ao investigado quando de seu indiciamento.

Não podem participar da comissão, seja de inquérito ou de sindicância, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até 3o grau.

As reuniões e audiências a serem realizadas pelas comissões terão caráter reservado, e, sempre que for necessário, a comissão ficará dedicada em tempo integral aos seus trabalhos (os membros podem ter seu ponto dispensado, até a entrega final do relatório). Bom, passemos ao inquérito.

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O inquérito divide-se em três subfases: instrução, defesa e relatório.

A Instrução é a fase essencialmente investigativa do PAD. Nela será levantado o maior número possível de fatos, evidências, provas, enfim, tudo que possa confirmar ou desconstituir as acusações que recaem sobre o servidor. Assim, na instrução serão realizadas, caso necessário, diligências, tomar-se-ão depoimentos, serão promovidas acareações, etc. Podem ser solicitados, ainda, laudos periciais, sendo que o pedido de perícia somente deverá ser aprovado pelo Presidente da comissão caso o fato a ser comprovado dependa de conhecimento técnico especializado. De qualquer forma, nada impede que o acusado faça questionamentos quanto à prova pericial produzida, haja vista a possibilidade de o investigado acompanhar todo o processo, pessoalmente, ou por intermédio de procurador, que não precisa ser necessariamente advogado.

É de se destacar que, no inquérito (especificamente na instrução), poderão ser arroladas testemunhas, que devem ser ouvidas separadamente, com seus depoimentos reduzidos a termo (transcritos). Na ocorrência de depoimentos contraditórios, a comissão pode promover acareações entre aquelas testemunhas que se contraditaram.

Depois de ouvidas as testemunhas, deve-se ouvir o(s) acusado(s), devendo ser observadas as mesmas regras válidas para as testemunhas (depoimentos em separado, reduzidos a termo).

Em regra, a Administração deve ouvir as testemunhas ANTES dos acusados. Entretanto, a inversão dessa ordem, se necessário, não invalida o procedimento. Sobre o tema, já decidiu o STJ:

IV. A oitiva do acusado antes das testemunhas, por si só, não vicia o processo disciplinar, bastando, para atender a exigência do art. 159 da Lei nº 8.112/90, que o servidor seja ouvido também ao final da fase instrutória.”

No caso de a testemunha não se localizar na mesma localidade em que deverá depor, a Lei assegura pagamento de diárias. Tal direito (de receber diárias) também é assegurado aos indiciados e aos membros da comissão de PAD, quando for necessário a estes a produção de atos necessários ao bom andamento do processo fora de sua sede.

Após ouvir as testemunhas e os acusados, a comissão terá que, com base nos elementos probatórios, decidir se o servidor será indiciado ou não. Caso decida pela indiciação, a comissão deverá promover a citação do servidor, que nada mais é que o seu chamamento oficial, para que apresente sua defesa.

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Caso o indiciado se recuse a apor o ciente na cópia da citação, a data deverá ser declarada em termo próprio pelo membro da comissão que promoveu a citação, com a assinatura de duas testemunhas. Quando o servidor estiver em lugar incerto e desconhecido, a citação será promovida por meio de edital, publicado no Diário Oficial e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido do servidor.

Como o servidor estaria em local incerto? No abandono de cargo, ora!

Caso a comissão conclua que a infração cometida configura ilícito penal, cópia dos autos deverá ser remetida ao Ministério Público, para que este impetre a devida ação criminal contra o servidor, caso entenda necessário.

JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE – STJ, Mandado de Segurança nº 9.850:

“Ementa: A doutrina e a jurisprudência se posicionam de forma favorável à ‘prova emprestada’, não havendo que suscitar qualquer nulidade, tendo em conta a utilização de cópias do inquérito policial que corria contra o impetrante. Constatado o exercício do contraditório e da ampla defesa.”

Idem: STJ, Mandado de Segurança nº 10.874 e Recurso em Mandado de Segurança nº 20.066.

Por isso, nada impede que se utilize de provas produzidas em processos criminais.

A Defesa é a segunda subfase do inquérito. A Lei 8.112/1990 assim determina:

Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

Detalhe: se na instauração do processo não era necessário que os fatos fossem minudentemente descritos, agora, na fase de defesas, será, uma vez que o indiciado precisa saber o que terá de responder. Nesse contexto, já decidiu o STJ (MS 13110):

2. O delineamento fático das irregularidades na indiciação em processo administrativo disciplinar, fase em que há a especificação das provas, deve ser pormenorizado e extremamente claro, de modo a permitir que o servidor acusado se defenda adequadamente. Apresenta-se inaceitável a defesa a partir de uma conjunção de fatos extraídos dos autos.

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4. Assim, há flagrante cerceamento de defesa e, portanto, violação ao devido processo legal e aos princípios da ampla defesa e do contraditório, em razão da circunstância de que a iminente pena de demissão pode vir a ser aplicada ao impetrante pela suposta prática de acusações em relação as quais não lhe foi dada oportunidade de se defender.

São os seguintes, os prazos para apresentação da defesa (contados do ciente do servidor, ou da lavratura do termo, quando o indiciado se recuse assinar):

- 1 indiciado: 10 dias.

- Mais de 1 indiciado (não importa quantos): prazo comum de 20 dias, contados da data da ciência do último acusado.

- O prazo para apresentação de defesa pode ser prorrogado pelo dobro, pelo presidente da comissão, caso sejam necessárias diligências indispensáveis para a preparação da defesa. Ou seja: aos 10 dias firmados no caso de 1 acusado, podem ser acrescidos mais 20 de prorrogação, por exemplo.

- Para a citação por edital, o prazo para apresentação de defesa é diferenciado: será de 15 dias, contados da publicação do edital.

MUITO IMPORTANTE: A súmula vinculante nº 5 do STF:

“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”

Não é preciso que a defesa do acusado, portanto, seja feita por bacharel em direito e muito menos por advogado. Com esse entendimento, o STF jogou pá de cal sobre esse assunto, já muito controvertido na doutrina.

Por outro lado, o acusado pode optar por não apresentar defesa. A esse fato, de não apresentação de defesa, dá-se o nome de revelia. Em face do princípio da verdade material, a revelia produz efeitos diversos daqueles verificados na órbita do processo civil, no qual são tidos por verdadeiros os fatos invocados contra o acusado revel, o que equivaleria, praticamente, a uma confissão por parte deste.

No PAD, caso o indiciado opte pela revelia, a Administração deverá designar um defensor dativo (necessário, obrigatório) para o servidor. Tal defensor deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter, ainda, nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado (§2º do art. 164 da 8.112/90).

DICA: ao se lembrar do defensor dativo, recorde o PRESIDENTE DA COMISSÃO. Os requisitos para ambos são os mesmos – serem

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detentores de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter, ainda, nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

No PAD, portanto, não há nenhuma presunção legal de culpa contra o revel, e a defesa será sempre obrigatória, em face das disposições da Lei.

O Relatório é a última subfase do inquérito. Sucede a defesa e deverá conter um resumo com os principais pontos dos autos, nos quais a acusação baseou sua opinião. A principal característica do relatório é a sua definitividade, ou seja, a comissão deve expressar opinião precisa quanto à responsabilidade do servidor quanto aos fatos apurados. Não pode haver relatório de comissão do tipo: “pode ser, mas pode também não ser...”.

Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão deve indicar o dispositivo legal transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. Com o fim da fase de relatório, encerram-se os trabalhos da comissão, devendo o relatório ser encaminhado à autoridade competente para o julgamento.

O julgamento é a fase final do PAD e deverá ser proferido pela autoridade competente no prazo de vinte dias contados do recebimento do processo pela autoridade. De toda forma, o não cumprimento do prazo não leva à anulação do que fora feito. Implica dizer: o prazo é dito impróprio, ou seja, o julgamento fora do prazo (a destempo) não resulta na nulidade do processo.

O relatório produzido na fase de inquérito não vincula, de forma absoluta, a autoridade que proferirá a decisão. A lei fala que a autoridade deverá acatar o relatório produzido, salvo se a sua conclusão for contrária às provas nos autos. Desse modo, no caso de discordância, há necessidade de a autoridade expor os motivos que levaram à opinião com relação ao relatório produzido pela comissão na fase de inquérito, podendo, assim, agravar, reduzir, ou mesmo isentar o servidor da responsabilidade levantada. Assim, a autoridade pode agravar a pena que lhe é SUGERIDA pela comissão. Não fosse desse modo, o agente público não seria “autoridade” e cumpriria à própria comissão julgar. O “grau” da autoridade responsável pelo julgamento varia conforme a gravidade da conduta, conforme o art. 141 da 8.112, de 1990.

Uma instigante questão surge: e se [o velho bom “e se”... rsrs...] o investigado ocupar uma posição relevante no órgão, de forma que, em razão de tal posição, possa vir a interferir no curso das investigações?

Neste caso, a Lei dá a possibilidade do afastamento preventivo do servidor, que pode ser determinado pela autoridade instauradora do processo para que o servidor não venha a influir na apuração da

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irregularidade. O prazo de tal afastamento será de ATÉ 60 dias, sem prejuízo da remuneração, podendo ser prorrogado por igual período. Observaram que o prazo do afastamento preventivo coincide com o do PAD? Fácil de memorizar...

Destaca-se que o afastamento em questão não constitui medida punitiva, mas CAUTELAR, logo, não há prejuízo quanto à remuneração do servidor durante o período do afastamento.

Um último detalhe: caso o PAD já tenha sido instaurado, o servidor público investigado não poderá ser exonerado a pedido ou aposentado voluntariamente, enquanto não tiver sido concluído o processo, e, se for o caso, cumprida a correspondente penalidade (art. 172 da Lei 8.112/1990). Tem de ser assim, para que o servidor ‘pague o que devia’, antes de deixar de ter vínculo efetivo com a Administração.

8.4. Processo Administrativo de Rito Sumário

Há situações em que o PAD é “rapidinho”, ou seja, em rito sumário – PAD/RS, que conta com previsão no art. 133 da Lei. O prazo total desse procedimento é de trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.

O PAD/RS é adotado em três hipóteses:

I) acumulação ilícita de cargos, empregos e funções públicas: neste caso, para que o processo seja regido pela Lei há que se ter SEMPRE um cargo também regido pela norma. Ressalta-se que, após a detecção da acumulação irregular, o servidor será notificado para que faça opção pelo cargo em que permanecerá. Fazendo a opção até o último dia para a apresentação de defesa, o servidor será visto como de “boa-fé”, e o desligamento do cargo ocupado irregularmente será tido como pedido de exoneração.

O que? O sujeito é pego com a “boca na botija” [em acumulação indevida], daí, se fizer opção por um cargo, caracteriza a boa-fé e fim? Que brincadeira é essa? Pois é, gente, não é brincadeira, é a lei... E não adianta nós criticarmos, é o que está na Lei (vejam o § 5º do art. 133);

II) abandono de cargo: configurada pela ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos. Ressaltamos que, nesta hipótese, além do ilícito administrativo há um crime configurado (art. 323 do Código Penal). TENHA ATENÇÃO: o abandono de cargo é hipótese de PAD/RS e demissão;

III) inassiduidade habitual: configurada pela falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o

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período de doze meses. ATENÇÃO: doze meses não corresponde, necessariamente, a 1 ano. Explicamos. De 1º de abril de um ano a 31 de maio de outro são doze meses, por exemplo. Se nesse período o servidor regido pela Lei faltar por sessenta dias (ou mais), ficará materializada a inassiduidade habitual.

O PAD em rito sumário também se desenvolve em três fases:

I – instauração: com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração. Dois pontos importantes aqui – a comissão aqui possui apenas DOIS servidores ESTÁVEIS; a materialidade, os fatos, portanto, já são devidamente descritos desde a publicação do ato que instaura o PAD em rito sumário, uma vez que as hipóteses são bastante específicas.

II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório.

III - julgamento.

De acordo com a Lei 8.112/1990, a comissão do PAD/RS lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório, também conclusivo, quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor. No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

DETALHE: no caso de acumulação indevida de cargos, a opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. É como se fosse uma segunda chance de o servidor optar por um dos cargos, já que fora dado a ele, anteriormente, quando da instauração do processo, essa mesma oportunidade. Entretanto, caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação a TODOS os cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.

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Por fim, bom não esquecermos que o PAD em rito sumário é, no fim das contas, um PAD. Por isso, é regido, subsidiariamente, pelas disposições aplicáveis aos PAD ordinários.

8.5. Revisão dos Processos Disciplinares

Imagina o seguinte: em um processo disciplinar uma testemunha fundamental ao esclarecimento dos fatos, cujo depoimento provaria, cabalmente, a inocência do acusado, não é encontrada. Daí, o servidor acusado vem a ser demitido. Muitos, mas muitos anos depois (não interessa quantos!), a testemunha reaparece. Então, o que fazer? Simplesmente “deixar para lá”, sabendo que a testemunha poderia provar a inocência do acusado? Não, claro que não! Surge, então, a possibilidade da revisão do processo. Vejamos.

Os processos de natureza disciplinar (PADs e sindicâncias) que gerem sanções podem ser revistos A QUALQUER TEMPO, desde que surjam fatos, ou circunstâncias novos que justifiquem a inocência do punido, ou a inadequação da penalidade aplicada (princípio da autotutela da administração – vide art. 114 da Lei 8.112/1990). Contudo, na revisão o ônus da prova é invertido: cabe ao requerente provar a veracidade de suas afirmações. Destacamos que a simples alegação da injustiça da penalidade aplicada não é motivo para abertura do processo revisional.

O pedido de revisão pode ser feito pelo próprio servidor, ou, no caso de ausência/falecimento/desaparecimento deste, por qualquer pessoa da família, ou, ainda, no caso de incapacidade mental do punido, pelo respectivo curador. O processo de revisão pode ser instaurado, ainda, de ofício, ou seja, por iniciativa da própria Administração Pública, como prevê, expressamente, o art. 174 da Lei.

O pedido de revisão, em nível federal, deve ser dirigido ao Ministro de Estado ou à autoridade equivalente. Autorizada a revisão, o processo deve ser encaminhado ao dirigente do órgão/entidade no qual teve origem o PAD.

O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão revisora é de sessenta dias. Interessante que, neste caso, a Lei não previu prorrogação, diferentemente do PAD. Já o prazo para julgamento (que deve ser proferido pela autoridade que aplicou a penalidade) é de vinte dias, contados do recebimento do processo.

Caso a autoridade conclua pela inadequação da penalidade anteriormente aplicada, proferirá decisão revendo-a, contudo, não poderá agravar a decisão anterior (diz-se que é vedada a reformatio in pejus – reforma em prejuízo).

Destacamos, ainda, que no caso específico de destituição de cargo em comissão (que é uma punição – veja o art. 127 da Lei), caso a

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penalidade aplicada seja desconstituída em decorrência da revisão, simplesmente será convertida em exoneração.

Duas últimas informações quanto à revisão:

- Será procedida por uma comissão, à qual se aplica, no que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar;

- Não é uma segunda instância de um processo administrativo, o qual, na realidade, é de instância. A revisão é um NOVO PROCESSO, que deve correr apenso ao processo originário.

Galera! Chega por hoje. Muita informação, não foi? Mas não se preocupe. Se é muito pra você, é muito para a concorrência também! Consolida o estudado, treinando com as questões, certo?

Grande abraço.

Cyonil Borges.

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Lista de Exercícios de Fixação

Fonte: www.tecconcursos.com.br Questão 1: FCC - AJ TRT6/TRT 6/Judiciária/"Sem Especialidade"/2012 João, servidor público da Administração direta federal, teve indeferido por seu superior hierárquico pedido de licença para tratamento de saúde. Diante do que considerou um ato arbitrário e entendendo estarem presentes os pressupostos legais para a concessão da licença, com base na Lei no 8.112/90, a) deverá impugnar o ato judicialmente, observado o prazo prescricional de 120 dias, eis que descabe recurso administrativo para a situação em questão. b) poderá interpor recurso diretamente perante a autoridade superior àquela que praticou o ato, no prazo de 30 dias, a contar da publicação ou ciência da decisão, descabendo pedido de reconsideração. c) poderá solicitar a reconsideração do ato pela autoridade que o praticou, no prazo de 30 dias, a contar da publicação ou ciência da decisão. d) poderá apresentar pedido de reconsideração perante a autoridade que praticou o ato, no prazo de 15 dias, a contar da publicação ou ciência da decisão, apenas se apresentar novas razões de fato ou de direito para sustentar o pleito. e) poderá impugnar o ato administrativa ou judicialmente, neste último caso apenas na hipótese de esgotar as instâncias administrativas e observado o prazo prescricional de 5 anos. Questão 2: FCC - AJ TRT6/TRT 6/Judiciária/Execução de Mandados/2012 De acordo com a Lei Federal no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, a investidura em cargo público ocorre com a) a nomeação. b) a aprovação em concurso público. c) a posse. d) o provimento. e) a habilitação, após a comprovação da aptidão física. Questão 3: FCC - TJ TST/TST/Administrativa/Segurança Judiciária/2012 Em relação à Lei no 8.112/90, que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações, é correto afirmar que

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a) suas disposições aplicam-se, também, aos servidores públicos civis dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como às respectivas autarquias e fundações. b) servidor é a pessoa legalmente investida em emprego público. c) cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. d) os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros e estrangeiros. e) é permitida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei. Questão 4: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Beatriz é servidora pública federal aposentada e requereu a reversão. Há interesse da Administração no seu retorno à atividade. Nesse caso, NÃO é requisito para ocorrer a reversão que a) haja cargo vago. b) a aposentadoria tenha sido voluntária. c) a servidora tenha domicílio na mesma sede. d) a servidora tenha sido estável quando na atividade. e) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação. Questão 5: FCC - AJ TRE SP/TRE SP/Administrativa/Contabilidade/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990. Miguel servidor público federal, ocupava o cargo de analista judiciário da área administrativa, junto ao Tribunal Regional Eleitoral. Atualmente encontra-se em disponibilidade. Entretanto será possível seu retorno à atividade, a ser feita por a) remoção, de ofício ou apedido, para cargo de atribuições correlatas e vencimentos assemelhados, ou não, com o anteriormente ocupado. b) redistribuição obrigatória em função de atribuições e remuneração assemelhadas com o anteriormente ocupado. c) substituição facultativa, em qualquer cargo com atribuições e vencimentos correlatos com o exercício da função. d) aproveitamento facultativo em cargo de atribuições e vencimentos superiores com o exercício da função anterior. e) aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

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Questão 6: FCC - TJ TST/TST/Apoio Especializado/Programação/2012 Determinado servidor público foi demitido do cargo que ocupava na Administração Pública. Irresignado, ajuizou ação requerendo a reintegração no cargo, tendo obtido êxito com definitividade. Em consequência, e observado o disposto na Lei no 8.112/90, esse servidor deverá ser a) colocado em disponibilidade caso o cargo que ocupava esteja provido, mantida sua remuneração integral. b) reinvestido no cargo anteriormente ocupado, sendo que o atual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, que continuava vago. c) nomeado para o cargo que antes ocupava o servidor que o substituiu. d) nomeado para cargo imediatamente superior, caso o cargo que ocupava tenha sido extinto. e) removido para cargo paradigma, caso o cargo anteriormente ocupado esteja provido por outro servidor. Questão 7: FCC - TJ TST/TST/Apoio Especializado/Programação/2012 É requisito básico para investidura nos cargos públicos em geral: a) nacionalidade brasileira ou estrangeira. b) nível de escolaridade mínimo igual ou equivalente a ensino universitário. c) idade mínima de vinte e um anos. d) aptidão física e mental. e) aprovação em concurso público de provas e títulos. Questão 8: FCC - TJ TST/TST/Administrativa/"Sem Especialidade"/2012 Na literalidade da Lei no 8.112, de 1990, é forma de provimento de cargo público a) a ascensão. b) a transferência. c) o concurso interno. d) a readaptação. e) a contratação direta. Questão 9: FCC - TJ TST/TST/Administrativa/Segurança Judiciária/2012 Pedro é servidor público federal, exercendo suas funções na cidade de Campinas/SP, e é removido de ofício pela Autoridade Competente para a cidade de Ribeirão Preto. Neste caso, Pedro, em razão de sua remoção, terá, no mínimo a) dez e, no máximo, 30 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, sem incluir, nesse prazo, o tempo de, no máximo, 48 horas para deslocamento para a nova sede.

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b) quinze e, no máximo, 45 dias de prazo, contados do ato da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. c) dez e, no máximo, 30 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. d) quinze e, no máximo, 45 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, sem incluir, nesse prazo, o tempo de, no máximo, 48 horas para deslocamento para a nova sede. e) cinco e, no máximo, 20 dias de prazo, contados do ato da publicação do ato, para retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. Questão 10: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012 O retorno à atividade, a pedido do servidor público que ocupava cargo efetivo, com estabilidade, aposentado voluntariamente há menos de cinco anos, para ocupar cargo vago na Administração Pública, denomina-se a) readaptação. b) aposentação resolúvel. c) reintegração. d) reversão. e) exoneração. Questão 11: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Contabilidade/2012 No regime da Lei no 8.112/90, caracteriza-se caso de exoneração de ofício de cargo efetivo quando: a) tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. b) o servidor for condenado em processo administrativo, pela prática de infração funcional. c) em que pese satisfeitas as condições do estágio probatório, não se houver estabelecido confiança por parte da autoridade superior. d) o servidor tomar a iniciativa de pedir a exoneração. e) o servidor for condenado em processo judicial, pela prática de infração funcional. Questão 12: FCC - Aud (TCE-SP)/TCE-SP/2013 De acordo com a Constituição Federal, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público. Tal comando constitucional traz como consequência a antijuridicidade do provimento de cargo público mediante a) transposição.

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b) readaptação. c) reversão. d) aproveitamento. e) recondução. Questão 13: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Administrativa/"Sem Especialidade"/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Cecília, servidora pública federal, foi reintegrada no cargo anteriormente ocupado. Porém, referido cargo estava provido por Francisco. Nesse caso, Francisco será, dentre outras alternativas, a) reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização. b) revertido ao cargo de origem, com direito à indenização. c) posto em disponibilidade remunerada, com indenização a critério da administração. d) removido ao cargo de origem ou para outro cargo, vedada qualquer indenização. e) redistribuído a outro cargo de provimento efetivo de maior remuneração. Questão 14: FCC - AFR SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013 No que concerne aos meios de apuração de infrações administrativas, é correto afirmar que a) o relatório da comissão disciplinar encarregada da apuração da infração administrativa vincula a decisão da autoridade competente para aplicação da pena, salvo se esta acolher pedido de reconsideração do servidor. b) dispensa-se o processo administrativo disciplinar para apuração de infração sujeita à pena de demissão, quando se tratar de verdade sabida, podendo ser instaurada sindicância a critério da autoridade competente. c) a sindicância destina-se à apuração de elementos para identificar a existência da infração administrativa ou sua autoria, sendo admitida, também, como meio sumário para apuração de faltas puníveis com penalidades outras que não a demissão. d) o processo administrativo disciplinar somente é obrigatório quando da sindicância não resultar a apuração de elementos suficientes para concluir pela existência da falta punível com demissão ou a sua autoria. e) com base no princípio da oficialidade, a autoridade julgadora é impedida de determinar o saneamento do processo administrativo disciplinar ou a realização de novas diligências para a formação probatória. Questão 15: FCC - TJ TST/TST/Apoio Especializado/Programação/2012

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Segundo a Lei no 8.112/90, a vacância do cargo público, entre outras hipóteses, decorrerá de a) ascensão. b) transferência. c) concurso interno. d) posse em outro cargo inacumulável. e) contratação direta. Questão 16: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012 Nos termos da Lei no 8.112/90, uma hipótese de vacância que pode se dar a pedido do servidor é a a) aposentadoria compulsória. b) exoneração. c) readaptação. d) disponibilidade. e) redistribuição. Questão 17: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990. Vitória exerce o cargo de técnico judiciário (área de apoio especializado) e reside em Município vizinho ao local onde exerce suas funções para o Tribunal Regional Eleitoral. Em razão de um acidente climático que comprometeu a execução de alguns serviços públicos e o trânsito em rodovias, faltou ao serviço durante três dias. Nesse caso, é certo que essas faltas, que foram justificadas por serem decorrentes de a) força maior, não estão sujeitas a compensação e nem se consideram como se efetivo exercício. b) força maior, devem ser compensadas pela Diretoria-Geral, mas não serão consideradas como de efetivo exercício. c) caso fortuito, não podem ser compensadas, mas serão consideradas como de efetivo exercício. d) caso fortuito ou de força maior, serão obrigatoriamente compensadas, e serão consideradas como de efetivo exercício. e) caso fortuito ou de força maior, poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como de efetivo exercício. Questão 18: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Celso, servidor público federal em São Paulo, foi designado para prestar serviço no Rio de Janeiro, com afastamento em caráter eventual. No caso, o servidor terá despesas extraordinárias, entre

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outras, com pousada. Esse deslocamento ocorre por força de alteração de lotação. Assim, essas despesas serão ressarcidas com a concessão de a) diárias. b) auxílio-moradia. c) ajuda de custo. d) indenização de transporte. e) gratificação por serviços extraordinários. Questão 19: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012 Nos termos da Lei no 8.112/90, constituem indenizações pagas ao servidor, além dos regulares vencimentos: a) adicional de periculosidade e auxílio-moradia. b) adicional de insalubridade e diárias. c) gratificação por resultado e ajuda de custo. d) adicional de insalubridade e gratificação por resultado. e) ajuda de custo e diárias. Questão 20: FCC - AJ TRE SP/TRE SP/Administrativa/Contabilidade/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Mariana, servidora pública federal, participa de uma Comissão para a elaboração de questões de provas, enquanto Lucas, também servidor público federal, supervisiona a aplicação, fiscalização e avaliação de provas de concurso público para provimento de cargos no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral. Ambos os servidores têm direito à gratificação por encargo de concurso, sendo que o valor máximo da hora trabalhada corresponderá a valores incidentes sobre o maior vencimento básico da Administração Pública Federal, respectivamente, nos seguintes percentuais: a) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) e 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento). b) 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) e 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento). c) 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) e 1,1% (um inteiro e um décimo por cento). d) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento) e 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento). e) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) e 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento). Questão 21: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Contabilidade/2012 Considere as seguintes assertivas, no tocante ao regime da Lei no 8.112/90:

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I. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: indenizações; gratificações e adicionais. II. As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. III. As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. Questão 22: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2012 Assunto: Das gratificações e adicionais (Lei 8.112 - arts. 61 a 76) Os adicionais de insalubridade e periculosidade, previstos na Lei no 8.112/90, são devidos a) enquanto durarem as condições ou os riscos que deram causa à sua concessão. b) aos servidores classificados em exercício em zonas de fronteira ou em localidades inóspitas. c) ininterruptamente aos servidores que tenham preenchido, em determinado momento, os requisitos legais de sua concessão. d) cumulativamente aos servidores que trabalhem em locais com contato permanente com substâncias tóxicas. e) aos servidores que trabalhem esporádica ou habitualmente em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida. Questão 23: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2012 Com base no processo disciplinar, previsto na Lei no 8.112/90, a) o processo disciplinar será conduzido por comissão presidida pela autoridade hierarquicamente superior ao servidor indiciado, que melhor conhece a conduta do mesmo, podendo avaliar a penalidade mais adequada a ser aplicada em razão da infração. b) havendo diversidade de sanções a serem aplicadas, o julgamento será proferido por todas as autoridades competentes para aplicá-las. c) quando a infração também configurar ilícito penal, o processo administrativo ficará suspenso, aguardando a conclusão do processo criminal. d) é assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, sendo-lhe permitido

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arrolar testemunhas, vedada, contudo, a apresentação de quesitos a prova pericial. e) o servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada. Questão 24: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Administrativa/"Sem Especialidade"/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Alexandre, analista judiciário (área judiciária), ausentou-se do Brasil, pelo período de 4 (quatro) anos, para a realização de um trabalho científico de natureza jurídica em instituição de ensino superior na Inglaterra, com a regular autorização do Presidente do Supremo Tribunal Federal. Referida situação diz respeito a) à licença para capacitação. b) ao afastamento para servir em outra entidade. c) ao afastamento para estudo no exterior. d) à licença para tratar de assuntos particulares. e) ao afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu. Questão 25: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Rogério, na qualidade de servidor público federal, tem alguns problemas pessoais a serem resolvidos com urgência e outros a médio prazo. Diante disso, Rogério ingressou com um pedido de licença para tratar de assuntos particulares. Nesse caso, a Administração poderá conceder a referida licença, desde que observe, dentre outros requisitos, a) ser o servidor ocupante de cargo efetivo. b) ser o servidor ocupante de cargo em comissão há pelo menos 3 (três) anos. c) que a licença não poderá ser interrompida em qualquer hipótese. d) que a licença terá o prazo de até 3 (três) meses consecutivos. e) ter o servidor direito à remuneração no primeiro mês da licença, cessando em relação aos demais. Questão 26: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

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Gabriela, Guilherme e Gilda, todos servidores públicos do Tribunal Regional Eleitoral, necessitam ausentar-se do serviço, sendo a primeira por motivo de casamento, o segundo para doação de sangue e a terceira para se alistar como eleitora. Nesses casos, os referidos servidores poderão ausentar-se do serviço, sem qualquer prejuízo, respectivamente, por a) 8 (oito) dias; 2 (dois) dias e 2(dois) dias. b) 8 (oito) dias; 1(um) dia e 2 (dois) dias. c) 6 (seis) dias; 1(um) dia e 1(um) dia. d) 8 (oito) dias; 2 (dois) dias e 1 (um) dia. e) 6 (seis) dias; 1(um) dia e 2 (dois) dias. Questão 27: FCC - AJ TRE SP/TRE SP/Administrativa/"Sem Especialidade"/2012 Instrução: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Silvia exerce o cargo de analista judiciário (área administrativa) há mais de dez anos no Tribunal Regional Federal. Concorrendo a eleições, foi eleita Deputada Federal. Seu marido Diógenes é técnico judiciário, área administrativa, no Tribunal Regional Eleitoral. Ambos residem no Município de São Paulo. Nesse caso, poderá ser concedida licença a Diógenes para acompanhar Silvia que tomou posse junto à Câmara dos Deputados em Brasília, Distrito Federal. Diante disso, a licença de Diógenes será por prazo a) indeterminado, ou não, com ou sem remuneração, sempre a critério da Administração Federal, permitido o exercício de atividade em órgão público ou particular. b) determinado, não excedendo a 8 (oito) anos, e sem remuneração, facultado o exercício em órgão da Administração Federal, em qualquer cargo disponível. c) determinado, não excedendo a 8 (oito) anos, e com remuneração, vedado qualquer exercício em órgão ou entidade da Administração Federal. d) indeterminado e sem remuneração, vedado qualquer exercício em órgão ou entidade da Administração Federal, mas permitido nas esferas estadual e municipal. e) indeterminado e sem remuneração, facultado o exercício provisório em órgão da Administração Federal direta, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. Questão 28: FCC - AJ TST/TST/Administrativa/2012 A licença para capacitação, a licença para tratar de interesses particulares e a licença para o desempenho de mandato classista, no regime da Lei no 8.112/90, dão-se, respectivamente, a) com remuneração, sem remuneração e com remuneração. b) sem remuneração, sem remuneração e sem remuneração.

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c) com remuneração, sem remuneração e sem remuneração. d) com remuneração, com remuneração e com remuneração. e) sem remuneração, com remuneração e com remuneração. Questão 29: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2012 A respeito das licenças previstas para os servidores na Lei no 8.112/90, tem-se que a) a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. b) a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, sem qualquer remuneração. c) o servidor que exerça cargo de direção ou chefia e que pretenda ser candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções, não poderá pleitear afastamento, a fim de preservar o interesse público. d) o servidor que exerça cargo de direção, chefia ou assessoramento, deve obrigatoriamente ser afastado do cargo desde o início do ano eleitoral e até o fim do pleito, mantidos a remuneração do período. e) o servidor público que pretenda se candidatar a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções poderá optar entre o afastamento sem remuneração ou a manutenção da remuneração na ativa, com redução de 50% (cinquenta por cento). Questão 30: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Vanda, analista judiciário (área judiciária), ocupando cargo de direção, praticou grave infração administrativa. Instaurado o processo administrativo disciplinar e para que a servidora não influa na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora desse processo, dentre outras providências, a) determinará o afastamento da servidora do exercício do cargo pelo prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por mais10 (dez), com prejuízo da remuneração. b) ficará impedida de afastar, preventivamente, do cargo a servidora, em face da natureza da função de direção no órgão. c) representará ao dirigente do órgão para que a servidora seja afastada preventivamente até o final do processo administrativo. d) poderá determinar seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. e) colocará a servidora em disponibilidade remunerada, redistribuindo seu cargo no âmbito do mesmo quadro, pelo prazo de 90 (noventa) dias.

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Questão 31: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Administrativa/"Sem Especialidade"/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

A Walter, como servidor público federal, é assegurado o direito de requerer do Poder Público, em defesa de direito ou interesse legítimo. Diante disso, Walter deverá observar peculiaridades do direito de petição, dentre outras, o fato de que a) esse pedido e os recursos, quando cabíveis, não interrompem a prescrição. b) não caberá recurso das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. c) o prazo para a interposição do pedido é de 10 (dez) dias, improrrogáveis, a partir da decisão recorrida. d) esse pedido deve ser dirigido à autoridade superior do órgão, podendo ser renovado por até duas vezes. e) no caso do provimento do pedido de reconsideração, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado. Questão 32: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Administrativa/"Sem Especialidade"/2012 Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990. Em matéria de proibições aos servidores públicos federais, analise a situação de cada um deles: I. Marcílio distribuiu propaganda de uma associação profissional para servidores não subordinados. II. Miriam praticou usura destinada a uma entidade de assistência social. III. Marta, na qualidade de cotista, participa de uma sociedade não personificada. IV. Manoel promoveu, no horário de folga, manifestação de apreço no recinto da repartição. Nesses casos, NÃO constituem proibições as situações apresentadas em

a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e IV. e) III e IV. Questão 33: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2012

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Instruções: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

Gilmar, não ocupante de cargo efetivo, exerce cargo em comissão na Administração Pública Federal. Tendo praticado infração disciplinar, Gilmar foi exonerado a juízo da autoridade competente. Porém, constatou-se que a referida infração estava sujeita à penalidade de suspensão. Nesse caso, a exoneração de Gilmar a) ficará mantida por ter ocorrido sua consumação administrativa. b) será convertida em destituição de cargo em comissão. c) será convertida em pena de demissão, a bem do serviço público. d) tornar-se-á insubsistente para que, previamente, cumpra a pena de suspensão. e) o impedirá de prestar serviços na Administração Pública pelo prazo de 1(um) ano. Questão 34: FCC - AJ TRE SP/TRE SP/Judiciária/2012 Instrução: Para responder à questão, considere a Lei no 8.112/1990.

André é titular de cargo em comissão de natureza gerencial no Tribunal Regional Eleitoral. Em razão de sua conduta inadequada foi responsabilizado por lesão aos cofres públicos. Assim, André foi punido com a destituição do cargo em comissão. Nesse caso, a penalidade aplicada implica a a) indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, com prejuízo da ação penal. b) indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. c) instauração de ação penal e multa pecuniária, com prejuízo das medidas de natureza cível. d) incompatibilização do servidor para nova investidura no cargo público federal, pelo prazo de 10 (dez) anos. e) incompatibilização do servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. Questão 35: FCC - Tec (INSS)/INSS/2012 Sérgio, servidor público federal, teve ciência de irregularidades ocorridas no âmbito da Administração Pública Federal, em razão do cargo que ocupa. Por medo de retaliação, não relatou os fatos de que teve conhecimento. Nos termos da Lei no 8.112/1990, Sérgio a) não descumpriu dever legal. b) deveria ter levado os fatos ao conhecimento da autoridade superior. c) agiu corretamente, pois omitiu-se para a salvaguarda de seus direitos.

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d) deveria obrigatoriamente ter levado os fatos ao conhecimento do Poder Judiciário. e) agiu expressamente nos termos da lei. Questão 36: FCC - PMP (INSS)/INSS/2012 Tratar com urbanidade as pessoas constitui a) regra de trato social, mas cujo descumprimento impede o servidor de ocupar cargo de provimento em comissão. b) regra de trato social, cujo descumprimento não acarreta sanção administrativa para o servidor público. c) dever legal do servidor público, cuja violação sempre acarretará a pena de suspensão, mas não a de demissão. d) dever legal do servidor público, cuja violação pode acarretar a pena de advertência. e) conduta irrelevante no serviço público, não constituindo seu descumprimento infração legal, nem de regra de trato social. Questão 37: FCC - JT TRT1/TRT 1/2012 De acordo com as disposições da Lei no 8.112/90, a alternativa que apresenta a correlação correta é:

Conduta de servidor público

Sanção aplicável

a) inassiduidade habitual demissão

b) manter sob sua chefia imediata, em função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau

demissão

c) cometer à pessoa que não integra a repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição de sua responsabilidade

suspensão

d) coagir subordinado a filiar-se a sindicato

demissão

e)

participar de gerência ou administração de sociedade privada

demissão e inabilitação para investidura em novo cargo público pelo prazo de 5 anos

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Questão 38: FCC - TJ TST/TST/Apoio Especializado/Programação/2012 A Lei no 8.112/90, dispõe que ao servidor público é proibido a) ausentar-se do serviço durante o expediente, com ou sem prévia autorização do chefe imediato. b) retirar, com ou sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição. c) promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição. d) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o quarto grau civil. e) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, inclusive na qualidade de acionista, cotista ou comanditário. Questão 39: FCC - TJ TST/TST/Administrativa/Segurança Judiciária/2012 Considere as seguintes assertivas sobre o Regime Disciplinar dos Servidores Públicos, de acordo com a Lei no 8.112/90: I. O servidor vinculado ao regime desta lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará necessariamente afastado de ambos os cargos efetivos. II. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública. III. A recusa do Servidor Público de atualizar seus dados cadastrais quando solicitado, ensejará a aplicação da penalidade de advertência pela Autoridade competente. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) II. c) III. d) I e III. e) II e III. Questão 40: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012

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No exercício de suas atribuições, o servidor público tomou ciência da prática de ilegalidade por outro servidor. De acordo com o disposto na Lei no 8.112/90, ele deve a) encaminhar representação à autoridade superior àquela contra a qual é formulada, denunciando a ilegalidade. b) guardar sigilo sobre assunto da repartição, salvo se o infrator for seu subordinado. c) advertir publicamente o infrator, tendo em vista que qualquer servidor pode aplicar advertência a outro subordinado à mesma autoridade hierárquica. d) denunciar judicialmente a ilegalidade, em razão de seu dever de zelo e dedicação às atribuições do cargo. e) apresentar denúncia anônima ao Ministério Público, em razão de seu dever de sigilo sobre os assuntos da repartição. Questão 41: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012 A responsabilidade civil do servidor público, nos termos da Lei no 8.112/90, a) incide em ação regressiva, quando se tratar de danos causados a terceiros e tiver sido demandada a Fazenda Pública. b) incide cumulativamente com a responsabilização penal, afastando a sanção administrativa em razão de sua menor gravidade. c) afasta a responsabilização na esfera penal, salvo se tiverem sido praticados atos distintos. d) incide apenas pela prática de ato comissivo, doloso ou culposo. e) afasta a responsabilidade administrativa, que fica absorvida em razão de sua menor gravidade. Questão 42: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012 Determinado servidor público recusou submeter-se à inspeção médica regularmente determinada pela autoridade competente. Instado a se explicar, não apresentou qualquer justificativa pela recusa. A autoridade competente pode, nos termos da Lei no 8.112/90, aplicar ao servidor a seguinte penalidade: a) multa no importe de 50% por dia de vencimento, enquanto durar a recusa, até o limite de 30 (trinta) dias. b) remoção ex officio, observando, contudo, o local de domicílio do servidor. c) suspensão de até 15 dias, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. d) advertência verbal, seguida de multa na hipótese de manutenção da recusa por prazo superior a 30 dias. e) demissão, observado regular procedimento administrativo, garantido o contraditório e ampla defesa. Questão 43: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012

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De acordo com a Lei no 8.112/90, é obrigatória a instauração de procedimento disciplinar quando o ilícito praticado pelo servidor for apenado com a) suspensão por mais de 15 dias. b) disponibilidade compulsória. c) cassação de aposentadoria. d) afastamento. e) exoneração. Questão 44: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Contabilidade/2012 Pelo regime da Lei no 8.112/90, NÃO é caso de aplicação de penalidade de demissão a) o abandono de cargo. b) a reincidência das faltas punidas com advertência. c) a inassiduidade habitual. d) a incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição. e) a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas. Questão 45: FCC - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2012 A prática de infração pelos servidores públicos dá lugar à imposição de penalidades previstas na Lei no 8.112/90. Na aplicação dessas penalidades, a) serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. b) a autoridade competente deve aplicar estritamente aquela capitulada na lei, não sendo possível efetuar qualquer tipo de dosagem. c) pode ser dispensado o fundamento legal da sanção, quando se tratar de advertência. d) somente podem ser objeto de apuração servidores da ativa, tendo em vista que aposentadoria extingue a punibilidade. e) deve ser observado o prazo prescricional de 5 anos, aplicável para todas as infrações administrativas e para as criminais não apenadas com detenção. Gabarito 1) C 2) C 3) C 4) C 5) E 6) B 7) D 8) D 9) C 10) D 11) A 12) A 13) A 14) C 15) D 16) B 17) E 18) A 19) E 20) D 21) E 22) A 23) E 24) C 25) A 26) B 27) E 28) C 29) A 30) D 31) E 32) B 33) B 34) B 35) B 36) D 37) A 38) C 39) E 40) A 41) A 42) C 43) C 44) B 45) A

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