Upload
caniscattus
View
1.178
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Fundamento teórico do trabalho: Abandono e maus-tratos de cães e de gatos - www.canis-cattus.blogs.sapo.pt
Citation preview
FFFuuunnndddaaammmeeennntttooo
TTTeeeóóórrriiicccooo
Ana Catarina, nº1; Catarina Daehnhardt, nº 12;
Inês Lopes, nº13; Joana Custódio, nº14; Raquel Lopes, nº23;
12ºC2
Identificar vantagens/desvantagens existentes na relação
do Homem actual com os animais domésticos (cão e gato)
A relação entre o ser humano e os animais domésticos existe há milhares de
anos e tem sido objecto de estudo em diversas áreas do conhecimento como, por
exemplo, a Psicologia. O estudo do relacionamento dos animais de estimação (cães e
gatos) com o homem tem-nos permitido obter um maior conhecimento sobre o
próprio ser humano.
Esta relação traz, tanto vantagens, como desvantagens ao ser Humano.
Vantagens:
Desde sempre, o ser humano procurou nos animais de estimação a formação
de uma relação de afecto. Devido às exigências sociais da actualidade e ao facto do
Homem viver num ambiente cada vez mais stressante, o ser humano tende a isolar-se
a nível emocional, existindo uma grande necessidade de comunicação interpessoal.
Isto leva-o a procurar a companhia de animais de estimação, principalmente de cães e
de gatos, que se tornam um membro da família.
A relação que se forma entre os animais de estimação e o ser humano traz
muitas vantagens para o mesmo, a nível físico, mental e emocional.
Estudos realizados pela fundação The pets for the Eldery Foundation no âmbito
dos animais de companhia permitiram concluir que acariciar um animal pode ajudar a
reduzir a pressão sanguínea, permite estimular o bom humor e o divertimento, diminui
a possibilidade de ter uma depressão e transmite uma sensação de segurança.
A presença de um animal doméstico é também benéfica para as famílias, uma
vez que favorece a comunicação entre os membros da mesma. O facto do animal estar
permanentemente disponível para o convívio com os seus donos é um factor-chave
para o relacionamento entre os familiares.
Os idosos também beneficiam
do estabelecimento de uma relação
com os animais domésticos. Tendo em
conta que actualmente existe um
número cada vez maior de idosos que
vivem sozinhos, os cães e os gatos
tornam-se numa importante
companhia. Nestes casos, os animais
acabam por funcionar como uma
compensação para o “ninho vazio”
provocado pela saída dos filhos de casa, preenchendo a solidão de que estas pessoas
são vítimas. Ter um animal de estimação permite aos idosos tornaram-se mais activos.
Fig. 1 – Idosa a conviver com um cão
Fig. 2 – Criança a conviver com um gato
Além disso, a responsabilidade de cuidar de um animal faz com que os idosos tomem
melhor conta de si.
O facto de uma mulher estar grávida não é impedimento para ter um animal de
estimação, uma vez que, se o animal for treinado, pode até ser benéfico para a criança.
Os animais, para além de companheiros leais, ajudam as crianças a desenvolver um
sentido de responsabilidade e a formarem relações.
Num estudo feito por Robert Bierer, constatou-se que as crianças,
principalmente com idades entre os 10 e os 12 anos, que tinham animais possuíam
maior empatia e auto-estima do que as que não tinham animais.
Segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Geórgia, Estados Unidos, as
crianças criadas em contacto com cães e gatos apresentam menor risco
de desenvolver alergias. Esta equipa estudou 474 crianças até aos sete anos e
comparou as que estavam expostas a animais com as que nunca contactavam com
eles.
Tinham um animal
Tinham dois ou mais animais
Não tinham animais
Alérgicas a gatos
11,6% 7,7% 15,5%
Alérgicas a cães
3,5% 2,6% 8,6%
Tabela 1 - Estudo sobre alergias em crianças
Este estudo permitiu aos cientistas concluir que as lambidelas dos animais,
carregadas de bactérias, alteram a resposta do sistema imunitário, levando-o a
proteger-se.
Uma vantagem descoberta muito recentemente da
relação do Homem com o gato, relaciona-se com o seu
ronronar. Apesar de não existir consenso sobre a sua
origem, sabe-se que o ronronar dos gatos é uma espécie
de terapia para os mesmos que ajuda a fortalecer os ossos
e a facilitar a respiração. Estas descobertas levaram a que
se pensasse numa forma de aplicação desta terapia aos
seres humanos. O contacto das pessoas com um gato a
ronronar fortalece o sistema imunitário do Homem e
provoca o alivio de diversos tipos de dores.
Desde há muitos anos que os animais são utilizados
por psicólogos e psiquiatras em sessões de terapia. Se
repararmos, mesmo inconscientemente, as pessoas têm tendência a falar com os
animais como se eles fossem humanos. Assim, é possível esquecermos os nossos
problemas e preocupações e sentirmo-nos apoiados.
“Estudo após estudo, a Terapia Assistida por Animais tem provado ser uma ferramenta válida para ajudar as pessoas (…) a construir um novo senso de auto-confiança. A Terapia Assistida por Animais tem demonstrado poder de combater o isolamento e facilitar a socialização.” INATAA – Instituto Nacional de Acções
e Terapias Assistidas por Animais
A estas terapias dá-se o nome de TAA –
Terapias Assistidas por Animais e têm por
objectivo promover melhorias no
funcionamento físico, mental e emocional dos
pacientes. Segundo os especialistas, o
desenvolvimento de uma relação de afecto e de
confiança, permite desenvolver a auto-estima e
sentimentos de proximidade e segurança.
Este efeito benéfico dos animais de
companhia tem sido usado em muitas variantes de terapia, nas quais se usam
sobretudo os cães, pela sua autoconfiança, autodomínio e afabilidade.
Quando falamos em TAA que estão relacionadas com o cão, referimo-nos a
Cinoterapia. Esta forma de terapia foi
desenvolvida em 1953 pelo Dr. Boris
Levinson. Este médico constatou que
quando um cão estava presente no seu
consultório, os pacientes perdiam as suas
inibições, favorecendo a comunicação
entre o médico e o paciente.
Desde então, os cães têm sido
utilizados nas mais diversas variantes de
terapia animal, relacionada com projectos de educação, psicoterapia, fisioterapia e até
recuperação social de grupos em risco.
Nestas terapias, o cão funciona como co-terapeuta, sendo que qualquer raça
de cães pode ser utilizada, incluindo cães sem raça definida. Para serem utilizados
nestas terapias, os cães têm de ser saudáveis e têm de ter uma boa personalidade, ou
seja, têm de ser calmos, dóceis e gostar de interagir com pessoas. Além disso, estes
animais têm de ser treinados para terem um bom comportamento perante as pessoas
envolvidas na terapia.
Uma das variantes da terapia animal consiste
em ajudar crianças “em risco” a quebrar o seu ciclo
de violência.
O Projecto Shiloh, criado em 1995, em
Fairfax na Verginia, Estados Unidos, junta uma
dessas crianças com um cão abandonado. Estas
crianças têm um passado de violência e abuso para
com animais e pessoas. Na escola, três vezes por
semana, aprendem a ensinar o cão a submeter-se à educação humana e fazem
exercícios de comunicação. Este programa tem ajudado as crianças a ganharem
respeito pelos animais e a relacionarem-se melhor com as pessoas enquanto
Fig. 4 - The Shiloh Project
Fig. 3 - Cinoterapia com crianças
transformam um cão não desejado num companheiro pronto para ser adoptado e
fazer parte de uma família.
Algumas prisões em Portugal, seguindo o exemplo do que se verifica noutros
países, utilizam uma forma de terapia com animais. Os estabelecimentos prisionais de
Monsanto e do Linhó, por exemplo, possuem Hotéis para animais. Quando os donos
vão de férias podem deixar aqui os seus animais, por um preço reduzido, sendo da
responsabilidade dos reclusos tomar conta deles. Esta terapia faz parte do programa
de recuperação dos reclusos, permitindo-lhes interagir num ambiente mais saudável
com os outros reclusos e os animais.
Apesar dos cães serem o animal doméstico mais utilizado em terapias com o
ser humano, também existem algumas variantes das TAA que estão relacionadas com
o gato. Estes animais são, sobretudo, utilizados para auxiliarem pacientes com
distúrbios psicológicos e a terapia realiza-se simplesmente, através da interacção dos
gatos com os pacientes.
Nise da Silveira foi uma conhecida psiquiatra brasileira que utilizou a terapia
com gatos para tratar pacientes com esquizofrenia. Conhecem-se também casos em
que este tipo de terapia foi utilizada para ajudar crianças com problemas de
hiperactividade.
O objectivo da terapia com animais domésticos é proporcionar os benefícios do
estabelecimento de uma relação com estes animais a pessoas de todas as idades e
com os mais variados problemas. As terapias referidas provocam melhorias ao nível da
saúde física, mental e emocional que se vão reflectir numa melhoria da qualidade de
vida dos intervenientes.
Entre as diversas actividades nas
quais os cães auxiliam os seres humanos
no quotidiano encontram-se os cães-guia.
Estes cães são treinados para guiar
pessoas com deficiências visuais e auxiliá-
las nas suas tarefas do dia-a-dia.
O número de pessoas que conta
com o auxilio destes animais é reduzido.
No entanto, já há instituições que
começam a investir em projectos de
capacitação de cães para esta função.
Durante a condução de doentes visuais é necessário que o cão consiga discernir
eventuais perigos. Isto requer cães de inteligência bastante elevada e com muitas
horas de treino.
As raças caninas escolhidas para cães-guia dependem, sobretudo, do país em
questão. De uma maneira geral as raças mais utilizadas são o Pastor Alemão, o Golden
Retriever e o Labrador. Isto não quer, no entanto, dizer que cães de outras raças não
Fig. 5 – Labrador a ser utilizado como cão-guia
possam também desempenhar a função de cães-guia. Na Nova Zelândia, por exemplo,
são mesmo utilizados rafeiros como cães-guia.
Os cães têm de ter, sobretudo, um temperamento dócil, facilidade para se
adaptarem a novas situações, um tamanho considerável, inteligência e facilidade em
aprender, uma vez que o cão terá de passar por um longo período de treino que o
capacitará a desempenhar uma série de funções fundamentais para garantir o bem-
estar do seu dono. Este treino, para além de demorar bastante tempo, também é
muito dispendioso.
Após o nascimento, o potencial cão-guia é observado até à 8ª semana de vida
com o intuito de se verificar a sua saúde, temperamento e espírito de liderança. Se for
aprovado, passa por um período de convivência com humanos durante
aproximadamente um ano, ficando aos cuidados de uma família voluntária. É durante
esta fase que o animal recebe o treino específico para ser cão-guia, aprendendo uma
série de comandos básicos, como por exemplo, “senta” ou “deita”, parar para descer e
subir escadas e para atravessar a rua, etc.
Quando o cão voltar para a escola será treinado durante cerca de 7 meses. Os
que não se qualificarem como cães-guia serão utilizados como cães de companhia, por
exemplo, para pessoas com dificuldades de locomoção e os que forem adequados para
desempenhar essa função iniciam o contacto com o seu futuro dono, sendo que este
recebe as orientações necessárias para aprender a cuidar do seu novo animal de
estimação.
Outra das vantagens existentes na relação entre o homem e o cão, é o facto de
este ser um excelente protector do seu dono. Desde a antiguidade que o cão
demonstra ser capaz de apoiar e ajudar o homem, sendo depois recompensado, o que
cria uma relação benéfica para ambos.
Actualmente, cães de grande
porte são utilizados pela polícia a
fim de ajudarem quer em
investigações, quer em campo,
sempre que é necessária a sua
intervenção. Os cães são animais
com características muito
particulares, o que os torna muito
bons investigadores. O principal
motivo do uso de cães em forças
militares é o seu olfacto, que é cerca de cinquenta vezes mais sensível do que o do ser
humano. Deste modo, consegue distinguir muito mais facilmente cheiros específicos, o
que permite que encontre criminosos, armas, bombas, drogas e ainda outras
substâncias muito mais rapidamente que o homem. Através do seu olfacto, os cães
conseguem também farejar uma maior área, estando cientificamente provado que o
homem precisa de dezanove vezes mais tempo do que o cão para verificar o mesmo
Fig. 6 - Cães-polícia
espaço. Outro benefício é o seu rosnar, pois um cão pode emitir sons muito altos,
provocando medo e fazendo com que os criminosos se entreguem, o que evita o
contacto físico violento. A sua força, rapidez e agilidade, permite apanhar indivíduos
em fuga e mantê-los dominados até chegarem os seus oficiais.
Para que possam desempenhar estas funções e antes de serem postos em
campo, os cães precisam de um treino intenso e flexível, baseado numa relação de
companheirismo com os treinadores e os donos, acabando muitas vezes por se
tornarem animais de estimação dos mesmos.
A primeira raça de cães a ser utilizada para estes trabalhos foram os Beagle,
pois o seu faro é extremamente apurado. Actualmente, usam-se cães maiores como os
rottweiler, os cane corso, os pastor belga, os pastor alemão, os dogue alemão, os
bóxer, os schnauzer, os leonberger, entre outros. Em Portugal, as raças mais utilizadas
são os rottweiler e os pastor alemão.
A utilização destes animais traz benefícios para a polícia uma vez que estes
animais desenvolvem um bom trabalho, sendo por vezes indispensáveis na resolução
de algumas investigações. Esta relação também é benéfica para o cão, pois este é
acolhido pelos membros da equipa em que está inserido e recebe uma casa e uma
família.
Desvantagens:
Acolher um animal de estimação em casa também traz desvantagens. Isto
porque existem muitos aspectos a ter em conta antes da adopção de um animal.
Adoptar um animal implica muitas responsabilidades, perda de tempo a cuidar do
mesmo, menor disponibilidade para viajar, assim como acesso limitado a espaços
públicos, quando na companhia do mesmo. A educação do cão é também algo a
considerar, uma vez que o controlo do
seu comportamento é fundamental.
Este controlo pode ser feito através de
escolas de cães, onde os cães são
treinados em termos de obediência e
agilidade.
Todos estes aspectos
envolvem custos elevados,
principalmente o tratamento do bem-
estar físico do animal, que implica
visitas regulares ao veterinário e, na
maior parte dos casos, a esterilização.
Quando as pessoas adoptam um animal, formam com este uma forte relação
de afecto. A perda do animal de estimação torna-se, por isso, muito complicada,
principalmente, quando os donos vivem sozinhos. Isto é comprovado pelo facto de
existirem vários cemitérios para animais, onde estes permanecem enterrados, muitas
Fig. 7 - Cemitério dos animais domésticos no Zoo de Lisboa
vezes, durante décadas, revelando o sentimento de perda que as pessoas sentem
perante a morte dos seus animais de companhia.
Pode-se então concluir que, apesar do trabalho e da constante atenção de que os
animais necessitam, somos sempre recompensados pela sua presença, pois eles
proporcionam-nos alegria, lealdade e permitem a construção de uma relação de afecto
e proximidade que traz muitos benefícios ao ser humano.
Trabalho realizado por:
- Catarina Daehnhardt
- Inês Lopes
- Joana Vicente
Identificar as consequências para o ambiente e para a
população que resultam do abandono dos animais
domésticos (cães e gatos)
O abandono e os maus-tratos dos animais domésticos tem vindo a aumentar.
Além de consequências para os animais, isto provoca também efeitos no ambiente e
na comunidade.
A consequência ambiental mais óbvia que resulta do abandono dos animais
domésticos relaciona-se com os excrementos dos cães, que são muito evidentes nas
ruas, parques e um pouco em todas as cidades. Os excrementos não só são
incomodativos para os habitantes, como a sua limpeza custa anualmente elevadas
quantias de dinheiro aos serviços municipais.
Os cães e os gatos abandonados criam
autênticas colónias de animais assilvestrados que
têm de se alimentar de outras espécies de animais,
como aves, répteis, anfíbios e pequenos mamíferos.
Tanto os gatos como os cães podem constituir
problemas para o ambiente ao causarem graves
desequilíbrios nos ecossistemas. Esta situação está,
no entanto, dependente de diversos factores, como a dimensão da colónia/matilha,
zona onde habitam, espécies que vivem nessa zona, etc.
Este problema torna-se especialmente grave quando os animais capturados
pertencem a espécies protegidas, o que parece acontecer bastante no caso dos
animais capturados pelos cães. Segue-se uma lista das espécies protegidas que são
mais frequentemente capturadas por estes animais:
Tabela 2 - Espécies protegidas mais frequentemente capturadas por cães
Para combater esta situação, em muitas Áreas Protegidas é interdita a
circulação de cães. No entanto, as espécies protegidas não se encontram apenas
nessas zonas do território, pelo que esta medida apenas resolve parcialmente o
problema.
Esta situação é também bastante preocupante no caso dos gatos que, apesar
de serem controladores de pragas (como por exemplo, de ratos) são predadores natos,
podendo prejudicar seriamente a dinâmica dos ecossistemas.
Répteis Sardões, Lagartixas e Cobras.
Aves Passeriformes, Toutinegras, Chapins, Pintassilgos, Rolas-turcas, Andorinhões, Poupas.
Mamíferos Lirão, Doninha, Toirão, Musaranhos, Toupeira, Ouriço-cacheiro, Geneto.
Fig. 8 – Gato a alimentar-se de um pássaro
Importa agora distinguir os conceitos de gatos selvagens, ferais e vadios. Os
gatos selvagens descendem de espécies selvagens e, por esse motivo, vivem longe do
contacto humano há várias gerações. Os
gatos vadios são gatos abandonados e
que, por isso, apresentam um
temperamento semelhante ao de um
gato doméstico. Aos animais desta
espécie que vivem na rua, mas que
descendem de gatos domésticos, dá-se o
nome de gatos ferais e são estes que
constituem uma maior ameaça aos
ecossistemas uma vez que, não tendo tido contacto com humanos, têm os instintos
predadores bem desenvolvidos e, tendo descendido de animais domésticos são,
geralmente, introduzidos em ecossistemas como espécies predadoras,
desestabilizando o seu funcionamento e organização.
Os gatos ferais vivem, na maioria das vezes, em colónias que se localizam em
sítios escondidos do Homem (como edifícios abandonados ou pequenas florestas) e
próximos de alimento, que é, muitas vezes, fornecido pelo próprio ser humano.
Nalguns países da América do Norte, assim como na Nova Zelândia e na
Austrália, os gatos são considerados pragas devido à ameaça que representam para as
espécies em risco de extinção.
As colónias de gatos são, geralmente, mais prejudiciais do que as de cães,
devido ao ritmo exacerbado da sua proliferação.
A esperança média de vida para os gatos que vivem na rua, numa colónia fixa é
de cerca de cinco anos, enquanto que os que vivem de forma individual, não
ultrapassam os dois anos de vida. Um
casal de gatos com uma média de 2
ninhadas por ano e com 3 crias por
ninhada, em cinco anos de vida, gera
cerca de 12.680 gatos. Apesar de parte
destes gatos morrerem antes de
atingirem a idade da reprodução, o
impacto de uma população de centenas
de gatos numa zona rural ou urbana tem efeitos bastante negativos, tanto para as
restantes espécies que habitam a região, como para a própria comunidade.
A consequência mais evidente para a população que resulta do abandono e dos
maus-tratos dos cães e dos gatos prende-se com a transmissão de Zoonoses. Este
termo é utilizado para designar doenças infecciosas transmissíveis, em condições
naturais, dos animais vertebrados – tanto domésticos como selvagens – ao Homem e
inversamente.
Fig. 9 - Colónia de gatos no Egipto
Fig. 10 – Reprodução dos gatos
A Zoonose mais conhecida é a raiva. Esta doença é
provocada por um vírus que se instala no sistema nervoso
e pode ser transmitida pelo contacto da saliva em
mordeduras, lambidelas em feridas, mucosas ou
arranhões, sendo que o principal agente de transmissão
desta doença é o cão. Os canis municipais foram,
inicialmente, criados para evitar a propagação desta
doença que actualmente se encontra erradicada em
Portugal. Apesar disto, a vacinação dos cães contra esta
epidemia é, por lei, obrigatória, dado que a doença é
mortal em praticamente todos os casos.
Apesar da raiva ser a única Zoonose que possui
vacina cuja toma é obrigatória por lei, existem outras
Zoonoses relativamente comuns como a Leptospirose,
que se transmite através da urina dos animais afectados
que raramente manifestam sintomas clínicos, e a
Leishmaniose. Esta última transmite-se aos cães através
da picada de um mosquito que se alimentou de sangue de
um animal infectado e constitui, em países como o Brasil,
um grave problema de saúde pública.
Os parasitas surgem nos animais domésticos, mais frequentemente, entre os
meses de Maio e Setembro, devido ao calor.
A maior parte destas doenças podem ser evitadas
através de acções de prevenção, como a vacinação e a
desparasitação que deve ser realizada de forma regular de
modo a evitar o contágio de parasitas, como as ténias, as
lombrigas e as carraças que podem transmitir febre da
carraça. Esta doença não é transportada directamente pela
carraça, mas sim por uma bactéria que vive no organismo da
mesma. Afecta de forma dolorosa os seres humanos e é transmitida, geralmente, pelos
cães.
Outro parasita frequente nos animais domésticos são as pulgas que são
transmitidas com facilidade ao ser humano, provocando múltiplas lesões na pele
afectada.
Existem várias consequências, tanto para o ambiente como para a população
que resultam do abandono dos animais domésticos e que passam pelos excrementos
em locais públicos, pela captura de espécies em perigo e pela proliferação de doenças
e de parasitas.
O problema dos excrementos pode-se resolver através da limpeza das cidades.
No entanto, tanto no caso da proliferação de doenças e de parasitas, como na captura
Fig. 11 - Cão com o vírus da raiva
Fig. 12 - Vírus da raiva observado ao Microscópio Electrónico
Fig. 13 - Pulga
de espécies em perigo, a única solução possível trata-se da remoção dos animais das
vias públicas e na sua vacinação e desparasitação.
Texto realizado por:
- Ana Catarina
- Inês Lopes
Fig. 1 – Gatos abandonados
Fig. 2 – Ninhada de cães abandonados
IIIdddeeennntttiiifffiiicccaaarrr fffooorrrmmmaaasss dddeee cccooonnntttrrrooolllooo dddaaa pppooopppuuulllaaaçççãããooo dddeee
cccãããeeesss eee gggaaatttooosss
Podemos considerar que por cada criança que nasce, nascem cerca de 15 cães
e 45 gatos. Por cada cadela que nasça, são gerados, indirectamente, 64 mil filhotes em
seis anos enquanto que por cada gata são gerados,
também indirectamente, 420 mil filhotes em sete
anos. Não existem pessoas suficientes para tomar
conta de tantos animais. Mesmo que exista mais
de um animal em cada casa ainda existiriam alguns
sem dono. Isto leva-nos à problemática do
aumento da população de animais errantes, isto é,
animais sem dono que vivem nas vias públicas.
Estes animais são potencialmente perigosos, uma vez que
podem provocar acidentes de trânsito, morder as
pessoas e outros animais, transmitir doenças, etc.
Uma das formas de controlo da população de animais passa por instituições de
acolhimento de animais e por canis municipais, uma vez que os removem das vias
públicas. A origem dos canis/gatis municipais data do final do séc. XIX, quando se
tornaram uma parte integrante da estratégia de controlo da raiva em Portugal. Ás
câmaras municipais compete, de acordo com o art. 8º do D.L. nº 314/2003, de 17 de
Dezembro e o artº 19º do DL 315/2003, de 17 de Dezembro, proceder à recolha de
animais de companhia sempre que seja necessário. Para isso são obrigadas a manter
instalações destinadas ao alojamento temporário destes animais de companhia – canis
e gatis ou centros de recolha.
Desde 2001, os canis são considerados centros de recolha oficial, ou seja, alojamento
oficial onde um animal é hospedado por um período determinado pela autoridade
competente, nomeadamente os canis e gatis municipais, não podendo funcionar como
locais de reprodução, criação, venda e hospitalização.
Não existe um modelo de Centro de Recolha Oficial único, cada município deve edificar
uma estrutura adequada ao seu concelho, de acordo com a dimensão populacional
tanto de animais, errantes ou com dono, como de pessoas.
Alguns canis recorrem à captura e sacrifício de animais errantes que, para além de ser
um acto desumano que vai contra as leis de
protecção dos animais, nunca se provou
eficiente. A captura em massa de animais
errantes já foi posta em prática em vários
países e nenhum deles conseguiu reduzir o
número de animais vadios em vias públicas.
Isto acontece porque, enquanto o ambiente
Fig. 3 – Esterilização cirúrgica
conseguir suportar o aparecimento de novos espécimes de forma a garantir a sua
sobrevivência, estes vão continuar a aparecer nesse local. Esta forma de controlo da
população de cães e gatos é ineficaz sobretudo por não actuar nas principais causas do
problema: a procriação excessiva destes animais, a irresponsabilidade ou ignorância
dos proprietários, que deixam os seus animais passear sozinhos sem estarem
esterilizados, e a má gestão do lixo urbano, que serve de alimento para estes animais.
A apreensão de cães errantes é indicada com particular ênfase para as áreas de focos
de raiva ou de outras doenças e deve ser realizada após um planeamento minucioso,
com conotação epidemiológica e conhecimento prévio da população, segundo técnicas
adequadas.
Os canis tornaram-se um meio mais eficiente de controlo da população de cães
e de gatos, uma vez que, para além de removerem os animais das vias públicas,
também esterilizam os que colocam para adopção. Desta maneira, mesmo que o dono
deixe o seu animal passear livremente, este nunca vai contribuir para o aumento
indesejado da população da sua espécie.
A esterilização e a castração cirúrgica são métodos
definitivos de controlo da população animal.
Consistem na remoção dos órgãos sexuais
através de uma orquiectomia ou de uma
vasectomia para o caso dos machos e no caso
das fêmeas recorre-se a à ovariectomia, à
histerectomia ou à
ovariosalpingohisterectomia.
Quando se submete uma cadela ou uma gata à
esterilização, é comum optar-se pela
ovariosalpingohisterectomia, uma vez que das três
cirurgias é a que remove completamente os órgãos reprodutivos. O principal objectivo
desta intervenção é terminar com o cio e, consequentemente, a gravidez da fêmea e o
aparecimento de animais indesejados. Para além disto a ovariosalpingohisterectomia
previne o aparecimento de doenças ao nível do útero, tal como, o Complexo
Hiperplasia Endometrial Cística (Piometra), que normalmente se desenvolve devido à
utilização de hormonas sintetizadas.
A castração, realizada nos cães ou gatos, pode ser ao nível dos testículos
(orquiectomia) ou ao nível dos canais deferentes que conduzem o líquido seminal
(vasectomia). Para além de ter benefícios a nível da saúde física do animal, pois
previne o aparecimento de tumores nos testículos e na próstata, a castração também
altera o estado psicológico do mesmo uma vez que, está provado que níveis altos de
testosterona provocam respostas mais agressivas perante situações de negação.
Fig. 4 – Ida ao veterinário
A esterilização pode ser então vista como a única forma
eficaz de controlo da sobrepopulação de animais
domésticos (cães e gatos). Este método ultrapassa
qualquer outra prática veterinária para este fim,
uma vez que os seus benefícios não são só ao
nível de saúde do próprio animal mas também
ao nível de vida dos donos.
Para muitas pessoas a remoção definitiva dos
órgãos sexuais do animal não deve ser a primeira
opção, em alternativa são feitas hormonoterapias.
Este método é semelhante à esterilização, na
medida em que permite o controlo e a manipulação do cio. Tal como as hormonas
utilizadas pelo Homem, os animais ingerem medicamentos que contêm dosagens de
progesterona que regulam as concentrações de outras hormonas, produzidas pelo
complexo hipotálamo-hipófise. No entanto, a hormonoterapia não é recomendada
pelos médicos veterinários, uma vez que apresenta efeitos secundários consideráveis,
como por exemplo, inibição da imunidade uterina, multiplicação das glândulas
endometriais com consequente desenvolvimento de piometra (doença causada por
uma infecção bacteriana dentro do útero de cadelas e gatas), desenvolvimento de
diabetes e aumento da formação de tumores mamários.
A juntar aos custos das terapias os custos das operações para reverter os efeitos
secundários provocados por estas, supera o custo de uma esterilização cirúrgica. Por
esta e por todas as outras razões, as clinicas veterenárias recomendam a intervenção
cirurgica.
A esterilização e a castração dos animais de estimação são assim formas de
controlo fundamentais para diminuir o contínuo crescimento de animais abandonados
nas ruas, pois actuam na principal fonte do problema, a procriação excessiva destes
animais.
Texto realizado por:
- Catarina Daehnhardt
- Raquel Lopes
IIIdddeeennntttiiifffiiicccaaarrr,,, qqquuuaaannntttiiifffiiicccaaarrr eee eeexxxpppllliiicccaaarrr aaasss sssiiitttuuuaaaçççõõõeeesss dddeee
aaabbbaaannndddooonnnooo eee mmmaaauuusss tttrrraaatttooosss dddeee aaannniiimmmaaaiiisss dddooommméééssstttiiicccooosss nnnooo
cccooonnnccceeelllhhhooo dddeee SSSiiinnntttrrraaa
O abandono e os maus tratos de animais domésticos são um problema cada vez
maior no nosso país. Em Portugal mais de 10.000 animais são abandonados todos os
anos, sendo que, até surgir a Declaração Universal dos Direitos dos Animais em 1978,
este acto já era punível criminalmente em países como a França, a Itália e o Canadá. Já
em Portugal, apenas se punia o abandono de animais velhos e doentes na via pública.
Existem várias causas de abandono e muitas delas promovem apenas a
comodidade do homem. Este acto demonstra falta de respeito e ingratidão para com
os animais, pois a interacção que o homem estabelece com estes traz-lhe acima de
tudo muitos benefícios.
Hoje em dia, todos os motivos servem para justificar o abandono de um cão ou de um
gato. Por exemplo, a entrada de um novo
membro na família. Quando uma mulher
engravida é comum pensar que o animal
pode transmitir doenças prejudiciais a si e
ao bebé. Quando o bebé nasce também é
frequente pensar-se que o animal o pode
prejudicar com o seu pêlo, com os seus
comportamentos e atitudes e ainda por
tentar ocupar o seu espaço. Uma
alternativa ao abandono passaria pela
educação e supervisão do animal, controlando-se, assim, a relação entre o animal e a
criança que não iria restringir o contacto entre os dois, pois este pode ser benéfico.
As férias podem ser outro problema para os animais domésticos. A chegada do
calor, a possibilidade de viajar e não haver um local onde se possa deixar um animal
são as principais “desculpas” para o abandono. No nosso país, muitos hotéis, pousadas
e senhorios ainda não aceitam a presença de animais e as alternativas (como os hotéis
de cães e gatos, os canis e os gatis) são muito dispendiosas. Nestas épocas também é
difícil encontrar alguém disponível para ficar com o animal sendo a hipótese mais fácil
o abandono. Podem então optar-se por diferentes tipos de férias, como por exemplo,
o campismo, que permite a entrada de animais, ou escolher estabelecimentos que
autorizem a companhia dos mesmos.
Outro motivo de abandono é
a adopção irresponsável.
Muitas pessoas quando
recorrem à adopção de um
cão ou de um gato, não
Fig. 1 - educar o gato para reconheçer o bebé
Fig. 2 - os serra da estrela podem atingir até 60kg na idade adulta
pensam nas consequências a longo prazo. Por exemplo, nos custos do veterinário, da
alimentação, e outras despesas essenciais para o bem-estar do animal. No entanto, ter
um animal não é simplesmente alimentá-lo,
ele precisa de atenção constante tal como
qualquer outro membro da família. Pode ainda
ser visto como adopção irresponsável quando
o motivo do abandono é o crescimento do
animal. Para evitar estas situações, as pessoas
antes de adoptarem os animais deviam avaliar
as condições de que dispõem tanto ao nível de
espaço como financeiramente.
Existem ainda outras razões para o
abandono de animais de estimação, como a mudança de casa, o envelhecimento do
animal ou os divórcios entre casais.
Existem outras formas de maltratar os animais. O comportamento dos animais
pode ser influenciado pelo comportamento dos seus donos. Uma Universidade da
Pensilvânia realizou um estudo sobre este assunto e concluíram que donos agressivos
geram cães agressivos, tendo-se verificado que «pelo menos um quarto dos cães
reagiu agressivamente perante a utilização de métodos hostis por parte dos seus
donos».
Podem destacar-se vários tipos de maus-tratos a animais, como as lutas de
cães. No Verão, o número de lutas clandestinas entre os animais aumenta, sendo que
as raças mais utilizadas são os Boxer, os Dobermann, os Dog Argentino, os Rotweiller e
os Pit Bull, sendo que estes últimos são os mais utilizados.
Esta prática gera lucros não só para os donos dos animais, mas também para quem
assiste, uma vez que as apostas são o principal motivo para existirem estas lutas. O
divertimento é também um grande incitador destes «espectáculos», tornando-se
assim uma forma de exploração dos animais.
Uma outra forma de maltratar os
animais, e que pode até causar a sua
morte, é o envenenamento. Em Portugal, o
envenenamento de cães e de gatos,
constitui uma das maiores causas de morte
dos mesmos. As razões que estão por
detrás deste acto não o justificam, e vão
desde o envenenamento por parte de
pessoas que se sentem incomodadas com a
presença do animal a envenenamento por
simples diversão. As vítimas mais comuns
são, geralmente, os animais abandonados
o que não permite que muitos deles
Fig. 3 – os divórcios são uma causa frequente de abandono
Fig. 3 – os animais envenenados são geralmente abandonados na rua
sobrevivam a este tipo de maus-tratos. Estatísticas mostram que apenas 1/3 dos
animais intoxicados sobrevivem, uma vez que após ingerido o veneno é muito difícil
impedir a contaminação do animal. O envenenamento, quando praticado
intencionalmente, é um acto punível por lei.
Os animais podem também ser
vítimas de maus tratos se fizerem parte de
uma companhia de circo ou se estiverem
integrados noutro tipo de espectáculos,
como competições, concursos ou até em
publicidade.
Os animais que pertencem a companhias de
circo, são geralmente os que mais sofrem,
pois os cachorros são educados para fazerem
os truques que o domesticador pretende
sendo que, quando estas manobras não são
executadas na perfeição, sofrem castigos
físicos ou psicológicos. Dos castigos físicos
podem destacar-se as chicotadas e a falta de
alimento, e dos psicológicos pode destacar-se o aprisionamento em jaulas isoladas ou
ainda repreensões verbais. Todos estes comportamentos por parte do homem acabam
por causar vários problemas ao animal, nomeadamente mudanças de comportamento,
agressividade, tristeza ou ainda debilitações físicas que podem permanecer ao longo
da vida. Além destes castigos, existem ainda muitos cães no circo que nunca são vistos
pelo veterinário. Este facto, além de demonstrar o comportamento negligente dos
responsáveis é também propício à propagação de doenças, que debilitam os animais.
Visto que muitos circos são nómadas, é normal que os cães ou os gatos sejam
transportados em alojamentos inadequados, que não permitem a sua mobilidade.
Todos estes factores têm consequências para os animais, pois estes nunca têm uma
família de referência, nem nunca se sentem verdadeiramente acarinhados por alguém,
tornando-se tristes e submissos, devido ao medo que têm dos seus treinadores.
O bem-estar do animal é essencial, mas muitas vezes esse bem-estar não é
respeitado, sendo que estes
animais são vítimas de
negligência por parte dos seres
humanos.
Muitas vezes, os animais
são deixados completamente ao
abandono na sua própria casa
sem comida, água ou as mínimas
condições de higiene. Outro sinal
Fig. 4 – cães do circo
Fig. 5 – cão abandonado
de negligência é quando os animais são deixados infestados com carraças ou pulgas, o
que constitui não só uma ameaça para si como para quem os rodeia.
Tal é a gravidade do problema que têm existido cada vez mais leis no sentido
de impedir o abandono e os maus tratos de animais.
Em Portugal existe um regime de protecção jurídica dos animais uma vez que
os maus-tratos são graves e passíveis de serem punidos. Muitas das leis que prometem
a defesa dos animais, podem ser vistas como materialistas, uma vez que se referem
aos animais como se de objectos se tratassem.
Actualmente nos Arts. 308º a 310º
do código penal Português é
enunciado que "quem destruir,
danificar, desfigurar ou tornar não
utilizável coisa alheia será punido
com pena de prisão até 2 anos ou
multa até 90 dias", sendo a pena
agravada para " prisão de 2 a 6 anos
ou multa até 200 dias", se o crime
revelar " baixeza de carácter "Art.
309º), a pena também é aplicável. Em
contrapartida, "se o prejuízo for de pequeno valor, a pena não excederá 6 meses de
prisão ou 30 dias de multa, podendo também o agente ser isento de pena". (Art. 310º).
Em qualquer caso, "o procedimento criminal depende de queixa" ( Art. 308º e nº Art.
310º ) , o que significa que tem legitimidade para apresentar queixa a pessoa ofendida,
considerando-se como tal, o titular dos interesses que a lei quis especialmente
proteger com a incriminação (Art.111º).
Apesar disto a protecção dos animais consagrada nos Arts. 308º a 310º do Código
Penal, é insuficiente, uma vez que este regime não prevê nem pune os danos causados
em animais próprios e faz depender o procedimento judicial da queixa, do dono dos
animais (se o crime tiver sido cometido " com violência ou ameaça contra as pessoas ",
ou não revelar " baixeza de carácter ). Significa isto que, se o animal for morto pelo
dono (por tortura ou envenenamento, por exemplo, revelando " baixeza de carácter ")
ou, se o animal alheio for, por exemplo, abatido a tiro, e não existir queixa, o acto não
será punível.
Para além disto o Art.1º do Decreto Lei 5650 de 10 de Maio de 1919, veio determinar
que "toda a violência exercida sobre os animais é considerada acto punível", prevendo
uma pena de multa que, em caso de reincidência poderá ser agravada com prisão.
O abandono de animais é outro problema grave que também é uma forma de
maus tratos. O problema é tão grave que se tem vindo a criar legislação no sentido de
impedir o abandono de animais. A Assembleia da República aprovou a lei sobre a
protecção dos animais onde se proíbe o abandono intencional de animais que tenham
sido mantidos sob o cuidado e protecção humanas. A denúncia de casos de abandono
Fig. 6 – gato abandonado
de animais às autoridades locais ou à Sociedade Protectora dos Animais torna-se
fundamental para uma maior sensibilização perante este problema que constitui,
acima de tudo, uma questão de cultura e respeito por todos os seres vivos. A denúncia
do abandono não permite apenas o salvamento do animal mas também a punição de
quem o pratica, uma vez que em Portugal este acto é considerado crime punível com
coimas de 500€.
As lutas de cães e o envenenamento de animais, já referidos anteriormente, por serem
vistos como maus-tratos, têm chamado a atenção da comunidade, tendo-se criado leis
que punem os seus praticantes. O Art 32. da Lei dos Crimes Ambientalistas diz que:
“Praticar acto de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais selvagens, domésticos
ou domesticados, nativos ou exóticos” terá uma pena de três meses a um ano de
detenção e multa que vai desde 500€ a €3740. Incorre nas mesmas penas quem realiza
experiência dolorosa ou cruel em animal vivo. A pena é aumentada de um sexto a um
terço se ocorrer morte do animal.
Sendo o abandono e os
maus-tratos de animais
domésticos um problema cada
vez maior e com graves
consequências é necessário
actuar e mudar mentalidades
para que este possa ser
resolvido.
Trabalho realizado por:
- Ana Catarina
- Joana Vicente
- Raquel Lopes
BBBiiibbbllliiiooogggrrraaafffiiiaaa
Identificar vantagens/desvantagens existentes na relação do Homem actual com os
animais domésticos (cães e gatos)
As vantagens de ter um animal de estimação,
<http://www.bianca.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=18&Itemid=
80>
Pets for the elderly foundation,
<http://www.petsfortheelderly.org/articles.html>
Benefícios para a saúde de ter um animal de estimação,
<http://www.petemotions.com/manuais/Manual_PetEmotions_01.pdf>
Ronronar dos gatos,
<http://arcadenoe.sapo.pt/artigo/ronronar_do_gato_uma_nova_terapia/377>
Shiloh Project, <http://www.shilohproject.org>
Identificar as consequências para o ambiente e para a população que resultam do
abandono dos animais domésticos (cães e gatos)
Zoonoses, <http://saudepublica.wordpress.com/arquivo/zoonoses>
Quando os nossos animais põem em risco outros,
<http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?p=1019374>
Espécies em extinção, <http://super.abril.com.br/ecologia/especie-extincao-
pequena-notavel-445778.shtml>
Raiva, < http://www.dominio-lda.com/21-xptceg.htm#0>
Raiva, < http://www.hospvetprincipal.pt/raiva.htm>
Identificar formas de controlo da população de cães e gatos
Esterilização de cães e gatos, < http://www.esteriliza-me.org>
Programa de controlo de Natalidade Animal,
<http://www.voluntariosamigosdosbichos.com.br/controledenatalidade.htm>
Identificar, quantificar e explicar as situações de abandono e maus tratos de animais
domésticos
Envenenamento, <http://www.fasprotecaoanimal.org.br/envenenamento.asp>
Razões de abandono de animais,
<http://wecare4animals.blogspot.com/2008/06/razes-de-abandono-de-animais.html>
Legislação,
<http://www.azp.pt/conteudos_gera_sub.asp?idarea=19&idsub=22>
Animais de companhia, <http://www.animal.org.pt/animais_companhia.html>