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Universidade de São Paulo Em cooperação técnica com a Escola de Administração Fazendária - ESAF Apresenta: A CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX São Paulo 2015

CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

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Page 1: CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

Universidade de São Paulo

Em cooperação técnica com a Escola de Administração Fazendária - ESAF

Apresenta:

A CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

São Paulo

2015

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Dori Edson Martins dos Santos Junior

Nº USP: 7969410

A CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

Relatório apresentado como avaliação à

disciplina ACH 3666 - A CIDADE

CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA

REPÚBLICA IX – aos docentes: Prof.

Dr. Marcelo Nerling e Prof. Dr. Douglas

Andrade.

São Paulo

2015

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Introdução

Buscando inovar na extensão, no ensino e na pesquisa interdisciplinar, A Cidade

Constitucional: Capital da República consiste em um projeto de duração continuada e em disciplina

ofertada pelo curso de bacharelado em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo –

USP. Diferentemente de uma disciplina regular, na qual os alunos são expostos a extensas cargas de

leitura e teorias que, por vezes, não conseguem experienciar na prática, o projeto ganha a gestão do

conhecimento com a implementação de uma metodologia ativa no processo de aprendizagem no

ensino superior: ensino com pesquisa e extensão, que valoriza os conteúdos cognitivos e atitudinais.

Como disse o poeta, Miguel de Cervantes “Aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe

muito“.

A Cidade Constitucional rompe as paredes da sala de aula, supera os muros da universidade,

do estado e até mesmo do país e vai a busca do direito na rua e nas instituições republicanas. O

roteiro proposto e realizado na Capital da República é uma experiência tangível e é construído a

partir de alguns eixos transversais, entre eles, a Educação Fiscal para a Coesão Social. Durante as

visitas, professores, monitores e nós, alunos procuramos participar ativamente, interagindo tanto

com os locais como com aqueles que nos aguardavam. Os gestores com que pudemos ter conato

vivem a real política. Também, nesse projeto, se almeja preparar os alunos para o exercício da

cidadania e para o mundo do trabalho relativo à gestão pública.

O projeto nos aproxima dos espaços públicos e estes se abrem, de certa forma, prestando

contas a nós cidadãos. A sociedade civil, por meio da universidade, se redescobre como ator

singular de participação. A administração tributária e educacional mantém um diálogo que promove

a coesão social e fortalece a democracia. A juventude, o ensino de adultos, a ensinagem proposta na

Cidade Constitucional, vai reaproximando a sociedade civil da sociedade política e fortalecendo a

democracia por meio do ensino formal continuado.

Durante a experiência de seis dias em Brasília - DF, com início em 06/09/2015 e término em

11/09/2015, pude viver os ambientes de formulação, implementação e avaliação das políticas

públicas, conhecer as pressões, demandas e prioridades presentes no Governo Federal. A

experiência não foi rica somente pelo exposto. Neste ano contamos com a participação de alunos de

duas outras universidades: a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ e; a

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, fato que possibilitou o intercâmbio entre

alunos universitários de estados diferentes, que, consequentemente, possuem olhares e pensamentos

diferentes.

Como funciona a política e seu sistema operacional no âmbito dos Três Poderes? (Executivo

Legislativo e Judiciário). Conheço a organização político-administrativa do meu país? Eu tenho

vontade de Constituição? Essas e outras questões foram indagas durante o projeto. Desse modo,

buscarei explanar, nas páginas que seguem como se deu minha experiência neste projeto inovador.

O relatório consistirá, basicamente, de descrição das atividades desenvolvidas durante os dias de

imersão e contará com exposição de fotos dos locais e minha interação com o meio. A experiência,

já adianto, foi de grande utilidade para mim, cidadão e futuro gestor público e, portanto, fazer o

relato da mesma consiste, acima de tudo, em meu dever para com você, leitor, cidadão brasileiro.

.

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DIA 01 – 06/09/2015 – Chegada a Capital da República

A viagem em direção a Capital

da República começou as 11:00h do dia

06 de Setembro de 2015, um domingo

frio no aeroporto internacional de

Guarulhos, momento este no qual me

preparo, juntamente com minhas

colegas de disciplina, para embarcar no

avião que nos levaria a Brasília.

Exatamente as 13:00h chegamos

no aeroporto internacional de Brasília

— Presidente Juscelino Kubitschek.

Diferentemente do clima de São Paulo,

a cidade esbanjava calor. Logo que

saímos do aeroporto, pegamos um taxi e seguimos em direção a Escola de Administração

Fazendária – ESAF, a fim de fazermos o check-in, deixarmos nossas bagagens e seguirmos ao

encontro dos demais colegas que já estavam realizando visita técnica no Palácio do Planalto, pois

foram de ônibus e haviam chegado a Brasília por

volta das 12:00h.

As 15:00h conseguimos nos encontrar com

os demais estudantes e com os professores da

disciplina. Dessa vez, iríamos visitar o Palácio do

Itamaraty, que é a sede do Ministério das Relações

Exteriores, desenhado pelo famoso e

mundialmente conhecido arquiteto Oscar

Niemeyer, inaugurado em 1970. Fomos guiados e

expostos a partes importantes do local, como a

famosa Sala dos Arcos.

Sala dos Arcos - Itamaraty Foto Oficial - Itamaraty

Itamaraty

Eu, Jaqueline e Beatriz – aeroporto de Guarulhos

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Após a visita ao Palácio do Itamaraty, retornamos a ESAF para realização do check-in (para

os alunos que tinham ido de ônibus). As 18:00h jantamos no restaurante da escola e logo em

seguida, as 19:30h, tivemos nossa primeira atividade que consistiu em uma atividade de

nivelamento, com o intuito de explicar o que é o projeto Cidade Constitucional.

O professor Marcelo Nerling abriu os trabalhos e logo após passou a palavra para a Diretora

Adjunta da ESAF, Srª Raimunda de Almeida, que deu as boas vindas aos alunos e professores. A

mesma considera o projeto uma atividade importante do ponto de vista da cidadania e protagonismo

da juventude em situações de enfrentamento da realidade. A juventude tem o papel de conquistar o

que a sociedade contemporânea ainda não conquistou, pois a mesma possui capacidade de fazer

uma leitura da realidade diferenciada, ainda mais em um momento de disseminação de informações

do que ouvimos e vivenciamos. Há

a necessidade de formar lideranças

que possam assumir cargos na

sociedade, desde lideranças na

comunidade, até cargos no

Congresso, buscando levar a

mudança a essas instituições.

Raimunda ainda comenta a

importância da Educação Fiscal,

Controle Social e Transparência em

nossa sociedade, bem como, a

necessidade de dar instrumentos e

formar os cidadãos para que

entendam a realidade. E para entender tal realidade, ter ideal de pertencimento do que é público se

faz primordial.

Nerling passa a palavra para o professor Douglas Andrade, que comenta sobre sua inserção

na disciplina, ressaltando o orgulho de ter se tornado funcionário público. Professor da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ toma a palavra e comenta sobre sua

trajetória na docência. Aluno representando a Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

toma a palavra e ressalta a importância da disciplina. Nerling retoma a palavra e fala sobre o inicio

da Cidade Constitucional, há 9 anos, que se inicia como projeto de extensão pequeno, mas que se

consolidou e tomou corpo. Ressalta ainda a diferença entre ensino, pesquisa e extensão e como é

Diretora Adjunta Raimunda dando as boas vindas

ESAF Corredor em direção aos alojamentos

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possível conciliar os três âmbitos no que tange a aprendizagem do aluno. Comenta que realizou

curso de pedagogia para adultos e percebeu que é possível sim avaliar juntando os três fatores

citados. Em suas palavras, o professor comenta que: “Rompemos as paredes da sala, muros da

Universidade, fronteira entre estados e até países.”. Enfatiza a necessidade de mudança de

paradigma do aluno: o mesmo não pode ser apenas um “papagaio” reprodutor do que ouve. Cita o

art. 205 da CF que descreve os objetivos do ensino formal no Brasil, que são: desenvolvimento da

personalidade; preparo para o exercício da cidadania (direitos e deveres) e; preparo para o mundo

do trabalho. Seu papel como professor é de provocar a verdade que há dentro de nós, nos

convidando a refletirmos e criarmos pensamento crítico.

A seguir, foi abordada a estruturação do projeto, que se dividiu em três eixos:

Eixo Educação Fiscal, com o Programa Nacional de Educação Fiscal;

Eixo Sustentabilidade, que nos convida a pensar sobre consumo consciente. O resgate do

ser, em detrimento do ter;

Eixo Pátria Educadora, que nos faz refletir sobre o papel do Estado. O mesmo promove

pátria educadora quando age positivamente e quando se omite. Tudo é pedagógico. O conceito foi

trazido no intuito de chocar. O Estado quer manter o status quo, ou seja, não quer mudar. Sendo

assim, nós, republicanos, devemos nos movimentar. Estamos formando pessoas que concluem suas

graduações sem conhecer a capital do país, assim, faz-se imperial entender os Três Poderes do

Estado e sua organização político-administrativa (União, estados, municípios e suas articulações).

Professores se apresentando Aluno representando a UDESC

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DIA 02 – 07/09/2015 – Eixo Sustentabilidade, pátria educadora e educação fiscal, na

Cidade Constitucional.

Nosso segundo dia em Brasília iniciou-se as 05:00h,

quando saímos da ESAF e seguimos rumo ao Palácio da

Alvorada, que consiste na residência oficial da Presidenta da

República. Permanecemos lá até por volta das 07:00h, vimos

o Sol nascer, formando uma paisagem linda e, logo em

seguida, fomos assistir ao Desfile Cívico Militar.

O Desfile Cívico Militar ocorre todos os anos, em Brasília, em comemoração ao dia 7 de

setembro, dia este também conhecido como Dia da Pátria, ou Dia da Independência do Brasil. Ao

chegarmos ao local, foram entregues cartões que nos davam acesso as arquibancadas, desse modo,

conseguimos assistir o desfile de perto.

Palácio da Alvorada

Desfile Cívico Militar

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Após o desfile, por volta das 14:00h, retornamos a ESAF para almoço. Tivemos a tarde livre

para descansarmos e logo mais a noite, as 19:00h tivemos nossa primeira palestra, no auditório da

escola, onde iriamos conhecer um pouco mais sobre o Programa Nacional de Educação Fiscal –

PNEF, cuja gerência fica sob responsabilidade da própria ESAF.

A palestra iniciou-se com a presença e fala da Srª Fabiana Baptistucci, Gerente nacional de

gestão fiscal da ESAF. Fabiana é graduada em Administração de Empresas e comenta que se

interessou sobre o tema da gestão fiscal em um curso que realizou. Após realizar curso para se

tornar disseminadora e após especialização na área, assumiu a gerência na ESAF.

Comentando sobre o atual cenário político, a gestora diz que: “Nossa rejeição política nos

faz sermos mal representados”. Para a mesma, o brasileiro não tem o hábito de se relacionar com a

política. Contudo, ela ressalta a necessidade de entendermos o mínimo sobre a temática para não

sermos enganados. Devemos ter vontade de participar e de ser solidários para que a sociedade não

sofra.

Fabiana diz que o discurso sobre a temática da Educação Fiscal tem inicio a 20 anos, sendo

pensado com o intuito de melhorar a arrecadação fiscal do país. Hoje em dia, o tema engloba outros

fatores, contando com a atuação primordial da sociedade, sendo de suma importância para

enxergarmos a realidade. A gestora cita a música de Zeca Baleiro: “nada vem de graça, nem o pão,

nem a cachaça”, a fim de abordar o tema arrecadação e tributos. Menciona que 60% de nossa

arrecadação é provinda de impostos indiretos, ou seja, impostos que incidem sobre o consumo,

tendo caráter regressivo (quem tem menor poder aquisitivo irá pagar a mesma quantia de impostos

que aquele que possui poder aquisitivo mais elevado).

Falando mais especificamente dobre o PNEF, a gestora diz que o conceito consiste em termo

técnico, criado em substituição ao termo “educação tributária”, caracterizado como sendo um

processo que vise construção de uma consciência voltada ao exercício da cidadania, objetivando e

propiciando a participação do cidadão no funcionamento e aperfeiçoamento do Estado. Diferencia a

Educação Fiscal do conceito de Educação Financeira, sendo que esta última se refere à capacidade

do indivíduo em entender suas finanças e assuntos relacionados, juntamente com a capacidade de

fazer julgamentos bem informados e decisões efetivas sobre o uso e gerenciamento de seu dinheiro.

Abordando o Sistema Tributário Nacional - STN, a gestora diz que é uma “ilusão” achar que

os tributos são o único meio de financiar o Estado. Por isso a necessidade do “endividamento do

mesmo”. Questiona se o STN é injusto.

Segundo dados do Observatório da Equidade,

os dois principais problemas do Brasil que, se

resolvidos, contribuiriam para diminuir a

desigualdade são: educação – baixa

escolaridade e; sistema tributário injusto.

Expondo música de Gabriel, o pensador “nós

somos donos desse lugar”, ressalta a

importância do sentimento de pertencimento e

que nós escolhemos mal quem gere o que é da

gente. Se nós somos os donos, devemos cuidar.

Nesse sentido, a Educação Fiscal nos

conscientiza a cuidar do que é nosso. Gerente Fabiana abordando o PNEF

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Fabiana também comenta sobre as três funções essenciais do tributo, que são: garantir

recursos ao Estado para realização de seus fins; ser instrumento de distribuição de renda e indutor

do desenvolvimento do país e; contribuir para diminuir as diferenças regionais. Ressalta que o

tributo é instrumento que pode e deve ser utilizado para promover as mudanças e reduzir as

desigualdades sociais.

Ao final, mostra a música feita por Tijolo de Maringá, que criou o hino da cidadania para o

programa e ressalta a missão do PNEF que consiste em compartilhar conhecimento e interagir com

a sociedade sobre a

origem, aplicação e

controle dos

recursos públicos,

favorecendo a

participação social.

Encerra sua palestra

e abre para

dinâmica, dividindo

os alunos em 10

grupos sendo que

cada grupo ficaria

responsável por

responder a uma

pergunta sobre a

temática.

Foto Oficial – Programa Nacional de Educação Fiscal no auditório da ESAF

Respondendo a pergunta feita pela Gerente Fabiana

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Dia 03 – 08/09/2015 – Eixo Educação Fiscal e Coesão Social.

As atividades do terceiro dia de imersão na Capital da República se iniciaram as 08:30h com

o V seminário USP-ESAF - A educação fiscal e a sustentabilidade no gasto público fortalecem

a coesão social na Cidade Constitucional.

Os trabalhos iniciaram-se com a Gerente Fabiana, que fala sobre o PNEF e sua origem. O

Programa iniciou-se na Receita Federal, a partir da percepção da necessidade de diálogo com a

população. Fala da criação do programa e sua trajetória, que começou por meio de convênio com o

Conselho Nacional de Política Fazendária em 1996 até virar portaria interministerial MEC/MF nº

413/2002. Comenta a respeito da missão e diretrizes do PNEF, ressaltando a importância do

planejamento, que deve contar com participação de todos os níveis de governo e com a

participação, sempre que possível, da sociedade.

No que tange a estrutura, o PNEF divide-se nos três níveis de governo em:

Federal: GEF – Grupo de trabalho de Educação Fiscal

Estadual: GEFE – Órgão vinculado ao GEF

Municipal: GEFM – Ainda em fase de municipalização.

A gestora comenta a atuação do PNEF a nível federal, mostrando o site onde podem ser

encontrados missão, diretrizes, valores e base curricular do programa.

(http://www.fazenda.df.gov.br/area.cfm?id_area=965)

Após, Fabiana passa a palavra para a Diretora Adjunta Raimunda. A mesma reforça alguns

pontos já esclarecidos por Fabiana, como interlocução do programa com o Ministério da Educação,

base curricular e cursos abertos aos cidadãos. Raimunda faz um discurso interessante quando diz

que nem todos os governantes querem educação fiscal e cidadãos conscientes, que exijam seus

direitos. Nesse âmbito, o PNEF tem papel fundamental de emancipar os cidadãos, promovendo o

pensamento crítico e solidário, para um futuro sustentável.

A seguir, quem toma a palavra é o

Diretor Geral da ESAF, Sr. Alexandre Motta.

Alexandre começa seu discurso falando

sobre a situação político-institucional do

país. Reforça o termo “escola” e seu papel

como instrumento de transformação (se não

transformar o indivíduo e a sociedade, não é

escola). Diz que a grande atividade da ESAF

consiste na formação e qualificação de

servidores públicos, não somente na

realização de concursos públicos, como é

popularmente conhecida. A ESAF completa 42 anos de existência neste ano e o Diretor ressalta a

importância das áreas mais qualificadas da Administração Pública terem uma escola de formação

associada, pois o conhecimento e o ensino são instrumentos fundamentais para uma gestão pública

de qualidade.

Alexandre comenta sobre sua conversa com o ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, na

tentativa de resgatar os princípios da ESAF, quando ingressa na direção da Instituição. Comenta

sobre suas experiências como coordenador do Orçamento Participativo em Santa Barbara do Oeste

Diretor da ESAF – Alexandre Motta

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e como o mesmo consiste em instrumento pedagógico importante. Dentre outros assuntos, aborda

temas como a importância da transparência, fiscalização e serviço público.

Em relação ao tema serviço público, Alexandre diz que o verbo central na palavra consiste

no verbo “servir”, neste sentido, afirma que existe servidores que trabalham nos órgãos públicos

que jamais serão “servidores públicos”, por conta do egoísmo. O Diretor encerra sua fala,

comentando sobre o compromisso que se deve ter com o serviço público: lutar para construir uma

Nação soberana, justa e desenvolvida. O espírito de servir e de compromisso com a sociedade deve

permear todos os cidadãos. Serviço público não é apenas só capacidade intelectual, é também

compromisso. Nas palavras de Alexandre: “Ignorância se supera por meio do estudo, mas falta de

caráter não”.

Rui de Sousa, Diretor de eventos e capacitação da ESAF toma a palavra após encerramento

da fala de Alexandre e fala sobre sua diretoria e o campus ESAF. Passa a palavra para Sandra,

Diretora da área de comunicação da escola, para falar dos canais de divulgação como: site, eventos,

divulgação entre servidores, facebook, interação com a imprensa e a mais recente ideia do boletim

fiscal, que está sendo desenvolvida na escola (http://www.esaf.fazenda.gov.br/). A palavra retorna a

mestre de cerimônia, que cita um trecho de uma leitura que fez, a qual dizia: “na sociedade do

conhecimento, as pessoas precisam aprender como aprender”.

Ao final dos trabalhos, o professor Douglas toma a palavra e comenta sobre a existência de

oportunidades para atuar na comunidade por meio da Universidade, mas o problema é a pouca e má

difusão das informações e pouco diálogo entre os próprios professores. Professor Nerling resume o

exposto durante a palestra e reafirma a responsabilidade de nós, jovens, em realizar a transformação

que esperamos em nossa sociedade.

Após o Seminário e o almoço na ESAF, seguimos em direção a Universidade de Brasília –

UnB, mais precisamente, a Faculdade de Educação Física, onde participaríamos do IX Seminário

USP-MS – O Ministério da Saúde.

Os trabalhos do período da tarde se

iniciaram com o professor Douglas fazendo

um breve comentário sobre as palestras que

iriam acontecer, abordando variados temas,

desde a Política Nacional de Promoção a

Saúde; Planejamento e provisão dos

profissionais de saúde, bem como sua

regulação; Programa Academia da Saúde;

Novo guia alimentar; Saúde na Escola;

prevenção, violência e acidente – Programa

VIVA. Como o Seminário foi longo,

contando com a participação de diversos

gestores do Ministério da Saúde - MS, órgão do governo Federal, irão ser abordadas aqui as

principais discussões e pautas trazidas pelos gestores, de forma sucinta, contudo, concisa.

1ª Palestra: Roberta Amorim – Analista Técnica de Políticas Sociais do

Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos do Ministério da Saúde.

Roberta inicia seu discurso falando sobre determinantes da saúde, abordando os principais

fundamentos e o conceito de promoção da saúde. Faz retrospectiva da promoção da saúde no Brasil,

Felipe, Danielle e eu no auditório da UnB

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com início em 1978, com a Declaração de Almas Ata da Organização Mundial da Saúde, Lei

Orgânica do SUS em 1990, institucionalização do mesmo em 1998, institucionalização da Política

Nacional de Promoção da Saúde – PNPS, em 2006, por fim, tentativa de tornar viva a PNPS nos

territórios (desafio atual). Aponta a intersetorialidade e a integração como pontos chave da política.

Expõe os motivos para revisão da PNPS: demandas para o setor da saúde, novas políticas no

SUS, mudanças de cenário, tanto nacional quanto internacional. O processo de revisão ocorrido nos

anos de 2013-14 contou com parcerias, reuniões, questionamentos a organismos externos ao

Ministério da Saúde, oficinas regionais e seminário nacional. O questionamento chave em relação a

temática é como tornar a PNPS viva. Como resposta, a gestora enfatiza a necessidade de articulação

intra e intersetorial com os programas Saúde na Escola e Academia da Saúde. Encerra sua fala

falando sobre os desafios da promoção a saúde. Site:

<www.saúde.gov.br/campanhapromocaodasaude>.

2ª Palestra: Angelo Dagostini – Diretor do Departamento de Gestão e da

Regulação do Trabalho em Saúde - Degerts. Egresso do curso de graduação e mestrado em

Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo. Atua na Secretaria de Gestão do

Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES.

Angelo caracteriza o conceito de promoção à saúde para o Ministério da Saúde que consiste

na melhoria da qualidade de vida, não estando apenas relacionado à noção de doença. Aborda

rapidamente os princípios e diretrizes do SUS, bem como o organograma do MS. Comenta sobre

novo app: carteira SUS digital, o qual pode ser encontrado no seguinte link:

<https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.datasus.cnsdigital&hl=pt_BR>.

Retorna a falar sobre a SGTES, dizendo que a mesma foi criada em 2003 e que se estrutura

em três departamentos. Fala em específico sobre o seu departamento, cujo trabalho é estruturado em

quatro eixos e possui ações como: sistematizar informações sobre a força de trabalho no SUS;

democratização das relações de trabalho em saúde; parcerias em projetos de lei; incentivos à

inovação com valorização de práticas em gestão do trabalho em saúde.

3ª Palestra: José Santana – Médico sanitarista – formado pela Universidade

Federal da Bahia – Diretor Adjunto do Departamento de Planejamento e Regulação da

Provisão de Profissionais de Saúde - Depreps.

José, em seu discurso, fala a respeito do Programa Mais Médicos. Inicia sua fala apontando

as evidências da necessidade de mais médicos para o Brasil. De acordo com pesquisas, no país

havia 1,8 médicos para cada mil habitantes antes do programa. Fala da perspectiva/projeção de

médicos para o país, com a estimação de 374 mil para 600 mil médicos até 2026.

Como uma das estratégias do programa, estimasse criar 11,5 mil novas vagas de graduação e

12,4 mil novas vagas de residência para formação de especialistas. Comenta sobre os eixos do

programa, que são: ampliação e melhoria da infraestrutura; formação para o SUS; provimento

emergencial. José explica sobre o funcionamento do programa, mostrando indicadores da atual

situação e do impacto que o programa já promoveu e ainda nos informa que todas as vagas abertas

esse ano foram preenchidas por médicos com CRM brasileiro. Para maiores informações, deixou o

site do programa: <www.maismedicos.gov.br>

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4ª Palestra: Michelini Luz – Gestora da Coordenação Geral de Alimentação e

Nutrição – Departamento de atenção básica do Ministério da Saúde.

Michelini aborda o Programa Saúde na Escola, seus objetivos, estratégias e componentes.

Criado pelo decreto presidencial 6.286/2007 – desenvolvido em parceria com o Ministério da

Educação, o programa não é um programa isolado, pois possui uma articulação interministerial.

Fala sobre estratégias de mobilização e educação como Semana da Saúde na escola e campanha de

promoção da saúde realizada pelo programa. Para maiores informações, deixou o site:

<www.dab.saude.gov.br/portaldap>

5ª Palestra: Roberta Amorim – Analista Técnica de Políticas Sociais do

Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos do Ministério da Saúde.

Roberta retorna, mas agora para falar do Programa Academia da Saúde. Diz que o mesmo

surgiu de experiências municipais exitosas. Criado em 2011, por intermédio da portaria nº

719/2011, foi redefinido em 2013. Dentre os objetivos do programa, pode-se citar: promoção de

saúde, do cuidado e de modos de vida saudáveis. Roberta ressalta a importância dos Polos – espaços

públicos construídos para o desenvolvimento das ações e programa. Comenta sobre a estruturação

do programa, dizendo que o mesmo consiste em novo equipamento na rede de atenção à saúde.

6º Palestra: Katia Godoy – Técnica do Setor de Promoção da Saúde –

representando a Coordenadoria Geral de Alimentação e Nutrição - CEGAN.

Katia aborda o Guia Alimentar para a população brasileira. Começa falando sobre o que é

um guia, que consiste em um conjunto de informações, análises, recomendações e orientações sobre

escolha, preparo e consumo de alimentos. Expõe dados sobre a evolução de doenças crônicas como

obesidade, hipertensão e diabetes e do excesso de peso da população, sendo que aproximadamente

50% da população do país já pode ser considerada obesa. O guia delimita sua ação de forma mais

ampliada (não fala de porções, dietas, etc). Traz uma nova classificação dos alimentos por nível de

processamento: in natura; minimamente processados; processados; ultraprocessados

A gestora nos informa sobre a chamada “regra de ouro”: prefira sempre alimentos in natura

ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. Ao final,

ressalta o objetivo do guia, que é considerado como o melhor do mundo, que consiste no resgate do

padrão/cultura alimentar do Brasil. Fala sobre o ato de comer e as dimensões desse ato e sobre os

potenciais obstáculos ao programa.

7ª Palestra: Mariana Freitas – Gestora da Coordenação Geral de Doenças e

Agravos Não-Transmissíveis.

Mariana fala sobre a importância da saúde pública em lidar com o problema da violência em

nossa sociedade. Introduz o conceito de APVP – Anos potenciais de vida perdidos e nos explica

como a saúde pública enfrenta a violência por meio do SUS: vigilância; prevenção; promoção da

saúde; cuidado com a vítima; advocacy; capacitação educação em saúde; comunicação, participação

e controle social.

Page 14: CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

Fala sobre o VIVA: sistema de vigilância de violências e acidentes que busca conhecer a

magnitude e gravidade das violências por meio da produção e difusão de informações. Apresenta

alguns números sobre violência e fala sobre os desafios que o sistema enfrenta, sendo um deles, a

articulação (ou falta de) inter e intrassetorial. Ao final do seminário, todos os palestrantes são

chamados a integrar a mesa para rodada de perguntas.

Ao sairmos da UnB, seguimos em direção ao nosso próximo destino. Dessa vez, iríamos a

Receita Federal, órgão ligado ao Poder Executivo. As 19:00h iniciou-se o I Seminário USP-RFB –

A Rede de Educação Fiscal da Recita Federal na Cidade Constitucional.

Ao chegarmos ao prédio da Receita Federal – RF, e nos acomodarmos no auditório, o

professor Nerling inicia a fala, dizendo que a RF é um órgão estratégico, ligado ao Ministério da

Fazenda, sendo um dos órgãos do nível federal que tem maior autonomia. Chama a mesa

professores presentes e palestrante – Dr. Antonio Lindemberg, Auditor Fiscal da Receita Federal e

lição de prática de vida

republicana, nas palavras de

Nerling.

Lindemberg abre as

portas da RF para tentar

desmistificar a imagem

“fechada” do Órgão. Faz

uma retrospectiva sobre

tributação. Recorre as

grandes guerras para explicar

a tributação: pós 1ª guerra –

fragmentação da Alemanha,

inflação, Estado

enfraquecido. Surge teoria do

jurispositivismo que defende

Professores a mesa e Sr. Lindemberg à direita

Abertura para perguntas com os gestores do Ministério da Saúde

Page 15: CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

a tese de que o Estado precisa ser forte (tributação atrelada ao medo de sofrer sanções). Se

descumprir a norma a pessoa receberá punição forte, nesse sentido, tributação é vista como lado de

força – tirar dinheiro da sociedade custe o que custar. Nesse contexto, o Estado não se justifica a

sociedade. Pós 2ª guerra - pensamento jurispositivista é posto em check. No pós 2ª guerra, o direito

começa a falar de valores e princípios – aproximação do direito de uma ideia de valor. Assim,

inicia-se a mudança do pensamento sobre tributação, que agora seria visto como fator de

legitimação: Estado deve mostrar a razão de criar suas normas. Nesse sentido, a relação da RF com

Cidade Constitucional vai ao encontro desse “novo Estado” que está se abrindo e recebendo os

cidadãos.

Lindemberg pergunta aos alunos o porquê do Estado tributar. Diz que serviços públicos não

nascem em árvore e que a tributação deve ser vista como meio mais importante e eficiente de se

financiar o Estado. Se assim é, então por que questionamos a tributação como algo ruim?

Questionar a tributação no sentido de que não vemos resultados mudará algo? Vai fazer com que

melhore os serviços?

Nossa tributação está longe de ser uma das maiores do mundo, como é vendido para nós.

Cita exemplos como o do Paraguai (11% do PIB) e Suécia (aproximadamente 70% do PIB). Desse

modo, o gestor diz que analisar carga tributária a nível vertical é errado. A tributação no Brasil

corresponde a aproximadamente 35,9% do PIB. O que se faz necessário é discutir como essa “alta”

carga tributária é distribuída no país. Encerra sua fala dizendo que há uma falta de convicção que

tributação permeia nossas vidas, bem como, de espaços políticos para sua discussão.

Foto Oficial – Receita Federal do Brasil

Page 16: CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

Dia 04 – 09/09/2015 – Eixo: Sustentabilidade e Educação Fiscal: a Pátria Educadora na

Cidade Constitucional.

Em nosso quarto dia na Capital da República, iniciamos os trabalhos logo pela manhã com o

V Seminário USP – ESAF – A educação fiscal e a sustentabilidade no gasto público,

fortalecem a coesão social na Cidade Constitucional. Para abordar tal temática, o Diretor de

Cooperação Técnica da ESAF, Srº Paulo Mauger fez presença, abordando o projeto de energia

renovável e eficiente para os prédios públicos: “German – Brazilian Pilot Project for Energy

Efficiency and Renewables”.

Paulo Mauger inicia sua fala

enfatizando a importância da

sustentabilidade para o futuro, juntamente

com o tema da cooperação, perpassando

ainda por temas como qualidade de vida. A

ESAF, em suas palavras, surgiu de

cooperação com a Alemanha, desse modo, o

diretor traça um histórico da escola. Há três

anos resolvem reestabelecer cooperação,

mas agora mais focada no tema da

sustentabilidade. Fala sobre demanda por

eletricidade do setor público, nos

informando que prédios públicos são

responsáveis por cerca de 4,5% do total de

demanda nacional de energia elétrica, de

acordo com dados de 2012.

Nesse sentido, o objetivo do projeto consiste em criar um centro de referência de eficiência

energética e energia solar nos prédios públicos. O palestrante mostra situação atual da escola, bem

como os quatro passos para implementação de energia renovável e eficiente na ESAF – REEE –

expondo dados e estimativas de redução de gasto e emissão de CO2.

Após a palestra de Paulo Mauger, iniciou-se o III Seminário IPEA – USP – A gestão do

conhecimento na Cidade Constitucional, com a participação de André Zuvanov – Técnico de

Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada- IPEA; Veruska da Silva

Costa – Gerente do Repositório do Conhecimento do IPEA - Especialista em propriedade

intelectual e; Almir de Oliveira Junior – funcionário do IPEA - trabalha no repositório do

conhecimento.

Zuvanov fala sobre o Instituto,

bem como suas áreas de atuação,

produção e disseminação de

conhecimento. O IPEA completa 50 anos

de existência este ano e consiste em uma

Fundação Pública vinculada a Secretaria

de Assuntos Estratégicos da Presidência –

SAE/PR. Atende primordialmente ao

governo federal, realizando pesquisas

primárias e secundárias. Estuda políticas

Page 17: CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

públicas buscando conhecer a realidade a fim de disseminar conhecimento e sistema de informação,

dando apoio ao governo na formulação, implementação e avaliaç ão de políticas públicas. Pode ser

caracterizado como uma via de mão dupla: fornece e recebe conhecimento. É possível encontrar

uma vasta gama de dados e ferramentas acessando os portais eletrônicos do IPEA; repositório do

conhecimento; ipeadata; ipeamapas; ipeageo, dentre outros. (http://www.ipea.gov.br/portal/).

Veruska da Silva Costa enfatiza em sua

fala, a necessidade de dar o retorno à sociedade por

meio de acesso aberto a dados. Comenta

brevemente sobre gestão do conhecimento que

consiste em conjunto de técnicas e ferramentas

para identificar e utilizar os ativos de informação e

de conhecimento, melhorando a capacidade da

organização e de mobilizar conhecimento para

aumentar o desempenho. Comenta sobre o

repositório do conhecimento

(http://repositorio.ipea.gov.br/), premiado pela sua

excelência e capital intelectual e ressalta que o

ativo mais importante nessa gestão é as pessoas. Como objetivos, o repositório busca organizar e

sistematizar fontes de informação na área de gestão do conhecimento. A gerente, ao final, abre para

perguntas.

Por fim, Almir de Oliveira Junior em sua

fala aborda e as mudanças sofridas no IPEA,

como mudanças no perfil dos pesquisadores,

visando superar as limitações da própria

Instituição no que tange sua influência nas

políticas públicas. Aborda o tema da reincidência

criminal, explanando que a reincidência é muito

menor do que os dados mostra m de fato, devido à

falta de controle de informações. Aborda, como

Veruska, a temática da amnésia institucional,

afirmando que não há visão de longo prazo nos

entes federativos.

Após ciclo de Seminários, o grupo seguiu rumo a Catedral de Brasília, onde ficaríamos por

algum tempo apreciando a bela arquitetura de um dos mais famosos pontos turísticos da cidade.

Sinos da Catedral de Brasília

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Após visita a Catedral, seguimos em direção ao prédio da Caixa Econômica Federal onde

apreciamos a belíssima arquitetura e design, bem como as belíssimas peças de vidro e os famosos

vitrais espelhados no interior do prédio, cada qual representando um estado brasileiro.

Catedral de Brasília Interior da Catedral de Brasília

Caixa Econômica Federal – vitrais e exposição de peças de vidro

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As 14h30minh foi vez de iniciar-se o II Seminário USP – CAIXA – Programa Melhores

Práticas de Gestão Local, realizado no auditório do Banco Central, sendo encabeçado pelo

Coordenador do Programa - Rafael Artur Galeazzi, formado em Administração, com 14 anos de

Caixa e trabalhando há três anos com o programa em si.

Nerling inicia o discurso agradecendo a recepção tanto da Caixa como do Banco Central.

Rafael inicia sua fala fazendo um retrospecto da Caixa (154 anos). A mesma constitui-se em

instituição financeira sob a forma de empresa pública, integrando o Sistema Financeiro Nacional,

auxiliando, desse modo, na formulação de políticas públicas. A missão da Caixa consiste em atuar

na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país. Pode ser considerada parceria

estratégica do Estado, pois possui uma atuação ampla, não se restringindo apenas a ser um simples

um banco.

O programa Caixa Melhores

Práticas, criado em 1999 é baseado em

programa da ONU – Melhores Práticas e

Lideranças Locais. Visa reconhecer,

premiar e reaplicar projetos que visem

melhorias efetivas da qualidade de vida da

população. O coordenador, nesse âmbito,

diferencia reaplicação (atividade voltada a

disseminar as melhores práticas tanto

interna quanto externamente, ajustando as

necessidades do contexto a ser reaplicado)

de replicação (executar a prática de

maneira idêntica a qual foi executada em

sua origem, sem considerar o novo

contexto).

O coordenador também define o que seria uma “Melhor Prática”: projetos que resultem em

melhorias concretas da qualidade de vida das pessoas e no desenvolvimento sustentável e, para isso,

deve ter parceria com a Caixa (necessidade de ser pessoa jurídica para se inscrever no programa).

Os objetivos consistem em: selecionar, avaliar, premiar, reaplicar, divulgar e disseminar projetos e

experiências sustentáveis. O programa é realizado a cada dois anos e para participar, a prática deve

ser inscrita no Prêmio Caixa Melhores Práticas. No total, são 27 categorias temáticas agrupadas em

5 temas foco.

No que tange as etapas, as mesmas dividem-se em: seleção – validação – manutenção – pré-

avaliação – avaliação – premiação. Rafael enfatiza que não há premiação em dinheiro, mas sim, a

chancela de reconhecimento da Caixa.

Ao final, mostra vídeo do último projeto premiado – Bolsão Audi-União – Rio Iguaçu – que

consiste na maior área irregular e de maior pobreza de Curitiba, situada em área de proteção

ambiental na várzea de inundação do Rio Iguaçu. As ações realizadas priorizaram macrodrenagem

das áreas inundadas, produção habitacional, segurança, mobilidade urbana, inclusão social e

cidadania. Para maiores esclarecimentos sobre o programa:

<http://www.caixa.gov.br/sustentabilidade/responsabilidade-social/melhores-

praticas/Paginas/default.aspx>.

Rafael falando sobre o Programa Melhores Práticas

Page 20: CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

Logo após, no mesmo auditório, deu-se início ao III Seminário USP – Banco Central – A

estratégia nacional de educação financeira na Cidade Constitucional: um museu de valores,

encabeçada por Moisés Coelho – gestor do Banco Central do Brasil – BCB.

Moisés inicia sua fala dizendo que a estabilidade da moeda; crescimento econômico;

aumento do poder aquisitivo e; mudanças na distribuição de renda são fatores que geraram a

necessidade para inclusão financeira e proteção ao consumidor. Para o mesmo, a população está

despreparada, pois vivemos em um sistema financeiro complexo no qual a memória inflacionária se

faz presente, com uma crescente oferta de crédito e expectativa de vida.

Assim, a educação financeira entra e cena visando fornecer aos cidadãos informações,

formação e orientação. Aborda a Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF. Traça um

histórico da composição da estratégia. A mesma, em 2010, com o decreto nº 7397/2010 vira política

de Estado, ou seja, de caráter permanente independente da mudança de governo.

Como finalidade, a estratégia visa promover a educação financeira e previdenciária;

contribuir para fortalecimento da cidadania; tomada de decisões conscientes; eficiência e solidez do

sistema financeiro. Moisés ainda fala dos programas de caráter transversal desenvolvidos pela

ENEF: Educação financeira nas escolas, voltada ao ensino médio (insere material em disciplinas já

existentes); Educação financeira nas escolas, voltada ao ensino fundamental (em fase de

desenvolvimento, com projeto piloto em andamento) e; Educação financeira de adultos, voltado a

dois públicos alvos – mulheres beneficiárias do bolsa família e idosos que recebem até dois salários

mínimos.

O gestor ainda fala sobre outro programa - Cidadania Financeira – que aborda os direitos e

deveres em relação à vida financeira das pessoas, sendo apoiado em três pilares: inclusão, educação

financeira e defesa do consumidor. Tem como objetivo promover à educação financeira e o acesso à

Foto Oficial – Auditório do BCB

Page 21: CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

informação sobre o SFN. Composto de três áreas: gestão de finanças pessoais; relacionamento

cidadão e SFN; relacionamento instituições financeiras com cidadãos. Site:

<www.cidadaniafinanceira.bcb.gov.br>

Ao final, mostra os produtos que o BCB oferece ao cidadão como a calculadora do cidadão.

Encerra e abre para perguntas.

Em seguida, tivemos a oportunidade de visitar o famoso Museu de Valores do BCB, onde

reside a maior pepita de ouro em exposição no mundo, bem como história do dinheiro e moedas de

diversos países do mundo.

Museu de Valores Maior pepita de ouro em exposição no mundo

Sr. Moisés no auditório do BCB Gabriela, Giselle e eu no auditório do BCB

Page 22: CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA IX

Após, o grupo se dividiu em duas turmas na qual uma delas, a que eu estava, seguiu rumo ao

Supremo Tribunal Federal – STF - na tentativa de assistir sessão sobre parecer a respeito da

descriminalização do porte da maconha. Infelizmente, ao chegarmos, a sessão já havia se encerrado,

todavia conseguimos tirar foto em frente a este Órgão que constitui o Poder Judiciário brasileiro.

Supremo Tribunal Federal - STF

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Dia 05 – 10/09/2015 – Eixo: Pátria Educadora de direitos humanos e da participação

social na Cidade Constitucional.

O quinto dia de nossa jornada em busca de entendermos mais sobre nosso Estado inicia-se

pela manhã, no auditório da Fundação Darcy Ribeiro, também intitulado “Beijódromo”, situado

dentro no campus da UnB. Nesta manhã se iniciou o VI Seminário USP – UnB – Tributo a Darcy

Ribeiro – Sobre o direito achado na rua e nas instituições da Cidade Constitucional.

Para tocar os trabalhos, contamos

com a presença do professor Doutor José

Geraldo de Sousa Jr., da Srª Helga e do

Srº Geraldo (colegas do coletivo e

doutorandos no programa da instituição).

Prof Nerling inicia sua fala

agradecendo a receptividade do espaço e

apresentando palestrantes e seus

trabalhos – “Sobre o direito achado nas

ruas”. Passa palavra para Dr. José que dá

as boas vindas a todos. O mesmo fala de

Darcy Ribeiro, que foi reitor da UnB,

relator da Lei de Diretrizes e Base da

Educação, bem como sua atuação na questão indígena, trabalhando em conjunto a Marechal

Rondom. Escritor, antropólogo, educador, político, criou e notabilizou a UnB. Para o mesmo, o

espaço universitário não poderia ser ranzinza – tinha que ser alegre, afetivo, combinar razão e

afetividade. Dr. José comenta histórico de criação das universidades (no ocidente, a universidade

mais antiga possui quase 1000 anos de existência, enquanto no Brasil, a criação das universidades

remonta ao século XX).

O professor caracteriza a UnB como sendo

paradigmática – universidade politizada diferente do mode

lo europeu. Para Darcy, a universidade tinha que ter função

social e deveria se preocupar em resolver problemas da

sociedade e do povo. Dr. José traça histórico da UnB,

dizendo que a universidade foi interrompida durante

ditadura. Fala da emancipação da universidade e da

universidade democrática e inclusiva, bem como da

necessidade de observar as diferenças e, nas diferenças,

observar a estratificação e a partir daí criar políticas. Resumo da UnB: universidade de

compromisso, engajamento, saber de práxis.

Em seguida, passa a palavra para Srª Helga: professora da Universidade Federal de Goiás –

orientanda do professor Doutor José Geraldo. A professora discorre sobre o “Direito achado na rua”

- DANR. O coletivo tem suas contribuições em diversos espaços, com várias possibilidades de

atuação. O “estar na rua” consiste em metáfora – ter voz nos espaços públicos. Cita Lyra Filho, que

diz que o direito é modelo avançado de legítima organização social da liberdade. Direito nasce na

rua, no clamor dos espoliados e oprimidos.

No “beijódromo”

Fundação Darcy Ribeiro

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O DANR é o grupo mais antigo

de pesquisa, certificado pela UnB na

área do Direito. Possui articulação

fundamental com movimentos sociais,

promovendo o diálogo por meio de

assistência jurídica. Srª Helga também

apresenta o programa de pós-graduação

da UnB, produção bibliográfica e o blog

do direito achado na rua.

(http://odireitoachadonarua.blogspot.com

.br/). Em seguida, Srª Geraldo toma a

palavra e fala sobre seu trabalho como

advogado comunitário e sua ligação com

o coletivo.

A manhã encerra-se com professor José Geraldo respondendo perguntas e logo após, o

mesmo passa a palavra para professor Doutor Argemiro Cardoso, o qual falaria sobre a temática: “A

ética e a reforma política na atual conjuntura da Cidade Constitucional”, entretanto, devido à

falta de tempo, o mesmo comenta brevemente sobre a Reforma Política, dizendo que a mesma não

ouviu as ruas, havendo um distanciamento entre o clamor da rua e o direito e, nesse âmbito, o

Estado utilizou-se do clamor para impor suas vontades.

O almoço, desta vez, foi no restaurante da UnB.

Tivemos um momento amistoso de confraternização,

bem como pudemos observar como é o funcionamento

do restaurante da universidade.

A tarde inicia-se e nosso próximo destino foi o

Poder Legislativo – Senado – CDHLP (Comissão de

Direitos Humanos e Legislação Participativa). Lá, o

grupo foi dividido em duas turmas, sendo que a turma

na qual eu estava teve a oportunidade de ter uma

conversa com o Senador Telmário Mota de Oliveira -

PDT-Roraima, enquanto a outra turma teve a oportunidade de conversar com o Vice-Presidente da

Comissão, Senador João Capiberibe – PSB. Importante é lembrar que a CDHLP é dirigida pelo

Senador Paulo Paim.

O Senador Telmário já foi vereador em seu

Estado. Viveu em comunidade indígena. Para o mesmo,

a CDHLP alerta para as necessidades sociais e nesse

cenário, enfatiza a atuação do jovem como nova

esperança. Ressalta a importância da democracia,

Congresso e política (esta última, considerada como

amortecedor das ideias antagônicas).

O Senador indaga o que está acontecendo de

errado no cenário atual e responde que estamos

vivenciando uma crise não somente econômica, mas

também política. Egoísmo político – políticos se aproveitam p ara vender suas ideias como soluções

Senador Telmário Mota

Restaurante UnB

Prof. Nerling, Prof. José Geraldo e Profª. Helga

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para atender o coletivo. A política não é corrupta, mas sim, as pessoas por trás, no comando. Assim,

o silencio não é importante, o povo tem que

ir às ruas e reivindicar seus direitos.

Relata sua trajetória: filho de

empregada doméstica – afirma que

representa os sonhos daqueles que vem de

baixo. Para o mesmo, se o político fica rico

com a política, ele esta roubando. Enfatiza

sempre a coisa pública, defende a

alternância no poder, como modo de

oxigenar a coisa pública.

Ao abrir para perguntas, é indagado

sobre a crise e diz que, como solução,

criaria um grupo de conselheiros

envolvendo todas as categorias para conversar com a sociedade. Acredita que a crise na qual

estamos passando tem solução. Foram indagadas também questões como terceirização, presença das

mulheres na política e visão da comissão sobre drogas.

Devido a um compromisso, o Senador teve que se ausentar mais cedo, deixando em seu

lugar, seus assessores. Os Srs. Vinícius e Cristiano apresentam dados da comissão e as “ideias

legislativas” – meio de propor projetos de leis virtualmente, bem como o portal e-cidadania, que

consiste em instrumento de interatividade - canal de participação política do cidadão pelo site do

Senado. Os assessores ainda ressaltam a ideia do controle social, afirmando que a população ainda

não participa ativamente.

Após conversa com Senadores, realizamos visita guiada ao Senado e a Câmara dos

Deputados, onde tivemos oportunidade de conhecer o local de debate dos parlamentares e onde, em

tese, é defendida a vontade dos cidadãos.

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Foto tirada em frente ao Congresso Nacional

Plenária do Senado Plenária da Câmara dos Deputados

Salão Verde – Câmara dos Deputados

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À noite, seguimos rumo ao Ministério da Justiça, onde tivemos palestra com o Beto

Vasconcelos – Secretário Nacional da Justiça – iniciava-se o VIII Seminário USP – Ministério da

Justiça - A Secretaria Nacional de Justiça e a Gestão do Fundo Nacional Antidrogas para A

Cidade Constitucional.

O Secretário começa falando sobre sua experiência, nos informando que chegou ao governo

federal para compor a equipe do governo Lula há 10 anos, como auxiliar de políticas públicas no

âmbito jurídico. Por iniciar sua carreira cedo, dá grande ênfase ao jovem na política brasileira e sua

capacidade de influenciar as políticas públicas. Foram abordados dois temas de grande relevância

no cenário atual e o que tem sido feito em relação aos mesmos: enfrentamento da corrupção e

impunidade no país e; imigração e refúgio.

No que tange a primeira temática, o

Secretário diz que ocorreram mudanças nas

estruturas mais profundas do Estado:

transparência, internet e gastos públicos. As

ações a nível federal geraram transparência

também nos estados e em municípios. A Lei

de Acesso a Informação - LAI – mudou o

modo com que o Estado lidava com

informação. Mudou o paradigma do

tratamento de informação. Desse modo, o

Estado passou de uma Lei de sigilo a Lei de

acesso.

Em relação às necessidades atuais, Beto diz que fortalecer mais instituições para combater

corrupção (autonomia e independência da Polícia Federal, por exemplo) faz-se fundamental. O

Brasil criou leis que melhor combatem a corrupção. Cita o ex-presidente Fernando Henrique

Cardoso, que instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF e; Lei de lavagem de dinheiro em

1998. Afirma também que o financiamento privado de campanha não cabe mais em nossa realidade.

Para enfrentar corrupção, a política deve contemplar: mudanças estruturais; atividade continua;

articulação (varias instituições e população brasileira).

Após, começa a falar de refúgio. Diz que migrações ocorrem e ocorrerão, pois tal fenômeno

é comportamento característico dos seres humanos. Distingue migrações socioeconômicas – busca

melhor condição de vida, colocação social; de migrações forçadas – contra a própria vontade do

imigrante. Cita conflito Sírio, dizendo que mais de 4 milhões de pessoas já saíram do país. Ao final,

afirma que refúgio é um compromisso que o país assumiu com o mundo. É nosso compromisso

nacional, já que somos um povo construído em migração.

Ao final, abre para perguntas e, com convicção, nos diz que não podemos nos deixar sermos

intimidados quando nos chamarem de muito jovens, pois somos a esperança da Nação.

Secretário Beto, Prof. Nerling e alunos.

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Foto Oficial – Ministério da Defesa

Na mesa, Secretário Beto e Prof. Nerling

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Dia 06 – 11/09/2015 – Eixo: Pátria educadora e sustentabilidade.

Nosso último dia na Capital da República iniciou cedo, com nossa ida ao Poder Legislativo

– Câmara dos Deputados – Comissão de Legislação Participativa (CLP) com parceria da

CEFOR.

Ao chegarmos à CLP, fomos recebidos por Aldo Matos Moreno – Secretário Executivo da

CLP, bem como por uma equipe de gestores: Gisele: instrutora / Edson: assessor / Áurea: assessora

/ Fátima: funcionária da casa.

Aldo inicia os trabalhos abordando o tema

democracia, que para o mesmo, consiste em fazer

o diferente com a maioria da população. Saúda

professor Nerling pela iniciativa e protagonismo

em aproximar estudantes da política. Comenta

pautas como Reforma Política, terceirização,

redução da maioridade penal. O secretário tenta

demonstrar que democracia representativa e

participativa tem que andar juntas. Se todos nos

calarmos diante de algo que nos atinge, não

teremos nossas demandas atendidas. Cita o

filósofo político Bobbio, o qual afirma que a democracia não se encontra em declínio, apenas

precisa de ajustes.

No que tange a democracia representativa, Platão e Aristóteles já falavam das controvérsias

a respeito (claro que com limitações impostas à época, com escravos e mulheres sem o direto de

votar). O Secretário explana sobre o Estado democrático de direito: Estado onde todos devem

obedecer a Lei, entretanto, quem detém o poder soberano é o povo. Faz uma retrospectiva histórica

dos governos brasileiros, de Getúlio Vargas até a promulgação da Constituição de 88, nos alertando

sobre a necessidade de relembrar a historia para que não passemos por ela novamente (ditadura).

Enfatiza que Constituição é do povo e que devemos exercitar o que está nela.

“Paz sem voz, não é paz é medo”. Escolhemos representantes, mas devemos estar atentos,

nas palavras do Secretário. Participar democraticamente não é fácil, é preciso coragem. Explica

brevemente como se dá a seleção dos parlamentares por meio do coeficiente eleitoral, após explica

como funciona a CLP. A

composição da comissão consiste

em: Presidente – Fabio Ramalho

do PV / 1º, 2º e 3º vice-

presidentes; 18 deputados titulares

e 18 suplentes. Hoje se encontram

23 deputados.

A CLP recebe e examina

as sugestões de iniciativa

legislativa. O que é preciso para

participar? É necessário apenas

cadastrar sua entidade

apresentando à comissão,

Secretário Aldo e Prof. Nerling

Aldo explicando o funcionamento da CLP

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documentos como estatuto dentre outros. Na comissão, não há necessidade de assinaturas para que

uma pauta vire um projeto de lei. Como funciona? - recebimento da sugestão – analise da

documentação e numeração da sugestão – designação do Relator – apresentação do parecer –

apreciação do parecer na reunião da comissão.

Desafios que a CLP enfrenta atualmente: modificar rito de tramitação; retomar a

prerrogativa de receber emendas a Lei Orçamentária Anual e; ampliar a participação da Sociedade

Civil Organizada.

Para quem não conhecer uma entidade para propor projeto existe o “banco de ideias” e “fale

com a comissão”. Site: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-

permanentes/clp/banideias.htm>.

Ao final, afirma que toda mudança requer coragem e comprometimento. Após, abre para

dinâmica na qual fomos divididos em dois Plenários para simular sessão como se fossemos

Deputados para discutir temas polêmicos como descriminalização da maconha, institucionalização

do projeto Cidade Constitucional e redução da maioridade penal, por exemplo.

Presidente, 1º e 2º presidentes da CLP - dinâmica Explicação sobre a dinâmica

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Por fim, após a dinâmica na CLP, nosso último destino na Capital da República foi em

direção a Torre de TV, onde pudemos ter uma vista privilegiada da cidade, bem como nos despedir

desse local que tão bem nos acolheu.

Foto Oficial – Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados

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Vista da Torre de TV Estádio Nacional Mané Garrincha

Torre de TV de Brasília

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Conclusão

Ao final, creio que há muito que dizer sobre a experiência vivida durante os seis dias de

imersão na capital do meu amado país, contudo, mesmo que escrevesse inúmeras páginas, por certo

não conseguiria expressar minha felicidade e gratidão a todos os envolvidos e por ter participado

desse projeto que, sem dúvidas alguma, incitam jovens cidadãos como eu, a repensar seu papel na

sociedade.

Do ponto de vista acadêmico, a

experiência contribuiu,

indubitavelmente, para minha formação

como futuro gestor público. Gestor é

aquele que gere, que cuida e, nesse

sentido, após a disciplina, me sinto mais

confiante do meu papel como gestor do

que é do povo, pois agora sou mais

capaz de compreender a arte de resolver

problemas na gestão de políticas

públicas. O projeto, como se propunha,

trazia o despertar e fortalecer da

'vocação para servir' das carreiras do

Estado como objetivo. Como tal, afirmo

que conseguiu me atingir.

Do ponto de vista de cidadão, o

projeto me fez entender o que era a tal

da “vontade de Constituição”. Fez-me

entender meu posicionamento na

sociedade, a valorizar os símbolos da

República e história do Brasil. Fez-me

entender, de modo mais aprofundado, o

funcionamento do Estado. Resgatou

minha consciência cívica. Ensinou-me

sobre a importância da Educação Fiscal

e da Coesão Social, dos órgãos federais

e suas articulações em vistas a prover

políticas públicas a nós cidadãos.

Despertou-me a vontade de participar.

Brasília, a Capital da República encontra-se muito distante da maioria dos brasileiros.

Muitos jovens se formam no ensino superior, sem conhecer a capital de seu país. Tendo em vista tal

realidade, reconheço a oportunidade que me foi concedida. Agradeço aos professores Marcelo

Nerling e Douglas Andrade, pois, como afirmaram, um grande trabalho foi realizado nos bastidores,

para que o projeto ganhasse vida e a cada ano possa despertar nos jovens, a vontade de

Constituição, a vontade de transformar seu lar, seu país em um lugar melhor, tanto para essa como

as futuras gerações.

Em um contexto nacional delicado, o qual vivenciamos no presente, conhecer o

funcionamento do Estado, debater com aqueles que vivem a república e, principalmente, viver a

política faz-se de extrema importância, pois, como citado pelo professor Nerling: “É preciso ter

cultura pra cuspir na estrutura”.

Os Candangos – Praça dos Três Poderes