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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR RICARDO LEWANDOWSKI MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS – CNSP e ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO – ANSJ, neste ato representadas por ANTONIO TUCCILIO, Presidente da CNSP, JOSÉ GOZZE, Presidente da ANSJ e o Dr. JULIO BONAFONTE, Vice Presidente da CNSP e Diretor Jurídico da ANSJ, escritório nesta Capital, na Rua Senador Paulo Egídio, 72 6º andar conj. 601 CEP 01.006.904, São Paulo Fone: (11) 3113-0101, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência ao desejar sinceros votos de profícua atuação como alto mandatário do Poder Judiciário do Brasil, expor e reivindicar o seguinte: A legitimidade das entidades é publica e notória bastando para tanto a representatividade de mais de 700.000 servidores ativos, aposentados e pensionistas em todo o Brasil, confiam plenamente que neste mandato presidencial o Supremo Tribunal Federal decidirá questões judiciais que os afetam diretamente. JUROS MORATÓRIOS – 9% SÚMULA 17/59/111 – STF Período da “Graça Constitucional” entre 1/7 de um exercício até 31/12 do exercício seguinte: PRECATÓRIOS

Memorial da audiência do dia 04.12.2014 - CNSP no STF

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR RICARDO

LEWANDOWSKI MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS

– CNSP e ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DO PODER

JUDICIÁRIO – ANSJ, neste ato representadas por ANTONIO TUCCILIO ,

Presidente da CNSP, JOSÉ GOZZE, Presidente da ANSJ e o Dr. JULIO

BONAFONTE , Vice Presidente da CNSP e Diretor Jurídico da ANSJ, escritório

nesta Capital, na Rua Senador Paulo Egídio, 72 6º andar conj. 601 CEP

01.006.904, São Paulo Fone: (11) 3113-0101, vêm respeitosamente à

presença de Vossa Excelência ao desejar sinceros votos de profícua atuação

como alto mandatário do Poder Judiciário do Brasil, expor e reivindicar o

seguinte:

A legitimidade das entidades é publica e notória bastando para

tanto a representatividade de mais de 700.000 servidores ativos, aposentados

e pensionistas em todo o Brasil, confiam plenamente que neste mandato

presidencial o Supremo Tribunal Federal decidirá questões judiciais que os

afetam diretamente.

JUROS MORATÓRIOS – 9%

SÚMULA 17/59/111 – STF

Período da “Graça Constitucional” entre 1/7 de um exercício até

31/12 do exercício seguinte:

PRECATÓRIOS

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A justificativa maior que alicerça o pedido, representando

credores de precatórios alimentares em todo o Brasil, é que os mesmos

sofrerão os efeitos do julgado em questão – Revisão da Súmula 17/59/111 –

Juros Moratórios – Período entre a data da expedição do precatório e a

inserção e cumprimento do prazo constitucional para pagamento, bastando

para tanto, que se verifique os seguintes trechos decisórios:

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Quando do pedido inicial exatamente com o posicionamento

supracitado afirmamos devidos os juros de mora exatamente no período entre

01/07 de um exercício e 31/12 do exercício seguinte pelo descumprimento do

prazo constitucional a que se refere o artigo 100 § 1º da Constituição, alertando

que os entes devedores, como o Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura

há uma década não honram o pagamento dos precatórios, aplicando-se

consequentemente a sanção.

Como parâmetro jurisprudencial é de fundamental importância

registrar a correta decisão do RE 591.085 – QO –RG, DJe 20/02/2009, em que

Vossa Excelência como Relator assim tinha decidido:

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“São incabíveis juros de mora desde que o pagamento do precatório seja

realizado dentro do prazo estabelecido no artigo 100 § 1º, conforme

jurisprudência reafirmada pelo Plenário desta Corte...”

MODULAÇÃO DOS EFEITOS JULGAMENTO NA ADI 4357

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 62/09

As entidades são partes requerentes da Ação Direta de

Inconstitucionalidade em referência, e no transcorrer do julgamento da

modulação dos efeitos, atualmente com vista ao Ministro Dias Tóffoli, os

credores de precatórios alimentares, dentre os quais mais de 100.000 vítimas

do calote público nas últimas décadas, falecendo sem receber o legítimo

direito, reivindicam o imediato julgamento e que os Senhores Ministros votem

compondo o quórum qualificado de 2/3, levando em consideração os seguintes

pontos:

Inicialmente, enfatizamos a preferência absoluta de pagamentos

dos precatórios alimentares sobre os de natureza comuns, em obediência ao

artigo 100, § 1º, da Constituição Federal.

O primeiro ponto diz respeito à questão da aplicação da

inconstitucionalidade T.R. – Lei 11.960/09 – art. 5º, como índice de atualização

monetária nos cálculos judiciais, que foi declarado inconstitucional por

arrastamento.

Evidencia-se no julgamento de inconstitucionalidade que, desde a sua vigência,

verificada em 30/06/2009, a T.R. – art. 5º da Lei 11.960/09, não poderia ser

aplicada como índice de atualização de correção monetária, por não traduzir a

inflação real.

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O próprio Supremo Tribunal Federal assim já decidiu na ADI 493

– Rel. Ministro Moreira Alves, com relação à T.R. “Índice que segundo já

assentou este Supremo Tribunal Federal na ADI 493, não reflete a perda de

poder aquisitivo da moeda” .

O Ministro Relator Ayres Brito, ao julgar inconstitucional a

aplicação da T.R. em seu voto, corretamente assim decidiu:

Nesse passo, para os precatórios de natureza alimentar, o marco

inicial dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade da aplicação da T.R.

(art. 5º da Lei 11.960/09 ), permissa vênia, deve ser sua promulgação, ou

seja,30/06/2009, porque, qualquer outra data que não seja a do nascedouro da

inconstitucional norma, produzirá o grave fato de subtrair valores que são a

base fundamental de subsistência dos credores de créditos trabalhistas

(salários, proventos e pensões ), em manifesta ofensa ao art. 37, incisos X e

Valor real que só se mantém pela aplicação de índice que reflita a desvalorização

dessa moeda em determinado período. Ora, se a correção monetária dos valores

inscritos em precatório deixa de corresponder a perda do poder aquisitivo da moeda,

o direito reconhecido por sentença judicial transitada em julgado será satisfeito de

forma excessiva ou, de revés, deficitária. Em ambas as hipóteses, com

enriquecimento ilícito de uma das partes da relação jurídica . E não é difícil

constatar que a parte prejudicada, no caso, será, quase que invariavelmente, o

credor da Fazenda Pública. Basta ver que, nos últimos quinze anos (1996 a 2010),

enquanto a TR (taxa de remuneração da poupança) foi de 55,77%, a inflação foi de

97,85%, de acordo com o IPCA.

36. Não há como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma

atacada, na medida em que a fixação da remuneração básica da caderneta de

poupança como índice de correção monetária dos valores inscritos em precatório

implica indevida e intolerável constrição à eficácia da atividade jurisdicional. Uma

afronta à garantia da coisa julgada e, por reverberação, ao protoprincípio da

separação dos Poderes. ”

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XV, da Constituição Federal, preceitos constitucionais estes que asseguram a

revisão inflacionária anual dos créditos e a irredutibilidade, respectivamente.

Ainda em reforço, a indevida aplicação da T.R. no período de

06/2009 a 03/2013 coloca em jogo a segurança jurídica da coisa julgada, que é

imutável e não pode sofrer alteração na fase executória, pois o índice da T.R.

não integrou a res judicata , e, como se não bastasse, a decisão transitada em

julgado foi expressa no sentido da aplicação do INPC e IPCA.

Neste sentido, oportuna a lição do Desembargador Ricardo Anafe,

do TJSP: “Da mesma forma, quanto ao momento, igualmente não se cogita em

modulação futura de efeitos, os quais a teor da natureza jurídica da ação

declaratória são sempre extunc, alcançando todos os atos pretéritos que

possam a ser ineficazes e inválidos, sem nenhuma carga jurídica, enfatize-se,

azo pelo qual a nulidade na hipótese é sempre ab ovo” (Embargos de Declaração

nº 0000996-82.2013.8.26.0053/50000 – Disponibilização no DOE em 22/11/2013).

É importante registrar que inexiste óbice operacional para a

correta apuração das diferenças devidas decorrentes da inconstitucional

aplicação do índice T.R., desde 30/06/2009, tendo em vista que as execuções

não foram extintas e, com simples cálculos, mesmo já tendo ocorrido

pagamento insuficiente, pode ser viabilizado, a exemplo dos juros a que se

refere a Súmula STF 17/59.

Vejamos, em números, a realidade do prejuízo indevido que

ocorre com a aplicação da inconstitucional T.R. no período de 06/2009 a

03/2013, em comparação à correta aplicação dos índices IPCA-E (inflação

real ):

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DIFERENÇA NO PERÍODO DE 06/2009 A 03/2013 ENTRE OS ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO IPCA-E e TR + JUROS-SUMULA 17/59/111 EM PREJUÍZO AOS

CREDORES ALIMENTARES

ATUALIZAÇÃO DAS DIFERENÇAS UTILIZANDO IPCA-E + SUMULA 17/111 Índice

Acumulado IPCA-E De 06/2009 A 03/2013 Índice:

40,780757

Índice Acumulado IPCA-E De 06/2009 A 03/2013

Índice: 55,224605

Valor Atualizado ate 10/2014

Percentual de Juros

12/2010 A 03/2013

Valor Total De Juros

VALOR TOTAL

PRINCIPAL + JUROS

Valor R$ 50.000,00 ÷ 40,780757 X 55,224605 67.709,14 14% 9.479,27 77.188,41

ATUALIZAÇÃO DAS DIFERENÇAS UTILIZANDO TR + SUMULA 17/111 Índice

Acumulado TR DE 06/2009 A

03/2013 Índice:

41,923093

Índice Acumulado TR DE 06/2009 A 03/2013 Índice:

42,255248

Valor Atualizado ate 03/2013

Percentual de Juros

12/2010 A 03/2013

Valor Total De Juros

VALOR TOTAL

PRINCIPAL + JUROS

Valor R$ 50.000,00 ÷ 40,780757 X 41,923093 51.807,82 14% 7.253,09 59.060,91

ATUALIZAÇÃO DAS DIFERENÇAS UTILIZANDO IPCA-E E TR

IPCA-E TR DIFERENÇA PERCENTUAL DO IPCA-E

e TR

R$ 77.188,41 R$ 59.060,91 R$ 18.127,50 23,48%

CALCULO DOS JUROS SUMULA 17/59/111

DIFERENÇA DO IPCA-E e TR PERCENTUAL R$ 18.127,50 X 9% = R$ 1.631,47 9,00%

RESUMO DO PREJUÍZO DOS CREDORES ALIMENTARES

VALOR TOTAL ATUALIZADO NO PERCENTUAL DE 23,48% = R$18.127,50

+ JUROS SUMULA 17/59/111 NO PERCENTUAL DE 9% = R$ 1.631,47 QUE TOTALIZA UM VALOR DE R$ 19.758,97 OU PERCENTUAL DE 23,48% + 9% = 32,48%

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A preservação do valor integral dos precatórios alimentares é

exatamente a realização do espírito constante na Carta Magna, que busca

tratar referido crédito de forma distinta e preferencial.

O eminente Ministro Roberto Barroso, ao encaminhar seu voto

sobre a modulação, repetidas vezes enfatizou que o Supremo Tribunal Federal

não pode devolver uma situação pior da que se encon travam os credores ,

quando da vigência da E.C. 62/09.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, os requerentes

ponderam a Vossa Excelência que, no tocante ao limite temporal para a

liquidação do estoque de precatórios, permissa vênia, a modulação não deve

atrelar os pagamentos a um percentual fixo das receitas correntes dos entes

públicos devedores, porque a medida anularia o prazo de cinco anos previsto

no voto condutor do eminente Ministro Luiz Fux.

Convêm observar que, nem mesmo a E.C. 62/09 estabeleceu

percentual fixo das receitas correntes dos entes públicos devedores. Indicou

apenas um percentual mínimo, e não percentual máximo, de sorte que, por

força daquela norma ora declarada inconstitucional, os devedores deveriam

aplicar, nos respectivos pagamentos, o percentual necessário à quitação dos

precatórios, dentro do prazo que estabeleceu.

Destarte, caberá aos devedores o indeclinável dever envidar

todos os esforços a fim de que o estoque de precatórios, a par dos precatórios

vincendos, sejam quitados dentro do prazo estabelecido pela modulação.

A reivindicação à Vossa Excelência é no sentido de gestões para

colocar em pauta e realizar imediato julgamento da modulação dos efeitos na

decisão da ADI 4357, possibilitando a definição de prazo para pagamento e

especialmente a fixação do índice de correção monetária, por nós defendido,

que é o IPCA-E.

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A razão maior é que milhares de processos e precatórios que

aguardam pagamento para solucionar as execuções, especialmente os de

caráter alimentar, dentre os quais idosos e com doença grave, cujo o fator

tempo é fundamental para receberem em vida.

INDENIZAÇÃO REVISÃO GERAL ANUAL ARTIGO 37 INCISO X DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

No RE 565.089 – Repercussão Geral os servidores públicos

ativos, aposentados e pensionistas reivindicam celeridade no julgamento para

que com a procedência possam ter pelo menos a indenização da inflação

devida e não paga pelo Poder Público, ou seja, pequeno valor pecuniário para

cobrir e reparar a defasagem nos vencimentos, proventos e pensões no

cumprimento da Constituição Federal.

IRREDUTIBILIDADE SALARIAL

No RE 606.358 os servidores públicos reivindicam o julgamento

no sentido de se evitar a indevida redução salarial com ofensa ao artigo 37

inciso XV da Constituição Federal, e para tanto defendem a exclusão das

vantagens pessoais no cálculo.

A questão da compensação de verbas que poderá ser partilhada

com os recursos que a União reserva à sua Justiça é sem dúvida

absolutamente cabível, pois tem razão o Des. José Renato Nalini, Presidente

do Tribunal de Justiça de São Paulo no artigo “Para onde vamos?”Jornal O

Estado de São Paulo que alerta para a sobrecarga por ter que suprir a

competência Federal TRF 3ª Região, o maior do Brasil, ao julgar execuções

fiscais e previdenciárias.

FUNCIONALISMO PÚBLICO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

COMPENSAÇÃO, VERBAS DO ORÇAMENTO FEDERAL

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Com o repasse de verbas que pode ser determinado pelo

Conselho da Justiça Federal/Supremo Tribunal Federal poderá se dotar de

recursos financeiros o Tribunal de Justiça de São Paulo para poder absorver

toda a demanda, inclusive no que se refere a salários dos servidores do

Judiciário que trabalham mais e ganham menos que a metade dos colegas do

Judiciário Federal.

Convictos de que Vossa Excelência como guardião da

Carta Magna, em respeito ao direito adquirido, coisa julgada, segurança

jurídica, ao princípio da igualdade, moralidade e aos direitos humanos com

absoluto critério de Justiça, adotará as medidas propostas com espírito e

sensibilidade, aguardam confiantemente os imediatos julgamentos propostos e

as providências necessárias para o efetivo resgate do Poder Judiciário.

São Paulo, 04 de dezembro de 2014

__________________ ___________________

ANTONIO TUCCILIO JOSÉ GOZZE

Presidente da CNSP Presidente da ANSJ

__________________

JULIO BONAFONTE

Diretor Jurídico da ANSJ

Vice Presidente da CNSP