13
Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO; Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. PATURY & FREITAS Advogados Associados Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro, Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572 EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA COMARCA DE ITABUNA BAHIA. “toda sociedade na qual a garantia dos direitos não é assegurada... não tem Constituição”. Serge Guinchard. RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/BA, sob o nº. 28.110, CPF/MF. 144.961.351-91, filho de Rubem Paulo de Carvalho Patury e Nair Silveira Patury, nascido aos 18/07/1953, natural de Ilhéus/Bahia, email [email protected], advogando em causa própria, com escritório grafado no rodapé, onde recebe as intimações e notificações de estilo, nos termos do artigo 319 do Código de Processo Civil, 186 e demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, e, ainda a Lei nº. 9.099/95, vem mui respeitosamente perante V.Exa, para propor a presente: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE LIMINAR. Em face de Em face de GUY VALERIO BARROS DOS SANTOS, responsável e proprietário do BLOG O SARRAFO, contato comercial 73.8862-6656 e [email protected], brasileiro, aposentado, com CIRG. 12649519-

Petição Inicial de danos morais

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO

SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA COMARCA DE ITABUNA –

BAHIA.

“toda sociedade na qual a garantia dos direitos

não é assegurada... não tem Constituição”.

Serge Guinchard.

RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO, brasileiro,

casado, advogado, inscrito na OAB/BA, sob o nº. 28.110, CPF/MF. 144.961.351-91,

filho de Rubem Paulo de Carvalho Patury e Nair Silveira Patury, nascido aos

18/07/1953, natural de Ilhéus/Bahia, email – [email protected], advogando

em causa própria, com escritório grafado no rodapé, onde recebe as intimações e

notificações de estilo, nos termos do artigo 319 do Código de Processo Civil, 186 e

demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, e, ainda a Lei nº. 9.099/95, vem mui

respeitosamente perante V.Exa, para propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E

PEDIDO DE LIMINAR.

Em face de Em face de GUY VALERIO BARROS DOS SANTOS, responsável

e proprietário do BLOG O SARRAFO, contato comercial 73.8862-6656 e

[email protected], brasileiro, aposentado, com CIRG. 12649519-

Page 2: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

06 SSP/BA, nascido aos 18/04/1947, com CPF/MF. 10563954787,

residente e domiciliado na Ld. Dos Bispos, nº.18, Bloco 1 º. Andar 1º,

Centro, Ilhéus/Bahia, CEP 45653-325, pelas razões de fato e de direito a

seguir elencadas.

I - DAS PRELIMINARES:

A – PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO – IDOSO.

Requer que seja concedida PRIORIDADE NA

TRAMITAÇÃO DESTE PROCESSO, tendo em vista, que o recorrido nasceu em

13.06.1943, conforme depreende sua documentação juntada na exordial e disposição

contida no ATO.GDGCJ.GP.Nº 484/2003, que considerando o disposto no art. 71 da

Lei nº10.741, de 1º de outubro de 2003, reduziu para 60 (sessenta) anos, o direito à

obtenção dessa garantia.

B - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O Autor esclarece, sob as penas da lei, ser pessoa pobre na acepção

jurídica do termo, não estando em condições de demandar ou ser demandada, sem

sacrifício do seu próprio sustento e o de seus familiares, motivo pelo qual, requer que -

a bem da Justiça - lhe seja concedido o benefício da GRATUIDADE DE JUSTIÇA,

com base no art. art. 5º, incisos XXXIV e LXXIV, da CF/88, e, da Lei 1060/50.

C - DA AUTENTICIDADE DAS CÓPIAS

INICIALMENTE, cumpre anotar que, o Signatário da presente,

declara para os devidos e legais efeitos – como sendo autênticas as cópias (art. 425-CPC

e inciso VI) – dos documentos acostados.

DO PEDIDO DE LIMINAR

Requer ainda que, em caráter LIMINAR e de URGÊNCIA, seja o

acionado compelido a excluir no prazo de 24 horas dos bancos de dados mantidos ou

divulgados pelo réu qualquer notícia constante do blog denominado

Page 3: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

“http://www.osarrafo.com.br/v1/2010/03/29/operacao-gautama/”, de cunho

difamante que relacione ao autor aos episódios em relação aos fatos e crimes dos quais

fora absolvido, bem como determinar que a ré publique, no mesmo meio utilizado para

manchar as imagem da autor, o Acordão da APELAÇÃO CÍVEL n.º 549870/SE e/ou

dispositivo da Sentença de nº. 0003276-30.2007.4.05.8500, bem como as Certidões de

trânsito em Julgado expedida pelo Colendo Tribunal Regional Federal da 5ª Região,

referente a Ação Penal Pública. E o não atendimento deverá gerar a Ré cominação de

multa diária, arbitrada no valor de diário de R$ 3.000,00 (três mil reais) - pelo

descumprimento, que, será revertido em beneficio da parte autora, tornando-a definitiva.

Veja Excelência, está devidamente presente os requisitos para a

concessão da medida pleiteada, ou sejam: existem elementos que evidenciam a

probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo,

conforme o art. 300 do Estatuto Processual Civil.

Vale salientar que a esse respeito, merece destaque o magistério de

Teori Albino Zavascki, in Antecipação da Tutela, 3ª ed., Saraiva, São Paulo/SP, 2000,

p. 75-7:

Estabeleceu o legislador, como pressupostos genéricos, indispensáveis a qualquer das espécies de antecipação da tutela, que haja (a) prova inequívoca e (b) verossimilhança da alegação. O fumus boni iuris deverá estar, portanto, especialmente qualificado: exige-se que os fatos, examinados com base na prova já carreada, possam ser tidos como fatos certos. (...) a antecipação da tutela de mérito supõe verossimilhança quanto ao fundamento de direito, que decorre de (relativa) certeza quanto à veracidade dos fatos.

(...) a referência a “prova inequívoca” deve ser interpretada no contexto do relativismo próprio do sistema de provas (...). Assim, o que a lei exige não é, certamente, prova de verdade absoluta – que sempre será relativa, mesmo quando concluída a instrução –, mas uma prova robusta, que, embora no âmbito de cognição sumária, aproxime, em segunda medida, o juízo de probabilidade do juízo de verdade.

(...).

Aos pressupostos concorrentes acima referidos, deve estar agregado, sempre, pelo menos um dos seguintes pressupostos alternativos: (a) o “receio de dano

Page 4: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

irreparável ou de difícil reparação” (inciso I) ou (b) o “abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu” (inciso II).

Com efeito, mesmo em juízo de cognição sumária, vislumbra-se

verossimilhança das alegações da parte Autora, pois, o Autor foi absolvido, com base

no Art. 368, inciso I do Código de Processo Penal, das acusações desastrosas que lhe

foram feitas pelo Ministério Público Federal do Estado de Sergipe, conforme cópia da

douta e inteligível decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª. Região, acostado nesta

exordial.

Logo, a verossimilhança das alegações advém dos documentos

acostados aos autos. Há prova da existência da noticia no referido blog. Isso deixa

evidente a publicização da imagem da demandante e, da infamante noticia. Já o perigo

de dano irreparável ou de difícil reparação é manifesto, porquanto persistindo esta

noticia questionada estará a autora com a sua vida privada exposta indevidamente e por

fatos que realmente não ocorreram, pois não praticou nenhum ilicitude penal..

Observe-se que não se pode afirmar estar diante de um confronto que

envolve liberdade de informação e inviolabilidade da vida privada, ambos princípios

constitucionais.

Pois é essencial destacar que a decisão pleiteada pelo autor, de forma

alguma, viola o direito à opinião, a liberdade de expressão, ou a livre manifestação do

pensamento consagrada no art. 5º, inciso IV, da Constituição Federal. Pois, busca

resguardar, apenas, a inviolabilidade da vida privada, até porque não há direito absoluto

à liberdade de expressão, frente a exegese do 220 da Carta Magna, ademais, quando a

noticia não possui o condão da verdade.

Nesse sentido, colaciono o seguinte precedente:

AGRAVO INTERNO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS. TUTELA ANTECIPADA. REGISTRO DO NOME DO DEVEDOR EM ÓRGÃOS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. MULTA DIÁRIA EM CASO DE DESCUMPRIMENTO. POSSIBILIDADE. I - É cabível a fixação de multa diária para o caso de descumprimento de decisão judicial consistente em obrigação de fazer ou não-fazer, emanada em sede de antecipação de tutela. Inteligência do art. 273, § 3º, e art. 461, § 4,º do CPC, e art. 84, § 4º, do CDC. II -

Page 5: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

Manutenção do valor de R$ 300,00 para a astreinte, determinado no julgamento do agravo de instrumento. III - Em relação ao SCI - Sistema Central de Risco de Crédito, a sua própria denominação, como se observa da Resolução nº 2.724/00, do BACEN, já dá uma noção exata da finalidade do Organismo. A Resolução determina a informação do montante de débitos para a implementação do Sistema Central de Risco de Crédito. E a informação é prestada às instituições mencionadas no art. 1º da Resolução. Assim, trata-se de um verdadeiro cadastro de inadimplentes. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (Agravo Nº 70011084761, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini Bernardi, Julgado em 09/03/2005)

E mais

AGRAVO DE INSTRUMENTO. SFH. AÇÃO REVISIONAL. DECISÃO JUDICIAL QUE DETERMINA SE ABSTENHA O AGRAVANTE DE INSCREVER O NOME DOS AGRAVADOS PERANTE OS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DE DETERMINAÇÃO JUDICIAL. POSSIBILIDADE NO CASO CONCRETO, REDUZINDO-SE O QUANTUM. A cominação da penalidade por descumprimento de determinação judicial é possível com base no poder geral de cautela do Magistrado e tem como objetivo impor, desde logo, uma penalidade ao infrator e uma compensação a quem beneficiar a antecipação da tutela. Multa diária, por ora, fixada em valor equivalente a um salário mínimo, face à sua natureza inibitória. Apesar de a pena não poder representar enriquecimento indevido, também não deve ser baixa a ponto de não inibir o réu a cumprir a determinação judicial. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70012421558, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Julgado em 26/07/2005)

DOS FATOS:

1. No dia 28 de março de 2016, o autor observou que uma noticia

veiculada com o titulo “VITÓRIA DA LIBERDADE DE IMPRENSA”, trazia no seu

bojo o seguinte: (grifo nosso)

Page 6: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

De:

carlos <[email protected]> …

Para: [email protected]

Corpo da mensagem:

VITÓRIA DA LIBERDADE DE IMPRENSA

A jornalista KÁTIA SANTANA, residente e domiciliada em Sergipe,

publicou no dia 23.05.2007 em seu blog “CAFÉ COM POLÍTICA”

um artigo com o seguinte título: “ZULEIDO VERAS

PATROCINOU FESTA DE SUPERINTENDENTE DA POLÍCIA

FEDERAL EM SERGIPE”, se referindo a RUBEM PAULO DE

CARVALHO PATURY FILHO, que naquela época era o atual

Superintendente da Polícia Federal naquele Estado.

Por ocasião deste escândalo, RUBEM PAULO DE CARVALHO

PATURY FILHO se afastou da Polícia Federal e foi ser advogado na

Cidade de Itabuna, no Sul da Bahia.

Já em Itabuna, ele impetrou uma AÇÃO INDENIZATÓRIA POR

DANOS MORAIS contra a jornalista KÁTIA SANTANA alegando

que a matéria publicada era inverídica, de cunho malicioso e

indecoroso, que ofendia deliberadamente sua honra e imagem, além

de atingir a imagem de sua família perante a sociedade.

Ocorre, que desde o ano de 2005, já havia sido iniciada pela Polícia

Federal uma investigação que ficou nacionalmente conhecida como

“OPERAÇÃO NAVALHA”, a fim de apurar o envolvimento de

RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO em esquema

de corrupção liderado por ZULEIGO VERAS, dono da

CONSTRUTORA GAUTAMA.

Na defesa da jornalista KÁTIA SANTANA, seu advogado DR.

GILBERT LORENS (OAB/BA-14.396) comprovou que os fatos

narrados eram verdadeiros, juntando aos autos do processo a

transcrição das interceptações telefônicas dos denunciados (inclusive

de RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO) que

haviam sido autorizadas pela 2ª Vara Federal de Salvador à Polícia

Federal. Em seguida, o advogado aduziu que a liberdade de

expressão do pensamento representa um dos fundamentos em que

repousa a ordem democrática brasileira e que a notícia divulgada

pela jornalista era de cunho meramente informativo, pois

retratavam fatos ocorridos, tendo assim a jornalista agido no seu

regular exercício do direito de informar e de acordo com a liberdade

de pensamento e informação garantidos no art. 220 da CF.

Page 7: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

No dia 30.01.2010, o Ministério Público Federal em Sergipe –

MPF/SE apresentou denúncia contra ZULEIDO VERAS e

PATURY, sendo recebida e aceita pela Justiça Federal em

03.03.2010.

Em 15.03.2010, a Juiza de Direito THÉA CRISTINA MUNIZ julgou

improcedente o pedido de indenização formulado por RUBEM

PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO contra a jornalista

KÁTIA SANTANA.

Ao fundamentar sua decisão, a Juíza chama a atenção de que não se

pode ter como mácula à honra, quando as informações veiculadas

sejam de interesse público e tenham sido obtidas por meios lícitos.

Segundo a Juíza, impedir a divulgação jornalística é restringir o

exercício da liberdade de imprensa, mormente tratando-se de

matéria de interesse público, com reflexos direta e indiretamente na

vida dos cidadãos. Ao final, diz que a jornalista KÁTIA SANTANA

agiu segundo os limites da divulgação e da informação, consagrada

no artigo 5º da Constituição, sem propiciar qualquer afronta ao

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Logo, extinguiu o

processo com julgamento do mérito.

2. A referida noticia, postada pelo autor às 17h53min do dia 29.03.2010, pose ser

vista no endereço eletrônico abaixo:

http://www.osarrafo.com.br/v1/2010/03/29/operacao-gautama/

3. Não se pode admitir, Excelência, que alguém promova ou divulgue acusação

deste jaez e desta magnitude, atacando e ferindo a honra e dignidade de um servidor

público, hoje aposentado, atribuindo-lhe irresponsavelmente o grave crime de corrupção

ativa. A pretensa acusação é a um só tempo falsa e injuriosa, e não teve outro propósito

senão agredir a pessoa do requerente. Pois, o Requerente nunca se afastou do

Departamento de Policia Federal por qualquer escândalo, como quer divulgar a falsa

noticia e, sim por estar aposentado e necessitava seguir outro rumo profissional, além do

mais havia sido absolvido das acusações pela mesma Instituição Federal, faltando ainda

em relação as Ações de Improbidade Administrativa e Criminal que ainda estavam em

tramitação na r. Justiça Federal em Sergipe, conforme documento em anexo.

4. Injuriosa porque a acusação não tem outro proposito senão agredir o autor; falsa

porque o autor, Delegado de Polícia Federal, classe especial, Procurador Geral do

Município de Ilhéus na época da publicação, foi posteriormente preterido de qualquer

outro cargo na área de Segurança Pública Estadual e Nacional.

Page 8: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

5. A mensagem que a ré transmitiu no “blog”, adentrando no sensacionalismo,

superficial e tendencioso que é precipitadas e falsa afirmações, culminou por ofender o

bom nome, a dignidade, a carreira na área de Segurança Pública e a tranquilidade do

autor e de seus familiares, causando-lhe inúmeros e incontáveis transtornos e

aborrecimentos de toda ordem, tudo por obra de seu conteúdo alarmante, falso,

agressivo e irresponsável.

6. Veja Excelência até hoje (29.03.2016) perdura no site essa falsa acusação, pois,

a INTERNET lança a noticia na rede mundial.

7. Ademais, até em momento algum a ré divulgou em seu site que o requerente

havia sido absolvido – POR INEXISTÊNCIA DE FATO CRIMINOSO – nos

Processo Administrativo Disciplinar instaurado pelo Departamento de Policia Federal;

no de Improbidade Administrativa e no Criminal, conforme documento anexado nesta

inicial, inclusive com trânsito em julgado.

8. Vale ressaltar que o requerido em momento algum se preocupou em verificar a

veracidade dos fatos, expondo até a presente data o nome do autor na abominável

noticia contida no blog.

DO DIREITO:

9. Não há necessidade alguma de por em relevo que a liberdade de expressão é

suscetível de colidir, em tese, com outros direitos fundamentais, sobretudo com o direito

à incolumidade moral.

10. Como ressaltou VIEIRA DE ANDRADE, “... considera a doutrina, aliás, como

paradigmático de colisão entre direitos constitucionais, o caso da liberdade de expressão

ou imprensa, quando se ponha à intimidade da via privada, ao direito ao bom nome e à

reputação...”

11. Efetivamente o mandamento do artigo 5º. Da Carta Magna estabelece em seu

inciso X:

“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a hnra e a

imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização

pelo ano material ou moral decorrente de sua violação”

12. A presente ação encontra amparo legal ainda no art. 186 do C.C./2002, e no art.

927 da mesma norma adjetiva.

Page 9: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

13. O Código Civil, pelo mandamento do artigo 186, afirma que a ação ou omissão

voluntária, negligência ou imprudência, capaz de violar direito e causar na a outrem,

ainda que exclusivamente moral, é considerada ato ilícito.

14. Caem como luva nestes autos as ponderações contidas em Venerando Acórdão

relatado pelo Desembargados ARTHUR DEL GUÉRCIO cuja cultura jurídica honra o

Tribunal de Justiça de São Paulo.

“... Se é certo afirmamos que a informação é a base de

toda uma sociedade democrática, não menos certo é que

o que deve assim ser considerado é a informação séria,

induvidosa, despida de qualquer atitude ideológica ou

corporativista. É chegada a hora de ocorrer uma revisão

na postura adotada pelos meios de comunicação com o

intuito de eliminar-se notícias precipitadas que podem

desencadear uma série de assassinatos morais”.

16. Veja Excelência, as pessoas têm o direito de serem esquecidas pela opinião

pública e até pela imprensa. Os atos que praticaram no passado distante não podem

ecoar para sempre, como se fossem punições eternas, ainda mais quando não

praticaram, qualquer ilicitude, como no presente caso.

17. Ademais, a tese do direito ao esquecimento foi assegurada recentemente em dois

recursos especiais julgado pela 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça. As decisões,

unânimes, marcam a primeira vez que uma corte superior discute o tema no Brasil.

18. Vale salientar que o Ministro do STJ LUIS FELIPE SALOMÃO em um dos

julgados afirmou: “discorre que a questão é uma das decorrências do conflito entre a

liberdade de imprensa e o direito à intimidade. Ao mesmo tempo em que a Constituição

assegura que a imprensa é incensurável e goza de total liberdade, encontra barreiras em

princípios como a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem

das pessoas”.

19. E prossegue: “E é por isso que a liberdade de imprensa há de ser analisada a partir

de dois paradigmas jurídicos bem distantes um do outro. O primeiro, de completo

Page 10: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

menosprezo tanto da dignidade da pessoa humana quanto da liberdade de imprensa; e o

segundo, o atual, de dupla tutela constitucional de ambos os valores”.

20. No julgamento do REsp 1.334.097, o Superior Tribunal de Justiça condenou uma

emissora de televisão ao pagamento de compensação por danos morais em razão da

violação ao direito ao esquecimento. No caso, a emissora exibiu, treze anos depois do

fato, um programa televisivo no qual veiculou o nome e a imagem de um dos acusados

pela “Chacina da Candelária”, que já havia sido absolvido.

21. Para o Superior Tribunal de Justiça, o programa poderia ter sido exibido sem a

menção à pessoa já absolvida, reconhecendo seu direito a ser deixada em paz. Vejamos

os seguintes trechos da ementa:

RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE IMPRENSA VS. DIREITOS DA PERSONALIDADE. LITÍGIO DE SOLUÇÃO TRANSVERSAL. COMPETÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DOCUMENTÁRIO EXIBIDO EM REDE NACIONAL. LINHA DIRETA-JUSTIÇA. SEQUÊNCIA DE HOMICÍDIOS CONHECIDA COMO CHACINA DA CANDELÁRIA. REPORTAGEM QUE REACENDE O TEMA TREZE ANOS DEPOIS DO FATO. VEICULAÇÃO INCONSENTIDA DE NOME E IMAGEM DE INDICIADO NOS CRIMES. ABSOLVIÇÃO POSTERIOR POR NEGATIVA DE AUTORIA. DIREITO AO ESQUECIMENTO DOS CONDENADOS QUE CUMPRIRAM PENA E DOS ABSOLVIDOS. ACOLHIMENTO. DECORRÊNCIA DA PROTEÇÃO LEGAL E CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DAS LIMITAÇÕES POSITIVADAS À ATIVIDADE INFORMATIVA. PRESUNÇÃO LEGAL E CONSTITUCIONAL DE RESSOCIALIZAÇÃO DA PESSOA. PONDERAÇÃO DE VALORES. PRECEDENTES DE DIREITO COMPARADO.

22. Ora Excelência a postagem em questão foi colocada em dia 29.03.2010, e, até a

presente data (28.03.2016) ainda encontra-se no mesmo site denegrindo a imagem e

trazendo desassossego, humilhação e constrangimento ao Autor.

23. Cuidando-se de dano eminentemente moral dispensável a comprovação dos

prejuízos, bastando para gerar direito à indenização, a inequívoca comprovação da

agressão moral perpetrada.

Page 11: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

24. Tendo causado prejuízo moral, deve a ré como corolário desta agressão, compô-lo

pagando pretium doloris.

- DA INDENIZAÇÃO PLEITEADA.

25. Exsurgindo clara e manifesta a violação ao patrimônio moral do autor, manifesta e

clara também exsurge a obrigação de a ré/agressora repará-la devidamente, cujo

“quantum” indenizatório o autor deposita nas mãos de Vossa Excelência sua fixação,

pleiteando apenas que não seja inferior ao valor a causa que fixado em R$

10.560,00 (dez mil, quinhentos e sessenta reais).

26. Apenas a título de esclarecimento, para que não venha a demandada alegar nulidade

em razão da sentença líquida em pedido ilíquido, máxime quando se trata de pedido de

indenização por dano moral, ressalta o autor que nenhuma impropriedade processual há,

pois o que se permite é a sentença ilíquida em pedido líquido.

27. Destarte, a indenização a ser paga a título de pretium doloris deve ser arbitrada por

esse Digno Juízo em tal valor e em tal montante de sorte a desestimular o agressor, no

caso a ré, a repetir fatos desta natureza; deve a indenização servir como reprimenda pela

abusiva e predatória invasão à honra alheia, bem como ainda servir de repreensão moral

à ré para que medite duas vezes no mínimo, antes de lançar na internet as agressões

gratuitas que lançou.

28. Veja douto Magistrado, o dano moral é o dano imaterial, é aquele que não produz

consequência no patrimônio do ofendido. Transforma-se em dor, a vergonha, a

humilhação, em dinheiro como compensação. Contudo, esta compensação deve ter o

poder de caracterizar uma sanção ao ofensor, já que este é o intuito do dever de

indenizar. Se não tiver caráter de penalização, se o valor fixado for, frente às posses do

ofensor, insignificante, incapaz de lhe penalizar, é por si só, ineficaz.

29. Segundo a Revistas Mercados & Negócios ADVOGADOS, ano IV (2008),

nº 19, fls. 29, “Não há efetivamente como se mensurar a dor, todavia, ao se debruçar

sobre os autos o julgador deve relevar os fatos, as circunstâncias, a intensidade do dolo,

a forma e a prática como se fora o próprio julgador o lesionado. Daí por sua ótica e

experiência e com seu senso acurado de Justiça, deve aplicar a sanção pecuniária numa

dose equilibrada, justa e significativa de forma a reprimir sua repetição”.

Page 12: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

E prossegue: ”Ao aplicar a reprimenda ínfima, ela está

automaticamente em desajuste, em desequilíbrio com o direito do postulante e em

frontal atentado com o potencial maior – à moral e a Psicologia do requerente em

relação ao próprio dano levado á sua apreciação e ao seu julgamento”.

E conclui: “O juiz deve visar precipuamente que o valor da

indenização do dano moral deve ser arbitrado de maneira a servir, por um lado, de

lenitivo, para aplacar a dor psíquica sofrida pelo lesado, sem importar a ele

enriquecimento sem causa ou estímulo ao abalo suportado; e, por outro lado, deve

desempenhar uma função pedagógica e uma séria reprimenda ao ofensor, a fim de

evitar a recidiva”.

Isto porque, cada pessoa física ou jurídica tem uma situação singular e

o dano que lhe for causado lhe acarretará prejuízos de acordo com suas características.

– AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito

conciliador, a par das inúmeras tentativas de resolver amigavelmente a questão, o autor

desde já, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, manifesta interesse em

autocomposição, aguardando a designação de audiência de conciliação.

DOS PEDIDOS

Ante o acima exposto REQUER a Vossa Excelência:

a) Prioridade na tramitação do processo, tendo em vista que a Requerente é pessoa

idosa.

b)Os benefícios da justiça gratuita, vez que se declara pobre no sentido jurídico do

termo, conforme declaração em anexo;

c)Requer que seja deferida a Medida LIMINAR E URGÊNCIA – para que - no prazo

de 24 horas a contar pelo recebimento da citação - a imediata retirada da internet das

notícias e conteúdos ofensivos contra o nome do autor RUBEM PAULO DE

CARVALHO PATURY FILHO, determinando, ainda, que o BLOG O SARRAFO se

abstenha quer seja por blogs, sites ou outros meios que seja divulgado qualquer dado

Page 13: Petição Inicial de danos morais

Assinado eletronicamente por: RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO;

Código de validação do documento: 527eee0e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

PATURY & FREITAS Advogados Associados

Av. Cinqüentenário, nº. 436, 1°. andar, sala 101/103, Edf. Lopes Cabral - Centro,

Itabuna-Ba., CEP – 45.600-002, Tel. (073) 211-0572

que diga respeito à pessoa, imagem e nome do autor, sob pena de multa, sendo que o

não atendimento deverá gerar multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), que, será

revertido em beneficio da parte autora.

d) Que defira o pedido de inversão do ônus da prova, sendo devidamente notificada à

empresa requerida da decisão interlocutória;

e) A citação via AR, do Acionado, para que, querendo em audiência a ser designada por

este M.M. Juizado concilie ou conteste a presente ação, sob pena de revelia e confissão,

aplicando a pena de confissão quanto à matéria de fato;

f) Que seja ao final julgada PROCEDENTE a ação condenando o demandado ao

pagamento de Indenização pelos Danos Morais suportados pelo Autor, em patamar que

não inferior ao valor de R$ 10.560,00 (dez mil, quinhentos e sessenta reais),), ou seja,

equivalente a 12 (doze) salários mínimos;

g) Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,

incluindo perícia, produção de prova documental, testemunhal, inspeção judicial,

depoimento pessoal, sob pena de confissão caso o réu (ou seu representante) não

compareça, ou, comparecendo, se negue a depor (art. 385, § 1º, do Código de Processo

Civil).

Dá-se a causa o valor de R$ 10.560,00 (dez mil, quinhentos e sessenta

reais),, para os devidos efeitos legais.

P. Deferimento

Itabuna(BA). Em, 28 de março de 2016.

RUBEM PAULO DE CARVALHO PATURY FILHO Advogado OAB/BA sob o nº. 28.110