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1 3.11. PRODUÇÃO DE ALHO NOBRE VERNALIZADO Produção de alho nobre vernalizado no cerrado 3.11.1. Introdução O alho nobre roxo para produzir necessita de frio e fotoperíodo. Essas condições climáticas são conseguidas naturalmente no sul, especialmente no planalto de Santa Catarina e na serra gaúcha. Na região do cerrado do Brasil o alho é colocado em câmara fria para adquirir a habilidade de produzir sob o clima quente. O conhecimento e o domínio da dormência do alho, a superação da mesma e o manejo da câmara fria pré-plantio são a chave do sucesso para a produção do alho vernalizado. Os fatores que afetam a produtividade do alho no cerrado, mais importantes e decisivos são o alho semente, a câmara fria, a irrigação e a época do plantio. 3.11.2. Produção de alho vernalizado A produção de alho vernalizado, cultivado sob pivô central, na região do cerrado do Brasil, cresceu rapidamente. Passou de 600 hectares em 1994 para 6.500 ha em 2002, conforme pode ser visto no gráfico abaixo. O incremento da área de plantio deve-se basicamente ao domínio da tecnologia de produzir alho nobre vernalizado na entressafra nacional aliado ao bom preço nesses últimos dez anos. A aplicação da taxa de anti-dumping e o estabelecimento de cotas de importação no alho chinês também contribuíram para que o cerrado aumentasse as áreas de plantio. Grande parte dos produtores de alho do cerrado do Brasil tem sua origem no sul do Brasil e/ou fizeram parceria com produtores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul em busca de semente e tecnologia de produção.

Produção de alho nobre vernalizado

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3.11. PRODUÇÃO DE ALHO NOBRE VERNALIZADO

Produção de alho nobre vernalizado no cerrado

3.11.1. Introdução O alho nobre roxo para produzir necessita de frio e fotoperíodo. Essas condições climáticas são conseguidas naturalmente no sul, especialmente no planalto de Santa Catarina e na serra gaúcha. Na região do cerrado do Brasil o alho é colocado em câmara fria para adquirir a habilidade de produzir sob o clima quente. O conhecimento e o domínio da dormência do alho, a superação da mesma e o manejo da câmara fria pré-plantio são a chave do sucesso para a produção do alho vernalizado. Os fatores que afetam a produtividade do alho no cerrado, mais importantes e decisivos são o alho semente, a câmara fria, a irrigação e a época do plantio. 3.11.2. Produção de alho vernalizado A produção de alho vernalizado, cultivado sob pivô central, na região do cerrado do Brasil, cresceu rapidamente. Passou de 600 hectares em 1994 para 6.500 ha em 2002, conforme pode ser visto no gráfico abaixo. O incremento da área de plantio deve-se basicamente ao domínio da tecnologia de produzir alho nobre vernalizado na entressafra nacional aliado ao bom preço nesses últimos dez anos. A aplicação da taxa de anti-dumping e o estabelecimento de cotas de importação no alho chinês também contribuíram para que o cerrado aumentasse as áreas de plantio. Grande parte dos produtores de alho do cerrado do Brasil tem sua origem no sul do Brasil e/ou fizeram parceria com produtores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul em busca de semente e tecnologia de produção.

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Área de plantio do alho vernalizado

600 8001200 1500

18002400

35004250

6500 6200

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

94 95 96 97 98 99 00 01 02 03

ALHO NO CERRADO DO BRASIL

Hectares

Fonte: Anapa, Epagri

3.11.3. Tecnologia de produção de alho vernalizado Entre os fatores que afetam a produtividade do alho nobre vernalizado, sem dúvida os quatro mais importantes são: a) variedade, tamanho, origem e qualidade do alho-semente; b) câmara fria; c) época de plantio e, d) manejo da irrigação. O alho nobre roxo é cultivado desde o norte do Paraná, passando por São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal até nas chapadas da Bahia. As melhores regiões são as chapadas com altitudes superiores a 900 metros, uma vez que as noites são mais frias. Em regiões mais baixas o ciclo do alho fica muito curto e a produtividade não ultrapassa os 8.000 Kg/ha de alho meia cura. As maiores produtividades, com 10.000 até 15.000 Kg/ha de alho meia cura, são conseguidas nas regiões dos municípios de Cristalina, Unaí, Paracatu, Santa Juliana, Distrito Federal, Mucugê, Monte Carmelo, Formosa, Água Fria, Serra Bonita, Campo Alegre, Buritis,Guarda-Mor, Ibiá e São Gotardo entre outras. a) Variedades De uma maneira geral todas as variedades de alho nobre roxo produzem no cerrado do Brasil. Para cada variedade e região produtora existe sempre uma combinação de dias de frio na câmara e época de plantio que farão com que aquela variedade produza. A origem da semente tem grande importância também. Semente produzida na região do cerrado, por superar a dormência mais cedo e entrar na câmara fria mais cedo, consegue produzir precocemente mas em geral com um ciclo menor que a semente do sul, exceção feita com algumas variedades na região fria de São Gotardo. A semente vinda do sul do Brasil, deve ser plantada mais tarde, em final de abril a meados de maio. Como a superação da dormência é mais tardia, a colocação dessa semente na câmara fria deve ser feita mais tarde também, quando o IVD for de 30 a 40%. Semente do sul plantada precocemente apresenta um alto grau de desuniformidade,

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durante todo o ciclo. Apresentando também alto índice de bulbos duplos, cebolão e superbrotados. Dados a campo normalmente mostram que a semente de alho produzida no sul e plantada no cerrado, tem uma maior produtividade que a semente produzida nessa região do Brasil central. A região de São Gotardo, por ter um clima mais frio, tem se tornado também um pólo de disseminação de alho semente para as regiões mais quentes do cerrado. As variedades mais plantadas são: Caçador, Chonan, Quitéria, Jonas e Ito. Podemos sugerir, para as regiões mais quentes, uma renovação da semente, com alho semente vinda do sul na faixa dos 50%. Já para regiões mais frias como São Gotardo essa renovação de semente pode ser na faixa dos 20 a 30% anualmente, conforme a variedade.

Alho Caçador vernalizado produzido sob pivô central

b) Manejo da câmara fria Planta-se o alho no cerrado no momento em que é colocado na câmara fria. É sem dúvida o fator de sucesso número um, aliado a uma boa semente. Investir em câmara fria de qualidade e saber manejá-la é indispensável para altos rendimentos. É necessário que todo o alho semente para receber o estímulo do frio e conseguir produzir na região do cerrado tenha no mínimo de 30 a 40% de IVD, por ocasião da entrada na câmara fria. Esse índice é facilmente conseguido com alhos produzidos nessa região do cerrado, já que são colhidos principalmente em agosto e setembro de cada ano. Para os alhos vindos do sul, muitas vezes é indispensável o uso de uma pré-câmara a 14 graus, até que o IVD chegue nos 30 a 40%, para então baixar a temperatura para adquirir a habilidade de produzir nessa região quente. Dependendo da região, variedade e época de plantio o alho-semente é colocado na câmara fria de 2º a 4º C por 45 a 60 dias com 65% de umidade relativa, antes do plantio. O controle da câmara fria deve ser de tal forma que todo o alho-semente receba realmente o frio necessário a formação do bulbo. Por isso deve haver um espaço entre as pilhas de caixas ou bins para que o ar circule livremente. Outro cuidado é para que a umidade

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relativa permaneça na faixa dos 65% . Umidades maiores favorecem o aparecimento e disseminação do fungo Penicillium sp.

Desenvolvimento de Penicillium sp na câmara fria.

c) Época de plantio Os anos têm mostrado que as melhores produtividades de alho nobre roxo vernalizado são conseguidas com plantios de abril a meados de maio. O alho produzido nesse período apresenta menores índices de anormalidades fisiológicas com a túnica externa mais branca. Os altos preços no período da entressafra têm estimulado os produtores a plantarem o alho já em final de fevereiro e março. As produtividades nesse caso são baixas, não ultrapassando os 8.000 Kg/ha, mas como o preço era na média melhor, conseguiam bons resultados econômicos. Os plantios precoces apresentam um alto grau de anormalidades fisiológicas como o bulbo duplo ou “Felipe”, o alho cebolão, o superbrotado além de desuniformidade da lavoura. Muitas vezes, conforme a variedade e manejo de pós-colheita, o bulbo apresenta a túnica externa arroxeada que em anos de muita oferta depreciará muito o produto.

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Túnica externa roxa, indesejável.

Com o aumento das ofertas de alho no Brasil e a eliminação da entressafra o produtor deverá sempre buscar melhores produtividades para permanecer na atividade com competitividade. Isso passa pela mudança de época de plantio, aumento do ciclo do alho, redimensionamento das suas lavouras, construção de câmaras frias, barracões para a cura e manejo adequado na pós-colheita. Sugerimos o escalonamento do plantio com três variedades de ciclos distintos, como forma de manejo da cultura, como por exemplo: o Caçador, Chonan e Quitéria. Assim teremos o plantio, a diferenciação, a colheita e comercialização de forma parcelada. O alho semente produzido no cerrado pode ser plantado em final de março e abril. A semente vinda do sul deve ser plantada preferencialmente em final de abril a meados de maio.

Plantio de alho vernalizado em São Gotardo, Minas Gerais

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Os gráficos a seguir, mostram o que acontece no ciclo do alho com plantio precoce e normal, no cerrado do Brasil. No plantio precoce, em final de fevereiro e março, com a variedade Caçador e semente do cerrado, o ciclo fica muito curto, em torno dos 100 dias. Do plantio à diferenciação são apenas 40 dias.

Plantio precoce em fev/março

DIFERENCIAÇÃO

60 DIAS

40 DIAS

PLANTIO

100 dias de ciclo

COLHEITA

No plantio normal, nos meses de abril até meados de maio o ciclo fica maior e a produtividade também. Nesse caso o que realmente aumenta é o período do plantio até a diferenciação, já que o tempo da diferenciação até a colheita é praticamente o mesmo para os dois casos. O exemplo abaixo mostra um ciclo de 135 dias, mas pode haver ciclos maiores com sementes vindas do sul. Com isso tem-se maior produtividade.

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Plantio normal em abr/maio

DIFERENCIAÇÃO

60 DIAS75 DIAS

PLANTIO

135 dias de ciclo

COLHEITA

e) Manejo da irrigação Todo o alho plantado na região do cerrado necessita de irrigação, já que nesse período não chove na região a não ser de forma esporádica. Quase todas as lavouras são cultivadas sob pivô central quer de forma individual ou de condomínio. A arrancada inicial do alho é muito importante. Por isso deve-se plantar e molhar em seguida. Assim o broto do alho ganha a concorrência com o Penicillim sp e a lavoura fica uniforme.

Uniformidade da lavoura

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Do plantio até a pré-diferenciação a irrigação deve ser feita a cada 3 dias em média, conforme a região, a evapotranspiração e o estádio de desenvolvimento do alho. Véspera da diferenciação deve-se reduzir e/ou cortar a água, dependendo do estado geral de cada lavoura, voltando a mesma após a completa definição dos bulbilhos. O excesso de irrigação ou um período encoberto com pancadas de chuvas, por ocasião da diferenciação, pode induzir ao superbrotamento. É comum nesse período a aplicação do stress hídrico com a diminuição da lâmina d’água e até mesmo a suspensão da irrigação até a completa definição dos dentes do alho. O alho é muito exigente em água principalmente após a diferenciação, período em que o solo deve sempre estar em capacidade de campo. Como nos últimos anos tem aparecido muita bacteriose nos cultivos de alho, sugerimos sempre um turno de rega maior com uma maior lâmina também, preferencialmente de madrugada/manhã. Assim, em pouco tempo há o secamento da umidade foliar.

Irrigação com pivô central em Cristalina, pós diferenciação.

f) Demais tecnologias Os engenheiros agrônomos e os produtores do sul levaram mais ou menos 15 anos para desenvolverem uma boa tecnologia de produção de alho nobre roxo. Os produtores que estão cultivando alho no cerrado pegaram essa tecnologia de ponta, de graça, adaptaram e melhoraram ainda mais. Em geral as demais tecnologias usadas no cerrado do Brasil que não foram citadas nesse capítulo, são muito semelhantes às descritas anteriormente no livro, e aplicadas no sul do Brasil. A exceção feita na colheita, onde a maioria dos produtores do cerrado faz a pré-cura e o corte do alho na lavoura. A utilização de barracão para a cura está mais difundida na região de São Gotardo.

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Pré-cura e corte à campo

Com relação ao solo deve-se sempre ter como regra número um a rotação de culturas. Cuidados especiais devem ser tomados com a correção do solo, a adubação orgânica e os micronutrientes como o zinco, boro e manganês. O manejo do nitrogênio também deve ser parcelado como no sul com aplicação no plantio, aos 20/25 dias após o plantio e após a diferenciação em uma ou duas vezes. A densidade de plantio é muito semelhante à utilizada no sul, observando sempre a área útil necessária para cada peso de dente. Como no cerrado a topografia é praticamente plana, muitos produtores já cultivam o alho no sistema de quatro fileira duplas. No local onde entra o trator para pulverizar deixa-se três duplas.

Sistema de plantio em canteiro, com quatro fileiras duplas.

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O controle de pragas e doenças é mais fácil que no sul, já que a maior preocupação é basicamente com o tripes e a alternária enquanto o sul preocupa-se muito também com a ferrugem e bacteriose. O sucesso desse controle passa pelo monitoramento da área.

Controle fitossanitário

O preparo do alho para a comercialização é feito de maneira mais profissional e empresarial que no sul. O corte é feito também com tesouras, que é o mais eficiente e rápido, e a classificação em máquinas “tamanhadoras” com malhas ou tubos. A embalagem mais utilizada é a caixa de papelão, pela praticidade de manejo, armazenamento e transporte. Particularmente preferimos e sugerimos as caixas oitavadas de madeira renovável – pinus. A aparência é excelente e a ventilação é melhor que nas caixas de papelão. Isso é muito importante quando falamos em conservação e ventilação para alhos meia cura. Nos próximos anos os produtores do cerrado deverão investir em tecnologia de conservação como anti-brotante e câmara fria, além da área de agregação de valor.

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Toalete e embalagem de papelão do alho nobre vernalizado.

Caixas de madeira de pinus oitavada

A comercialização do alho do cerrado é feita na sua grande maioria na forma de meia cura. À medida que o alho vai curando no campo ele vai sendo cortado, classificado, embalado e comercializado. Isso por que, nos últimos anos o mercado tem sido de entressafra nos meses de julho a outubro. Assim, todo o alho preparado era facilmente comercializado por um bom preço. Com o aumento de área do cerrado, o aumento da importação do alho chinês e o remanescente tratado com anti-brotante da Argentina, esse período de entressafra tende desaparecer, estabilizando a oferta e procura.

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O gráfico abaixo mostra a evolução dos preços médios recebidos em reais pelos produtores desde 1999. Podemos notar, nos círculos em amarelo, que o alho do cerrado entra no mercado sempre com o preço em alta, e à medida que aumenta a oferta ele vai diminuindo até dezembro. A exceção é a safra de 2003.

A lhoP re ç os re c eb id os (ja n 1 99 9 a ab ril de 2 0 03 )

01020304050

Jan-99 mar

maio jul

set nov

Jan-00 mar

maio jul

set novjan

/01 marmaio ju

lset nov

jan/02 mar

maio jul

set novjan

/03 marmaio

R$/caixa

3.11.4. O perigo que vem da China A China é o maior produtor e exportador torno de 8,7 milhões de toneladas e o produção. O alho chinês novo entra no mecom a produção do cerrado. O Chinês posalho o ano todo. É um alho com um baixeconômico e social da China. Aliás, pelprovar a existência de dumping no alho cque seja cobrado a título de taxa de anti-dchinês importado. Infelizmente muitos justiça e conseguem trazer o alho da Chintrazer alho da China pagando a taxa dcompetitivo. Ao contrário, não temos comVários países no mundo colocaram barreiEstados Unidos, a Argentina, o México. Ntaxa de anti-dumping. O gráfico abaixo mostra os principais paísestá em torno dos 12 milhões de toneladvolume.

Fonte e elaboração: Lucini, M.A.

mundial de alho. A produção da China está em volume exportado é de apenas 6,5% da sua rcado nacional em início de agosto, juntamente sui tecnologia de manejo que possibilita ofertar

o custo de produção devido ao sistema político, a segunda vez consecutiva a Anapa conseguiu hinês e por isso o governo federal determinou umping o valor de US$ 4,86 por caixa de alho

importadores estão conseguindo liminares na a sem pagar essa taxa. Sempre que o importador e anti-dumping o alho nacional consegue ser o competir. ras a entrada do alho chinês como a Europa, os o Brasil só falta por em prática o pagamento da

es produtores de alho no mundo, cuja produção as, com destaque para a China com 72% desse

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Produção mundial 12 milhões/t – safra 2002

China72%

Rússia2%

Índia4%

Ucrânia1%

Coreas4%

Espanha1%

Argentina1%

Brasil1%

Demais14%

Fonte: FAO

No período de julho de 2002 a agosto de 2003, entrou no Brasil em torno de 5,5 milhões de caixas de 10 Kg de alho, da variedade chinesa, quer da própria China quer semente chinesa cultivada na Argentina. Isso significa algo em torno dos 25 a 30% do consumo nacional que não deve ser desconsiderado quando pensarmos em novas variedades para o cultivo no Brasil. Além de o custo ser mais barato que o alho nobre roxo, a aparência dessa variedade é excelente, como pode ser visto na foto abaixo. O ponto negativo é que o sabor é muito fraco quando comparado com o alho nacional roxo.

Alho chinês

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Alho Chinês na caixa de 10 Kg

Observação: na montagem favor cortar fora a data das fotos.

Alho Chinês na redinha

Alho Chinês na réstia