9
Logística Reversa de Pneus Inservíveis O N L I N E UNIGRANRIO O N L I N E

Tópicos Especiais em Logística - 06

Embed Size (px)

Citation preview

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

O N L I N EUNIGRANRIO

O N L I N E

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

UNIGRANRIOO N L I N E

Tópicos Especiais em LogísticaU

NID

AD

E 06

61

Olá, seja bem-vindo a unidade 6.Hoje falaremos sobre o seguinte assunto:Logística Reversa de Pneus Inservíveis

Preparado(a) para começar os estudos?

Boa aula!

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

UNIGRANRIOO N L I N E

Tópicos Especiais em Logística

OBJETIVOS

TÓPICOS

ABORDADOS

UN

IDA

DE 06

62

I. . Apresentar detalhadamente os fluxos reversos de pneumáticos inservíveis, estudando suas causas e origens, além de apresentar os destinos dados ao material coletado.

I. Os problemas da matriz de transporte brasileira; a comparação com a matriz de transporte de outros países; processos de fluxo reverso de pneus; e o desenvolvimento histórico do uso de pneumáticos

Diante da matriz de transporte desbalanceada apresentada pelo Brasil, um dos resíduos sólidos de maior impacto no meio ambiente é o pneu. Isto se deve a políticas nacionais que privilegiaram o uso do modal rodoviário como o principal na movimentação de grandes cargas nos deslocamentos dentro do país. A falta de infraestrutura adequada para a utilização de outros modais e a ausência até pouco tempo de uma política para tratamento dos resíduos sólidos em âmbito nacional contribuiu para este problema. Portanto, é necessário o entendimento sobre o desenvolvimento histórico de pneumáticos no Brasil, abordando o seu enorme crescimento, mostrando os desafios que as empresas produtoras, diante de sua responsabilidade exposta na Política Nacional de Resíduos Sólidos, possuem para aplicar o processo de logística reversa adequadamente.

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

UNIGRANRIOO N L I N E

Tópicos Especiais em LogísticaU

NID

AD

E 06

63

Agora que você conheceu um pouco sobre o que irá aprender, além de compreender qual é o objetivo em realizar esta aula, vamos nos aprofundar no assunto da Logística Reversa

de Pneus Inservíveis, nosso foco principal.

Preparado para começar?

De acordo com Donato (2008), devido a matriz de modais de transporte desbalanceada nacional, cuja participação do modal rodoviário chega aos 58%, conforme demonstrado na figura 1, o Brasil tornou-se um dos líderes do ranking mundial em número de pneus inservíveis descartados no meio ambiente.

Figura 1 – Matriz de Transporte BrasileiraFonte: ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestres, 2013

4%

13%

25%

58%

Rodoviário

Ferroviário

Aquaviário

Dutoviário e Aéreo

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

UNIGRANRIOO N L I N E

Tópicos Especiais em LogísticaU

NID

AD

E 06

64

Comparativamente a outros países-baleia (países que possuem grandes extensões territoriais e volumosos mercados populacionais, cujo poder aquisitivo e qualidade de vida estão em crescente desenvolvimento), de acordo com Bachhi & Caixeta-Filho (2011), o Brasil apresenta a pior combinação percentual de utilização dos modais de transportes (matriz modal de transporte), conforme descrito na figura 2 (Matriz de Transporte em Países-Baleia).

Esta característica brasileira é economicamente pior por alguns fatores essenciais: maior custo do modal rodoviário, maior poluição ambiental e menor eficiência energética causada pelo modal rodoviário e a falta de um extenso trabalho de reciclagem de pneus inservíveis.

De acordo com Caixeta-Filho (2001), dentre os modais que transportam grandes quantidades de cargas e competem entre si (ferroviário, aquaviário e rodoviário), o modal rodoviário apresenta o maior custo operacional e o maior valor de frete por tonelada transportada. Estes custos estão associados à quantidade de mão de obra disponibilizada por tonelada útil transportada em cada um dos modais, mais os custos de manutenção da infraestrutura e dos equipamentos envolvidos.

Rússia

Canadá

Austrália

EUA

China

Brasil

Ferroviário Rodoviário Aquaviário, outros

Figura 2 – Matriz de Transporte de Países-BaleiaFonte: Caixeta-Filho, 2011

46% 43% 11%

43% 53% 4%

46% 32% 25%

37% 50% 13%

25% 58% 17%

81% 8% 11%

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

UNIGRANRIOO N L I N E

Tópicos Especiais em LogísticaU

NID

AD

E 06

65

Na sequencia de descrição sobre as incongruências ocorridas da utilização do modal rodoviário como o “carro-chefe” da matriz de modais de transporte nacional, está a maior poluição ambiental e menor eficiência energética causada pela utilização por este modal.

Esta poluição ambiental se deve ao tipo de combustível utilizado em cada um dos modais e a comparação entre a capacidade de carga de cada modal e o equivalente em carga transportado pelos outros dois modais concorrentes (quantidade de carga e quantidade de equipamentos necessários para transportar a quantidade desejada), conforme demonstrado na figura 12 (Capacidade de Carga dos Modais).

Figura 3 – Capacidade de Carga dos ModaisFonte: Eficienciaenergetica.blogspot.com.br

150 m

Capacidade de Carga

172 Carretas de 35 t

Bi-Trem Graneleiras

1 ComboioDuplo Tietê

(4 chatas e empurrador)

2,9 combolos hopper

(86 vagões de 70 t)

1,7 km 3,5 km(26 km em movimento)

Comprimento Total

6.000 t

A figura 3 mostra que, do ponto de vista da eficiência energética, da eficácia ambiental e da eficiência de custo associado ao transporte, o modal rodoviário se mostra impotente diante dos outros modais que competem no transporte de cargas no cenário nacional.

Na questão da falta de um extenso trabalho de reciclagem de pneus inservíveis, o Brasil começa a mostrar sinais de recuperação, com trabalhos regionalizados e a reutilização dos pneus inservíveis em outras cadeias produtivas, conforme descrito por Donato (2008).

No Brasil, os trabalhos de reutilização realizados com diversos resíduos que podem ser reaproveitados, destaca-se o processo de reciclagem do pneu usado e inservível, em algumas regiões brasileiras. De acordo com dados da Reciclanip, de 1999, ano que começou a coleta pelos fabricantes de pneus até o ano de 2012, foram recolhidos dois milhões de toneladas de pneus inservíveis e destinados de maneira correta.

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

UNIGRANRIOO N L I N E

Tópicos Especiais em LogísticaU

NID

AD

E 06

66

De acordo com Donato (2008), um pneu é um dos mais prejudiciais resíduos descartados no meio ambiente, pois demoram até 600 anos para serem completamente decomposto no meio ambiente. Podem ser destacadas algumas consequências que são geradas pelo descarte indevido e incorreto dos pneus na cadeia logística, tais como:

• A queima dos pneus inservíveis que libera uma fumaça negra, altamente tóxica e de alto poder de poluição do ar;

• Estocagem, sem o correto processo de destinação, com o acúmulo de água de chuvas, e que expostos ao tempo, geram o acúmulo de insetos e outros animais que podem causar doenças no homem.

Importante

De acordo com a resolução 258 do CONAMA (Conselho Nacional do meio Ambiente), as empresas produtoras de pneus e suas respectiva cadeia de distribuição têm a obrigação de destinar, de maneira correta, os pneus usados e inservíveis.

De acordo com a RECICLANIP, anualmente são descartados aproximadamente 30 milhões de pneus inservíveis no Brasil. Esta quantidade se deve, em parte, a matriz de transporte brasileira ser desbalanceada em comparação com outros países com a mesma característica.

De acordo com dados da RECICLANIP, o Brasil é o segundo maior reformador de pneus do mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, movimentando aproximando R$ 5,6 bilhões ao ano em reformas de pneus para caminhões, ônibus, carros, motos e veículos agrícolas.

Porém, mesmo com todo esforço por parte do governo e das indústrias produtoras de pneus, cerca de metade dos pneus que são produzidos no país são reformados. Este percentual é bem pouco, pois devem ser considerados ainda os percentuais de pneus inservíveis.

Os pneus inservíveis se transformaram na maior preocupação dos órgãos competentes e das indústrias produtoras, pois são estes que efetivamente poluem o meio ambiente.

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

UNIGRANRIOO N L I N E

Tópicos Especiais em LogísticaU

NID

AD

E 06

67

Atualmente, segundo dados da ANIP (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), a indústria nacional de produção de pneus conta com 12 fabricantes, das quais quatro são internacionais: Bridgestone Firestone, Goodyear, Michelin e Pirelli.

De acordo com dados da Reciclanip (2013), entre os anos de 1999 e 2012, a quantidade de pneus que foram destinadas para a reciclagem foi de 2 milhões de toneladas, o equivalente a 403 milhões de pneus de passeio. Em 2011, segundo a ANIP (2013), o

total de pneus comercializados no Brasil, levando-se em consideração a produção e a importação de pneus feitas por associados da ANIP, chegou a 67,9 milhões de pneus. Estes números expressivos se devem principalmente ao crescimento e desenvolvimento das indústrias de transportes rodoviários e do desenvolvimento do segmento de venda de veículos para prestação de serviços.

Diante de toda esta expansão no processo de produção e comercialização de pneus, a logística reversa de pneus inservíveis assume um papel determinante para o cenário ambiental nacional, sendo necessária a descrição de um procedimento que garanta, de maneira simples e correta, o descarte dos pneus inservíveis, para que, desta forma, possa contar com a adesão e participação dos consumidores na implantação desta metodologia

Agora que você já conheceu os processos e conteúdos importantes da Logística

Reversa de Pneus Inservíveis, vamos fazer um resumo do que foi apresentado nessa aula e conhecer algumas sugestões de leitura, para você aprimorar o que aprendeu?

Logística Reversa de Pneus Inservíveis

UNIGRANRIOO N L I N E

Tópicos Especiais em LogísticaU

NID

AD

E 06

68

Nesta unidade de estudo foi mostrado o desenvolvimento histórico do consumo de pneumáticos no Brasil e como este desenvolvimento afetou o descarte irregular de resíduos sólidos oriundo da cadeia logística.

Artigo – Coprocessamento de cascas de arroz e pneus inservíveis e logística reversa na fabricação de cimento. Sellitto, M.A. et al. http://www.scielo.br/pdf/asoc/v16n1/a09v16n1.pdf

Artigo – Aspectos do coprocessamento de resíduos em fornos de clínquer. Rocha, S.D.F., Lins, V.F.C. e Santo, B.C.E. 2011. http://www.scielo.br/pdf/esa/v16n1/a03v16n1.pdf

Vídeo – Despoluir é possível – Reciclagem de pneus - https://www.youtube.com/watch?v=FGQWXpz9Fkc

Vídeo - Jornal Futura - Reciclagem de pneus - https://www.youtube.com/watch?v=XhsLA-NDYoI

BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2ª. edição. São Paulo. Ed. Saraiva. 2009.

CAIXETA-FILHO, José Vicente. Sistemas de Gerenciamento de Transportes. 1ª. edição. São Paulo. Ed. Atlas. 2001.

LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: Meio ambiente e competitividade. 2ª edição. São Paulo. Ed. Pearson. 2009.