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Correio da Paraíba - PB 19/07/2013 - 09:38 Construção civil muda padrões Novas medidas de qualidade e segurança entram em vigor hoje; Sinduscon diz que 80% já são utilizadas Felipe Ramelli A partir de hoje, os imóveis residenciais deverão seguir novos padrões de qualidade e segurança regidos pela Norma de Desempenho NBR 15.575, que vem sendo discutida desde 2002 no País. Os novos padrões exigirão a utilização de materiais certificados através de testes de desempenho mais rígidos, além de uma série de parâmetros que visam garantir mais conforto e segurança ao proprietário. Segundo a avaliação prévia de especialistas do setor da construção civil, a utilização de materiais de melhor qualidade poderá elevar os preços dos novos imóveis entre 5% e 7%. As novas exigências valem apenas para os empreendimentos que iniciarem o processo de obtenção do alvará a partir de hoje. Isto é, as construções que já estão prontas ou em andamento não precisarão sofrer adaptações. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, as diferenças ainda demorarão a ser percebidas pelo consumidor. “É um processo de médio e longo prazo, porque a norma só valerá para aquelas empresas que derem entrada agora no processo para obter o alvará. Então, na prática, as mudanças só serão percebidas em, pelo menos, quatro anos, quando os empreendimentos estarão prontos com os novos padrões”, afirmou Fábio Sinval. Segundo o presidente do Sinduscon-JP, a maioria das construtoras que atua na Paraíba já segue os padrões, mesmo que eles não tenham sido obrigatórios até então. “A grande maioria já executa mais de 80% do que está previsto na norma, que só vem propor exigências complementares ao que já era praticado”, avaliou Fábio Sinval. Para ele, itens como acústica, ventilação e conforto serão aqueles que exigirão maior adaptação. A expectativa do setor é que a nova norma promova uma espécie de “seleção natural” entre as empresas, já que a maior rigidez fará com que aquelas menos capacitadas percam espaço no mercado. Conforme Fábio Sinval, o próprio cliente e os bancos serão peças importantes para o cumprimento da norma. “O cliente deverá fiscalizar, procurar fazer uma perícia especializada para saber se a norma foi obedecida. Os bancos que financiarão os imóveis também devem ficar atentos para não serem penalizados depois”, destacou.

Construção civil muda padrões

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Correio da Paraíba - PB19/07/2013 - 09:38

Construção civil muda padrões

Novas medidas de qualidade e segurança entram em vigor hoje; Sinduscon diz que80% já são utilizadas

Felipe Ramelli

A partir de hoje, os imóveis residenciais deverão seguir novos padrões de qualidade esegurança regidos pela Norma de Desempenho NBR 15.575, que vem sendo discutida desde2002 no País. Os novos padrões exigirão a utilização de materiais certificados através de testesde desempenho mais rígidos, além de uma série de parâmetros que visam garantir maisconforto e segurança ao proprietário. Segundo a avaliação prévia de especialistas do setor daconstrução civil, a utilização de materiais de melhor qualidade poderá elevar os preços dosnovos imóveis entre 5% e 7%.

As novas exigências valem apenas para os empreendimentos que iniciarem o processo deobtenção do alvará a partir de hoje. Isto é, as construções que já estão prontas ou emandamento não precisarão sofrer adaptações. De acordo com o presidente do Sindicato daIndústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, as diferençasainda demorarão a ser percebidas pelo consumidor.

“É um processo de médio e longo prazo, porque a norma só valerá para aquelas empresas quederem entrada agora no processo para obter o alvará. Então, na prática, as mudanças só serãopercebidas em, pelo menos, quatro anos, quando os empreendimentos estarão prontos com osnovos padrões”, afirmou Fábio Sinval.

Segundo o presidente do Sinduscon-JP, a maioria das construtoras que atua na Paraíba jásegue os padrões, mesmo que eles não tenham sido obrigatórios até então. “A grande maioriajá executa mais de 80% do que está previsto na norma, que só vem propor exigênciascomplementares ao que já era praticado”, avaliou Fábio Sinval. Para ele, itens como acústica,ventilação e conforto serão aqueles que exigirão maior adaptação.

A expectativa do setor é que a nova norma promova uma espécie de “seleção natural” entre asempresas, já que a maior rigidez fará com que aquelas menos capacitadas percam espaço nomercado. Conforme Fábio Sinval, o próprio cliente e os bancos serão peças importantes para ocumprimento da norma. “O cliente deverá fiscalizar, procurar fazer uma perícia especializadapara saber se a norma foi obedecida. Os bancos que financiarão os imóveis também devemficar atentos para não serem penalizados depois”, destacou.

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Norma NBR 15.575

Foram estabelecidos critérios de resistência das estruturas e os projetos considerados dedurabilidade “mínima” terão que resistir por um período de pelo menos 50 anos. Já os projetosclassificados como “intermediários“ e “superiores” deverão resistir, no mínimo, a 63 e 75 anos,respectivamente.

O texto engloba também cinco pontos principais quanto à estrutura do imóvel: estruturas, pisos,vedações, coberturas e sistemas hidrossanitários. Para cada um desses pontos foram definidosaspectos de durabilidade específicos, seguindo as características do projeto.

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