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ANDRÉ ALOÍSIO OLIVEIRA DA SILVA
NOSSA COMUNHÃO COM A TRINDADE
2Co 13.13
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo
sejam com todos vós”.
Introdução
“A prática da piedade consiste, primeiro, em conhecer a essência de Deus, e isso com respeito ao diversificado modo de ser, pois nele há três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo, e com respeito aos seus atributos” (Lewis Bayly).
“A distinção das pessoas da Trindade não é para ser imaginada, mas crida” (Owen).
Comunhão com o Deus Triuno
Comunhão é um relacionamento caracterizado por compartilhar algo em comum ao dar e receber.
Comunhão com Deus consiste em “Sua comunicação de si mesmo para conosco e nosso retorno a ele daquilo que requer e aceita fluindo da união que temos com ele em Jesus Cristo” (Owen).
Comunhão com o Deus Triuno
Nossa comunhão com Deus é uma comunhão com as pessoas divinas e não com a essência divina. Não há comunhão com Deus abstratamente falando, mas comunhão com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo.
Comunhão com o Deus Triuno
Nossa comunhão com a Trindade é distinta com cada pessoa, não só no sentido de que cada pessoa divina se comunica distintamente conosco (1Co 12.4-6; Ef 1.3-14), mas também no sentido de que nós nos comunicamos com elas distintamente (Ef 2.18).
Comunhão com o Deus Triuno
Temos comunhão distinta com cada pessoa da Trindade: Pai (1Pe 1.17; Ef 3.14-15) Filho (Jo 14.1; Ef 6.24; Ap 5.8,13; At 7.59-60;
1Co 1.2) Espírito (2Co 13.13; Mt 28.19) “Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu
Filho, Jesus Cristo” (1Jo 1.3).
Comunhão com o Deus Triuno
“Não há graça pela qual nossas almas se apresentem diante de Deus, nenhum ato de adoração divina rendida a ele, nenhum ato de dever ou obediência realizados, senão os que são dirigidos distintamente ao Pai, ao Filho e ao Espírito” (Owen).
Comunhão com o Deus Triuno
As pessoas da Trindade se comunicam distintamente conosco, o que pode ser visto: Quando a mesma coisa é, ao mesmo tempo,
descrita como conjunta e distinta a todas as pessoas na Deidade (Ap 1.4-5).
Quando a mesma coisa é atribuída distintamente e individualmente a cada pessoa. Ex: ensino do Pai (Jo 6.45), do Filho (Mt 23.10) e do Espírito (Jo 14.26).
Comunhão com o Deus Triuno
As distinções estão em que o Pai realiza tal comunhão por meio de autoridade original (Jo 5.21); o Filho, por meio da comunicação de um tesouro comprado (Is 53.10-11); e o Espírito Santo, por meio da eficácia imediata (Rm 8.11).
Em 2Co 13.13, o amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do Espírito (também presente em Ef 1.3-14).
Comunhão com o Deus Triuno
“Entretanto, não convém passar em silêncio a distinção que observamos expressa nas Escrituras, e esta consiste em que ao Pai se atribui o princípio de ação, a fonte e manancial de todas as coisas; ao Filho, a sabedoria, o conselho e a própria dispensação na operação das coisas; mas ao Espírito se assinala o poder e a eficácia da ação” (Calvino).
Comunhão com o Deus Triuno
“Agora, se tornar-se história é a particularidade do Filho na economia, qual é a contribuição do Espírito? Bem, precisamente a oposta: é liberar o Filho e a economia do cativeiro da história. Se o Filho morre na cruz, assim sucumbindo ao cativeiro da existência histórica, é o Espírito que o levanta dos mortos. O Espírito é o além da história, e quando ele age na história, ele o faz de modo a trazer para dentro da história os últimos dias, o escathon” (Zizioulas).
Comunhão do Pai para conosco
Consiste em amor, como Sua comunhão com o Filho (Mc 1.11).
Deus é amor (1Jo 4.8-10).O amor é particularmente atribuído ao Pai (2Co
13.13).Jesus ora ao Pai por nós, pois o Pai nos ama (Jo
16.26-27).O Espírito Santo derrama abundantemente em
nossos corações o amor de Deus (Rm 5.5,8).O amor do Pai e a eleição (Rm 8.29,30; Ef 1.3-5).
Nossa comunhão com o Pai
Os crentes devem receber o amor do Pai: Pela fé. Fé em Deus e no amor de Deus. Essa fé no Pai é por meio do Filho (Jo 14.6; Ef
2.18; 1Pe 1.21).
Os crentes devem responder com amor ao Pai (Mc 12.28-30).
Comunhão do Filho para conosco
Consiste em graça (Jo 1.14; 2Co 13.13).A graça da presença pessoal e da beleza
(Sl 45.2).A graça do favor imerecido e da
aceitação ou justificação: obediência, morte, intercessão (Rm 5.6-11,18,19; Hb 7.25).
A graça da santificação e renovação da nossa natureza (1Co 1.30; 2Co 12.9).
Nossa comunhão com o Filho
Em relação à graça pessoal é um tipo de relação conjugal (Is 54.5; Ct 2.16; 2Co 11.2).
Em relação à graça do favor imerecido: os crentes reconhecem que sua justiça é trapo de imundícia e recebem a justiça de Cristo pela fé (Rm 5.1).
Em relação à graça da santificação: eles olham para a eficácia purificadora do sangue de Cristo (1Jo 1.7) e olham para Cristo como o despenseiro de toda graça (Jo 15.5).
Comunhão do Espírito para conosco
Consiste em comunhão (2Co 13.13).O Espírito traz à lembrança às coisas
faladas por Cristo (Jo 14.26).O Espírito Santo glorifica a Cristo (Jo
16.14).O Espírito derrama o amor de Deus
amplamente em nossos corações (Rm 5.5).O Espírito testifica, em nosso espírito, que
somos filhos de Deus (Rm 8.16).
Comunhão do Espírito para conosco
O Espírito nos sela (Ef 1.13): autenticação (Jo 3.33), propriedade e proteção (Ap 7.4)
O Espírito é um penhor para nós (Ef 1.13,14; 2Co 1.22; 2Co 5.5). Indica um depósito em garantia do pagamento da soma completa. O penhor é da mesma qualidade do que o pagamento integral.
O Espírito unge os crentes (1Jo 2.20)Ele é o Espírito de adoção (Rm 8.15; Gl 4.6)Ele é o Espírito de súplica (Rm 8.26,27)
Nossa comunhão com o Espírito
Não devemos entristecer o Espírito, porque sua pessoa habita em nós (Ef 4.30).
Não devemos apagar o Espírito por causa de suas ações pela graça (1Ts 5.19).
Não devemos resistir ao Espírito por causa das ordenanças de Cristo (At 7.51,52).
Aplicação: Adoração e oração
1) Ao adorar uma das pessoas, adoramos toda a Trindade.
“A natureza divina é a razão e a causa de toda a adoração; por isso, é impossível adorar apenas uma pessoa, e não adorar toda a Trindade” (Owen).
Aplicação: Adoração e oração
“Quando indico que algo é próprio da comunhão com qualquer pessoa, não excluo as outras pessoas dessa comunhão [...] temos uma comunhão com uma pessoa e, portanto, com as outras secundariamente [...] Uma pessoa como tal, seja qual for, não é o objeto principal da adoração divina, mas somente quando é identificada com a natureza ou a essência de Deus” (Owen).
Aplicação: Adoração e oração
“A razão formal de nossa adoração ao Filho não é sua mediação, mas o fato de que ele é Deus [...] portanto, a razão formal de nossa adoração ao Espírito Santo não é o fato de ele ser nosso consolador, mas o fato de que ele é Deus” (Owen).
Aplicação: Adoração e oração
2) Ao orar a uma das pessoas, oramos a toda a Trindade.
“Na invocação de Deus Pai invocamos cada pessoa, porque invocamos o Pai como Deus e cada pessoa ali incluída” (Owen).
Aplicação: Adoração e oração
“O crente adora o Espírito, o serve, espera por ele, ora a ele e o louva [...] A pessoa do Espírito Santo, revelando-se nessas operações e efeitos, é o objeto peculiar de nossa adoração [...] nossa comunhão com ele causa em nós louvor reativo, gratidão, honra, glória e oração a ele, por causa das misericórdias e privilégios que recebemos dele, os quais são muitos” (Owen).
Aplicação: Adoração e oração
“[...] Assim o fazemos quanto ao Filho de Deus por causa de nossa redenção (Ap 1.5-6). Não são louvores e invocações semelhantes devidos a quem torna a obra de redenção efetiva para nós? [...] Quando sentimos nosso coração aquecido com alegria, sustentado em paz e estabelecido em nossa obediência, vamos atribuir a ele o louvor que lhe é devido, glorificar seu nome e nos alegrar nele” (Owen).
Aplicação: Adoração e oração
3) Ao nos aproximarmos de Deus, adoramos toda a Trindade.
Ef 2.18: “Por meio do Cristo” ou por sua mediação e “no Espírito” ou por sua assistência. “Aqui, temos uma distinção das três pessoas quanto às suas operações, mas de modo algum quanto a ser objeto de nossa adoração. O Filho e o Espírito Santo não são menos adorados em nosso acesso a Deus que o Pai em si” (Owen).