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Igrejas Reformadas A fé reformada além de Alemanha e Suíça História Eclesiástica II Pr. André dos Santos Falcão Nascimento Blog: http://prfalcao.blogspot.com Email: [email protected] Seminário Teológico Shalom

História da Igreja II: Aula 5: Igrejas Reformadas

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Aula ministrada no curso de História Eclesiástica II no Seminário Teológico Shalom, em 2013. A presente aula visa apresentar os desdobramentos da Reforma Protestante em diversos países europeus, como Inglaterra, Escócia, Holanda, França e Hungria, dentre outros.

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  • 1. Igrejas ReformadasA f reformada alm de Alemanha e SuaHistria Eclesistica IIPr. Andr dos Santos Falco NascimentoBlog: http://prfalcao.blogspot.comEmail: [email protected] Teolgico Shalom

2. Reforma na FranaLuta de Francisco I contra Itlia leva asurgimento do humanismo na Frana,alimentado por franceses quedescobriram o humanismo bbliconaquele pas.Um destes humanistas foi JacquesLefevre, que concluiu a traduo do NTao francs em 1525, a partir da Vulgata.A cidade de Meaux se tornou centro deensino de um grupo de humanistas, quequeriam reformar a igreja de dentro prafora. 3. Reforma na FranaO surgimento de escritos luteranos e odesejo da alta classe mdia e dostrabalhadores da cidade e do campo deromperem as travas sociais estimulamo movimento reformador.A falta de uma liderana eficaz mina os resultados iniciais.Francisco I fora a disperso do grupo de Meaux em 1525 ea universidade de Sorbonne condena os escritos luteranosem 1521.O surgimento de Calvino leva os valdenses do sul da Franaa se converterem ao calvinismo. A resistncia leva Calvino adedicar suas Institutas ao rei Francisco I. 4. Reforma na FranaCom o desejo de liderar tambm areforma francesa, Calvino envia maisde 150 pastores entre 1555 e 1556,conseguindo organizar a igrejareformada francesa 3 anos depois,apesar das perseguies.Em 1560, o grupo, j estruturado, com snodo e confisso def prprios, passa a ser denominado huguenotes.Com medo da estruturao do movimento, a poltica realmuda de perseguio a guerra religiosa. Entre 1562 e 1598,ocorrem oito massacres do grupo. 5. Reforma na FranaHenrique de Navarra, lder doshuguenotes, torna-se rei em 1598 e,apesar de voltar f catlica, proclamao Edito de Nantes, concedendotolerncia ao movimento huguenote.Com esta tolerncia, os huguenotesmantm exrcitos nas 200 cidades sobseu controle. Esta paz acaba em 1685,quando Lus XIV, desejando um sEstado, rei e f, persegue o grupo, quese v forado a fugir para Inglaterra,frica do Sul, EUA, Prssia e Holanda. 6. Reforma na FranaA fuga dos huguenotes, habilidosos artesos eprofissionais liberais, leva a um colapsoeconmico que faz a Frana perder a luta porcolnias no sc. XVIII pra Inglaterra.Desde o ocorrido, o protestantismo tem pouco alcance na Frana.Anos depois, por volta de 1640, ocorre um movimento na Igreja Catlicafrancesa semelhante ao puritanismo ingls, o jansenismo, encampandoideias reformadas no catolicismo.Blaise Pascal foi seu defensor mais famoso, aceitando os ensinosjansenitas em 1654.O movimento, centrado no convento de Port Royal, prximo de Paris, devastado em 1710 por Lus XVI e seus escritos condenados pelo Papaem 1713. 7. Reforma na HungriaA f reformada professada por 2 a 3milhes de hngaros nos dias de hoje.As ideias luteranas no foram bemrecebidas a princpio, pela raiva doshngaros com os alemes.A partir de 1550, estudantes que retornam de Wittenberg eGenebra trazem a f reformada ao pas.Com a traduo do NT ao magiar por Joo Erdosi, o pas adotarapidamente o protestantismo.Em 1570, a Confisso Hngara publicada.A partir de 1572, uma perseguio se inicia e dura cerca de 2sculos. Mesmo com os esforos jesutas para a reconverso, atolerncia conquistada em 1781 e a liberdade religiosa em 1848. 8. Reforma na EscciaA Esccia possua um reinado fraco, oque dava maior poder aos chefes decls locais. Tal fracionamento gerougraves desvios na igreja local, comosimonia e concubinato.As ideias luteranas entram no pas originalmente por PatrickHamilton, que chega a afirmar que o papa era o Anticristo. Ele executado na fogueira em 1528 por suas colocaes. GeorgeWishart outro que paga o preo por sua f, sendo queimado em1546.Entrementes, a rainha Maria Stuart, enviada Frana paraestudar, se casa com o herdeiro do trono francs, tornando aEsccia possesso daquele pas. A frouxido moral francesa irritaa populao, alimentando a futura Reforma. 9. Reforma na EscciaA Reforma se estabelece na Esccia pelas mosde John Knox (1514-1572), formado naUniversidade de St. Andrews e ordenado aoministrio em 1536. Discpulo de Wishart, passapor algumas voltas at se tornar capelo dacoroa, antes de fugir para Frankfurt quandoMaria Tudor assume o trono francs.Em Frankfurt, Knox adota a viso calvinista, retornando Escciaem 1559 e apoiando o movimento de alguns nobres franceses,que se reuniram em 1557 em Edimburgo para fazer um pactopara levar a Palavra de Deus Esccia.Aps um pedido de ajuda rainha Elizabeth, a Esccia conseguese libertar do domnio francs, permitindo o incio da Reforma. 10. Reforma na EscciaCom o fim do domnio francs, o parlamentoescocs se rene em 1560 e, orientado por Knox,pe fim ao controle papal sobre a igrejaescocesa, declara ilegal a missa, revoga todos osdecretos contra os hereges e aceita a Confissode F dos Seis Johns, elaborada rapidamente.A confisso, de cunho calvinista, permanece at a adoo daConfisso de Westminster, de 1647. O modo de governo orepresentativo presbiteriano, com snodos e uma assembleianacional.No final da vida, Knox debateu muito com Maria Stuart, queretorna Esccia em 1561 aps falecimento de seu marido.Envolvida em um escndalo de assassinato, forada a abdicarem 1569. Knox morre em 1572 e Stuart em 1587. 11. Reforma na EscciaA teologia calvinista e o regimepresbiteriano mantm-se estabelecidoat 1572, quando tenta-se implantar oepiscopado. Andrew Melville, reitor deSt. Andrews, luta contra tal tentativa.Em 1581, aps ser travada a luta, os presbitrios so retomadosde forma experimental. Em 1592, o rei James VI tenta implantarnovamente o episcopado, sem sucesso, tornando opresbiterianismo a religio oficial da Esccia.Com a fuso das coroas inglesa e escocesa em 1603, os Stuarttentam estabelecer o episcopado at 1640, sem sucesso. Enfim,em 1690, o presbiterianismo se estabelece de vez.Por conta das perseguies, muitos presbiterianos escocesesfogem pra Irlanda do Norte e depois pros EUA. 12. Reforma na IrlandaA Inglaterra nunca conseguiu dominar aIrlanda como fez com a Esccia e Gales.O conflito e o dio gerados causaram afalha da conquista do pas aoprotestantismo.Os irlandeses se revoltaram contra a Inglaterra em 1557 por conta daReforma. O Parlamento decidiu confiscar as terras dos rebeldesderrotados e transferir dois teros delas a colonos ingleses. Uma intrigacausada pela Espanha gerou uma revolta de 1598 a 1603, que arruna oreinado de Elizabeth.Ao assumir o trono, James I resolve recolonizar a Irlanda do Norte comprotestantes, maioria presbiterianos escoceses. Muitos emigram para osEUA em 1700, devido a barreiras econmicas. A diviso entre as Irlandasque vemos hoje foi consequncia da colonizao. 13. Reforma na HolandaA reforma das sete provncias do norte dosPases Baixos (atual Holanda) contra o papafoi originada na luta contra o domnioespanhol.O luteranismo no foi bem recebido pelos holandeses, devido aoapoio de Lutero ao domnio dos prncipes, irritando os holandeses,que desejavam se rebelar contra seu rei espanhol. O calvinismofoi melhor aceito por sua democracia e desejo de libertao dacorrupo do sistema catlico romano.A Holanda tambm tinha a seu favor ser o bero de Erasmo e doNT grego que escreveu. O primeiro NT em holands surge em1523, gerando comparaes entre a Igreja Catlica e a igrejaneotestamentria. 14. Reforma na HolandaAt 1525, quem aceitava a Reforma seguiaLutero, porm, de 1525 at 1540, osanabatistas fazem um grande nmero deadeptos na regio.A partir de 1540, o calvinismo invade a regio, tornando-se agrande maioria do pas em 1560. Uma minoria era formada pormenonitas e uma menor ainda por luteranos. O protestantismo sealastrou mesmo com a ameaa de uma Inquisio no pas.Com ascenso de Filipe II ao trono espanhol, iniciou-se umesforo para retornar os Pases Baixos f romana. Suavacilao entre clemncia e crueldade geraram revoltas emFlandres em 1565 e na Holanda em 1566, gerando saques eprofanaes. A resposta foi uma perseguio de 6 anos quevitimou 2 mil pessoas e gerou 40 mil emigraes. 15. Reforma na HolandaA oposio surge com William de Orange,que inicia uma revolta em 1568 contra aEspanha. Inicialmente vencido, se retirandopara a Alemanha.A populao inicia uma resistncia no mar em 1569, pilhandonavios espanhis. O duque, enquanto isso, cerca as cidadesrevoltosas e as toma, empreendendo inmeros massacres. 7 anosdepois, a Anturpia saqueada, com sete mil pessoasassassinadas pelo sucessor do Duque de Alva.O ato incendeia o esprito nacionalista, que faz com que Holandae Zelndia, provncias calvinistas, se unam a outras naPacificao de Ghent de 1576 para expulsar os espanhis. 16. Reforma na HolandaDe todas as provncias, as terras catlicasromanas flamengas se renem, formando aBlgica. As demais provncias assinam aUnio de Utrecht em 1579, repudiando em1581 a soberania do rei espanhol.A guerra pela liberdade duraria at 1648, aps o assassinato deOrange, que havia retornado para liderar a luta (1584) e a derrotada armada espanhola para a Inglaterra (1588), com a assinaturado Tratado de Westphalia.Durante o sc. XVII, a Holanda forma um rico imprio no ExtremoOriente e no Hemisfrio Ocidental, conquistando diversas terrasna Amrica e no nordeste brasileiro, chegando a dar um rei Inglaterra em 1689. 17. Reforma na HolandaA igreja holandesa se organizou no sistemapresbiteriano de administrao. O snodo deEmden, em 1571, tambm formulou umaConfisso Belga, recebendo aprovao finalno snodo de Dort, em 1574.A grande crise para a igreja do pas surge com Jacob Armnius(1560-1609), educado com fundos levantados por amigos eposteriormente pelas autoridades municipais de Amsterd.Estudou em Leyden, viajando muito pela Itlia.Em 1603, torna-se professor da Universidade de Leyden, apspastorear por 15 anos em Amsterd. Ali, formula uma alterao docalvinismo para impedir a viso da autoria divina do pecado ou deque o homem um autmato nas mos de Deus. 18. A controvrsia arminianaArmnio iniciou suas pesquisas e foi opostopor seu amigo Francisco Gomarra. Armniosolicita um snodo nacional para resolver aquesto, mas morre antes de expor suasideias. Seus discpulos resolvem compilarsuas vises na Representao de 1610.Entre 1618 e 1619, foi realizado um snodo em Dort, constituindo-semais numa assembleia calvinista internacional. Os arminianosparticiparam na condio de defensores, porm suas convicesforam rechaadas pelo snodo e os pastores perderam seuspostos.A perseguio aos arminianos s acaba em 1625, e tal movimentoexerce influncia entre anglicanos, metodistas e o Exrcito daSalvao. 19. A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioO homem capaz de procurar a salvaoantes de Deus oferecer a graa fundamentalpara habilitar a sua vontade para cooperarcom Deus.Eleio Incondicional Eleio CondicionalExpiao Limitada Expiao IlimitadaGraa Irresistvel Graa ResistvelPerseverana dos Santos Perda da Salvao 20. A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioEleio Incondicional Eleio CondicionalO processo de salvar alguns baseadoapenas na prescincia divina de saberquem decidiu por sua f em Jesus Cristo.Expiao Limitada Expiao IlimitadaGraa Irresistvel Graa ResistvelPerseverana dos Santos Perda da Salvao 21. A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioEleio Incondicional Eleio CondicionalExpiao Limitada Expiao IlimitadaA morte de Cristo suficiente e oferecida atodos, apesar de fazer efeito apenas paraos crentes.Graa Irresistvel Graa ResistvelPerseverana dos Santos Perda da Salvao 22. A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioEleio Incondicional Eleio CondicionalExpiao Limitada Expiao IlimitadaGraa Irresistvel Graa ResistvelTodos os homens podem resistir graasalvadora de Deus.Perseverana dos Santos Perda da Salvao 23. A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioEleio Incondicional Eleio CondicionalExpiao Limitada Expiao IlimitadaGraa Irresistvel Graa ResistvelPerseverana dos Santos Perda da SalvaoDeus concede aos homens uma graa tamanha que elesno precisam cair, porm a Bblia teoricamente ensina(Hb. 4) que a salvao pode ser perdida. 24. Reforma na InglaterraA Reforma inglesa possui alguns panos defundo que facilitaram a sua realizao:Propagao dos ensinos de John Wycliffe porseus seguidores, os lolardos, como ummovimento secreto das camadas populares nosc. XV.Fim da nobreza na Guerra das Rosas (sc. XV)Unio do rei e da classe mdia pelo bem estardo pas.Controle da Igreja Romana sobre terras,impostos papais e cortes eclesisticas querivalizavam com a corte real irritavamgovernantes e governados. 25. Fator intelectualHumanismo Bblico surge na Universidade deOxford no comeo do sc. XVI.Incio dos estudos da Bblia atravs do NT deErasmo.Willian Tyndale publica em Worms, em 1525,duas edies de sua traduo ao ingls do NT deErasmo. martirizado em 1536.Miles Coverdale publica a primeira traduo inglesa da Bblia em 1535.Os ensinos de Lutero so lidos em Oxford e Cambridge, pormcondenados por Henrique VIII, que recebe o ttulo de Defensor da Fpelo papa, ttulo curiosamente usado pelos monarcas protestantes daInglaterra at hoje. 26. A Revolta contra RomaHenrique VIII era um soberano popular cujo paiconseguiu que se casasse com a princesa espanholaCatarina de Arago em 1503 para no perder seu dote(Artur, irmo mais velho de Henrique, havia sido seuprimeiro esposo, mas morreu jovem).Com medo de no ter filhos homens desta relao, busca o divrcioporque deseja deixar um herdeiro homem para comandar o pas.Tambm supe estar sendo punido por ter se casado com a viva doirmo, prtica proibida pela lei cannica e por Lv. 20.21.Henrique VIII busca aprovao do papa Clemente VII para se divorciar ecasar com Ana Bolena, mas o papa, controlado pelo sobrinho deCatarina, o imperador Carlos V, no aceita. 27. A Revolta contra RomaAps tal falha, Henrique VIII apela ao Parlamento paracoagir o clero ingls a proclam-lo chefe da IgrejaInglesa (ou Anglicana). Aps acusar o clero ingls deviolar um estatuto obscuro, aplica multas e consegueque o clero o declare chefe da igreja em 1533 e aceiteseu divrcio, casando-se com Bolena no mesmo ano.Nos anos seguintes, passa vrios atos, proibindo a residncia de clrigosingleses fora do pas, o pagamento de anatas ao papa e suspendendo osrecursos das cortes eclesisticas inglesas a Roma.Em 1534, assina o Ato de Supremacia, onde afirma ser o nico chefesupremo da Igreja da Inglaterra e, um ano depois, o Ato de Sucesso,que afirma que seu filho com Ana Bolena seria o seu sucessor legtimo.Para angariar apoio, distribui ou vende a custo baixo as propriedades devrios monastrios a membros da classe mdia. 28. A Revolta contra Roma interessante notar que a teologia da Igreja Anglicanaera idntica de Roma, s tendo mudado o seugoverno, conforme os Seis Artigos do Parlamento(1539), que mantinham a transubstanciao, a Ceia deum elemento s, o celibato e a confisso auricular.A primeira concesso de Henrique foi a permisso da traduo da Bbliaem ingls. A Grande Bblia foi publicada em 1539 como uma reviso dostrabalhos de Tyndale e Coverdale, e era conhecida como BbliaAcorrentada pois era presa a muitos plpitos de igrejas anglicanas.O sucessor de Henrique VIII foi Eduardo VI, filho dele com Jane Seymour(Ana Bolena s concedeu uma filha e foi executada sob acusao deadultrio). Henrique VIII teria outras esposas antes de morrer: Ana deCleves, de quem se divorciou; Catarina Howard, que executou, eCatarina Parr, sua esposa quando morreu. 29. A Reforma ReligiosaEduardo VI assumiu o trono aos nove anos e teve doisregentes. O segundo, o Duque de Northumberland,simpatizante do protestantismo, convence o rei aintroduzir mudanas que tornariam a reforma inglesatambm religiosa.Em 1547, o Parlamento permite aos leigos o acesso ao clice, repele asleis de traio e heresia e os Seis Artigos, legaliza o casamento desacerdotes em 1549. O culto em ingls autorizado logo a seguir.Em 1549 promulga-se o Livro de Orao Comum, preparado por ThomasCramner, arcebispo de Canturia desde os tempos de Henrique VIII, esua reedio de 1552 traz ideias calvinistas. Com pequenas alteraesde Elizabeth, usado at hoje.Em 1553, promulga-se os 42 Artigos (alterados para 39 posteriormente),credo produzido por vrios telogos, incluindo John Knox. 30. A luta contra o retorno a RomaEduardo VI morreu jovem, aos 15 anos, e tentou impedirque Maria, sua meia-irm filha de Catarina de Arago,assumisse o trono, por ser catlica. Seu testamento,porm, contestado e Maria assume o trono em 1553.Com seu reinado paralelo Contra Reforma, Mariabusca forar o parlamento a retornar s prticaseclesisticas da poca da morte de Henrique VIII.Maria se casa em 1554 com Filipe II da Espanha, casamento impopular esem correspondncia por parte de Filipe, que retorna Espanha em 55.A perseguio que se segue brutal. 800 clrigos que se recusaram aaceitar as mudanas perdem suas parquias, sendo forados a fugir aGenebra e Frankfurt. 275 pessoas das regies de comrcio do sul daInglaterra so martirizados, incluindo Cranmer, Hugh Latimer e Ridley. Amorte destes dois ltimos fortalece o movimento protestante ingls. 31. A conciliaoAps a morte de Maria, em 1558, Elizabeth, filhade Henrique VIII com Ana Bolena, sobe ao trono.Tendo que ser protestante por conta docasamento de seus pais, no quis entrar emconflito aberto com o papa, decidindo favorecer olado que fosse aceito pela maioria do povoingls.Em seu reinado, a Reforma prosseguiu sem maiores problemas.Em 1552, o Livro de Orao foi institudo com ligeirasmodificaes. Os 42 artigos foram revisados com a retirada dosartigos que condenavam antinomianos, anabatistas e milenistas.Os 39 remanescentes foram aceitos em 1571 como o creio daIgreja Anglicana. 32. Crises Internas: O PuritanismoO movimento Puritano surge em meados do sc.XVI. Foi assim chamado porque entendia que aIgreja Anglicana ainda possua traos dopapado e queria purificar a igreja de tais traos,como vestes litrgicas, o ritual, absolvioclerical, sinal da cruz, dentre outros.Seguindo os ensinos de William Ames e William Perkins,calvinistas, os adeptos do puritanismo tiveram em Cambridge seuprincipal refgio.O movimento cresceu e recebeu apoio de muitos advogados,comerciantes e moradores da regio rural, sofrendo perseguiode Elizabeth I atravs de um ato contra eles em 1593, quepermitia a priso de puritanos que faltassem ao culto anglicano. 33. Puritanismo e DenominaesO Puritanismo, apesar da unidade de intenesteolgicas, divergia essencialmente na relaoentre Igreja e Estado e na sua Eclesiologia.A partir do movimento, surgiram quatro gruposdistintos de movimentos puritanos na Inglaterra:Puritanos Episcopais: Queriam limpar a liturgia, mas manter o sistemade governo.Puritanos Presbiterianos: Queriam limpar a liturgia e mudar o regimede governo da igreja para representativo (Thomas Cartwright).Puritanos Congregacionais, ou Independentes: Queriam a limpeza daliturgia e a liberdade de eleio de seus pastores (Henry Jacob).Puritanos Separatistas: Queriam a separao igreja-estado e umsistema congregacional (Thomas Helwys, John Smyth: Batistas). 34. O conflito eclesiolgicoAps a morte de Elizabeth, James I foi confrontado pelos puritanosem 1603, que entregaram a Petio Milenar, assinada por milministros puritanos que pediam a purificao da liturgia eadministrao da Igreja Anglicana.Em 1604, aps nova presso, James I se enfurece e diz que iriaafugentar os puritanos do reino, se no se conformassem aosistema.Uma nova traduo da Bblia autorizada nesse dia, resultandonuma verso que seria completada em 1611 e foi denominadaKing James Version. Esta verso substitui a Bblia de Genebra etorna-se a verso mais usada pelos anglo-saxes at hoje. 35. O conflito eclesiolgicoDurante o reinado de James I, os comerciantes e os camponesescomearam a se revoltar contra as cortes extralegais dos Tudor eseu desejo de se impor sobre o Parlamento.Carlos I, que governou de 1625 a 1649, defendeu ainda mais aassociao da monarquia com o episcopado. Governou semparlamento de 1629 a 1640, o que levou muitos puritanos inglesesa emigrarem para os EUA.A crise eclodiu quando Carlos I escolheu William Laud, arminiano,para arcebispo de Canturia. Ao tentar impor um novo Livro deOrao Comum Igreja da Esccia, Laud gerou uma revolta quefez com que os escoceses se rebelassem em prol de sua fcalvinista. O rei evita a invaso em 1638 com dinheiro, mas em1640 obrigado a reconvocar o Parlamento. 36. O conflito eclesiolgicoO novo Parlamento (conhecido como Extenso pois durou 20 anos)imps severas reformas ao governo, mas no resolveu a questoeclesiolgica. Os moderados queriam manter o episcopado,enquanto que os puritanos desejavam congregacionalismo oupresbiterianismo.Em 1642, uma intil tentativa de condenao de cinco membrosda Casa dos Comuns por traio gera uma guerra civil, que dura 4anos e termina com a priso e execuo de Carlos I, a ascensode Oliver Cromwell, lder dos puritanos, e o domnio puritano daInglaterra at 1660.Durante o conflito, o episcopado abolido e 1643 e um sistemapresbiteriano em consonncia com o escocs, implantado em1648. 37. O conflito eclesiolgicoA obra mais importante da Assembleia de Westminster, comissionadapara reformar a igreja anglicana, a Confisso de F de Westminster,calvinista, adotada em 1647 pelos escoceses e em 1648 pelos ingleses.O Parlamento, presbiteriano, ignora o sentimento congregacional doexrcito. Cromwell, um congregacional, clama por uma expurga doParlamento e, em 1648, todos os presbiterianos so expulsos. Cromwellcria uma Comunidade de Naes liderada por ele em 1649, aps aexecuo de Carlos I, e dissolve o Parlamento em 1653, governandocomo ditador at 1658 com a ajuda do exrcito.Aps sua morte, o Parlamento Extenso se dissolve em 1660 e osingleses, cansados da rigidez moral dos puritanos, convocam Carlos IIpara ser seu rei, abolindo o presbiterianismo e retornando o episcopado.James II persegue os presbiterianos escoceses, mas em 1689, com suaexpulso do pas, os no-conformistas passam a ser tolerados. 38. FontesTexto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo atravs dos sculos: umahistria da igreja crist. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e ValdemarKroker. So Paulo: Vida Nova, 2008.Textos auxiliares:DREHER, Martin N. Coleo Histria da Igreja, 4 vols. 4 ed. So Leopoldo:Sinodal, 1996.GONZALEZ, Justo L. Histria ilustrada do cristianismo. 10 vols. So Paulo:Vida Nova, 1983