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Nós – E o sublime intercâmbio da mediunidade nos relacionamentos de casal
A mediunidade nos relacionamentos
O Relacionamento é tão complexo quando se fala de pessoas. Relação é naturalmente pensar no casal, nos pais, os maridos e mulheres. Estas são as pessoas com quem passamos mais tempo na nossa vida. Se aliarmos a isso os componentes: amor, amizade, desejo, objetivos de vida, etc. Poderemos na base dos sentimentos e propósitos, definir a sua natureza, o seu percurso e as suas obras. Abordaremos numa perspetiva filosófica, biológica, psicológica e espírita o casal e, naturalmente, sobre a família, dado que são conceitos afins.
A sociedade grega foi, das primeiras a ponderar o que une dois seres.
No texto, O Banquete de Platão, aborda uma das primeiras visões sobre o amor, a sexualidade e o casal, o mito pretendia,, explicar o porquê de percorrermos o mundo em busca da nossa plenitude.
O Mito de Androginia relata o seguinte.
No passado o sexos das pessoas não eram dois, como agora. Pelo contrário, existiam na terra três sexos: o masculino, o feminino e o andrógino, que tinha tanto o masculino como o feminino. Na civilização Grega este mito, a justificava o porquê de homens e mulheres procurarem não apenas parceiros do sexo oposto, mas do próprio sexo. Para eles, o amor era uma questão de plenitude, de voltar a encontrar a sua metade, aquele que o completa e não necessariamente apenas um aspeto fisiológico. Contudo, não teríamos tempo para abordar aqui a temática da sexualidade, e compreendamos que desta forma, o casal é entendido como a forma de adquirir integridade, unicidade novamente.
Contudo, o pensamento evoluiu, os costumes transformaram-se e a visão do casal na nossa sociedade tem uma forte implicação da moral e discurso judaico-cristã. A compreensão da filosofia católica, considera que no homem a supremacia, feito à imagem de Deus, e confere à mulher um papel inferior, dada a sua origem da costela de Adão. A ideia conspurca a igualdade e procura da complementaridade que anteriormente falamos. O homem manda e possui a mulher como um objeto e isso nivela as relações de casal e familiares durante vários séculos.
Contudo as correntes renascentistas trazem uma nova forma de ver o homem, a par do avanço estupendo que a ciência dá desde o século XVII. A igreja começa a perder supremacia no entendimento do homem e da mulher, começam a aparecer teorias paralelas à teoria criacionista (Deus criou o homem) e à teoria da geração espontânea (a vida surge espontaneamente na matéria orgânica) e encontramos Darwin, que nas suas observações naturalistas compreende um passado comum entre todos os mamíferos superiores. Ele desenvolve a hipótese evolucionista. Homem ou mulher, indistintamente, terá evoluído de seres mais primitivos que, pela ação do meio e da seleção natural, terão chegado à sua natureza atual. Como tal, parte do seu comportamento terá necessariamente que ser regulado pelo seu passado animal e a seleção do parceiro deverá obedecer às mesmas regras biológicas que existem no mundo animal.
A par disto, Mendel compreende os primeiros passos para a virtude genética. Daí a compreender-se como se dá a distribuição dos caracteres que nos fazem únicos fisicamente foi um passo de poucos séculos. Compreende-se então que a grande conquista biológica dos animais e plantas terá sido a reprodução sexuada, com base em dois gâmetas distintos, que permitiu que mudanças genéticas fossem introduzidas no código de cada elemento de forma mais rápida do que a ocorrência de mutações nos seres assexuados. Esta conjugação de dois pools genéticos, permitia então à natureza selecionar e apurar as combinações mais adaptadas, eliminando aquelas que não seriam tão passíveis de sucesso.
Isto fez com que casais da espécie humana tivessem que desenvolver estratégias de acasalmento de forma a convencer os parceiros de que seriam a escolha melhor para a manutenção genética da espécie. Portanto a biologia vê o casal como a consequência deste processo. A procura de um parceiro é pautada pela busca da melhor pessoa para misturar os nossos genes, originando um novo ser, prolongamento desse casal. Não compreende mais nenhuma utilidade ao casal e por esta lógica, qualquer compromisso estaria terminado quando a fecundação se desse, devendo cada elemento procurar novas oportunidade de transmitir os seus genes.
No entanto, na espécie humana os casais tendem a permanecer juntos, para lá da conquista biológica…
Na Psicologia, o Amor é a combinação de pensamentos, sentimentos, motivações, reações psicofisiológicas, comportamentos verbais e não-verbais que envolvem relações sexuais e espaços de intimidade entre dois seres.É um processo, de várias etapas que inicia com a paixão, evolui para o amor romântico quando é recíproco, e se desenvolve pela diminuição da paixão e com um aumento da intimidade e do comprometimento.Esta conjugação da paixão, da intimidade e do compromisso, proporções do amor, podem caracterizar diversos tipo de relacionamentos. Vejamos…
Amor Companheiro
Amizade
Atracção física
Amor vazio
Amor Verdadeiro
Amor Romântico
Amor Instintivo
A conquista Psicológica…
A paixão reúne a componente do desejo. Quando existe sozinha consideramos que existe apenas atração física entre dois seres. A associação com base na atração física apenas abre campo a um vazio existencial enquanto casal, já que esta tende a acabar passado algum tempo.Outro campo é a intimidade. Aqui encontramos uma espaço de relacionamento interpessoal, partilha e tolerância pelas características do outro. Um relacionamento exclusivo de intimidade é uma amizade.A terceira dimensão é o comprometimento. Neste campo vemos a constituição de um objetivo, de um fim em comum para ambos os elementos doc casal. A existência de apenas comprometimento pode ser uma parceria de negócios como um casamento assente em princípios financeiros ou políticos. Funciona de forma mais semelhante a um grupo do que a um casal.Estas dimensão podem existir de forma ponderada; de acordo com a sua expressão e associação encontramos outro tipo de amores. Por exemplo, paixão e comprometimento caracteriza o amor instintivo, que se baseiam num objetivo sexual e de associação física. Por outro lado, a paixão e a intimidade caracterizam o amor romântico, em que as pessoas estão juntas sem um objetivo, apenas pelo espaço que se gera entre ambos. O comprometimento e intimidade é o amor companheiro, muito característico de casais em fim de vida, que são o suporte um do outro.Finalmente, a reunião equilibrada das três dimensões leva-nos ao amor verdadeiro de casal, aquele que reúne a paixão, a intimidade e o objetivo em comum. A qualidade do objetivo, do entendimento físico e o grau de intimidade irão, também determinar o sucesso e manutenção deste sentimento ao longo da vida.
No entanto, este modelo falha em compreender porque casais que reúnem as condições para o sucesso falham, e porque outras vezes, casais que não cumprem os requisitos do amor verdadeiro permanecem nos seus relacionamentos para lá do aceitável. Na verdade, todas as visões até aqui ignoram um antecedente a todas estas considerações: a preexistência da alma e de vivências passadas.
“A simpatia que atrai um Espírito para
outro resulta da perfeita concordância de
seus pendores e instintos. Se um tivesse
que completar o outro, perderia a sua
individualidade.”
LE.301
A conquista do Espiritismo…
A conquista do Espiritismo…
LE. 386. Podem dois seres que se conheceram e estimaram encontrar-se noutra
existência corporal e reconhecerem-se?
“Reconhecer-se, não. Podem, porém, sentir-se atraídos um para o outro. E, frequentemente,
diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição. Um do outro dois
seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade
resultam da atração de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão.”
A conquista do Espiritismo…
(…) na Terra, o matrimónio pode assumir aspetos variados, objetivando múltiplos
fins. Em razão disso, acidentalmente, o homem ou a mulher encarnados podem
experimentar o casamento terrestre diversas vezes, sem encontrar a companhia
das almas afins com as quais realizariam a união ideal.
In Evolução em dois mundos.
O texto continua explicando…“Isto porque, comummente, é preciso resgatar essa ou aquela dívida que contraímos com a energia sexual, aplicada de maneira infeliz ante os princípios de causa e efeito.”
A conquista do Espiritismo…
As relações de casal apresentam dificuldade não apenas na dimensão física, mas também na dimensão espiritual da vida. A consequência dos matrimónios nesta ou noutra existência tanto podem resultar de aspetos benéficos como negativos à vivência do casal atual.
Vejamos o caso de André Luiz, na descrição do nosso lar. Depois de refeito do período de conturbação e encaminhado a Nosso Lar, ele começa a pedir para visitar a família. Após extensa preparação, é-lhe dada permissão para visitar a sua família.Ao chegar ele encontra um cenário transformado, em que a sua mulher é agora mulher de outro indivíduo. Por momentos, ele cede à pressão do ciúme e da visão terrena da vida. Ele poderia ter seguido essa via e ter procurado influenciar os pensamentos da sua mulher e do seu cônjuge no sentido de piorar o relacionamento de casal.Contudo ele é capaz de resistir a esse impulso e passa a ver a mulher e o novo marido como irmãos, passando a protegê-los e a beneficiá-los.
A conquista do Espiritismo…
LE. 459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles
que vos dirigem.”
LM. 159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos
é, por esse facto, médium. Essa faculdade é inerente ao homem (…). Pode, pois,
dizer-se que todos são, mais ou menos médiuns.
Perante a permeabilidade que temos à influência espiritual, com facilidade percebemos que muitas vezes, as problemáticas que nos surgem enquanto casal advêm não apenas das expiações e provas a que nos propomos ultrapassar, mas igualmente da facilidade que temos em sintonizar e afinizar com os espíritos que se encontram na nossa faixa de pensamento e vibração (energia).
PROPOSTAS!
• Valores e princípios familiares.
• Conhece-te a ti mesmo.
• Comunicação eficaz – escuta ativa.
• Evangelho no lar.
• Vigiai e orai!
• Amai-vos uns aos outros!