Aula Mo Patogenico Saira

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  • 1. Microrganismos patognicos de importncia em alimentos Prof. Samira Mantilla

2. O que iremos abordar?

  • Mecanismos de defesa do hospedeiro
  • Mecanismos de patogenicidade dos agentes etiolgicos
  • Tipos de doenas microbianas de origem alimentar
  • Mos responsveis por ETA:
  • Principais patgenos bacterianos envolvidos
  • Principais fungos envolvidos
  • Vrus veiculados por alimentos

3. Mecanismos de defesa dos hospedeiros

  • Nem todo o alimento que alberga um ou mais mos patognicos causar uma doena se for consumido
  • Isto s ocorrer se forem derrotados os mecanismos naturais de defesa que os indivduos apresentam

4. Trato digestivo - estrututa

  • Tubo que se inicia na boca e termina no nus (dentro tem-se o lmen intestinal)
  • Tubo envolto por uma mucosa de revestimento

5. Trato digestivo - estrututa

  • O processo de digesto e absoro dos alimentos se inicia no estmago, porm mxima no intestino delgado (duodeno, jejuno e leo)

6. Trato digestivo - estrututa

  • Intestino delgado possui vilosidades intestinais, digitiformes, que se projetam para o interior do lmem
  • Aumentam a superfcie de absoro
  • Cada vilosidade revestida de clulas epiteliais

7. Trato digestivo - estrututa 8. 9. Trato digestivo - estrututa

  • O Intestino grosso retm o material slido no absorvido apresenta a microbiota intestinal (predominante anaerbios ou facultativos)

10. Mecanismos de defesa

  • Entre estes:
  • Acidez estomacal primeira barreira natural
  • Mucosa intestinal- barreira mecnica a penetrao do mo
  • Muco- secretada pelas clulas epiteliais do intestino (alguns patgenos produzem mucinas)
  • Motilidade intestinal eliminao do contedo do lmen
  • Microbiota intestinal adaptados a local competem com os patgenos

11. Mecanismos de defesa

  • Quando o mo consegue passar por estas barreiras, aderir mucosa e coloniz-la, passa a enfrentar um novo problema:
  • Fagocitose
  • Fagcitos englobam o agente etiolgico morte celular
  • Porm, alguns mos dispe de recursos para evitar a fagocitose: cpsula (dificulta a adeso da bactria ao fagcito)

12. Mecanismos de patogenicidade dos agentes etiolgicos

  • De um modo geral, uma bactria causa doena quando capaz:
  • Infectar as superfcies mucosas
  • Penetrar no organismos pelas mucosas geralmente
  • Multiplicar-se nos tecidos do hospedeiro
  • Interferir com os mecanismos de defesa do hospedeiro
  • Causar danos aos tecidos do hospedeiro

13.

  • Entretanto, algumas bactrias no cumprem todas estas etapas
  • Alm disso, certas bactrias penetram atravs de abrases da pelo ou outros tipos de ferimentos

Mecanismos de patogenicidade dos agentes etiolgicos 14.

  • Os fatores de virulncia das bactrias expressam-se apenas quando existem condies ambientais favorveis
  • So condies especficas para cada mo
  • Alguns fatores de virulncia precisam interagir com receptores especficos para exercer sua ao
  • A ausncia de um receptor apropriado no tecido do hospedeiro pode torn-lo resistente a um determinado patgeno

Mecanismos de patogenicidade dos agentes etiolgicos 15. Infeco das superfcies mucosas

  • O primeiro requisito para o estabelecimento de uma infeco que o patgeno entre em contato com a camada de muco que recobre a superfcie epitelial de uma mucosa do hospedeiro
  • Ao aderir a mucosa, o patgeno escapa dos mecanismos de remoo bacteriana ex: fluxo das secrees, peristaltismo...

16. Infeco das superfcies mucosas

  • A aderncia das bactrias mucosa requer ligaes especficas entre adesinas (estrutura existente na superfcie da bact) e receptores nas clulas epiteliais do hospedeiro.
  • So conhecidos trs tipos de adesinas:fmbrias, fibrilas e glicoclices

17. Infeco das superfcies mucosas

  • Fimbrias: apndices filamentosos, curtos e numerosos, proticos, presentes na superfcie de bact G -

18. Infeco das superfcies mucosas

  • Fibrilas: projees de tamanho e forma irregulares, mais delgadas do que as fmbrias. So constitudas de um complexo de cido lipoteicico e protena; so produzidas pela maioria das bact G+
  • Glicoclices: estruturas que se situam externamente parede de bactrias G + e G-. Contm polissacardeos e podem estar associados superfcie bacteriana ou apenas circundando as bact
  • Os glicoclices podem conferir uma proteo aos bacterifagos, bacteriocinas, anticorpos, fagcitos...

19. Infeco das superfcies mucosas 20. Penetrao no organismo

  • A principal via de penetrao no hospedeiro atravs das membranas mucosas
  • Os fatores que possibilitam a penetrao celular das bactrias so pouco conhecidos
  • Provavelmente ocorra por endocitose (estimulado por protenas sintetizadas pela bact invasora)
  • Ex: invasina

21. Multiplicao nos tecidos do hospedeiro

  • Para ser patognica, uma bactria deve ser capaz de sobreviver e multiplicar nos tecidos do hospedeiro
  • Para isto, as bact necessitam de nutrientes, tenso de oxignio no local (baixa ou alta dependendo do tipo bacteriano: aerbio ou anaerbio)

22. Interferncia com os mecanismos de defesa do hospedeiro

  • Os patgenos podem inibir a fagocitose: pp as bactrias capsuladas
  • Diversos patgenos so capazes de resistir morte intracelular e at mesmo multiplicar-se no interior das clulas fagocitrias
  • Muitas toxinas bacterianas so capazes de matar clulas fagocitrias

23. Danos aos hospedeiros

  • Produo de toxinas: a maioria dos patgenos bacterianos sintetizam toxinas. A maioria destas toxinas so exotoxinas (eliminadas para o meio ambiente)
  • As exotoxinas so de natureza protica: podem atuar inibindo a sntese protica, produzindo perda de fluidos ao nivel intestinal, interferindo com o sistema nervoso, promovendo a lise da clula afetada ou causando efeitos vasculares

24. Danos aos hospedeiros

  • Endotoxinas: so componentes integrantes da membrana externa da parede de bactrias G-
  • Possui natureza lipopolissacardica
  • As endotoxinas s exercem seu efeito txico quando liberadas in vivo, durante a lise bacteriana
  • Causam efeitos txicos como febre e distrbios vasculares que podem levar a choque fatal

25. Danos aos hospedeiros 26. Danos aos hospedeiros

  • As bactrias patognicas podem ser divididas com base no destino que tomam depois de fagocitadas:
  • Parasitas extracelulares: pq s lesam os tecidos quando esto fora dos fagcitos. So aquelas que so rapidamente destrudas quando so fagocitadas : Streptococcus pyogenespor ex
  • Parasitas intracelulares, ex: micobactrias, listerias; que se multiplicam no interior dos fagcitos

27. Tipos de doenas microbianas de origem alimentar

  • Mos enteropatognicos: patologia se expressa no trato gastrointestinal
  • Alguns mos enteropatognicos agem interferindo nas vilosidades intestinais, outros produzem enterotoxinas que alteram a fisiologia das clulas epiteliais, e muitos destes precisam colonizar o intestino para no serem eliminados pelas defesas naturais

28. Tipos de doenas microbianas de origem alimentar

  • Alguns patgenos agem princialmente nas regies iniciais do intestino delgado (duodeno e jejuno), outros preferem a poro final (leo)
  • Alguns so poucos invasores, limitando-se a camada epitelial; outros so bastante invasivos, podendo chegar a corrente sangunea

29. Tipos de doenas microbianas de origem alimentar

  • Os sintomas mais comuns das ETA a diarria
  • Porm, dependendo do patgeno e do hospedeiro, as ETA podem no se limitar ao TGI, mas afetar outros orgos, podendo causar distrbios nervosos, na circulao, no fgado etc.

30. Tipos de doenas microbianas de origem alimentar

  • As ETA podem ser divididas em:
  • Intoxicaes alimentares: ingesto de toxinas pr-formadas no alimento Ex:S. aureus, Clostridium botulinum...
  • Infeces: ingesto de alimentos contendo clulas viveis de mo patognicos; estes aderem a mucosa do intestinam e se multiplicam. Em seguida pode ocorrer a invaso da mucosa ou a produo de toxinas. Entre as invasivas:Salmonella , Shigella, Yersinia enterocoltica ... E as toxignicas:Clostridium perfringens, E. colienterotoxignica etc.

31. Microrganismos patognicos em alimentos

  • Vamos divid-los em:
  • Bactrias G+
  • Bactrias G-
  • Fungos produtores de micotoxinas
  • vrus

32. Bactrias Gram positivas

  • Clostridium botulinum
  • Clostridium perfringens
  • Bacillus cereus
  • Staphylococcus aureus
  • Listeria monocytogenes

33. Clostridium botulinum

  • Bastonetes G+ esporulados (deformantes), anaerbios estritos
  • Mveis-flagelos peritrquios
  • Toxina botulnica
  • Alimentos: enlatados, palmito em conserva, mel (crianas menores que 1 ano)
  • 3 formas de botulismo: botulismo clssico, botulismo e leses e botulismo infantil
  • Neurotoxina botulnica: fraqueza muscular, sintomas nervosos, paralisia respiratria, morte em 3-5 dias

34. Botulismo clssicointoxicao alimentar Esporos (solo, sedimentos aquticos) alimentos Estocagem imprpria + condies de anaerobiose Germinao dos esporos Produo deEXOTOXINA 35. Clostridium perfringens

  • BGP
  • Esporulados, anaerbios
  • Imveis, cpsula
  • Solo, TGI
  • Fermenta um grande n de carboidratos= cido e muito gs
  • Toxinfeco alimentar x infeco alimentar
  • Ingesto de clula vivel, quando chega ao intestino esporula e produz toxinas no TGI = sintomas

36. Bacillus cereus

  • BG+ aerbio
  • Esporognico (central, elipside, no deformante)
  • Intensa atividade metablica
  • mesfilo
  • mvel-flagelos peritrquios
  • Largamente distribudo na natureza

37. Bacillus cereus

  • Alimentos envolvidos: cereais, leite em p...

38. Bacillus cereus

  • Sintomas:
  • Sndrome emtica- (PI curto:1-5 h)
  • Sndrome diarrica

39. Staphylococcus aureus

  • Cocos G+, cachos uva
  • Anaerbios facultativos
  • mesfilas
  • Toxina termoestvel
  • Homens e animais: principais reservatrios -Manipulao inadequada
  • Resistem sal, nitrito

40. Listeria monocytogenes

  • Cocobacilos, G+
  • No formador de esporo
  • Anaerbio facultativo
  • Em paliada ou em V
  • Mvel-flagelos peritrquios tombamento
  • Patgeno intracelular
  • Sintomas parecidos com gripe
  • Pode provocar aborto, meningite
  • Pessoas imunodeprimidas, idosos, crianas, grvidas

41. 42. Bactrias Gram negativas

  • Escherichia coli
  • Salmonella
  • Shigella
  • Yersinia enterocoltica
  • Aeromonas hydrophila
  • Vibrio spp.

43. Escherichia coli

  • BGN, anaerbios facultativos
  • TGI
  • Fermentam a glicose com produo de cido e gs
  • Indicador de contaminao fecal e algumas linhagens deE. coliso patognicas
  • E. colienteropatognica
  • E.colienterohemorrgica
  • E. colienteroinvasora
  • E. colienterotoxignica
  • E. colienteroagregativa

44. Salmonella

  • BGN
  • Anaerbios facultativos
  • Maioria mvel-flagelos peritrquios
  • Doenas: febre tifide, febre entrica e salmoneloses (enterocolites)
  • Enteocolites: febre, dor abdominal, diarria
  • Amplamente distribudas na natureza
  • Homem e animais (TGI) principal reservatrio
  • Aves pp

45. Shigella

  • BGN
  • DOENA Disenteria bacilar (transmisso fecal-oral)
  • SINTOMAS: Diarria com muco e sangue, febre, dor abdominal
  • TRANSMISSO : pessoa a pessoa, guae alimentos contaminados
  • FONTE DE CONTAMINAO Fezes humanas

46. Yersinia enterocoltica Habitat:trato intestinal de animais domsticos (pp sunos) Alimentos usualmente carne de sunos e derivados Contaminados leite e derivados frutosdo margua Controle higiene e saneamento Doena febre, dores abdominais, diarria, vmitos Psicrotrficas 47. Aeromonas hydrophila

  • Aeromonas- Dois grupos:
  • A. salmonicida(mo pisicrotrfico, imvel, patognico para peixes)
  • Grupo de bactrias mveis: ex:A. hydrophila BGN, anaerbios facultativos, mesfilas, toleram sal doena semelhante a clera. So mos aquticos
  • No h surto confirmado de ETA

48. Vibriospp.

  • V. cholerae-BGN, mvel- flagelo polar clera (diarria aquosa ).Reservatrio: homem fezes
  • V. parahaemolyticus-presena de sal imprescindvel para o seu crescimento. Consumo de peixes, crustceos, moluscos: gastroenterites brandas

49. Vibriospp.

  • V. vulnificus-BGN, as vezes em forma de vrgula; halfilo, habitat:ambiente marinho. Duas vias de penetrao:ingesto de alimentose por feridas

50. Fungos produtores de micotoxinas

  • Micotoxinas causa micotoxicoses
  • Aspergillus-aflatoxinas danos hepticos e hemorragias no TGI, no inativada pelo calor.Amendoim, castanhas, milho,etc.

51. Fungos produtores de micotoxinas

  • Penicillum-patulina, rubratoxinas

52. Fungos produtores de micotoxinas

  • Fusarium-fumonisinas, tricotecenos e zearalenona
  • Tricotecenos:Aleucia txica alimentar grave-morte

53. Fungos produtores de micotoxinas

  • Claviceps ergotismo (raro):gangrenoso - convulsivo

54. Viroses de origem alimentar

  • Parasitas celulares obrigatrios
  • DNA ou RNA recoberto por uma camada protica capsdeo
  • Alguns apresentam espculas salientes
  • Reproduo dentro de outras clulas

55. Viroses de origem alimentar 56. Viroses de origem alimentar

  • Doenas: hepatite A- via fecal-oral, consumo de moluscos crus, saladas cruas
  • Poliomelite virose do sistema nervoso, habitat intestino homem; erradicada em muitos pases=vacinas
  • Gastroenterites por rotavrus- crianas menores que 6 anos

57. Doena associada ao pescado: aminas biognicas (Histaminose)

  • Histaminose: uma intoxicao resultante da ingesto de produtos alimentares que contenham nveis elevados de histamina.
  • Este envenenamento foi designado, historicamente, por envenenamento por escombroides devido sua frequente associao com peixes, principalmente, o atum e a cavala.
  • o perodo de incubao muito curto (desde alguns minutos at algumas horas) e a durao da doena curta (algumas horas).
  • Os sintomas mais comuns so cutneos tais como ruborizao facial, urticria, edema, mas o trato gastrointestinal pode ser tambm afetado (nuseas, vmitos, diarreia) bem como a nvel neurolgico (dores de cabea, formigueiro, sensao de queimadura na boca).

58. Doena associada ao pescado: aminas biognicas (Histaminose)

  • A histamina formada no peixepost mortematravs da descarboxilao bacteriana do aminocido histidina
  • As espcies mais frequentemente envolvidas so aquelas que apresentam elevados teores de histidina livre tal como as pertencentes famliaScombridae
  • As bactrias que produzem a histamina so algumasEnterobacteriaceae, Vibriosp.,ClostridiumeLactobacillussp. Os produtores mais potentes de histamina s aMorganella morganii, Klebsiella pneumoniaeeHafnia alvei
  • Esta amina biognica muito resistente ao calor pelo que, mesmo que o peixe seja cozinhado, enlatado ou tratado a quente de qualquer outra maneira, antes de ser consumido, a histamina no destruda.
  • Controle : manuteno do peixe a baixa temperatura durante toda a armazenagem (OC ou muito prximo desta temperatura limita a formao de histamina no peixe a nveis desprezveis)

59. Referncias

  • TRABULSI, L.R.Microbiologia.Atheneu. 1991. 381p.
  • FRANCO, Bernadete Dora Gombossy de Melo; LANDGRAF, Mariza.Microbiologia dos alimentos . So Paulo: Atheneu, 2004.182 p.
  • JAY, J.M.Microbiologia Moderna de los Alimentos. , Zaragoza:Editorial Acribia, 1994
  • Aspectos da qualidade associado ao pescado. http://www.fao.org/DOCREP/003/T1768P/T1768P04.htm