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Matéria AG - Menos Glamour e mais prova (abr12)

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14 - ABRIL 2012

AGORA OS CAMPEÕES DO PASTO

Matéria de Capa

Centrais de inseminação preferem avaliação genética em detrimento dos títulos nacionais como diferencial para contratação de um touro

Adilson [email protected]

Antes os campeões de pista;

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REVISTA AG - 15

Em um passado não muito distan-te, era muito comum, após as ex-posições nacionais da raça Nelo-

re, os representantes das centrais de inseminação artificial digladiarem-se na tentativa de contratar o touro Grande Campeão. No presente 2012, a história é diferente, pois apenas as vitórias na pista já não bastam para garantir a diferenciação do animal dentro de uma bateria de doadores de sêmen. Agora, as avaliações ge-néticas são o fator decisivo, apesar que aqui também abre-se um parên-tese sobre os perfis dos sumários.

Esta movimentação do mercado não é fruto de discussões recentes, mas sim o ápice das cobranças em torno dos critérios de julgamento das exposições da raça Nelore, que ain-da hoje valorizam animais de frame (tamanho) exagerado e mais tardios para fertilidade e terminação, deven-do-se estes se aproximarem mais da realidade do pasto brasileiro. É o que os jurados mais críticos da própria Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) definem por “gi-gantismo do Nelore”. E como 90% da clientela das centrais de insemi-nação são pecuaristas que vivem de produzir carne a pasto, uma antítese acontecia.

Segundo o zootecnista Alexan-dre Zadra, ex-gerente de central e MBA em Agronegócios pela FGV, o problema reside no conceito de cada segmento. “Os animais de pista provêm de uma genética mais tardia e com metabolismo mais acelerado para responder com ótimo desem-penho a dietas com ração de alto consumo. No entanto, encontramos nos animais de pasto uma genética mais precoce e que necessita pro-duzir vacas que reconcebam a cada 12 meses”, define. De acordo com ele, o mercado de sêmen Nelore é divido em três pilares atualmente: elite, produção (touros) e bezerros pesados. Vale lembrar que a ponta da pirâmide, a elite, também precisa de material genético, mas, atualmen-te, se tornou somente um nicho de mercado. “A elite necessita de indi-víduos que complementem acasala-mentos com matrizes de linhagens

Gim, Ludy e Visual, por exemplo”, lembra Ricardo Abreu, gerente de Corte/Zebu da CRV Lagoa.

Todavia, Abreu reconhece que a raça Nelore passou por uma ver-dadeira transformação nos últimos anos, tanto na quantidade de doses comercializadas quanto no tipo do animal desejado. “Atualmente, o campeão de pista é uma fatia impor-tante para ter na prateleira. Sempre digo que um bom touro precisa ter um currículo diferenciado: ser me-lhorador e capaz de transmitir seus diferenciais à progênie com elevada confiabilidade”, relata o gerente. E quem é capaz de medir o quanto o touro possui alta ou baixa confiabili-dade é a avaliação genética, que sub-mete os reprodutores aos reconhe-cidos testes de progênie. A pecuária leiteira é assim, prioriza os touros provados.

Indo um pouco além, é fato que as centrais preferem os touros pro-vados, ou em outras palavras, que tenham avaliação genética e partici-pam de sumários. “Só contratamos touros que possuam avaliação ge-nética. Hoje, existe uma inversão de mercado e 80% dos nossos clientes querem reprodutores com essa qua-lidade. São pecuaristas focados em programas de seleção”, relata a zoo-tecnista Roberta Gestal de Siqueira, consultora Técnica Zebu/Corte da Alta Genectis. O gerente de Produ-tos da central, Gabriel Sandoval, aconselha que o pecuarista extensi-vo escolha genética de animais pro-vados na mesma condição. “Temos uma bateria diversificada. Para quem quer pista temos touros campeões, mas que integram sumários. Para o pecuarista comercial temos touros de produção e touros com CEIP (Certi-

Nome Ed Pd Md Es Ps Ms DAOL DACAB

BITELO 10 100 40 10 100 100 100 100

BASCO 10 70 20 50 80 90 100 90

BIGBEN 30 70 40 40 80 50 1 10

JERU 0,1 50 5 1 100 70

HELIACO 10 50 10 10 80 25 4 100

BVLGARI

GUINCHO 10 30 10 15 80 80 70 100

ENLEVO 20 70 60 40 90 100 50 100

GANDHI 90 70 90 40 10 20 70 90

RANCHI 30 25 15 70 40 30 80 100

FAJARDO 10 80 60 20 100 100 10 1

1646 30 20 15 20 40 20 20 100

EDHANK 30 70 20 90 100 100

HOCK

ATMA 3 25 20 10 15 50 80 4

MÉDIAS 22 56 31 32 70 64 53 72Ed-Estrutura corporal ao desmame; Pd-Precocidade ao desmame; Md-Musculosidade ao desmame; Es-Estrutura corporal ao sobreano; Ps-Precocidade ao sobreano; Ms-Musculosi-dade ao sobreano; DAOL-Dep Área de Olho de Lombo; DACAB-Dep Acabamento de Carcaça. Fonte: William Koury

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Matéria de Capa

de uma raça. “O problema é que a maioria das associações tem se omi-tido em apontar um biótipo ideal para o Nelore e não definem crité-rios a serem seguidos, jogando toda a responsabilidade nos ombros dos juízes”, afirmou.

Na pista, o discurso é de equilí-brio entre profundidade de costelas e altura de membros, frame mode-rado e funcionalidade. Mas, na prá-tica não é bem assim, segundo ele. Mesmo assim, não surtirá efeito ins-crever animal com escore corporal razoável na exposição, mesmo tendo qualidades interessantes para paste-jo. “Não tem como dar um prêmio a um animal mal preparado. Também não existe parâmetro comparativo para afirmar que o mesmo poderia estar bem a pasto, o que existe é um biótipo bom, ou sadio, para o pasto”, adverte o jurado.

A dúvida que fica é quais quali-dades um reprodutor PO registrado deve ter. Na opinião do jurado, ele deve ser destacado para profun-didade de costelas e musculatura, apresentar perímetro escrotal de-senvolvido para a idade e harmonia de conjunto. Além disso, precisa ter escore corporal destacado/sadio con-dizente ao sistema de produção onde será utilizado (se pasto ou pista), e, claro, possuir uma avaliação genéti-ca “forte” para características eco-nômicas de interesse. Nas centrais,

ficado Especial de Identificação e Produção)”, complementa. Os dois últimos grupos são utilizados larga-mente na criação extensiva.

Eduardo Biagi, presidente da Associação dos Criadores de Zebu (ABCZ), em entrevista concedida à Revista AG sobre o tema, reconhece a necessidade de aproximar a reali-dade pista da do pasto e, para tanto, vem promovendo uma série de cursos periódicos para atualizar os critérios de julgamento. “A meu ver, a avalia-ção nas pistas tem sido, nos últimos 20 anos, um pouco distorcida, favo-recendo mais o peso do animal em detrimento de aspectos como funcio-nalidade. Transitamos do excesso de valorização dos aspectos raciais para o abuso na valorização do peso. Pis-ta e pasto devem ser complementa-res”, destaca o dirigente. O ideal é o equilíbrio entre peso, raça e fun-cionalidade. A funcionalidade, por si só, é um conjunto bem amplo de atributos, envolvendo rusticidade, fertilidade, facilidade de parto e pre-cocidade em condições de pasto.

Um ponto levantado por William Koury Filho, zootecnista, jurado efe-tivo da ABCZ e mestre em Reprodu-ção Animal, em artigos publicados na Revista AG, relata a necessidade de acirrar debates em torno da re-formulação dos critérios de julga-mento, que é um momento único de apreciação da qualidade morfológica

o perfil comercial atual da demanda de sêmen Nelore é por reprodutores detentores de um verdadeiro pacote de qualidades.

“Precocidade sexual, habilidade materna, peso, precocidade de aca-bamento, beleza racial e opções de linhagem (esta última para o nicho de elite)”, define Gustavo Morales Brito, gerente Corte/Zebu da ABS Pecplan, ressaltando ainda que sem avaliação genética destacada touro algum entra na bateria de qualquer central. “Além da boa avaliação ge-nética, o reprodutor tem de ser har-mônico nas características mensu-radas, sendo líder - na maior parte delas - no sumário do qual participa

Para Ricardo Abreu, um bom touro precisa ter um currículo diferenciado não só em pista

“Os julgamentos mostram-se distorcidos, mas resultam de uma época em que ainda não existiam tecnologias”, Eduardo Biagi

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e possuir bom fenótipo, com caracte-rísticas funcionais adequadas, como aprumos e prepúcio corretos”, com-pleta Caio Tristão, gerente de Produ-tos Corte da Semex do Brasil.

Daniel Carvalho, gerente de Pro-duto Corte da CRI Genética Brasil, lembra ainda de atributos como boa conversão alimentar, acabamento precoce, musculosidade, fertilidade para filhos e filhas, características correlacionadas à precocidade sexual das filhas, rusticidade e bom tempe-ramento. Com tantas qualidades ne-cessárias, a única forma de atender a demanda é com uma seleção mais criteriosa do criador, com índices de descarte cada vez maiores. Existe uma cultura no mercado de elite de que o touro, ou até mesmo uma ma-triz, que não “dá” pista pode ser bom para o pasto, mas esta é uma práti-ca já condenada pelo mercado. Este comportamento compromete, inclu-sive, o fomento de outras raças, não só zebuínas. O animal até poderia ter bom desempenho em pastagem, mas quem vai ratificar ou não a informa-ção são seus filhos em prova.

AVALIAÇÃO GENÉTICAAtualmente, é uma ferramenta

que ganha cada vez mais espaço na pecuária nacional, até mesmo pela baixa oferta de touros avaliados, es-timados em 55 mil por ano, segun-do dados da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP). Para Gustavo Morales, da ABS Pe-cplan, os trabalhos feitos vão no ca-minho certo, só precisam de ajustes. “Há necessidade de unificação dos sumários e a ponderação de algumas características tão importantes como as de peso. Mas, de forma geral, tem norteado os pecuaristas. Os resulta-dos estão no campo”, conclui.

PISTA REDISCUTIDAGrandes selecionadores elite da

raça Nelore falam abertamente con-duzir duas seleções, uma para pista e outra para pasto, fato relatado tam-bém por Alexandre Zadra. Presume-se que aquilo que é bom para uma pode não o ser para outra. “É um si-nal de que critérios precisam ser me-lhor conversados, pois ambos devem cumprir objetivos semelhantes”, assinala William Koury. Morales informa que a ABCZ tem feito vá-rias atualizações técnicas para frame mais moderado, aprumos corretos e costelas compridas e bem arqueadas .

“O ambiente de seleção pista tem cada vez menos adeptos. A deman-da por touros funcionais cresce em evidência, devido à profissionaliza-ção e concorrência das atividades agrícolas”, finaliza Carvalho. Por este motivo, os grandes campeões do passado como Fajardo, Enlevo, Ludy de Garça, Helíaco e Big Ben, entre outros tantos que à época de-ram sua contribuição à pecuária, cederam lugar a nomes como REM Noturno, CFM Obstinado, Avesso, Backup, Macuni e Jaçanã AJ. Todos selecionados em ambiente de pasto e avaliados em sumários de fazendas

(em parceria com universidades res-peitadas), dos programas nacionais de melhoramento ou das próprias centrais de inseminação.

ALERTA NOS SUMÁRIOSNo Nelore, tanto o sumário

ABCZ quanto o ANCP (os princi-pais da raça), com consulta pública disponível na internet, possuem tou-ros líderes no ranking de raça e nos sumários excelentes para ponderal e ruins para características importan-tes de carcaça, fundamentais para produção de carne a pasto ou até mesmo semiconfinamento. Acompa-nhe na tabela acima as sinalizações azul (excelente), verde (muito bom), branco (bom), amarelo (atenção) e vermelho (ruim) para as deps (dife-renças esperada na progênie) de cada touro avaliado. O índice utilizado é o “TOP”, que indica a posição do ani-mal na base genética da ANCP, que realiza o Programa Nacional de Me-lhoramento Genético da Raça Nelore (Nelore Brasil) e possui mais de um milhão de animais na base genética. Lembrando que TOP, 0,1% significa que o reprodutor é melhor em mil, TOP 1% o melhor em 100 e TOP 51 a 100% os piores.

Típico exemplo de Nelore pernalta e tardio, algo que a pista deve abandonar, segundo os debates

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