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Reforma OrtográficaO que muda na
Língua Portuguesa
Equipe:
Hismalei Joana Angélica Joilson Taís
CURIOSIDADEHistórico: os caminhos da língua
Muitos devem se perguntar o porquê da Língua Portuguesa possuir duas grafias oficiais.
Tudo começou em Portugal, em 1911, quando da 1ª Reforma
Oficial da Ortografia Portuguesa, que não levou em consideração a República Brasileira, e, desde
essa data, a língua tem comportado duas formas de escrita. A partir daí, as duas
ortografias percorreram caminhos distintos ao longo dos
anos.
Foram muitas as tentativas de unificação da ortografia no século passado. Em 1931 aconteceu o primeiro Acordo Ortográfico entre Brasil e Portugal, que visava suprimir as diferenças, unificar e simplificar a Língua Portuguesa. Contudo, este acordo não foi posto em prática. Em 1943 é redigido o Formulário Ortográfico de 1943, na primeira Convenção Ortográfica entre Brasil e Portugal. Dois anos depois, em 1945, um novo Acordo Ortográfico torna-se lei em todos os países de Língua Portuguesa, com exceção do Brasil, que continuou a regular-se pela ortografia do Vocabulário de 1943.Uma nova tentativa de unificação aconteceu em 1975 por meio de outro acordo ortográfico, agora elaborado pela Academia Brasileira de Letras e pela Academia das Ciências de Lisboa. Na ocasião, não houve aprovação por motivações políticas entre os países. Uma nova investida, estimulada pelo acadêmico Antonio Houaiss, deu-se em 1986. Segundo Proença Filho, da Academia Brasileira de Letras, desta vez não houve aprovação por reações polêmicas ao acordo, que àquela época pretendia unificar 99,5% do vocabulário.Por fim, em 1990, em Lisboa, um novo documento foi elaborado e assinado por representantes das nações de Língua Portuguesa, com a finalidade de unificar 98% da grafia do vocabulário. O documento, que regula o Acordo, foi aprovado pelos congressos de Portugal e Cabo Verde. Em 1995, foi aprovado por parlamentares brasileiros. Em 1998, os países assinaram um protocolo modificativo do acordo, alterando a data de vigência. Em 2004, foi assinado um novo protocolo modificativo para a adesão do Timor-Leste às normas, já que o país conquistou sua independência em 2002.
. Não tem jeito, o Acordo Ortográfico entrou em vigor, e só nos resta aderir às novas regras. O acordo é considerado um marco de unificação entre os países de língua portuguesa - Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal, conforme divulgado pelo Ministério da Educação.
Acordo ortográfico em vigor
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: muitos sotaques, uma grafia
Desde janeiro de 2009, entrou em vigor o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Dúvidas, críticas e elogios compõem um mosaico de impressões sobre o Acordo que acaba de nascer nos oito países que falam Português.
por José Alves
O que cinco países africanos, um asiático, um europeu e um da América do Sul podem ter em comum? Se a resposta for que os habitantes dessas oito nações utilizam-se da Língua Portuguesa para se comunicar, está correta. E é com a intenção de unificar a forma escrita da quinta língua mais falada no mundo, pronunciada por cerca de 230 milhões de pessoas, que os oito países lusófonos (que têm o português como língua oficial) do planeta – Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Portugal e Brasil – aderiram ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que passou a vigorar desde o dia 1º de janeiro de 2009. Vale ressaltar que as duas normas ortográficas – a usada até então e a prevista no acordo – serão aceitas como corretas nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos até dezembro de 2012. Segundo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a língua será internacionalmente tanto mais importante quanto maior for o seu peso unificado. A CPLP ainda destaca que das quatro grandes línguas (Inglês, Francês, Português e Espanhol), o Português é a única com duas grafias oficiais.
É sempre bom falar sobre o Novo Acordo Ortográfico, e quanto mais falarmos, mais
familiarizados ficaremos com as
mudanças.Há também sempre um jeito atrativo de levar esta mudança
para o nosso cotidiano.
Mas o que muda efetivamente a partir do acordo ortográfico? Em primeiro lugar é necessário observar que, como o próprio nome diz, a mudança é meramente ortográfica, ou seja, concentra-se exclusivamente na grafia, nas letras e na acentuação das palavras, o que significa não haver alterações na pronúncia ou flexão, diferentes entre os países lusófonos. As principais mudanças estão concentradas no fim do trema e das consoantes mudas, nas novas regras para o emprego do hífen, na inclusão das letras w, k e y no alfabeto e nas novas regras de acentuação.
Na língua portuguesa do Brasil, as mudanças não atingem 1% das palavras. Algumas letras foram acrescidas em nosso alfabeto – letras que já usávamos, mas
que não estavam oficialmente introduzidas nele. É o caso do W – K – e Y.
-O trema foi abolido de todas as palavras, a não ser dos nomes próprios como Müller, por exemplo.
-Saem os acentos dos ditongos ei e oi nas paroxítonas. Como geléia ou jóia.
-Também deixam de receber acentos os hiatos oo e ee em palavras como vôo ou
lêem.
-Muitos dos acentos diferenciais, como o caso do para (verbo) que se utilizava para não ser confundido com o para (preposição) foram suprimidos.
-Também nas palavras paroxítonas, aboliu-se o acento no "i" e no "u" quando
tônicos e aparecem em hiatos. É o caso de gaucho, viuva, saida, juiza. Mas em baú, Camboriú, Piauí, por exemplo, continuam por serem oxítonos.
-E as mudanças mais significativas estão no uso do hífen que, ainda será usado em
muitas palavras, mas noutras tantas passam a ser escritas juntas. É o caso dos vocábulos como infraestrutura, ultrassom (agora com o s dobrado). Já micro-ondas
e micro-organismo pela nova regra, são separados pelo hífen. No entanto, as palavras que iniciam com ex, recém, pós, pré e pró ficam como
antes, com hífen: Pós-graduação, pré-natal, recém-nascido, por exemplo.
Segundo estimativa, a reforma ortográfica deverá custar cerca de 30 milhões de reais às editoras brasileiras, que deverão revisar e relançar mais de 25 mil títulos de livros. O Professor Douglas Tufano considera que a "relação custo/benefício é muito pequena e não compensa o gasto financeiro com as reedições". A Câmara Brasileira do Livro, no entanto, acha que esse valor pode vir a ser um bom investimento, já que as mudanças podem aumentar a venda de obras brasileiras em outros países de Língua Portuguesa. Em entrevista à Rede Globo de Televisão, Rosely Bosquini, presidente da Câmara Brasileira do Livro, afirma: "Antes do acordo, sempre precisávamos adaptar os livros e para isso nós dependíamos de editores portugueses ou de outros países de Língua Portuguesa para trabalhar nos textos das obras brasileiras.
Com a nova ortografia unificada, o mercado nos países pertencentes ao acordo tende a se abrir para a literatura brasileira". As editoras têm até dezembro de 2012 para revisar todas as obras e disponibilizá-las no mercado, data em que passa a vigorar a obrigatoriedade das novas regras nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos.
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