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FORTALEZA - CE,SEXTA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2011

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Nathália Timberg NO TEATRO DO VIA SUL ATRIZ APRESENTA AMANHÃ E DOMINGO MONÓLOGO COM DIREÇÃO DE WOLF MAIA PÁGINA 5

A arte, em todos os seus meios e linguagens, quando democratizada, ao mesmo tempo em que afasta de uma vida desregrada e da criminalidade, pode dar

uma opor-tunidade de

crescimento. Essa é a es-tória de Rânia, primeiro longa de ficção da cearen-se Roberta Marques – que pré-estreia hoje no Festival do Rio 2011.

Mas podia ser também a história de Graziela Felix, protagonista do filme e pin-çada em audições feitas na Barra do Ceará dois anos atrás. O primeiro telão a exibir a jovem dançarina e atriz como Rânia será o do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), par-ticipando da mostra com-petitiva Novos Rumos, den-tro da Première Brasil do Festival do Rio, às 19h15.

Rânia é uma adolescen-te de 16 anos moradora do morro de Santa Terezinha que vê no balé a chan-ce de ser alguém. Grazie-la, 19, tinha 17 ao ser sele-cionada para interpretar o papel e hoje tem no currí-culo os seis anos de dança e um longa-metragem pro-tagonizado e vem da Barra do Ceará.

Rânia se vê dividida entre a vida noturna – apre-sentada por sua amiga Zizi (Nataly Rocha) – e a pro-fissionalização na dança – vislumbrada pela coreógra-fa Estela (Mariana Lima). Graziela, pinçada por Ro-berta e pelo preparador de elenco Francisco Accioly no projeto Vidança, capi-taneado pela veterana bai-larina Anália Timbó – que trabalha com adolescentes

da Barra do Ceará –, já está no Rio de Janeiro na divul-gação do longa.

“Juntar a dança com o atuar – para mim foi má-gico. É um sentimento di-ferente. Espero fazer isso várias vezes”, conta por te-lefone Graziela, após apro-veitar seu primeiro passeio de avião e ainda deslum-brada pelas belezas da Ci-dade Maravilhosa.

Produção

“Ela é fe-no-me-nal!”, pontua – também do Rio de Janeiro – Roberta Mar-ques, diretora do longa. “Eu sabia que (a atuação) seria mais intensa se a meni-na saísse dessa comunida-de. A energia que vem des-sas crianças e adolescentes é incrível. A Graziela foi o primeiro teste – ela era a número 1 desde o começo”, lembra a cineasta.

Já Graziela revela que nem sabia para que era o teste, antes de se arris-car. “Só quando passei que

Cinema

A DANÇA DE Em pré-estreia hoje no Festival do Rio, o longa Rânia, da cearense Roberta Marques, traz não só a jovem Graziela Felix como protagonista, como também a cidade de Fortaleza como personagem

eu fui saber que era para um filme”, comenta timida-mente, numa voz quase su-mida na ligação.

Apesar de viver na ponte aérea Amsterdam–Fortale-za, Roberta garante que o filme é uma ode a sua ci-dade natal e à busca de maior acesso à arte para a população carente. “A arte vai além do fato de tirar da droga e da prostituição. Ela também começa um in-teresse por si próprio, por conhecer a si mesmo, a saber o que se quer da vida. Quando a pessoa começa esse encontro com si pró-prio, começa essa transfor-mação”, defende.

É por isso que, além da exibição principal, o longa ainda tem sessões progra-madas para algumas áreas carentes do Rio de Janei-ro, buscando cativar não apenas o público cinéfi-lo, como parte da popula-ção que pode se identificar com Rânia (a personagem).

A cearensidade é estam-pada já na concepção do ro-teiro. “Desde 2003, o filme está habitando em mim. Pensava nele caminhando na Beira-Mar, praia de Ira-cema. Criei os personagens andando”, conta a diretora, que também é uma das ro-teiristas e produtoras.

Já o elenco, é 80% do Ceará – com o cuidado de trazer cearenses interpre-tando gente daqui. Sobre o lançamento, Roberta ga-rante que, mesmo que a distribuição num circuito comercial só comece pró-ximo ano, o objetivo é pelo menos uma exibição es-pecial do longa-metragem em Fortaleza. Afinal, defi-ne a diretora, “através da distância, eu crio uma inti-midade com a cidade; For-taleza é uma personagem do filme – é meu ato de amor para Fortaleza”.

MOSTRA Quem ENTENDA A NOTÍCIA Formada em Audiovisual em Amsterdam, Holanda, Roberta Marques é diretora, roteirista e produtora cearense. Em seu currículo, está o longa documentário Deixa ir e os curtas Acorda, Amá-la, Looking Forward e Looking Forward – Man & Woman

Panorama do cinema nacional Em sua quinta edição,

o Festival do Rio, iniciado no último dia seis e se estendendo até o próximo domingo – 18 de outubro –, ocupa uma nova sede em 2011. O Armazém 6 do Cais do Porto com o RioMarket recebe sessões especiais, enquanto o já tradicional Odeon Petrobras continua a receber o mostra Première Brasil – principal competição do evento.

A abertura ficou a cargo do longa A pele que habito, última obra do prestigiado cineasta espanhol Pedro Almodóvar e que contou

com a presença de Marisa Paredes, uma das “mulheres de Almodóvar“ – alcunha dada à algumas das atrizes mais recorrentes em películas do diretor. O encerramento, dia 18, contará com a exibição de Raul, documentário de Walter Carvalho, seguida das premiações – com entrega dos troféus Redentor, em homenagem ao símbolo do Rio de Janeiro. Outra presença marcante no festival é a de Dario Argento, mestre italiano do horror.

A mostra competitiva principal – Première Brasil –

conta com a exibição dos longas de ficção O abismo prateado, de Karim Aïnouz, Mãe e filha, de Petrus Cariry, e do documentário em longa Os últimos cangaceiros, de Wolney Oliveira – todos diretores cearenses –, que concorrem com filmes de diretores como Beto Brant, Julia Murat e Eduardo Coutinho. Já Rânia, da também cearense Roberta Marques, concorre na Mostra Novos Rumos da Première Brasil, que traz uma programação paralela com promessas do cinema nacional.

RÂNIA

André Bloc andrebloc@opovo.com.br

Primeiro longa-metragem de ficção da cearense Roberta Marques, Rânia é todo filmado em Fortaleza e tem 80% do elenco local

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#Data: 20111014 #Clichê: Primeiro #Editoria: Vida & Arte
BD O POVO
Conteúdo
#Autor: André Bloc <CINEMA> <RÂNIA /Filme nacional/> <FESTIVAL DO RIO, 5> <RIO DE JANEIRO /RJ/>

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