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AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO EMISSÁRIO TERRESTRE E SUBMARINO DO COMPLEXO PETROQUÍMICO
DO RIO DE JANEIRO - COMPERJ DATA: 25 / 01 / 2012 5
LOCAL: CIEP 129 José Maria Nanci – Venda das Pedras – Itaboraí – RJ.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Bem, boa noite! Alô, alô. Uma boa noite
pra todas as pessoas presentes aqui. Boa noite! 10
Todos respondem: Boa noite!
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Mais uma vez boa noite! A turma aqui tá
fraca no boa noite, hein? Boa noite! 15
Todos respondem: noite!
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então tá certo, então muito obrigado, pela
presença de todos. Meu nome é Antônio Carlos Antônio Carlos Gusmão , eu 20
sou presidente da Audiência Pública de hoje, aqui em Itaboraí. Da Audiência
que nós vamos discutir o projeto da PETROBRAS da do COMPERJ do
Emissário Terreste Submarino, esse a parte terrestre passa aqui no município
de Itaboraí, e a Audiência Pública é uma etapa do Licenciamento Ambiental
que foi pedido, pelo, pela PETROBRAS e está sendo analisado pelo INEA, 25
representando o INEA que é o Instituto Estadual do Ambiente, é a antiga
FEEMA, né?
Nós temos aqui a nossa colega Denise Flores, que é analista ambiental do
INEA que faz parte do grupo de trabalho que está analisando esse processo 30
de Licenciamento Ambiental. Presentes também na mesa aqui das
autoridades, né, a turma da estrutura administrativa Ambiental do Estado.
2
Eu sou da CECA que tenho a competência de fazer as audiências, meu colega
Marco Antônio da CECA que o Secretário da Audiência junto com o Paulo que 35
é o meu colega da CECA também.
Então essa aqui é a nossa mesa que vocês com certeza vão receber com
muito carinho os participantes aqui da mesa, da CECA.
40
(Aplausos)
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Muito obrigado, pela espontaneidade das
palmas de vocês. E ali temos os colegas da PETROBRAS, né do COMPERJ,
e da empresa consultora, que fez esse estudo que vai ser apresentado pra 45
vocês, pela PETROBRAS vai apresentar o projeto a analista Leonora
Meneses, o Claudio Ribeiro com o apoio da Daniela e a parte social, com
Carlos Frederico, Frederico faz a parte social, não é?
Com as informações pra vocês também. E representando aqui a consultora, 50
temos aqui o Marco e o Albertone, que vão apresentar o, o Relatório de
Impacto Ambiental, que é o objeto aqui da nossa Audiência, certo?
Então, a Audiência ela tem como objetivo mostrar esse projeto pra vocês, e
vocês vão fazer as perguntas para tirar as dúvidas, ansiedades, o 55
questionamentos que vocês têm, nos diferentes, nas diferentes áreas que
interessam a vocês aqui, não é?
A dinâmica da Audiência, nós recebemos na CECA, alguns pedidos de
entidades civis que se inscreveram para ter, para falar aqui na Audiência para 60
expor oralmente. As pessoas físicas que quiserem se manifestar podem
também fazer suas inscrições. E aqueles que durante as apresentações
tiverem as suas dúvidas, na pasta que vocês receberam o material da
Audiência tem lá um formulário pra fazer as perguntas e aí vocês vão colocar
as perguntas, vão se identificar e aqui nós na mesa, nós vamos selecionar as 65
perguntas dividi-las por grupos, por blocos e vamos então atender a todos, as
3
curiosidades, vamos receber sugestões, não é isso? E manifestações. É então
vamos agora ouvir o Hino Nacional, executado ali pela nossa equipe de apoio
Execução do Hino Nacional 70
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então vamos agora sentar, nos acomodar e
novamente levantar por agora vai ser executado o Hino de Itaboraí, e vamos
ver quem sabe ele todinho na ponta da língua, hein?
75
Execução do Hino de Itaboraí
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bem então eu gostaria convidar também
pra compor a mesa, o nosso companheiro, Secretário municipal de meio
Ambiente de Itaboraí, o senhor Adelmo Santos, cadê o Adelmo? Adelmo, pra 80
mesa, cadê ele? Muito bem. Adelmo, tá tudo certo? Eu após a Audiência no
intervalo eu vou desafiar o Adelmo pra uma queda de braço aqui.
Bem então antes vamos, convocar aqui também o nosso colega responsável
pela nossa segurança pra ele dar uma explicação pra vocês sobre a questão 85
de segurança, aqui na nossa Audiência, por favor. Você é o?
Galdino: Galdino.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Ah, é o Galdino. 90
Galdino: É boa noite a todos! Sou Galdino sou técnico de segurança, meio
ambiente e saúde, tô aqui pra passar algumas instruções de segurança e
saúde e conforto pra vocês.
95
É primeira coisa em caso de emergência, vamos todos manter a calma e se
dirigir a saída mais próxima que é no final do corredor tá? Em caso de
emergência médica também nós dispomos de uma ambulância aqui do lado
4
esquerdo, no inicio aqui do colégio, então caso alguém passe mal, enfim, é só
se dirigir a ambulância que vocês serão prontamente atendidos, pra conforto 100
de todo mundo nós temos os banheiros químicos dispostos no final do salão e
bebedouros também em toda localidade da escola.
É me pediram pra passar mais dois recados, o primeiro são os passageiros
que vieram com ônibus fretados, no final da Audiência os ônibus estarão 105
expostos ali do lado esquerdo da saída do colégio e identificados da mesma
forma que você conseguiram identificar eles quando vieram e em caso de
perguntas por escrito, cada pasta que vocês receberam na com as
recepcionistas tem os papeis que podem ser inscritos e entregues a toda a
equipe que estarão aqui à mesa certo? 110
Boa Audiência pra todo mundo aí e boa noite!
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bom presentes, também aqui na Audiência,
a gente gostaria de registrar, a presença do senhor Neocival Cordeiro, 115
Secretário Municipal de Indústria e Comércio, onde é que está o nosso amigo
Neocival? Obrigado pela presença, boa noite! Também o representante, são
os representantes dos chefes de gabinete aqui de Itaboraí, o senhor Sérgio
Figueiredo, cadê o senhor Sérgio? Sergio Figueiredo, obrigado.
120
E a senhora Silvia Lessa, obrigado Silvia, muito obrigado, obrigado também
Sergio. O representante do senador Marcelo Crivella, Ruben Maciel, cadê o
Ruben? Ruben teve ontem também, tá bom muito obrigado pela participação,
representando o nosso senador. Presidente do SINDPESCRJ o Anderson,
cadê o Anderson, já vi por ai? 125
Alexandre e Anderson, obrigado, sempre presente, representando aí a sua
categoria de forma sempre positiva. Secretário de Indústria e Comércio
Itaboraí, também Noecival, já mencionei, Neocival Cordeiro, obrigado. O
Presidente da Associação de Moradores do bairro Esperança, Alcione Edna 130
onde é que tá, obrigado Alcione, boa noite!
5
E Deoclécio Machado, vereador de Itaboraí, onde é que tá o Deoclécio.
Obrigado.
135
Deoclécio, que está também representando o primeiro presidente da câmara,
não é isso? Então muito obrigado pela presença de todos. Então na Audiência
vocês, inicialmente o INEA através da Denise Flores vai apresentar o processo
de Licenciamento, Como que deu entrada no INEA, como é que isso, a entrada
foi em dois mil e oito, então é na FEEMA ainda. Como é que se desenvolveu? 140
Como é que se chegou até o ponto de hoje da etapa da realização da
Audiência Pública. Que é uma etapa do Licenciamento Ambiental, para a
avaliação, da emissão ou não da Licença Prévia. Aqui é a primeira Licença do
sistema de Licenciamento, não é?
145
Então inicialmente o INEA, vai apresentar, como é que esse processo tramitou,
como é que ele se desenrolou lá no INEA, desde o seu início até a data de
hoje, depois a PETROBRAS vai apresentar o projeto e em seguida os colegas
que fizeram o estudo de impacto vão mostrar esse estudo de impacto pra
gente não é isso? 150
Depois disso, nós vamos abrir a fase dos debates, que é a segunda fase da
Audiência, e nessa fase dos debates Secretário, a gente vai escutar as
pessoas, conversar responder então tá todo mundo aqui, que pode responder
as dúvidas, os questionamentos, né, da sociedade. 155
É eu não sei se tem algum colega representando o Ministério Público, chegou
alguém representando o Ministério Público, ou do grupo de apoio? Então o
Ministério Público recebe todas essas informações, já fez uma série de
questionamentos que foram respondidas pelo INEA, e nós temos a partir de 160
hoje ainda, dez dias para o envio de considerações, e sugestões,
recomendações decorrentes da Audiência Pública, então o prazo pras
sugestões não acabam hoje, nós temos um prazo de dez dias corridos a partir
de hoje certo?
6
165
E também registrar a presença do Carlinhos da farmácia, o Luís Carlos, que é
vereador, cadê o Carlinhos? Obrigado, muito obrigado. O Carlinhos já estava
presente também nas outras Audiências.
Então, vamos iniciar, quem fez o pedido, as entidades civis que fizeram o 170
pedido até cinco dias antes, vão poder falar durante a Audiência. Quem pedir
pra falar nós vamos atender. As pessoas mandam as suas perguntas por
escrito também, tá certo? Então a Audiência é exercício de cidadania,
democracia e que o objetivo é a apresentação do projeto. Denise, por favor.
175
Denise Flores - INEA: Boa noite! Sou Denise Flores represento o grupo de
trabalho de analise do EIA, tô aqui hoje pra acompanhar a Audiência, colher
manifestações, os comentários, vou estar atenta, anotando tudo que se passar
aqui.
180
Licenciamento Ambiental e o procedimento Administrativo pelo qual o INEA
autoriza a localização ou a ampliação do empreendimento na Licença Prévia, e
hoje nós estamos aqui nessa fase, o Licenciamento está na fase inicial, onde
não é autorizada, onde mão será autorizada, caso a Licença seja concedida,
mas nesse momento não será autorizada nenhuma intervenção na área, 185
somente a viabilidade ambiental e a localização do empreendimento.
É o EIA-RIMA é apresentado todos os empreendimentos, que é são passíveis
de degradação ambiental, de significativo poder de degradação, após analise
do EIA, o grupo de trabalho do INEA emiti o parecer favorável ou não a 190
emissão da Licença. Se o Parecer for favorável serão estabelecidas as
condicionantes a serem atendidas nas próximas fases do Licenciamento, será
a Licença de Instalação e depois a Licença de Operação.
Esse é o histórico do processo dia trinta do doze de dois mil e oito, a 195
PETROBRAS fez o requerimento de Licença Prévia do INEA, que dizer nessa
época era FEEMA ainda. Em vinte e dois de maio de dois mil e nove, é foi
7
publicado a portaria, criando o grupo de trabalho. O grupo de trabalho é
formada por vários, é profissionais técnicos do INEA e em nove de junho de
dois mil e nove, foi emitido uma notificação, com uma entrega da Instrução 200
Técnica, para elaboração do EIA-RIMA.
A Instrução Técnica é um documento que norteia a elaboração do EIA-RIMA
dia vinte nove de novembro de dois mil e dez, foi emitido à notificação do
órgão com o aceite do EIA-RIMA para fins de analise isso é, o EIA-RIMA, foi 205
apresentado ao INEA, o INEA conferiu todos os itens e estavam todos de
acordo com essa instrução técnica. Dia vinte e sete de dezembro de dois mil e
onze, é a CECA autoriza a convocação das Audiências Públicas, ontem foi a
Audiência do município de Maricá e hoje estamos realizando aqui em Itaboraí.
210
Analise do EIA-RIMA, pelo grupo de trabalho ainda está em andamento,
teremos mais, após essa Audiência, mais dez dias para as manifestações de
você serem encaminhadas ao INEA ou a CECA.
Esse é o grupo de trabalho do INEA, e aqui tá o endereço do INEA e da CECA, 215
vocês poderem enviar qualquer comentário, qualquer manifestação. Então é
isso e tenhamos uma boa Audiência.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então muito obrigado Denise pela sua
explicação referente à tramitação no INEA, o momento em que ele está, e 220
agora nós vamos ouvir a explicação do projeto do Emissário que vai ser feito
pela gerente da PETROBRAS, pela Leonora Maria.
Leonora Meneses - Petrobras: A principio nós vamos ver um filme de
mitigação de...( ela e Gusmão conversam, quase fora do microfone, e fica uma 225
conversa cruzada)
Leonora Meneses - Petrobras: logo a seguir faço a palestra. (Vídeo)
8
Leonora Meneses - Petrobras: Boa noite! Meu nome é Leonora Meneses, 230
sou gerente da área de projetos que preparou, está fazendo o estudo do
projeto do Emissário Terrestre Marítimo.
Bom, vamos iniciar a nossa apresentação e explicar exatamente o que quê é o
Emissário. Que trata de um projeto que implantar uma tubulação enterrada é 235
com a, um metro e meio ou um metro, a cada caso e que, ela vai, ela
destinada, vai transportar os efluentes que são águas tratadas dentro do
COMPERJ, com alta tecnologia e que vai causar o mínimo impacto ambiental
que é a preocupação.
240
Bom o Emissário ele parte, como tá aqui ná, ele parte do COMPERJ, atravessa
a região de Itaboraí e vai desaguar lá na região de Itaipuaçu, a praia de
Itaipuaçu em Marica, atravessando dois municípios, que é o de Maricá e
Itaboraí.
245
O Emissário ele é trans, ele é dividido em parte terrestre e a parte marítima. A
parte terrestre que é o trecho terrestre que nós chamamos ele terá quarenta
quilômetros de extensão, é e a faixa de domínio dele que é a área que é
necessária pra se trabalhar é de vinte mil metros com exceção apenas das
áreas urbanas, onde a PETROBRAS vai instalar em caixas que a prefeitura 250
das regiões vão disponibilizar.
As características físicas do Duto, eles tão aqui especificados, sendo que vai
ser de trinta e duas polegadas, eles têm proteção catódica, pra prevenir
qualquer tipo de corrosão e necessariamente vir a ter uma infiltração ou um 255
vazamento, né? E nós temos no trecho marítimo é a extensão que tá sendo
estudada pra dois quilômetros, e o material também aqui especificado, sendo
que o diâmetro ele passa pra vinte e seis polegadas e ele igualmente no final
das características, ele também tem um sistema de proteção catódica
galvânica pra proteção da integridade do duto. Bom nós temos aqui, algumas 260
travessias que são feitas, em nos rios, né?
9
Em Itaboraí, que estão aqui o Caceribu tá listado, Itapocorá, Ipitanga, Rua
Cururu e Canal da Costa em Maricá.
265
E além das travessias nós temos os cruzamentos que são feitos com ruas, as
travessias feitas com rios né? E aqui eles estão listados as ruas que vão ser,
as ruas que vão ter a essa passagem do duto,todas elas aqui, situadas e estão
as locais aqui, Maricá, Itaboraí antes, e Maricá.
270
Bom, enfim o empreendimento ele pra ser implantado eles têm algumas fases,
que são, vamos dizer assim, diferentes.
A primeira fase chama-se o aerolevantamento, essa fase é quando é feito um
levantamento, logicamente pelo próprio nome diz né? É a parte aérea, onde 275
você define os possíveis trechos que o Emissário poderá passar. Esses
trechos lógicos que eles são sub, submetidos ao INEA pra que haja aprovação
e a grande preocupação da PETROBRAS é que esse trecho haja o mínimo
possível de impacto em desapropriações, essa é um dos grandes fatores que
nos leva a escolher um determinado trecho. 280
A seguir nós temos a parte de pré-comunicação, é nesse momento a
PETROBRAS, através de técnicos especializados vão a área fazem a primeira
identificação das propriedades que vão ser é vamos dizer onde o Emissário irá
passar é feito o cadastramento dessas propriedades com seus proprietários, 285
né? E nesse momento é, são avaliados que existe nesse entorno.
Bom, após essa pré-comunicação, logo a seguir nós temos o cadastramento
físico e jurídico, é nessa fase que a gente identifica o que nós vamos ter em
cada propriedade e a gente faz um cadastro, né, e nesse cadastro é vamos 290
dizer assim, é o momento que nós estamos vivendo, as propriedades que por
ventura terão algum impacto ou algum ou serão, vamos dizer, terão que ser
deslocadas, essas proprietários já foram notificados, quem não foi notificado é
porque ainda não, não vai acontecer nada na sua terra.
295
10
O segundo, o, a etapa seguinte é feito é um estudo de interferência, essa
interferências, elas são vistas assim exatamente onde tem pistas e vai se aos
órgãos, vamos dizer assim, Municipais o DNIT, e aí você faz um planejamento
com o órgão pra se fazer a obra de tal forma que ela não venha prejudicar o
fluxo de passagem de veículos, e não mude a vida do entorno. 300
A seguir nós vamos mostrar as nossas etapas de construção e montagem, o
trecho terrestre ele é bem diferente do trecho marítimo, então vamos analisar
primeiro o terrestre, bem específico, o trecho terrestre nós temos inicialmente a
parte de topografia, nessa época, nessa fase nós visitamos os terrenos 305
fazemos o levantamento topográfico pra saber qual é o comportamento, qual é
o perfil dessa terra e também são realizadas sondagens para os Dutos ao
serem colocados eles tenham a fundação corretamente calculada, para que
não caia, não seja, é, não tenha problema de nenhum recalque referencial ou
que venha ocorrer uma alguma ruptura nesse duto, para isso existe as 310
sondagens, feitas aqui.
Depois disso, nós vamos dizer a parte dos dutos que vão ser que vão ser que
estão escolhidos, né? Aquele traçado, a gente vai por etapa colocando os
dutos ao longo dessa faixa e nós chamamos de desfile de dutos onde eles vão 315
ser trabalhados, unidos alguns formando colunas, onde são as suas
extremidades serão soldadas como nós vamos ver a seguir com todo um
critério e cuidado para que não haja, para que seja garantida as
estanqueidade para qualquer, vamos dizer assim, derramamento, não haja
nenhum problema de vazamento. 320
Bom a seguir vem à soldagem, como eu falei que são feitos por tecnologias,
vamos dizer acompanhados, vamos dizer são técnicos especializados, mão de
obra preparada, não é qualquer mão de obra que pode fazer esse tipo de
trabalho, tem que ser preparado antes. 325
E depois vem o teste, a inspeção dessa solda realizada que é feita com
ultrassom para vamos dizer assim garantir a qualidade dessa solda e com isso
a estanqueidade, depois que feito a solda ela, essa junta ela é revestida com
11
um material que garanta ainda mais a estanqueidade que estamos buscando
que iniba qualquer tipo de vazamento. 330
Depois nós temos s abertura da vala como nós tamos vendo nesse desenho
animado abertura e o abaixamento do dos dutos.
Uma coisa que a gente tem que ter claro é que essas valas elas são abertas 335
por etapas, você não vai ter um trecho enorme exposto a população a perigo
pra criança circular, não existe isso. Fazemos com critério de segurança e eles
são enterrados e logo a seguir que é feita essa etapa da, que é da, do
abaixamento, nós fazemos a cobertura da vala, ela coberta partimos pra
segunda, pra etapa seguinte, vamos por trechos né? Percorremos mais um 340
trecho a diante.
Bom, aqui estamos falando do que é o cruzamento de estradas e rodovias,
esses cruzamentos são, talvez aqui nessa transparência não esteja claro por
causa da luz, mas ela é feita de forma subterrâneo sem nenhum, sem nenhum 345
impacto aqui na pista de rolamento das rodovias, não haver nenhum, vamos
dizer assim, é, impedimento do transito, os moradores não vão ficar, vamos
dizer assim, é, proibidos de passar pela região o fluxo de carro permanece
normal. E em alguns casos quando você faz essa, vamos dizer assim, essa
colocação dos dutos, você em alguns trechos tem que fazer obras de 350
contenção por que o terreno assim o pede e a gente já sabe exatamente por
causa dessas sondagens que foram feitas inicialmente, nós já temos
conhecimento do tipo de terreno que vamos enfrentar.
A seguir nós temos a recomposição da paisagem onde é feito, colocado a 355
vegetação anterior e logo a seguir, vocês podem ver aqui tem uns pilaretes,
esses pilaretes são colocados, são a sinalização de faixas, isso ocorre por
que, a PETROBRAS tem um programa de manutenção e visita por
periodicidade e que ela vai saber como está é, vamos dizer assim, se
comportando toda a faixa, existe um programa de acompanhamento disso que 360
é um programa de dutos, que existe na própria TRANSPETRO é, existe vamos
12
dizer assim, pra orientar, não se, não se, não se, construir em cima, não se
plantar, pra se ter vamos dizer, segurança desse duto que está operando. É
instalado também as válvulas no duto, essas válvulas são para fechar ou abrir
e também pra medir o fluxo que está ocorrendo lá no duto, qualquer mudança 365
nessa, nessas, nessas leituras é imediatamente acionada e essas válvulas que
fazem esse trabalho, que são válvulas específicas para fazer esse trabalho de
detectação eu vou mostrar a seguir, mas antes disso, quando a gente faz
aquele trecho né, aquele trecho que é construído logo a seguir fazemos um
teste, um teste hidrostático da, do trecho que foi, que foi enterrado pra saber 370
da funcionalidade que ele está operando normalmente, passado isso
passamos pra outra etapa. Bom é, aquelas válvulas que eu falei é no final eu
vou demonstrar por que é consiste no cano de contingencia da PETROBRAS,
elas fazem parte disso então serão mostradas no final, uma questão de
raciocínio do projeto que a gente tá mostrando. 375
Agora vamos pro trecho marítimo que tem outras características né? O trecho
marítimo que vai ser feito, que vai acontecer lá na Praia de Itaipuaçu, você tem
duas fases, a fase um que é feito um furo direcional pra se chegar a
setecentos metros da praia, esse furo é feito com tecnologia de tal forma que 380
ele é feito sem, sem danificar a área costeira, se você tiver rodovias elas
continuam a existir a praia continua normal, casas aqui existentes não vão sair
do lugar, por que você tá fazendo de uma forma subterrânea, a seguir você
tem a segunda fase que é aqui no fundo do mar e que nós temos assim um
barquinho, e nós usamos aqui nosso desenho animado um barquinho que são 385
as embarcações que a PETROBRAS usa pra auxílio dessa, dessa, dessa
forma de instalação. Vocês vão poder ter isso mais claro por que vamos
passar um pequeno desenho animado aqui que mostra todo esse
procedimento de como vai ser feito, vocês poderem ver como que é essa área
costeira não vai ser impactada. 390
Bom a seguir, tem uma vamos dizer assim, uma forma vamos, nós estamos
explicando um pouco mais como esse emissário ele é colocado através da
balsa e lançado até o fundo do mar né? Usando isso pra evitar a zona de
13
arrebentação que é exatamente setecentos metros você faz depois dessa 395
área, por isso que o furo direcional vai a setecentos metros, pra você não ter,
ou seja, na zona de arrebentação onde a maré é mais forte o duto é enterrado.
Aqui nós mostramos como é um canteiro desse equipamento que faz o furo
direcional, ele é um canteiro que não é de dimensões consideráveis, que 400
apenas comporta esse equipamento que é necessário pra fazer esse furo.
Agora vamos passar o filme que mostra como é que é esse procedimento.
É o equipamento, essa, isso aqui é ele entrando na terra, e tem essa
representação assim apenas pra entender, ele vai furando a praia tá lá em 405
cima, se tiver estrada tá lá em cima, e depois ele vai saindo a setecentos
metros da arrebentação, e ele vai atrás da barcaça onde estão os dutos e ele
puxa ele vai lá, encaixa e puxa pra ir pra o fundo do mar, vocês podem
observar que toda essa região aqui não foi mexida, estamos fazendo,
subterrâneo. 410
Ele vai trazendo pra encaixar a setecentos metros, aqui ele encaixa e pronto a
região está sem nenhuma, sem, não foi impactada com esse tipo de obra.
Bom, como eu falei é a parte de supervisão e controle da operação e 415
manutenção é aqui que eu vou mostrar sobre essas válvulas que fazem o
controle de vazamento. Essas válvulas de bloqueio automático elas são
válvulas de, elas são instaladas pra quê? A PETROBRAS sempre faz a
manutenção de qualquer duto dela, e o que acontece? Pra se, pra programar
essa manutenção as válvulas vem e elas rompem, param o fluxo, faz-se a 420
manutenção e retorna. No caso de vazamento essas válvulas atuam
imediatamente, elas cessam o fluxo e é acionado um plano de contingencia
que obedece as normas de segurança da PETROBRAS e aqui é utilizado em
alguns casos, como em alguns casos são mais sérios o centro de defesa
ambiental, pra quem não sabe, a PETROBRAS tem um programa de em todo o 425
Brasil que ela tem instalação de postos de vamos dizer assim, de auxílio pra
qualquer tipo de embarcação que por alguma acaso venha a ter um
14
vazamento, não necessariamente que seja a PETROBRAS, qualquer um que o
vazamento acontecer ele, é acionado a PETROBRAS, quer dizer é uma, é
uma, é uma ação até patriótica da PETROBRAS e ela cumpre isso com toda a 430
rigorosidade. E aqui no COMPERJ vai ser construído um posto do CDA, do
tamanho do COMPERJ.
A seguir mostramos que a manutenção que eu falei, além de ser feita a
manutenção da integridade da operação é feito também a limpeza da faixa é 435
necessária pra alguns casos, por que é, sobre a parte de gramas, a gente tem
sempre que manter a visibilidade pra se poder ter sempre acesso ao duto e se
ter vista dos pilaretes que a gente mostrou.
Essa, esse controle e essa sub-revisão é feita via satélite, todos os dutos da 440
PETROBRAS eles estão ligados a um centro de controle que tem no prédio da
TRANSPETRO na Rio Branco, lá no Rio de Janeiro e lá, é lá onde é acionado
qualquer emergência e imediatamente é acionado o fechamento do fluxo e se
necessário for o CDA é avisado por ali, então todas as informações além de vir
a informação do duto para o satélite vir pra sala a sala age sobre o duto via 445
satélite, com toda a segurança de operação.
Bom, é, finalizando aqui, qualquer duvida e esclarecimento que queiram ter
sobre esse projeto é só, nós temos um zero oitocentos que atende a esse tipo
de demanda e nós estamos aqui disponíveis pra esse, pra essa ação. 450
Obrigada.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Muito obrigado pela apresentação da
Leonora a Gerente Setorial do COMPERJ, da PETROBRAS, aliás e agora
vamos a apresentação do analista Albertone, Albertone Sant’Ana, que é da 455
empresa o que elaborou o estudo de impacto ambiental, por favor Albertone.
Que vai ser complementado pelo Marco Correa, depois na sequencia, não é
isso.
Albertone Sant’ana - Cepemar: Isso, obrigado Gusmão. Pessoal, boa noite! 460
15
Meu nome é Albertone como o Gusmão apresentou, eu sou o coordenador da
elaboração desse estudo de impacto ambiental e eu tô aqui representando
uma grande equipe formada por diversas naturezas de especialistas, né,
geólogos, biólogos, oceanógrafos, é sociólogos, arqueólogos e outros 465
profissionais que se juntaram numa equipe multidisciplinar para elaborar esse
estudo de impacto ambiental, e eu tô me propondo aqui a apresentar o resumo
desse impacto ambiental, que norteia, que foi estudado, quais são os impactos
ambientais associados ao empreendimento, apresentado pela Leonora.
470
Qual o planejamento ambiental que se propõe pra que esse Emissário,
proposto seja o mais viável possível, ambientalmente mais viável pra
localidade e pra toda comunidade. E ntão nós temos aí a apresentação do
estudo de impacto ambiental pro emissário terrestre submarino do complexo
petroquímicoo submarino que é o COMPERJ antes de começar a falar do 475
estudo propriamente dito, é pra complementar o que a Leonora apresentou, a
gente tá apresentando aqui a composição do efluente, que está sendo
encaminhado e lançado por esse emissário, é essa coluna marcada em
amarelo ela representa pra todos os componentes, que são identificados, né,?
Quais são os valores de concentração, comparados ainda com a legislação 480
brasileira e do rio de janeiro, pra esses componentes que forma, né, aqui que
vão compor esse efluente tratado. Então como vocês podem ver nós temos
representados valores de ph, dos óleos e graxas, demanda química de
oxigênio, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, nitrogênio, nitrogênio total
e quando a gente compara a penúltima com a ultima coluna a gente vê que 485
todo os valores legais estão sendo respeitados, nè, pra cada um desses
parâmetros, e o obviamente não vou falar cada numeral, cada valor de
concentração desses, mas uma comparação rápida demonstra que os limites
legais estão sendo respeitados .
490
E nessa transparência a continuação dos demais compostos que vão fazer
parte dessa formulação e que também, essa comparação entre a penúltima e a
última coluna aí, da direita a gente vê todos os limites legais sendo
16
respeitados, nesse efluente tratado que tá sendo conduzida, e lançado por
esse emissário terrestre submarino, tá? 495
Obviamente que faz gente tá ilustrando e vai ter bastante coisa pra falar daqui
pra frente, mas qualquer dúvida que seja demonstrada é da fala pode ser
esclarecida no momento correto, ok?
Voltando ao estudo de impacto ambiental, ele faz parte desse processo de 500
licenciamento, apresentado pelo INEA pra vocês, né? Nós estamos numa fase
de planejamento, ou seja, o eia tá ligado, o estudos ambientais está ligados
sempre nessa fase de planejamento e são subsídios pra obtenção da licença
previa .
505
Em seguida a obtenção da licença previa, após o julgamento do INEA, do
órgão ambiental, a licença de instalação vem em sequência, né, ocorre
implantação das obras, a licença de operação, e enfim a operação do
empreendimento que aqui no caso é emissário terrestre submarino submarino.
510
Então a gente ainda está nessa fase de planejamento de analise dos estudos
ambientais pra emissão da licença prévia e as próximas fases são as
apresentadas.
Dentro dessa etapa de elaboração do eia, ou seja, dessa caixinha de 515
planejamento, nós temos a elaboração do eia, nós temos uma sequência de
atividades, a primeira é uma atividade do órgão ambiental, que determina qual
é o conteúdo mínimo, qual é o roteiro pra que esse estudo ambiental seja
elaborado, né, nós chamamos isso de instrução técnica, foi emitida pelo INEA,
a partir dessa instrução técnica nós, partimos com essa equipe multidisciplinar, 520
pra elaborar o estudo de impacto ambiental propriamente dito, e no primeiro
momento se analisam alternativas de localização tecnológicas pra esse
empreendimento.
17
Em sequência são determinadas as áreas de influência, ou seja, as áreas de 525
estudo pro nosso estudo de impacto ambiental, que são determinadas pela
ocorrência dos impactos direto e indiretos sobre o ambiente local.
Essa área de influência determina abrangência do nosso estudo, a equipe vai
a campo, a equipe busca dados e bibliografia, a equipe busca dados em
museus e coleções disponíveis e tira uma fotografia da condição ambiental da 530
área, essa fotografia da condição ambiental, nós chamamos de diagnóstico
ambiental e faz parte do estudo de impacto ambiental.
Com base nesse diagnóstico, com base no projeto que é proposto pelo
empreendedor, nós fazemos uma avaliação de impactos, ou seja, faz-se uma 535
previsão dos efeitos daquela implantação, daquela operação sobre aquela
condição ambiental que foi diagnosticada.
Em sequência são propostas medidas pra reduzir os efeitos dos impactos
negativos e aumentar os efeitos dos impactos positivos, são propostos também 540
programas de redução desses impactos ou de potencialização dos impactos
positivos e de acompanhamento dos impactos ao longo do tempo que dura
esse empreendimento, essa etapa nós chamamos de planejamento ambiental,
e enfim a equipe chega a conclusão da viabilidade ambiental do
empreendimento que é apresentado como conclusão do nosso estudo de 545
impacto ambiental.
Nesse estudo são avaliadas três alternativas, apresentadas aí no mapa, uma é
chamada alternativa de Maricá, alternativa de Niterói e alternativa de Bahia de
Guanabara. Vou mostrar os detalhes da cada uma delas. 550
Alternativa um: chamada Maricá, ela compreende um trecho terrestre de
quarenta quilômetros de extensão e um trecho marinho de dois quilômetros de
extensão, esse trecho terrestre atravessa os municípios de Itaboraí e de
Maricá que a nossa grande área de influencia, nossa área de influência 555
indireta.
18
E o descarte de efluente tratado ocorre na área costeira do município de
Maricá. Já na alternativa dois a proposta é lançar esses efluentes na Bahia de
Guanabara por meio da construção de um emissário de trinta quilômetros de 560
extensão em trecho terrestre e dez quilômetros de extensão e trecho marinho,
contornando, a área urbanizada de Guaxindiba, São Gonçalo e a APA de
Guapimirim. E a alternativa três, chamada Niterói é aquela composta por uma
parte terrestre composta quarenta três vírgula quatro quilômetros, que lançam
os efluente na ETE de Icaraí, né e pelo emissário já existente lançaria esses 565
efluente na Bahia de Guanabara.
Ele atravessa a região de Itaboraí e ainda áreas muito urbanizadas de são
Gonçalo e de Niterói. Essas três alternativas foram comparadas e o resultado
dessa comparação a gente tá representando aqui com o quadro sumário, né, 570
quadro de resumo, onde são apresentados os critério físicos, primeiro, os
critério bióticos usados nessa avaliação e os critério socieconomicos utilizados
nessa avaliação, no final há aí uma ponderação de verde, amarelo e
vermelho, mostrando uma tendência mais positiva pro verde e mais negativa
pro vermelho, né? 575
No final quem tem mais bolinhas verdes na nossa representação gráfica aí é a
alternativa ambientalmente mais viável, essa é a alternativa indicada pela
equipe como alternativa ambientalmente mais viável que é a alternativa de
Maricá. 580
Essa é a que nós diagnosticamos e tamos apresentando aqui pra vocês.
Foram diagnosticadas as três, mas a gente tá apresentando hoje alternativa
selecionada que é a alternativa Maricá. Pra essa alternativa foram
determinadas as áreas de influencia, área de influência direta, aquela onde 585
incidem os impactos diretos e a área de influência que são aquela área onde
incidem os impactos com consequência de outros impactos, ou seja, os
impactos ambientais indiretos.
19
A nossa a nossa área de influência direta ela é composta por uma faixa de um 590
quilometro de largura, que vai por toda extensão do emissário, né, tem, a
diretriz do emissário, o caminho que toma o emissário como o centro, né?
Então quinhentos metros pra cada lado dessa diretriz, nós consideramos a
área de influência direta.
595
No ambiente marinho essa área continua sendo projetada e ainda existe o
contorno da pluma modelada pela asa, o marco Antônio vai apresentar pra
vocês na sequência, mas o contorno dessa pluma modelada como também
área de influência direta, é que nós chamamos da região necessária pra
dispersão desse efluente onde ele vai está bem diluído, a partir da qual ele 600
vai tá bem diluído, então nós consideramos essa área de influência direta ,
área de influência indireta ela foi considerada como território dos municípios
por onde passa o emissário, Itaboraí e Maricá e ainda um trecho marinho que
vai lá em Maricá da Pedra do Elefante se estende quatro quilômetros pra
dentro do mar e quatro quilômetros também a leste pelo litoral. Essa é nossa 605
área de influência indireta, ou seja, os nossos estudos se concentraram e
foram limitados por essa área de influência determinada.
Nessa região foram diagnosticados, ou seja, foram caracterizados desde o
clima até o tipo de organismos que a gente encontra lá vegetais e animais. O 610
clima dessa região vocês conhecem bem é um clima tropical úmido né? Com
verão chuvoso, inverno seco com temperaturas variando aí de vinte e seis a
vinte e um graus né? E com uma qualidade do ar sem fontes pra degradação,
a fonte indicada pra material particular pra nossa região são as estradas e a
circulação de veículos que acontecem nelas. 615
Quando observamos o tipo de terreno, ou seja, os tipos de rochas o tipo de
relevo dessa região nós vemos que tem uma diversidade grande de rochas aí
encontradas que se destacam a formação Macacu e os sedimentos paternais,
ou seja, os sedimentos mais recentes costeiros no município de Maricá. 620
20
O relevo é composto por diferentes formas onduladas, mas com pouca, com
pouco risco a erosão, apesar de ondulados, as ondulações são suaves não
são encostas íngremes não são encostas de angulação muito baixa. Os solos,
pela a extensão desse território são variados e também é variada a sua 625
aptidão agrícola, né? Nós temos cinqüenta por cento desse solo com aptidão
agrícola restrita, vinte e seis por cento deles não são aptos pra agricultura e
dezesseis por cento, tem aptidão regular pra lavouras.
Foram analisadas amostras de água tanto subterrânea quanto dos rios né? Os 630
poços que foram monitorados, foram avaliados, não apresentaram
contaminação e tão respeitando os limites determinados pela legislação. Já a
qualidade da água dos rios ela tem alguns parâmetros degradados né? Que
tão representados aí com círculos vermelhos que indicam os parâmetros que
não, não concordam com a legislação, ou seja, esses valores estão 635
ultrapassando o limite legal pra qualidade da água dos rios encontrados na
região, os rios Castedibu, Iguá, Vigário e Bambu que foram caracterizados.
Quando olhamos pra região costeira marinha nós temos a caracterização das
correntes nessa região, predomínio de correntes de norte e nordeste 640
influenciada pelas correntes do Brasil durante o verão e no inverno a inversão
desse sentido. Foi também identificada, identificadas às profundidades né? O
relevo do fundo do mar nessa região o que nós chamamos de batimetria e que
tá representada nesse mapa aí.
645
Em terra né? Voltando pra terra, os ecossistemas são variados e a vegetação
foi caracterizada, essa vegetação é uma vegetação típica de mata atlântica. É
onde são identificado, pastos, serra, mangues, restinga e alguns fragmentos
florestais. Foram identificadas aí duzentos e três espécies diferentes, né? Esse
traçado não cruza unidade de conservação e para vegetação não foram 650
encontrados espécies pertencentes a qualquer categoria né? Com status de
proteção legal, apenas uma espécie endêmica da mata atlântica foi, foi
encontrada, esse representada aí pra vocês na foto.
21
Além de caracterizar a qualidade da água, foram caracterizados organismos 655
da água doce né? Presentes nos rio, desde os microscópicos até os peixes,
né? Os microscópicos são esses apresentados aí, o fitoplancton, são aqueles
que fazem a fotossíntese é a base da cadeia alimentar. O zooplâncton,
aqueles microscópicos que se alimentam do fitoplancton e o ictioplancton, são
a larvas e ovos de peixe, né? E eles apresentaram aí números de espécies 660
pequeno, número de pequeno de espécies, né? Variando de cada rio, mas se
comportou de forma no rio Iguá e Bambu tem aí um maior número de espécie
enquanto o Vigário é aquele que apresenta o menor número de espécies pra
todos esses grupos. Pra larvas e ovos de peixes, durante as coletas não foram
encontradas nenhum, nenhuma espécie, tá? 665
Foi também estudado o grupo de organismos que associado ao sedimento, ao
fundo dos rios né? Que nos chamamos de bentos e os peixes, que
apresentaram onze espécies, onze táxons nesses rios estudados, a maior
riqueza foi sete espécies no rio Iguá e destacam-se aí algumas espécies de 670
peixes que são de outras regiões introduzidas, como o Bagre o Barrigudinho e
o Tetra.
Quando a gente olha pra o grupo de organismos que tá presente no mar, pros
peixes foram coletados dezesseis espécies, quatro deles estão em categorias 675
em status de conservação específico né? Então apresentados aí, espécies
vulneráveis e espécies em perigo de extinção.
Voltando pro ambiente terrestre, quando consideramos anfíbios, répteis né? E
falando de lagartos, cobras, sapos e rãs ou quando consideramos as aves os 680
animais de pêlo que são os mamíferos, foram encontrados duzentas e
quarenta e oito espécies no total, nenhuma espécie endêmica restrita a região
foi encontrada, né? A Serra de Inoã é realmente a região que apresenta tanto
pra vegetação quanto pros animais os maiores números de espécies e os
melhores índices de conservação né? E na área de restinga foram 685
encontrados dois endemismos, ou seja, espécies que só acontecem nesta
região, tá? Na restinga, na região do litoral de Maricá.
22
Quando considerados aí, a população, os hábitos da população né? As
condições de vida da população e as atividades que elas desenvolvem nessa 690
região, foram caracterizados municípios de Maricá e Itaboraí, dentro dessa
região foram identificados todos os bairros por onde pretende-se passar o
emissário e a maior parte da população tá concentrada em áreas urbanas, a
renda média gira entre mil e dois mil é, reais por mês. Foram identificados
vinte dois vinte e dois postos de saúde e oito escolas no entorno da região, 695
mas uma só dentro da área de influência direta né? Aqui cabe a lembrança de
que esses números são pra área de influência direta, é pra aquela faixa de um
quilômetro entorno da diretriz por onde se pretende instalar o emissário, ok?
Por isso que nós temos esses números.
700
Nessa região e na região litorânea, destaca-se atividade pesqueira que
também foi caracterizada né? Foram identificados dois pontos principais de
desembarque pesqueiro, um ponto na rua setenta e outro no Recanto de
Itaipuaçú, lá foram entrevistados os pescadores, entrevistados os líderes de
colônias né? Os representantes de Associações é foram acompanhada a faina 705
de pesca deles, a faina de desembarque a faina de manipulação do pescado,
de venda, tudo isso foi acompanhado durante algum tempo e aí identificado os
principais petrechos que eles utilizam, identificados por eles mesmos às
regiões onde eles pescam as principais regiões onde eles pescam, e as
principais espécies que são pescadas, que são Anchovas, Baiacu, Olho de Boi 710
e a Pescada.
Feito então esse retrato da condição ambiental da área e tendo conhecimento
por parte da equipe multidisciplinar do que quê é o projeto do emissário, foi
feita a avaliação de impacto ambiental, como é que essa avaliação, essa 715
avaliação foi feita e tipicamente é feita? Primeiro identificam-se as etapas do
processo do projeto, etapa de planejamento de implantação e de operação.
Dentro dessa etapa identificam-se as principais atividades que se faz e em
função dessas atividades estabelecem-se os impactos, são previstos os
impactos ambientais pra cada uma dessas fases. Feita a identificação dos 720
23
impactos, eles são classificados segundo os seus atributos, ou seja, são
identificados como positivo ou negativo né? De magnitude alta, média ou
baixa, se eles são de uma abrangência local ou se são de abrangência
regional ou mesmo de uma abrangência muito maior considerado estratégica,
se eles são temporários ou se eles permanecem durante um longo tempo, se 725
eles acontecem de imediato ou se demoram um tempo acontecer, se eles são
cíclicos né? Voltam a aparecer durante o ciclo de vida do empreendimento, se
ainda o grau de importância que é uma associação da sensibilidade da área
com a magnitude desse impacto ambiental. Essa avaliação de impacto
ambiental precede a preposição dividida, por que identificado os impactos 730
negativos eles precisam ter seus efeitos diminuídos, identificado os impactos
positivos eles tem que ter seus afeitos aproveitados, tanto pelo empreendedor
quanto pela comunidade, então são propostas medidas que fazem isso,
medidas mitigadoras, que reduzem os impactos negativos e as
potencializadoras que aumentam os efeitos dos impactos positivos. E isso é 735
com esse então são propostos projetos que organizam estas medidas e que
propõem como é que vão ser verificada, como é que vai ser verificada a
implantação dessas medidas e como é que vai ser medida, como é que vai ser
acompanhado o efeito dessas medidas ao longo do tempo do empreendimento
tá proposto, né? 740
Aqui brevemente um resumo desses impactos ambientais de acordo com a
natureza deles e aí então os impactos positivos tão aí identificados pras duas
fases aqui em cima e aqui o maior número de impactos identificados que é
negativo né? Que é objeto das principais medidas que são as medidas 745
mitigadoras.
Aqui tão sendo apresentados quase à totalidade dos impactos, só alguns
impactos considerados de importância menor não são apresentados aqui que
são dois ou três, mas a grande maioria dos impactos tá aqui apresenta. 750
24
Nós vamos começar pelos impactos relativos à fase de implantação, ou seja,
que são resultados das atividades pra implantação, como Leonora apresentou,
do emissário terrestre submarino.
O primeiro impacto é o potencial que essa obra tem de iniciar processos 755
erosivos. Isso é fruto das atividades de movimentação de terra que esse, que
essa implantação tem como atividade primordial né? Ela prepara o terreno, ela
escava, ela movimenta a terra pra enterrar esse, essa tubulação, então
naturalmente existe uma tendência a iniciarem processos erosivos e esses
processos erosivos eles são mitigados pelos planos de controle de erosão e 760
ainda pelo plano de recuperação de áreas degradadas. Outro impacto é a
interferência no cotidiano da população, isso é fruto da movimentação de
máquinas, da movimentação de pessoas, da movimentação de terra, da
implantação em si, que acaba interferindo no cotidiano de cada um dessa
população. A mitigação para esse impacto é feita pelo plano de comunicação 765
social, que divulga pras pessoas da região qual o cronograma da obra, aonde
a obra vai tá acontecendo a cada tempo né? Qual é o nível de, de interrupção
que essa obra pode ter pra, pra comunidade, a quem a comunidade deve ir
quando acontece qualquer coisa em relação à obra, qual o número que deve
discar, e todas essas ações do plano de comunicação social. 770
Conflito com a navegação e pesca, também é uma, é um impacto previsto, por
que, na implantação da parte marítima é o submarino desse emissário, vai ter
circulação de embarcações, então isso requer um ordenamento da navegação
nessa região e ainda o impacto positivo, que é o aumento da receita tributária, 775
isso é fruto da contratação de mão de obra na região, da contratação de bens
e serviços né? Da compra de bens e contratação de serviço na, na região. Pra
melhorar o efeito desse impacto, comunicar a população como é que isso vai
ser feito e priorizar a contratação de mão de obra local são as medidas
mitigadoras. 780
Existe um potencial também de alterar a qualidade da água, isso em terra, pela
movimentação de solo ou pela geração de efluentes que se faz pra se
implantar o emissário. Existem planos de controle de erosão, como eu falei, e
25
plano de controla de esgoto e dos efluentes que fazem parte dessa atividade, 785
isso tudo para mitigar esse impacto que é considerado médio.
A população sabendo da obra, do projeto, também cria expectativas, pra tornar
essas expectativas mais próximas da realidade o plano de comunicação
ambiental entra em ação comunicando do que trata a obra, do que se refere o 790
empreendimento. Qualidade da água do mar, em função dos testes
hidrostáticos apresentados pela amiga Leonora, também é potencial e pra isso
as medidas de controle de contensão desse efluente, além de um
monitoramento marinho que é proposto e que vai ser implantado pra se
acompanhar como é que esse efluente chegado no mar vai se comportar e 795
como é que a comunidade né? De, de organismos do mar também vai se
comportar, a qualidade da água vai se comportar e os sedimentos também do
mar vão se comportar.
Dinamização da economia, já que tem circulação de receita né? Tributária ou 800
mesmo de contemplação de bens e serviços, dinamiza-se a economia da
região. Programa de comunicação social e a priorização de contratação de
mão de obra e de compra de bens na região visa potencializar o efeito dessa
dinamização da economia.
805
Bom, esses são os impactos da fase de implantação. Desculpe, tem mais
quatro impactos aí.
Interferência com atividades minerarias da região, uma vez que tem instalação,
estabelecimento de uma faixa de servidão né? A redução da cobertura vegetal, 810
uma vez que pra implantação do emissário tem necessidade de supressão de
vegetação. E pra isso a gente tem plano se supressão da vegetação e plano
de recuperação de áreas degradadas.
Afugentamento da fauna, por conseqüência dessa supressão de vegetação. 815
Pra esse impacto considerado de pequena magnitude de pequena importância,
26
existe um programa de resgate de fauna de soltura dessa fauna e de
monitoramento dessa fauna solta na região.
E ainda o risco de assoreamento dos corpos d’água, que é associado ao risco 820
de erosão que eu já falei.
Tratando da fase de operação, interferência com atividade pesqueira é uma
possível, é um possível impacto, uma vez que os efluentes tratados vão ser
lançados no mar né? Pra mitigar esse impacto e acompanhar os efeitos dele o 825
monitoramento marinho, como eu falei e um plano específico que acompanha
as interferências do empreendimento sobre a atividade pesqueira. Vou falar
mais sobre ele daqui a pouco.
A qualidade da água do mar também pode sofrer alteração com o lançamento 830
dos efluentes. Pra acompanhar esse impacto um plano de monitoramento
marinho bem composto. Isso leva como conseqüência a possibilidade de
afugentamento da fauna na região e ainda alteração da comunidade
microscópica que tá na região. Esses impactos tão todos associados e são um
em cadeia do outro né? Alteração na qualidade da água, alteração da 835
condição de vida do plâncton, desses microrganismos e a condição de vida
dos peixes que são aí a fase superior à fase a cima da cadeia alimentar, da
cadeia trópica da região. Esse plano de monitoramento visa observar como é
que isso se comporta ao longo do tempo, como é que isso se dá.
840
Em função dessas medidas mitigadoras, todas as propostas, é feito então o
planejamento ambiental com um grande projeto chamado, Projeto de Gestão
Ambiental, Programa de Gestão Ambiental e abaixo desse programa de gestão
ambiental tão todos os outros programas e seus planos que tão associados a
esses programas. É isso que eu vou apresentar daqui até o final pra vocês 845
terem a visão de como é o planejamento do empreendimento, o planejamento
ambiental do empreendimento e como é que ele visa mitigar os impactos que
podem tá associados a ele.
27
Esse programa de gestão ambiental ele é um grande programa que abraça os 850
demais, como eu falei, mas que quer estabelecer uma condição ótima de
trabalho e uma condição de viabilidade ambiental por esse empreendimento.
Então todas as ações dele são em prol de promover a álibi viabilidade
ambiental do empreendimento. Dentro dele um programa de comunicação
social, que é aquele que faz a comunicação entre a comunidade e o 855
empreendedor, que torna possível um canal aberto entre essas duas peças
principais. Um programa de educação ambiental que quer promover ações
dentro da obra né? Dentro do empreendimento, que promova uma melhor
qualidade de vida e uma melhor qualidade ambiental. Mas que não para nisso,
quer promover também pra comunidade essa consciência de que é impor, 860
importante uma qualidade ambiental na área. Então tem uma relação, uma
associação com as escolas com os professores, com a comunidade geral
querendo implantar esse ambiente de qualidade ambiental na região.
Existe um programa especifico que trata da compensação ambiental e ele vem 865
fazer valer uma legislação Federal, que é detalhada por legislações Estaduais
e por um decreto Federal, que é o Sistema Nacional de Unidade de
Conservação que vai determinar como é que vai ser investido, como é que vai
ser direcionado o recurso relativo à compensação ambiental e a definição
dessa, dessa, destinação desse recurso é papel do INEIA, do órgão estadual, 870
do órgão ambiental estadual. Então esse programa vem dizer como é que isso
vai ser feito.
Pra ocorrer uma supressão de vegetação da melhor condição possível e
trazendo o menor nível de impacto possível tanto pra vegetação, pra 875
comunidade quanto pros animais da região é proposto um plano de supressão
de vegetação, que vai dizer como que ela vai ser feita, que destino vai ser
dado a essa, essa madeira, como é que vai ser tratada essa área e como é
que vai ser feita essa supressão, enfim, pra ter menores impactos ambientais.
880
A supressão de vegetação que é proposta aqui pra implantação do emissário
trata de suprimir três pontos, quatro hectares de três mil cento e sessenta e
28
nove hectares da área total, ou seja, zero ponto um por cento da vegetação
encontrada na área de influência direta, tá? Então o planejamento da
implantação do emissário já visa diminuir o volume de madeira retirado o 885
volume de área a ser suprimida. Mesmo assim é necessário resgatar ou
afugentar ou mesmo tratar animais que são encontrados durante esse, essa
supressão da vegetação e dar um tratamento específico pra eles, caso
necessário um tratamento veterinário ou caso não seja necessário diretamente
uma soltura desses animais dentro de fragmentos que, que os comportem né? 890
E a partir daí acompanhar, monitorar esses animais dentro desses fragmentos
dentro dessas regiões de soltura.
O patrimônio arqueológico também tende a ser preservado, por que existe um
programa específico de resgate, de monitoramento desse patrimônio 895
arqueológico, que visa que tem como objetivo reservar esse patrimônio em
museus em coleções específicas, comunicar aos funcionários da obra sobre
esse patrimônio e ainda a comunidade o valor desse patrimônio, a importância
desse patrimônio.
900
Será estabelecida uma faixa de servidão e essa faixa precisa obedecer todos
os critérios legais pra ser estabelecida. Um plano de estabelecimento dessa
faixa de servidão que também é proposto no estudo de impacto ambiental.
Existe um grande programa chamado Programa Ambiental da Construção que 905
vai tratar das questões específicas da implantação do emissário, tanto da
erosão e do assoreamento dos corpos hídricos quanto da recuperação das
áreas degradadas quando o tratamento e gerenciamento dos resíduos sólidos,
ainda do gerenciamento do risco, das ações em casos de emergência, do
controle dos efluentes, tratamento dos efluentes. Tosos esses aspectos 910
ambientais a serem tratados na obra vão ser tratados por esse grande
programa chamado Programa Ambiental da Construção, que tem por objetivo
fazer com que a construção seja feito reduzindo todos os impactos ambientais
possíveis de acontecerem.
915
29
Os corpos hídricos da região vão ser monitorados durante a construção e
operação do emissário, como eu havia falado o ambiente marinho e a
atividade pesqueira também são frutos de estudo. O ambiente marinho, na
qualidade da água, na qualidade do sedimento e nos organismos que
compõem esse ambiente, e ainda a atividade pesqueira nas suas atividades 920
corriqueiras estudando o efeito dessa, dessa presença do emissário nas
atividades pesqueiras e a possibilidade de interação com a comunidade
pesqueira e de compensação de qualquer interferência que seja observada.
Também é proposta uma reposição florestal associada à supressão da 925
vegetação, ou seja, na medida em que a vegetação precisa ser suprimida
outra vegetação precisa ser reposta pra compensar aquela supressão de
vegetação. Enfim, a equipe conclui né? No final de um estudo de um impacto
ambiental que analisou três alternativas vocacionais, que avaliou a alternativa
de Maricá como alternativa ambientalmente mais viável, que ainda identificou e 930
avaliou uma série de impactos, propôs medidas mitigadoras pra esses,
programa, propôs, propôs programas sócio ambientais. Esta equipe conclui
que o projeto do emissário conforme ele é proposto nas suas fases de
implantação e operação é ombiental, ambientalmente viável, desde que as
medidas mitigadoras e os programas ambientais sejam implementadas na sua 935
integra conforme é proposto pela equipe. Agradeço a atenção de vocês e peço
só mais um pouco de paciência pra apresentação do Marcos que vai
apresentar pra vocês o estudo de dispersão oceânica que foi feito.
Marco Antônio Correia - ASA – Boa noite, o meu nome é Marco Antônio 940
Correia e eu sou responsável pelo estudo de dispersão da pluma do emissário
e vou apresentar esse estudo pra vocês agora.
Esse aqui é o mapa da localização da região do estudo, a gente pode ver aí o
traçado do emissário né? Com a parte submarina dele projetando-se para além 945
da costa dois quilômetros de extensão, na extremidade final desse tudo de
dois quilômetros vai ser instalado um sistema difusor, esse sistema difusor foi
projetado como tendo sessenta metros de comprimento e ele é orientado numa
30
direção é aproximadamente perpendicular à linha de costa e as correntes
oceânicas da região e ele possui onze RISES. 950
É, esse desenho aqui ilustra como é esse sistema difusor né? Então é um tubo
com sessenta metros de comprimento, ao longo desse tudo são posicionados
SIZES, são como se fossem pequenas chaminés que é através deles que o
efluente é laçado verticalmente para cima, como indicado aí na figura, são 955
onze ao todo. É essa figura mostra o detalhe do RISE, ele é posicionado na
parte superior do tubo difusor e é instalado no RISE uma válvula conhecida
como válvula bico de pato que ela serve pra fechar quando não há
lançamento, ela fecha e não há entrada de água do mar no sistema do difusor.
960
As grandezas físicas ambientais importantes, determinantes no processo de
difusão da pluma são a profundidade no local de descarte, a densidade da
água do mar né? A densidade do corpo receptor e a versão das correntes
oceânicas na posição de efeito descarte. Essas três grandezas físicas são
consideradas o estudo e são as mais importantes pra determinação da 965
dispersão.
A profundidade de descarte, a profundidade no local de descarte é de vinte e
seis metros né? Na posição de dois quilômetros a partir da linha da costa,
essa batimetria foi extraída da carta náutica VHN número mil quinhentos e 970
seis, essa informação foi extraída de uma carta náutica.
Para as medições das características das águas do mar é, para a definição da
salini, densidade, são medidas a temperatura e a salinidade. As medições de
temperatura e salinidade foram realizadas em seis estações no entorno do 975
ponto de descarte e foi utilizado para isso um equipamento chamado CTD, que
mede a profundidade a, e a temperatura da água do mar. É essa tabela mostra
o local e os instantes em que foram realizadas as coletas de temperatura e
salinidade. Com os valores de temperatura e salinidade é possível calcular a
densidade da água aí são apresentados cinco perfis de densidade da água do 980
mar, os valores da densidade ao longo das profundidades e foram feitos seis
31
pontos de amostragem, mas num dos perfis houve um problema e o dado não
pode ser utilizado. Então a gente acabou trabalhando com cinco perfis.
Para as medições da corrente foram, foi utilizado um equipamento chamado 985
ADZP é um correntômetro, que mede utilizando o princípio de efeito Dopler à
velocidade da corrente ao longo da coluna d’água em diferentes
profundidades. A posição onde foi posicionado o ADZP para a medição da
corrente é indicado aí na figura por um triângulo amarelo, tá muito pequeno,
mas dá pra ter uma idéia mais ou menos onde é que tá, onde tá indicado pela 990
flecha.
Esses são os valores de corrente observados, os vetores indicam a direção da
corrente e a magnitude dela e ao longo da horizontal são os instantes de
medição na vertical são os valores das velocidades observadas ao longo da 995
coluna d’água. Esses dados foram coletados em dois mil e nove na região de
Maricá, nas proximidades do ponto de, da, do posicionamento do sistema
difusor. Os dados de temperatura e salinidade são também de dois mil e nove.
As características do efluente, a vazão de descarte simulada foi de 1 vírgula 1000
oito metros cúbicos por segundo a densidade do efluente considerada foi de
mil quilogramas por metro cúbico e a composição do emissário é essa
apresentada nessa tabela. A primeira coluna mostra a concentração de cada
um dos parâmetros do efluente, perdão, a primeira coluna são os parâmetros
do efluente, a segunda coluna são as concentrações desses parâmetros no 1005
ponto de lançamento a terceira coluna são uns valores estabelecidos pelo
órgão ambiental, par ao corpo receptor e a quinta é a mínima diluição
necessária para que esse efluente seja enquadrado no corpo receptor.
Os resultados da simulação mostraram que a pior condição ambiental para a 1010
diluição ocorre é, ocorre na situação em que existe uma maior estratificação do
corpo d’água e uma menor velocidade e pra essa condição o enquadramento
no corpo receptor só ocorre numa distância de cento e quarenta e três metros.
32
Esse resultado mostra como é a diluição ao longo da distância, a linha preta é 1015
a curva de diluição ao longo da distância as setas coloridas indicam a posição
do enquadramento de cada um dos parâmetros do efluente, o parâmetro que
necessita de uma maior distância para o enquadramento é o sulfeto e isso
ocorre na distância de cento e quarenta e três metros, os demais parâmetros
ocorrem em distâncias inferiores a cem metros. 1020
Esse gráfico também mostra a curva da diluição do sulfeto ao longo da
distância, no gráfico superior é a diluição em função da distância e no inferior
é a concentração, a concentração inicial do sulfeto no efluente de zero vírgula
seis miligramas por litro, após uma diluição de cento e cinqüenta vezes ele 1025
atinge a concentração de enquadramento numa distância de cento e quarenta
e três metros.
Esse outro gráfico mostra três condições típicas de ambientais, a pior condição
ambiental é indicada pela curva vermelha, a condição média é indicada pela 1030
curva preta e a melhor condição pela curva azul. A gente pode observar que a
condição média e a condição, a melhor condição de diluição atingem a diluição
de cento e cinqüenta vezes numa distância inferior a cem metros, somente pra
pior condição ambiental é que você necessita de uma distância maior, você
precisa de cento e cinqüenta e três metro para o enquadramento. 1035
Essa tabela resume esses resultados, mostrando a distância do
enquadramento para cada um dos parâmetros do efluente, o sulfeto a cento e
quarenta e três metros, o cianeto a cinqüenta e um metros, e os demais
componentes em distâncias igual ou menores do que dez metros. 1040
Essa figura mostra então em escala qual é a região na qual ocorre o
enquadramento do efluente né? Essa região tem um raio de cento e quarenta
e três metros, então além dessa região o efluente encontra-se enquadrado de
acordo com a legislação. 1045
33
Esse aqui é um resultado de uma modelagem chamada modelagem de campo
afastado, é uma modelagem probabilística e mostra a pluma do sulfeto na
situação de verão e esse resultado foi o resultado que apresentou a maior
extensão da pluma, na pior condição de diluição. A pluma tem aí um tamanho 1050
máximo de mil e seiscentos metros e para além do circulo preto ela já se
encontra enquadrada, ela tá sendo apresentada aí simplesmente pra
visualização e nós estamos apresentando até uma diluição de quinhentas
vezes o que corresponde a uma concentração de zero vírgula seis miligramas
por metro cúbico de sulfeto. 1055
Bom, então as nossas conclusões são que pra um sistema difusor como esse
que foi proposta com sessenta metros de comprimento e onze RISES na pior
condição ambiental o enquadramento ocorre numa distância de cento e
quarenta e três metros, a maior dimensão da pluma observada até uma 1060
diluição de quinhentas vezes foi de mil e seiscentos metros e isso na pior
condição ambiental e em todos os cenários probabilísticos e outros cenários
chamados determinísticos realizados em nenhum deles se observou a pluma
atingindo a costa com diluições da ordem de quinhentas vezes, lembrando que
para o enquadramento é necessário uma diluição de cento e cinqüenta vezes. 1065
É isso e obrigado.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Bem então muito obrigado aí, pela a
apresentação do Marco e registrar também a presença aqui na nossa
Audiência da Presidenta da Associação de Moradores de Sambaretiba 1070
senhora Miriam Fernandes de Jesus. D. Miriam está? D. Miriam, obrigado aí
pela presença e também da Presidenta da Associação de Moradores da Reta
Velha e Reta Nova, Sandra Ribeiro, D Sandra? Obrigado pela presença.
E agora pra concluir a primeira fase o Carlos Frederico vai fazer uma 1075
apresentação, ele é da PETROBRAS, pra encerrar, que ele é o Gerente de
Relacionamento e Comunicação do COMPERJ. Então após a fala do
Frederico, nós vamos passar a palavra aqui pro Secretário Adelmo vai fazer
uma saudação para as pessoas e em seguida vamos organizar aqui as
34
perguntas, recebemos muitas perguntas já, vamos separá-las, e nesse período 1080
da separação das perguntas vai ser servido um lanche aí pra vocês, tá certo?
Vocês querem um lanche ou não? Então o lanche está mantido tá certo? Será
que tem lanche pra todo mundo? Olha lá hein essa turma tá, tá boca nervosa.
Por favor.
1085
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Bom, boa noite é, vou apresentar pra
vocês um pouco dos projetos sociais da PETROBRAS na região do
COMPERJ.
Como vocês sabem o COMPERJ é um empreendimento muito grande e hoje a 1090
gente tem uma equipe de cinquenta pessoa, mais de cinqüenta pessoas
envolvidas diretamente para ações de responsabilidade social, comunicação e
relacionamento nos município do entorno do COMPERJ, além das pessoas de
comunicação que acompanham a obra.
1095
Hoje nos trabalhamos com quatro programas da PETROBRAS, PETROBRAS
DESENVOLVIMENTO E CIDADANIA, PETROBRAS ESPORTE E CIDADANIA,
PETROBRAS AMBIENTAL e PERTOBRAS CULTURAL, esses programas são
feitos para apoiar projetos indicados aí pelos municípios, projetos que vocês
elaboram e que a PETROBRAS apóia nessas linhas. PETROBRAS ESPORTE 1100
E CIDADANIA as inscrições estão abertas até primeiro de março, pra
indicação de projetos por vocês o site é o site da PETROBRAS
www.PETROBRAS.com.br/selecaoppec, já realizamos algumas caravanas aí
pra seleção, mas todas as regras tão no site e também teremos em seguida
inscrições até abril para o PETROBRAS DESENVOLVIMENTO E CIDADANIA, 1105
eu queria também avisar que além da seleção pública que acontece pra esses
programas nas regiões que a PETROBRAS está ela também apóia projetos
convidados nessas linhas, então mesmo que o projeto seja submetido à
seleção pública e não seja contemplado ele pode ser enviado pra nossa
equipe, que a nossa equipe ajuda aí analisar e a estruturar e pode estar sim 1110
apoiando os projetos que são identificados nas regiões onde a gente está,
principalmente aqui em Itaboraí.
35
Aqui é um pouco do que já fizemos, nós já apoiamos na região do COMPERJ
projetos que atenderam mais de sete mil pessoas através do 1115
DESENVOLVIMENTO E CIDADANIA e já temos aí pra dois mil e doze é,
alguns projetos estruturados que eu vou citar um pouquinho, PROMOTORES
DA VIDA, CONVIVENCIA POSITIVA e MOVA BRASIL e outros, estamos
estruturando já outros projetos, voltados aí pras crianças, pros jovens e pra
capacitação profissional. Já temos aí previsto mais ou menos oitocentas vagas 1120
pra Itaboraí.
O PROMOTORES DA VIDA, também está com inscrições abertas, é só
acessar no site do VITAL BRAZIL que o parceiro que tá junto com a gente aí
nesse projeto que é Vitalbrazil.rj.gov.br/promotoresdavida, esse projeto ele vai 1125
formar jovens e adultos também em diversas profissões voltadas aí pra
trabalhar com animais peçonhentos, a questão ambiental, jardinagem,
paisagismo, monitor ambiental, então acessem que tem mais informações lá e
eu tenho sessenta e quatro vagas previsto pra Itaboraí, estão abertas as
inscrições até março, inicio de março o projeto. 1130
Valorização aí pro lado cultural nós tivemos um projeto de valorização de
cultura já em Itaboraí onde foram identificados os bens materiais imateriais em
Itaboraí é, e vamos começar uma segunda fase agora em dois mil e doze, não
primeira fase já fizemos aí a capacitação de duzentos e quarenta professores 1135
aqui em Itaboraí e para dois mil e doze nós vamos fazer a capacitação de mais
trezentos e cinco professores e sessenta representantes aí dos municípios que
enfim, líderes de Organizações Não Governamentais enfim, então é um projeto
que visa identificar registrar a cultura de vocês e tá divulgando e isso
incentivando o turismo também na região. (Comentários ao fundo, sem 1140
captação clara do áudio).
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Vamos levar, só um instantinho que vamos
levar o microfone pro senhor, por que a sua observação é importante,
pertinente e fica tudo gravado e se o senhor falar e a gente não tiver gravado a 1145
36
gente perde a sua contribuição. O senhor diz o seu nome, por favor.
(Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio)
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não, não, mas diz.
1150
Luis Carlos Casado – Luis Carlos Casado do Fórum Popular, primeira só
essa questão, depois nós vamos discutir a questão. Concretamente nós
ouvimos “Ah a PETROBRAS tá promovendo isso, a PETROBRAS ta
promovendo isso” e a população daqui só ouve, mas não vê, então ou tá tendo
um nível de comunicação é péssimo, e aí deveria tá no site do COMPERJ 1155
explicando isso ou isso aí inexistente, só tá no papel. Então questionamento
que a gente faz é esse, onde tá isso? Em que lugar tá isso, por que. Por
exemplo, disseram que tinha um programa de inclusão digital, eu só vi as
inscrições, não vi uma aula até hoje, pelo menos onde eu moro, não tem uma
aula, só fizeram inscrição. Então esse tipo de coisa tá começando a 1160
desconfiar, tem alguma coisa errada aí meu, ou tem falta de comunicação ou
enfim a gente precisa que essa comunicação melhorar um pouco mais.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Tá certo.
1165
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Obrigado aí pela colocação é sempre
uma oportunidade da gente melhorar os nossos meios e a comunicação e aqui
é um momento que a gente tá podendo trazer a informação, indicando os sites
os telefones e outros meios pra vocês identificarem afinal tem alguns meios
que também eu vou mostrar. (Comentários ao fundo, sem captação clara do 1170
áudio).
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Esse projeto foi uma pesquisa de
arqueológica que aconteceu na região do COMPERJ e nós identificamos,
registra, foram registrados e catalogados diversos materiais e agora em dois 1175
mil e doze nós vamos estar indo as escolas apresentar isso pros jovens, pras
crianças, ensinar a eles sobre a cultura local pra que também possa isso
37
contribuir também pra o turismo e o desenvolvimento do turismo na região.
(Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio)
1180
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Esses são eventos culturais que
acontecem, que a gente trás no município, já conseguimos trazer no final de
dois mil e onze o Cine Arte Sarau e o Cinema PETROBRAS em Movimento
que desenvolve atividades com grupos locais de dança, teatro, musica e então
aconteceu já em Itaboraí também no final do ano. Esses eventos eles quando 1185
acontecem tem uma divulgação com carro de som, enfim, na região.
(Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio)
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Também estamos desenvolvendo, nós
temos aí uma obrigação de quase, é plantar quatro milhões de mudas e nós 1190
estamos desenvolvendo parceria com os hortos municipais, uma primeira ação
que nós já fizemos em dois mil e onze aí foi com as prefeituras com os
representantes do poder público que os responsáveis pelos hortos municipais,
nós fizemos cursos de plantio, de desenvolvimento de mudas, enfim, diversos
cursos voltados para produção de mudas. (Comentários ao fundo, sem 1195
captação clara do áudio)
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Estamos, criamos um grupo de trabalho
também com o representante da prefeitura pra fazer um apoio ao horto de
Itaboraí, já existe um projeto sendo estudado pra nós podermos fazer ações 1200
pra apoiar a infraestrutura do horto local, fazer pesquisa de mudas e
sementes, promover educação ambiental na região, esse tem um exemplo que
nós já acabamos de assinar no fim do ano esse apoio ao horto de Niterói e
podemos ter em breve o de Itaboraí também. (Comentários ao fundo, sem
captação clara do áudio). 1205
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Com relação ao desenvolvimento
regional, nós fazemos um monitoramento com a UFF e com a ONU HABITAT
de sessenta indicadores no município de Itaboraí e outros municípios da
38
região. Também identificamos as questões da região através da equipe de 1210
diálogo social, e nós já estivemos aí, cadastramos lideres, comunidades e
instituições de Itaboraí vinte e quatro instituições agora em dois mil e onze.
(Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio).
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Também é uma forma de levar 1215
informações à equipe pode tá levando informações quando tiver essas
reuniões. (Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio).
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Além da Agenda Vinte e Um, que a
PETROBRAS apoiou a estruturação da Agenda Vinte e Um e agora a gente tá 1220
se reunindo com a Agenda Vinte e Um, fizemos uma apresentação Agenda
Vinte e Um de Itaboraí, agora no final do ano de dois mil e onze que, o site da
Agenda Vinte e Um também tá no ar, é agendavinteeumcomperj.com.br,
também é uma forma de ter informações e foi laçado em junho um plano local
de desenvolvimento de Itaboraí, também estamos analisando, lá também 1225
existem projetos que nós estamos analisando pra apoiar. Projetos que foram
discutidos aí com, com, na comunidade. (Comentários ao fundo, sem captação
clara do áudio).
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Todas essas questões, esses 1230
diagnósticos esses projetos são discutidos também no FÓRUM COMPERJ,
que é um Fórum que o Estado do Rio de Janeiro criou, que a PETROBRAS
apóia também, onde o Estado, Ministério das Cidades, BNDES a Caixa a
PETROBRAS além de instituições acadêmicas, sentam pra conversar sobre,
discutir sobre o que tá acontecendo na região, quais são as necessidades da 1235
região e quais projetos precisam ser desenvolvidos. (Comentários ao fundo,
sem captação clara do áudio).
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Pra isso a PETROBRAS assinou um
convênio com a FGV, Instituição aí importante no Brasil que faz gestão 1240
publica, para acompanhar o projeto, identificar os projetos que existem na
39
região e fazer com que esses projetos cheguem aos recursos e eles andem e
aconteçam, os projetos de infraestrutura na área de educação, saúde, enfim,
mobilidade urbana, transporte, serviços sociais básicos, então esse projeto tá
andando já foi feito a adesão do município de Itaboraí em setembro de dois mil 1245
e onze, em novembro foi feito um seminário com a participação de
representantes do município, Agenda Vinte e Um também tava lá e iniciamos
as visitas às prefeituras em novembro, o município Itaboraí criou uma unidade
gestora municipal em vinte e nove de dezembro, no finalzinho do ano que vai
acompanhar esses projetos com especialistas técnicos aí de cada área. E 1250
agora em dezesseis de janeiro, semana passada, retrasada, tivemos já o inicio
dos workshops, tivemos FGV esteve na prefeitura de Itaboraí discutindo esses
projetos que a prefeitura, alguns já estão na caixa, estão parados e outros já
foram identificados e ainda não iniciaram aí, não foram submetidos aí para a
obtenção dos recursos, a gente vai ajudar e vai acompanhar até que os 1255
recursos cheguem e os projetos saiam. (Comentários ao fundo, sem captação
clara do áudio).
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Esse slide pra mostrar que a obra vai
gerar vinte e cinco mil empregos, porém a região segundo estudos da FIRJAN 1260
pode gerar, pode ter até cento e cinqüenta mil empregos, a partir do pólo
petroquímico instalado, toda uma indústria de fabricação de plástico pode ser
instalada na região, depende dos municípios, dos empresários locais estarem
investindo nesse setor. (Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio).
1265
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Pra ajudar as empresas locais a
PETROBRAS assinou um convênio com o SEBRAE e está promovendo
diversos cursos esses empresários e empreendedores individuais também em
Itaboraí nós já tivemos vinte e dois eventos realizados mais de mil
participantes, temos trinta e quatro empresas de Itaboraí cadastradas no 1270
convênio e mais de duzentos e setenta empreendedores individuais
cadastrados no município de Itaboraí que estão participando desses eventos, e
eles continuam agora em dois mil e doze, esses eventos a divulgação é feita
pelo SEBRAE, então é entrar no site do SEBRAE vai tá lá os eventos, assim
40
que tiverem marcados as datas. (Comentários ao fundo, sem captação clara do 1275
áudio).
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Fazemos também uma orientação para
o cadastramento dessas empresas na PETROBRAS, então agora em trinta e
um de janeiro e dois de fevereiro nós vamos ter palestras pra ensinar como se 1280
cadastrar na PETROBRAS, maiores informações também podem ser obtidas
pelo zero oitocentos, vinte e oito, vinte e um, cinco, cinco, meia e pelo site,
cadastro. PETROBRAS.com.br essas palestras vão ser no centro de
integração em São Gonçalo, que é um prédio da PETROBRAS lá em São
Gonçalo onde acontece qualificação profissional. 1285
Então sobre qualificação profissional nós já treinamos na região oito mil
pessoas, nós agora nesse ciclo, dois mil e onze, dois mil e doze, estamos
treinando mais quatro mil pessoas de um total de trinta mil que nós vamos
treinar na região para as obras e também para outras empresas que estão 1290
necessitando de mão de obra na região.
Itaboraí já tivemos novecentas pessoas que já participaram desses cursos em
vinte e uma categorias profissionais. (Comentários ao fundo, sem captação
clara do áudio). 1295
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Esse projeto, PROFISSÕES DO
FUTURO é um projeto que vai às escolas agora em dois mil e doze,
apresentar pros jovens as oportunidades que estão sendo geradas na região,
é caldeireiro, é desenhista, é projetista, eletricista, diversas profissões que vão 1300
ser necessárias e que a gente vai apresentar para os jovens. Informações
também estão no site profissoesdefuturo.com.br.
Nós fizemos uma, voltando aqui, fizemos uma pesquisa que demonstrou que
mais de cinqüenta por cento de pessoas que participaram do nossos cursos 1305
conseguiram empregos após os cursos. Nós estamos com um projeto de levar
essa lista de pessoas que foram qualificadas para as empresas da região e
41
para aquelas empresas contratadas pela PETROBRAS, pra que elas busquem
nessa lista também as pessoas para elas contratarem.
1310
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Nós temos um jornal que ele é
distribuído mensalmente mil e quatrocentos exemplares aqui em Itaboraí, mais
ou menos, sessenta pontos, e ele tá em todas as edições, tudo, tudo o que a
gente já publicou até hoje estão disponíveis no site da PETROBRAS /comperj.
Ele se chama COMPERJ informa, todas as edições estão lá pra download em 1315
pdf e ela, assim, essas edições também ajudam a divulgar o que a gente tá
fazendo, as datas para inscrições é os projetos sociais, tudo sai nesse
jornalzinho. Por fim temos o zero oitocentos, que o zero oitocentos sete, oito,
nove, zero, zero um, opção quatro é só sobre o COMPERJ. (Manifestação sem
identificação e baixa clareza do áudio). 1320
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Bom, é, eu, deu pra ouvir, se alguém
quiser. Quer o microfone?
Cimar: Boa noite, meu nome é Cimar eu moro em Sambaitiba, desde a 1325
implant.., do começo da implantação do COMPERJ a gente vem
acompanhando o que vem acontecendo ao nosso redor, entendeu? Esse zero
oitocentos que você disse aí a gente vive ligando pra lá cara, não resolve, não
retornam pra gente entendeu? Os carros continuam passando em alta
velocidade nas ruas secundárias, quando eles fogem do engarrafamento da 1330
via principal entendeu? E a gente reclama, reclama e não tomam providencia
nenhuma. Hoje a gente tem que construir quebra mola do nosso próprio
esforço, entendeu? Manter as nossas crianças trancadas dentro do nosso
terreno, por que os carros bicho, uma hora vai chegar, vai acontecer uma
tragédia entendeu? Então em relação a esse zero oitocentos aí, é complicado 1335
você falar dele entendeu? Por que a gente vive ligando, entendeu? E outra
coisa, a gente não reconhece a D. Miriam como uma Presidente de Associação
de moradores, entendeu? O presidente da Associação de Moradores de
Sambaetiba é Adevan e do Alto do Jacu é Solange, tá bom? Pra ficar bem
claro aqui, que vocês tão até promovendo presidente de Associação de 1340
42
Moradores aí, tão inventando Presidente de Associação de Moradores, tá ok?
É o que eu tenho pra falar.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Então muito obrigado, muito obrigado
senhor Cimar, o senhor trouxe duas informações importantes aqui, primeiro 1345
que o objetivo aí do telefone zero oitocentos que é pra atender a população
não está funcionando, com isso eu já vi a turma anotando e vai ser cobrado
deles, e que diga a informação lá da senhora Miriam. Eu peço desculpas a
vocês da Associação de Sambaetiba, mas quando nós fazemos aqui as
referências as pessoas presentes é que foi preenchido dessa forma na, lá na 1350
entrada, tá certo? Então, já fica feito aqui o registro do senhor Cimar, eu peço
desculpas a vocês aos colegas e agradeço a apresentação do Frederico e
vamos depois avaliar a, vamos avaliar ai senhor Cimar, senhor Cimar, vamos
avaliar se esse zero oitocentos vai entrar em função lá na região. Muito
obrigado Frederico. Senhor Luis Carlos aquela observação que o senhor fez, 1355
tá o senhor ficou satisfeito com a resposta?
Luis Carlos – Alô, olha só, deixa eu pegar aqui o meu, é, olha só, eu faço
parte do Fórum Popular em Itaboraí, o Fórum foi criado por vários moradores e
entidades da cidade em função justamente de um problema de comunicação 1360
da atual transparência da PETROBRAS e em termos de tudo, a população
infelizmente não tem acesso a PETROBRAS tá? Infelizmente nós precisamos
é, por exemplo, pra essa Audiência Pública aqui, se você quiser acessar o
relatório RIMA tem que tomar senha, que a população não tem vocês tem
senha? Tem, vocês tem senha? Tá? Então isso é um problema, e aí a gente 1365
começa a desconfiar, eu sou daquele defensor da PETROBRAS e eu defendo
COMPERJ eu acho que o COMPERJ tem que ser feito e eu defendo a
PETROBRAS com certeza, que é patrimônio do povo brasileiro, mas,
entretanto a população de Itaboraí, tá assim apavorada, por exemplo?
Aumento de quinhentos por cento nos problemas respiratório na cidade tá? O 1370
número de crianças sendo atropelada na cidade aumentou barbaramente.
Enfrente ao CIEP quatrocentos e quinze, só esses últimos dois anos eu contei,
eu contei, a gente tá levantando esses dados, quase dezoito atropelamentos e
43
assim, crianças de nove anos, inclusive minha sobrinha morreu em função de
um atropelamento desse. O hospital público né? A saúde pública da cidade 1375
vocês sabem que diminuiu o numero de leito ao invés de aumentar pra ir a
população, aumentou. Então a gente tem esses dados são absurdos e
começaram a mobilizar a população, sim, fora saneamento, as promessas
foram feitas até agora. Eu acho que o tema que eu to levantando, o tema
obviamente não é o da Audiência eu vou entrar no tema da Audiência, mas no 1380
momento né? Ou já podemos fazer isso? Já podemos, se eu poder eu queria
levantar algumas perguntas.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: É, as perguntas senhor Luis Carlos.
1385
Luis Carlos – Não, não, assim, num.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: A gente vai fazer no debate, até porque, eu
só me referi que o senhor tinha feito um comentário, eu perguntei se o senhor,
se o senhor em relação ao comentário, o senhor tava satisfeito em relação a 1390
resposta.
Luis Carlos – Não, não, eu acho que a comunicação tem que melhorar e
muito.
1395
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Mas isso é o objetivo da Audiência, vocês
justamente trazerem essas questões né isso? Tá? Então na parte do debate a
gente.
Luis Carlos – Depois então a gente vai abordar o assunto da gente. 1400
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Na parte dos debates a gente sai
exaurindo todas as questões.
44
Luis Carlos – Então deixa só eu fazer uma propaganda? Aí galera, olha, dia 1405
quatro agora no CIEP de Itaboraí o Fórum tá se reunindo, quanto mais gente
vier, com mais reivindicação, mas a gente pode levantar e levar pro Ministério
Público, levar pra PETROBRAS que organizado nós conseguimos. Sabemos
que infelizmente nossas representações tem sido péssima, então ou a gente
faz né? Até às vezes a PETROBRAS não é culpada por que ela não sabe, por 1410
exemplo, ela não sabe que, só um detalhe uma coisa importante, eu vi a
PETROBRAS falando em defesa do patrimônio né? Histórico, o primeiro túnel
ferroviário deste país está nesta cidade e esse túnel está caindo por culpa
direta do impacto dos caminhões do COMPERJ e dois, esse túnel tá hoje
alagado como foco do mosquito da dengue lá em Caxi, é, lá em Porto das 1415
Caixas, por que fecharam eu não sei por quê. Entendeu? Então nós tomos um
patrimônio que não é só da cidade de Itaboraí, mas do povo brasileiro sendo
destruído por isso aí, ele tá preste a cair e a gente pede a prefeitura né? A
gente pede a PETROBRAS enfim, tamo pedindo, e olha, até agora ninguém
ouviu, tá? Então a gente, aqui tem um documento conforme eu vou passar, 1420
mas isso são patrimônios da nossa cidade então, os buracos, nós estamos
cheio de buracos né? Quem que mora aqui sabe que é poeira, poeira, poeira,
poeira, poeira, nós da COMPERJ até agora só vimos sabe o que? Comemos
poeira, mas nada.
1425
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Então tá bem Seu, qual é o horário da
reunião Seu Luis Carlos? Qual é o horário da reunião? O senhor falou que é
dia quatro, peraê, peraê....
Luis Carlos – Ó, dia quatro às quatorze horas no CIEP Itaboraí, é bom todo 1430
mundo participar, falou galera?
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Tá certo. Deixa ele falar.
Sr. Heleno – Boa noite gente, eu sou Heleno do Engenho Velho, sou da 1435
Agenda Vinte e Um. É, eu vi um pessoal de Calundu levantar e ir embora, isso
45
aqui é do nosso interesse, se a gente começar, se a gente não tá entendendo
procurar conversar, e tá entendendo o que tá acontecendo. Esse pessoal de
Calundu está numa área impactada pela, pelo empreendimento, o duto vai
passar por dentro do Bairro Calundu, tá, foi colocado ali, então ninguém arreda 1440
pé daqui, ninguém arreda pé daqui até acabar por que Engenho Velho, tá aqui
olha, Engenho Velho, Reta Nova, Pico, Calundu, Itapacorá, Cabuçu, então a
gente não sabe onde vai passar esse, esse duto, então ainda não foi dito onde
vai passar, nem a rua a gente sabe. Possivelmente alguma pessoa que vai ser
afetada pelo, diretamente pelo duto que vai passar exatamente em cima do 1445
terreno, embaixo do terreno onde a pessoa está morando um desses que saiu
aí pode tá sendo afetado. Então as pessoas não entenderam, se não
entendera, permaneça que vai ter debate, daqui a pouco vai ter debate e os
debates vão esclarecer, todos nós vamos sair daqui entendendo tudo,
ninguém. 1450
Interrompido o áudio....
Adelmo Santos – Secretário de Meio Ambiente de Itaboraí: Oi. É, olhando
daqui parece que esvaziou mesmo, viu Heleno. Bem, boa noite a todos, boa 1455
noite aos componentes da mesa. É, eu gostaria muito de estar, hoje aqui
nessa audiência pública, trazendo uma... Ela não quer que eu vô embora não.
Não vou mesmo trazendo um, um pedido. Até porque eu acho que é o anseio
nosso, da população. Me refiro até aqui ao Carlos, viu Carlos. Nós precisamos
de uma audiência pública, que esteja atento às questões técnicas. Assim diz a 1460
lei. Mas eu acho que a linguagem, a didática, deve ser colocada numa
linguagem mais popular, pra que todo mundo entenda, pra que todo mundo
saia daqui com poucas dúvidas sobre o que acontece. A Secretaria do Meio
Ambiente do Município de Itaboraí hoje, podemos assim dizer, não é Doutora
Denise, é um órgão auxiliar do INEA. Nós promovemos e fazemos 1465
licenciamento ambiental, não desse porte, mas os nossos técnicos hoje estão,
é... aptos, além da sua formação. Nós temos engenheiros, biólogos, gestores
ambientais, a entender o que se fala numa audiência pública. Mas, quero
nesse momento colocar a Secretaria de Meio Ambiente justamente pra ligar
46
essa teclinha SAP. Alguém que não entendeu? Que tem dúvidas, que não 1470
consegue estar no INEA e que não consegue chegar à Petrobras, que procure
a Secretaria do Meio Ambiente, que nós estamos lá à disposição justamente
pra poder fazer. Eu trouxe hoje uma equipe nossa que está aqui, técnicos,
fiscais, acompanhando essa audiência pública nesse sentido. E gostaria de,
então nesse momento, agradecer em nome da Prefeitura, em nome do Prefeito 1475
Sérgio Soares a presença de todos e já deixar uma pergunta, se assim for
permitido, pra Professora Leonora, que indique qual o nível de risco e de
garantia de sobrevida dessa tubulação que vai ser enterrada. Quanto tempo
essa tubulação existe? Garantia de sobrevida dela sem manutenção? De
qualquer forma, volto a dizer pra vocês, agradeço aí a presença de todos. 1480
Muito obrigado. - palmas –
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bom então agora, enquanto nós
organizamos as perguntas que vocês fizeram, vamos dar dez minutos de
intervalo. Já tá servido o lanche ali fora e nós voltamos em dez minutos. Muito 1485
obrigado. E vocês podem fazer as perguntas e entregar aí no papelzinho.
Intervalo....
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Bem, então vamos recomeçar a 1490
audiência, nessa segunda fase que é a fase dos debates, das pessoas que se
inscreveram aqui, das que encaminharam perguntas, e também aqueles que
vão fazer as suas intervenções aqui na audiência. Então, o pessoal já está
chegando aí? Já tá todo mundo a postos? Nossa mesa já está formada. Então
vamos recomeçar. 1495
Entre as pessoas que enviaram um pedido para a CECA, e que esteve
presente na reunião e na audiência pública de ontem, eu gostaria de destacar
aqui o Sr. Alberto Ferraz. Muito obrigado. E que está presente hoje também,
fez a sua inscrição para a audiência de ontem e fez também a sua inscrição 1500
para a audiência de hoje. Então nós vamos abrir aqui os debates, Sr. Roberto,
47
que é secretário da Fapesca aqui do Rio de Janeiro. Vamos abrir os debates
com o seu comentário. Ontem nós falamos sobre o tamanho, a extensão do
duto marítimo. Então hoje o senhor está aqui valorizando a audiência. Muito
obrigado. E a turma está pronta pra escutar seus comentários. Muito obrigado. 1505
Por favor. Obrigado aí pela delicadeza que o senhor teve de encaminhar pra
CECA um resumo da audiência de ontem. Depois eu vou passar para a
Petrobras também. Muito obrigado.
Sr. Alberto Ferraz: - Obrigado. Boa noite a todos e a todas. Hoje eu não vou 1510
me ater sobre a pesca totalmente. Primeiramente eu sou Alberto Ferraz. Eu
sou da Fapesca – Federação de associações de pescas artesanais do Estado
do Rio de Janeiro. Como visto, nossa federação abrange todo o Estado do Rio.
Então ontem atuamos em Maricá. Hoje estamos aqui. Ontem falamos sobre a
pesca. Hoje vamos falar sobre a sociedade. Sobre as comunidades 1515
desenvolvidas. Mas para entrar nesse assunto, eu tenho em mãos aqui uma
parcela só do relatório do IBASE da pesquisadora Natália Gaspar, onde eu
vou ressaltar alguns itens que separei. Não vai ser tudo que eu vou ler; só
algumas coisas aqui que eu separei que falam diretamente das comunidades
do entorno. Então esse relatório tem os limites de potencialidade de controle 1520
social dos processos de licenciamento ambiental, no caso o COMPERJ e
também da TKSSA, coisa que não tem nada a ver aqui, mas tem, futuramente.
O meio dessa iniciativa, a website do observatório pré-sal, indústria extrativista
mineral constitui ferramenta de articulação entre organizações de viabilidades 1525
de lutas e atingidas pelos grandes empreendimentos de setor de informação e
de qualificação de debate público. É o que estamos fazendo hoje. Através da
website do observatório pré-sal e da indústria extrativista mineral, observamos
e conferimos a viabilidade dos impactos sociais, ambientais e industriais
extrativistas minerais e de suas cadeias produtivas, em vista de trazer essas 1530
questões para o debate mais amplos das sociedades sob um modelo mais
amplo de desenvolvimento do país, permitindo a sua potencialização também
pelas populações urbanas e não diretamente atingidas por esses impactos.
Nesse sentido, a articulação dos elementos visando o desenvolvimento de
48
uma praxe de monitoramento de controle social, é a tática que elegemos. Já 1535
existem mobilizações contra a TKSSA por parte dos moradores das áreas
atingidas, e ONGs e participações ativas e parlamentares ligados ao Rio de
Janeiro. Acontecem em várias audiências públicas em que foram relatados
maus tratos a funcionários, perseguições a pescadores da região, aumentando
os problemas respiratórios de idosos e crianças e violência contra os que se 1540
opõem aos avanços da companhia.
O que quer dizer isso? Isso aqui é o reflexo daqui alguns anos quando as
indústrias estiverem funcionando. Problemas respiratórios que podem
acontecer, problemas que podem estar acontecendo até hoje com algumas 1545
coisas. Então, isso aí a gente tem que ficar atentos. Não adianta a gente falar
sobre os dutos só ali. Não, nós temos que falar sobre a sociedade, nós temos
que falar sobre as doenças que podem vir futuramente. No caso COMPERJ,
também há mobilização dos pescadores e moradores da região, que acusam o
empreendimento de inviabilizar a pesca, apenas um dos violentos impactos 1550
socioambientais inerentes a um empreendimento de tamanho porte. O que por
conta dos desníveis das forças envolvidas e dos diferentes interesses que se
apresentam às comunidades no entorno do empreendimento – sindicatos,
Petrobras, BNDES – são poucos discutidos pela sociedade. Falta a
viabilidade, a maior comunicação tá faltando. Hoje foi falado sobre isso. Assim 1555
sendo, com esses objetivos, o recorte estratégico para os estudos no caso
adotou como ponto de partida os processos de licenciamento ambiental
desses empreendimentos. O processo de licenciamento ambiental tem se
constituído em um espaço legítimo de luta em torno dos usos de recursos
naturais na concepção do mesmo de desenvolvimento durante o qual podem 1560
ser articuladas alianças entre sujeitos sociais interessados nos mais diversos
níveis. Mas cujos resultados ainda costumam ser fortemente influenciados
pelas relações de poder entre as partes envolvidas. Ao mesmo tempo em que
a institucionalização do processo de licenciamento ambiental é o resultado de
lutas no sentido de estabelecer o controle social sobre a implantação de 1565
grandes estabelecimentos industriais. O espaço destinado à participação da
sociedade dentro desse processo de um acordo entre a doméstica dos
49
conflitos através da imposição e irracionalidade empresarial e governamental
sobre a temporalidade e do conflito social. Por outro lado, a mobilização da
sociedade junto ao ministério público – Por falar em ministério público, hoje 1570
estamos outra vez sem a presença do ministério público. Em uma audiência
pública tem que ter o ministério público. Nós gostaríamos de saber o porquê, a
razão da não-presença do ministério público pra representar o povo. Ele tem
que estar aqui pra representar o povo, atender as nossas reivindicações.
1575
Recentemente a perspectiva do controle social sobre o processo de
licenciamento tem se ampliado através da participação do poder legislativo,
através da formação das comissões especiais e da realização das audiências
públicas, geralmente nos casos em que são flagrantes não só os efeitos
nocivos dos empreendimentos ao meio ambiente e à população, mas também 1580
em que a posta da dúvida e a capacidade dos órgãos competentes em fazer
valer a legislação e garantir a prevalência do bem comum. No caso da
implantação da Companhia do Atlântico sul, na Baía de Sepetiba, no estado do
Rio de Janeiro, há um paradigma nesse sentido, embora o COMPERJ também
seja objeto de comissão especial na Alerj. Já está em estudo na Alerj há algum 1585
tempo já.
Cabe ainda antecipar uma das conclusões desse debate, por exemplo, um dos
objetivos desse relatório, ambos dos empreendimentos em estudos estão
sendo licenciados em esfera estadual inicialmente pela Fundação em 1590
Engenharia e Meio Ambiente, o FEEMA e a partir de 2009, pelo Instituto
Estadual do Meio Ambiente, o INEA. A falta de transparência e informação isso
é latente sobre os diversos processos de licenciamento ambiental relacionados
à implantação desses empreendimentos. A dificuldade por acessos – acessar
os estudos, relatórios, licenças, termos de referências e demais documentos 1595
que deveriam ser disponibilizados para a sociedade de maneira sintetizada e
de mais fácil compreensão constitui por aí elementos relevantes a limitação do
exercício do controle social de da cidadania. É minha gente. É isso aí.
50
Sendo assim, um dos objetivos primeiros desse trabalho é disponibilizar aos 1600
atingidos pelo empreendimento e suas organizações o apoio dos trabalhos
dessas empresas, seus sindicatos e associações aos movimentos sociais e a
sociedade em geral, resultado de um esforço de pesquisa e sintetização de
diferentes documentos produzidos e ambos do licenciamento do COMPERJ e
da CSA, dentro das limitações de recursos disponíveis, que passam a ser 1605
apropriados. Estou acabando já. Rapidinho. Falta mais uma coisinha só e nós
vamos encerrar pra gente não prolongar muito.
A obtenção de licença ambiental que produzem construções, funcionamento e
investimentos por parte do COMPERJ, comportam na verdade vários 1610
processos de licenciamento ambiental. Já foi dito hoje aqui, né? O
acompanhamento no legislativo dessas audiências públicas, a implantação do
COMPERJ vem sendo objeto de criação de diferentes comissões especiais
pelo poder legislativo pela Assembléia do Poder Legislativo do Rio de Janeiro,
a ALERJ. Foi constituída uma comissão especial para discutir a constituir a 1615
interlocução com os municípios que sofrem influência do COMPERJ junto à
Petrobras que realizou a audiência pública no dia 30 de maio presente no ano
passado, em 2011. Ao longo dessa audiência houve uma grande explanação
da secretaria, do secretário do meio ambiente Luis Carlos Minc, sobre a
compensação ambiental negociada com o empreendedor. Engraçado, né? A 1620
pesca até hoje não viu nada. A sociedade até agora não viu nada. Como é que
fica isso? Por parte das diferentes organizações sociais, os impactos
ambientais sobre a Baía de Guanabara, dos impactos das instalações dos
dutos, a falta de participação democrática durante o processo de elaboração
da agenda 21 e da exclusão dos pescadores durante a discussão do 1625
licenciamento. Na câmara dos vereadores de São Gonçalo foi realizada uma
audiência pública sobre os impactos do COMPERJ, sobre a mobilidade urbana
do município, surgindo um questionamento por parte dos moradores dos
bairros de Itaoca e do Largo da Ideia, a respeito dos impactos sobre os seus
locais de moradias foram criticados, também os eleitos não só do COMPERJ 1630
mas de outros empreendimentos da Petrobras sobre as condições de vida e
trabalho dos pescadores da Baía de Guanabara. Esse é o relatório. Agora tem
51
mais duas coisinhas. Os pesquisadores – outra vez eu ataco os
pesquisadores. Primeiro, erraram sobre a fauna de Maricá. Lá não temos só
aquela meia dúzia de peixes que se apresentou. Nós temos olho de cão, nós 1635
temos vermelho, nós temos arraia e outras espécies. Ali naquela região ali
temos vários pesqueiros naquela região. Se vocês não pesquisaram, ali temos
pesqueiros de pargos, pesqueiros de tainha. Temos ali naquela região onde
vai ser despejado o duto. As porcarias que vêm do COMPERJ para jogar lá na
nossa Baía, nas nossas praias. Não é isso? E outra coisa também sobre a 1640
temperatura. Vinte e seis graus Celsius em fevereiro. A nossa mínima lá é 35
graus. A mínima lá é dezessete, dezoito graus. A nossa máxima é 35, 38. Não
vinte e seis. Essa temperatura é temperatura de serra, não de Maricá que é
uma área praiana. Por isso é que eu digo. A pesquisa é mal feita. Não tem
perguntas, não pesquisam direito. Falta uma iniciativa melhor. Vamos estudar 1645
melhor. Vamos perguntar à população, vamos chegar junto aos pescadores.
Onde são os pesqueiros, como é que se faz. Entendeu? É isso. Eu falo isso
porque eu também sou pesquisador. Eu sou gestor e diretor ambiental além de
pescador. Muito obrigado pela atenção.
1650
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Muito obrigado, Sr. Roberto. Então o Sr.
Roberto falou sobre vários assuntos aqui. Se o senhor puder deixar o
documento, a gente anexa ao processo. E os colegas do EIA-RIMA poderão
responder os comentários sobre a temperatura, sobre a qualidade dos
efluentes que vai ser lançado. Seu Roberto, em relação à compensação 1655
ambiental, que também é uma pergunta do nosso colega Anderson. Isso, isso.
Então, em relação às compensações ambientais que elas são cobradas de
empreendimentos como esse, que têm EIA-RIMA, que têm uma audiência
pública, tem uma legislação federal, que até se eu não me engano o Sr.
Albertone mencionou que define como são essas compensações. Aqui no 1660
nosso estado, nós temos uma regra, que ela é de 0,5% a 1,0% do
empreendimento. Só que nos últimos licenciamentos, o estado, o secretário
andou fazendo umas compensações também para a turma da pesca. Então, é,
mas vocês terão boas notícias aí brevemente, tá certo? Então, isso aí é uma
das coisas que eu posso adiantar a vocês, que é a pergunta, uma das 1665
52
perguntas do Anderson também, além daquelas compensações já da
legislação, outras compensações seriam exigidas. Algumas entraram até como
condicionante da licença, como saneamento. Esse projeto aqui, ele, uma
exigência da licença prévia foi o saneamento dos municípios por onde
passasse o emissário. Então, a informação é que são 160 milhões pra 1670
saneamento em Itaboraí e Maricá. Quer dizer, isso vai trazer um benefício para
toda a sociedade. E outras situações também, que com o passar dos
licenciamentos vão acontecendo. Mas isso eu posso informar a vocês que foi
um documento que constou da licença, e tudo que o senhor disse, todos os
documentos ambientais, eles são públicos. Todos nos podemos acessar. 1675
Todas as licenças, a ata dessa audiência, a transcrição da ata. E tudo isso
está na página do INEA também. Não, não. Na página do INEA não precisa
senha. Não, na página do INEA não precisa senha. O senhor pode ir lá, se
alguém tiver aí e quiser fazer um teste. Não precisa senha. A senha é só ligar
o computador e (emite som com a boca), tá bom? 1680
Então tá tudo lá. Esse espaço aqui é importante pra vocês saberem que vocês
podem acompanhar dentro de uma semana a ata dessa audiência tá lá. Até
dez dias nós temos a transcrição. Transcrição é o que vocês estão vendo aqui.
Tudo o que nós falamos aqui é gravado. Tudo o que o senhor falou é gravado. 1685
Depois, a empresa dessa turma que está filmando aqui, eles fazem a
transcrição, eles passam para o papel. É um documento enorme, ele é
anexado ao processo. E isso fica também no, lá na página do INEA. Eu não
posso falar lá da página da Petrobras porque eu não sei. Mas eu acredito que
as informações do EIA-RIMA também estão lá, do EIA. Mas na página do INEA 1690
com certeza tem lá. Faço um convite para o senhor para amanhã dar uma
ligadinha lá pra CECA depois de, porque lá não precisa senha não.
Agora, as perguntas que ele fez em relação à temperatura, à qualidade do
efluente, à preocupação do que sai do efluente prejudicar o trabalho lá da 1695
pesca, eu queria que vocês fizessem uns comentários, principalmente da
questão da temperatura que eu vi que ele ficou bem preocupado com isso e
também dos peixes.
53
Albertone Sant’ana - Cepemar: - Sr. Roberto Ferraz, o senhor tem uns 1700
pontos aí que é importante esclarecer. Mas antes eu queria explicar que as
informações que entram no estudo de impacto ambiental, elas têm algumas
origens específicas. Elas são informações coletadas durante a elaboração do
estudo de impacto ambiental. Os técnicos vão a campo, analisam as amostras
e com base nisso escrevem o relatório, o estudo de impacto ambiental 1705
propriamente dito. Ou elas são frutos de publicações anteriores na área ou
elas são frutos de uma coleção de museu, coleções biológicas e de outra
natureza, que servem de dados pros técnicos escreverem o estudo de impacto
ambiental. pra região de maricá – isso pra responder sua pergunta sobre a
fauna de peixes. Pra região de Maricá especificamente, a gente tem uma 1710
carência muito grande de informação sobre a fauna de peixes. Digo a
informação na forma de publicação em tese de mestrado, doutorado, coleções
de museus, e outras mais. A gente tem alguns estudos no Brasil que estão
disponíveis, que são para regiões mais profundas e que vão caracterizar uma
fauna de peixes diferentes daquelas que as comunidades dali pescam, que aí 1715
já são alvos de uma atividade pesqueira industrial, que eu acho que não é a
atividade que o senhor está se referindo ali na região de Maricá propriamente
dita. Com base nessa carência de informação e a necessidade de se ter
informações sobre a fauna de peixes no estudo de impacto ambiental, foi feita
uma coleta. E essa coleta jamais terá o objetivo de suprir ou de cobrir todo o 1720
conhecimento que os pescadores têm de anos pescando na mesma região,
nos mesmos pesqueiros, trazendo um conhecimento grande dessa região.
Então, esses resultados de peixes marinhos que eu apresentei são fruto dessa
campanha específica que foi feita para o EIA-RIMA. E lá naquela ocasião foi
encontrada aquela quantidade de peixes. Obviamente que se os pescadores, 1725
ao longo de um tempo, voltarem a campo e forem amostrando, obtendo
amostras melhores, mais fiéis à realidade, em épocas diferentes do ano, eles
vão trazer informações bem mais completas, mais profundas e isso
provavelmente o plano de estudo, o plano de monitoramento ambiental seja
esse enriquecedor de informações da região, para todos os conjuntos de 1730
parâmetros que vão ser analisados ali na região. Então realmente o estudo
54
prolongado dessa quantidade de peixes vai trazer mais informação sobre ela e
certamente vai valorizar mais esse conhecimento popular que os pescadores
têm sobre a fauna local.
1735
Agora, é importante lembrar que na caracterização da comunidade pesqueira,
a comunidade pesqueira foi consultada e foi ouvida. A comunidade pesqueira
indicou onde são as áreas que eles lançam as redes de espera, onde são as
áreas que eles usam cada tipo de petrecho específico que foi identificado na
região. Então, esse conhecimento também é de posse do estudo de impacto 1740
ambiental e está citado lá no estudo de impacto ambiental, que também
enriquece todos esses dados de coleta de amostragem que a equipe foi a
campo. Sobre a observação da temperatura da região, os dados de
temperatura que estão disponíveis pra região são dados da Marinha. O banco
de dados da temperatura, não só de temperatura, mas dados de vento, dados 1745
de insolação, de precipitação, quantidade de chuva na região. A maior parte
dos dados atmosféricos pra região ali são fornecidos pela Marinha. E eles são
dados de uma série histórica bem longa – geralmente essas séries históricas
são de trinta a cinquenta anos. Elas sofrem uma correção estatística pra retirar
os erros e terem valores bem significativos pra região, e são esses dados que 1750
foram usados, com valores de 26 graus como mínima pra região. Tá ok? Então
são os dados disponíveis pra gente, são os dados confiáveis fornecidos pela
Marinha e que apresentam esses valores que estão apresentados no estudo
de impacto ambiental. Bom, era o que eu tinha pra responder sobre as
questões que o Sr. Roberto colocou. 1755
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Eu acho que o plano de monitoramento
ambiental ao qual você se referiu, por ser mais detalhado, isso já pra fase da
LI que é apresentada. Eu acho que isso aí que ele, que tem gente aqui que
também perguntou, alguns colegas perguntaram “E o plano de educação 1760
ambiental, o plano de monitoramento, o plano de contingência, os planos de
emergência?” Muitas perguntas aqui vieram “E se houver um vazamento, um
derrame?” Isso vai estar coberto pelos planos de emergência e pelos planos
de contingência, que vão ser exigidos pelo INEA em uma fase posterior. Por
55
que isso, seu Roberto? Porque eles não têm a licença prévia ainda. Então 1765
esses estudos mais detalhados, eles são cobrados pelo INEA já em uma fase
posterior do licenciamento, quando já há uma expectativa de prosperar esse
empreendimento, certo? O senhor está satisfeito com a resposta? O
importante é o senhor deixar com a gente o relatório que é passado pra eles
também. 1770
Sr. Alberto Ferraz: - Mais ou menos. Poderia ser mais profundo. Esse estudo
de impacto, ele tem que ser mais profundo. Não adianta só ficar por meio de
fotografias, por livros, por pesquisas bibliográficas. Quando eu fiz a minha
monografia, que foi sobre os manguezais, eu saí em campo. Eu fiquei dois, 1775
três meses dentro do manguezal pesquisando. Eu fiquei dentro do manguezal
pesquisando. Pra fazer a monografia da graduação e depois de pós-
graduação. Então, esse é o caso que a gente tem que é uma questão
ambiental, é uma questão social. Nós temos que aprofundar os estudos.
Quando vocês estão querendo obter uma licença então os estudos têm que 1780
ser profundos para realmente mostrar a sociedade o que realmente está
acontecendo, tá? E mostrar nos relatórios a biodiversidade geral. Tanto no
espaço, como no céu, como na terra, como na água, como na população, nas
comunidades. Esse estudo tem que ser feito realmente em campo. Mas em
campo mesmo. Não é uma ou duas pessoas andando no bairro e pegando por 1785
amostragem, como se é feito pela, como é feita geralmente a pesquisa.
Geralmente é feita assim. Por amostragem. Não por amostragem. Isso é um
assunto sério, isso é um assunto de responsabilidade. Um assunto que
envolve vidas, que envolve saúde. Então nós temos que realmente ir mais
fundo, tá? Aos senhores que são pesquisadores, que são analistas 1790
professores, eu peço isso. Que sejam mais sucintos nas questões, tá ok?
Muito obrigado.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Tá certo, seu Roberto. E tudo isso vai ser
exigido caso prospere o licenciamento. Mas nessa fase não foi feito. Vamos 1795
ver as inscrições que foram feitas. Cada um que falar, se identifica, por favor.
56
Sr. Heleno – Representante da Comunidade: - Meu nome é Heleno, da
Agenda 21. Moro aqui no Engenho Velho. A questão que eu quero esclarecer
aos moradores é que a linguagem é muito técnica. Mesmo o técnico se 1800
esforçando pra falar em uma linguagem popular, muita gente está encontrando
dificuldade pra entender. Mas isso é normal. A gente quer saber quais as ruas
que serão afetadas pelo empreendimento. O nome das ruas. Os moradores
querem saber quais as ruas que vão ser afetadas. “Eu moro na Rua tal”. A Rua
tal vai ser afetada. Então, eu preciso disso aí. Até então ninguém sabe. Outra 1805
coisa: qual vai ser a forma de indenização, desapropriação, compra, seja lá o
que for feito, nesses terrenos onde vai passar o empreendimento? E outra.
Caso o empreendimento afete parte do imóvel, parte do terreno, como é que
vai ser o procedimento? Isso aí vai ficar, o proprietário com a metade do seu
terreno? Eu vou ser desapropriado da metade e aí fico com a outra parte? 1810
Como é que vai ser resolvido isso? São questões prementes dessa
população? Outra. Se as pessoas que moram nas ruas atingidas já foram
notificadas oficialmente que elas serão indenizadas ou sei lá o que vai ser
feito. A notificação oficial. Isso aqui trata-se de um investimento oficial. Porque
falar todo mundo aqui na região sabe que vai passar um duto. Passa um 1815
técnico, “Ah tá fotografando? O que você está fazendo? Estou tirando a
fotografia do lugar porque vai passar não sei o quê.” Então tem fotografia de
tudo quanto é investimento aqui em Itaboraí e as pessoas estão perdidas
nisso. Então, elas querem saber se já foram notificadas e se não foram, que
sejam notificadas. E que esse processo seja feito com muita discussão, com 1820
muito diálogo, com muito entendimento pra evitar que alguém fique no
prejuízo. Já houve no passado, quando começou o COMPERJ, no início do
COMPERJ, quando começou o processo de desapropriação, de compras do
terreno lá onde está sendo construído o empreendimento. Teve um funcionário
da Petrobras que chegou aqui e causou o maior terror naquela região. 1825
Moradores de Sambaetiba e de Alto Jacu que estejam por aqui são
testemunhas disso. O povo ficou apavorado, gente chorando, foi parar gente
no hospital porque enfartou com o terror que foi colocado. Resolveu-se a
situação, a gente se mobilizou. A Petrobras trocou esse funcionário, veio esse
funcionário pra cá e ele está aqui, é um cara até respeitado. Ele veio e 1830
57
respeitou a população. Então não podemos dizer que certas coisas que
aconteçam não são políticas da empresa. Vai muito da questão do
comportamento da pessoa. O Oliver veio, conversou com a comunidade e saiu
a bom termo. Lógico que não vai atender 100%. A humanidade, o ser humano
nunca vai atingir 100% em nada que faz. Mas saiu a bom termo. Por quê? No 1835
começo a coisa foi difícil porque um funcionário não soube tocar o processo.
Então, até agora a gente que mora no bairro do Engenho Velho que é o bairro
onde eu moro – eu conheço muita gente na Reta Nova, que eu sei que vai
passar, conheço muita gente em Pico, conheço pouca gente em Cabuçu - mas
eu nunca encontrei ninguém no meu bairro que tenha sido notificado que vai 1840
ser desapropriado. Então é preciso que a gente tenha muito cuidado com isso.
Se alguém sair prejudicado nisso, não pode ser o morador. O morador não pôs
sua casa à venda. O morador não está vendendo a sua casa. Ele comprou um
imóvel, pagou com sacrifício, trabalhando, suando pra um projeto de vida.
Então, como é que vai ser essa negociação? Quanto vale um projeto de vida? 1845
Você pode chegar lá e dizer “vou te pagar a preço de mercado”. O que é preço
de mercado em Itaboraí hoje? Um lote que valia 20.000 reais aí, um lote com
um imóvel, uma casa que valia 50.000 reais aí, hoje aqui antes do COMPERJ,
Hoje vale R$ 300.000. Criou-se um ágio, uma inflação, e se for desapropriar
pelo preço de mercado, uma pessoa recebe aí o valor de mercado e nunca vai 1850
comprar um imóvel aqui em Itaboraí pra ele morar. Ele vai ter que ir pra depois
do mato, porque no mato ele vale mais que R$ 50.000. Então é preciso que se
tenha muita conversa, muito tato pra que se possa realizar isso. Porque o
único que não pode ficar no prejuízo vai ser o morador. Temos que chegar em
um acordo, que vai ser de repente, ao invés de pagar isso. Agora se a pessoa 1855
quiser o dinheiro, aí é o direito de cada um, tem que ser respeitado. Agora, eu
acho que uma proposta seria reassentamento. “Ah, se meu terreno tem 12X30,
tem uma casa lá tal, tal, tira ele daqui, mas põe em um outro terreno 12X30 ali
com uma casa igual a que ele morava.” Aí ninguém vai sair no prejuízo.
Também não pode ser tão afastado da comunidade onde ele vive, onde a 1860
pessoa tem toda a sua vida. Não pode tirar ele daqui e mandar lá pra Curuzu,
por exemplo. Acho que isso tem que ser respeitado. Essa é a preocupação da
população de Itaboraí. Essa é a pior situação. Tem gente nervosa sem saber o
58
que vai acontecer. Tem gente que hoje está assim: “eu construo, eu continuo a
reforma da minha casa?” “Eu preciso fazer um puxadinho na minha casa. Eu 1865
faço? O que eu vou fazer?” “Eu ia construir uma casinha lá no fundo pro meu
filho que vai casar e vai morar lá nos fundos. Eu faço a casinha lá nos
fundos?” Tem muita gente da comunidade assim, em dúvida, que não sabe o
que fazer. Então precisamos esclarecer isso. Se a gente fizer umas rodadas de
discussão depois dessa audiência pública – a gente realizar uma rodada de 1870
discussão com a comunidade é fácil, a gente já fez muito isso aqui com o
próprio COMPERJ. Nós fizemos várias reuniões. A primeira foi lá em
Sambaetiba, na associação de moradores, no Alto Jacu, na associação de
moradores. A segunda foi aqui nesse CIEP, ali no ginásio. A terceira foi no
Colégio Genésio e aí saímos e fizemos muitas discussões e o resultado foi 1875
positivo. Então vamos voltar a esse entendimento. Vamos conversar com a
população para esclarecer, pra tirar esse desassossego que começa a ser
criado. E hoje, depois dessa audiência pública, pior ainda se a gente não
chegar nesse nível. Então a grande preocupação é essa. Eu queria falar com o
INEA. 1880
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Senhor Heleno, só
Sr. Heleno: - Eu queria falar com o INEA também.
1885
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Senhor Heleno, tudo o que o senhor
falou, parece que vocês combinaram. Tudo o que o senhor Heleno falou e
resumiu de forma muito precisa, muito concisa. Tudo o que o senhor falou tá
aqui.
1890
Sr. Heleno: - Eu moro aqui, rapaz. Eu moro aqui.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - As perguntas da turma toda aí, as
perguntas feitas pelo pessoal de Reta Velha. É Reta Velha, hein o seu?
1895
59
Sr. Heleno: - Reta Nova. Engenho Velho. Picos
Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Reta Velha. Isso. Têm aqui perguntas,
eles querem saber como é que vai ser a indenização. Quanto tempo demora?
Quanto tempo de espera? Sr José Batista: “A Petrobras vai indenizar o 1900
proprietário do terreno? E a casa? Por onde vai passar?” O Sr. José Carlos:
“Gostaria de saber se a Petrobras vai indenizar quem tem dois imóveis? Qual
o prazo para que o imóvel seja desocupado?” Tem um também que o senhor
falou que estava pensando em fazer uma reforma, aí já fica na dúvida. A outra
pessoa já disse “Mas ninguém falou nada pra gente, né?” Também a turma aí 1905
de Reta Velha, exatamente o que o senhor falou, especulação imobiliária subiu
bastante por ocasião do COMPERJ. Pergunto se há um projeto de
desapropriação na Reta Velha. A Dona Maria José de Medeiros, cadê a Dona
Maria José? Então, essas coisas que o senhor Heleno está mandando. “Sou
morador do Morar Feliz.” Onde é o Morar Feliz na Reta Velha? 1910
Sr. Heleno: - É aqui nessa direção.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: - É aqui na direção então. A turma queria
saber se será desapropriada. Então essas informações, pra turma toda que 1915
estão aqui estão com essa ansiedade. Querem saber oficialmente, até porque
se não tiveram informação da Petrobras vai ter uma fonte alternativa, alguém
vai falar uma coisa e isso vai virar um horror. É ou não é?
Sr. Heleno - Já virou. 1920
Antônio Carlos Gusmão - CECA: - O senhor falou que no passado, um
funcionário que não teve habilidade já causou problema. É ou não é? Essas
coisas é que têm que ser solucionadas hoje. Então eu queria nessa bateria de
perguntas e comentários que o senhor fez, como também do seu Eraldo, que 1925
quer saber, que tem muito boato. Cadê seu Eraldo? Seu Eraldo dizendo “Tem
muito boato, a gente não sabe o que vai fazer. Eu gostaria de saber quais são
60
as obras lá na Reta Velha?” Muito obrigado seu Eraldo, pela sua presença. O
seu Nivaldo também, cadê seu Nivaldo? Está aí atrás seu Nivaldo? “Queremos
que a Petrobras melhorasse aí a questão do transporte, que o município está 1930
abandonado, que o prefeito não está.” Enfim, ele fez uns comentários aqui em
relação, quer dizer, a Petrobras não pode responder pela prefeitura. Isso aí a
gente tem que compreender. Mas eu gostaria que vocês dessem uma
tranqulidade para essa turma toda que está aí, no sentido das
desapropriações, locais onde vai passar, locais que não passará o duto 1935
terrestre, portanto dar uma tranqüilidade. Vamos fazer essa divisão então, seu
Heleno?
Sr. Heleno: - Vamos. Eu só queria complementar o seguinte: aí entra uma
outra etapa. Existe, vai ter a área do emissário. Pessoas que não estão dentro 1940
da área, mas vão ficar às margens. Vai ficar enterrado no chão, mas ali vão
passar produtos químicos. A educação dessas pessoas tem que ser muito bem
trabalhada porque a gente sabe que pra abrir buraco nesse país é a coisa
mais fácil que tem. Se vocês quiserem saber o que é buraco é só vocês da
empresa saírem andando por Itaboraí. Itaboraí é a, eu acho que o cara que 1945
inventou o buraco nasceu em Itaboraí. Porque Itaboraí é o lugar que tem mais
buraco. Então Itaboraí abre buraco pra qualquer coisa. Isso é uma coisa certa.
Até por curiosidade. É necessário que haja um investimento muito grande na
educação dessas pessoas que moram na área de influência. Não é só que o
vizinho de porta-a-porta não. Área de influência. Área de influência. Porque 1950
isso é perigoso.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então vamos lá. Vamos responder a
pergunta aí do seu Heleno, por favor. Vamos lá, senão é muita pergunta e a
gente perde a sequência. Mas fica aí. Pois não, pode acrescentar seu Luís 1955
Carlos. Seu Luís Carlos tem boas reivindicações. Como o seu Heleno também.
Acho que acabou até a bateria do microfone.
Senhor Luís Carlos – representante da comunidade: - É só uma
reivindicação. Só em cima desse traçado que eu fiquei com uma dúvida aqui. 1960
61
Vem da Reta é o Pico, é o Calundu, Cabuçu. Pelo o que eu conheço da cidade
tem mais bairros que esse troço vai ser cortado aí e não está registrado. Eu só
queria entender esse traçado. Porque no mapinha ali fica bonitinho. Poderia
ser com o mapinha da Google e ficaria melhor ainda ou o da cidade, porque
esse traçado daqui está maluco, pelo menos ao meu ver pelo que eu entendo 1965
da cidade. Eu queria entender melhor até pra localizar esse traçado.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então vamos fazer esse traçado. Vamos
esclarecer pra turma isso aí, por favor.
1970
Leonora Meneses - Petrobras: - Boa noite. Eu Vou tentar. Vamos tentar
lembrar que desde o início como eu apresentei o projeto. A escolha do
traçado sempre é feita, apresentada ao INEA, mas umas das, um dos pontos
que nos move para uma determinada solução é exatamente o menor número
de desapropriação, é atingir o menor número de casas. Exatamente pra não 1975
causar tantos problemas. Mas infelizmente você tem que passar o duto,
mesmo que você não procure as soluções, algumas vão acontecer. E o que
ocorre? Nós passamos já na fase da primeira negociação, onde a gente faz o
primeiro contato com os proprietários, vê as propriedades onde o traçado vai
passar e aí a gente procura os proprietários. Esses proprietários, onde vão ser 1980
atingidos, onde seja rural ou mais urbanos; aquelas pessoas que já foram
procuradas, essas pessoas são das propriedades que vão ser atingidas. Quem
não foi procurado não vai ser atingido, não vai ter nada na sua propriedade. É
a primeira, vamos dizer assim, é a nossa previsão. Não há previsão de
passagem, a não ser que o INEA nos obrigue a mudar o traçado por alguma 1985
razão.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Leonora, isso em Itaboraí?
Leonora Meneses - Petrobras: - Em Itaboraí. Vamos dizer assim, de Itaboraí 1990
a Maricá. O traçado escolhido e colocado para o INEA, quem já foi notificado,
essas pessoas vão ser atingidas pelo Emissário. Quem não foi procurado, não
62
adianta ter boato porque não é o caso, não está sendo procurado. Existem
casos, por exemplo, como aconteceu ontem em Maricá, que passa na Rua 60.
Disseram que nenhum deles foi procurado. Mas nem podiam ser, porque o 1995
tubo, a tubulação vai passar pela rua. Nenhuma propriedade vai ser atingida. É
lógico que nesse caso vai ter desconforto pra população e a Petrobras, a
medida em que vai evoluindo no processo de construção e montagem, ela vai
procurando estabelecer um relacionamento amistoso com a população, porque
não nos interessa nenhum comportamento, como o senhor falou. Não é o 2000
padrão da Petrobras. Então, na medida em que vão evoluindo, vão criando
situações porque cada morador tem o direito de ir e vir, nesse caso da Rua 60
que eu estou falando. Então lá não foram contatados porque não vai passar
pela propriedade. Agora, no caso onde realmente passa ou é um caso de
desapropriação, que eu tenho aqui os números. Em Maricá vão ser cinco 2005
desapropriações, sendo que desses cinco, uma casa está em ruínas. Aqui em
Itaboraí serão dezoito desapropriações, sendo que dessas dezoito, três estão
em ruínas. E essas pessoas já foram contatadas. Quando é o caso que o
senhor perguntou se passa por uma parte da propriedade, a gente dá o nome
de “servidão” e a gente indeniza de uma vez só o proprietário para que a 2010
Petrobras faça uso daquela servidão. Isso é feito de uma vez só.
Sr. Luís Carlos: - Você está falando de desapropriação e eu quero falar de
impacto.
2015
Leonora Meneses - Petrobras: - Impacto.
Sr. Luís Carlos: - Então essa desapropriação são dezoito. Mas o impacto é
muito maior. Então eu quero saber assim, em setores urbanos, quais são os
bairros atingidos no setor urbano. Porque não é o desapropriado, esse é o 2020
impacto direto. Agora, o que mora do lado de quem vai passar também tem
impacto. O que eu quero saber
Leonora Meneses – Petrobras: - Se o senhor mora do lado da propriedade...
63
2025
Sr. Luís Carlos: - Eu não sei aonde vai esse traçado.
Leonora Meneses – Petrobras: - Se o senhor mora, se o senhor não está na
faixa de 20 metros, porque o duto não é só o lugar onde ele é colocado. Você
tem uma faixa de 20 metros, que eu mostrei na apresentação, que a Petrobras 2030
sempre faz a manutenção e que tem uma educação constante, tem um
programa da Petrobras que está sempre acompanhando para que ninguém
faça nenhum plantio, que faça nada que vá colocar em risco os moradores. A
Petrobras não larga as coisas assim. Tem um programa de orientação. E isso
vai acontecer. Vocês talvez estejam ansiosos porque nós estamos vivendo 2035
ainda uma coisa de projeto. Isso é lá no final, depois que o projeto foi
construído, foi refeita a paisagem e aí sim vem essa etapa de ansiedade de
vocês. Então nós temos que aguardar um pouquinho.
Senhor Luís Carlos: - Realmente estou muito desconfiado. Deixa eu te dar um 2040
exemplo que você diz que não vai colocar em risco a população. Primeiro eu
dou um exemplo aqui que morrem crianças na estrada por causa do impacto
aqui. E até hoje a gente não viu nenhuma ação pra tentar diminuir, como
passarelas e tal, que poderiam ser feitos. Dois. Tem uma reivindicação do
pessoal de Porto das Caixas que tem um prédio caindo em função da 2045
trepidação, que a defesa civil já falou que vai cair aquilo ali. Isso vai cair a
qualquer momento. E pode ser no dia de uma festa lá em Porto das Caixas. E
a Petrobras sabe disso. E até hoje não mandou sequer um técnico. E já foi
avisada. Então, por mais que se diga, assim, eu não estou dizendo que você
está mentindo. 2050
Leonora Meneses – Petrobras: - E eu não estou.
Senhor Luís Carlos: - E eu sei disso. Eu acredito que você não esteja
mentindo. Eu sei disso. Mas a nossa experiência também é que não somos 2055
ouvidos. E eu estou te dando um exemplo. Hoje em Porto das Caixas tem um
64
prédio de dois andares prestes a cair. Já foi definido pela defesa civil que
aquele prédio vai cair a qualquer momento. Não tem nada protegendo aquele
prédio, a população passa ali. E se cair em cima de uma pessoa? Isso é direto
do impacto dos caminhões passando da Petrobras ou da construção. Não da 2060
Petrobras, do complexo. Então a gente fica o seguinte. Quando você vem dizer
“ah, não temos, a população não tem que ter riscos”, a gente diz assim,
quando a gente tem risco, infelizmente a gente não é ouvido. E aqui eu estou
te dando um exemplo. Eu espero que amanhã a Petrobras ou a quem é de
direito, né? Que nos procure que nós vamos mostrar o prédio lá. E que se faça 2065
alguma coisa antes que caia na cabeça de alguém lá. É só isso. Então
estamos dando um exemplo concreto.
Leonora Meneses - Petrobras: - Entendi.
2070
Claudio Ribeiro - Petrobras: - Eu vou responder. Primeiro ponto. Todos os
inconvenientes, os desconfortos ou danos que eventualmente forem causados
a propriedades, que foram levados à Petrobras, eles já ou foram reparados ou
estão em uma fase de avaliação e negociação com o proprietário da
abrangência do reparo, ou estão nessa fase de já concluído, ou seja, o que 2075
chegou a Petrobras já está tendo um tratamento adequado que pode estar até
em tratamento ou concluído. Esse é o primeiro ponto. Estamos verificando aqui
essa citação desse prédio de dois andares em Porto das Caixas. Foi citada
aqui, por uma pessoa que não me lembro, a questão de Sambaetiba e Porto
das Caixas. Não são caminhos indicados pelo COMPERJ para passagem dos 2080
veículos. O COMPERJ tem uma via que é provisória, que é usada pelo acesso
do COMPERJ, que em breve vai ser esvaziada porque no final de março nós
vamos estar inaugurando o nosso primeiro acesso definitivo. No final de
março. E aí não terá mais sentido a passagem de caminhões ali pelo Alto
Jacu, por exemplo. Certo? Nós vamos estar fazendo o início da operação da 2085
Estrada Açu, que a gente chama de Estrada Açu, que se liga a RJ-116. A
segunda via de acesso do COMPERJ definitiva, ela fica com a RJ-493, a oeste
do COMPERJ. Essa via já está em obra em estágio avançado e também vai
fazer todo o escoamento dessa região Niterói, preferencial de Niterói e Rio.
65
Nós fazemos avisos frequentes, sinalização das vias de acesso ao COMPERJ, 2090
de modo a orientar, educar os caminhões, os veículos leves, ônibus das
empresas que participam do empreendimento para que não façam o uso
dessas vias. Portanto, eventualmente podem ocorrer desvios, as pessoas não
respeitam essa orientação, isso pode estar ocorrendo, mas sempre que somos
notificados, avisados, atendemos a reclamação, por exemplo, via 0800. Nós 2095
reforçamos esses alertas, reforçamos a sinalização, chamamos as empresas
contratadas e colocamos a ela a responsabilidade pelo uso do acesso, que
nós indicamos, que minimiza o impacto tanto na região de Sambaetiba, quanto
em Porto das Caixas. Então, repetindo: a partir do final de março, nós teremos
a primeira via oficial que vai minimizar muito. Não consigo nem imaginar 2100
porque alguém faria uso da estrada de Sambaetiba pra chegar ao COMPERJ,
pelo menos alguém. Eu já pedi pra verificar. As pessoas estão verificando se
esse registro chegou à Petrobras. Não tenho essa resposta agora, e se
efetivamente está associado ao empreendimento da Petrobras evidentemente.
Eu não posso te dizer agora porque essa informação não está na lista de 2105
danos causados pela Petrobras. Pelo menos não que eu tenho, que eu tenha
conhecimento. Mas eu me comprometo, as pessoas já estão procurando isso.
Se não houver resposta até o final do evento, eu me comprometo a avisar a
alguém que vocês indiquem se existe essa, esse dano, se ele foi causado pela
Petrobras e qual a posição, qual é a posição da Petrobras em relação a esse 2110
evento. Porque eu não tenho essa informação de que ele tenha sido causado
por algum caminhão ou algum veículo ou movimentações associadas à
companhia. Ok?
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Senhor Luís Carlos, esse particular então 2115
está. Não, não. Eu quero em relação a essa solicitação sua, o senhor faz o
contato depois com o professor Cláudio.
Senhor Luís Carlos: - Olha só. Tem uma região formal com a Petrobras, com
a INCAL, na igreja de lá de Porto das Caixas que a Petrobras está sabendo 2120
dessa informação. Formalmente.
66
Cláudio Ribeiro - Petrobras: - O senhor falou INCAL na Igreja de Porto das
Caixas. O senhor pode deixar, por favor, um contato comigo e nós faremos
contato. 2125
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Pois não.
Senhor Airton Albuquerque – representante da comunidade: - Boa noite
senhora e senhores que estão na mesa. Meu nome é Airton Albuquerque. Eu 2130
poderia falar em nome, por exemplo, da agenda 21. Eu poderia falar em nome
de sindicato, mas eu prefiro falar em nome do cidadão comum, o João
Ninguém. Desculpem. Como eu ia dizendo, eu poderia falar em nome do João
Ninguém. Que o que acontece aqui em Itaboraí tem pelo menos a
comunicação, os senhores, os técnicos ou doutores e tal. Admiro realmente, só 2135
que esse trabalho de vocês é frio, é pensando exclusivamente financeiramente
a questão. A questão econômica que é a da cidadania, do cidadão comum
deveria ter pelo menos alguém estudando pra ser doutor em gostar do ser
humano. É o que não está acontecendo em Itaboraí. A gente, quer dizer, é um
assunto, eu sei que é um assunto específico em relação ao emissário que vai 2140
até Maricá. Aliás, a gente quer se solidarizar com o povo de Maricá, que é um
absurdo; a gente nem precisa ser técnico pra entender que dois quilômetros ali
já é um absurdo. Tem que ter muito mais porque daqui a pouco a gente vai
estar comendo peixe de Maricá, em vez de ser aquela arraia com rabo vai ter
um cação com chifre e tal. É problemático. Vai dar porque lixo que vai pra lá é 2145
exatamente isso.
Bem. Como eu estava dizendo senhores, é muito fria a atitude de vocês.
Realmente vocês talvez não tenham a noção do que acontece em Itaboraí com
a população. A gente aqui por enquanto, eu vejo a educação pra não sei o 2150
quê, a formação pra mão de obra, colégio de não sei de onde, pós de não sei
de quê. Até agora, nós moradores de Itaboraí só comemos pó. Pra gente só
veio à poluição pra nós de Itaboraí. Por enquanto a mão de obra que está
aqui, 90% veio de fora. Infelizmente, eu acho que a Petrobras lá trás, junto
infelizmente também com o poder público de Itaboraí, que é omisso também, o 2155
67
poder público de Itaboraí infelizmente é omisso. Eu não sei o que o poder
público de Itaboraí pensa, aliás, eu queria até fazer uma ressalva. Ontem tinha
um vereador aqui. Deveriam os vereadores de Itaboraí deveriam estar nessa
parada pra saber qual é o problema que vai impactar com relação ao nosso
município. É complicado o poder público de Itaboraí. As pessoas precisam 2160
entender. Eu sei que esse problema é mais da Petrobras. Nesse momento a
questão é da Petrobras.
A gente sabe, como eu estava falando de seres humanos, o que vai acontecer.
Uma preocupação. A gente estava nesses dias agora mesmo lá em São José 2165
dos Campos, lá no chamado Pinheirinho. Olha, o que houve com aquilo lá,
aquilo lá é uma sacanagem com o ser humano. A gente tem, eu tenho uma
preocupação, aonde vão parar essas faixas, onde vão passar esses dutos, pra
que não sejam construídas moradias precárias. Porque senão daqui a pouco
chega não sei quem dizendo que é dono de não sei lá o quê e vão dar porrada 2170
no povo, como está acontecendo lá em São José dos Campos, uma covardia
com os seres humanos. Esse é outro ponto. Não é verdade, gente? Então
vamos lá. Eu queria fazer uma pergunta. Eu tenho aqui, são tantas perguntas,
eu tenho tanta coisa pra falar. A gente fica aqui cinco ou seis horas e
realmente não conseguiria achar, perguntar tudo o que nós gostaríamos. 2175
Em relação aos cursos. Gente, cadê os cursos, onde vão ser esses cursos,
como vão ser esses cursos para formação de mão de obra em Itaboraí? Hoje a
gente sabe, quem é que sabe, alguém foi formado em Itaboraí pra prestar
algum serviço? Tem alguém, não? 2180
Então gente, infelizmente não tem. Essa comunicação da Petrobras e nós
cidadãos comuns não está acontecendo em Itaboraí. Tem algum, aliás, esporte
e cidadania. Por que não pra Itaboraí, mas para Maricá e São Gonçalo? É a
pergunta que fica. Tem algum programa de esporte e cidadania aqui, que foi
relatado aí? Por que não pra Itaboraí, onde o maior impacto vai ser dentro de 2185
Itaboraí? São tantas perguntas. Talvez a gente fique aqui até amanhã e talvez
a gente consiga perguntar todas elas. Foi, no dia 29, acertada aí uma unidade
gestora do município de Itaboraí. Vocês sabiam que foi criada uma unidade
68
gestora COMPERJ – Itaboraí dia 29? Alguém sabe aí, não? Mas uma vez os
senhores então há de convir que está havendo uma, falta informação em 2190
relação à Petrobras, governo do município e cidadania. Alguém tem que fazer
esse elo aí. De repente a gente faz direto com a Petrobras, já que as
autoridades municipais não fazem isso. São questões que têm que ser
esclarecidas. Ah sim. Eu estou vendo aqui, tem uma coisa muito interessante,
que parece que só vai acontecer o seguinte. Parece que só vai acontecer só o 2195
refino de Petróleo em Itaboraí é curso de aquilo, é refinaria daquilo, é soldador
dali é não sei o quê. Eu quero saber daqui a cinco, seis anos vão ter 600.000
pessoas dentro de Itaboraí. Eu quero saber a formação de mão de obra do
comércio como é que vai ser feita. Quem é que vai atender nos hotéis, nos
restaurantes? Eu que sou da área de hotelaria, eu gostaria de saber. Eu vivo 2200
lutando aqui, aliás, vivo falando aqui em Itaboraí e em até alguns encontros da
Petrobras, eu estou tentando fazer um projeto pra trazer aula do curso de
hotelaria pra dentro de Itaboraí. Até hoje eu não tive uma resposta nem da
Petrobras e nem do município. Então, será que só vai ter só soldadores? Será
que vai ter o cara pra vender o sapato, pra atender no hotel? Aliás, tem muita 2205
coisa que tem que ser respondida que eu passaria a noite inteira aqui para
perguntar. Mas o essencial que eu queria saber: Os cursos, esses famosos
cursos que ninguém até hoje viu. Ninguém daqui de Itaboraí até hoje viu. Diz
que quantos são formados aí, só que até agora ninguém sabe em Itaboraí
quem são. 2210
Senhor César Willian Garcia – Representante da Comunidade. - Durante
quinze anos – sou César Willian Garcia, prazer. Desculpa. – Durante quinze
anos trabalhei na Bacia de Campos. Até agora eu escutei, escutei, escutei e
eu acho que eu deveria falar alguma coisa aí. Sobre impacto ambiental, sobre 2215
impacto ambiental, olha só.
Senhor Airton Albuquerque: - Só um minutinho. Deixa eu colocar a minha,
estou falando as minhas colocações aqui. O principal, o que eu mais me
atenho é o seguinte: os cursos que estão prometidos, desde lá trás quando foi 2220
feito pro COMPERJ. Oi? Olha só, tá vendo? Então, eu quero saber quando é
69
que realmente vai chegar na prática esses cursos pra nós moradores de
Itaboraí. É a pergunta essencial que eu preciso. E por que não, essa é outra
pergunta, esporte e cidadania. Eu queria saber as possibilidades de trazer pra
dentro de Itaboraí. São as principais perguntas. São as principais que eu 2225
quero fazer. E outra coisa, gente. A gente tem que prestar muita atenção, a
gente sabe que está falando, que é uma audiência pública, do emissário, mas
isso é em relação ao COMPERJ. É todo um complexo desse evento da
Petrobras, que eu digo logo é bom. Não é ruim não. É bom economicamente
pra gente sim, mas se for feito baseado em amor ao ser humano. Que o ser 2230
humano seja o primeiro a ser beneficiado. O ser humano e não só o financeiro.
Então essas são as questões principais que eu gostaria que fossem
respondidas.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Muito obrigado, senhor Ari Albuquerque. 2235
É Ari? Airton. Então, os questionamentos do Senhor Airton, nosso. Airton?
Airton, que eu acho que o senhor está coberto de razão também. Foi objeto de
muitas perguntas da turma moradora aqui, querendo saber a questão de
empregos, cursos, capacitação, oportunidades para os moradores de Itaboraí.
Senhor Flávio Vieira? Cadê o senhor? Obrigado, senhor Flávio. O senhor 2240
Flávio pergunta também, senhor Airton, olha: “Itaboraí também sofre uma
discriminação sistemática na área dos cursos.” Nós temos que dar esse
esclarecimento para as pessoas. “Os cursos vão para outras cidades e até
hoje não veio aqui para Maricá.” A turma acha que São Gonçalo recebeu um
centro de formação. Não é isso? Outro também “Por que a empresa não abre 2245
vagas pros cursos pras pessoas de Maricá? O local Mineiros Paraíbas” – É
isso? Eu não entendi o que escreveram aqui – “está em um loteamento. As
pessoas”, também estão perguntando aqui sobre desapropriação. Mas “A
Petrobras comunicou que irá prometer vagas para os cursos e nada aconteceu
para Itaboraí.” Também o seu Rogério de Souza, cadê o seu Rogério de 2250
Souza? Seu Rogério está aí presente? “Uma oportunidade para obter melhor
salários. Até quando o pessoal de Itaboraí vai ter acesso a essas
oportunidades?”
70
A Sra. Ana Carla, gostaria de saber se, as vagas futuras oferecidas pela 2255
empresa, também exigirão experiência? A Sra. Ana Carla da Silva está aí?
Então, isso que a gente vai, podemos fechar um bloco agora respondendo
essas perguntas, centrando aqui no Sr. Ayrton, mas com essas pessoas que
fizeram as mesmas perguntas, não é? Porque o Sr. Ayrton é uma pessoa de
influencia, conhecido na comunidade, como a gente viu aqui e então vamos 2260
tentar esclarecer e esse é o momento que tenha para escutar a turma, não é
Sr. Ayrton?
Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Vamos lá, Sr. Ayrton, anotei aqui e
qualquer duvida ou se eu esquecer algum, você me lembra, por favor, o senhor 2265
me lembra. Esporte e Cidadania, porque a apresentação foi muito rápida,
então o importante é estar esclarecendo; Esporte e Cidadania para Itaboraí, o
programa é também para Itaboraí, o que aconteceu foram caravanas. O que
que é caravana, caravana é você ir no município, explicar as pessoas como
fazer para se inscrever, enfim, as regras que estão no site a gente vai no local 2270
e explica paras as pessoas e informa as datas e tal. Itaboraí foi convidada, a
Agenda 21 de Itaboraí foi convidada e participou, tinha outras pessoas de
Itaboraí na caravana que aconteceu em São Gonçalo, senão me engano,
agora também podemos fazer um específico em Itaboraí, havendo aí o pedido,
vocês juntando um grupo para estar participando, a gente pode trazer o nosso 2275
pessoal para estar explicando para vocês aqui em Itaboraí.
Unidade Gestora Municipal, ela foi criada pela Prefeitura, na é uma atividade
da Petrobras, ela foi criada no final do ano para atender o convenio que a
Petrobras está, trouxe para o Município para apoiar projetos de infra-estrutura. 2280
Cursos para Itaboraí, nós já tivemos aí várias pessoas de Itaboraí participando
e agora em 2012, no primeiro semestre vai estar no site do PROMINP, que é o
Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo, vai estar lá o Edital para os
cursos, para 2012, que vão acontecer no segundo semestre. É o site do 2285
PROMINP, que é voltado para os cursos para a Indústria de Petróleo, então
vai ter uma série de vagas aqui para o município, só que ainda não está
71
definida, vai sair o edital no site do PROMINP, tá? É PROMINP.com.br, tem
que consultar o site para estar vendo o edital e vai estar lá as vagas, as datas,
tudo certinho. 2290
Formação de Mão de Obra na área Comercial, aquele convenio que eu mostrei
com o SEBRAE, ele já faz atividades para área comercial, para qualquer área
de serviços, enfim, qualquer área, então se os empreendedores individuais, os
seus funcionários, eles podem participar, lá tem palestras de qualidade, 2295
palestras de ISO9000, ISO14000, SNS na área ambiental, para as pessoas
que trabalham nessas áreas, além disso a gente também procura com o
SENAI, que desenvolve esses cursos, aí tem uma série de cursos de
Atendente Comercial, Assistente de RH, Informática, Assistente Administrativo,
diversos cursos, acontecem e são feitos pelo SENAI, já são feitos em São 2300
Gonçalo e a gente tenta trazer para os outros municípios , que também podem
participar, as pessoas de Itaboraí, é só se inscrever no site do SENAI, entrar lá
e podem participar, não é a Petrobras que faz, é o SENAI, então a gente tenta
trazer, mas depende do SENAI. Além disso, eu queria trazer uma noticia aqui,
que é importante aproveitar essa oportunidade: A Petrobras também tem uma 2305
parceria, um convênio com a FAETEC, ela apoiou a FAETEC lá em Niterói,
enfim, e a FAETEC, desenvolve diversos cursos nessas áreas, então, estão
abertas as inscrições pela FAETEC, no site da FAETEC.RJ.GOV.BR, até 30
de Janeiro, até segunda feira, nas categorias: Moda, Construção Civil,
Automação Industrial, Beleza, Alimentação, Área Comercial, Informática, 2310
Idiomas e Solda, são 9.000 vagas para São Gonçalo e Itaboraí, com inscrições
abertas até segunda-feira agora. Telefone para informações: 2332-4085, 2332-
4085.
Com relação à mão de obra para o COMPERJ, a Petrobras faz diversas ações 2315
para que as empresas contratem mão de obra local. Nós não podemos obrigar
as empresas a contratarem mão de obra local, mas a gente promove cursos e
apresenta essa lista de pessoas qualificadas localmente para que essas
empresas contratem, e também tem o local que também, é um
local onde as empresas podem buscar as pessoas. Hoje nós temos uma 2320
72
informação que mais de 60% da mão de obra, é da região. E isso aí depende,
que não é perfeito, quer dizer você as vezes forma a pessoa, mas ela não vai
trabalhar na Petrobras, ela vai trabalhar numa outra empresa e as vezes você
precisa de especialistas que não existem na região e a empresa precisa trazer
de fora. Então, quer dizer, são diversas ações que são feitas pra tentar 2325
melhorar esse percentual. É, com relação ao centro de integração que foi
falado, foi construído um prédio em São Gonçalo que era o município mais
populoso da região para, pela Petrobras num terreno da Prefeitura que foi
doado, foi cedido para Petrobras. Então foi construído o prédio e lá nos temos
20 salas de aula que acontecem cursos. Mas o projeto do centro de integração 2330
não é o prédio, o projeto é trazer qualificação profissional para região. Então
esse projeto, desenvolve cursos nos outros municípios, e trás cursos,
desenvolve convênios pra que os cursos aconteçam nos outros municípios,
seja do SENAI, seja do PROMINP, seja qualquer um desses cursos, do
SEBRAE, então eles acontecem nos outros municípios também. A gente 2335
procura as universidades, as instituições de ensino locais e às vezes também
o próprio CIEP, as escolas do município, a gente desenvolve cursos nesses
locais. Mais alguma questão que?
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Sr. Ayrton, o senhor está satisfeito com a 2340
resposta? Quer mais alguma informação?
Sr. Ayrton: Olha, eu até gostaria de tá satisfeito, mas infelizmente não. Vocês
podem notar que houve o seguinte os cursos de São Gonçalo, o curso de
Niterói, curso São Gonçalo, curso Niterói, Itaboraí que vai ser o mais 2345
impactado dentro do COMPERJ, não tem nada feito ainda pra Itaboraí. As
pessoas que moram em Itaboraí não são ricas ainda não, não tem como pagar
a passagem dos filhos pra estudar em São Gonçalo, Itaboraí não, que, aliás,
diga-se de passagem, é a passagem intermunicipal mais cara do Rio de
Janeiro, tem tudo isso aí. Então o que a gente quer colocar, apesar que hoje, 2350
volto a repetir, é uma coisa em relação ao emissário submarino, mas é de todo
o COMPERJ que ta se discutindo hoje aqui. A gente precisa, urgentemente ser
incluído nessa agenda de cursos de participação em Itaboraí, a cidade mais
73
impactada, vai ser a nossa cidade, portanto a prioridade pra tudo isso tem que
ser voltada pra Itaboraí. Obrigado. 2355
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Senhora, por favor!
Sra. Sandra Ribeiro: Boa noite, meu nome é Sandra Ribeiro, quero
cumprimentar a mesa presente. Eu vou trabalhar em cima do meu amigo aqui. 2360
Sou Presidente da Associação de moradores, aqui, do conjunto habitacional
da Reta. O que foi perguntado aqui é o que a gente quer saber. Hoje, em
Itaboraí, o que mais está sendo construído é pousadas, para trazer pessoas de
fora, para trabalhar no nosso município. Quando anunciou que em Itaboraí
chegou o pólo, chegou a Petrobras, a cidade de Itaboraí hoje em torno, tudo 2365
hoje de Itaboraí, acabou. O povo, hoje, está sofrendo com isso. Hoje você não
tem nem onde botar um carro, estacionar um carro. Hoje, eu quero que vocês
saibam, que houve uma parceria da Associação de moradores do qual sou
presidente com a jovem ali, que nos procurou, e aquele rapaz... Ajudamos,
colocaram as faixas, o anúncio, fiscalizei se os carros estavam o anúncio 2370
desse acontecimento aqui. Então eu quero passar para os senhores, que não
é só porque existe Prefeitura, Município, Prefeito, Vereadores, que o Município
anda. O que anda, hoje dentro do nosso município é as associações de
moradores, são os presidentes da associação que trabalham. Nós hoje somos
uma comunidade, eu, hoje, eu trabalho há 30 anos. Hoje, a associação tem 2375
como receber cursos, nós temos salas, nós temos tudo lá para oferecer,
porque hoje a comunidade, a maior parte é desempregado, não tem condições
de ficar pagando passagem para fazer curso. Hoje os empregos, a gente tem
umas empresas em Itaboraí que a gente leva o currículo do nosso povo e é
engavetado, não somos chamados. E a desculpa é que não são qualificados, 2380
aí traz pessoas de fora para o nosso município. Então eu acho, a Petrobras
usa um nome de respeito, nós temos que respeitar, mas hoje existe
comunidade. Hoje, a Reta é o lugar que é chamado de complexo, não é
complexo. Hoje esse evento está acontecendo aonde? É na Reta! Hoje a Reta
é falta de oportunidade, que a Reta não tem! As Retas, hoje, não tem 2385
oportunidade porque hoje quem mora nas Retas é pessoas digna, é
74
trabalhadores, é chefe de família. Mas infelizmente não tem oportunidade lá
fora. Lá fora, nós somos descriminados, lá fora nós somos chamados de tudo e
a Reta hoje é uma das comunidades muito importantes: é Grande, é Reta
Nova, Reta Velha, Parque Industrial, Vila Esperança, Vila Progresso, Engenho 2390
Velho. Então nós somos muito grande, então o que está faltando hoje nas
nossas Reta, é oportunidade que a gente não tem. E os nossos chefes de
família estão desempregados. Hoje eu tenho para oferecer a vocês, salas,
prédio para vocês fazerem curso do nosso povo e se quiser fazer dos vizinhos,
pode trazer que nós temos como, basta vocês investir! Porque se for esperar... 2395
Eu só vejo falar de município Itaboraí, Itaboraí hoje não tem governante,
Itaboraí hoje não tem nada. Está abandonado! Itaboraí hoje não tem
representatividade, nós estamos abandonados, e quem luta hoje, é a
associação de moradores. Eu estou aqui hoje, se vocês podem perceber, toda
queimada no sol tentando botar água na minha comunidade, porque nós não 2400
temos ninguém em Itaboraí para ajudar. Então eu quero deixar aqui presente,
como representante desta comunidade, é pedir a vocês, que dêem
oportunidade à nossa comunidade. Tragam esses cursos, trabalhem de
parceria conosco, porque nós estamos aqui para somar com vocês, porque se
vocês trabalhar com a associação de moradores, hoje, é o órgão que mais 2405
funciona dentro do município de Itaboraí.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Olha só, só um instantinho, por favor, por
favor. Peraí, peraí... Eu acho que o importante que a D. Sandra, inicialmente,
parabéns pela sua fala, objetiva e a senhora confirmando o hino de Itaboraí 2410
está de braços abertos para receber quem vem de fora, que bacana! Então,
ela está oferecendo instalação da associação, não sei nem se vocês sabiam
disso... Quer dizer, uma oportunidade enquanto não há o centro de integração
que a senhora mencionou na sua pergunta, aqui, eu vi, que essa possibilidade
local para fazer os cursos, então isso aí, é uma relação que vocês têm que 2415
manter. E se nessa audiência pública começou esse entendimento, já é um
ganho nessa área sócio-ambiental aqui. Dona Sandra, parabéns e com certeza
alguém vai entrar em contato com a senhora. Quer adiantar alguma coisa,
Daniela ou Frederico?
75
2420
Carlos Frederico Trevia - Petrobras: Não, é justamente, eu queria dizer que
a equipe vai entrar em contato com a D. Sandra e se tiver a oportunidade de
trazer cursos e realizar nesses locais, vai ser ótimo para a gente também. -
Vozes ao fundo –
2425
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Que bacana, que bacana, muito bem. A
palavra agora, a senhora é? Seu nome...
Sra. Ivone Chaves: Boa noite, boa noite à mesa, boa noite aos presentes,
meu nome é Ivone Chaves, eu sou coordenadora geral do Fórum da Agenda 2430
21 de Itaboraí. Eu gostaria de fazer uma observação, porque, para iniciar, eu
fiz umas pontuações, né? E gostaria de estar iniciando, porque, os fóruns da
Agenda 21 locais, elas compõem o Plano de Comunicação Ambiental do, junto
ao projeto Agenda 21 COMPERJ. A superintendência estadual de Agenda 21
está funcionando atualmente, junto ao INEA, então eu senta falta do, de uma 2435
representação de Agenda 21, hoje aqui, diante, dentro da, na mesa.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: A senhora é a D. Cirlene?
Sra. Ivone Chaves: Ivone. 2440
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Ivone.
Sra. Ivone Chaves: Isso.
2445
Antônio Carlos Gusmão - CECA: A D. Ivone é a senhora fez a sua
observação. Eu já ia lhe responder, mas continua.
Sra. Ivone Chaves: Porque a Agenda 21, ela é uma Agenda 21 planetária, e a
proposta de Agenda 21 é a promoção de políticas públicas e um diálogo 2450
constante entre os 3 setores. Automaticamente, nós temos que estar
76
dialogando com todas essas situações e nós gostaríamos de, nós sentiríamos
contemplados se o Carlos Frederico, por exemplo, estivesse presente hoje na
mesa. Essa seria minha, essa é uma das colocações.
2455
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Carlos Frederico, qual?
Sra. Ivone Chaves: É o Calico.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Ah, o Calico. 2460
Sra. Ivone Chaves: Ele é o superintendente.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Mas D. Ivone eu vou esclarecer para a
senhora. Esse momento de licenciamento é um momento que está sendo 2465
discutido a licença prévia. A turma da Agenda 21, o Calico, todo o pessoal da
Secretaria Estadual que faz parte dessa superintendência, superintendência
criada, a senhora sabe, no atual governo, eles estão atentos para isso e eles
entram dentro do licenciamento ambiental na próxima fase. Então quando
começam os planos de educação ambiental, porque essa é a fase inicial do 2470
licenciamento.
Sra. Ivone Chaves: Eu sei, mas seria interessante que ele estivesse presente
em todo módulo.
2475
Antônio Carlos Gusmão - CECA: É, eles são avisados da audiência, mas
nesse momento eles não tem ainda uma participação nessa fase de avaliação,
eles entram daqui a pouquinho no processo.
Sra. Ivone Chaves: Mas eu creio que algumas colocações que foram feitas 2480
hoje, aqui, o Calico teria... (-Nesse momento a Sra. Ivone e o Sr. Antonio
Carlos falam ao mesmo tempo e fica inaudível a fala da Sra. Ivone).-
77
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Mas ele tem acesso depois, a gente tem
reunião com eles. 2485
Sra. Ivone Chaves: É, mas é uma falta.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Mas está registrado.
2490
Sra. Ivone Chaves: É uma falta, é um enfraquecimento de certa forma das
Agendas 21. Eu faço essa observação.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá certo. Mas eu agradeço a sua...
2495
Sra. Ivone Chaves: Mas tem outras colocações, só um minutinho. Eu gostaria
que fosse informado quais são os profissionais que compõe a equipe
multidisciplinar que analisa o impacto ambiental.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Do INEA? 2500
Sra. Ivone Chaves: É, vocês fizeram a apresentação e tem uma equipe, foi até
aquele rapaz.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: É, tem uma equipe que faz o EIA/RIMA que 2505
trabalha com ele, que é a equipe que faz o EIA/RIMA...
Sra. Ivone Chaves: Uma equipe multidisciplinar
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Isso, aí eu pedia ao Albertone 2510
apresentasse aí, essa equipe.
Sra. Ivone Chaves: É porque, quem são os profissionais dessa equipe? Eu
gostaria que isso fosse um pouquinho mais esclarecido.
2515
78
Albertone Sant’ana - Cepemar:: Ivone, a gente trabalha com um grupo de
vários, de várias áreas, multidisciplinar como eu falei. E a gente tem
professores aqui do estado do Rio, pesquisadores do estado do Rio que fazem
parte dessa, dessa equipe. A gente tem um profissional que é um profissional
do Espírito Santo que foi o que fez o estudo de tráfico, de tráfego que é a 2520
engenheira Penha Baião. A gente tem da UFRJ, o envolvimento do Prof.
Sérgio Bonecker, da Profª. Ana Bonecker, que trabalharam nas comunidades
planctônicas marinhas e do Prof. Marcelo Vieira que trabalhou a fauna de
peixes.
2525
Sra. Ivone Chaves: Isso. Eu gostaria que ficasse esclarecido, não sei se eu
estou sendo muito clara, as formações específicas desses profissionais, até
para, porque nós temos esse, toda essa discussão e nós trazemos pessoas
para estarem respondendo à população e geralmente, nós pescamos por
formações até porque cada um tem um olhar, cada técnico tem um olhar 2530
específico.
Albertone Sant’ana - Cepemar: Então.
Sra. Ivone Chaves: E isso não ficou, não ficou claro. 2535
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Dona Ivone, no estudo de impacto que tem
cópia aqui, há o currículo de todos os participantes.
Sra. Ivone Chaves: É, não seria o currículo, seria especificamente a profissão 2540
de cada um, a formação técnica de cada um.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Isso tem também no estudo.
Sra. Ivone Chaves: E eu gostaria que isso, de algum momento fosse um 2545
pouquinho mais divulgado.
79
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Se a senhora quiser essa informação,
pode-se passar para ela, sem problema.
2550
Sra. Ivone Chaves: Ótimo. Para o fórum, por favor. E outra coisa, eu não vi
nenhum programa de educação ambiental voltada para situações de risco. Eu
acho que isso também deveria ser colocado, principalmente para aquelas
comunidades que estão próximas a região. Então isso precisa ser colocado, é
importante, para que a gente não venha a ser surpreendido depois que esses 2555
acidentes possam acontecer, porque tem uma margem de possibilidade.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Isso tudo, se sair a licença, fica uma
restrição para a próxima fase que é a LI, quando eles tem que apresentar
todos esses projetos mais específicos, esses estudos. Então na fase, agora, 2560
esses estudos ainda não são apresentados.
Sra. Ivone Chaves: É, eu creio que o risco já deveria vir antes, não é?
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Sim, mas isso é, eles fazem de acordo com 2565
o termo de referência que é dado pelo INEA. Então nesse, não é só nesse
licenciamento não, em todos e eu acho que ele mostrou uma transparência
que diz, que mostra quais são os estudos que vem nas próximas fases.
Sra. Ivone Chaves: Eu tenho mais duas colocações apenas. Eu gostaria de 2570
solicitar, fazer uma, duas solicitações, aliás: uma é que fosse apresentado
através do fórum da Agenda 21, um plano de estrutura a ser feito em toda a
população da abrangência do entorno desse investimento, talvez por meio do
diálogo que a Agenda 21 tenha com a Agenda 21 COMPERJ, eu não sei, eu
acho que isso fica para ser estudado e nós precisamos estar abrindo espaço 2575
para que essa informação chegue na população e nós precisamos de um
plano de estrutura, eu senti falta dessa, dessa colocação. Talvez a gente
possa estar fazendo isso, não sei, mais à frente, não sei, mas que isso fosse
registrado.
80
2580
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Dentro do plano do COMPERJ que a
senhora diz, não é isso? Dentro do fórum do COMPERJ?
Sra. Ivone Chaves: Todas as colocações que os senhores fizeram, eu senti,
eu não vi muito claro, um plano de estrutura para ele, para toda a parte que vai 2585
estar sendo, toda a população que vai estar sendo impactada e isso ficou em
aberto. E a outra fala, eu gostaria, eu vou estar fazendo a abertura,
endossando a fala da Rosemary que é, que a Petrobras, no caso, possa
garantir uma cota maior à portadores de deficiência, à portadores de
necessidades especiais, tanto nos cursos quanto na mão-de-obra dentro do 2590
COMPERJ. E eu gostaria que isso fosse colocado e é uma questão que,
realmente, ainda não foi ampliada. A questão da inclusão é uma questão que
ainda precisa ser ampliada e eu, e eu ainda não consegui ainda ter isso
garantido dentro do COMPERJ, dentro de toda essa contextualização de
empreendimento, certo? 2595
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Bem, então, vocês podem, essa última
observação dela, que é absolutamente importantíssima, a senhora pode até ter
reparado que agora a nossa nova legislação, que nós criamos, que é essa é
uma das primeiras audiências feitas assim, nós exigimos que haja uma 2600
tradução simultânea para pessoas com deficiência auditiva.
Sra. Ivone Chaves: Vai um pouquinho além.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Isso é só um exemplo 2605
Sra. Ivone Chaves: É, vai um pouquinho além
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Da sensibilidade
2610
81
Sra. Ivone Chaves: É, é uma abertura, já é um caminho, mas ainda precisa
ampliar um pouquinho mais.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Então, Daniela, pode por favor...
2615
Daniella Medeiros – Petrobras: Uma questão importante, a gente estava até
perguntando aqui se existia um dado, se a gente tinha esse dado. Desculpa,
acho que meu braço está cansando, desculpa. Peço desculpas. A Petrobras
tem um programa de inclusão importante, para ela, para os funcionários dela,
tanto para questões das necessidades especiais quanto para as questões de 2620
gênero, também, é importante para nós, eu concordo com você, é um ponto
importante e aí o Cléber estava me dizendo que vai dar um retorno para você
sobre o que a gente tem, em termos de cursos e o que a gente tem dentro das
empresas que são contratadas do COMPERJ. É um ponto super importante.
2625
Sra. Ivone Chaves: Sabe, Daniella, porque o que está sendo colocado, o que
foi colocado ali pelo Antonio Carlos, ali, não é? A maioria da população
realmente está preocupada com qualificação, mas, por exemplo, hoje, se
estiver vindo para cá uma FAETEC, nós temos que ter um programa paralelo
de aperfeiçoamento, de preparo desses alunos da rede pública da região, por 2630
exemplo, para poderem prestar um concurso para ela. A Petrobras, ela não
trabalha só com, ela trabalha com várias empresas contratadas e, e falta
também esclarecimento do perfil que essas, nós temos um inchaço de cursos
na cidade. Então é uma situação, a questão da qualificação, que ainda precisa
ser um pouco mais discutida, reformulada e quando você fala a respeito da 2635
inclusão, das necessidades especiais, isso ainda fica um pouquinho pior,
entendeu? Eu estou abordando necessidade especial, mas nós temos outras
questões, gênero, etnia, cota, por aí vai... Obrigada.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então muito obrigado pela sua 2640
participação... A senhora ficou satisfeita com as respostas aqui?
82
Sra. Ivone Chaves: É, algumas eu acho que nós vamos ter um
desdobramento...
2645
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não, não, não, sim, lógico
Sra. Ivone Chaves: Mas eu agradeço a abertura, para poder estar, pelo
menos, se dispondo a estar dialogando.
2650
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Está ótimo, muito obrigado. Então, Seu Luís
Carlos, o senhor novamente. - Voz ao fundo, inaudível.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então o senhor guardou o melhor doce
para o final, é isso? Então, fale. 2655
Sr. Luís Carlos: Primeiro, olha só, só um pontual, eu sou do fórum popular do
COMPERJ e a gente tem como tema “COMPERJ de quem, para quem?”. É,
primeiro, o Frederico, Frederico, o Frederico, o Frederico, primeiro uma coisa é
o seguinte, é visível que há um problema de comunicação na sua área. É, eu 2660
sei que Maricá teve essa mesma reivindicação e tem até um documento em
tráfego no Ministério Público da sua área de Comunicação, eu espero que
com a chegada de Janaína e a equipe dela, que foram eficientíssimas, elas já
correram atrás de mim e atrás de mim querendo saber e tal, a gente soluciona
isso, mas esse é um problema. Mas vai ficar uma sugestão imediata para a 2665
Petrobras, vocês viram que nós vamos discutir submarino, xxxxxxxx
e discutimos só problema de demanda? Sabe por quê? A Petrobras não ouve
a população, então a primeira coisa é o seguinte, a Petrobras tem que ter uma
reunião formal com a população de Itaboraí, não é gente? E assim, uma
reunião séria, séria, tá? Então eu vou primeiro querer conversar com o pessoal 2670
da Petrobras. Eu sou defensor da Petrobras há muitos anos, quando teve, a P-
51 afundou e quiseram, a então direção quis acusar, a P-36 quis acusar os
trabalhadores, eu trabalhava lá na equipe desmentindo para garantir o
trabalho dos trabalhadores, quando quiseram privatizar, eu estava na rua
83
contra a privatização, mas também, né, quando a Petrobras cometeu erro a 2675
gente também foi em cima, no caso da BrasFels que a gente conseguiu
curiosamente, lá na primeira plataforma que foi feita na BrasFels,
curiosamente numa audiência pública puxada, inclusive, pelo Sindipetro, e eu
estava participando dessa audiência, organizando essa audiência e a gente
conseguiu uma demanda e coisa, e aí eu queria conversar com o pessoal da 2680
CECA, CECA e INEA. Olha eu sou daqueles que defendo a independência na
maior parte do meio ambiente, as pessoas técnicas: Chico Mendes, CECA,
INEA, enfim, o pessoal, mas eu me preocupo muito, me preocupo muito
quando as audiências terminam desse jeito. Primeiro: as audiências é, eu
tenho visto muito “Não vale mais para nada” e isso é o espaço-cidadania e 2685
esse espaço-cidadania está sendo usurpado. E aí a gente faz o seguinte, a
primeira pergunta que eu me faço aqui: Por que marcaram essa audiência em
um dia de semana quando as pessoas trabalham e a gente sabe que é tarde e
não no final de semana.
2690
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Posso responder? (- As vozes do Sr.
Antônio Carlos Gusmão e do Sr. Luís Carlos se misturam, tornando impossível
a identificação das palavras pronunciadas)
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Quando eu ficar acumulado... 2695
Sr. Luís Carlos: Não, não, não, porque vai ter um monte de pergunta para
você. Porque, por exemplo, que os ônibus, e a Petrobras não colocou nos
locais de grande impacto, Manilha, Itambi, Porto das Caixas... Porque que,
estranhamente, esses locais não foram atendidos, entendeu? Então me parece 2700
que a gente está querendo fazer um teatro, e lamentavelmente, sabe como tem
terminado isso? Na Justiça. E aí, esse espaço-cidadania, a gente fica brigando
da Justiça para resolver, essa questão. Então eu acho que é uma coisa, a
gente pensar, eu, eu acho que não tem como discutir isso, eu acho que a
gente encontra pessoas que querem exercer a cidadania, e eu tenho certeza 2705
que vocês querem esse exercício, não é? Porque se esse espaço terminar,
significa que aqueles lá, que estão defendendo no Congresso, que vocês não
84
vão querer mais, os técnicos não terão mais, acabou-se o processo
democrático de cidadania e que vai afetar, inclusive, o emprego de vocês, a
função de vocês. Então eu acho que isso tem que pensar, muito, não fazer 2710
isso aqui um circo, não é? E discutir realmente. Não estou querendo entrar nas
demandas aí da Petrobras, que a Petrobras já viu que precisa sentar como
pessoal de Itaboraí, não precisa nem discutir isso. Mas vamos ao que
interessa, ao RIMA. Olha só, tem uma questão, o pessoal de Maricá reivindica
o seguinte: que lá, o interceptor oceânico, o Parque Itaboraí aqui, nós 2715
sabemos que é menor o interceptor, mas que ele se estenda a 8, a 10
quilômetros acima do Rio Maricá, da ilha, como o pessoal chama a ilha... da
ilha lá. E a pergunta que faz é porque isso não é, uma coisa, eu já conversei
rapidamente com o Travessos, ele falou: “É uma questão, que tem que ser
analisada ou não tem sentido”. Olha, tem tanto sentido, primeiro: Vamos 2720
lembrar que o INEA e a CECA estão com processo no Ministério Público, por
causa das Ilhas Cagarras, por causa do depósito lá do, dos resíduos sólidos,
porto Maravilha, esses portos aí, que a gente sabe todinhos; estão sendo
jogados e é justamente naquela área ali, e agora nós vamos jogar um outro
impacto que é do resíduo sólido, resíduo do interceptor submarino... Eu, 2725
primeiro, gostaria de elogiar uma saída que a Petrobras deu, eu sou da área
de Meio-Ambiente, mas especializado na área de água, e eu assim, quando
entramos aqui nessa questão do COMPERJ, eu disse assim: “COMPERJ é
inviável por uma questão de água.” E aí no primeiro momento, acho que quem
passou por essa discussão lembra, né? É água do rio Paraíba do Sul, é água 2730
do rio coisa, é desestabilização enfim tiveram uma grande solução que eu
elogio muito, realmente, parabéns e eu estou doido para conhecer quem deu
essa solução que eu fiquei morrendo de inveja, que é o reuso da água, não é?
Que eu acho que foi uma solução que, inclusive, eu acho que é usada primeira
vez no mundo, nesse porte. Então, esse é um barato, eu gostei muito, mas a 2735
única pergunta é a estação de Alegria, não aqui, a de São Gonçalo, mas fica a
pergunta: Se essa água que nós estamos usando pelo COMPERJ é de reuso,
porque nós não reusamos a própria água do COMPERJ para solucionar esse
problema, do impacto lá Essa é uma pergunta que eu quero fazer e 2: Gente,
se a gente tá querendo que essa discussão termine na Justiça ou realmente 2740
85
fazer uma audiência e aí eu proponho o seguinte: reavaliar o método e
reavaliar o seguinte, dar um tempinho, reunir todo mundo, eu tenho certeza
que os pescadores que estavam aqui, eu não estou vendo eles mais aqui, mas
eles tem interesse em discutir, eu tenho certeza que o, a associação de
moradores que estão aqui, querem discutir, tenho certeza que o pessoal de 2745
Maricá, tenho certeza, porque nós estamos falando de uma coisa que,
infelizmente, vai ter que ser feita, de alguma forma ou outra. Agora, com o
menor impacto possível, esse espaço tem que ser discutido, então como é que
nós fazemos, é brigando? É aquele cabo de rabo, não é? Aquele puxa de lá na
Justiça, liminar para cá, liminar para lá, que é terrível, entendeu? Então eu 2750
acho que isso a gente tem que repensar, eu acho que tem que repensar
inclusive os métodos das audiências, entendeu? Mais fácil será,
nós...repensar, recuarmos, estrategicamente, refazer todo esse processo de
audiência de forma mais organizada, agora que nós temos acesso a
informações e sentar, realmente e não levantar essa discussão. Mais vale a 2755
gente perder 2 meses do que 3, 4, 5 anos na Justiça, brigando por uma coisa
desse tipo. Então eu acho que fica essa idéia e reavaliando aqui, pedido
formal a Petrobras. Vocês precisam abrir um canal de comunicação com a
população de Itaboraí, isso aqui está prestes a explodir, por problemas criados
pelo impacto e vocês estão brincando, eu estou dizendo, vocês estão 2760
brincando, vocês não tem idéia, amanhã tem uma assembléia aqui, vocês
sabem, dos trabalhadores aqui, amanhã às 5h, às 6h temos assembléia dos
trabalhadores aqui do COMPERJ, então a população, vocês viram que 100%
levantando problema de relacionamento com a Petrobras. Por quê? Porque a
Petrobras não se relaciona, a Petrobras faz um evento, e vai fazer mais um 2765
evento e vai embora e nós vamos ficar sem as respostas. Cadê nossa
FAETEC, cadê os nossos cursos, cadê, cadê, cadê? Então a gente só tem
ação, e ação é terrível a gente ter que acionar a Petrobras, enfim, ir para a
Justiça, para o Ministério Público para discutir com a Petrobras, quando a
metade dessas demandas aqui poderia ser solucionada com reunião com a 2770
população. Então, não tem representação, porque a Petrobras, independente
de audiência pública, chama a população para conversar, chama a liderança,
eu acho que esse é o mínimo que vocês tem que fazer porque o impacto é
86
grande, nós temos demandas grandes e aí, por exemplo, também não adianta
ir, como nós falamos aqui, a uma reunião ouvir e fica por isso mesmo, 2775
entendeu? A gente precisa e já vamos avisando, o fórum popular vai botar a
massa na rua. Nós vamos fazer o maior barulho possível, porque nós
queremos que o prédio lá da Avenida Chile nos ouça, se for o caso nós vamos
para o prédio da Avenida Chile, tá? Então essa...
2780
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá bom, Sr. Luís Carlos. Então vamos aqui,
às colocações do Sr. Luís Carlos, muito bem feitas, mas Sr. Luís Carlos, eu
queria dizer ao senhor uma coisa, a sua sugestão em relação ao horário da
audiência pública que o senhor falou, começando 19h, em um dia de semana,
isso a gente faz porque a lei obriga a gente a fazer isso. Não pode ter 2785
audiência pública no horário de expediente normal, senão as pessoas estão
trabalhando e não vem. Não, audiência pública é para ser feita exatamente
nesse horário, no dia de semana, sempre escapando da sexta-feira, é ou não
é? Para não ter o esvaziamento. Esse é o esclarecimento, o senhor entendeu,
então, esse? A gente faz obrigado; nós aqui, Sr. Luís Carlos, nós começamos 2790
a trabalhar hoje às 9h da manhã, ontem nós começamos 9h da manhã e
acabamos meia-noite e vamos acabar de novo hoje, para a gente seria super
cômodo se isso fosse no horário de expediente. Bom, isso é uma segunda
situação, o senhor disse que na audiência pública, pelo menos eu entendi, não
há o exercício da cidadania, da democracia, não é isso? Eu acho que o senhor 2795
é o maior exemplo, não é? E todo mundo até bateu palma, gente, isso aqui é
um espaço democrático, que as pessoas falam, sem interrupção, então a
audiência é o exercício da cidadania e todo mundo aqui reivindicou e eu tenho
certeza que as reivindicações feitas aqui, vão ter desdobramento. Eu tenho
essa sensibilidade, participando aqui da audiência. E as outras colocações 2800
que o senhor fez em relação à melhor comunicação, que vai ser um
desdobramento. A senhora então agora, está com a palavra. A senhora é a?
Sra. Alcione: Eu fui à primeira anunciada, eu sou a presidente da associação
de moradores... 2805
87
Antônio Carlos Gusmão - CECA: A senhora tem cara de ser presidente, de
alguma presidenta, de alguma coisa, de onde é?
Sra. Alcione: Daqui do bairro de Esperança, meu nome é Alcione. 2810
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá certo.
Sra. Alcione: Já conheço algumas pessoas aqui... É, faço parte da Agenda 21
local e conheço o Sr. Carlos Trevia da Petrobras, a gente, que dá para a gente 2815
dialogar, já tem um conhecimento da boa vontade que tem em fazer o melhor.
Eu fiquei muito ocupada lá atrás com a comunidade, está tentado esclarecer
melhor o porquê dessa audiência pública, que as pessoas geralmente não
sabem direito, é a primeira vez, não é? Que nós estamos a nível de
comunidade, querendo saber o que é, se é emprego, se é inscrição de curso, 2820
vai desapropriar lá embaixo, porque as pessoas estão doidas para que
desaproprie, e eu venho explicando e hoje, aí eu perdi um tempão e você vê
que eu não estava aqui, não por falta de interesse mas por estar esclarecendo
melhor a comunidade, que hoje é uma oportunidade muito boa, a nível do que
o Sr. Luís Carlos estava perguntando, a gente sabe, foi o INEA que marcou, o 2825
horário é propício sim, durante a semana, eu acho que é uma requisição do
INEA também, então não tem nada a se queixar, o local está ótimo e realmente
a gente vai ser afetado, impactado aqui pela, pela tubulação, eu já estive lá
com o Sr. Gilson e com a segurança da Petrobras, já andei, fui na época aqui,
porque eu sou conhecedora da área e estou sabendo o porque disso e a 2830
impactação, as pessoas são conscientes, estão preocupadas, realmente a
preocupação para nós moradores é importante, tem que ser esclarecida
mesmo, mesmo porque nós não sabíamos muito como estar perguntando isso,
estar esclarecendo melhor, então a transparência é uma coisa importante, nós
estamos em uma era assim de que, não se usa mais fazer as coisas escuras, 2835
não é? Por detrás dos bastidores. E a Petrobras está se portando diante da lei
e eu acompanho isso, acho que tem que ser dessa forma, nós estamos
satisfeitos com isso. Eu só queria, a nível de, como presidente da associação,
88
presidente não é um cargo importante não, eu não acho assim importante, eu
acho muita responsabilidade, falar para uma comunidade, nosso povo, nós 2840
somos muito complicados, então falar com uma comunidade carente, onde nós
estamos em uma cidade em evolução tão rápida que nos pegou de surpresa, é
assim, muita responsabilidade, é complicado mas a gente tenta fazer o melhor.
Eu vi aqui, a boa vontade em ter, em estar acatando e atendendo o melhor
possível, que todos temos parâmetros, de estar atendendo a comunidade, 2845
estar esclarecendo o que é impacto ambiental, que é a coisa mais importante
que tem aqui, que a audiência pública é por isso, não é? E ao mesmo tempo
está atendendo a comunidade e falando estamos aqui para estar oferecendo
cursos e até empregos, que é o que mais nós precisamos, além da saúde, que
vem através do meio-ambiente também, nessa parte aqui e aí eu estou vendo 2850
oferecendo cursos que é o que mais a gente tem, há anos a gente quer isso.
Desde 2006 a gente está ouvindo isso, a gente está esperando esses cursos
preparatórios que não houve e essa escola federal, também, que está se
implantando, não sei em que ano, não sei se vai começar esse ano ou não,
que a Presidente Dilma assinou lá, a gente está ansiosa por isso, não chegou, 2855
então é uma coisa importante que todos falaram aqui e eu não tenho como
deixar pra lá, realmente a Petrobras está muito bem equipada, com equipes
numerosa de pessoas capacitadas e técnicas para estar atendendo essa
ansiedade da Petrobras de estar fazendo o melhor e diferente do que já fez até
aqui, em termos de Macaé e a outra lá em Duque de Caxias, então, querem 2860
fazer o melhor. Que ótimo, porque o caminho é esse, só é bom quando é bom
para todo mundo, né? O que está faltando, a proximidade dessa equipe
enorme e volumosa de contratações que a Petrobras fez, de ONGs e de
empresas para estar fazendo o melhor, está faltando a proximidade dessa
equipe com boa vontade de trabalhar e a comunidade ansiosa, que vocês 2865
estão no Rio de Janeiro e não conhecem a realidade daqui. Todo local é
diferente um do outro, até no Rio de Janeiro temos bairros diferentes um do
outro, você imagina uma cidade que não tinha evolução, atrasada. Eu tenho
um amigo biólogo que me falava, há uns anos atrás quando eu comecei com a
associação, há 12 anos que a gente é fundadora daqui, que eu achava 2870
engraçado e eu levava isso como uma piada, que Itaboraí fazia divisa com o
89
Brasil, então que é assim, muito diferente inclusive politicamente, é uma coisa
muito arcaica, entendeu, que acontece aqui ainda e isso é complicado e aí a
comunidade, o povo foi criando dessa forma, reclamando, tendo televisão,
tudo, mas não conseguia alcançar essa evolução e aí veio assim, pumba, 2875
como uma bomba para nós, que bom Petrobras uma empresa super
respeitada, sobre um progresso enorme que nós não tínhamos, que só
sonhávamos. O pessoal do Rio de Janeiro não sabia onde era Itaboraí,
algumas pessoas conheciam porque era o caminho para ir para a Região dos
Lagos, fora isso não conhecia pelo nome, até falavam Itaguaí, até trocavam 2880
porque não tinham conhecimento nenhum e hoje e daqui para a frente, muito
mais rápido vão estar conhecendo Itaboraí e até o que quer dizer Itaboraí.
Mas, resumindo, essa proximidade dessa equipe da Petrobras para com a
comunidade onde estão se instalando e fez assim um vira-volta em nossas
vidas, porque do pequeno ao grande é obrigado a passar nesse corredor de 2885
Itaboraí, nessa pista principal nossa, não foi elaborada nem uma outra, se tem
projeto, acho que a longo prazo porque não se iniciou nada, então a gente
está sofrendo, do pequeno ao grande, todos, para tudo que se precisa tem que
sair dos bairros para estar nesse corredor para ir para outro lugar onde
interessa. Então, essa necessidade que a Petrobras não tem parcela de fazer 2890
tudo, porque não é poder executivo, eu tenho essa consciência e passo para
quem me ouve com atenção, essa diferença que não é o executivo, a
Petrobras não veio aqui para fazer as coisas, mas veio aqui para impactar
muito, impactar muito e essa necessidade não é a toa que o INEA, está aqui
marcando e fazendo essa audiência, então isso é verdade e não tem como 2895
fugir: “Não, a gente veio aí fazer uma obra, fazer um....”, não é bem assim
como o Sr. Luis falou, mas é que eu to vendo que tem todos os cuidados sim,
que tem uma equipe técnica competente, com certeza, não estariam
contratados se não fosse assim, então os cuidados estão tendo e o
conhecimento com a população, vocês fizeram isso hoje. Infelizmente houve 2900
um esvaziamento por falta de consciência, por falta de tempo, por mais que a
gente tente segurar, por ser um dia de semana, talvez no final de semana
viriam mais? Será que viriam? Às vezes tinham um futebol também, a falta de
consciência, a falta de responsabilidade ambiental, de tudo é complicado, né?
90
Isso é ser humano em comunidade, mas essa proximidade da Petrobras, 2905
dessa equipe que está desprendendo a sua boa vontade para estar conosco,
teria que ter uma proximidade. Como isso? Vocês estão tentando fazer o
melhor, tenho certeza, a Nailda uma vez falou uma frase, lá na agenda 21 que
eu não vou esquecer nunca: “A gente, nós estamos aprendendo junto com
vocês”, isso foi de uma humildade dela, entendeu, que ela tem um 2910
conhecimento, ela estava com os projetos na mão e ela falar isso: “gente nós
estamos aprendendo com vocês” e eu entendo, de lá pra cá eu analisei, eu
entendo, realmente estão aprendendo, só que nós não temos poder aquisitivo
e nenhum de estar, eu pelo menos o poder público não tenho nenhum, eu sou
uma funcionária, de estar falando, olha a gente quer isso, olha dessa forma 2915
seria melhor para nós e também acho que para vocês porque estariam
contemplando a gente, então a gente não tem esse poder. Então essa equipe
numerosa da Petrobras, eu gostaria de ter uma afinidade melhor, de ter
alguém a Agenda 21 é muito importante, mas não está acontecendo às coisas
ainda, tem que fazer uma força Ivone, o pessoal está se esforçando para que 2920
aconteça alguma coisa, está devagar e a Petrobras está acontecendo muito
depressa. Então esse elo, de repente as pessoas tão vendo, realmente a
Petrobras ta lá em cima, faz o que quer, vai botar muito mais esse ano. Isso
que a gente conhece aí, eu tenho certeza que é muito pouco ainda, a
impactação é muito maior que vem o visivelmente, que dirá outras coisas, 2925
então eu estou fazendo um pedido, eu não estou perguntando, as perguntas
foram feitas, eu tenho um entendimento da maioria das coisas que foram ditas
aqui, eu já estava preparada, inclusive, para o que ia acontecer aqui, mas eu
estou aproveitando a oportunidade porque eu não tenho como estar,
presidente de uma Associação de Moradores, onde vocês estão, nós estamos 2930
recebendo de braços abertos e de vocês estarem nos apoiando a comunidade
toda e eu não estar falando o que é certo, o q é errado, o que eu acho e eu
penso dessa forma. Está faltando realmente essa proximidade, por exemplo,
nós não sabíamos que essas equipes que vieram de fora, estavam precisando,
por exemplo, de um técnico de logística, nós não sabemos nem que estariam 2935
precisando, nem os jovens saberiam disso. Isso nós precisamos de mais
informação, entendeu, porque tem jovens querendo sair daqui e ter um
91
emprego melhor e ter uma capacitação melhor. Então essa proximidade seria
mais viável para nós. Muito Obrigada
2940
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Dona Alcione? Alcione é seu nome né?
Sra. Alcione: Alcione
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Então eu acho que essa fala da D. Alcione 2945
retrata bem essa aproximação de mais uma Associação de Moradores com
vocês, que a turma também está ansiosa por isso, a senhora foi muito bem.
Parabéns aí pela sua fala sincera, correta e a evolução e o desdobramento
disso eu acho que vai ser ali a...
2950
A senhora quando falou também e na fala anterior, as pessoas estavam
preocupadas em algumas perguntas aqui, em relação a um acidente que
possa acontecer com o rompimento desse duto. Algumas perguntas foram
feitas aqui, pelo Anderson, pelo João Ribeiro, João Romei Ribeiro; então
vocês podiam dar algum esclarecimento para essas perguntas em relação à 2955
possibilidade de um acidente, caso aconteça o empreendimento não é isso, do
emissário, se há algum plano de emergência e como é que ficaria esse
atendimento, quer dizer, além das ações de prevenção, uma ação de combate
eficiente, caso haja um rompimento do duto. A turma aqui está dizendo que
pode passar gás, as pessoas não sabem, outros ficam dando algumas 2960
informações erradas e que esse momento é o momento para esclarecer a
turma, em relação a isso, por favor.
Claudio Ribeiro - Petrobras: Bom, eu vou relembrar alguns pontos que foram
citados pela Leonora. O primeiro deles, o primeiro dos pontos é que o 2965
processo construtivo desse tubo que vai ser lançado, enterrado e que vai
passar pela região de Itaboraí até Maricá, é um processo consolidado
tecnologicamente, conhecido, seguro, existem tecnologias das mais modernas
sendo aplicadas, os testes que são aplicados são os que garantem a
92
eficiência, garantem que não haverá vazamento e além de todo esse processo 2970
construtivo, existe um outro processo de monitoramento, para evitar que num
caso que pudesse ocorrer, mesmo que nas áreas isoladas, sinalizadas, que
alguém porventura fizesse uma escavação que não é permitida e para isso
existe sinalização, restringindo essa escavação, em um caso de escavação,
existem sistemas que interrompem rapidamente, contem esse vazamento; 2975
existe plano da Petrobras, não só para os dutos de hidrocarbonetos de gás, de
óleo, mas também para esse duto que vai passar o efluente tratado, não é
veneno, ele não é venenoso, ele atende a toda legislação ambiental para
lançamento no mar, para diluição no mar, então ele não é venenoso, não é um
veneno que a gente está passando dentro desse tubo. Também não pega 2980
fogo, não existe gás, então existe todo um plano de contingência, que vai ser
aprofundado a medida que o projeto evolua e naturalmente novas informações
vão se somar e esse plano vai ser enriquecido, de modo que a gente minimize
chances de eventos não desejados.
2985
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Está certo. Muito Obrigado.
Daniella Medeiros - Petrobras: Antônio Carlos Gusmão ?
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Sr. Heleno quer a palavra? 2990
Daniella Medeiros – Petrobras: Eu podia só complementar? Ah, desculpa
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Pois não, desculpa. Desculpa.
2995
Daniella Medeiros – Petrobras: Duas pessoas, uma foi a Ivone e eu não me
lembro se a outra foi o Sr. Heleno, falaram uma coisa muito importante, que é
a questão da educação das pessoas que vão viver em volta desse duto, então
como o Claudio mencionou, tem uma sinalização e nós temos um processo de
passagem contínua, então, sempre tem alguém passando ali, olhando, 3000
conversando com as pessoas, além disso a gente tem o Programa de
93
Comunicação Social e o Programa de Educação Ambiental que, sim, vão
considerar os pontos que vocês colocaram. Foi uma excelente sugestão, a
gente já tinha isso previsto, tá bom: Era só para complementar, que não é só a
nossa prevenção, vocês tem razão as pessoas tem que estar cientes dessa 3005
restrição a fazer escavação perto e tal, tá bom?
Sr. Heleno: Bom, eu vou concluir o que eu comecei, porque eu tenho muita
paciência, se eu não conseguir votar eu voto por outro não tem problema. Mas
eu queria voltar ao propósito da reunião hoje, da audiência pública, eu queria 3010
lembrar que o homem é falho, a gente nunca deve dizer que tem certeza, que
tem garantia que não vai acontecer. Nunca o homem pode falar isso, porque a
gente vê as coisas acontecerem sempre onde as garantias são colocadas. Eu
vi a Baía de Guanabara pegando fogo lá na Ilha do Governador, eu vi o funda
da Baía de Guanabara todo coberto de óleo lá no Manguezal de Guapimirim, 3015
eu vi pela televisão a P36 afundando, eu vi avião cair, eu vi navio afundar,
agora há 2 horas atrás caiu um prédio no centro do Rio de Janeiro. Aquele
prédio que fica nos fundos do Teatro Municipal, desabou, está lá um
desespero, bombeiro, está defesa civil, está tudo lá e a gente não sabe, a
gente que estamos aqui não sabemos a dimensão daquilo lá e tudo foi dado 3020
garantia, teve um responsável técnico que assinou, dizendo que podia subir,
tem habite-se, tem tudo; tem tudo, então não podemos dizer isso. Então
voltando à questão, acho que nós temos que estar sempre colocando a
questão de que: há perigo sim! A gente não sabe o que vai acontecer amanhã,
universo, universo, já foi provado cientificamente, desde o inicio desse século, 3025
quer dizer, antes tinha-se esse entendimento, impediu-se esse entendimento
na marra e depois voltou-se a ter o entendimento de que o universo é um
organismo. É um organismo, não adianta a gente dizer que vai pontuar aqui e
que o impacto vai ser aqui, se você impactou aqui, o universo inteiro está
sendo impactado, então nós temos que ter essa preocupação. Esse cano 3030
terminando a 2 Km da praia, hoje, tem-se, é, tem uma pesquisa que passou lá
e trata-se de uma corrente, é elemento químico, faz parte da tabela periódica e
nós sabemos muito bem que a tabela periódica, começou com 4 elementos e
hoje tem cento e não sei quantos e amanhã vai ter mais e mais e mais e mais e
94
cada vez que se aumenta o número da tabela periódica é porque a ciência 3035
descobriu um elemento químico que não era conhecido, portanto, alguns
acontecimentos eram inexplicados, porque? Porque aquele elemento químico
que não era conhecido reagiu com o que nós conhecemos, atestamos como
reage e resultando com uma terceira coisa. Matemática? Exata. 1+1, aproxima-
se do 2, pode para mais, para menos, mas aproxima-se do 2; mas na química 3040
e na física 1+1? Nem sempre aproxima-se do 2, pode gerar 3. A união dos 2 e
o terceiro, que é a reação química. Dentro de uma corrente, com vocês vão
colocar esse local, essa corrente vem de outro lugar, ela pode aportar um
elemento químico que reaja com esses que estão saindo ali e na passagem,
na passagem, um navio que larga qualquer coisa aí, seja lá o que for que 3045
aconteceu, dentro do oceano um elemento químico que tenha uma simpatia,
uma empatia, os elementos químicos agem por simpatia. Ter empatia com um
desses pode gerar uma reação sim, pode, entre eles ali e naquele local aonde
foi feito a pesquisa. Nesse momento não, vocês fizeram a pesquisa, vocês não
sabem o amanhã, a vida é um eterno renascer. Amanhã você não sabe o que 3050
vai estar passando ali. Então a gente não deve nunca dizer que não pode
acontecer alguma coisa, ainda tem mais, existem elementos químicos que
podem na passagem associar-se a esses e serem carregados pelo oceano
sem diluir, basta ter a reação química nesse sentido, você pode diluir o sódio
na água até saturar, mas tem elementos químicos que você coloca o sódio, 3055
que você joga o sódio na água e ele não dilui, ele vai ser carregado e assim
são outros e a gente ta vendo aí todos esses produtos que foram colocados
aqui na televisão, que vocês explicaram, então pensemos isso. No futuro isso
pode? Isso pode sim! Não vamos dizer que não, nós, então o fórum da Agenda
21 de Itaboraí está fechando com o fórum de Maricá, a proposta do fórum de 3060
Itaboraí é a proposta do fórum de Maricá, eles estudarem isso durante 1 ano, 1
ano e pouco, tem muito mais embasamento do que nós, no momento e eles
estão propondo que esse local, não seja a 2 Km, porque ali é uma área de
vórtice, para quem não sabe o que é vórtice, vórtice são o que os pescadores
e nós costumamos chamar de redemoinho, redemoinho. Aquele redemoinho 3065
modifica a dinâmica de toda aquela região. É porque vocês não viram ainda
um redemoinho, vocês não viram um redemoinho em um dia de ressaca, você
95
vê o fundo do mar de Maricá vir para cá na areia, cá na praia. Arrancando
prédios nas calçadas, arrancando calçadas inteiras, vocês não sabem o que é
você entrar com um barco, dentro do oceano ali em Maricá e o seu barco, você 3070
tocar o motor para frente e o mar te jogar para trás, mais forte que o motor.
Vocês não viram isso. Da mesma forma que você disse que não encontraram
ova de peixe aqui no rio, exatamente você veio aqui no período que não é o
período de reprodução do peixe, você não vai encontrar, exceto a Tilápia e o
Bagre, que reproduz o ano inteiro, mas os dois guardam os ovos dentro da 3075
boca. Como é que você vai achar na pesquisa? Você não vai achar nunca,
mas tem. É só você vir no período da desova do Acará, da Piaba, do Bagre-
guri, do Mussum, das dezenas e dezenas de peixes que tem aí. Você vai
encontrar. Então quer dizer são questões que você não pode fazer num
momento assim vou fazer. Pra fazer, vai levar 1 ano para fazer um estudo de 3080
impacto ambiental, 1 ano é muito pouco. Esse ano chove menos, ano que vem
chove mais. Isso tudo modifica. Tem ano que não chove, muda tudo, muda
tudo; vem uma enxurrada, aqui a 100 metros de onde nós estamos tem 2
pontes, tem 1 ponte quebrada ali, porque o engenheiro assinou e disse que
aquela ponte tinha garantia. A do trem que é mais elevada, mas foi arrastada, 3085
também, por uma enxurrada. O engenheiro disse não, aqui, não, pode passar
o trem, assim mesmo aqui adiante tem outra ponte quebrada, mesma chuva.
Lá em Tanguá, tem uma ponte quebrada também. Em 1958, a noite, um trem
vindo do Rio de Janeiro para Campos, cheio de passageiros, a água tinha
levado a ponte, o trem caiu, morreu todo mundo, o maquinista não viu e foi 3090
embora. Um técnico, a ciência diz, um cientista disse que aquela ponte não ia
cair, mas ela caiu. Contra a natureza, não se brinca, não adianta a gente dizer:
Eu estou colocando isso aqui na natureza, isso aqui está garantido. Não
adianta falar isso, vamos ser humildes, vamos para o chão, vamos botar os
pés no chão, nós podemos dizer: Vamos fazer, mas não damos 100% de 3095
garantia; vamos fazer o melhor que nós podemos fazer, esse é o melhor que
nós podemos fazer, mas nunca dizer que vai dar garantia, que não vai
acontecer acidente, porque a gente não sabe o que vai acontecer amanhã.
Isso é um perigo, quando o técnico, quando os técnicos, entram por esse
caminho. Essa é uma teoria cartesiana, que já foi superada desde quando, do 3100
96
início do século quando Einstein chegou e disse, isso aqui está errado e
provou que estava errado. Dizem que o universo é estático, que o universo
não muda. O universo é assim, assim e assim, isso é assim, sempre foi e vai
ser. Não é assim, penso logo existo? Já acabou há muito tempo, isso já
acabou há mais de 1 século e nós ainda estamos mantendo isso na educação, 3105
nas escolas, as nossas escolas ainda falam isso. Penso logo existo, Descartes
aquele negócio todo, isso está errado, já foi superado há muito tempo, gente!
Vamos ter cuidado e botar o pé no chão e vamos levar para o INEA. Sabe
porque isso aqui está acontecendo hoje? Por que o INEA falhou, quando
liberou o COMPERJ aprovando a Estação de Tratamento sem o duto.... 3110
-A gravação terminou abruptamente -
.... continuando:
3115
....tratamento e não aprova o o o o duto. Como é que você licencia uma
empresa se ela não te mostra onde ela vai descartar os seus resíduos.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Senhor Heleno, deixa eu explicar uma
coisinha pro senhor. Só um instantinho. 3120
Sr.Heleno: Então isso foi uma falha grave do INEA. Uma falha grave do INEA.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Deixa eu... deixa eu esclarecer.
3125
Sr. Heleno: E simplesmente nós tamos aqui pra juntos, e vamos resolver. Mas
foi uma falha grande do INEA.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Lógico... Seu Leandro a...
3130
Sr. Heleno: Ah, outra coisa pra eu encerrar. Olha, lamentavelmente mais uma
vez eu vou dizer: ontem o Ministério Público não compareceu em Maricá. Hoje
97
o Ministério Público não comparece aqui. Um recado pros nossos é... é... é...
Promotores. Eles nos representam. Eles nos representam. Quando eles
marcam audiência, quando eles nos intimam, se nós não comparecermos nós 3135
passamos por certas situações difíceis. Nós vamos ter de explicar direitinho,
se não nós vamos pra cadeia. Então como é que eles agem dessa forma? Não
é obrigado o Ministério Público a comparecer numa audiência pública, mas é
um dever. É um dever. Está acima da lei. O que tá na lei, você é obrigado a
fazer. Mas é que existem coisas que tão acima da lei, que não precisam estar 3140
na lei. Que você já sabe qual é o dever. A lei só é pra dizer o que você pode e
o que você não pode fazer. Então o que tá acima da lei não se discute. O
Ministério Público não poderia fazer isso.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Senhor Heleno, o senhor falou muito bem. 3145
Agora, o senhor pode ter certeza que o Ministério Público tá recebendo essa
ata, tá recebendo a transcrição e que eles ficam marcando em cima. O fato de
eles estarem aqui ou não concordo com o senhor, é bom pra todos, inclusive
pra nós, porque nos representa, a sociedade. Agora eles já estão pedindo a
agenda, a ata, a transcrição da audiência de ontem. Então o senhor pode ter 3150
certeza que eles estão fazendo exigências. Se não estiveram aqui é porque
algum motivo a... maior impediu. Porque a nova orientação lá do chefe, lá do
Ministério Público é que eles participem das audiências sim. E o senhor foi
muito bem quando disse que eles não são obrigados a vir. Quer dizer, a
ausência deles não invalida a audiência, mas a presença deles valoriza, não é 3155
isso? E... enfim, mas eles com certeza eles tão em cima de todos os processos
e estão pedindo a agenda da reunião de hoje, tá certo?
Albertone Sant’ana - Cepemar: Gusmão , por gentileza.
3160
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Pois não.
98
Albertone Sant’ana - Cepemar: Eu acho que caberia um esclarecimento,
porque parece que não ficou claro a... como se nós tivéssemos sido omissos
em relação a riscos e a gente gostaria de deixar mais claro isso. 3165
Antônio Carlos Gusmão – CECA : tá certo.
Albertone Sant’ana - Cepemar: É... na fala do senhor Heleno teve essa...
essa preocupação com relação aos riscos e eles não estão ignorados pelo 3170
estudo ambiental, de forma que são propostos programas de redução desses
riscos e programas de monitoramento, caso esses riscos venham a se
concretizar. Né, então a gente tem propostos todos os programas de, os dois
programas que são relacionados aos riscos do emissário, que são o plano de...
de emergência, né, em caso aconteça alguma coisa. E ainda os planos de 3175
monitoramento tanto de qualidade dos rios, quanto de qualidade do próprio
efluente tratado, quanto de qualidade do corpo receptor que é o mar em
Maricá. Então, por onde passa o emissário tá havendo alguma metodologia de
monitoramento, de acompanhamento e de identificação, caso aconteça algum
tipo de vazamento, caso aconteça algum tipo de extravasamento desse 3180
efluente. Além de todo o detalhe construtivo que a Leonora já apresentou e
todas as ações de contingência e emergência que são propostas aí no estudo.
OK? Só pra esclarecer, Antônio Carlos Gusmão . Obrigado.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não, tá certo. Porque inclusive se tem os 3185
planos é porque há a preocupação. A fala do senhor Heleno foi perfeita no
sentido do alerta que não há o acidente zero.
Albertone Sant’ana - Cepemar: E... e é importante considerar ...
3190
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não... Não existe... é...
Albertone Sant’ana - Cepemar: que se o projeto, ele passa por um estudo de
impacto ambiental, o pressuposto que faz com que ele passe por uma análise
99
robusta dessa, é haver um risco real. É haver impactos significantes possíveis 3195
relacionados a esse empreendimento. Então só o fato de se elaborar um
estudo de impacto ambiental é auxilia, concorda e corrobora a preocupação do
seu Heleno.
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Tá certo. Então, é mais alguma colocação? 3200
Peraí, peraí, tem que ter o microfone pro seu Heleno, senão não grava. Seu
Heleno.
Sr. Heleno: Eu esqueci de lembrar ao INEA o seguinte. Ali, ao lado, tem um
parque estadual, você sabe. É, e pela lei do SNUC há uma zona de impacto, 3205
é de influência de 10 quilômetros, ao redor de todas as unidades de
conservação.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: o aquecimento...
3210
Sr. Heleno: É, então quero só lembrar ao INEA essa responsabilidade.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá certo... Claro, claro.
Sr. Heleno: e tem o INEA com relação a esse empreendimento ali. 3215
Antônio Carlos Gusmão – CECA: Perfeito.
Sr. Heleno: ...tá? Da mesma forma que existe uma zona de influência do
próprio COMPERJ de dez quilômetros, né? Nós, é o parque aqui em Tanguá a 3220
Petrobras pagou a compensação, né! O termo de compensação pras unidades
de conservação ambiental, foram quatro milhões e alguma coisa, que e aqui
tem uma unidade de conservação... Sabe o que aconteceu? Nós ficamos sem
nada e tal O Secretário de Meio Ambiente de Itaboraí entrou com uma ação no
Ministério Público é cobrando essa compensação e a Petrobras foi lá e provou 3225
que tinha pago. Então nós queremos saber pra onde foi...
100
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Mas a compensação foi pro COMPERJ.
Agora vai ter outra compensação.
3230
Sr. Heleno: nas unidades. Sim, sim. Só tô te dando um exemplo, que pode
acontecer.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Entendi... entendi.
3235
Sr. Heleno: É. O que aconteceu? Na audiência com o Ministério Público foi
provado pela Petrobras que ela tinha feito o pagamento. Ela não devia. E
quem que recolheu? Quem que recebeu? O Governo do Estado. E por que
não aplicou? Ah... tá aplicando sim. Então a Promotora chegou e falou: “então
o senhor mostra onde que tá sendo aplicado”. Sabe onde que tava sendo 3240
aplicado o dinheiro resultante do termo de compensação pra unidade de
conservação que tivesse dentro do raio de dez quilômetros do entorno do
COMPERJ? Lá na Ilha Grande, em Angra dos Reis!
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não, não... 3245
Sr. Heleno: Exatamente!
Antônio Carlos Gusmão – CECA: a compensação daqui é aplicada aqui.
3250
Sr. Heleno: Então, daqui foi pra lá! Foi pra lá! Já foi libera .... o Ministério
Público já exigiu que um milhão deles voltasse, pra tá sendo empregado no
Parque Natural Municipal Serra do Barbosão aqui em Tanguá, ao nosso lado.
Então, quer dizer, há essas possibilidades. Então nós não podemos e foi lá no
INEA que aconteceu. Foram os técnicos do INEA que foram lá e tiveram que 3255
provar, mostrar que o dinheiro que foi pago pra ser aplicado aqui, na área de
entorno do COMPERJ, na área do impacto, tava sendo empregado pelo
Governo do Estado lá na Ilha Grande.
101
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá certo... 3260
Sr. Heleno: Tá. Então a gente tem que ter todo esse cuidado, toda essa
preocupação pra evitar que isso volte a acontecer. A gente tá atento com isso,
tá...
3265
Antônio Carlos Gusmão - CECA: E agora nós temos na Secretaria, uma
Câmara de Compensação Ambiental.
Sr. Heleno: Exatamente...
3270
Antônio Carlos Gusmão - CECA: que justamente tá fazendo o controle...
Sr. Heleno: pra acabar com essa história.
Antônio Carlos Gusmão - CECA: de todas essas compensações. 3275
Sr. Heleno: Então é essa a lembrança pra você. Tá dentro da zona de
influência...
Antônio Carlos Gusmão - CECA: tá certo... 3280
Sr. Heleno: do Parque Estadual. Isso é impossível acontecer. É o SNUC, a lei
federal que exige...
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Exato, é a lei 9985. 3285
Sr. Heleno: a lei 9985, exatamente...
Albertone Sant’ana - Cepemar: Antônio Carlos Gusmão ...
3290
102
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então, muito obrigado, senhor Heleno...
Albertone Sant’ana - Cepemar: Gusmão ...
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bem... Pois não... 3295
Albertone Sant’ana - Cepemar: Pode só fazer um esclarecimento em cima
da... da informação que o senhor Heleno tá dando aqui... É... a zona de
amortecimento que era determinada pelas resoluções econômicas 302 e 303...
ela realmente quando não é decretado a zona de amortecimento da unidade 3300
de conservação, ela se estabelecia automaticamente, pra efeitos de
licenciamento, uma área de dez quilômetros além da área da... da unidade de
conservação. Quando foi elaborado o estudo de impacto ambiental, essas
duas resoluções econômicas ainda estavam válidas. Só que elas foram
revogadas por uma resolução mais recente, que estabelece um limite de 3 3305
quilômetros pra essa zona de amortecimento, né. Hoje, quando uma unidade
de conservação não tem essa zona determinada, pra efeito de licenciamento,
essa zona fica determinada em 3 quilômetros. Tá OK? Só pra gente manter a
informação mais atualizada aí.
3310
Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bem, então eu tô passando aqui pra turma
da Petrobras os contatos das pessoas que ofereceram aí as parcerias nas
instalações, nos prédios com os custos, tá certo? Nós selecionamos as
pessoas. Então, é...nó, eu queria agradecer a presença das pessoas aqui, a
forma, eu acho, que delicada, não? Extremamente atenciosa que nos 3315
receberam aqui. Nós do órgão ambiental, os colegas da empresa, os
consultores, as pessoas do apoio, enfim. Eu acho queessa é a maneira que se
faz uma audiência pública. É ouvindo as pessoas, trazendo novas
considerações, novas contribuições. E não esqueçam que todos tem, heim,
Dona Sandra, nós temos ainda dez dias pra mandar sugestões decorrentes 3320
daqui da audiência, tá certo? Então, em nome da Secretaria de Estado do
Meio Ambiente eu agradeço a presença de todos, desejo um feliz regresso
103
pras nossas casas e que nos encontremos numa próxima oportunidade aqui no
Município de Itaboraí, que nos recebeu tão bem. Então muito obrigado, uma
boa noite e até a próxima. Obrigado a todos. 3325
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