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ADVOCACIA, CONSULTORIA E ASSESSORIA JURÍDICA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE PICOS- PIAUÍ – JEF/PI
Objeto: Auxílio Doença c/ conversão em Aposentadoria por Invalidez Enfermidade do Autor: Cegueira (OFTAMOLOGISTA)
ROSALVO DOMINGOS RODRIGUES, brasileiro, casado,
lavrador, portador do RG nº. 1.495.003 SSP-PI e CPF: 023.807.723-39, residente
e domiciliado na Localidade “Vaca Brava”, S/N, zona rural do município de
Itainópolis – Piauí, CEP: 64.565-000, por seu patrono que esta subscreve, com
endereço profissional insculpido no rodapé, vem respeitosamente à presença de
vossa Excelência, com fulcro na legislação previdenciária pertinente à espécie,
requerer a presente
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE AUXÍLIO DOENÇA C/ CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR IVALIDEZ
contra o "INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS", com endereço
na Rua Coronel Francisco Santos, n° 242 - Centro, CEP 64600-000, nesta cidade
de Picos-PI, ante os motivos de fato e de direito, que a seguir passa a expor e ao
final requerer:
P R E L I M I N A R M E N T E
I - DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA(Leis nº 1.060, de 05.02.1.950, 7.210, de 04.07.1986 e artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal).
Vale-se o autor da legislação referida para requerer que lhe
sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita uma vez que não reúne
qualquer condição de custear as mínimas despesas decorrentes do processo.
ADVOCACIA, CONSULTORIA E ASSESSORIA JURÍDICA
O artigo 4º da Lei 1.060/50, bem como o art. 4º da Lei
7.510/86, disciplina que:
“A parte gozará dos benefícios da Assistência
Judiciária, mediante simples afirmação, na própria
petição inicial, de que não está em condições de
pagar as custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família”.
Desta forma, requer o peticionário lhe sejam deferidos os
benefícios da justiça gratuita, pelos motivos já alinhavados e, ainda, por ser a
única forma de lhe proporcionar o mais amplo acesso ao poder judiciário, garantia
essa que a Constituição Federal elegeu no inciso LXXIV, do artigo 5º.
II – DOS FATOS
1.1 - O autor requereu junto a ré o beneficio de auxílio doença, sob o NB.: 543.803.050-9, o qual foi negado administrativamente, sob a alegação de parecer contrário da perícia médica (doc. em anexo).
1.2 – O requerente desde a sua tenra infância vive na roça, aprendendo desde cedo a labuta rural, ajudando a família na lavoura, os quais eram destinados a subsistência do núcleo familiar. Rotina essa que perdurou durante toda sua vida, porém, em meados de 2002, perdera a visão de um dos olhos, mas mesmo assim continuou exercendo o seu trabalho na lavoura, quando no inicio de 2011 teve uma perda considerável na acuidade do único olho que lhe resta, estando impossibilitado de exercer qualquer trabalho, em virtude dessa deficiência visual.
1.3 – Ocorre Excelência, que laborar somente com a visão de um olho já era difícil, e agora com a perda considerável da visão do outro olho, torna-se praticamente inexequível o labor em qualquer atividade e, além do mais o requerente não possui instrução escolar para desempenhar outra atividade, sendo que o mesmo é analfabeto.
1.4 – O autor está passando por sérias necessidades, de várias naturezas, precisando até mesmo de acompanhamento de terceiros para poder se locomover, em virtude da baixa acuidade visual.
1.5 - A incapacidade total e permanente restou configurada pela impossibilidade do autor de se recuperar para o trabalho habitualmente desenvolvido, bem como na impossibilidade de, através da reabilitação
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profissional, exercer outras funções, uma vez que sua incapacidade é total e para todas as atividades, que se diga, omniprofissional.
1.6 – Como já dito, autarquia ré indeferiu o beneficio requerido, alegando falta de incapacidade laborativa, o que é uma grande injustiça, como uma pessoa quase “cega”, poderá desempenhar o árduo e sacrificante labor rurícola? Para inicio de prova o autor junta aos autos: Atestado Médico, Laudo Médicos, Cópia do processo administrativo, dentre outros documentos.
II - DO DIREITO
2.1 – Sabemos que o benefício do auxílio-doença está amparado pela Constituição Federal (art. 201, I) e também normatizado pela Lei n.° 8.213/91 (art. 59):
“O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos”.
Por sua vez, o art. 42, enuncia que:
“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
Da análise dos dispositivos legais acima transcritos, se extrai os requisitos necessários para concessão dos benefícios, são eles:
a) qualidade de segurado; b) carência ao benefício; c) incapacidade temporária (auxílio-doença) ou
permanente (aposentadoria pôr invalidez), ou seja, que o segurado se apresente insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.
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Vejamos a jurisprudência de nossos tribunais:
PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. COMPROVAÇÃO. AUXÍLIO-DOENÇA. CEGUEIRA TOTAL NO OLHO ESQUERDO. IMPOSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE QUE LHE GARANTA A SUBSISTÊNCIA EXAME MÉDICO PERICIAL. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. APELAÇÃO PROVIDA.
1. É meramente exemplificativo o rol de
documentos constante do art. 106, parág. único da
Lei 8.213/98, daí se poder aceitar qualquer outro
indício de prova material, revelador da realidade
e típicos da cultura rural, a ser complementado
com a prova testemunhal; neste caso a Ficha de
Associado ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais
de Cachoeira dos ìndios/PB, emitida em 14.10.2003
(fls. 15/16) e os testemunhos prestados em juízo
demonstram satisfatoriamente a qualidade de
Trabalhador Rural do apelante.
2. O art. 59 da Lei 8.213/91 estabelece que o
benefício de auxílio-doença será devido ao
segurado que, após o cumprimento do prazo de
carência exigido pelo mesmo diploma legal, ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua
atividade habitual por mais de 15 dias
consecutivos.
3. Assim como as demais provas, o Laudo Pericial
está sujeito à livre apreciação do Magistrado,
conforme o art. 436 do CPC. Constatado que o
mesmo carece de fundamentação, sendo elaborado no
estilo múltipla escolha, não relatando de forma
clara e eficaz os reais problemas de saúde do
autor, portador de cegueira total no olho
esquerdo, deve-lhe ser concedido o benefício de
Auxílio Doença, uma vez que não está reintegrado
ao trabalho em atividade compatível com a sua
nova condição física. 3. Apelação do particular
provida. (392538 PB 2006.05.99.001177-3, Relator:
Desembargador Federal Élio Wanderley de Siqueira Filho
(Substituto), Data de Julgamento: 05/03/2007, Segunda
Turma, Data de Publicação: Fonte: Diário da Justiça -
Data: 28/03/2007 - Página: 1128 - Nº: 60 - Ano: 2007)
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Diante do exposto, fica evidenciado que o requerente cumpre os requisitos para obtenção do beneficio ora pleiteado.
III – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
3.1 - A concessão da tutela antecipada exige a presença de certos requisitos, materializados na prova inequívoca que convença da verossimilhança da alegação (caput, art. 273, CPC), conciliada, alternativamente, com o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação (inciso I) ou ainda, quando caracterizado o abuso de direito de defesa ou mesmo, o manifesto propósito protelatório do réu (inciso II). Pela regra do inciso I, se conclui, primeiramente, que possível se mostra a concessão do provimento de urgência, antes do aperfeiçoamento da relação jurídica processual ou, no curso do processo, em qualquer momento, ainda que na fase recursal.
3.2 - Douto julgador está claro a verossimilhança da alegação, basta uma pequena vista à farta documentação juntada pela autora, como os atestados e laudos médicos;
3.3- Ademais, a autora passa por dificuldades financeiras, pois está incapacitada de prover seu sustento, e a privação de tratamento e alimentação adequada ameaçam a já frágil saúde da autora. O perigo na demora da implantação do benefício pode causar dano irreversível.
3.4 - A negação inicial mostra claramente o manifesto propósito
protelatório da autarquia, pois, o estado de saúde da autora é grave, e os
documentos já inclusos no processo, são por si só, prova inequívoca da
verossimilhança da alegação, ficando evidenciados os requisitos para a
concessão de antecipação da tutela, diante do já exposto, requer deste juízo, a
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA VIA LIMINAR.
IV - DO PEDIDO
a) Seja CITADO o INSS, na Rua Coronel Francisco Santos n° 242 - Centro, CEP 64600-000, Picos- Piauí, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, conteste a presente ação sob pena de revelia e confissão;
b) Seja concedida a ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, via medida liminar, face o anteriormente exposto;
c) Seja o Réu, in fine, condenado a pagar ao requerente o beneficio de Auxílio-Doença, com posterior conversão em Aposentadoria por Invalidez, e também as parcelas atrasadas desde o indeferimento na seara administrativa, conforme as leis previdenciárias;
d) Requer os Benefícios da Justiça Gratuita, por ser pobre na forma da lei;
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e) Protesta provar o alegado por todos os tipos de provas em direito admitidas, tais como, testemunhal, pericial, documental e oitiva do Autor, e demais provas que V. Exa. julgar necessário;
f) Ainda que remota tal possibilidade, o Autor renuncia a valores que sobressaiam à competência deste Douto Juizado.
Dá-se a causa o valor de R$ 622,00 (SEISCENTOS E VINTE E DOIS REAIS), para efeitos meramente legais.
Nesses termos, Pede e espera deferimento.
Picos (PI), 13 de janeiro de 2012.
_______________________________________________________
ADVOGADO
OAB/PI Nº 8396
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