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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE
CADERNO PEDAGÓGICO DE
HISTÓRIA
Lilian Sigler Parandiuc
MARINGÁ-PR
2010
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE
CADERNO PEDAGÓGICO DE
HISTÓRIA
TEMA: A REVOLUÇÕ IRANIANA
TEMPO ESTIMADO PARA APLICAÇÃO: 32horas/aulas
APRESENTAÇÃO
O presente material trata-se de um Caderno Pedagógico elaborado
para atender as normas determinadas pelo Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE que estabelece como uma das atividades obrigatórias para a
implementação do projeto proposto para o ingresso no programa, que tem como
tema O ORIENTE MÉDIO E A ABORDAGEM DADA NOS LIVROS DIDÁTICOS
BRASILEIROS, que será aplicado no Colégio Alfredo Moisés Maluf Ensino
Fundamental e Médio com alunos do 3° Ano do Ensino Médio.
Para a elaboração do mesmo foi escolhido como tema de abordagem
a Revolução Iraniana que consta neste caderno que está dividido em seis
Unidades que irão apresentar o conteúdo proposto de maneira a trazer
informações, propor reflexões e atividades que venham a colaborar para um
melhor aprendizado dos alunos.
SUMÁRIO
PRIMEIRA UNIDADE
1-Introdução ........................................................................................................04
2-Desenvolvimento Teórico .................................................................................05
SEGUNDA UNIDADE
1-Coleta de impressões, informações sobre o Irã, visualização,
localização e fronteiras ........................................................................................07
2-Um breve histórico sobre o país........................................................................08
TERCEIRA UNIDADE
1-Antecedentes da revolução...............................................................................09
2-O desenrolar da revolução.................................................................................11
QUARTA UNIDADE
1-Conhecendo um pouco mais sobre o Islã.........................................................14
QUINTA UNIDADE
1-Os reflexos da Revolução Islâmica...................................................................16
SEXTA UNIDADE
1-Trabalhando com charges …............................................................................18
2-Revolução no Irã: o Islã volta a mostrar a sua face..........................................19
3-Atividades de análise e compreensão...............................................................20
2-Vocabulário........................................................................................................21
3-Referências........................................................................................................23
PRIMEIRA UNIDADE
1-INTRODUÇÃO
Atendendo as normas determinadas pelo Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE que estabelece como uma das atividades
obrigatórias a implementação do projeto proposto para o ingresso no programa,
faz necessário organizar uma produção didático-pedagógica a fazer parte da
implementação do projeto na escola de origem do professor e disponibilizado na
rede para o acesso dos demais professores. A organização de tal material é fruto
das diversas leituras e estudos já realizados até o momento que envolvem não
apenas leituras individualizadas como também os conhecimentos adquiridos nos
cursos oferecidos pelo programa.
A proposta de projeto apresentada visa um trabalho mais geral no que
se refere a História do Oriente Médio enfocando a abordagem do assunto nos
livros didáticos de Ensino Médio, possibilitando reflexões e discussões junto aos
professores da rede, porém existe um outro foco importante que é o aluno, ou
seja, não bastam discussões sobre como os livros didáticos tem ou não tratado o
assunto, é preciso apresentar uma proposta de como trabalhar com o assunto
em sala de aula.
Sendo assim, escolhi como conteúdo a ser abordado na produção
didático-pedagógica a Revolução Iraniana para ser trabalhado com alunos do
terceiro ano do Ensino Médio, por acreditar que, dentre os diversos conteúdos
referentes ao Oriente Médio, este possibilitará compreender várias questões que
nos levam a entender certos conflitos que estão postos na atualidade e tão
expostos na mídia. Ao tratar das raízes da Revolução Iraniana, do processo pelo
qual passou, das interferências do ocidente, e de seus reflexos tanto para o
Oriente como para o Ocidente estaremos dando um grande passo na longa
caminhada em busca de um ensino da disciplina de História mais rico, dinâmico
e reflexivo.
Neste sentido, esta unidade temática visa proporcionar aos alunos
informações que contribuam para que possam analisar como os livros didáticos e
a mídia abordam tais questões, abrindo a possibilidade de novas interpretações,
tirando-os da simplicidade do senso comum.
2-DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
Dentro do espaço escolar, pouco se fala a respeito da história do
Oriente Médio e muito pouco se encontra nos livros didáticos abordando tal
temática. As poucas vezes que se aborda o assunto é sempre de maneira breve,
descontextualizada e, algumas vezes, contendo erros factuais e conceituais.
Esta situação me levou a pensar e a analisar como o assunto vem sendo
abordado nos livros didáticos de Ensino Médio.
De maneira geral a formação do professor, neste caso a do professor
de História inicia e termina no curso de Graduação, pois muito pouco se tem de
formação continuada tratando especificamente de conteúdos da disciplina e das
formas de se ensinar História. Ensinar História passa por um processo onde o
professor precisa fazer da sala de aula um espaço não só para a transmissão do
saber acadêmico que ele domina, mas também um ambiente onde a interlocução
possa construir sentidos, possa transformar temas em problemáticas a serem
discutidas buscando fazer com que o aluno possa se ver dentro das situações
analisadas criando oportunidades para que ele possa refletir, elaborar conceitos
e compreender a realidade.
É sabido que para que isso ocorra se faz necessário buscar não só
metodologias para o ensino de História como também recursos para que sua
ação didática consiga, a partir dos temas propostos, fazer análises, lançar
discussões e reflexões que possibilitem aos alunos interagir com o objeto de
estudo compreendendo-o e proporcionando a construção de seus próprios
conceitos e conclusões. Nessa relação pedagógica o professor não deve ensinar
aos alunos apenas os conteúdos já construídos historicamente, mas deve
ensiná-los a raciocinar e proporcionar a eles o espaço para que possam colocar
em prática sua capacidade de raciocinar.
Não se pode negar que o recurso mais utilizado ainda é o livro
didático. Por essa razão, nas últimas décadas, muito se tem discutido sobre a
utilização ou não dos livros didáticos que vêm passando por avaliações
contraditórias. Alguns professores chegaram a recusá-lo por alegar que a
precariedade da educação estava na precariedade dos livros didáticos, mas o
fato é que, ainda hoje, ele continua sendo o material didático mais utilizado nas
escolas e que a preocupação com a melhoria dos mesmos também vem
crescendo.
Pensando na importância que o livro didático tem no processo de
aprendizagem vem então a questão principal deste trabalho, ou seja, após
realizar algumas leituras de autores que estudam a temática Oriente Médio, foi
possível perceber a preocupação em conhecer melhor a realidade das
sociedades desta região, sua cultura e tradições, buscando entender as origens
dos conflitos postos nesta região, desmistificando alguns preconceitos, ou melhor
dizendo, a preocupação e a necessidade de se abordar outras questões que
muitas vezes não estão presentes ma mídia e nos livros didáticos, mas que
podem nos auxiliar muito na compreensão da atualidade.
Diante de tais preocupações e pensando na atuação docente, acredito
que a esta produção didático-pedagógica venha de encontro aos anseios
daqueles que pretendem efetivar um trabalho mais concreto sobre conteúdos
relativos ao Oriente Médio.
SEGUNDA UNIDADE
1º MOMENTO
Para iniciar os estudos será feita uma verificação do que os alunos
conhecem a respeito do Oriente Médio e do Irã, através de uma coleta de
impressões, tendo como finalidade conhecer a visão dos alunos sobre o assunto,
obtendo informações para uma futura comparação no final dos estudos. Ainda
com esta finalidade, será solicitado que os mesmos façam uma leitura do texto
sobre a Revolução Iraniana presente no livro didático adotado no colégio e
registrem suas impressões.
2º MOMENTO
Utilizando da TV Pendrive, será apresentado aos alunos a
localização e dados atuais sobre a organização política e social do país.
3º MOMENTO
VISUALIZANDO A LOCALIZAÇÃO E FRONTEIRAS
DADOS PRINCIPAIS:
Localização: Sudoeste da Ásia.Nome oficial: República Islâmica do Irã Nacionalidade: iraniana. Capital: Teerã. Idioma: persa Religião: islamismo 99,1% (xiitas 93,4%, sunitas 5,7%), bahaísmo 0,6%, cristianismo 0,1%, zoroastrismo 0,1%, judaísmo 0,1% (1991).
POPULAÇÃO:Total: 68,4 milhões
População urbana: 61% População rural: 39%
POLÍTICA:Forma de governo: República Presidencialista.
Divisão administrativa: 28 províncias. Constituição em vigor: 1979.
Mapa disponível em:
www.espada.eti.br/n2184.asp - acessado em
30/03/10
4º MOMENTO
UM BREVE HISTÓRICO SOBRE O PAÍS
A atual história política do Irã demonstra que as relações de poder
e de interesses econômicos entre Ocidente e Oriente estão marcadas pela
desconfiança. Esta situação não é coisa nova. Devido as suas reservas
petrolíferas, o Irã sempre foi alvo do interesse de nações estrangeiras. No
passado, Rússia e Inglaterra eram as nações que mais disputavam este
território.
O estremecimento das relações com esses países tiveram início na
década de 20 quando, Reza Khan, que passa a se chamar Reza Pahlevi ,
assume o poder através de um golpe militar, pondo fim a dinastia Kajar,
buscando iniciar então, uma nova era sem a intervenção estrangeira que segue
nas próximas décadas.
Durante a Segunda Guerra Mundial tropas russas e inglesas,
invadiram o território iraniano em busca não só do petróleo, mas também, a fim
de eliminar a aproximação do governo iraniano ao governo nazista alemão. Às
vésperas da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha era o principal país com o
qual o Irã tinha relações comerciais e os aliados tinham então a grande
preocupação de que o petróleo iraniano pudesse abastecer os nazistas, até
porque o Xá demonstrava simpatia pela causa nazista, apesar de ter declarado o
Irã como uma nação neutra. O Xá não permitiu que as forças aliadas utilizassem
o território iraniano como um corredor para o transporte de armamentos para a
União Soviética a fim fortalecê-la contra os alemães, o que também preocupou
os países aliados.
Diante desta situação, Reza Pahlevi é acuado e obrigado a
renunciar em nome de seu filho Mohammad Reza Pahlevi que tornou-se Xá do
Irã em 16 de setembro de 1941, aos 22 anos de idade. Inicia-se uma nova fase
política no Irã onde o Xá optou por um estreitamento de relações com os Estados
Unidos. Passou a se preocupar mais em aumentar a sua fortuna pessoal graças
aos royalties do petróleo. Preocupava-se com a aparência atlético e tinha um
carisma sedutor, fazia visitas constantes a Paris e aos cassinos de Monte Carlo,
o que deram a ele afama de playboy internacional enquanto o Irã definhava na
pobreza e no analfabetismo.
TERCEIRA UNIDADE
1º MOMENTO
Neste momento será encaminhado um trabalho com um texto que
vai procurar retratar a situação do Irã pré-revolucionário:
ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO
Pode-se considerar que a primeira década de governo Mohammed
Reza Pahlav foi um período bastante tranquilo, porém tudo começa a mudar
quando em 1951 Mohammed Mossadegh foi eleito como primeiro ministro do Irã.
Mossadegh era uma pessoa bastante influente, com ideias nacionalistas e Reza
Pahlavi acabou por ter que aceitar sua eleição para não enfrentar maiores
problemas internos. Em 01 de maio de 1951 o nacionalismo do primeiro ministro
veio a tona quando conseguiu aprovar no parlamento a nacionalização do
petróleo, o que causou grande irritação a Inglaterra. Como retaliação, os
britânicos tentaram embargar o petróleo iraniano nos mercados internacionais,
na tentativa de levar a economia do país, movida pelo ouro negro, ao colapso. A
União Soviética apoiou o Irã e começou a comprar seu petróleo para compensar
o boicote decretado pelos países ocidentais. Os Estados Unidos, temendo a
aproximação do Irã com a União Soviética, posicionou-se contra o embargo
britânico.
As ideias nacionalistas de Mossadegh e sua popularidade
ameaçavam o governo de Reza Pahlav e os interesses ocidentais, desta forma,
instigado pelos americanos, o Xá demitiu o primeiro ministro em 15 de agosto de
1953, gerando uma série de protestos entre a população iraniana que acaba
levando o Xá a deixar o país e refugiar-se em Roma. A CIA entra em ação e
organiza a chamada Operação Ajax. Um movimento estratégico que acaba com
o retorno triunfante do Xá ao país e com a deposição de Mossadegh do cargo
de primeiro ministro.
A partir daí o Irã tornou-se um grande aliado dos Estados Unidos,
mantendo excelentes relações com os americanos. Reza Pahlavi não hesitou em
romper com a organização tradicional do Islã em assuntos como a jogatina, o
consumo de álcool e as relações sexuais antes do casamento, recusando-se a
banir tais práticas do Irã. Com o decorrer dos anos, o governo de Reza Pahlavi
passou a ser conhecido como opressivo e corrupto. Qualquer pessoa que se
opunha era mandado para a prisão, originando denúncias de atentados aos
direitos humanos e à liberdade que adquiriam eco não só dentro do país como
também na comunidade internacional. Para fiscalizar o território, o Xá instalou a
polícia secreta chamada Savak, que a tudo controlava, proibindo estudantes,
intelectuais e oficiais do governo de participarem de qualquer discussão pública.
A economia do Irã cresceu consideravelmente. Os aumentos
constantes do petróleo e a exportação de aço foram os principais responsáveis
por esse crescimento. Reza Pahlavi gastava grande parte do dinheiro do petróleo
adquirindo armas do ocidente. Apesar do grande crescimento econômico a
distribuição de renda não atingiu à população pobre, a classe média urbana não
alcançou grandes saltos e melhoras enquanto a elite aumentava cada vez mais a
sua riqueza. Os estrangeiros que trabalhavam para as companhias ocidentais
eram os maiores privilegiados da riqueza iraniana. Os excessos do Xá eram
vistos como uma afronta à população carente do país .
Uma crescente oposição, sempre esmagada pela polícia secreta,
tornou-se cada vez mais organizada. A oposição religiosa era a principal. A
comunidade de estudiosos das leis islâmicas, a Ulema, condenava a opressão
do regime, assim como as prisões e a violência física contra os seus opositores.
Assumiam compromissos de luta contra a pobreza e às diferenças sociais e,
principalmente, tentavam preservar a “contaminação” da população pelo modo
de vida ocidental, resguardando os princípios islâmicos seculares. Quanto mais o
governo reprimia as manifestações contra os costumes ocidentais, mais a
oposição religiosa aumentava, espalhando-se por diversos setores da sociedade
iraniana. Um dos maiores opositores do regime do Xá era o aiatolá Khomeini,
que propagava para os seus seguidores ser Reza Pahlavi um grande tirano
demagogo.
Khomeini foi preso e enviado para o exílio no Iraque, em 1964, mas
sob a grande pressão do Xá iraniano o governo do Iraque expulsou Khomeini do
seu território, obrigando-o a exilar-se em Paris, o que enfureceu a oposição,
desencadeando uma onda de protestos dos líderes religiosos. O Xá enfrentou
com violência os protestos dos líderes religiosos, prendendo e matando
manifestantes.
2° MOMENTO
O DESENROLAR DA REVOLUÇÃO
Durante a segunda metade dos anos setenta, a situação no Irã
continuou muito instável. A população pobre e descontente se opunha cada vez
mais as modernidades ocidentais impostas pelo Xá, uma vez que não traziam
melhoria alguma. Voltavam-se cada vez mais aos valores do islamismos como
forma de buscar mudanças. Quanto mais as manifestações cresciam maior era a
repressão do governo que passou a chamar a atenção da imprensa internacional
e passou a ter uma grande repercurssão no ocidente, levando o Xá a abrandar a
repressão, o que não desmobilizou o movimento.
Mesmo longe dali, o fantasma de Khomeini assombrava o governo
do Xá, e o movimento revolucionário, iniciado na cidade de Quome acabou
tomando várias cidades do Irã, campos petrolíferos usando como métodos
greves, ocupações de fábricas, mobilizações religiosas, o que culminou com uma
greve geral em outubro de 1978.
AGORA É COM VOCÊ
1- O texto evidencia que todos os indícios de uma revolução estavam
presentes no Irã. Ao fazer a leitura você deve tê-los percebido. Aponte tais
indícios que podem ser considerados como motivadores do processo
revolucionário iraniano:
2- Ao ler os dois textos, como você avalia a influência das relações políticas
no processo revolucionário iraniano?
Em 12 de dezembro de 1978, cerca de dois milhões de pessoas
marcharam sobre Teerã, em protesto contra o Xá. Diante de tanta gente, setores
do exército iraniano negaram-se a atirar contra os manifestantes, outros
desertaram, fazendo com que as forças armadas entrassem em colapso,
desintegrando-se. De Paris, Khomeini orientava a insurreição do seu povo, a
maioria da população iraniana já lhe era fiel. Quando o aiatolá pediu o fim
completo da monarquia, não restou alternativa ao Xá, senão deixar de vez o Irã,
o que aconteceu em 16 de janeiro de 1979.
No dia 1 de fevereiro de 1979, Ruhollah Khomeini retornou do
exílio na França, sendo recebido com honras e euforia pela população iraniana,
consolidando a revolução no dia 11 de fevereiro de 1979. Como líder supremo
do Irã, Khomeini transformou o país em uma República Islâmica voltada para os
princípios básicos dos ensinamentos seculares do islã. À revolução, passou a
chamá-la de “Revolução Islâmica” e o novo governo proporcionou
o regresso do Irã aos valores tradicionais do Islã. Costumes ocidentais difundidos
na cultura iraniana durante o regime do Xá foram proibidos, entre eles a
proibição às mulheres do uso de maquiagem e de mini-saias; música pop e rock;
cinema; jogos e jogatinas. Velhos códigos morais foram ressuscitados, como o
açoite e castigos corporais aos que praticassem adultério, aos que praticassem
sexo fora do casamento e aos que consumissem álcool.
Para garantir a Revolução Islâmica, muitos dos que a apoiaram
foram executados, entre eles os defendiam o estado laico, uma ameaça aos
princípios teocráticos do islã. Também foram executados os considerados
doentes ou escórias da sociedade, como os homossexuais e as prostitutas. A
execução estendeu-se a membros de outras religiões, como os judeus. Assim,
ao realizar-se um plebiscito, foi legitimada a implantação de uma República
Islâmica, fator inédito na história dos povos árabes contemporâneos.
A partir daí o Irã passou a ser um país internacionalmente isolado e
para os iranianos a ex-União Soviética e os Estados Unidos eram igualmente
maus.
3º MOMENTO
Este o momento em que será passado um vídeo para que os
alunos possam, através da visualização de imagens, ter uma noção mais ampla
da situação do Irã e do processo revolucionário. Devido a dificuldade de se
encontrar materiais relativos ao assunto, foi localizado um vídeo que está
dividido em 3 partes que juntas totalizam 25 minutos, conforme o quadro abaixo:
Parte 3/5 – última metade
http://www.youtube.com/watch?v=WlcEzHI88zM&feature=related
Parte 4/5
http://www.youtube.com/watch?v=E_oqRsSRUUI&feature=related
Parte 5/5
QUARTA UNIDADE
CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE O ISLÃ: a leitura deste
texto irá proporcionar a você aluno, conhecer um pouco melhor s religião
islâmica assim como suas semelhanças e diferenças se comparadas ao
cristianismo:
CONHECENDO MELHOR O ISLÃ
Dentre os vários fatores que fazem do Oriente Médio uma região de
destaque e importância está a religião. Esta região foi o berço de três grandes
religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Dentre as três religiões, o
islamismo é a mais nova. Todas elas são religiões de revelação onde o divino se
utiliza de mensageiros, os profetas, para chegar aos homens.
O Islã, diferente das demais religiões não é só uma religião, é uma
comunidade é um modo de vida onde não há diferenciação entre religião e
política, entre Estado e Igreja. Outra marca é a igualdade entre os fiéis pois não
há pecado original, não há sacerdotes e nem sacramentos para resgate da alma
do crente. O Islã está baseado em cinco pilares que sustentam a fé:
• Não há outro Deus além de Alá, e Maomé é seu profeta.• Alá é o Deus anunciado pelos profetas.• Maomé é o verdadeiro profeta.• Deus é soberano no dia do julgamento final.• Alá é o senhor do Destino.
Cada muçulmano segue suas obrigações religiosas, que são:• a profissão de fé islâmica: há um só Deus, Alá, e Maomé é seu profeta;• as cinco orações diárias;• o jejum anual – ramadã;• a esmola;• a peregrinação a Meca.
Se formos comparar a religião islâmica com o cristianismo podemos
identificar que existem pontos em comum e pontos divergentes entre as duas
religiões. Em comum, podemos destacar que as duas religiões baseiam-se na
existência de um só Deus visto como misericordioso, todo poderoso, justo,
onipotente. Tando na Bíblia como no Alcorão encontra-se a descendências de
Abraão, as histórias de Adão, Noé, Moisés, Maria, e milagres e ensinamentos de
Jesus. Ambas tem uma visão teocêntrica, acreditam no juízo final, na
ressurreição dos mortos e valorizam os princípios ético e morais baseados em
Deus, como amor, justiça, responsabilidade, solidariedade. Criticam à idolatria e
valorizam a piedade, individual e coletiva, e a oração.
É claro que as diferenças são explícitas, caso contrário, não seriam
religiões diferentes. O que mais diverge as religiões é a concepção de Deus. O
islã não aceita o monoteísmo trinitário cristão e, em consequência, a filiação
divina de Jesus Cristo e a presença do Espírito Santo na Trindade, acusa o
cristianismo de triteísmo, de ter três deuses. Para o cristianismo, Jesus Cristo
condensa a revelação última e universal de Deus; ele é o filho de Deus
encarnado e é o salvador. Para o islã, Jesus é um profeta especial, um modelo a
ser seguido pelos fiéis, mas não o filho de Deus e, muito menos, salvador. O islã
nega a morte na cruz de Jesus e a sua ressurreição. No cristianismo, Jesus
Cristo é a revelação universal, única e final de Deus, conforme dá testemunho a
Bíblia. No islã, a revelação última está dada nas palavras do Alcorão, conforme
estabelecidas pelo profeta Maomé, que as ouviu de Deus. Sendo assim, para o
cristianismo, Jesus Cristo é a revelação universal, única e final de Deus,
conforme dá testemunho a Bíblia, mas no islã, a revelação última está dada nas
palavras do Alcorão, conforme estabelecidas pelo profeta Maomé, que as ouviu
de Deus é ele o último profeta de Alá, aquele que ouviu de Alá as palavras do
Alcorão.
Apesar de afirmar que a salvação depende da misericórdia de
Deus, no islã, a pessoa pode fazer por merecer a vida ou a condenação eterna a
partir de sua obediência à lei de Deus, o Alcorão. No cristianismo, a salvação
está inteiramente nas mãos de Deus, em sua graça justificadora, mediante a fé,
tal qual esta se revelou em Jesus Cristo.
QUINTA UNIDADE
1° MOMENTO
OS REFLEXOS DA REVOLUÇÃO ISLÂMICA PARA O
ORIENTE E PARA O OCIDENTE
A revolução ocorrida no Irã surpreendeu todo o mundo mas
principalmente os Estados Unidos. De acordo com a CIA norte americana o
exército superarmado do xá apoiado pelos Estados Unidos era imbatível. Porém,
os fiéis xiitas e os aiatolás foram mais fortes do que o regime militar do xá. Isto
trouxe preocupações não só para países do Ocidente como os Etados Unidos
que havia perdido o seu maior aliado no Oriente Médio, como também para
alguns países do próprio Oriente.
A volta aos costumes islâmicos era pouco ou nada compreendida
pelos valores ocidentais. Mesmo assim, os o Estados Unidos mantiveram
representação diplomática na nova República Islâmica. Mas devido ao passado,
em que os americanos proporcionaram a volta do xá em 1953, depondo
Mossadegh, as relações com Washington sempre foram vistas com desconfiança
pelos iranianos.
Sua repercussão no Oriente preocupava alguns países que viam
renascer o fantasma de uma rebelião, era o caso do Iraque. Assim como o Irã, o
Iraque era um país muçulmano com a maioria da população xiita, porém tinha
como governante Saddam Hussein, um sunita que acabava de conquistar total
poder através de um golpe militar, tortando-se repressivo e torturador.
Os Estados Unidos, nos anos de 1980, tentaram conter a expansão
da revolução xiita, fortalecendo movimentos sunitas nos países vizinhos.
Apoiaram não só o governo ditatorial de Sadam Hussein no Iraque como a
guerrilha sunita fundamentalista do Taleban, no Afeganistão, que lutava contra a
ocupação soviética e que, nos anos 1990, voltaram-se contra os próprios
Estados Unidos e suas consequências manifestam-se até hoje. Com apoio de
líderanças norte america e muçulmanas, Sanddam Hussein, com um exército
bem armado, via como solução invadir o Irã e exterminar com a revolução. É a
partir daí que tem início a Guerra Irã X Iraque que estudaremos a seguir.
2° MOMENTO
3° MOMENTO
SOCIALIZANDO AS INFORMAÇÕES E AMPLIANDO O
CONHECIMENTO
Agora é o momento para a socialização das informações adquiridas
com a atividade de pesquisa. Juntamente com seu professor(a) discuta com a
turma os pontos que merecem destaque ou maior aprofundamento teórico.
APROFUNDANDO O CONHECIMENTO
De acordo com as instruções de seu professor realize uma pesquisa tendo como temas: A Guerra Irã-Iraque
A 1ª Guerra do Golfo-1991
Após a realização do trabalho de pesquisa será aberto um espaço para a socialização dos conhecimentos e das infromações adquiridas com a realização das pesquisas.
SEXTA UNIDADE
1º MOMENTO
ATIVIDADE: TRABALHANDO COM CHARGES
2° MOMENTO
LEITURA COMPLEMENTAR
Após realizar a leitura do texto que segue abaixo, descreva como
você percebe a posição do autor e quais comentários você pode fazer a respeito
da mensagem que o mesmo pretendeu passar ao escrever este artigo:
Caro aluno, agora você já possui uma bagagem bem maior de
informações, sendo assim, observe as charges que tratam da atual
relação entre Estados Unidos e Irã e faça uma análise expressando
suas próprias conclusões sobre o assunto:
CHARGE 01
Fonte: www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/04/351150.shtm – O Irã é
mesmo uma ameaça ao mundo? - Acesso em 15/07/2010
CHARGE 02
Fonte: www.caouivador.files.wordpress.com/2009/06/plagio.jpg - Acesso em 15/07/2010
Revolução no Irã: o Islã volta amostrar a sua face
...O que os iranianos escolheram para si assombrou, porém, o Ocidente. Há muito
que os muçulmanos somente apareciam ma mídia dentro do contexto da guerra
árabe-israelense, e a imagem deles se confundiam com a atuação política de seus
líderes laicos, seja o pan-arabismo de Násser, seja a ação dos terroristas palestinos,
uma imagem, de qualquer forma, absolutamente compreendida pelos códigos
ocidentais. Ao ver, porém, as multidões reunidas em torno de um líder religioso,
querendo que as leis civis do país se confundissem com os preceitos religiosos, o
mundo se encheu de perplexidade, e passou a ser comum ouvir-se a frase “os
muçulmanos ainda estão na Idade Média”. Hoje, os mais bem informados sabem que
não existem sociedades com arranjos culturais e modos de vida melhores do que os
de outras. O que existe é a diferença, a diversidade, que deve ser respeitada por
mais distante que aparentemente esteja de nossos valores. Os povos islâmicos têm
apenas uma cultura diferente da nossa e vivem bem com ela. Se entendermos isso,
encararemos o uso do chador pelas mulheres, as chibatadas para punir um criminoso
ou a amputação de um braço para punir um roubo. Por acaso o sistema penitenciário
brasileiro seria prova de mais civilização? Seria mais aceitável que chibatadas? A
cadeira elétrica, fabricada em 1924, modelo ainda em uso nos EUA, por exemplo, é
um método de punição e castigo mais nobre do que a amputação de um antebraço?
E por que o uso do chador causa tanta indignação? Imagine-se desfilando nu, em
plena Avenida Rio Branco, ao meio-dia. Quantos minutos levaria até ser preso? Pois
é preciso ter em mente que mulher sem chador, para muçulmanos, é como, para nós
ocidentais, o mesmo que homem nu em plena Avenida Rio Branco. E, no entanto,
para um índio ianomâmi, não há nada mais natural que andar pelado sob sol
escaldante. Evidentemente, o percurso da revolução islâmica foi pendular como
sempre acontece: nos primeiros anos, houve excessos, exageros, uma tentativa de
restaurar a tradição a qualquer custo. O pêndulo faz agora o caminho contrário, tenta
levar o país a posições mais moderadas. Mas a discussão sobre a política interna do
Irã, as forças em conflito, não difere de nenhum outro país: em todos há excessos,
erros, acertos. O importante é que a Revolução Iraniana mostrou que nada que é
humano é uno. Cabe a cada um respeitar as diferenças. O mundo seria melhor.
Texto extraído do artigo de Ali Kamel: Revolução no Irã: o Islã volta a mostrar a sua face, publicado no
Jornal O Globo em 28/11/1999, disponível em www.alikamel.com/index.php
3° MOMENTO
ATIVIDADE: ANÁLISE COMPARATIVA
4° MOMENTO
ATIVIDADE COLETIVA: RETOMANDO CONCEITOS
Nesta atividade o professor apresentará as primeiras impressões
dos alunos sobre o Irã e a região do Oriente Médio que foram coletadas
no início do trabalho com o material didático e juntos irão discutir o que
mudou e o que permaneceu de acordo com a análise dos alunos.
Este momento é destinado a um trabalho voltado para uma
comparação entre o material didático trabalhado e o livro didático utilizado
nas aulas de História. Você, aluno, irá produzir um texto analisando os
dois materiais e enfatizando as formas de abordagem que cada um
apresenta. Neste momento você terá a oportunidade de se posicionar
colocando sua análise comparativa e ainda avaliar a forma de trabalho
desenvolvida no decorrer das aulas.
VOCABULÁRIO: CONHECENDO MELHOR ALGUNS TERMOS E
CONCEITOS
AIATOLÁ: líder religioso. A palavra significa “Espelho de Deus”Aiatolá é
considerado sob as leis do Islã xiita o mais alto dignatário na hierarquia
religiosa.
ALCORÃO: livro sagrado do Islamismo, considerado a palavra de Deus que
existe de eternidade para eternidade. Literalmente significa: "Recitação."
CHADOR: é uma veste feminina que cobre o corpo todo com a exceção do
rosto. O termo xador refere-se à veste usada no Irã, e obedece ao hijab, o
código de vestimenta do Islã.
ESTADO LAICO: Um Estado secular ou estado laico é uma nação ou país que
é oficialmente neutro em relação às questões religiosas, não apoiando nem
opondo à nenhuma religião.
FUNDAMENTALISMO: Ideologia que acredita nos fundamentos da religião
como base para a organização da vida em sociedade. Ao contrário do que
muitos pensam, o fundamentalismo não é exclusividade dos islâmicos.
ISLAMISMO: Religião monoteísta que professa a fé em Deus (chamado Alá, em
árabe) e em Maomé, seu único profeta.
MUÇULMANO: O mesmo que islâmico. Palavra de origem árabe, que significa
“aquele que se submete a Deus”. Não deve ser confundido com “árabe”: existem
árabes que não são muçulmanos – mas católicos ou judeus, por exemplo –, da
mesma maneira que muitos muçulmanos não são árabes, como os iranianos, os
afegãos.
SECULARISMO: é uma política de separação entre religião e Estado, a partir
da ideia de que os sacerdotes e as instituições religiosas não devem ter poder
político nem influenciar nas leis.
SHARIA: é o nome que se dá ao código da lei religiosa islâmica. O termo
significa "caminho" ou "rota para a fonte de água".
SUNITA: grupo dentro do islamismo que são mais liberais aceitam governos
que não sejam ligados diretamente aos antepassados de Ali.
TALIBÃ: (também pode ser escrito talebã, taliban ou taleban) é um movimento
islamita extremista nacionalista da etnia afegã pashtu, que efetivamente
governou o Afeganistão entre 1996 e 2001.
ULEMÁ: é a comunidade de estudantes legais do Islã e da Sharia.
XÁ OU SHAH: era o título dos monarcas da Pérsia e do Afeganistão e, muitas
vezes, fazia parte dos nomes por que eram conhecidos.
XIITA: corrente muçulmana contrária aos sunitas e também surgida na época da
morte de Maomé. Os xiitas são partidários de Ali, genro de Maomé, que
acreditava que a sucessão do Profeta devia se dar pela herança familiar.
REFERÊNCIAS
ALI, Kamel. SOBRE O ISLÃ: a afinidade entre muçulmanos, judeus e cristãos e
as origens do terrorismo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
DEMANT, Peter. O Mundo Muçulmano. São Paulo: Contexto, 2004.
KARNAL, Leandro (Org). História em sala de aula: conceitos, práticas e
propostas. São Paulo: Contexto, 2005.
______________________Oriente Médio. São Paulo: Scipione,1994.
LINHARES, Maria Yedda. Oriente Médio e o mundo árabe. São Paulo:
Brasiliense, 1989.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.
PINTO, Maria do Ceu de Pinho Ferreira. INFIÉIS NA TERRA DO ISLÃO”: Os
Estados Unidos, o Médio Oriente e o Islão. Fundação Calouste Gulbenkian.
Fundação para a Ciência e a Tecnologia, 2003.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo:Scipione, 2005.
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