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Juarez DayrellFoz do Iguaçu,Setembro 2011
PROPOSTA:1.A realidade do ensino médio
médio no Brasil: alguns desafios
1.A condição juvenil contemporânea
1.As relações dos jovens com a escola
A REALIDADE DO ENSINO MÉDIO NO BRASILProcesso de massificação escolar a partir
da década de 90: crescimento de 60% nos últimos 5 anos.
Mas ainda se encontram fora das escolas 16,6% de jovens de 15/17 anos e 65,7% de jovens de 18/24 anos
Dos jovens de 15 a 17 anos que estão estudando, 49,1% ainda não chegaram ao ensino médio
A taxa de reprovação em 2010 foi de 13,1% e de abandono foi de 14,3%
Ainda existem 4,6% de jovens analfabetos
Do total de jovens de 18 a 24 anos, apenas 15,2% tinham mais de 11 anos de estudo em 2010.
Mudança do perfil do ensino médio: escolas públicas passam a receber um contingente de jovens pobres, trazendo com eles as marcas da desigualdade
• Migração dos alunos das camadas médias e altas para a rede de ensino privada
• Debate sobre o sentido do ensino médio: ênfase no vestibular/ensino superior OU ensino profissional/técnico? É ensino médio ou conclusão da educação básica?
• Se a escola pública se abriu para receber um novo público, ela não se redefiniu internamente, não se reestruturou para receber o novo público de jovens.
Ensino médio público vem se constituindo em uma ESCOLA POBRE PARA OS POBRES
Infra estrutura precária: laboratórios, bibliotecas, materiais e equipamentos pedagógicos,
“boniteza” e conforto.
CUSTO ALUNO QUALIDADE
Imaginemos uma escola com 600 alunos, em
tempo integral (7 horas/dia, 35
horas/semana), com 30 alunos por turma,
compondo, portanto, 20 turmas.
Imaginemos agora, que essa escola tenha
professores em dedicação exclusiva, com
jornada semanalde 40 horas, sendo 26 delas
com atividades diretas com os educandos e 14
horas em atividades presenciais na escola,
envolvendo preparação de aulas, correção de
trabalhos, reuniões coletivas de planejamento,
visitas às famílias etc.
Haveria uma equipe de apoio pedagógico (entendida como equipe de gestão) com três profissionais licenciados.
O salário bruto mensal, tanto dos docentes como dos integrantes desta equipe, seria da ordem de R$ 3.500. Haveria ainda uma equipe de apoio administrativo e operacional composta por cinco pessoas, formadas em nível médio técnico, com salário bruto mensal de R$ 2.000, também para uma jornada de 40 horas semanais.
Garantir esse padrão de qualidade para todos os alunos atualmente matriculados(incluindo Educação de Jovens e Adultos) no ensino médio público custaria cerca de 1,3% do PIB.
Na proposta para o ensino médio em tempo parcial o valor a que se chegou foi de R$ 2.243/aluno-ano, em valores de 2007, quantia que representa cerca do dobro do valor mínimo do Fundeb para o ensino médio urbano, no mesmo ano.
( Jose Marcelino de Resende Pinto, Custo Aluno Qualidade Inicial. São Paulo, Global, 2007)
E A CONDIÇÃO DOCENTE?O que funda a condição docente é a RELAÇÃO COM O OUTRO, o aluno.
É uma relação entre sujeitos sócio-culturais: origem social, cultura, fase da vida.
Relação geracional: responsabilidade com os novos “chegantes”
A condição docente é da ordem do “cuidar”: de si e do outro
Para sua realização, demanda condições dignas de trabalho.
QUEM SÃO OS JOVENS QUE CHEGAM ÀS ESCOLAS?
COMO SE CONSTITUI A SUA CONDIÇÃO JUVENIL?
A condição juvenil no Brasil:Representações negativas sobre os
jovens
As especificidades das diferentes idades da vida
A condição juvenil:Dificuldades na construção da
categoria Conditio: maneira de ser e
circunstâncias que a possibilitamDupla dimensão:
significados atribuídos a essa fase da vida
O modo como tal condição é vivenciada no enfoque da diversidade: JUVENTUDES
Jovens pobres: desafio da sobrevivência. 58,7% dos jovens vivem em famílias com renda de até 1 salário mínimo
Primeiras gerações a chegar ao ensino médio
Os sentidos do trabalho: condição para a vivência da juventude
Escola e trabalho são projetos que se superpõem:
36% dos jovens estudantes trabalhavam
40% se encontravam desempregados
Ou seja, 76% dos jovens estavam envolvidos com o mundo do trabalho.
O TRABALHO TAMBÉM FAZ A JUVENTUDE
As culturas juvenis• Expressões simbólicas de uma identidade
juvenil.
• Novas formas de visibilidade da juventude– Centralidade da imagem– Tecnologias de informação e
comunicação ( TICs)– Fruição e produção cultural– Mundo da cultura como espaço de
construção de identidades
• Condição juvenil é vivenciada por meio da mediação simbólica
A sociabilidadeCentralidade da turma de amigos: lazer, identidades, produção de saberes.
Relações de gênero: descoberta do Outro
É um fluxo cotidiano: nos tempos livres mas também no interior das instituições
Expressão de conflitos e violência
ESPAÇOS E TEMPOSReinvenção dos espaçosRelação com a cidade:
Acesso aos bens culturaisDireito de ir e virNovos sentidos à cidade
RELAÇÃO COM O TEMPO: ênfase no presente
Projetos de vidaImplica a escolha de um rumo de vida, em um determinado arco temporal.
É dinâmico: transforma-se diante do amadurecimento dos jovens e/ou mudanças no campo de possibilidades
Sua elaboração depende do auto conhecimento e do conhecimento do campo de possibilidades
Necessidade de suportes materiais e simbólicos para sua elaboração.
Lógica da reversibilidade: geração iôiô
Experimentação
Trajetórias para a vida adulta tendem a ser individualizadas
Predomínio da incerteza
Relação da juventude com a escola:O “aluno” é uma construção histórica
Nas escolas predomina uma concepção de “aluno” gestada na sociedade moderna:Separação escola e sociedade
Não se considera o “aluno” na sua dimensão de “jovem”.
A escola é “invadida” pela vida juvenil
O “tornar-se aluno” implica estabelecer relações entre a condição juvenil e o estatuto de aluno
Os jovens devem construir sua integração escolar, achando em si mesmos a motivação e os sentidos atribuídos à experiência escolar.
Ambigüidade: ser jovem E ser aluno
No cotidiano escolar: formação de grupos, com demarcação de identidades e estilos.
Espaço de trocas subjetivas e de conflitos
Os grupos são referência para adesão ou negação do estatuto de aluno
Na sala de aula: tensão entre seguir as regras escolares e a afirmação da subjetividade juvenil.
Aprendizagem: jovens demandam relações entre conteúdos e sua realidade
Relação professor e aluno: resignificação da autoridade.
Percursos escolares em um continuum: a grande maioria tem dificuldade em articular seus interesses pessoais com as demandas do cotidiano escolar
Tensão dos jovens com a escola:
A instituição ainda lida com os jovens com os parâmetros de uma cultura escola descontextualizada
Tendência a uma infantilização da juventude: Os jovens querem ser reconhecidos na sua especificidade: experimentação e aprendizagem da autonomia; construção de identidades e projetos de vida.
Demandam dos adultos uma postura de escuta
Desafios para uma escola de qualidade para os jovens:
Infra estrutura: custo aluno/qualidadeCondição docente qualificadaReconhecimento do jovem existente no
aluno:Sujeito de direitos no presente
Escola como espaço de experimentação e aprendizagem da autonomia; construção de identidades e projetos de vida.
Sujeitos de experiencias e saberes
Repensar a estrutura escolar:– Flexibilizar os curriculos, tendo como
referencia a realidade dos jovens alunos– Romper com a forma escolar rígida
Relação professor e aluno:Postura de escutaRelação de autoridade baseada na
negociaçãoNovas metodologias:
Tempo juvenil x Tempo escolar Cultura da imagem x Cultura da escrita
Jovens demandam da escola recursos e instrumentos que os tornem capazes de conduzir a própria vida em uma sociedade na qual a construção de si é fundamental para dominar o seu destino
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