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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR DESENVOLVIDO NA EMPRESA ART FRITAS
INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
EFICIAMENTO E CARA
CTERIZAÇÃO DE
DA INDÚSTRIA DE NA RAGIÃO DE CORUMBAT
AÍ DO SUL: APROVEITAMENTO DA CASCA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Campo Mourão
Março/2014
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Campo Mourão
Coordenação de Alimentos
Engenharia de Alimentos
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR DESENVOLVIDO NA EMPRESA ART FRITAS
INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
Campo Mourão
Março/2014
LISTA DE FIGURAS
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Campo Mourão
Coordenação de Alimentos
Engenharia de Alimentos
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FIGURA 1- Fluxograma do Processo 10
FIGURA 2 - Exemplo de registro de participação em treinamentos 18
4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
2 HISTÓRICO DA EMPRESA ....................................................................................... 7
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .............................................................................. 9
3.1 ETAPAS DO PROCESSAMENTO DE FABRICAÇÃO ............................................ 9
3.1.1 Recepção e Pesagem ........................................................................................ 11
3.1.2 Pré-lavagem ....................................................................................................... 11
3.1.3 Descascamento .................................................................................................. 11
3.1.4 Fatiamento ......................................................................................................... 12
3.1.5 Lavagem ............................................................................................................. 12
3.1.6 Secagem parcial ................................................................................................. 13
3.1.7 Fritura ................................................................................................................. 13
3.1.8 Resfriamento ...................................................................................................... 13
3.1.9 Salga .................................................................................................................. 14
3.1.10 Acondicionamento e Embalagem ..................................................................... 14
3.1.11 Estocagem ....................................................................................................... 14
3.2 MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO.............................................. 15
3.2.1 Elaboração do Manual de Boas Práticas de Fabricação .................................... 16
3.3 TREINAMENTO PARA OS MANIPULADORES DE ALIMENTOS ........................ 17
3.4 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE ............................ 18
4 CONCLUSÃO........................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 22
5
1 INTRODUÇÃO
A batata (Solanum tuberosum L.) é um vegetal originário da Cordilheira dos
Andes, na América do Sul, sendo encontrada com maior número de variedades
selvagens no Peru, na Bolívia, na Colômbia, no Equador e no Chile (GOMES et al.,
2005).
O processamento da batata é hoje uma indústria bastante desenvolvida e
competitiva, principalmente na Europa e Estados Unidos, onde o consumo de batata
nas suas diferentes formas industrializadas faz com que grandes complexos
industriais transformem a batata in natura em toneladas de chips, amido, fécula e
outros derivados de batata. No Brasil a situação não é diferente, devido à sua
composição e versatilidade gastronômica, os brasileiros estão cada dia mais
ampliando seus mercados com produtos utilizando como matéria-prima a batata
(ARRUDA, 2004).
Segundo Camargo & Oliveira (1993), os derivados de batatas são produtos
prontos para alimentação humana de modo direto, ou destinados a servir de matéria-
prima para fabricação de outros produtos alimentícios. Dentre os derivados de batata
que mais se destacam hoje está a batata frita.
Um fator importante para indústria de batata frita é a matéria-prima adequada
para o processamento com oferta regular, na qual o potencial de uso é indicado pela
cultivar utilizada, pois algumas são indicadas apenas para consumo in natura, não
sendo adaptadas à industrialização (YORINORI, 2003). A batata industrializada é
comercializada regularmente, como batata frita no formato chips, em corte circular, ou
batata-palha, na forma de pequenos bastonetes irregulares, sendo consumida como
aperitivo e em lanches, ou acompanhando refeições (GOMES et al., 2005).
Uma das diversas formas de processamento é a batata no formato chips e
palha que são basicamente produzidas a partir da batata cortada em fatias finas, frita
em óleo vegetal e salgadas, podendo ser adicionado sal (NaCl) ou diversos aromas
no final do processo. As variedades mais utilizadas para este tipo de processamento
são aquelas que apresentam menor teor de açúcar redutor e maior quantidade de
matéria seca, como as espécies “Atlantic” e “Asterix” (ARRUDA, 2004). Segundo
Gomes et al. (2005), no Brasil, a variedade com as melhores características para
industrialização é a Bintje ou HBT (de origem holandesa), cultivada no Estado de São
Paulo e na Região Sul do País.
6
Como a industrialização destes produtos requer cuidados específicos em
todas as etapas envolvidas no processo, desde a recepção da matéria prima até o
transporte do produto acabado, é de fundamental importância que exista um controle
de qualidade que verifique constantemente os padrões estabelecidos pela indústria,
para que estes atendam os requisitos da legislação e também a preferências do
consumidor (ARRUDA, 2004).
Sendo assim, este trabalho tem como objetivo reunir informações sobre os
fatores que influenciam na qualidade do processo, explicar as etapas do processo e
as atividades desenvolvidas durante o estágio obrigatório realizado na empresa Art
Fritas Indústria e Comércio Ltda.
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2 HISTÓRICO DA EMPRESA
A Art Fritas Indústria e Comércio Ltda., inscrita no CNPJ nº 6970556/001-97,
possui sede localizada na Rodovia Francisco da Silva Pontes, KM 212 - Sítio Delta
Sol, s/nº, Bairro Invernada, CEP 18.300-970 no município de Capão Bonito – São
Paulo.
A indústria alimentícia Art Fritas foi fundada no ano de 2006 pelo atual Diretor
Décio Gomes de Macedo, que idealizou a construção de uma indústria que
produzisse batata frita palha e ondulada a nível comercial, em sua propriedade,
localizada no município de Capão Bonito, interior do estado de São Paulo.
A ideia surgiu assim que observou o grande potencial de plantio, produção e
comércio de batata na região, pois obtinha vasto conhecimento e experiência no
ramo, uma vez que atuava como produtor e vendedor de batata das espécies Ágata e
Asterix, produzidas por demais agricultores da região.
Posteriormente, devido à escassez do produto na região, o Sr. Décio passou
a explorar os produtos de outras regiões, foi onde conheceu a batata da espécie
Atlantic, que é desenvolvida exclusivamente para uso em escala industrial; e sendo
uma pessoa de visão trouxe para a região a espécie, dando assim, início à primeira
indústria de batata frita da região.
Inicialmente trabalhou apenas com a marca própria, Art Fritas, vindo,
posteriormente, a desenvolver parcerias com diversas empresas do ramo alimentício.
Hoje a indústria atende aproximadamente 25 marcas de parceiros espalhados pelo
extenso território brasileiro, concorrendo, assim, com outras gigantes nacionais e
estrangeiras.
Com apenas 07 anos de existência, e com sinais claros de franca expansão,
houve a necessidade de ampliar a estrutura física, inclusive com a construção de uma
nova unidade, visando expandir o atendimento à demanda, a conquista de novos
clientes do ramo alimentício.
A empresa possui área construída de 5.906,18 m2, sendo 5.204,04 m2
destinados à produção, à casa da caldeira, ao tombador de batatas in natura e ao
prédio principal que comporta: escritório, sala da gerência, banheiro feminino e
masculino para visitantes, refeitório e almoxarifado. Atualmente a empresa conta com
um quadro de 80 funcionários.
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O empreendimento realiza a atividade de fabricação de batatas fritas no
formato chips e palha, exercendo também o processo de envasamento e transporte
do produto final.
Está concentrada em ótimas instalações, em uma distância de 250 km da
capital São Paulo, trabalha com equipamentos de ultima geração, tanto para a linha
de produção, quanto para a linha de empacotamento, e para entrega do produto,
possui frota própria, em caminhões baú, tudo isso para garantir a satisfação dos
clientes.
9
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O estágio teve início em 09 de Dezembro de 2013 e término em 07 de
Fevereiro de 2014, sendo a carga horária diária de 8 horas, totalizando 360 horas.
As atividades desenvolvidas foram:
Elaboração de relatório de não conformidade;
Elaboração de um Manual de Boas Práticas de Fabricação;
Acompanhamento na elaboração de procedimentos operacionais
padronizados (POP’s);
Treinamento para os manipuladores de alimentos;
Integração com novos colaboradores;
Acompanhamento da implantação do Sistema de Gestão da Qualidade
na indústria.
3.1 ETAPAS DO PROCESSAMENTO DE FABRICAÇÃO
Inicialmente serão mostrados e explicados os processos realizados na
empresa que são: recepção e pesagem, pré-lavagem, descascamento, fatiamento,
lavagem, secagem parcial, fritura, resfriamento, salga, acondicionamento e
embalagem, estocagem. É importante conhecer todas as etapas do processo, pois
assim sabe-se onde podem estar localizados os eventuais erros para correção,
sempre visando a melhor qualidade do processo. O processo pode ser observado na
Figura 1 onde o fluxograma é apresentado.
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Figura 1 - Fluxograma do processo.
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3.1.1 Recepção e Pesagem
O suprimento de batatas é estocado em sacos tipo estopa, organizados sobre
paletes de madeira e contém quantidade suficiente para a produção diária, que é de
aproximadamente 600 sacos de batata (30.000 Kg/dia).
3.1.2 Pré-lavagem
As batatas já chegam lavadas da lavoura, livres de sujidades grosseiras como
terra e pedra. e pedaços de barbantes provenientes da embalagem, que por ventura
existirem na carga.
Na lavoura as pedras são removidas por diferença de densidade, como são
mais pesadas que as batatas, estas descem para o fundo do tanque de lavagem e
são descartadas juntamente com a água suja.
3.1.3 Descascamento
Um operador com o auxílio de um gancho, iça o saco de batatas até o
descascador automático específico para tal fim. As batatas descascadas passam por
uma mesa onde são feitas manualmente seleções de tamanho e qualidade.
O descascamento das batatas é feito automaticamente por um equipamento
constituído de paredes de material abrasivo que funciona como uma “lixa”. A remoção
das cascas acontece quando as batatas, por movimentos circulares, deslizam nas
paredes do equipamento. As batatas, à medida que vão sendo descascadas, são
lavadas por água corrente dentro do equipamento antes de caírem em um tanque
com água corrente.
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3.1.4 Fatiamento
Na sequência as batatas seguem para o fatiador onde serão cortadas em
fatias com espessuras de 1,8 a 2,0 mm.
O fatiamento é uma etapa muito importante no processamento de batata frita,
pois, fatias com espessura ideal absorvem menos óleo e não deixam pedaços de
batatas no mesmo, atribuindo economia ao processo.
O fatiador tem formato circular e seu interior compõe-se de oito facas feitas de
aço inoxidável. A batata é forçada contra a superfície interior do cortador principal
reunindo a ação centrífuga, a movimentação dos tubérculos faz com que os mesmos
alcancem cada uma das facas.
3.1.5 Lavagem
As batatas são novamente lavadas em água corrente através de um cilindro
rotativo perfurado de aço inoxidável para remoção de amido. Nesta etapa é
adicionado um anti-espumante para indústria de alimentos FC-20 da marca Biosan.
O fatiamento expõe a estrutura interna do tubérculo fazendo com que uma
grande quantidade de amido saia da mesma. Este amido não é desejável, pois pode
gelatinizar-se em altas temperaturas formando uma pasta visco-elástica túrbida ou,
em concentrações suficientemente altas, um gel elástico opaco. Sua presença pode
fazer com que as fatias “grudem” impedindo assim uma fritura ideal, deixando o óleo
com coloração escura e originando manchas escuras nas fatias depois de fritas
devido a Reação de Maillard.
A água é tratada em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), por onde
passa por três fossas sépticas até serem liberadas no rio.
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3.1.6 Secagem parcial
Logo após as fatias são submetidas a uma corrente de ar quente, esta
corrente é um aproveitamento do vapor proveniente do fritador, um vapor flash, que
realiza uma secagem parcial da batata e também para que as fatias fiquem bem
espalhadas na esteira e consequentemente no fritador.
A secagem parcial das fatias é imprescindível para a qualidade da fritura,
pois, quanto maior a quantidade de água na batata maior é a absorção de óleo pela
mesma ficando com aspecto “engordurado”.
3.1.7 Fritura
As batatas são completamente imersas em óleo de palma com temperatura
de 170 a 180ºC por aproximadamente 3 a 4 minutos.
As batatas são movimentadas dentro do fritador através de quatro pás que
empurram as mesmas a uma velocidade constante e suficiente para fritura completa
do produto. A linha do fritador é contínua, e a cada 1 Kg de batata é absorvido de 350
a 400 g de óleo, portanto o óleo não precisa ser renovado, pois sempre está em uso.
O fritador tem capacidade de armazenamento de 1.600 L de óleo, e o tanque de
armazenamento de óleo tem capacidade de armazenamento de 3.200 L.
O óleo de palma é utilizado para a fritura, pois tem boas propriedades físicas
e maior estabilidade à oxidação em virtude da sua composição de ácidos graxos e
antioxidantes naturais (vitamina E) e também por ser mais econômico.
3.1.8 Resfriamento
A batata frita passa por uma etapa de resfriamento, onde o ar quente é
exaustado.
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3.1.9 Salga
Depois de fritas, são salgadas por pulverização com sal comum ou aroma
específico e selecionadas manualmente. A mistura do sal ou aroma é realizada em
um tambor cilíndrico rotatório.
A quantidade de sal ou aroma que vai ao produto é regulada através da
velocidade da esteira na saída do fritador. Assim existe uma velocidade tal que é
suficiente para que o teor de sal do produto seja ideal (1,6-2%) e esta é regulada pelo
operador sempre que necessário.
3.1.10 Acondicionamento e Embalagem
As batatas são então embaladas automaticamente por máquinas de alto
rendimento. As embalagens plásticas flexíveis laminadas e possuem tamanhos
variados (40 g, 50 g, 80 g, 100 g, 120 g,140 g, 200 g, 400 g e 500 g). Após o
empacotamento são colocadas em embalagens secundárias de papelão devidamente
rotuladas e em seguida armazenadas em local adequado.
O empacotamento é feito por equipamentos verticais tipo form-fill-seal e
horizontais tipo stand-up pouch, que já embalam o produto na quantidade específica
de acordo com a programação, contendo número do lote, data de fabricação e
validade. Depois de empacotadas as batatas são acondicionadas em caixas
apropriadas de papelão e armazenadas em local fresco e arejado.
3.1.11 Estocagem
As batatas são então armazenadas em caixas de papelão específicas e
levadas para o depósito de produto acabado.
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O fluxo de expedição do produto acabado é feito segundo a metodologia
“PEPS” (primeiro que entra, primeiro que sai) para que os consumidores adquiram
produtos com data de fabricação recente, garantindo assim uma melhor qualidade.
3.2 MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO
Visando melhorar as condições higiênico-sanitárias que envolvem a
preparação de alimentos, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 1428 de 26 de
novembro de 1993, recomendando que seja elaborado um Manual de Boas Práticas
para Manipulação de Alimentos, baseado nas publicações técnicas da Sociedade
Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Organização Mundial de Saúde e
Codex Alimentarius. A iniciativa foi tomada para o acompanhamento de possíveis
práticas inadequadas de manipulação, utilização de matérias-primas contaminadas,
falta de higiene durante a manipulação dos alimentos, além de equipamentos e
estrutura operacional deficientes, adequando as normas da Vigilância Sanitária. Em
agosto de 1997, foi publicada a Portaria Ministerial nº 326 de 30 de julho de 1997,
definindo de um modo mais abrangente as melhores condições técnicas para a
elaboração do Manual de Boas Práticas.
O Manual de Boas Práticas para Manipulação de Alimentos, juntamente com
a implantação dos Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s),
regulamentados através da Resolução RDC n° 275, de 21 de outubro de 2002, e o
sistema de Análise de Perigos de Pontos Críticos de Controle (APPCC) constituem os
programas que visam a Segurança Alimentar e devem ser utilizados no setor de
Indústria Alimentícia. Ao serem implantados, propiciam um controle de qualidade
efetivo dos processos de manipulação de alimentos e assim garantem alimentos
seguros aos consumidores.
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3.2.1 Elaboração do Manual de Boas Práticas de Fabricação
O primeiro passo para a elaboração e implementação do manual foi a
realização de um diagnóstico situacional, ou seja, o levantamento das condições
higiênico-sanitárias da empresa. Foi realizado através da aplicação de uma lista de
verificação da adoção de Boas Práticas de Fabricação ou check-list. A lista de
verificação foi adotada conforme indica o Anexo II da Resolução ANVISA RDC nº 275,
de 21 de outubro de 2002.
Foram encontradas 13 não conformidades na empresa, do total de 100 itens
verificados, e mesmo antes da implantação do Manual de BPF, algumas delas foram
corrigidas. A partir das informações identificadas através da lista de verificação, foi
realizado um relatório que apresentou as não-conformidades observadas e indicou-
se as ações corretivas que deverão ser adotas a fim de adequar o estabelecimento.
Quanto ao cumprimento dos requisitos fundamentais para a adoção de Boas
Práticas de Fabricação, uma vez realizado o relatório da situação da empresa, foi
dado início à elaboração do Manual de Boas Práticas. Enquanto o mesmo foi
elaborado, algumas ações corretivas foram implementadas e foi convocada uma
reunião com os membros da equipe da empresa (manipuladores de alimentos). O
objetivo deste encontro foi divulgar o diagnóstico situacional da empresa, iniciar o
planejamento das medidas que serão adotadas e estimular a participação dos
mesmos no processo de implantação das normas.
Todas as rotinas operacionais foram observadas, subsidiando a elaboração
do Manual de BPF. Após a elaboração do relatório situacional, foi dado início à
elaboração do Manual.
O Manual de Boas Práticas foi redigido de maneira onde foram descritas as
atividades realizadas no processamento de modo a atender os itens exigidos pela
legislação sanitária. Foram incluídos, segundo solicita a Resolução ANVISA RDC no
216/2004, os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios; a manutenção e
higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios; o controle da água
de abastecimento; o controle integrado de vetores e pragas urbanas; a capacitação
profissional; o controle da higiene e saúde dos manipuladores; o manejo de resíduos
e o controle e a garantia de qualidade do produto. Para cada item citado acima foi
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elaborado um Procedimento Operacional Padronizado (POP’s) e registros das
atividades desenvolvidas.
3.3 TREINAMENTO PARA OS MANIPULADORES DE ALIMENTOS
O treinamento dos manipuladores é um procedimento de maior relevância
para a prevenção da contaminação de alimentos durante as diferentes fases de
processamento, nas quais são incluídas todas as medidas de higiene pessoal,
utensílios e instalações (GERMANO & GERMANO, 2001).
Estes treinamentos estão sendo desenvolvidos totalizando uma carga horária
anual de, no mínimo, 12 horas, as quais são distribuídas de acordo com o tema
abordado. A eficácia do treinamento foi avaliada através de testes teóricos após o
treinamento, relatos da supervisão e auditorias internas de qualidade.
O conteúdo programático aborda temas como: noções de microbiologia,
doenças transmitidas por alimentos, higiene pessoal, higiene ambiental, higiene dos
alimentos, saúde do trabalhador e combate a pragas e vetores urbanos.
Estes treinamentos serão registrados em um formulário, conforme demonstra
a Figura 2, relacionando nominalmente todos os treinandos, incluindo data, hora,
carga horária, instrutor e conteúdo programático.
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Figura 2 – Exemplo de registro de participação em treinamentos.
3.4 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
A empresa Art Fritas está em fase de implantação de um Sistema de Gestão
da Qualidade, com base nas normas ISO 9000.
A norma NBR ISO 9001 promove a adoção de uma abordagem de processo
para o desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia de um sistema de
gestão da qualidade para aumentar a satisfação do cliente pelo atendimento aos seus
requisitos. Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela deve determinar e
gerenciar diversas atividades interligadas (BRASIL, 2008).
A norma NBR ISO 9001 especifica requisitos para um sistema de gestão da
qualidade, quando uma organização:
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Necessita demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que
atendam de forma consistente aos requisitos do cliente e requisitos
estatutários e regulamentares aplicáveis;
Pretende aumentar a satisfação do cliente por meio da aplicação eficaz
do sistema, incluindo processos para melhoria contínua do sistema, e
assegurar a conformidade com os requisitos do cliente e os requisitos
estatutários e regulamentares aplicáveis.
No momento, está sendo realizada uma aplicação de um sistema de
processos na empresa, junto com a identificação, interações desses processos e sua
gestão para produzir o resultado desejado.
Tendo em vista as exigências crescentes do mercado e dos clientes em
relação à qualidade dos serviços e produtos fornecidos e o grande interesse da
empresa em atendê-los adequadamente, está em desenvolvimento um Sistema de
Gestão da Qualidade com o objetivo de garantir a satisfação total dos clientes
externos e internos e consequentemente a competitividade e longevidade da empresa
Art Fritas no mercado, sendo assim, uma consultoria foi contratada para realizar o
processo de implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, com base na
Norma NBR ISO 9001.
Foram definidas como responsabilidade do estagiário:
Assegurar o estabelecimento, a implementação e a manutenção do
Sistema da Qualidade de acordo com a Norma NBR ISO 9001;
Relatar o desempenho do sistema da qualidade à diretoria da empresa
para a realização da análise crítica, visando a implementação de
melhorias.
Até o momento, elaborou-se o escopo, procedimentos e documentos, política
da qualidade e o planejamento da qualidade com o auxílio do Gerente da Qualidade
Jorge Azevedo, que visita a empresa uma vez por semana, para realização da
consultoria.
Pretende-se em um período de 5 meses, finalizar a implantação do Sistema de
Gestão da Qualidade e conseguir a certificação da ISO 9001.
Várias propostas de melhoria foram feitas, e algumas concretizadas, como:
Cortinas de PVC anti-insetos foram colocadas nas portas de acesso;
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Lavatórios de mãos com saboneteiras e secadores elétricos foram
colocados na entrada da produção;
Os jalecos foram trocados, pois utilizavam jalecos de mangas curtas;
Reformas de paredes, piso, tetos, fechamento de frestas foram
realizados;
Utilização de sabonetes antisséptico;
Organização das áreas externas e internas;
Organização da área de reciclagem;
Placas informativas foram colocadas em todos setores.
Todas estas correções que foram realizadas e algumas que estão nos planos
para serem concretizadas, visam a melhoria da qualidade do produto final, e com a
implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, esta melhoria contínua tem a
segurança de ser mantida.
Na empresa não há laboratório para realizar análises de qualidade da matéria
prima, produto final e água, no momento estas análises são terceirizadas, mas há um
projeto em andamento para implantação de um laboratório, provavelmente em abril
deste ano o laboratório já estará em funcionamento.
21
4 CONCLUSÃO
A produção de batata frita é constituída de operações unitárias simples, a
linha de processamento é toda automatizada com exceção do descarregamento da
matéria-prima e das etapas de seleção antes e depois da fritura. Porém existem
vários pontos críticos que se não controlados podem interferir na qualidade do
produto final.
O convívio com os demais colaboradores da empresa bem como o
conhecimento dos processos, elaboração do Manual de Boas Práticas de Fabricação
e implantação do Sistema de Gestão da Qualidade foi de grande valia para o
crescimento profissional e pessoal.
Com um estágio realizado, teve como relacionar as matérias cursadas na
universidade, como Sistemas de Qualidade, Segurança Alimentar, Higiene Industrial,
Gestão da Produção, Química de Alimentos, Tecnologia de Cereais, Raízes e
Tubérculos, Fundamentos Engenharia e Segurança. Os conhecimentos que foram
vistos em sala de aula foram colocados em prática no estágio.
Com a realização do estágio em uma indústria, pode-se ver melhor o papel e
a importância de um Engenheiro de Alimentos, sendo mais esclarecedor, e tornando-
se melhor compreender as situações que eram colocadas nas aulas do curso.
22
REFERÊNCIAS
ARRUDA, C. R. Análise das etapas do processamento de batata chips. Goiânia,
2004. 46 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia de Alimentos). Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2004. BRASIL. Norma ABNT NBR ISO 9001:2008. Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade. 25p. 2008. CAMARGO, Filho W. P.; OLIVEIRA, M. D. M. Bataticultura Brasileira – Proposta de Ação na Política Agrícola. Informações Econômicas, v. 3, São Paulo, Julho de 1993.
GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S.. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos. 2ª edição, São Paulo: Varela, 2001. 629p.
GOMES, C. A. O.; FREIRE, M. J.; ALVARENGA, A. L. B. ; MACHADO, R. L. P. Batata Frita. Revista Embrapa Informação Tecnológica, v. 1, 38 p., Brasília, 2005.
YORINORI, G. T. Curva de crescimento e acúmulo de nutrientes pela cultura da batata cv. “Atlantic”. Piracicaba, 2003. 66 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia,
Área de Concentração Solos e Nutrição de Plantas). Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003.
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