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COMITÊ TÉCNICO CONSULTIVO –
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2/2009/MMA
(PORTARIA ICMBIO Nº 32, DE 2 DE MARÇO DE 2012)
RELATÓRIO FINAL COM AS PROPOSIÇÕES PARA APRIMORAMENTO
DAS REGRAS TÉCNICAS EXISTENTES
Agosto/2013
1. Contextualização
Com a publicação do Decreto 6.640, em 07 de novembro de 2008, houve mudança
significativa no ordenamento jurídico no tocante à proteção do patrimônio espeleológico
nacional.
Até aquela data, o Decreto 99.556, de 1º de outubro de 1990, garantia a preservação de
todas as cavidades naturais subterrâneas no Brasil, independentemente de seus atributos.
Com as novas regras trazidas pelo Decreto 6.640/08, as cavidades naturais
subterrâneas passaram a ter seus graus de relevância definidos em máximo, alto, médio e
baixo, sendo que as cavidades com grau de relevância máximo não podem ser submetidas a
impactos negativos irreversíveis.
No entanto, as cavidades com graus de relevância alto, médio e baixo poderão ser
objeto de impactos negativos irreversíveis, mediante licenciamento ambiental.
O Decreto 6.640/08 também deu nova redação ao artigo 5º do Decreto 99.556/90,
dispondo que:
"Art. 5º A metodologia para a classificação do grau de relevância das cavidades
naturais subterrâneas, considerando o disposto no art. 2º, será estabelecida em ato
normativo do Ministro de Estado do Meio Ambiente, ouvidos o Instituto Chico
Mendes, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
- IBAMA e demais setores governamentais afetos ao tema, no prazo de sessenta dias,
contados da data de publicação deste Decreto."
Neste cenário, em 2009 foi atribuída ao Instituto Chico Mendes, por meio do Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas - CECAV/ICMBio, a missão de
regulamentação do artigo 5º, Decreto 99.556/90, com a elaboração de instrumento técnico
para a classificação do grau de relevância de cavidades naturais subterrâneas no âmbito do
licenciamento ambiental.
Considerando a complexidade dos temas a serem tratados, foram promovidas oficinas
técnicas com a participação de todos os setores envolvidos com o licenciamento ambiental de
empreendimentos e/ou interessados na conservação do patrimônio espeleológico nacional.
Após as discussões técnicas, elaboração e encaminhamento de minuta de Instrução
Normativa, seguidas de etapas jurídica e política, foi publicada em 20 de agosto de 2009 a
Instrução Normativa n.º 2 do Ministério do Meio Ambiente, que trata da metodologia e dos
conceitos para classificação dos graus de relevância de cavidades naturais subterrâneas no
âmbito do licenciamento ambiental.
Considerando-se, entre outros fatores, que os dispositivos previstos na nova norma não
haviam sido submetidos a testes de aplicação antes de sua publicação, a IN n.º 2/2009/MMA
trouxe como um de seus dispositivos, §§ 3º e 4º, artigo 22, a criação de comitê técnico
consultivo, sob coordenação do CECAV/ICMBio, para fins de acompanhamento e avaliação
da aplicação deste ato normativo nos processos de licenciamento ambiental, com a finalidade
de propor ao Ministério do Meio Ambiente o aprimoramento das regras técnicas previstas,
sempre que entender necessário.
2. Histórico do Comitê Técnico Consultivo
A Portaria do Instituto Chico Mendes n.º 32, de 02 de março de 2012, criou o referido
Comitê, buscando proporcionar, assim como nas oficinas de 2009, a participação de todos os
setores envolvidos.
O Comitê Técnico Consultivo foi instituído com representação das seguintes
instituições:
1. Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do Instituto
Chico Mendes - DIBIO/ICMBio;
2. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas - CECAV/ICMBio;
3. Diretoria de Licenciamento Ambiental do IBAMA - DILIC/IBAMA;
4. Serviço Geológico do Brasil - CPRM;
5. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e
Energia - SGM;
6. Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente - ABEMA;
7. Universidade Federal de Lavras - UFLA;
8. Sociedade Brasileira e Espeleologia - SBE;
9. Redespeleo Brasil;
10. Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM;
11. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC;
12. Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia - ABIAPE;
13. Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.
A primeira reunião do Comitê Técnico Consultivo ocorreu entre os dias 28 e 29/06/12,
em Brasília/DF, no auditório do CECAV.
Após a abertura com participação do diretor da DIBIO/ICMBio, Sr. Marcelo
Marcelino, o coordenador do Comitê, Sr. Jocy Cruz, passou a palavra a todos os presentes
para que apresentassem as expectativas de suas instituições em relação aos trabalhos do
Comitê. Ainda nessa reunião foi discutido e aprovado o regimento interno do Comitê, assim
como definido o calendário e pauta das próximas reuniões previstas para o ano de 2012.
Ainda nessa primeira reunião houve debate sobre a composição do Comitê, com
percepção da necessidade de participação de instituição com especialistas na área da
geoespeleologia, sendo sugerido o convite ao Instituto de Geociências da USP. Após a devida
consulta, a incorporação do IGc/USP ao Comitê foi efetuada por meio da Portaria n.º
106/2012 do Instituto Chico Mendes.
A segunda reunião, ocorrida entre os dias 03 e 04/10/12, contou com as seguintes
apresentações:
- SBE: Histórico do Decreto 6.640/08 sob a ótica da sociedade civil organizada,
principalmente em relação à possibilidade de supressão de cavernas;
- IBAMA: Impropriedades da IN 02/2009 em relação ao Decreto 6.640/2008 e diagnóstico da
aplicação da IN n.º 2/2009/MMA com base nas experiências de análise dos estudos
espeleológicos em processos de licenciamento;
- ABIAPE e IBRAM: Diagnóstico da aplicação da IN n.º 2/2009/MMA com base nas
experiências dos empreendedores;
- CPRM e Redespeleo: Análise sobre as unidades espaciais (enfoques local e regional)
constantes na IN n.º 2/2009/MMA;
- SBPC e UFLA: Diagnóstico sobre os princípios e conceitos balizadores da IN n.º
2/2009/MMA.
Na terceira reunião do Comitê, que ocorreu nos dias 05 e 06/12/12, houve
apresentação dos grupos de trabalho definidos na segunda reunião, que trataram dos seguintes
temas:
- GT 1 (SBPC, UFLA, CPRM, IBAMA, SBE, Redespeleo, IGc/USP): propostas para
a definição das unidades espaciais de análise, considerando aspectos físicos e bióticos;
- GT 2 (IBRAM, ABIAPE, ABEMA, SGM/MME, DIBIO/ICMBio, DNPM): análise
dos temas já debatidos considerando sua aplicabilidade no rito do licenciamento ambiental.
Concluída essa fase de nivelamento de entendimentos e de avaliação da aplicação da
legislação vigente: Decretos 99.556/90 e 6.640/08 e IN n.º 2/2009/MMA, incluindo análise
dos conceitos utilizados nessas normas, a partir da quarta reunião do Comitê os trabalhos
passaram a se concentrar nas discussões para o aprimoramento da atual Instrução Normativa,
com início da elaboração de minuta de novo texto normativo. Na terceira reunião ficou então
definido que as instituições deveriam encaminhar planilha com as sugestões de alteração ou
manutenção do texto atual da Instrução Normativa.
Nesse sentido, na quarta reunião, realizada nos dias 10 e 11/04/13, foi iniciada a
discussão sobre os dispositivos constantes da IN n.º 2/2009/MMA. Com início pelo artigo 1º
da Instrução, as discussões avançaram até o inciso IX do artigo 7º. Cabe destacar que a
estratégia acordada para as discussões foi a de se buscar o consenso entre as instituições e,
quando não houvesse, esse dissenso ficaria registrado nas propostas. Outro ponto importante
acordado é que as propostas apresentadas deveriam seguir a lógica técnica e jurídica trazida
pelos Decretos 99.556/90 e 6.640/08. As demais propostas apresentadas que alterassem
dispositivos e conceitos dos citados Decretos ficariam registradas no relatório final do
Comitê.
A quinta reunião, que ocorreu nos dias 22 e 23/05/13, retomou as discussões a partir
do inciso IX, artigo 7º, avançando até o inciso XXII do mesmo artigo.
Entre os dias 07 e 08/08/13 foi realizada a sexta reunião do Comitê, na qual foram
contemplados os artigos 8º a 25 da IN n.º 2/2009/MMA.
Salienta-se que não houve tempo hábil para análise e discussão dos conceitos dos
atributos que classificam o grau de relevância das cavidades (Anexo I da IN), os quais, de
acordo com manifestações registradas de todos os membros do Comitê, precisam ser revistos,
tanto em relação a aspectos conceituais quanto de elementos que trazem grande subjetividade
às avaliações de relevância.
3. Proposições de aprimoramento da Instrução Normativa n.º 2/2009/MMA
Serão apresentadas neste tópico as proposições de aprimoramento da IN n.º
2/2009/MMA definidas pelo Comitê.
Os dispositivos da Instrução Normativa para os quais o Comitê decidiu manter a
redação atual não serão abordados aqui, uma vez que se entende que ou o dispositivo tem tido
aplicabilidade satisfatória ou a alteração proposta estaria em sentido contrário ao estabelecido
no Decreto.
Cabe ressaltar que durante as discussões no Comitê foram identificadas, pela maioria
de seus membros, questões conceituais do Decreto que interferem e prejudicam de forma
importante a aplicabilidade da Instrução Normativa. Porém, considerando o artigo 5º do
Decreto 99.556/90 e o § 3º, artigo 22 da IN n.º 2/2009/MMA, foram priorizados os debates
sobre a revisão da própria Instrução Normativa.
Contudo, anexos a este relatório, foram incluídos os documentos entregues
formalmente à coordenação do Comitê pelas instituições que o integram e que contemplam
posicionamentos ou sugestões que implicam em alterações na IN ou no Decreto ou que
contenham outros pontos não abordados durante as reuniões realizadas. Destaca-se que o
conteúdo dos anexos representa apenas o posicionamento das instituições que o elaboraram e
não do Comitê.
Por fim e em cumprimento ao artigo 1º da Portaria n.º 32/12 do Instituto Chico
Mendes, são apresentadas, em quadro comparativo com o texto atual, as propostas para
aprimoramento da Instrução Normativa n.º 2/2009/MMA, bem como suas justificativas,
resultantes das seis reuniões realizadas no âmbito do Comitê Técnico Consultivo:
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
Art. 1° O grau de relevância das cavidades naturais
subterrâneas será classificado de acordo com a
metodologia estabelecida nesta Instrução Normativa.
Registro de dissenso:
IBRAM e ABIAPE: manutenção da redação atual.
CECAV, CPRM, Redespeleo, SBE, UFLA, IGc/USP:
nova redação:
Art. 1° O grau de relevância das cavidades naturais
subterrâneas será determinado pelos conceitos e
princípios estabelecidos nesta Instrução Normativa.
Parágrafo único. As diretrizes ou parâmetros
metodológicos serão objetos de Termos de Referência
específicos estabelecidos nessa Instrução Normativa.
Registro de dissenso:
CECAV, CPRM, Redespeleo, SBE, UFLA e IGc/USP:
inclusão de novo parágrafo;
IBRAM e ABIAPE: não inclusão do parágrafo.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
Art. 2° A cavidade natural subterrânea será classificada
de acordo com seu grau de relevância em máximo,
alto, médio ou baixo, determinado pela análise dos
atributos e variáveis listados no Anexo I, avaliados sob
enfoque local e regional.
Manutenção da redação atual.
Art. 3° Entende-se por cavidade natural subterrânea
com grau de relevância máximo aquela que possui pelo
menos um dos atributos listados abaixo:
Manutenção da redação atual.
I - gênese única ou rara; Manutenção da redação atual.
II - morfologia única; Manutenção da redação atual.
III - dimensões notáveis em extensão, área ou volume; Manutenção da redação atual.
IV - espeleotemas únicos; Manutenção da redação atual.
V - isolamento geográfico; Manutenção da redação atual.
VI - abrigo essencial para a preservação de populações
geneticamente viáveis de espécies animais em risco de
extinção, constantes de listas oficiais;
Manutenção da redação atual.
VII - habitat essencial para preservação de populações
geneticamente viáveis de espécies de troglóbios
endêmicos ou relíctos;
Manutenção da redação atual.
VIII - habitat de troglóbio raro; Manutenção da redação atual.
IX - interações ecológicas únicas; Manutenção da redação atual.
X - cavidade testemunho; Manutenção da redação atual.
XI - destacada relevância histórico-cultural ou
religiosa. Manutenção da redação atual.
Parágrafo único. Para efeitos desse artigo, o atributo a
que se refere seu inciso V só será considerado no caso
de cavidades com grau de relevância alto e médio.
Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
Art. 4° Entende-se por cavidade natural subterrânea
com grau de relevância alto aquela cuja importância de
seus atributos seja considerada:
Manutenção da redação atual.
I - acentuada sob enfoque local e regional; ou Manutenção da redação atual.
II - acentuada sob enfoque local e significativa sob
enfoque regional. Manutenção da redação atual.
Art. 5° Entende-se por cavidade natural subterrânea
com grau de relevância médio aquela cuja importância
de seus atributos seja considerada:
Manutenção da redação atual.
I - acentuada sob enfoque local e baixa sob enfoque
regional; ou Manutenção da redação atual.
II - significativa sob enfoque local e regional. Manutenção da redação atual.
Art. 6° Entende-se por cavidade natural subterrânea
com grau de relevância baixo aquela cuja importância
de seus atributos seja considerada:
Manutenção da redação atual.
I - significativa sob enfoque local e baixa sob enfoque
regional; ou Manutenção da redação atual.
II - baixa sob enfoque local e regional. Manutenção da redação atual.
Art. 7° Para efeito de classificação do grau de
relevância de uma cavidade serão considerados de
importância acentuada, sob enfoque local e regional, os
atributos com pelo menos uma das seguintes
configurações:
Manutenção da redação atual.
Registro de dissenso:
IBRAM e ABIAPE: nova metodologia.
I - Localidade tipo; Manutenção da redação atual.
II - Presença de populações estabelecidas de espécies
com função ecológica importante; Manutenção da redação atual.
III - Presença de táxons novos;
Registro de dissenso:
CECAV, DIBIO/ICMBio, SBE: manutenção da
redação atual.
IBRAM e ABIAPE: exclusão.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
IV - Alta riqueza de espécies; Manutenção da redação atual.
V - Alta abundância relativa de espécies; Nova redação:
V - Alta diversidade de espécies;
VI - Presença de composição singular da fauna; Manutenção da redação atual.
VII - Presença de troglóbios que não sejam
considerados raros, endêmicos ou relictos; Manutenção da redação atual.
VIII - Presença de espécies troglomórficas; Manutenção da redação atual.
IX - Presença de trogloxeno obrigatório; Manutenção da redação atual.
X - Presença de população excepcional em tamanho; Manutenção da redação atual.
XI - Presença de espécie rara; Manutenção da redação atual.
XII - Alta projeção horizontal da cavidade em relação
às demais cavidades que se distribuem na mesma
unidade espeleológica, conforme definido no § 3º do
art. 14, desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
Inclusão de novo inciso:
Alto desnível da cavidade em relação às demais
cavidades que se distribuem na mesma unidade
espeleológica, conforme definido no § 1º do art. 14,
desta Instrução Normativa;
XIII - Alta área da projeção horizontal da cavidade em
relação às demais cavidades que se distribuem na
mesma unidade espeleológica, conforme definido no §
3º do art. 14, desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
XIV - Alto volume da cavidade em relação às demais
cavidades que se distribuem na mesma unidade
espeleológica, conforme definido no § 3º do art. 14,
desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
XV - Presença significativa de estruturas
espeleogenéticas raras;
Exclusão do inciso.
(Definição atual no Anexo I será incluída no conceito
do atributo "Presença de estrutura geológica de
interesse científico", art. 8º, VIII)
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
XVI - Lago ou drenagem subterrânea perene com
influência acentuada sobre os atributos da cavidade que
tenham as configurações relacionadas nos incisos deste
artigo;
Nova redação:
XVI - Presença de lago ou drenagem subterrânea
perene;
Inclusão de novo inciso:
Aquíferos suspensos com influência sobre a cavidade.
XVII - Diversidade da sedimentação química com
muitos tipos de espeleotemas e processos de deposição;
Nova redação:
XVII - Diversidade de depósitos químicos com muitos
tipos de espeleotemas e processos de deposição;
XVIII - Configuração notável dos espeleotemas; Manutenção da redação atual.
XIX - Alta influência da cavidade sobre o sistema
cárstico; Manutenção da redação atual.
XX - Presença de inter-relação da cavidade com
alguma de relevância máxima; Manutenção da redação atual.
XXI - Reconhecimento nacional ou mundial do valor
estético/ cênico da cavidade; Manutenção da redação atual.
XXII - Visitação pública sistemática na cavidade, com
abrangência regional ou nacional.
Nova redação:
XXII - Visitação pública regular ou frequente na
cavidade, com abrangência regional ou nacional.
Parágrafo único. Para efeitos de classificação, também
serão considerados como de importância acentuada sob
o enfoque regional os atributos com as configurações
listadas nos incisos desse artigo.
Manutenção da redação atual.
Art. 8° Para efeito de classificação do grau de
relevância de uma cavidade serão considerados de
importância acentuada sob enfoque local, os atributos
com pelo menos uma das seguintes configurações:
Manutenção da redação atual.
I - População residente de quirópteros; Manutenção da redação atual.
II - Constatação de uso da cavidade por aves silvestres
como local de nidificação; Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
III - Alta diversidade de substratos orgânicos;
Registro de dissenso:
SBE: manutenção da redação atual.
IBRAM: exclusão ou substituição por "abundância
de substratos orgânicos"
IV - Média riqueza de espécies; Manutenção da redação atual.
V - Média abundância relativa de espécies; Nova redação:
V - Média diversidade de espécies;
VI - Constatação de uso da cavidade por espécies
migratórias; Manutenção da redação atual.
VII - Presença de singularidade dos elementos
faunísticos da cavidade sob enfoque local; Manutenção da redação atual.
VIII - Presença de estrutura geológica de interesse
científico; Manutenção da redação atual.
IX - Presença de registros paleontológicos;
Registro de dissenso:
CECAV, DIBIO/ICMBio, DILIC/IBAMA, SBE:
manutenção da redação atual.
ABIAPE e IBRAM: exclusão do inciso.
DNPM: alteração do inciso para a artigo 9º.
X - Reconhecimento local do valor estético/cênico da
cavidade; Manutenção da redação atual.
XI - Visitação pública sistemática na cavidade, com
abrangência local;
Nova redação:
XI - Visitação pública regular ou frequente na
cavidade, com abrangência local;
XII - Presença de água de percolação ou condensação
com influência acentuada sobre os atributos
da cavidade que tenham as configurações relacionadas
nos incisos deste artigo;
Nova redação:
XII - Presença de água de percolação ou condensação;
XIII - Lago ou drenagem subterrânea intermitente com
influência acentuada sobre os atributos da
cavidade que tenham as configurações relacionadas nos
incisos deste artigo.
Nova redação:
XIII - Presença de lago ou drenagem subterrânea
intermitente.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
Art. 9° Para efeito de classificação do grau de
relevância de uma cavidade serão considerados de
importância significativa sob enfoque local e regional,
os atributos com pelo menos uma das seguintes
configurações:
Manutenção da redação atual.
I - Presença de singularidade dos elementos faunísticos
sob enfoque regional; Manutenção da redação atual.
II - Média projeção horizontal da cavidade em relação
às demais cavidades que se distribuem na mesma
unidade espeleológica, conforme definido no § 3º do
art. 14, desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
III - Média área da projeção horizontal da cavidade em
relação às demais cavidades que se distribuem na
mesma unidade espeleológica, conforme definido no §
3º do art. 14, desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
IV - Alto desnível da cavidade em relação às demais
cavidades que se distribuem na mesma unidade
espeleológica, conforme definido no § 3º do art. 14,
desta Instrução Normativa;
Nova redação:
IV - Médio desnível da cavidade em relação às demais
cavidades que se distribuem na mesma unidade
espeleológica, conforme definido no § 3º do art. 14,
desta Instrução Normativa;
V - Médio volume da cavidade em relação às demais
cavidades que se distribuem na mesma unidade
espeleológica, conforme definido no § 3º do art. 14,
desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
VI - Presença de estruturas espeleogenéticas raras;
Exclusão do inciso.
(Definição atual no Anexo I será incluída no conceito
do atributo "Presença de estrutura geológica de
interesse científico", art. 8º, VIII)
VII - Lago ou drenagem subterrânea intermitente com
influência significativa sobre os atributos da cavidade
que tenham as configurações relacionadas nos incisos
deste artigo;
Exclusão do inciso.
(já contemplado na nova redação do art. 8º, XIII)
VIII - Diversidade da sedimentação química com
muitos tipos de espeleotemas ou processos de
deposição;
Nova redação:
VIII - Diversidade de depósitos químicos com muitos
tipos de espeleotemas ou processos de deposição;
IX - Sedimentação clástica ou química com valor
científico; Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
X - Reconhecimento regional do valor estético/cênico
da cavidade; Manutenção da redação atual.
XI - Uso constante, periódico ou sistemático para fins
educacionais, recreativos ou esportivos.
Exclusão do inciso.
(Definição atual no Anexo I será incluída no conceito
do atributo "Visitação pública sistemática na cavidade,
com abrangência regional ou nacional", art. 7º, XXII)
Parágrafo único. Para efeitos de classificação, também
serão considerados como de importância significativa,
sob o enfoque regional, os atributos com as
configurações listadas nos incisos desse artigo.
Manutenção da redação atual.
Art. 10. Para efeito de classificação do grau de
relevância de uma cavidade serão considerados de
importância significativa sob enfoque local, os
atributos com pelo menos uma das seguintes
configurações:
Manutenção da redação atual.
I - Baixa diversidade de substratos orgânicos; Manutenção da redação atual.
II - Baixa riqueza de espécies; Manutenção da redação atual.
III - Baixa abundância relativa de espécies; Nova redação:
III - Baixa diversidade de espécies;
IV - Presença de singularidade dos elementos
faunísticos sob enfoque local; Manutenção da redação atual.
V - Média projeção horizontal da cavidade em relação
às demais cavidades que se distribuem na mesma
unidade geomorfológica, conforme definido no § 1º do
art. 14, desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
VI - Média área da projeção horizontal da cavidade em
relação às demais cavidades que se distribuem na
mesma unidade geomorfológica,conforme definido no
§ 1º do art. 14, desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
VII - Alto desnível da cavidade em relação às demais
cavidades que se distribuem na mesma unidade
geomorfológica, conforme definido no § 1º do art. 14,
desta Instrução Normativa;
Nova redação:
VII - Médio desnível da cavidade em relação às
demais cavidades que se distribuem na mesma unidade
geomorfológica, conforme definido no § 1º do art. 14,
desta Instrução Normativa;
VIII - Médio volume da cavidade em relação às demais
cavidades que se distribuem na mesma unidade
geomorfológica, conforme definido no § 1º do art. 14,
desta Instrução Normativa;
Manutenção da redação atual.
IX - Poucos tipos de espeleotemas e processos de
deposição em termos de diversidade de sedimentação
química;
Nova redação:
IX - Diversidade de depósitos químicos com poucos
tipos de espeleotemas e processos de deposição;
X - Uso esporádico ou casual para fins educacionais,
recreativos ou esportivos;
Exclusão do inciso.
(Definição será incluída no conceito do atributo
"Visitação pública esporádica ou casual na cavidade",
art. 10, XI)
XI - Visitação pública esporádica ou casual na
cavidade; Manutenção da redação atual.
XII - Presença de água de percolação ou condensação
com influência sobre os atributos da cavidade que
tenham as configurações relacionadas nos incisos deste
artigo; e
Exclusão do inciso.
(já contemplado na nova redação do art. 8º, XII)
XIII - Lago ou drenagem subterrânea intermitente com
influência sobre os atributos da cavidade que tenham as
configurações relacionadas nos incisos deste artigo.
Exclusão do inciso.
(já contemplado na nova redação do art. 8º, XIII)
Art. 11. Quando a configuração de atributos sob
enfoque local não for considerada de importância
acentuada ou significativa, será, por exclusão,
considerada de importância baixa.
Manutenção da redação atual.
Art. 12. Quando a configuração de atributos sob
enfoque regional não for considerada de importância
acentuada ou significativa, será, por exclusão,
considerada de importância baixa.
Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
Art. 13. Os estudos para definição do grau de
relevância das cavidades naturais subterrâneas deverão
ser iniciados com a análise das configurações de
atributos sob enfoque regional, seguindo a chave de
classificação do Anexo III desta Instrução Normativa.
Manutenção da redação atual.
Parágrafo único. Para os casos de relações de
importância de atributos não previstas nos §§ 6º, 7º e 8º
do art. 2º do Decreto no 99.556, de 1990, a importância
dos atributos sob enfoque local assumirá a mesma
importância identificada para os atributos sob enfoque
regional.
Manutenção da redação atual.
Art. 14. Os estudos espeleológicos a serem realizados
para fins de classificação de cavidades subterrâneas
devem apresentar informações, sob os enfoques local e
regional, que possibilitem a classificação em graus de
relevância das cavidades naturais subterrâneas.
Manutenção da redação atual.
Inclusão de novo parágrafo:
Os dados sobre os atributos de cavidades naturais
subterrâneas, que serão utilizados para efeitos de
comparação sob os enfoques local e regional, poderão
advir de fontes primárias ou secundárias.
Inclusão de novo parágrafo:
Não serão considerados para efeitos de comparação,
sob os enfoques local e regional, dados das cavidades
para as quais há autorização para impactos negativos
irreversíveis.
Registro de dissenso:
ABIAPE e IGc/USP: não inserir o parágrafo.
§ 1º As análises referentes ao enfoque local são
delimitadas pela unidade geomorfológica que apresente
continuidade espacial, podendo abranger feições como
serras, morrotes ou sistema cárstico, o que for mais
restritivo em termos de área, desde que contemplada a
área de influência da cavidade.
Manutenção da redação atual.
§ 2º As análises referentes ao enfoque regional são
delimitadas pela unidade espeleológica. Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
§ 3º Entende-se por unidade espeleológica a área com
homogeneidade fisiográfica, geralmente associada à
ocorrência de rochas solúveis, que pode congregar
diversas formas do relevo cárstico e pseudocárstico tais
como dolinas, sumidouros, ressurgências, vale cegos,
lapiás e cavernas, delimitada por um conjunto de
fatores ambientais específicos para a sua formação.
Registro de dissenso:
- CECAV, DIBIO/ICMBio, DILIC/IBAMA, SBE,
Redespeleo: manutenção da redação atual.
- IBRAM, ABIAPE, SGM/MME e DNPM: nova
redação:
§3º Entende-se por unidade espeleológica a área com
homogeneidade fisiográfica, associada à ocorrência de
rochas solúveis, que congrega geomorfologias
cársticas e pseudocársticas, tais como dolinas,
sumidouros, ressurgências, vale cegos, lapiás e
cavernas, delimitada por um conjunto de fatores
ambientais específicos para a sua formação, e
contemplada no mínimo por um grupo ou formação
geológica.
- IGc/USP: nova redação:
§3º Entende-se por unidade espeleológica a área com
continuidade litoestratigráfica (considerando variações
estruturais e faciológicas), homogeneidade
fisiográfica, concentração de cavernas e feições
cársticas. Uma unidade espeleológica deve estar
abrangida dentro de uma mesma unidade geológica,
mas não deve ser necessariamente toda a unidade.
Quando possível, devem ser utilizados estudos prévios
mais pormenorizados que determinaram a abrangência
de unidades ou províncias espeleológicas.
§ 4º Os estudos espeleológicos poderão utilizar
métodos analíticos e descritivos para a avaliação e a
integração de dados e informações.
Nova redação:
§ 4º Os estudos espeleológicos deverão utilizar
métodos analíticos e descritivos para a avaliação e a
integração de dados e informações.
Art. 15. Os estudos espeleológicos devem ser
realizados por equipes interdisciplinares contendo, pelo
menos:
Manutenção da redação atual.
I - Levantamento bibliográfico e cartográfico; Manutenção da redação atual.
II - Coleta e análise de dados de campo
multitemporais; Manutenção da redação atual.
III - Análise de laboratório; Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
IV - Processamento e integração de dados e
informações; e Manutenção da redação atual.
V - Consulta a especialistas, comunidades locais,
comunidade espeleológica e instituições de ensino e
pesquisa.
Manutenção da redação atual.
Parágrafo único Os profissionais responsáveis pela
realização dos estudos espeleológicos devem estar
inscritos no Cadastro Técnico Federal.
Manutenção da redação atual.
Art. 16. A aprovação dos estudos espeleológicos para
fins de classificação do grau de relevância decavidades
naturais subterrâneas está condicionada à apresentação
de informações suficientes à compreensão do
ecossistema cavernícola.
Manutenção da redação atual.
§ 1º Os estudos biológicos devem levar em
consideração também o sistema subterrâneo, do qual a
cavidade natural subterrânea faz parte.
Manutenção da redação atual.
§ 2º Os levantamentos biológicos devem atender o
mínimo de um ciclo anual com, pelo menos, duas
amostragens por ano, sendo uma na estação chuvosa e
outra na estação seca, visando minimamente revelar
aspectos decorrentes da sazonalidade climática.
Registro de dissenso:
IBRAM, ABIAPE e SGM/MME: manutenção da
redação atual.
SBE: nova redação:
§ 2º Os levantamentos biológicos devem atender o
mínimo de três ciclos anuais e considerando a
estabilização da curva de espécies coletadas com, pelo
menos, duas amostragens por ano, sendo uma na
estação chuvosa e outra na estação seca, visando
minimamente revelar aspectos decorrentes da
sazonalidade climática.
Inclusão de novo parágrafo:
O intervalo mínimo entre as duas amostragens será
determinado em Termo de Referência.
Inclusão de novo parágrafo:
A definição das estações chuvosa e seca deverá ser
demonstrada metodologicamente e utilizar os
melhores dados disponíveis.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
§ 3º Em regiões que não apresentem estações seca e
chuvosa bem definidas, as amostragens deverão ser
realizadas em duas estações com características
climáticas distintas.
Manutenção da redação atual.
§ 4º Fica dispensada a obrigatoriedade de réplica nas
amostragens biológicas em cavidade natural
subterrânea na qual seja identificado atributo que a
classifique com grau de relevância máximo.
Manutenção da redação atual.
§ 5º As variáveis dos atributos "Riqueza de espécies" e
"Abundância relativa de espécies" deverão ser
definidas comparando-se com outras cavidades da
mesma litologia sob enfoque local.
Nova redação:
§ 5º As variáveis dos atributos "Riqueza de espécies" e
"Diversidade de espécies" deverão ser definidas
comparando-se com outras cavidades da mesma
litologia sob enfoque local.
§ 6º Não havendo base de comparação sob enfoque
local quanto às variáveis dos atributos "Riqueza de
espécies" e "Abundância relativa de espécies",
mediante justificativa técnico-científica, esta
comparação poderá ser feita sob enfoque regional.
Nova redação:
§ 6º Não havendo base de comparação sob enfoque
local quanto às variáveis dos atributos "Riqueza de
espécies" e "Diversidade de espécies", mediante
justificativa técnico-científica, esta comparação poderá
ser feita sob enfoque regional.
§ 7º A identificação dos organismos deve ser realizada
até o nível de espécie, sendo facultada, mediante
justificativa técnico-científica, a identificação até
categorias taxonômicas hierarquicamente superiores.
Manutenção da redação atual.
§ 8º Nos casos em que não for identificada a espécie,
os atributos "Riqueza de espécies" e "Abundância
relativa de espécies" deverão ser analisados
considerando o número de morfo-espécies.
Nova redação:
§ 8º Nos casos em que não for identificada a espécie,
os atributos "Riqueza de espécies" e "Diversidade de
espécies" deverão ser analisados considerando o
número de morfo-espécies.
§ 9º Os procedimentos de levantamento faunístico
devem seguir métodos consagrados ou de eficácia
comprovada cientificamente.
Manutenção da redação atual.
Art. 17. O atributo referente à destacada relevância
histórico-cultural ou religiosa de uma cavidade,
previsto no inciso XI do § 4º do art. 2º do Decreto no
99.556, de 1990, será objeto de avaliação pelo órgão
competente.
Manutenção da redação atual.
Art. 18. Constatada a presença de agentes patogênicos
e vetores de doença nas cavidades estudadas, o fato
deverá ser informado às autoridades de saúde pública.
Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
Art. 19. Qualquer impacto negativo irreversível deverá
ser precedido de registro e armazenamento cartográfico
e fotográfico, bem como de inventário e coleta de
espeleotemas e elementos geológicos e biológicos
representativos do ecossistema cavernícola,
compreendendo o resgate, transporte adequado e a
destinação a coleções científicas institucionais.
Nova redação:
Art. 19. Qualquer impacto negativo irreversível deverá
ser precedido de registro e armazenamento
cartográfico e fotográfico, bem como de inventário e
coleta de espeleotemas e elementos geológicos,
paleontológicos e biológicos representativos do
ecossistema cavernícola, compreendendo o resgate,
transporte adequado e a destinação a coleções
científicas institucionais.
Parágrafo único. São vedados impactos negativos
irreversíveis em cavidades que apresentem ocorrência
de táxons novos até que seja realizada a sua descrição
científica formal.
Registro de dissenso:
- CECAV, DIBIO/ICMBio, Redespeleo, SBE e
IGc/USP: manutenção da redação atual.
- IBRAM, ABIAPE, DNPM, SGM/MME: exclusão
do parágrafo.
Art. 20. O Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, no prazo de
90 dias, deverá instituir o Cadastro Nacional de
Informações Espeleológicas-CANIE, parte integrante
do Sistema Nacional de Informação do Meio
Ambiente- SINIMA, que será constituído por
informações correlatas ao Patrimônio Espeleológico
Nacional, de acordo com a Política de Informação do
Ministério do Meio Ambiente constante da Portaria nº
160, de 2009.
Exclusão do caput do artigo.
(O CANIE já foi instituído pela Resolução CONAMA
347/2004)
§ 1º Caberá ao Instituto Chico Mendes realizar a gestão
do CANIE, criando os meios necessários para sua
execução.
Nova redação do caput do artigo:
Art. 20 Caberá ao Instituto Chico Mendes realizar a
gestão do CANIE, criando os meios necessários para
sua execução.
§ 2º O órgão gestor do CANIE poderá credenciar,
mediante os instrumentos legais de cooperação técnica,
a alimentação das informações espeleológicas
disponíveis no país por outras entidades.
Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
§ 3º Os órgãos ambientais licenciadores deverão
repassar ao CANIE as informações espeleológicas
inseridas nos processos de licenciamento ambiental,
inclusive a classificação do grau de relevância.
Nova redação do parágrafo:
§ 3º O empreendedor que vier a requerer
licenciamento ambiental deverá realizar seu
cadastramento prévio no CANIE informando os dados
do patrimônio espeleológico mencionados no processo
de licenciamento, independentemente do cadastro ou
registro existentes em outros órgãos.
§ 4º O empreendedor que vier a requerer licenciamento
ambiental deverá realizar seu cadastramento prévio no
CANIE informando os dados do patrimônio
espeleológico mencionados no processo de
licenciamento, independentemente do cadastro ou
registro existentes em outros órgãos.
Nova redação do parágrafo:
§ 4º Os dados e informações gerados a partir dos
estudos espeleológicos, bem como os métodos
analíticos e descritivos utilizados para sua avaliação e
integração, deverão ser inseridos no CANIE pelo
responsável pela sua realização.
§ 5º Os dados e informações gerados a partir dos
estudos espeleológicos, bem como os métodos
analíticos e descritivos utilizados para sua avaliação e
integração, deverão ser inseridos no CANIE pelo
responsável pela sua realização.
Nova redação do parágrafo:
§ 5º Os órgãos ambientais licenciadores deverão
cadastrar no CANIE a classificação do grau de
relevância das cavidades objetos de licenciamento
ambiental.
Art. 21. A preservação de 2 (duas) cavidades
testemunho definidas em procedimento de
licenciamento ambiental, será condicionante para o
licenciamento de empreendimentos que causem
impactos a outra cavidade de alta relevância.
Nova redação do caput do artigo:
Art. 21. A preservação de 2 (duas) cavidades
testemunho, ou outras formas de compensação
previstas no § 3º, Art. 4º, do Decreto 99.556/90,
definidas em procedimento de licenciamento
ambiental, será condicionante para o licenciamento de
empreendimentos que causem impactos a outra
cavidade de alta relevância.
§ 1º As cavidades testemunhos preservadas deverão
apresentar configurações similares de atributos que
determinaram a classificação de alta relevância para a
cavidade alvo de impactos irreversíveis.
Manutenção da redação atual.
§ 2º As cavidades testemunho definidas no processo de
licenciamento têm grau de relevância máximo, ficando
vedado o licenciamento de atividades que lhes causem
impactos irreversíveis.
Manutenção da redação atual.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
Art. 22. O Instituto Chico Mendes, por meio da
atuação do CECAV, Centro Especializado voltado à
pesquisa e conservação de cavernas, atuará no
monitoramento e aperfeiçoamento dos instrumentos
relacionados ao controle e uso das cavidades naturais
subterrâneas.
Nova redação do caput do artigo:
Art. 22. O Instituto Chico Mendes, por meio do
CECAV, atuará no monitoramento e aperfeiçoamento
dos instrumentos relacionados ao controle e uso das
cavidades naturais subterrâneas.
§ 1º O CECAV deverá, sempre que entender
necessário, solicitar ao órgão licenciador informações
acerca dos estudos espeleológicos considerados para
efeito da classificação do grau de relevância de
cavidade natural subterrânea, na forma do § 5º do art.
2º da Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003.
Manutenção da redação atual.
§ 2º O CECAV contará, quando necessário, com
suporte técnico/científico de especialistas, entidades e
instituições direta ou indiretamente afetas à
espeleologia para fins de construção e aprimoramento
de instrumentos que contribuam para a avaliação,
classificação e reclassificação do grau de relevância
das cavidades naturais subterrâneas.
Manutenção da redação atual.
§ 3º O Instituto Chico Mendes, através do CECAV,
coordenará um comitê técnico consultivo, para fins de
acompanhamento e avaliação da aplicação deste ato
normativo nos processos de licenciamento ambiental,
com a finalidade de propor ao Ministério do Meio
Ambiente o aprimoramento das regras técnicas
previstas, sempre que entender necessário.
Registro de dissenso:
- ABIAPE, IBRAM, SBE e IGc/USP: manutenção do
parágrafo, porém sem delegar atribuição de
coordenação ao ICMBio.
- CECAV, DIBIO/ICMBio, SGM/MME: exclusão do
parágrafo.
§ 4º A criação e composição do referido comitê serão
definidas em ato normativo do Presidente do Instituto
Chico Mendes, no prazo de sessenta dias, contados da
data de publicação desta Instrução Normativa.
Registro de dissenso:
- ABIAPE, IBRAM, SBE e IGc/USP: manutenção do
parágrafo, porém sem delegar atribuição de
coordenação ao ICMBio.
- CECAV, DIBIO/ICMBio, SGM/MME: exclusão do
parágrafo.
Art. 23. Esta Instrução Normativa deverá ser revista em
um prazo máximo de 2 anos contados da data de
publicação desta Instrução Normativa.
Nova redação do artigo:
Art. 23. Esta Instrução Normativa deverá ser revista
em um prazo máximo de 2 anos contados da data de
sua publicação, ouvidas as partes afetas ao tema.
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê
Art. 24. Ficam aprovados os Anexos I, II e III como
parte integrante desta Instrução Normativa. Manutenção da redação atual.
Art. 25. Esta Instrução Normativa entra em vigor na
data de sua publicação. Manutenção da redação atual.
Alterações para o Anexo I, Tabela II
Texto atual - IN 2/2009/MMA Minuta proposta pelo Comitê Variável
Abundância relativa de espécies Exclusão -
Diversidade de espécies Medida da diversidade local da caverna (ou diversidade
alfa), considerando a variedade (riqueza de espécies) e a
abundância relativa de espécies (equitabilidade).
Alta
Média
Baixa
Estruturas espeleogenéticas Exclusão -
Estruturas geológicas de
interesse científico
Estrutura na rocha matriz de importância científica (ex.
contatos, tectonismo, mineralogia), incluindo estruturas
herdadas do processo de formação da cavidade (ex.
scallops, bell holes, marmitas, meandros de teto,
anastomoses pendentes, meios tubos, box work e
assemelhados), padrões morfológicos ou seções
geométricas.
Presença
Ausência
Água de percolação ou
condensação
Infiltração de água através de poros, diáclases, falhas, ou
umidade existente na atmosfera da caverna sob a forma
condensada.
Presença
Ausência
Lago ou drenagem subterrânea Corpo ou curso d'água, perene ou intermitente, presente
na cavidade.
Perene
Intermitente
Ausente
Uso educacional, recreativo ou
esportivo Exclusão -
Visitação pública Visitação pública de interesse difuso ou por grupo de
usuários com interesse específico à investigação ou
exploração espeleológica, recreação ou esporte.
Regular ou
freqüente
Esporádica ou
casual
Sem utilização
Passa-se à apresentação das justificativas técnicas que motivaram a proposição das alterações:
- Artigo 1º, caput (nova redação): (registro de dissenso: IBRAM e ABIAPE: manutenção da
redação atual):
Redação atual:
"Art. 1º O grau de relevância das cavidades naturais subterrâneas será classificado de
acordo com a metodologia estabelecida nesta Instrução Normativa."
Justificativa para manutenção: O artigo 1º da IN 02/2009 deve ser fiel ao definido pelo Artigo
5º do Decreto 99,556/90, com redação alterada pelo Decreto 6.640/08, que determina que “A
metodologia para a classificação do grau de relevância das cavidades naturais subterrâneas,
considerando o disposto no art. 2º, será estabelecida em ato normativo do Ministro de Estado
do Meio Ambiente”. Ou seja, alterar o objeto da instrução normativa para qualquer outro
documento que não seja a metodologia de avaliação de relevância das cavidades é tornar a
norma ineficaz e sem lastro legal pelo artigo 5º do Decreto.
Nova redação proposta:
"Art. 1° O grau de relevância das cavidades naturais subterrâneas será determinado pelos
conceitos e princípios estabelecidos nesta Instrução Normativa."
Justificativa para nova redação: A Instrução Normativa n.º 2/2009/MMA compreende, de
forma geral, uma série de diretrizes, conceitos e princípios. Nesse sentido, foi apresentado
tanto pelos representantes dos órgãos ambientais, quanto dos empreendedores, que a maior
parte dos parâmetros metodológicos envolvidos na elaboração dos estudos espeleológicos tem
sido definida no próprio rito dos procedimentos do licenciamento ambiental, geralmente
durante a elaboração dos termos de referência.
- Artigo 1º, inclusão de novo parágrafo único: (registro de dissenso: IBRAM e ABIAPE:
contrários à inclusão)
"Parágrafo único. As diretrizes ou parâmetros metodológicos serão objetos de Termos de
Referência específicos estabelecidos nessa Instrução Normativa."
Justificativa para inclusão: Seguindo o entendimento exposto na justificativa anterior para a
nova redação do caput do artigo 1º, as diretrizes ou parâmetros metodológicos deverão ser
definidos nos termos de referência dos processos de licenciamento ambiental.
Justificativa para não inclusão: Seguindo o entendimento exposto na justificativa anterior para
a manutenção da redação atual do caput do artigo 1º, a delegação da metodologia para outro
instrumento que não o definido por esta instrução Normativa é burlar o preceito legal
definido, sem a devida permissão legal. Ademais, delegar metodologias para Termos de
Referência é descumprir o ordenamento do artigo 5º do Decreto 99.556/90, pois cada Termo
de Referência poderá adotar metodologias próprias de órgãos ambientais diferentes. A criação
desse parágrafo viola a legalidade da IN proposta. E, finalmente, a redação é confusa e a IN
não detalha o que seriam as diretrizes, apenas os parâmetros metodológicos para avaliação de
relevância.
- Artigo 7º, caput (registro de dissenso: IBRAM e ABIAPE: proposta de nova metodologia)
Justificativa para manutenção da redação atual: [IGc/USP] Para casos excepcionais um
atributo é suficiente sim para qualificar uma caverna. A proposta de usar sempre diversos
atributos é uma forma de diluir as relevâncias, e desta forma, diluindo atributos excepcionais.
Justificativa para nova metodologia: [IBRAM e ABIAPE] Não concordam com a
metodologia de um único atributo classificar a cavidade como de alta relevância. Propõem
uma análise integrada dos atributos, mas não materializaram uma metodologia alternativa,
aguardando resposta da Consultoria Jurídica do MMA à carta-consulta protocolada em julho
de 2012 sobre a questão.
- Artigo 7º, inciso III (registro de dissenso: CECAV, DIBIO/ICMBio, SBE: manutenção da
redação atual; IBRAM e ABIAPE: proposta de exclusão)
"III – Presença de táxons novos."
Justificativa para a manutenção do inciso: [CECAV e DIBIO/ICMBio] Táxons novos ainda
sem descrição científica devem compor a lista de atributos considerados para determinar o
grau de relevância de cavidades naturais subterrâneas pela sua importância para a conservação
da biodiversidade. Adicionalmente, e com base no princípio da precaução, entende-se que não
deve haver permissão de impactos em espécies e ecossistemas que ainda não são
minimamente conhecidos ou devidamente descritos.
Justificativa para a exclusão: [IBRAM e ABIAPE] A presença de táxons novos é muito
comum em cavernas, o que classificaria a grande maioria delas como de alta relevância.
- Artigo 7º, inciso V (nova redação):
"V - Alta diversidade de espécies."
Justificativa: O atributo abundância relativa de espécies, ainda mais considerando apenas
adultos de tamanho corporal maior ou igual a 1 cm, frequentemente gera resultados sem
significado biológico tendo em vista que é comum a amostragem de poucos indivíduos de
poucas espécies (ou morfoespécies). Neste sentido, sua substituição pela diversidade de
espécies (no caso a diversidade alfa) torna a análise mais robusta, tendo em vista que esta é
uma medida quantitativa que considera a variedade (riqueza de espécies) e a abundância
relativa das espécies, ou seja, a uniformidade (eqüitabilidade).
- Artigo 7º, inclusão de novo inciso:
"Alto desnível da cavidade em relação às demais cavidades que se distribuem na mesma
unidade espeleológica, conforme definido no § 1º do art. 14, desta Instrução Normativa."
Justificativa: Os atuais incisos XII, XIII e XIV do artigo 7º da IN tratam dos atributos
relacionados à espeleometria, contemplando respectivamente projeção horizontal, área e
volume de cavidades naturais subterrâneas. Entretanto, o atributo espeleométrico relacionado
ao desnível (diferença entre a cota mais alta e a mais baixa do piso de uma caverna), deverá
ser tratado, em termos de sua importância, de forma equivalente aos outros três atributos já
referidos, e passar a constar também neste artigo 7º.
- Artigo 7º, exclusão do inciso XV:
"Presença significativa de estruturas espeleogenéticas raras."
Justificativa: Propõe-se que a definição atual deste atributo no Anexo I da IN 2/2009/MMA
seja incluída no conceito do atributo "Presença de estrutura geológica de interesse científico"
(art. 8º, VIII).
- Artigo 7º, inciso XVI (nova redação):
"XVI - Presença de lago ou drenagem subterrânea perene."
Justificativa: Na redação atual da IN 2/2009/MMA, a importância do atributo "lago ou
drenagem perene" ficou condicionada a sua influência em relação a algum dos demais
atributos listados no artigo 7º. Dessa forma, na prática o inciso tem aplicação prejudicada ou
inócua, o que fica corrigido com a redação proposta. Ademais, a presença de um lago ou
drenagem perene, por si só, deve ser considerada como de importância acentuada, sob
enfoque local e regional, devido a sua importância em relação à evolução ou manutenção dos
processos físicos e biológicos que ocorrem no ambiente cavernícola.
- Artigo 7º, inclusão de novo inciso:
"Aquíferos suspensos com influência sobre a cavidade."
Justificativa: não apresentada pelo autor.
- Artigo 7º, inciso XVII (nova redação):
"XVII - Diversidade de depósitos químicos com muitos tipos de espeleotemas e processos de
deposição."
Justificativa: Houve alteração do termo "sedimentação química" por "depósitos químicos"
como forma de tornar mais clara a compreensão do atributo e por consequência conferir maior
segurança para aplicação da norma.
- Artigo 7º, inciso XXII (nova redação):
"XXII - Visitação pública regular ou frequente na cavidade, com abrangência regional ou
nacional."
Justificativa: Houve alteração do termo "sistemática" por "regular e frequente" como forma de
tornar mais clara a compreensão do atributo e por consequência conferir maior segurança para
aplicação da norma.
- Artigo 8º, inciso V (nova redação):
"V - Média diversidade de espécies."
Justificativa: Mesma justificativa apresentada no inciso V, artigo 7º.
- Artigo 8º, inciso IX (registro de dissenso: CECAV, DIBIO/ICMBio, DILIC/IBAMA e SBE:
manutenção do inciso; IBRAM e ABIAPE: exclusão do inciso):
"IX - Presença de registros paleontológicos."
Justificativa para manutenção: [CECAV] Os registros paleontológicos representam
importante fonte de informações sobre as condições ambientais do passado do planeta e
evolução das espécies. Mesmo com a possibilidade de seu resgate em caso de autorização de
impactos negativos irreversíveis, as cavidades que os abrigam geralmente guardam
características de interesse científico ou mesmo outros registros paleontológicos ainda não
revelados. Dessa forma, os registros paleontológicos não devem deixar de compor a lista de
atributos considerados para classificação do grau de relevância de cavidades naturais
subterrâneas.
[IGc/USP] A manutenção deste item é primordial. No meu entendimento, a manutenção deste
item não impede o resgate de fósseis em caso de impacto ou supressão. Não é o caso de retirar
o item, talvez apenas especificar como e quando o resgate poderia ser solicitado.
Atualmente, a partir de metodologias mais modernas de estudos, os fósseis têm tanto valor
quanto seu local e sedimentos de coleta, ou seja, não é apenas resgatar o fóssil, mas sim
estudar ele e seu contexto dentro da caverna. O resgate é apenas a etapa final.
Na prática existem situações distintas:
- Caverna com fósseis sem a possibilidade de resgate (depósitos muito consolidades ou
fragmentados, ou quantidades muito grande de fósseis o que demandaria muitos anos de
pesquisa);
- Caverna com fósseis com a possibilidade de estudos e resgate;
- Caverna onde os fósseis já foram retirados por estudos prévios.
Situações distintas exigem análises distintas.
Justificativa para exclusão: [IBRAM e ABIAPE] Os registros paleontológicos já possuem sua
proteção legal definida pela Lei Federal nº 3.924, de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os
monumentos arqueológicos e pré-históricos e que define no artigo 22:
“Art 22. O aproveitamento econômico das jazidas, objeto desta lei, poderá ser realizado na
forma e nas condições prescritas pelo Código de Minas, uma vez concluída a sua exploração
científica, mediante parecer favorável da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional ou do órgão oficial autorizado.
Parágrafo único. De todas as jazidas será preservada sempre que possível ou conveniente,
uma parte significativa, a ser protegida pelos meios convenientes, como blocos testemunhos.”
Por isso, os registros paleontológicos já possuem proteção própria, e não será a relevância da
cavidade que assegurará a proteção dos mesmos e por isso, a relevância da cavidade não
precisa estar vinculada a esse critério para assegurar sua proteção.
Justificativa para alteração do inciso para o artigo 9º: [DNPM] Após avaliar acerca da
manutenção ou exclusão do item, opino pela sua exclusão do Art. 8º e inserção no ART. 9º.
Por oportuno, observo o seguinte:
A ocorrência de fósseis (registros paleontológicos) em cavidades, sejam eles estruturas da
rocha (laminações algais, estromatólitos), componentes da rocha (moldes, impressões,
conchas de invertebrados, ossos, fragmentos de vegetais, etc.) ou elementos dispersos pelo
substrato (como ossos de vertebrados, possivelmente as ocorrências mais comuns), são
indubitavelmente alvo de interesse e coleta por parte dos paleontólogos. São os elementos
básicos de pesquisa em Paleontologia. Aliado a isso, é inerente à pesquisa paleontológica a
coleta exaustiva dos elementos encontrados numa ocorrência. Assim sendo, serão coletados
todos os espécimes fósseis a não ser que o conhecimento e discernimento do pesquisador, ao
observar a repetição dos elementos, opte por encerrar a coleta antes de exauri-la.
Dessa forma, o achado paleontológico é fonte de informações para a Paleontologia e
Geologia, conferindo alguma relevância a cavidade (uma vez que não são encontrados fósseis
em todas as cavidades). A presença de fósseis se dá porque houve algo que permitiu a
fossilização e conservação desses elementos. Da mesma forma, a exemplo dos mamíferos
fósseis do Pleistoceno, ocorrências em diversas cavidades, em escala local ou regional,
permite teorizar a respeito da dispersão de diferentes espécies.
Todavia, no caso dos registros paleontológicos, a relevância não possui caráter restritivo para
o licenciamento de uma atividade ou empreendimento se previamente adotadas as medidas
que garantam a caracterização da ocorrência (descrição do achado) e a coleta do material
fóssil por profissional especializado (paleontólogo). Somente assim ficará assegurada a
geração e posterior disseminação do conhecimento, bem como a preservação dos exemplares
fósseis.
Do ponto de vista legal, depósitos fossilíferos (como as cavidades com registros
paleontológicos) são Bens da União (propriedades da Nação) e a autorização para se coletar
os fósseis está a cargo do DNPM, conforme o Decreto-Lei nº 4.146/1942 (art. 1º). Distinção é
feita aos museus nacionais e estaduais (e estabelecimentos oficiais congêneres), aos quais
basta uma prévia comunicação da atividade ao Departamento (parágrafo único do art. 1º).
- Artigo 8º, inciso XI (nova redação):
"XI - Visitação pública regular ou frequente na cavidade, com abrangência local."
Justificativa: Houve alteração do termo "sistemática" por "regular e frequente" como forma de
tornar mais clara a compreensão do atributo e por consequência conferir maior segurança para
aplicação da norma.
- Artigo 8º, inciso XII (nova redação):
"XII - Presença de água de percolação ou condensação."
Justificativa: Na redação atual da IN 2/2009/MMA, a importância do atributo "lago ou
drenagem intermitente" ficou condicionada a sua influência em relação a algum dos demais
atributos listados no artigo 8º. Dessa forma, na prática o inciso tem aplicação prejudicada ou
inócua, o que fica corrigido com a redação proposta. Ademais, a presença de água de
percolação ou condensação, por si só, deve ser considerada como de importância acentuada,
sob enfoque local, devido a sua importância em relação à evolução ou manutenção dos
processos físicos e biológicos que ocorrem no ambiente cavernícola.
- Artigo 8º, inciso XIII (nova redação):
"XIII - Presença de lago ou drenagem subterrânea intermitente."
Justificativa: Na redação atual da IN 2/2009/MMA, a importância do atributo "lago ou
drenagem intermitente" ficou condicionada a sua influência em relação a algum dos demais
atributos listados no artigo 8º. Dessa forma, na prática o inciso tem aplicação prejudicada ou
inócua, o que fica corrigido com a redação proposta. Ademais, a presença de um lago ou
drenagem intermitente, por si só, deve ser considerada como de importância acentuada, sob
enfoque local, devido a sua importância em relação à evolução ou manutenção dos processos
físicos e biológicos que ocorrem no ambiente cavernícola.
- Artigo 9º, inciso IV (nova redação):
"IV - Médio desnível da cavidade em relação às demais cavidades que se distribuem na
mesma unidade espeleológica, conforme definido no § 3º do art. 14, desta Instrução
Normativa."
Justificativa: Assim como já abordado na justificativa de inclusão de novo inciso no artigo 7º
para tratar do atributo "alto desnível", a alteração aqui proposta visa equiparar o atributo
"desnível" aos demais atributos espeleométricos tratados na IN.
- Artigo 9º, exclusão do inciso VI:
"Presença de estruturas espeleogenéticas raras."
Justificativa: Propõe-se que a definição atual deste atributo no Anexo I da IN 2/2009/MMA
seja incluída no conceito do atributo "Presença de estrutura geológica de interesse científico"
(art. 8º, VIII).
- Artigo 9º, exclusão do inciso VII:
"VII - Lago ou drenagem subterrânea intermitente com influência significativa sobre os
atributos da cavidade que tenham as configurações relacionadas nos incisos deste artigo."
Justificativa: Com a nova redação proposta para o inciso XIII, artigo 8º, este atributo passará a
constar apenas no artigo 8º.
- Artigo 9º, inciso VIII (nova redação):
"VIII - Diversidade de depósitos químicos com muitos tipos de espeleotemas ou processos de
deposição."
Justificativa: Houve alteração do termo "sedimentação química" por "depósitos químicos"
como forma de tornar mais clara a compreensão do atributo e por consequência conferir maior
segurança para aplicação da norma.
- Artigo 9º, exclusão do inciso XI:
"XI - Uso constante, periódico ou sistemático para fins educacionais, recreativos ou
esportivos."
Justificativa: Propõe-se que a definição atual deste atributo no Anexo I da IN 2/2009/MMA
seja incluída no conceito do atributo "Visitação pública regular ou frequente na cavidade,
com abrangência local" (art. 8º, XI).
- Artigo 10, inciso III (nova redação):
"III - Baixa diversidade de espécies."
Justificativa: justificativa apresentada no inciso V, artigo 7º.
- Artigo 10, inciso VII (nova redação):
"VII - Médio desnível da cavidade em relação às demais cavidades que se distribuem na
mesma unidade geomorfológica, conforme definido no § 1º do art. 14, desta Instrução
Normativa."
Justificativa: Assim como já abordado na justificativa de inclusão de novo inciso no artigo 7º
para tratar do atributo "alto desnível", a alteração aqui proposta visa equiparar o atributo
"desnível" aos demais atributos espeleométricos tratados na IN.
- Artigo 10, inciso IX (nova redação):
"IX - Diversidade de depósitos químicos com poucos tipos de espeleotemas e processos de
deposição."
Justificativa: Houve alteração do termo "sedimentação química" por "depósitos químicos"
como forma de tornar mais clara a compreensão do atributo e por consequência conferir maior
segurança para aplicação da norma.
- Artigo 10, exclusão do inciso X:
"X - Uso esporádico ou casual para fins educacionais, recreativos ou esportivos."
Justificativa: Propõe-se que a definição atual deste atributo no Anexo I da IN 2/2009/MMA
seja incluída no conceito do atributo "Visitação pública esporádica ou casual na cavidade"
(art. 10, XI).
- Artigo 10, exclusão do inciso XII:
"XII - Presença de água de percolação ou condensação com influência sobre os atributos da
cavidade que tenham as configurações relacionadas nos incisos deste artigo."
Justificativa: Com a nova redação proposta para o inciso XII, artigo 8º, este atributo passará a
constar apenas no artigo 8º.
- Artigo 10, exclusão do inciso XIII:
"XIII - Lago ou drenagem subterrânea intermitente com influência sobre os atributos da
cavidade que tenham as configurações relacionadas nos incisos deste artigo."
Justificativa: Com a nova redação proposta para o inciso XIII, artigo 8º, este atributo passará a
constar apenas no artigo 8º.
- Artigo 14, inclusão de novo parágrafo:
"Os dados sobre os atributos de cavidades naturais subterrâneas, que serão utilizados para
efeitos de comparação sob os enfoques local e regional, poderão advir de fontes primárias ou
secundárias."
Justificativa: Existência de limitação legal para o empreendedor obter dados primários além
das áreas sobre as quais possui concessão, autorização ou propriedade. Ademais, estudos
espeleológicos aprovados pelos órgãos ambientais que subsidiaram a classificação de
cavidades naturais subterrâneas poderão ser utilizados com fonte de informação tanto para
comparação o enfoque local quanto regional.
- Artigo 14, inclusão de novo parágrafo: (registro de dissenso: ABIAPE foi contrária à
inclusão do parágrafo)
"Não serão considerados para efeitos de comparação, sob os enfoques local e regional,
dados das cavidades para as quais há autorização para impactos negativos irreversíveis."
Justificativa para inclusão: [CECAV] A definição da importância de diversos atributos que
são considerados para a classificação do grau de relevância de cavidades naturais
subterrâneas, entre esses alguns que conferem o grau de relevância máximo, requer
comparação com atributos de outras cavidades sob enfoque local ou regional. A utilização de
dados de cavidades que já foram suprimidas ou para as quais já houve autorização para
impactos negativos irreversíveis abre a possibilidade para a subestimação da relevância de
cavidades submetidas aos estudos espeleológicos, por meio da comparação com atributos que
já deixaram ou deixarão de existir, visto que no licenciamento ambiental já houve autorização
de supressão das cavidades.
Justificativa para não inclusão: [IBRAM e ABIAPE] A mera autorização para a supressão de
cavidades não pode descartar esses elementos cavernícolas para fins de estatística e
comparação como elementos locais ou regionais. A perda desse material pode demorar anos e
desconsiderar sua presença é negligenciar informações sobre a realidade locla e regional de
outras cavidades. Por isso, entendemos que os estudos de comparação sobre cavidades devem
utilizar os dados geoestatísticos da realidade ao tempo do estudo, independentemente da
existência de autorização para supressão de cavidades.
[IGc/USP] A análise deve ser feita pelo conjunto de cavernas, sejam preservadas, impactadas
ou suprimidas. Uma análise integrada pressupõe a análise de todos os dados, sem tendenciar.
O levantamento de cavernas impactadas ou suprimidas é importante para análise, pois pode
fornecer um panorama da situação de uma área ou UE.
Uma situação onde onde 50% das cavernas tiveram algum impacto, a análise deveria
considerar isto como limitante a novos impactos, independente das relevâncias das cavernas
individualmente.
Uma outra situação são regiões impactadas antes da nova legislação. Em alguns lugares as
cavernas mais importantes já foram suprimidas, assim restando cavernas de menor relevância
na análise prejudicando o contexto.
- Artigo 14, §3º (registro de dissenso: CECAV, DIBIO/ICMBio, DILIC/IBAMA, SBE e
Redespeleo: manutenção da redação atual; IBRAM, ABIAPE, SGM/MME e DNPM: nova
redação):
Redação atual:
"§ 3º Entende-se por unidade espeleológica a área com homogeneidade fisiográfica,
geralmente associada à ocorrência de rochas solúveis, que pode congregar diversas formas
do relevo cárstico e pseudocárstico tais como dolinas, sumidouros, ressurgências, vale cegos,
lapiás e cavernas, delimitada por um conjunto de fatores ambientais específicos para a sua
formação."
Justificativa para manutenção: As instituições que propuseram a manutenção da redação atual
reconhecem que esse conceito tem tido dificuldades para sua aplicação no licenciamento
ambiental. Entretanto, não apresentam nova proposta, uma vez que entendem que a
elaboração de nova redação deve ocorrer em fórum com maior número de especialistas nas
áreas do conhecimento relacionadas à espeleologia.
Nova redação proposta: (IBRAM, ABIAPE, SGM/MME e DNPM)
"§ 3º Entende-se por unidade espeleológica a área com homogeneidade fisiográfica,
geralmente associada à ocorrência de rochas solúveis, que pode congregar diversas formas
do relevo cárstico e pseudocárstico tais como dolinas, sumidouros, ressurgências, vale cegos,
lapiás e cavernas, delimitada por um conjunto de fatores ambientais específicos para a sua
formação, desde que contemplada no mínimo um grupo ou formação geológica."
Justificativa para nova redação: Adequação ao conceito previsto no Decreto 99.556/90.
Nova redação proposta: (IGc/USP)
"§3º Entende-se por unidade espeleológica a área com continuidade litoestratigráfica
(considerando variações estruturais e faciológicas), homogeneidade fisiográfica,
concentração de cavernas e feições cársticas. Uma unidade espeleológica deve estar
abrangida dentro de uma mesma unidade geológica, mas não deve ser necessariamente toda
a unidade. Quando possível, devem ser utilizados estudos prévios mais pormenorizados que
determinaram a abrangência de unidades ou províncias espeleológicas."
Justificativa para nova redação: O conceito de unidade espeleológica é bastante complexo, e
não pode se restringir apenas a uma unidade geológica ou a um agrupamento de cavernas,
mas deve ser analisado de forma integrada e caso a caso.
Em algumas situações a UE poderá ser exatamente igual a uma unidade geológica, mas em
outros poderá ser bem diferente, menor. Por outro lado, uma unidade geológica poderá
abarcar diversas UEs.
O conceito mais amplo de UE como unidade geológica é similar ao conceito de província
espeleológica de Karmann e Sanchez 1979, 1986; ou de regiões cársticas de Auler et al. 2001;
ou de províncias cársticas de Sallun Filho e Karmann 2013; que são bastante abrangentes em
área.
Já o conceito de distritos espeleológicos Karmann e Sanchez 1979, 1986 ou de regiões
espeleológicas de Auler et al. 2001, é mais próximo ao conceito de uma UE.
Segundo Karmann e Sanchez 1986:
O conceito de distrito espeleológico, em um nível inferior de análise, é sensível a fatores de
ordem regionais ou locais, ao passo que o conceito de província espeleológica está
relacionado com grandes fatores geológicos.
Vale lembrar que:
- uma unidade geológica (de qualquer hierarquia) pode ter apenas alguns metros ou centenas
de quilômetros;
- uma unidade geológica pode conter diversos sistemas cársticos ou diversas unidades
espeleológicas;
- cavernas em litologias não carbonáticas nem sempre estão vinculadas a um sistema cárstico
(cavernas em granito p.ex.);
- cavernas em litologias não carbonáticas as vezes ocorrem isoladas ou são raras.
- Artigo 14, §4º (nova redação):
"§ 4º Os estudos espeleológicos deverão utilizar métodos analíticos e descritivos para a
avaliação e a integração de dados e informações."
Justificativa: Houve alteração do verbo "poderão" por "deverão" uma vez que se entende que
qualquer estudo espeleológico deverá utilizar os métodos referidos no parágrafo.
- Artigo 16, inclusão de novo parágrafo:
"O intervalo mínimo entre as duas amostragens será determinado em Termo de Referência."
Justificativa: Foi identificada que a falta de dispositivo que trate dos intervalos mínimos entre
as amostragens biológicas tem trazido insegurança tanto aos empreendedores quanto aos
órgãos ambientais. Nesse sentido, e considerando as especificidades de cada processo de
licenciamento, optou-se pela definição desse intervalo nos termos de referência.
- Artigo 16, inclusão de novo parágrafo:
"A definição das estações chuvosa e seca deverá ser demonstrada metodologicamente e
utilizar os melhores dados disponíveis."
Justificativa: Assim como identificado na proposição acima, a falta de definição do intervalo
de amostragens entre as estações chuvosa e seca e a própria definição do período de
ocorrência de cada uma dessas estações, têm trazido insegurança aos processos de
licenciamento, tendo sido registradas incoerências entre estudos que foram elaborados por
diferentes empresas em áreas muito próximas. Esses novos parágrafos têm como objetivo
evitar que as amostragens não representem devidamente as estações chuvosa e seca.
- Artigo 16, §2º (registro de dissenso: SBE foi contrária à manutenção da redação atual,
propondo nova redação):
Proposta SBE:
"§2º Os levantamentos biológicos devem atender o mínimo de três ciclos anuais e
considerando a estabilização da curva de espécies coletadas com, pelo menos, duas
amostragens por ano, sendo uma na estação chuvosa e outra na estação seca, visando
minimamente revelar aspectos decorrentes da sazonalidade climática."
Justificativa para manutenção da redação atual: [SGM/MME] O texto original não exclui a
possibilidade de se realizar mais de um ciclo de avaliação e os novos parágrafos propostos
pelo Comitê, que tratam sobre o “intervalo mínimo” determinado por Termo de Referência e
sobre “a definição das estações chuvosas”, auxiliam na compreensão do órgão licenciador e
do empreendedor sobre o tema.
A resolução CONAMA 1/86 afirma em seu Art. 4° que deve haver compatibilidade entre os
processos de licenciamento e as etapas de planejamento e implantação das atividades
modificadoras de meio ambiente, a saber:
“Art. 4° Os órgãos ambientais competentes e os órgãos setoriais do SISNAMA
deverão compatibilizar os processos de licenciamento com as etapas de planejamento
e implantação das atividades modificadoras do meio ambiente, respeitados os
critérios e diretrizes estabelecidos por esta Resolução e tendo por base a natureza o
porte e as peculiaridades de cada atividade”.
Nesse sentido, ao propor e defender a realização de três ciclos anuais de avaliação, a SBE,
confronta com o proposto na Resolução CONAMA 1/86, visto que na fase de pesquisa
mineral na atividade minerária, conforme Código Mineral atual, a etapa deve ser realizada em
até três anos.
Apesar da possibilidade de prorrogação do prazo de pesquisa mineral pelo órgão licenciador,
deve-se levar em consideração que hoje no Brasil um processo minerário pode levar até 10
(dez) anos para se tornar uma concessão mineral e nesse sentido, ampliar os ciclos de estudos
biológicos de um para três, interfere diretamente na economicidade do empreendimento, em
particular de agregados para a construção civil.
Justificativa para nova redação proposta: texto não enviado pelo autor.
- Artigo 16, §5º (nova redação):
"§ 5º As variáveis dos atributos "Riqueza de espécies" e "Diversidade de espécies" deverão
ser definidas comparando-se com outras cavidades da mesma litologia sob enfoque local."
Justificativa: Houve alteração do atributo "Abundância relativa de espécies" por "Diversidade
de espécies", como forma de compatibilizar o parágrafo com a alteração proposta para os
incisos: V, artigo 7º; V, artigo 8º; e III, artigo 10.
- Artigo 16, §6º (nova redação):
"§ 6º Não havendo base de comparação sob enfoque local quanto às variáveis dos atributos
"Riqueza de espécies" e "Diversidade de espécies", mediante justificativa técnico-científica,
esta comparação poderá ser feita sob enfoque regional."
Justificativa: Houve alteração do atributo "Abundância relativa de espécies" por "Diversidade
de espécies", como forma de compatibilizar o parágrafo com a alteração proposta para os
incisos: V, artigo 7º; V, artigo 8º; e III, artigo 10.
- Artigo 16, §8º (nova redação):
"§ 8º Nos casos em que não for identificada a espécie, os atributos "Riqueza de espécies" e
"Diversidade de espécies" deverão ser analisados considerando o número de morfo-
espécies."
Justificativa: Houve alteração do atributo "Abundância relativa de espécies" por "Diversidade
de espécies", como forma de compatibilizar o parágrafo com a alteração proposta para os
incisos: V, artigo 7º; V, artigo 8º; e III, artigo 10.
- Artigo 19, caput (nova redação):
"Art. 19. Qualquer impacto negativo irreversível deverá ser precedido de registro e
armazenamento cartográfico e fotográfico, bem como de inventário e coleta de espeleotemas
e elementos geológicos, paleontológicos e biológicos representativos do ecossistema
cavernícola, compreendendo o resgate, transporte adequado e a destinação a coleções
científicas institucionais."
Justificativa: Foi inserido o termo "paleontológicos", pois esses elementos também deverão
ser inventariados e coletados em casos de autorização de impactos negativos irreversíveis à
cavidades naturais subterrâneas.
- Artigo 19, parágrafo único (registro de dissenso: CECAV, DIBIO/ICMBio, SBE e
Redespeleo: manutenção do inciso; IBRAM, ABIAPE, SGM/MME e DNPM: exclusão do
inciso):
"Parágrafo único. São vedados impactos negativos irreversíveis em cavidades que
apresentem ocorrência de táxons novos até que seja realizada a sua descrição científica
formal."
Justificativa para manutenção: [CECAV, DIBIO/ICMBio] A possibilidade de supressão de
cavidades naturais subterrâneas nas quais foram identificados táxons novos poderá implicar
na perda de biodiversidade ainda não devidamente conhecida e descrita pela ciência. Portanto,
e sustentado pelo princípio da precaução, o dispositivo atual não impede a autorização de
impactos negativos irreversíveis ao patrimônio espeleológico nesses casos, mas apenas
condiciona essa autorização ao adequado e efetivo conhecimento do atributo ambiental que se
pretende suprimir, o que pode, em algumas situações, elevar a classificação da cavidade ao
grau máximo de relevância.
Justificativa para exclusão: [SGM/MME] A manutenção do parágrafo afeta diretamente a
economicidade dos empreendimentos minerais. Conforme manifestação do representante da
Universidade Federal de Lavras, o biólogo Rodrigo Lopes, a possibilidade de encontrar
táxons novos em cavidades não é rara, visto o desconhecimento na área da espeleologia.
Sabe-se também, conforme diversas manifestações dos representantes do Comitê da IN que
há carências de profissionais qualificados para a caracterização desses táxons até o nível de
espécie para determinados grupos.
Além disso, conforme manifestações dos representantes, a descrição científica formal pode
levar até seis anos, visto a necessidade de publicação científica.
Desta forma, o licenciamento ambiental ficará estagnado ao menos por seis anos, se houver
profissional qualificado para a descrição do material coletado ou todas as cavidades cujo novo
táxon for encontrado, serão consideradas de alta relevância ou máxima, encarecendo assim,
sua compensação ambiental ou inviabilizando-a.
A manutenção do texto do parágrafo único fere o princípio da razoabilidade, inclusive
afrontando o próprio Decreto Presidencial, pois acrescenta mais um item à classificação
equivocada da cavidade como de máxima relevância, visto que proíbe impactos negativos.
[IBRAM e ABIAPE] A regra prevista no presente parágrafo não está definida no Decreto
99.556/90, com redação do 6640/08, o que causa a disposição sem lastro legal para sua
exigência. O parágrafo único equipara as cavidades de alta relevância às cavidades de
relevância máxima, enquanto não forem realizadas a devida descrição científica formal, que
pode levar anos para sua conclusão. As medidas de precaução para a proteção dos elementos
cavernícolas já estão previstas no caput desse artigo, não havendo necessidade dessa nova
proibição de impactos sobre cavidades.
- Artigo 20, caput (nova redação):
"Art. 20 Caberá ao Instituto Chico Mendes realizar a gestão do CANIE, criando os meios
necessários para sua execução."
Justificativa: A proposição contempla a exclusão do atual caput do artigo 20 e transformação
do atual §1º deste artigo em caput, uma vez que a instituição do CANIE e os demais
dispositivos previstos no caput atual já são parte da Resolução CONAMA 347/2004.
- Artigo 20, §3º (nova redação):
"§ 5º Os órgãos ambientais licenciadores deverão cadastrar no CANIE a classificação do
grau de relevância das cavidades objetos de licenciamento ambiental."
Justificativa: Os órgãos ambientais não são responsáveis pelo cadastramento das informações
espeleológicas constantes nos processos de licenciamento ambiental. Esses órgãos cadastrarão
no CANIE apenas a classificação do grau de relevância das cavidades objetos de
licenciamento ambiental.
Houve alteração na ordem dos parágrafos 3º, 4º e 5º do artigo 20, apenas como forma de
seguir a ordem sequencial das atividades adotadas no rito do licenciamento, sendo que os
parágrafos 3º e 4º da nova minuta permanecem com a mesma redação constante da IN.
- Artigo 21, caput (nova redação):
"Art. 21. A preservação de 2 (duas) cavidades testemunho, ou outras formas de compensação
previstas no § 3º, Art. 4º, do Decreto 99.556/90, definidas em procedimento de licenciamento
ambiental, será condicionante para o licenciamento de empreendimentos que causem
impactos a outra cavidade de alta relevância."
Justificativa: Foi proposta a inclusão de "outras formas de compensação previstas no § 3º, Art.
4º, do Decreto 99.556/90" no caput do artigo 21, pois a efetivação desse tipo de compensação
também deverá ser condicionante para permissão de impactos negativos irreversíveis em
cavidades naturais subterrâneas.
- Artigo 22, caput (nova redação):
"Art. 22. O Instituto Chico Mendes, por meio do CECAV, atuará no monitoramento e
aperfeiçoamento dos instrumentos relacionados ao controle e uso das cavidades naturais
subterrâneas."
Justificativa: Foi proposta apenas a adequação da redação, com a exclusão de denominação do
CECAV como "Centro Especializado", já que na estrutura do Instituto Chico Mendes existem
apenas os Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação.
- Artigo 23, §§ 3º e 4º (registro de dissenso; IBRAM, ABIAPE, SBE e IGc/USP: manutenção
parcial do inciso; CECAV, DIBIO/ICMBio, SGM/MME: exclusão do inciso):
"§ 3º O Instituto Chico Mendes, através do CECAV, coordenará um comitê técnico
consultivo, para fins de acompanhamento e avaliação da aplicação deste ato normativo nos
processos de licenciamento ambiental, com a finalidade de propor ao Ministério do Meio
Ambiente o aprimoramento das regras técnicas previstas, sempre que entender necessário."
"§ 4º A criação e composição do referido comitê serão definidas em ato normativo do
Presidente do Instituto Chico Mendes, no prazo de sessenta dias, contados da data de
publicação desta Instrução Normativa."
Justificativa para manutenção sem a coordenação do ICMBio: [IBRAM e ABIAPE]
Entendemos necessária a manutenção de comitê técnico consultivo para avaliação dos efeitos
deste novo ato normativo nos processos de licenciamento ambiental. Consideradas as
experiências ocorridas para elaboração da presente proposta de Instrução Normativa,
entendemos que a coordenação do Comitê Técnico deve ser realizada pelo Ministério do Meio
Ambiente, uma vez que o mesmo possui uma maior diversidade em suas experiências e uma
maior articulação junto a outros Ministérios para revisões sobre as regras para o uso de
cavidades.
Justificativa para exclusão: [CECAV] Consideradas as experiências ocorridas em 2009 para
elaboração da atual Instrução Normativa, por meio de oficinas técnicas com participação de
especialistas e instituições representantes de todos os setores envolvidos com a conservação
do patrimônio espeleológico e com o licenciamento ambiental, e em 2012 e 2013 com as
discussões ocorrendo por meio de Comitê Técnico Consultivo, percebe-se que a estratégia
que se mostrou mais efetiva para alcance do resultado pretendido é a adotada em 2009, uma
vez que proporciona a discussão em fórum ampliado e não somente com poucos
representantes dos setores como no Comitê. Nesse sentido, a novo texto da IN não traria a
criação de novo Comitê Técnico Consultivo. Soma-se a isso a alteração proposta para o caput
do artigo 23, que garante que no processo de futura revisão da IN haverá consultas a todas as
partes interessadas.
- Artigo 23, caput (nova redação):
"Art. 23. Esta Instrução Normativa deverá ser revista em um prazo máximo de 2 anos
contados da data de sua publicação, ouvidas as partes afetas ao tema."
Justificativa: A inclusão de "ouvidas as partes afetas ao tema" foi proposta no sentido de
garantir que eventual revisão futura da Instrução Normativa seja promovida com a
participação de todos os setores envolvidos com o licenciamento ambiental e a conservação
do patrimônio espeleológico.
Proposta [IGc/USP]:
Ao final do período de 2 anos, além da revisão, poderia estar previsto um diagnóstico da
situação e das experiências, mostrando onde e quantas cavernas foram impactadas, em qual
grau, e as cavernas suprimidas. Poderia conter também dados de licenciamento, como tempo
para os estudos e para análise.
Este diagnóstico poderia ser em forma de workshop ou relatório (público) e iria embasar
ações futuras e possíveis revisões. Sem isso, o comitê conta apenas com experiências
individuais, mas sem ter noção do conjunto, é difícil avaliar os pontos prejudiciais ao
patrimônio ou mesmo as dificuldades do setor produtivo.
4. Considerações Finais
Em atendimento ao artigo 9º do Regimento Interno do Comitê Técnico Consultivo, no
Anexo I deste relatório consta minuta de Instrução Normativa para aprimoramento da IN n.º
2/2009/MMA.
Destaca-se que, conforme disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 9º do citado Regimento
Interno, na minuta de Instrução Normativa estão identificadas as propostas aprovadas por
unanimidade, sendo que suas devidas justificativas encontram-se apresentadas no corpo deste
relatório. Nos casos em que não houve unanimidade, foram registradas na minuta as
respectivas instituições proponentes de cada uma das propostas de aprimoramento.
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