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Rosendo Severo dos Anjos NetoSecretário Adjunto de Contas - TCU
Processo no Tribunal de Processo no Tribunal de Contas da UniãoContas da União
IntroduçãoIntrodução
• O que é processo ?
• No TCU, as matérias são tratadas mediante a formalização de processos submetidos a regras processuais especiais.
• Essas regras se encontram na Lei Orgânica e no Regimento Interno do TCU e em outros normativos editados pelo próprio TCU.
• É obrigação do gestor público comprovar a boa e regular aplicação dos recursos que lhe forem confiados (CF e DL 200 – Prestação de Contas).
RelatorRelator
• Todo processo tem um relator, designado entre os ministros e auditores.
• Relator preside a instrução do processo: – determina a adoção de medidas preliminares
(diligências, audiências, citações), que podem ser delegadas aos Secretários de Controle Externo
– submete o processo a julgamento pelos Colegiados de Ministros.
• Os municípios são agrupados em Listas de Unidades Jurisdicionadas (LUJ), sorteadas bianualmente dentre os ministros e auditores.
Definição da RelatoriaDefinição da Relatoria
• Os processos relacionados aos municípios do Estado do Amapá são relatados pelos seguintes Ministros, considerando-se o ano de autuação do processo:
• 2005/2006 Min. Lincoln Magalhães da Rocha (Atual)• 2003/2004 Min. Lincoln Magalhães da Rocha • 2001/2002 Min. Marcos Bemquerer Costa
• Princípios que regem a distribuição de processos: Publicidade, Alternatividade e Sorteio.
Tipos de ProcessosTipos de Processos
• Em regra, são processo de interesse dos municípios, os que tratam de:• Auditorias realizadas por iniciativa do Tribunal;
• Comunicações de irregularidade ou ilegalidade oriundas de fontes externas (CGU, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público, cidadãos):
• Denúncias;• Representações;• Tomadas de Contas Especiais.
Fluxo do Processo Fluxo do Processo (1 - na unidade técnica)(1 - na unidade técnica)
• Os processos se iniciam nas unidades técnicas (Secretaria de Controle Externo – Secex).
• A Secex autua e examina o processo, propondo e efetivando as medidas necessárias ao saneamento (diligências, inspeções, citações, audiências, etc) e fazendo, ao final, uma proposta de julgamento de mérito.
• Na unidade técnica, o processo é instruído por um analista de controle externo (ACE) e submetido à apreciação do diretor e do secretário de controle externo, que podem concordar ou discordar das conclusões do ACE.
Fluxo do Processo Fluxo do Processo (2 - no Ministério Público)(2 - no Ministério Público)
• Concluída a instrução pela Secex o processo é tramitado ao Ministério Público junto ao TCU ou diretamente ao Gabinete do Ministro-Relator.
• É obrigatória a atuação do Ministério Público junto ao TCU nos processos de tomadas e prestações de contas, inclusive nas tomadas de contas especiais.
• O Ministro-Relator pode solicitar a manifestação do Ministério-Público nos demais processos.
Fluxo do Processo Fluxo do Processo (3 - no Gabinete do Relator)(3 - no Gabinete do Relator)
• Em seu gabinete, após nova revisão técnica, o Ministro-Relator prepara relatório circunstanciado dos fatos e uma proposta de decisão a serem submetidos ao colegiado competente para julgamento do processo.
• O relator pode concordar ou discordar da unidade técnica e do Ministério Público.
Fluxo do Processo Fluxo do Processo (4 – nos colegiados)(4 – nos colegiados)
JulgamentoJulgamento
• No Plenário ou nas Câmaras, o processo é julgado pelos Ministros.
• As decisões podem ser consultadas no site do TCU.
• O responsável poderá realizar sustentação (defesa) oral, se o solicitar ao Presidente do Colegiado até 4 horas antes do início da sessão.
Fluxo do Processo (4Fluxo do Processo (4 – nos colegiados) – nos colegiados) Julgamento Julgamento (continuação)(continuação)
• As pautas do TCU podem ser acompanhadas pela internet.
• As atas de julgamento são publicadas no D.O.U. e ficam também disponíveis na internet.
analista (ACE)
diretor
secretário
ministério público
ministro-relator
colegiado
Fluxo Simplificado dos ProcessosFluxo Simplificado dos Processos
Fiscalizações (auditorias)Fiscalizações (auditorias)
• Todos os municípios recebem recursos federais. Qualquer município, portanto, pode sofrer fiscalização do TCU.
• O fato de o município receber a fiscalização do TCU não significa que exista denúncia ou suspeita de irregularidade. A fiscalização pode-se referir a trabalho de rotina.
FiscalizaçõesFiscalizações
• Os trabalhos de fiscalização em municípios são realizados:
• Por amostragem, para verificar a legalidade e legitimidade dos atos de gestão relacionados ao uso de verbas federais;
• Por solicitação do Congresso Nacional;• Para a apuração de denúncias e representações;• Para dirimir dúvidas existentes em processos que tramitem
no TCU.
FiscalizaçõesFiscalizações
• Por lei, o município fiscalizado deve disponibilizar à equipe do TCU total acesso a locais e documentos solicitados.• A negativa de acesso enseja a aplicação de multa no valor
de até R$ 23.103,92.• Constatada a obstrução ao livre exercício de auditorias e
inspeções o TCU pode determinar o afastamento temporário do responsável (art. 245, § 3°, c/c art. 273 do RI/TCU).
FiscalizaçõesFiscalizações• Como resultado dos trabalhos de campo, podem surgir as seguintes
constatações:• Cumprimento das normas arquivamento do processo• Falhas de natureza formal determinação ao responsável• Irregularidades decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou
antieconômico audiência do responsável (multa, caso não acolhidas as justificativas)
• Ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário federal conversão do processo em tomada de contas especial
AudiênciaAudiência
• A audiência – comunicação pela qual o gestor ou responsável é chamado para apresentar razões de justificativa para as possíveis irregularidades apontadas, nas quais não se vislumbre a necessidade do recolhimento de valores;
• O acolhimento das justificativas será declarado mediante acórdão e dará ensejo ao arquivamento do processo;
AudiênciaAudiência
• O não acolhimento das justificativas poderá ensejar:
• Multa no valor de até R$ 28.879,90;• Fixação de prazo para a sustação de ato administrativo;• Inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou
função de confiança no âmbito da administração pública federal pelo prazo de 5 a 8 anos;
• Declaração de inidoneidade de licitante fraudador (até 5 anos).
Tomada de Contas EspecialTomada de Contas Especial
• É um processo que tem por objetivo apurar a responsabilidade daquele que der causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário.
• Os responsáveis são citados pelo valor do débito devidamente apurado no processo, com o objetivo de possibilitar que apresentem suas alegações de defesa e/ou recolham o valor imputado.
• A instauração de processo de tomada de contas especial não é um pré-julgamento.
Tomada de Contas EspecialTomada de Contas Especial
• Os responsáveis podem ser citados em caráter individual ou solidário.• Será solidária a citação quando o Tribunal entender que mais
de um agente tenha concorrido para a existência do dano;• Na citação solidária todos os agentes citados são, igualmente,
responsáveis pelo recolhimento integral do débito;• Isso significa que o responsável não se eximirá de
responsabilidade por ter recolhido “sua parcela” do débito. O débito é único, não podendo ser “dividido” entre os responsáveis.
Tomada de Contas EspecialTomada de Contas Especial
• O acolhimento das alegações de defesa ensejará o julgamento das contas pela regularidade ou regularidade com ressalvas.
• Se for reconhecida a boa-fé do responsável, o Tribunal, não acolhendo a defesa, fixará o prazo de 15 dias para que o responsável recolha a importância devida, atualizada monetariamente.
• A liquidação tempestiva do débito e o reconhecimento, pelo TCU, da existência de boa-fé, conduzirá ao julgamento pela regularidade com ressalvas, dando-se quitação ao responsável.
Tomada de Contas EspecialTomada de Contas Especial
• Se não houver reconhecimento da boa-fé, o Tribunal, não acolhendo a defesa, julgará de imediato as contas pela irregularidade, condenando o responsável ao recolhimento do débito atualizado monetariamente e acrescido do juros de mora.
• Quando o responsável for julgado em débito, o Tribunal poderá aplicar-lhe, ainda, multa equivalente a 100% do valor do débito atualizado.
Tomada de Contas EspecialTomada de Contas Especial
• O julgamento pela irregularidade das contas poderá ensejar ainda:• Inabilitação do responsável para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no âmbito da administração pública federal (5 a 8 anos).
• Declaração de inidoneidade de licitante fraudador (até 5 anos).• Possível remessa de cópia dos autos ao MPU para ajuizamento
das ações cabíveis. • Inclusão do nome do responsável em lista a ser remetida à
Justiça Eleitoral para fins de declaração de inelegibilidade.
Comunicações ProcessuaisComunicações Processuais
• As citações, audiências, diligências e os resultados dos julgamentos são comunicados por escrito aos responsáveis, por via postal.
• Não encontrado o endereço, a comunicação é feita por edital, publicado no D.O.U.
• O responsável que não atender à citação ou à audiência será considerado revel, dando-se prosseguimento ao processo.
Apresentação de defesaApresentação de defesa
• Não é obrigatório constituir advogado.
• Os documentos podem ser protocolados em qualquer unidade do TCU (todas as capitais), desde que informem o número do processo pertinente.
• As respostas aos questionamentos do TCU (diligências, audiências e citações) devem ser apresentadas sempre por escrito e dirigidas à unidade do TCU expedidora do ofício.
• Os esclarecimentos devem ser apresentados no prazo fixado no ofício. Caso entenda necessário, o responsável pode solicitar a prorrogação do prazo.
Apresentação de defesa Apresentação de defesa (continuação)(continuação)
• As defesas apresentadas devem sempre abordar todos os aspectos relacionados à irregularidade apontada (questões de fato e de direito).
• Todos os fatos alegados devem ser comprovados mediante a apresentação de documentos hábeis.
• Os interessados poderão solicitar vista e cópia dos autos.
• O pedido de vista deve ser dirigido ao Ministro-Relator e pode ser entregue em qualquer unidade do TCU.
• Havendo mais de um responsável relacionado pelo TCU, as defesas podem ser apresentadas em conjunto.
Acompanhamento do ProcessoAcompanhamento do Processo
• Os responsáveis podem acompanhar a tramitação de seus processos mediante acesso à página do TCU na internet (www.tcu.gov.br).
• Algumas informações sobre o andamento do processo podem ser obtidas pelo sistema de envio automático de e-mail. Para tanto, é preciso se cadastrar no Sistema Push, na página do Tribunal na internet.
RecursosRecursos
• As deliberações do TCU podem ser alteradas mediante a interposição de recurso.
• São modalidades de recursos:• Pedido de Reexame 15 dias• Recurso de Reconsideração 15 dias• Recurso de Revisão 05 anos• Embargos de Declaração 10 dias• Agravo 05 dias
RecursosRecursos
• Efeito suspensivo - Pedido de Reexame, Recurso de Reconsideração e Embargos de Declaração.
• O Agravo pode ter efeito suspensivo, a critério do relator.
• O efeito suspensivo desobriga o responsável do cumprimento das imposições constantes do Acórdão, mas não o autoriza a praticar novos atos relacionados à matéria sub judice (Decisão nº 188/95 - Plenário).
ConclusõesConclusões
• As questões são tratadas no âmbito do TCU em processos (formalidade).
• A multiplicidade de instâncias busca assegurar a imparcialidade da decisão.
• A ampla defesa e o contraditório são assegurados (vista de processos, oportunidade de defesa inclusive oral, recurso).
• Publicidade dos atos (possibilidade de acompanhamento via internet).
• Alerta final: cuidado com supostos prepostos do TCU - procure a Secex-AP.
Obrigado pela atençãoObrigado pela atenção
Rosendo Severo dos Anjos Netorosendoan@tcu.gov.br
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