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SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS E MEIO AMBIENTE
Volume3
Sistematização de Dados sobre a Fauna Brasileira
Tomo 5 - Fauna da Amazônia Legal Brasileira: Aves (Ordem Passeriformes)
Resultados parciais preliminares
Presidente da República Itamar Franco
Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação BeniVeras
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA- IBGE
Presidente Simon Schwartzman
Diretor de Planejamento e Coordenação Mauricio de Souza Rodrigues Ferrão
ORGÃOS TÉCNICOS SETORIAIS
Diretoria de Pesquisas Tereza Cristina Nascimento Araújo
Diretoria de Geociências Sergio Bruni
Diretoria de Informática Francisco Quental
Centro de Documentação e Disseminação de Informações Cezar A. Mansoldo
UNIDADE RESPONSÁVEL
Diretoria de Geociências Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais
Ricardo Forin Lisboa Braga
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E COORDENAÇÃO FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATfSTICA • IBCE
DIRETORIA DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE RECURSOS NA TURAJS E ESTUDOS AMBIENTAIS
SISTEl\tA DE ll\1FORl\1AÇÃO DE RECURSOS NATURAIS E l\fEIO Al\fBIENTE
Volume3 ·
Sistematização de Dados sobre a Fauna Brasileira
Tomos Fauna da Amazônia Legal Brasileira:
Aves (Ordem Passeriformes)- Resultados parciais preliminares
Lida Leone Couto Luiz Carlos A veline (Coordenador)
Rio de Janeiro 1994
FUNDAÇÃO INSTflUl'O BRASll..EIRO DE GEOGRAFIA E ESTA TisTJCA • mGE Av. Franklin Roosevelt. 166 • Centro 20021-120-Rio de Janeiro, JU -Bmil
ISBN IS-240-0389-8 (obra completa) ISBN IS-240-0491-6 v.3, tS
CIBGE
Editorada pelo DEPIN/DIPRO - Divisão de Documentação e Processos Gráficos em maio de 1994.
Sistema de informação de recursos naturais e meio ambiente I FWldação Jns.. titulo Brasileiro de Geografia e &tatística, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. -Rio de Janeiro: IBGE. 1991-
Y.
ISBN 8>240.0389-8 (obra completa)
l. Recur90s naturais - Brasil 2. Vegetação - Clmficaçlo - Brasil. 3. Zoo-logia - Brasil-Classificação. 4. Amazônia S. Ecologia- Banco de dados.1. IBGE. Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais.
IBGE. Dep. de Documentação e Biblioteca RJ-IBGFJIJJ-24
Impresso no Brasil/Printed io Brazil
CDU 504(81)
ieJ-.
APRESENTAÇÃO
Esta Subsérie "Recursos Naturais e Meio Am-biente - I" tem como objetivo promover a difusão de conhecimentos sobre Recursos Naturais e Meio Ambiente sob diferentes aspectos.
Divulgando estudos concisos e breves, claros e concretos, pretende cobrir eventuais deficiências editoriais, oferecendo, assim, trabalhos originais, que concorram para a racionalização do pensamento e harmonização conceituai da conservação da natu-reza e seus recursos.
Esta subsérie não tem periodicidade definida di-vulgando novos trabalhos toda vez que se dispuser de matérias que justifiquem sua edição.
Rio de Janeiro, RJ, maio de 1994
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO ............................................................... 5
2 - METODOLOGIA .............................................................. 7
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................... 8
3. 1 - Fam'i 1 ia Coerebidae .................................................... 10
3.2 - Fam'ilia Conopophagidae ................................................ 11
3.3 - Fam11ia Corvidae ...................................................... 11
3.4 - Fam11ia Cot i ng i dae .................................................... 12 3.5 - Fam11ia Dendrocolapt idae .............................................. 14 3.6 - Fam11ia Formicari idae ................................................. 15 3.7 - Familia Fringi 11 idae .................................................. 16 3.8 - Familia Furnari idae ................................................... 19 3.9 - Fami 1 ia H i r und i n i dae .................................................. 19 3. 10 - Fam11ia Icteridae .................................................... 21 3. 11 - Familia Mimidae ...................................................... 22 3. 12 - Fam11ia Mot ac i 11 ida e ................................................. 23 3. 13 - Familia Oxyrunci dae .................................................. 24 3. 14 - Fam'i 1 ia Parul idae .................................................... 24 3. 15 - Fami 1 ia Pi pr i dae ..................................................... 25 3. 16 - Familia Rh i nocr ypt i dae ............................................... 26 3. 17 - Fami 1 ia Rupicol idae .................................................. 27 3.18 - Fam11ia Sylviidae .................................................... 28
3.19 - Fam11ia Tersinidae ..•................................................ 28
3.20 - Fam11ia Thraupidae ................................................... 29
3.21 - Fam11ia Troglodytidae ................................................ 31
3.22 - Fam11ia Turdidae ..................................................... 32
3. 23 - Fam11 ia Tyranni dae ................................................... 33
3 . 24 - F am; 1 ia Vi reon i dae ................................................... 35
4 - RESUMO .................................................................. 36
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 38
5.1 - Citadas no texto ...................................................... 38
5.2 - Utilizadas na elaboração do texto ..................................... 39
5.3 - Utilizadas para elaboração do cadastro ................................ 40
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS E MEIO AMBIENTE. SISTEMATIZAÇÃO DE DADOS SOBRE A FAUNA BRASILEIRA TOMO V. FAUNA DA AMAZÔNIA: AVES (Ordem Passeriformes) - Resultados Parciais Preliminares
Licia Leone Couto Luiz Carlos Aveline (Coordenador)
1 - INTRODUÇÃO
O presente trabalho faz parte das atividades desenvolvidas no Depar-
tamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais da Diretoria de Geociências
do IBGE, e dá continuidade ao cadastro de espécies das Classes Reptilia(l),
Amphibia(2) e Mammalia(3), anteriormente publicados.
Objetiva-se nesta etapa divulgar, a priori.a lista de espécies/sub-
espécies de Aves cadastradas e pertencentes exclusivamente a ordem Passeri-
formes, de ocorrência na Amazônia Legal Brasileira.
A área em questão ocupa aproximadamente 5.217.423km 2 , que representa
cerca de 61% dà extensão total do Brasil e inclui os Estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, parte do antigo Estado de
Goiás (a norte do paralelo 13º S), hoje Estado de Tocantins e parte do Estado
do Maranhão (a oe~te do meridiano 44º W). É uma área predominantemente re-
coberta por florestas e que possui uma fauna muito rica e diversificada, apre-
sentando um forte endemismo. É o ecossistema de maior índice de umidade de
terras tropicais da biosfera; o cltma é quente e superumido e sua paisagem fi-
sica é dividida em planície de inundação ou várzea e terra firme. A floresta
hileiana é parte integrante da região zoogeográfica Neotrópica, da sub-região
Brasiliana e é a mais extensa e importante floresta do novo trópico.
Ao longo dos tempos o homem tem encontrado as aves em todas as par-
tes do planeta, seja em qualquer ambiente, em qualquer tipo de clima ou zonas
de temperatura. As aves constituem um dos grupos melhor estudados no Brasil,
embora os estudos relativos ao seu ambiente natural ainda sejam pouco explora-
- 5 -
dos. Representam a classe dos vertebrados mais variada, das mais numerosas e
dinâmicas da fauna brasileira, com cerca de 2.000 espécies. As relações do ho-
mem com as aves têm sido múltiplas e bastante variadas. Servem como alimento,
suas penas e plumagens são muito utilizadas como peças do vestuário, princi-
palmente o indígena e exploradas no turismo e esportes cinegenéticos.Além dis-
so, os pássaros são também procurados como aves de gaiola ou viveiro, por suas
qualidades canoras e beleza, na maioria das vezes, comercializados como orna-
mentos.
Dentre todas as aves, são os Passeriformes aqueles que mais se des-
tacam por representarem a maior, a mais complexa e a mais desenvolvida ordem,
compreendendo a maioria das aves comuns e das que podem emitir gritos e can-
tos. A taxonomia desta ordem é da maior dificuldade. visto ser a morfologia
dessas aves pouco diferenciada em comparação ás familias das aves não Passeri-
formes.
A avifauna brasileira se encontra ameaçada não só pelos fatores re-
lativos a destruição e poluição do meio ambiente, como também por sua caça de-
senfreada. A instalação de empresas agropecuárias, as atividades de mineração
e exploração madeireira, bem como a prática de queimadas e desmatamentos em
geral para a construção de grandes rodovias, são os principais responsáveis
pelas altas taxas de degradação ambiental na Amazônia. Cresceu, com isso, a
eliminação de muitos habitats, colocando em risco não só as aves, como toda a
fauna, que se encontra diretamente condicionada ao ecossistema, onde a alimen-
tação, a água e o abrigo são os principais fatores determinantes ou limitantes
da sua distribuição. A constatação desse fato se traduz na Portaria nQ 1522 de
19/12/89, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-
nováveis - IBAMA, publicada no Diário Oficial da União em 22/12/89, onde foram
reconhecidas entre outras, 56 espécies/subespécies da ordem Passeriformes lis-
tadas como ameaçadas de extinção. Além dessas espécies/subespécies, há outras
que, embora não reconhecidas oficialmente. vem sendo citadas pelos ornitólogos
brasileiros, como vulneráveis e com suas populações diminuídas, tornando-se
raras em algumas regiões onde ocorrem.
- 6 -
2 - METODOLOGIA
O estudo em questão teve como base o cadastro de espécies/subespé-
cies de Aves pertencentes a ordem Passeriformes, citadas na literatura cientí-
fica, como ocorrentes na área da Amazônia Legal Brasileira. O cadastro envolve
aspectos taxonômicos, zoogeográficos, bioecológicos e sobre as potencialidades
econômicas das espécies referenciadas.
Para a realização deste trabalho, foram confeccionadas tabelas taxo-
nômicas até nível de gênero e um formulário específico, para onde as informa-
ções convergiam à medida em que eram obtidas. Tais informações foram codifica-
das para atender as especificidades do Sistema de Informação de Recursos Natu-
rais e Meio Ambiente desta Instituição e, conseqüentemente guardadas em arqui-
vo.
Foram analisados nesta fase inicial, apenas 80 trabalhos científicos
que abordavam o assunto, com o objetivo de reunir o máximo de dados a respei-
to.
As informações obtidas, foram confrontadas com as de alguns catálo-
gos especializados: "Catálogo das Aves do Brasil - 1~ e 2~ parte", de Olivério
Pinto(4 e 5); "Aves do Brasil", de Augusto Ruschi(6) e "Ornitologia Brasileira
- volume 1 e 2", de Helmut Sick(7 e 8). Para a checagem da taxonomia, foi ado-
tado o catálogo "The species of birds of South America with their distribu-
t ion de Schauensee(9). A parte referente a distribuição geográfica foi con-
frontada com a obra de Olivério Pinto, acima mencionada.
No que diz respeito aos aspectos relacionados à preservação/conser-
vação das espécies da ordem Passeriformes, convém ressaltar que a lista ofi-
cial de espécies/subespécies ameaçadas de extinção (citada na I~trodução) foi
consultada com o objetivo de atualizar as informações obtidas. As espécies/su-
bespécies assinaladas com um(*) neste trabalho, fazem parte da referida lis-
ta.
- 7 -
Na medida em que as divergências surgiam, principalmente em relação
às questões taxonôrnicas, algumas instituições de pesquisa foram visitadas onde
se estabeleceu contatos com especialistas no assunto. Entre estas, destacam-se
o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), o Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (INPA), o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), o
Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ) e várias bibliotecas especializadas.
Urna vez sanadas as dúvidas, todas as informações cadastradas foram digitadas,
criticadas e posteriormente foram emitidos relatórios de apoio
análise dos resultados obtidos. Os relatórios gerados para o
com vistas a
sistema estão
planejados com a finalidade de atender aos objetivos propostos. Assim sendo,
agrupou-se por relatórios de análise, dados que se complementam, de maneira
que os mesmos fossem recuperados por ternas afins, tais corno: distribuição geo-
gráfica das espécies por tipos de habitat ou relação de espécies/subespécies
por habitats, tipo e época de reprodução, etc.
Para o desenvolvimento do trabalho foram adotados, na medida do pos-
sível, os critérios recomendados por Zajciw, 1971(10), adaptados a urna aborda-
gem zoogeográfica.
Este estudo tem caráter preliminar pois està sujeito a acréscimos e
modificações decorrentes da análise de bibliografia mais atualizada e da con-
sulta, quando for o caso, a especialistas e instituições de pesquisa.
É oportuno ressaltar que, devido a complexidade do terna, elevado nú-
mero de espécies/subespécies registradas e dificuldades quanto a obtenção ime-
diata de referências bibliogràficas,urna quantidade muito grande de obras e ar-
tigos científicos não foram consultados, porém, na segunda fase do trabalho
que se inicia logo após a publicação desta contribuição, proceder-se-à a um
levantamento exaustivo da bibliografia, tendo corno base as citações do perió-
dico Zoological Record.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
- 8 -
As informações aqui apresentadas, estâo baseadas em dados contidos
nos relatórios de análise emitidos pelo Sistema de Informação, coletados na
literatura consultada.
Foram cadastradas 1. 133 espécies/subespécies de aves Passeriformes
que ocorrem na Amazônia Legal Brasileira onde 690 delas (cerca de 61%) são
restritas a área em questâo. A lista de espécies/subespécies ora elaborada,
apresenta-se em ordem alfabética e não em ordem filogenética.
Para melhor visualização e compreensão dos resultados obtidos, foram
elaborados dois quadros e uma lista de espécies/subespécies restritas a área
da Amazônia Legal Brasileira e respectivas unidades da federação (Anexo 1).
Elaborou-se também duas tabelas - uma relacionando denominação científica com
nomes vulgares em português e inglês (Anexo 2) e outra relacionando distribui-
çâo geográfica, segundo as grandes regiões e unidades da federação, endemismo
e habitat com as espécies/subespécies cadastradas (Anexo 3). Convém ressaltar
ainda que, em função do elevado número de nomes vulgares de muitas das espé-
cies/subespécies cadastradas, optou-se por mencionar pelo menos um deles toda
vez que um nome científico fosse citado no texto.
O Quadro 1 mostra a relaçâo entre os números absolutos e relativos
de gêneros e de espécies/subespécies, por família, no Brasil e na Amazônia Le-
gal Brasileira; o Quadro 2 apresenta informações que permitem uma visâo compa-
rativa, por família, das espécies/subespécies restritas e não restritas a área
da Amazônia Legal. bem como o total cadastrado.
É oportuno salientar que nem sempre os locais de ocorrência das es-
pécies/subespécies são citados na bibliografia, consequentemente, neste cadas-
tro, significa obrigatoriamente que as mesmas podem ocorrer também em outros
tipos de habitats, diferentes dos que estão assinalados. Dentre as espécies
cadastradas cerca de 3,35% são endêmicas.
Observou-se que as espécies/subespécies que se encontram restritas a
- 9 -
QUADRO 1 - Números absoluto e relativo de gêneros e espécies/subespécies, por família, no Brasil e na Amazônia Legal Brasileira
Número de Gêneros Número de Espécies/Subespécies
ORDEM Brasil* Amazônia Legal Brasil* Amazônia Legal
FAMÍLIA N1
QUADRO 2 - Comparação entre o número de espécies/subespécies restritas e não restritas. por familia na área da Amazônia Legal Brasileira, segundo a bibliografia analisada, bem como o total de espécies/subespécies cadastradas
ORDEM AMAZÔNIA LEGAL
FAMÍLIA Espécies/subespécies Espécies/subespécies Total de espécies/subespécies restritas não restritas cadastradas
Passeriformes Coerebidae 13 09 22 Conopophagidae 01 03 04 Corvidae 04 03 07 Cotingidae 31 16 47 Dendrocolaptidae 53 25 78 Formicariidae 161 89 250 Fringi 11 idae 23 53 76 Furnariidae 73 23 96 Hirundinidae 03 14 17 Icteridae 16 20 36 Mimidae 01 05 06 Motacillidae 01 01 Oxyruncidae 01 01 Parulidae 11 10 21 Pipridae 49 08 57 Rhinocryptidae 01 01 02 Rupicolidae 01 01 Sylviidae 10 03 13 Tersinidae 02 02 Thraupidae 69 28 97 Troglodytidae 25 08 33 Turdidae 14 11 25 Tyrannidae 113 101 214 Vireonidae 18 09 27
TOTAL 690 443 1. 133
área da Amazônia Legal Brasileira se concentram, segundo a bibliografia anali-
sada, em maior número nos Estados do Amazonas e do Pará (Anexo 1). Tal obser-
vação se explica, possivelmente. pelo fato de que nesses Estados se encontram
importantes instituições de pesquisa que promovem estudos e levantamentos da
fauna local. Além disso, essas unidades da federação são consideradas as mais
desenvolvidas da referida área.
No Brasil, a ordem Passeriformes se encontra representada por 24 fa-
mílias e 354 gêneros, estando boa parte de seus representantes amplamente dis-
tribuídos na área da Amazônia Legal Brasileira. (Quadro 1)
CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DAS FAMÍLIAS
3.1 - Familia Coerebidae
No Brasil. esta família apresenta-se com cinco gêneros, todos encon-
trados na área estudada.
Constituem o grupo de pássaros, na sua maioria antófilos, que estão
restritos a região Neotrópica e vulgarmente conhecidos pelos nomes de saí, sa-
íra, tem-tem, sebinho e guaratã.
São aves muito vistosas, onde os machos ostentam lindas penas. Devi-
do a essa magnífica plumagem, as espécies do gênero Cyanerpes sempre foram
muito perseguidas. antigamente pelos índios e depois pelos caçadores de pássa-
ros ornamentais. Hoje são utilizadas para fomentar o comércio ilegal de pássa-
ros de gaiola, como é o caso do saí - Cyanerpes cyaneus cyaneus (Linnaeus,
1766).
Aproximam-se dos traupídeos no seu modo de vida e dos parulídeos
quando procuram alimento.
- 10 -
Nutrem-se especialmente de frutos, mas caçam insetos, com vontade.
Seu regime alimentar é misto e a percentagem ingerida de origem animal ou ve-
getal depende de cada espécie.
Dentre as 22 espécies/subespécies cadastradas, 59,9% se encontram
restritas à Amazônia Legal Brasileira (Anexo 1) e apenas 4,54% estão preserva-
das em parques e reservas afins, como é o caso da saíra-azul-turquesa, Dacnis
cayana cayana (Linnaeus, 1766), cuja caça foi proibida temporariamente, por um
período.
3.2 - Família Conopophagidae
Esta família no Brasil, é composta por dois gêneros, onde apenas o
gênero Corythopis se encontra representado na àrea da Amazônia Legal Brasilei-
ra, sendo muito conhecidos pelos nomes de estalador. peixe-frito e chupa-den-
te.
Das quatro espécies/subespécies cadastradas, apenas urna foi regis-
trada em parques e reservas biológicas - Corythopis delalandi (Lesson, 1831),
chupa-dente-garganta-branca - que anda ligeiro no solo e voa muito bem, graças
as suas grandes asas.
Da mesma forma, entre as espécies cadastradas apenas urna - Corytho-
pis torquata anthoides Pucheran, 1855 - està restrita à àrea da Amazônia Le-
gal, segundo a bibliografia consultada. (Anexo 1)
3.3 - Familia Corvidae
Família de Passeriformes grandes, quase cosmopolita, de desenvolvi-
mento maior no hemisfério setentrional, em clima moderado.
No Brasil, esta família é composta apenas pelo gênero Cyanocorax,
estando o mesmo representado na àrea da Amazônia Legal Brasileira.
- 11 -
Os corvideos são conhecidos vulgarmente pelos nomes de gralha e cã-
cã, são arborícolas, vivendo geralmente em matas de galerias e capões; são
gregários, valentes, curiosos e fortes voadores.
Aves de médio à grande porte, onivoras, com tendência predadora e
dieta que engloba grande variedade de alimentos animais e vegetais, incluindo
carniça, filhotes de aves e ovos. Constituem um flagelo para os pequenos pas-
sarinhos, em cujos ninhos não só bebem o conteúdo dos ovos como também costu-
mam predar suas crias. São as vezes acusados de causar prejuízo aos milharais,
canaviais, hortas, pomares, plantações de abacaxis e batatais.
Em geral, são ornamentais e vistosos( vivem na natureza ora aos ca-
sais, ora em pequenos grupos, de 10 á 20 indivíduos.
Entre as espécies/subespécies cadastradas para esta familia apenas
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821), vulgarmente chamada de cã-cã, se encontra
preservada em parques e reservas biológicas. Esta espécie é muito procurada
para fins de criação em cativeiro: é endêmica do cerrado e campo-cerrado, ha-
bitando tanto o cerrado denso como o cerradão e lugares não muito fechados da
mata de galeria, sempre ocupando árvores altas. Alimenta-se de frutas, semen-
tes, insetos, vermes, anfíbios e pequenos répteis.
Segundo a bibliografia consultada, das sete espécies/subespécies ca-
dastradas, 57, 14% estão restritas à área da Amazônia Legal Brasileira. (Anexo
1 )
3.4 - Família Cotingidae
Representa o grupo de aves tipicamente neotropicais, sendo uma das
mais famosas famílias sul-americanas devido à exuberância de suas formas eco-
res.
No Brasil, esta familia é composta por 27 gêneros, onde nem todos
são encontrados na área em estudo.
- 12 -
Possui espécies de porte muito grande, dotadas de cores vistosas.
penachos e topetes, estando entre os maiores Passeriformes do mundo.
Conhecidas vulgarmente pelos nomes de tinguaçu, planadeira, canelei-
ro, anambé, bacacu, pavão-do-mato, pássaro-trovão e araponga, são aves que não
cantam, emitindo, porém, gritos desagradáveis ao ouvido humano.
Em geral, alimentam-se de insetos, frutos e até pequenos vertebra-
dos; são. sobretudo, frugívoras.
Organizam-se socialmente tanto de forma solitária como gregária ou
aos casais.
Na sua maioria, vivem nos estratos mais altos da mata, onde não é
fácil observá-las.
São utilizadas no vestuário indígena por suas exuberantes plumagens
e várias espécies são consideradas como caça pelas populações locais. São pou-
cas as que conseguem adaptar-se ao cativeiro.
Dentre as espécies/subespécies cadastradas destacam-se:
. Attila spadiceus spadiceus (Gmelin, 1789),tinguaçu-rabadilha-ama-
rela- este passarinho se caracteriza por mudar de plumagem quatro vezes duran-
te a vida; na 1a fase aparece quase todo verde-amarelado e amarelo; na 2a fase
de sua vida apresenta-se cinzento e amarelo; na 3a fase. pardo escuro á ocrá-
cio e na 4ª fase, quase todo ferrugíneo e amarelo;
Haematoderus militaris (Shaw, 1792), anambé - alimenta-se de fru-
tos, habita as copas da mata alta e, segundo a bibliografia, se encontra amea-
çada de extermínio;
. Procnias averano averano (Hermann, 1783)*, araponga-de-asa-preta -
- 13 -
é endêmica da sub-região Brasiliana; tem um potencial reprodutivo muito baixo;
. Rhypterna immunda (Sclater & Salvin, 1873), planadeira-cauda-mar-
rom - habita a orla do cerrado e cerradão, mata ciliar aberta, mata rala rica
em líquens terrestres (solo arenoso) entre o campo e a mata geral. Alimenta-se
de grandes lagartas, gafanhotos, aranhas e outros artrópodes e também de ba-
gas; é uma espécie bem conhecida, porém rara em coleções de museus.
Segundo a bibliografia, das 47 espécies/subespécies cadastradas, 65,
96% delas se encontram restritas à àrea estudada e apenas 8,51% estão regis-
tradas em parques e reservas biológicas; são elas: Pachyramphus polychopterus
polychopterus (Vieillot, 1818) - canaleiro-preto, Pachyramphus viridis viri-
dis (Vieillot, 1816) - caneleirinho-verde, Platypsaris rufus rufus (Vieillot,
1816) - caneleiro e Tityra cayana cayana (Linnaeus, 1766) - anambé-branco.
3.5 - Familia Dendrocolaptidae
Família restrita a região Neotrópica, sendo muito bem representada
no Brasil por 13 gêneros, onde quase todos são encontrados na àrea da Amazônia
Legal Brasileira.
Vulgarmente são conhecidas pelos nomes de subideira, pica-pau-verme-
lho e arapaçu.
São aves essencialmente silvícolas, insetívoras, arborícolas e soli-
tàrias, ainda que às vezes se associem com outras espécies.
Põem em geral dois ovos, onde o casal se reveza ou não na incubação
e criação dos filhotes. Nidificam em ocos de àrvores, não sendo capazes de por
si próprios escavarem tais abrigos. São bons voadores, porém só para curtos
tr?jetos.
Se assemelham aos furnariídeos em vàrios caracteres comuns.
- 14 -
Dentre os representantes desta família, destaca-se o arapaçu-do-nor-
deste, Xiphocolaptes falcirostris (Spix, 1824)* - que habita florestas e ma-
tas ribeirinhas, sendo endêmica da sub-região Brasiliana.
Das 78 espécies/subespécies cadastradas, 67,9S% se encontram restri-
tas a área em questão. (Anexo 1)
3.6 - Família Formicariidae
Esta família é considerada a segunda mais numerosa, em espécies, da
América do Su 1.
No Brasil, é composta por 42 gêneros e na área da Amazônia Legal
Brasileira possui um elevado númerô de representantes.
São denominados vulgarmente pelos nomes de papa-formiga, formiguei-
ro, chocão, toron-toron, pinto-do-mato, tovacuçu, choca e mãe-de-taoca.
Esta família apresenta espécies de pequeno porte, arborícolas ou
terrestres, provavelmente vivendo de forma solitária ou aos pares, voando pou-
co e somente em curtos períodos.
Sabe-se que todos os formicariídeos habitam as matas, vivendo no
chão ou a pouca altura nos sub-bosques.
São exclusivamente carnívoros, alimentando-se basicamente de inse-
tos, com exceção de Thamnophilus amazonicus amazonicus Sclater, 1858, choca-
de-coroa-cinzenta - que é onívora (ingere insetos, vermes, outros artrópodes,
larvas de insetos e raramente frutos).
Dentre as espécies/subespécies cadastradas destacam-se por serem en-
dêmicas:
a - da Província Hiléia:
- 15 -
Cercomacra carbonaria Sclater & Salvin, 1873 papa-formiga-do-
Rio-Branco;
do;
laranja;
branco;
trosa;
Cercomacra ferdinandi Snethlage, 1928 - papa-formiga-do-Araguaia;
Myrmeciza stictothorax (Todd, 1927) - papa-formiga-peito-pintalga-
Myrmotherula klagesi Todd, 1927 - formigueiro-do-Tapajós;
Phlegopsis borbae Hellmayr, 1907 - mãe-taoca-pele-amarela;
Rhegmathorina berlepschi (Snethlage, 1907) - papa-formiga-crista-
. Rhegmathorina gymnops Ridgway, 1888 - mãe-de-taoca-de-cara-branca.
b - da sub-região Brasiliana:
. Rhegmathorina hoffmannsi (Hel lmayr, 1907) papa-formiga-peito-
. Sakesphorus luctuosus luctuosus (Lichtenstein, 1823) - choca-lus-
Sakesphorus luctuosus araguaye (Hellmayr, 1908) - sem identifica-
ção do nome vulgar;
Thamnophilus torquatus Swainson, 1825 - choca-de-asa-vermelha.
Muitas espécies desta família se encontram ameaçadas de
como é o caso de Cercomacra carbonaria Sclater & Salvin, 1873*,
stictothorax (Todd, 1927)*, Myrmotherula minar Salvadori, 1864* e
leuconota leuconota (Spix, 1824).
extermínio,
Myrmeciza
Pyriglena
Das 250 espécies/subespécies cadastradas, 64,40% se encontram res-
tritas a área da Amazônia Legal Brasileira. (Anexo 1)
3.7 - Fam;11a Fringillidae
Os fringilídeos constituem uma família muito grande que se acha dis-
tribuída pelo mundo inteiro. No Brasil, está representada por 30 gêneros, den-
tre os quais ,23 se encontram na área da Amazônia Legal Brasileira.
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É o grupo de Passeriformes melhor conhecido no território nacional.
Suas espécies são as mais opulentas, encerrando numerosos pássaros de gaiola,
apreciados, sobretudo, pelo seu canto e sendo, portanto, muito disputados no
comércio clandestino de aves silvestres.
São pássaros de pequeno porte, geralmente arbóreos, apresentando al-
gumas espécies terrestres. Em geral são gregários e muito saciáveis.
A maioria é predominantemente granívoro, alimentando-se preferen-
cialmente de sementes e brotos e, em menor quantidade, de insetos.
Esta família possui uma grande variedade de nomes vulgares para suas
espécies, destacando-se os nomes de furriel, tico-tico, papa-arroz, papa-ca-
pim, vinte-um-pintado, cardeal, azulão, bicudo, sabiá-ganga, trinca-ferro, ca-
nário-citrino, tipio, coleira, caboclo, cigarra, chorão e patativa.
Muitas espécies desta família são procuradas pelo seu potencial eco-
nômico, tanto com a finalidade de criá-las em cativeiro, como para ornamenta-
ção e utilização em áreas de lazer, como é o caso do bicudo-do-norte, Oryzo-
borus crassirostris maximiliani Cabanis, 1851. No norte, costuma-se criar ca-
nários-da-terra, visando a um esporte violento de luta, comum naquela região.
Das 76 espécies/subespécies cadastradas, apenas 12 (15,79%) estão,
segundo a bibliografia, preservadas em unidades de conservação nacionais ou
estaduais, a saber:
- Arremon taciturnus (Hermann. 1783) - galo-do-mato;
- Coryphospingus cucullatus cucullatus (Müller, 1776) tico-tico-
rei;
- Coryphopingus pileatus pileatus (Wied, 1821) - galo-do-campo;
- Myospiza humeralis humeralis (Bosc, 1792) - canário-pardo;
- Oryzoborus angolensis angolensis (Linnaeus, 1766) - bicudo;
- Oryzoborus crassirostris crassirostris (Gmelin, 1789) bicudo-
preto;
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- Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758) - galo-de-campina;
- Saltator similis similis Lafresnaye & D'Orbigny, 1837 trinca-
ferro;
- Sporophila caerulescens caerulescens (Vieillot, 1817) coleira-
virado;
- Sporophila nigricollis nigricollis (Vieillot, 1823) - coleira-da-
serra;
- Sporophila plumbea plumbea (Wied, 1830) - patativa-do-norte;
- Volatinia jacarina jacarina (Linnaeus, 1766) - serrador.
A exemplo do que ocorre com outros Passeriformes, alguns fringilide-
os têm se tornado raros ou ameaçados. Destacam-se:
- Oryzoborus angolensis angolensis (Linnaeus, 1766) - bicudo (antes
mencionado);
- Oryzoborus angolensis torridus (Scopoli, 1769) - peito-roxo;
- Oryzoborus crassirostris crassirostris (Gmelin, 1789) bicudo-
preto (acima citado);
- Oryzoborus crassirostris maximiliani Cabanis, 1851* bicudo-do-
norte;
- Paroaria baeri baeri Hellmayr, 1907 - cardeal-fronte-rosada;
- Poospiza cinerea Bonaparte, 1850* - andorinha-do-oco-do-pau;
- Sporophila nigricollis nigricollis (Vieillot, 1823) - coleiro-da-
serra (acima mencionado).
A espécie Pheucticus aureoventris aureoventris (Lafresnaye & D'Or-
bigny, 1837) - rei-dos-bosques - embora não conste oficialmente da lista de
espécies ameaçadas de extermínio, vem se tornando rara na sua área de ocorrên-
cia.
Registre-se, ainda, que do mesmo total antes mencionado, cerca de
30% estão localizadas exclusivamente na área englobada pela Amazônia Legal
Brasileira. (Anexo 1)
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3.8 - Fam;1;a Furnariidae
É uma das maiores familias exclusivas da região Neotropical. No Bra-
sil, é composta por 40 gêneros, sendo que 13 destes, encontram-se na área da
Amazônia Legal Brasileira.
São aves de pequeno porte, conhecidas vulgarmente pelos nomes de vi-
ra-folhas, arapaçu, pedreiro, espinho, bentererê, amassa-barro, joão-de-barro,
limpador-de-folhas, caçador-de-árvore e andorinha.
Sua voz é semelhante a dos representantes da familia Dendrocolapti-
dae e sua alimentação consiste, basicamente, de insetos e suas larvas, ara-
nhas, opiliões e outros artrópodes e ainda pequenos moluscos.
As espécies desta familia não têm preferência por um tipo exclusivo
de habitat uma vez que ocupam quase todas as paisagens neotropicais. Em têrmos
de sobrevivência este fato se constitui em vantagem, pois quando se sentem
perseguidas abandonam a área em que vivem, emigrando para locais mais favorá-
veis, indicados, naturalmente, por seu instinto de preservação.
Das 96 espécies/subespécies cadastradas para esta família, levan-
tou-se na bibliografia que apenas uma - Certhiaxis cinammomea (Gmelin, 1788),
pedreiro-pequeno, está registrada e preservada em parques e reservas equiva-
lentes e 76,04% estão restritas a área da Amazônia Legal Brasileira. (Anexo 1)
Entre as espécies listadas destacam-se:
- Berlepschia rikeri (Ridgway, 1886) - limpa-folhas - espécie inse-
tívora, vivendo de forma gregária ou aos casais, habitando, exclusivamente a
palmeira Mauritia vinifera (buriti), de acordo com a literatura analisada;
- Poecilurus kollari (Pelzeln, 1856)* - bentererê-garganta-preta-e-
branca.
3.9 - Fam;11a Hirundinidae
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Família cosmopolita, com espécies muito populares, devido a sua con-
vivência com o homem desde os tempos remotos.
No Brasil, esta família é composta por 11 gêneros, estando os mesmos
representados na área estudada.
São aves de pequeno à médio porte, conhecidas vulgarmente pelos no-
mes de tapera, andorinha e uiriri.
Em geral são gregárias, de hábitos aéreos e sinantrópicos, e são to-
das migradoras.
A alimentação destas aves se constitui de insetos, especialmente de
pequenos mosquitos, cupins, formigas aladas e mariposas. Cita-se, entre ou-
tras, a espécie Progne chalybea domestica (Vieillot, 1817) - andorinha-grande
- que necessita de 60 à 80 insetos, diariamente para satisfazer sua dieta ali-
mentar.
Sabe-se que urna grande parte das espécies/subespécies desta família
tem o hábito de nidificar nos tetos e buracos das habitações humanas, tanto
casas quanto edifícios.
Do total de espécies/subespécies cadastradas, isto é, 17, 17,65% es-
tão restritas a área em questão (Anexo 1); cerca de 35% estão, segundo a bi-
bliografia, preservadas em parques e reservas biológicas. São elas:
- Notiochelidon cyanoleuca cyanoleuca (Vieillot, 1817) - andorinha-
pequena;
- Phaeoprogne tapera tapera (Linnaeus, 1766) - andorinha-do-campo;
- Progne chalybea chalybea (Grnelin, 1789) - andorinha-grande;
- Stelgidopteryx ruficollis ruficollis (Vieillot, 1817) andori-
nha-serradora;
- Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) - andorinha-do-rio;
- Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817) - andorinha-de-testa-btan-
ca.
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3.10 - Fam;1;a Icteridae
Familia muito diversificada, constituída por espécies de tamanho e
colorido variados, muito aparentada dos fringilídeos.
No Brasil, é composta por 20 gêneros, onde 16 destes ocorrem na área
da Amazônia Legal Brasileira.
Esta família possui uma grande variedade de nomes vulgares, salien-
tando-se os seguintes: soldado, japim, sofrê, pássaro-preto, irataua, virabos-
ta, chapim, triste-pia, rouxinol, corrupião, concriz, japu e polícia-inglesa.
Costumam ser tanto solitários quanto gregários; possuem hábitos ar-
borícolas e terrestres e quando constroem ninhos, segundo as espécies, ora é
em grandes árvores, ora entre gramíneas.
Todos os integrantes desta família suportam viver em cativeiro, tor-
nando-se mansos e até familiares; alguns conseguem acasalar-se, embora não
consigam criar os filhotes, possivelmente pela falta de uma alimentação ade-
quada.
Em geral, alimentam-se de insetos, crustáceos, anfíbios, peixes, pe-
quenos mamíferos, outros pássaros, frutos, sementes e nectar. Costumam atacar
os arrozais, causando danos, como é o caso de Dolic~onyx oryzivorus (Linnaeus,
1758) - triste-pia e Gnorimopsar chopi chopi (Vieillot, 1819) - pássaro-preto.
Algumas espécies são muito procuradas pelo seu potencial econômico,
com finalidades de criação em cativeiro e de ornamento, como é o caso da espé-
cie Icterus cayanensis tibialis Swainson, 1837 - soldado; outras são muito
procuradas por sua carne apreciada na alimentação humana, como o japu-preto
Psarocolius decumanus maculosus Chapman, 1920.
Das 36 espécies/subespécies cadastradas para esta família, 44,44%
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estão restritas a área estudada (Anexo 1) e apenas 16,66% se encontram preser-
vadas em parques e reservas biológicas:
- Cacicus cela cela (Linnaeus, 1758) - xexeu;
Cacicus haemorrhous haemorrhous (Linnaeus, 1766) - japim;
- Gnorimopsar chopi chopi (Vieillot, 1819) - pássaro-preto;
Icterus jamacaii jamacaii (Gmelin, 1788) - concriz;
- Molothrus bonariensis bonariensis (Gmelin, 1789) - gaudério;
- Psarocolius decumanus decumanus Chapman, 1920 - japu-de-crista.
Destaca-se, nesta família, por se encontrarem raras e ameaçadas de
extermínio, duas espécies antes citadas: Cacicus cela cela (Linnaeus, 1758)
xexeu e Molothrus bonariensis bonariensis (Gmelin, 1789) - gaudério; e a espé-
cie Scaphidura oryzivora oryzivora (Gmeliri, 1788) - vira-bosta-grande que
caracteriza-se por colocar seus ovos em ninhos alheios onde são incubados, ga-
rantindo, dessa maneira, a perpetuação da espécie.
3. 11 - Familia Mimidae
Grupo de aves restrito às Américas que no Brasil está representado
por dois gêneros~sendo os mesmos encontrados na área da Amazônia Legal Brasi-
leira.
São co'nhecidos vulgarmente pelos nomes de calandra e de arrebita-ra-
bo.
Aves onívoras que aliment~~-se tanto de insetos e aranhas, como de
pequenos frutos e sementes; colhem o alimento, de preferência, no solo.
Socialmente, organizam-se de forma gregária ou simplesmente em ca-
sais.
São sinantrópicos e possuem hábitos arborícolas ou terrícolas; se
movimentam em largos saltos e correm rapidamente pelo chão.
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Todos os rnirnídeos são canoros, sabendo imitar o canto das demais
aves. A espécie Mimus triurus (Vieillot, 1818), calandra-de-três-rabos é a
maior entre os cantores do seu gênero e é muito procurada para criação em ca-
tiveiro juntamente com a espécie Mimus gilvus antelius Oberholser, 1819 - sa-
biá-da-restinga.
Dentre as seis espécies/subespécies cadastradas, 16,67% estão, con-
forme a bibliografia analisada, restritas a Amazônia Legal (Anexo 1) e 33,33%
se encontram protegidas em parques e reservas biológicas, a saber: Donacobius
atricapillus atricapillus (Linnaeus, 1766) - sabiá-do-brejo e Mimus saturninus
saturninus (Lichtenstein, 1823) - sabiá-do-campo.
3.12 - Familia Motacillidae
Familia cosmopolita, representada no Brasil somente pelo gênero An-
thus. Na área da Amazônia Legal Brasileira encontra-se urna única espécie - An-
thus lutescens lutescens Pucheran, 1855 - conhecida vulgarmente pelos nomes de
sombrio, peruinho-do-carnpo ou peruzinho-do-carnpo e que não está restrita a
área em estudo.
Esta espécie vive gregariarnente ou aos casais. Sua reprodução é es-
tacional, de setembro à janeiro, colocando de três à cinco ovos por postura. O
período de incubação dos ovos é de 14 dias e os filhotes têm vida independente
em torno de 18 à 20 dias.
Seu regime alimentar é do tipo onívoro, alimentando-se de pequenos
insetos, sobretudo bezouros, cupins e formigas, que apanham no solo; eventual-
mente ingerem sementes e gramíneas, talvez mais no inverno, quando o alimento
de origem animal se torna mais escasso.
Habita o cerrado denso e os ambientes modificados pelo homem prefe-
rindo, geralmente, as campinas baixas. Anda e corre rente ao solo, onde a cor
do mesmo pode influir no seu colorido.
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l
Em geral, as espécies desta família possuem semelhanças com alguns
furnariídeos terrícolas.
3.13 - Família Oxyruncidae
No Brasil, esta família é composta apenas pelo gênero Oxyruncus, es-
tando o mesmo representado na área da Amazônia Legal Brasileira somente pela
espécie Oxyruncus cristatus hypoglaucus (Salvin & Godrnan, 1883).
A respeito dessa espécie, poucas informações foram encontradas na
literatura. Há registros de que ela se encontra geograficamente distribuída no
sul da Guiana Inglesa, Venezuela e, provavelmente na região adjacente do ex-
tremo norte do Brasil, até a margem direita do estuário do rio Amazonas - re-
giões de Belém e Rio Branco.
Não se obteve, na bibliografi~ consultada, nenhum registro sobre a
denominação vulgar desta espécie, entretanto, é conhecida comumente no idioma
inglês, pelo nome "sharpbill ".
Ainda, segundo a bibliografia, esta espécie se encontra restrita a
área da Amazônia Legal. (Anexo 1)
3. 14 - Familia Parulidae
No Brasil esta família se encontra representada por nove gêneros, os
quais ocorrem na área da Amazônia Legal Brasileira.
São pássaros silvestres, pouco populares e bastante inquietos, cujo
canto é, geralmente, suave.
Denominam-se comumente pelos nomes de pula-pula, mariquita, canário
e pia-cobra.
Alimentam-se de insetos, preferencialmente de lagartas e pequenos
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artrópodes.
Possuem hábitos sinantrópicos e arborícolas, locomovendo-se aos sal-
tos e não andando. Em geral, se organizam de forma gregária ou também aos ca-
sais.
Dentre as espécies desta familia destaca-se Geothlypis aequinoctia-
lis velata (Vieillot, 1807) - pia-cobra - que é encontrada de preferência pe-
los ramos baixos da vegetação nas regiões descampadas; habita o sub-bosque e
frequentemente vem ao chão. Nidifica entre juncais e moitas de capim, no pas-
to, nos jardins e nas plantações. Alimenta-se de insetos, aranhas, vermes e
possivelmente de frutos.
Das 21 espécies/subespécies cadastradas cerca de 50% se encontram
restritas à área estudada (Anexo 1) e apenas três (14,28%) se encontram regis-
tradas em unidades de conservação: Basileuterus culicivorus auricapillus
(Swainson, 1837) - mariquita-coroa-dourada, Geothlypis aequinoctialis aequi-
noctialis (Gmelin, 1789) canário-do-brejo e Parula pitiayumi pitiayumi
(Vieillot, 1817) - mariquita.
3.15 - Familia Pipridae
É um grupo exclusivo da região neotropical, aparentado aos cotingí-
deos e aos tiranideos.
No Brasil esta familia se apresenta com 16 gêneros, todos ocorrendo
na área em estudo, com exceção do gênero Ilicura.
Vulgarmente são conhecidos pelos nomes de dançarino, rendeira, uira-
puru, tangara, dançador, bilreira, fruxu e irapuru.
São pássaros de pequeno porte, normalmente solitários, sendo vistos
algumas vezes em pequenos grupos; são muito atraentes pelo seu colorido e pe-
las cerimônias pré-nupciais que realizam, frequentemente coletivas.
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L
Em geral, alimentam-se de frutos, bagas, grãos e pequenos insetos.
Sobre seus hábitos reprodutivos obteve-se apenas, na bibliografia consultada,
informações de que as fêmeas criam, sozinhas, os seus filhotes.
São poucos os representantes desta família que têm boa adaptação
quando em cativeiro, embora muitos sejam procurados para esta finalidade; como
exemplo cita-se o uirapuru-de-cabeça-encarnada, Chiroxiphia pareola pareola
(Li nnaeus , 1766) .
Voam bem, e a maioria das espécies vive no estrato médio da mata.
No norte do país, os uirapurus estão ligados à várias lendas e su-
perstições; na Amazônia valem como amuletos, sendo frequentemente vendidos,
por exemplo, nas feiras de Belém.
Destacam-se nesta família duas espécies: Pipra vilasboasi Sick,
1959, uirapuru-coroa-dourada, endêmica da sub-região Brasiliana e duas formas
de rendeira - Pipra iris iris Schinz, 1851, e Pipra iris eucephala Todd, 1928,
ambas endêmicas da província Hiléia.
Dentre as 57 espécies/subespécies cadastradas, 85,96% estão restri-
tas à área em estudo (Anexo 1) e apenas duas (3,50%) se encontram protegidas
em unidades de conservação: Manacus manacus manacus (Linnaeus, 1766) - rendei-
ra e Pipra nattereri Sclater, 1865 - uirapuru.
3.16 - Familia Rhinocryptidae
Família relativamente pequena de pássaros neotropicais, que no Bra-
sil está composta por cinco gêneros, estando dois destes registrados
da Amazônia Legal Brasileira com as espécies Liosceles thoracicus
(Sclater, 1864), macuquinho-peito-branco-e-laranja e Melanopareia
torquata (Wied, 1831), macuquinho-de-colar.
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na àrea
thoracicus
torquata
São aves de pequeno porte, quase totalmente terrestres, que raramen-
te voam, sendo muito ràpidas ao correr; a maioria é terrícola, pulando no solo
ou a pouca altura.
São parentes próximos dos conopofagídeos e dos forrnicariídeos terrí-
colas.
Alimentam-se geralmente de insetos, aranhas, quilópodes, pequenos
moluscos, sementes, etc.
A espécie Liosceles thoracicus thoracicus (Sclater, 1864) é um pàs-
saro raro nas matas. sendo raro também em museus. Vive aos casais e anda por
dentro da mata, sempre no solo. Segundo a literatura, encontra-se restrita à
àrea da Amazônia Legal (Anexo 1), enquanto a espécie Melanopareia torquata
torquata (Wied, 1831) tem distribuição mais ampla.
3.17 - Família Rupicolidae
Família composta apenas pelo gênero Rupicola, estando o mesmo repre-
sentado na àrea da Amazônia Legal Brasileira por urna única espécie - Rupicola
rupicola (Linnaeus, 1766).
Esta espécie é considerada uma das mais belas aves do mundo; é co-
nhecida vulgarmente pelos nomes de galo-da-serra, galo-da-rocha e galo-do-Pa-
rà. Seu regime alimentar é do tipo onívoro, nutrindo-se de insetos e frutos e
também de rnelastornastaceas dos gêneros Aciotis e Clidemia. Tem hàbito arborí-
cola. vivendo de forma solitària ou gregària. Habita florestas virgens da Ama-
zônia montanhosa. em altitudes que variam de 400 à 600rn, onde seu comportamen-
to é pouco conhecido. Apesar de ser muito perseguida por suas qualidades orna-
mentais, encontra-se ainda, em regiões rochosas e nas margens dos rios, onde
constrói seus ninhos, geralmente presos às paredes de cavernas e grutas. Re-
produz-se estacionalrnente nos meses de novembro à fevereiro; põe normalmente
dois ovos de cada vez e o período de incubação dos mesmos é de 18 dias. De
certa maneira as fêmeas, entre si, rnostrarn~se gregàrias, construindo seus ni-
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L
nhos uns perto dos outros.
Esta espécie, se encontra preservada em parques e reservas biológi-
cas e está ameaçada de extermínio.
3.18 - Familia Sylviidae
Os sílviideos são exclusivamente neotropicais. No Brasil, existem
três gêneros, estando os mesmos registrados na área da Amazônia Legal onde são
vulgarmente conhecidos pelos nomes de uirapuru, chirito e mosqueteiro-da-capo-
eira.
São pássaros aparentados aos trogloditídeos por seu aspecto externo,
de pequeno porte, arborícolas e muito ativos, não conseguindo viver em cati-
veiro. Alimentam-se, geralmente. de insetos.
Dentre as espécies desta família salienta-se o mosqueteiro-da-capo-
eira, Polioptila plumbea plumbea (Gmelín, 1788), que é onívoro, alimentando-se
de insetos e também de alguns frutos e sementes. Organiza-se socialmente de
forma gregária ou aos casais; habita tanto as florestas virgens como as forma-
ções secundárias e ainda as capoeiras próximas a grandes florestas. A reprodu-
ção é estacionai, ocorrendo nos meses de setembro á janeiro e a incubação é
feita pelo casal.
Segundo a bibliografia utilizada, das 13 espécies/subespécies cadas-
tradas, 76,92% estão restritas á área estudada. (Anexo 1)
3.19 - Familia Tersinidae
No Brasil esta família é composta apenas pelo gênero Tersina e o
mesmo se encontra representado na área da Amazônia Legal Brasileira por uma
única espécie, com duas subespécies: Tersina viridis viridis (Illiger, 1811) -
saira-buraqueira e Tersina viridis occidentalis (Sclater, 1855) - saí-andori-
nha.
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Possuem hábitos gregários, constituindo, as vezes, grupos numerosos.
São arborícolas e de comportamento calmo.
Ao contrário de outras aves, que se deslocam a procura do alimento
preferido, conseguem mudar seu regime alimentar, sendo mais insetívoras nove-
rão e mais frugívoras no inverno. Os cupins, formigas e pequenos artrópodes
são os preferidos nos meses de verão.
A respeito de sua reprodução, sabe-se que os ovos são incubados so-
mente pela fêmea e os filhotes alimentados predomtnantemente por ela.
Destaca-se nesta família a espécie Tersina viridis viridis (Illiger,
1811), antes mencionada, que vive em floresta primária, secundária e capoei-
rões, podendo até mesmo frequentar pomares e áreas arborizadas das cidades,
possuindo, portanto, hábitos sinantrópicos. Organiza-se socialmente em grupos
ou em casais durante a época da reprodução, que ocorre de agosto à dezembro. É
uma espécie onívora, que em áreas rurais ou semi-urbanizadas, mostra preferên-
cia alimentar pelos frutos da "erva-de-passarinho". Esta espécie tem sido en-
contrada em unidades de conservação nacionais (parques e reservas equivalen-
tes).
3.20 - Família Thraupidae
É uma das maiores famílias americanas que atingiu maior especiação
nas regiões quentes·dos trópicos.
No Brasil está representada por 27 gêneros, onde 22 destes estão re-
gistrados na área da Amazônia Legal Brasileira.
São também chamados de "tanagrídeos" e possuem uma enorme quantidade
de nomes vulgares, destacando-se: sanhaço, pintassilgo, gaturamo, puvi, vivi,
tiê, pêga, tem-tem, saira, pipira, canário-do-mato, tiê-galo, sete-cores, cu-
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rió, negaça e coleiro.
Algumas espécies vivem nas frondes altas das árvores, onde encontram
frutos e insetos dos quais se alimentam.
São pássaros diurnos e bons voadores, possuindo também hábitos ter-
rícolas e sinantrópicos.
Frequentam as matas e os sub-bosques mas quase todos parecem prefe-
rir os campos, aparecendo, normalmente, nas áreas de roçados e pomares rurais.
Organizam-se aos casais ou em grupos. Durante o período do acasala-
mento, costumam exibir parte da plumagem que apresenta cores berrantes.
Sua distribuição mostra situações características, havendo um número
considerável de endemismos no Brasil Oriental. Como exemplo, citam-se as espé-
cies Conothraupis mesoleuca (Berlioz, 1939)* - tie-bico-cônico e Sericossypha
loricata (Lichtenstein, 1819) - saira-garganta-vermelha, ambas endêmicas da
Província Cariri (com registros de ocorrência em estados englobados pela Ama-
zônia Legal) e a espécie Tachyphonus nattereri Pelzeln, 1870 tie-de-Natte-
rer, endêmica da Província Hiléia.
Muitas espécies desta família são procuradas pelo potencial que
apresentam de viver em cativeiro: Cissopis leveriana major Cabanis, 1851 - pe-
ga-do-norte; Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) - pipira-preta; Tangara cayana
flava (Gmelin, 1789) - saira-amarela; Thraupis sayaca sayaca (Linnaeus. 1766)
- sanhaço-do-mamoeiro e Thraupis virens virens (Linnaeus, 1766)
zul.
saí-açu-a-
Dentre as 97 espécies/subespécies cadastradas, 71, 13% estão, segundo
a bibliografia consultada, restritas a área estudada (Anexo 1) e apenas 7,22%
se encontram registradas em parques e reservas biológicas. São elas:
- Euphonia chlorotica chlorotica (Linnaeus, 1766) - gaturano-miudi-
nho;
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•
l
- Tachyphonus cristatus cristatus (Linnaeus, 1766) - tiê-galo:
- Tangara cayana cayana (Linnaeus, 1766) - saira-coroa-suja;
Thlypopsis sordida sordida (Lafresnaye & D'Orbigny, 1837) sai-
ra-canário;
- Thraupis palmarum palmarum (Wied, 1821) - sanhaço-pardo;
- Thraupis sayaca sayaca (Linnaeus, 1766) - sanhaço-do-rnarnoeiro;
- Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) - tiê-de-topete.
3.21 - Familia Troglodytidae
Constitui-se por um grupo de pássaros praticamente restrito às Amé-
ricas e que no Brasil está representado por oito gêneros, sendo os mesmos en-
contrados na área da Amazônia Legal Brasileira.
São conhecidos simplesmente pelos nomes de irapuru, garrinchão, ui-
ra-puru, carnbaxirra, marido-é-dia, maria-é-dia, rouxinol e garrixa.
As espécies desta familia são aves de pequeno porte, muito inquie-
tas, geralmente solitárias, com exceção de algumas que se agrupam na época de
acasalamento; em geral são más voadoras.
Onívoras, alimentam-se basicamente de insetos, de outros artrópodes
e suas larvas; a maioria é silvestre, vivendo no estrato inferior das matas;
deslocam-se, ás vezes, no solo aos pulos.
Entre as aves amazônicas, os trogloditídeos são os que possuem as
taxas mais elevadas de anticorpos para as arboviroses, doenças bastante difun-
didas entre as populações daquela região.
Destacam-se, por serem endêmicas da Província Hiléia
Odontorchilus cinereus (Pelzeln, 1868) carnbaxirra-cinzenta e
as espécies
Thryothorus
Troglody-griseus (Todd, 1925) - garrinchâo-cinza. Destaca-se ainda a espécie
tes musculus musculus Naurnann, 1823, conhecida corno corruira ou carnbaxirra,
por ser bastante representativa desta família; é um pássaro normalmente encon-
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trado em regiões descampadas, habitando campos, baixadas, caooeiras, matas,
cidades, hortas e pomares, especialmente entre moitas, encostas de muros, bre-
chas e buracos; alimenta-se predominantemente de insetos (formigas, cupins,
besouros. seus ovos e larvas) e de aracnídeos; raramente alimenta-se de peque-
nas sementes, talvez quando a caça se torna mais escassa. Sua postura ocorre
no período que vai de junho à abril e tanto o macho quanto a fêmea se revezam
na alimentação dos filhotes.
Das 33 espécies/subespécies cadastradas, 75,76% se encontram restri-
tas a área da Amazônia Legal Brasileira. (Anexo 1)
3.22 - Familia Turdidae
Grande familia cosmopolita,·representada no Brasil por quatro gêne-
ros, dos quais dois são encontrados na área em questão.
São normalmente conhecidos pelos nomes vulgares de sabiá, carachué e
casaca-de-couro, entre outros.
Em geral são aves de médio porte e reconhecidas por suas qualidades
canoras, sendo muito sensíveis quando em cativeiro.
A maioria é arboricola, mas frequentemente descem ao chão, onde pro-
curam alimento; são onívoros, nutrindo-se de frutos, anelideos, insetos e ou-
tros artrópodos.
As espécies do gênero Turdus constituem os verdadeiros sabiás, cujo
canto é exaltado por todo o Brasil. Não é muito raro avistá-los nas proximida-
des das habitações humanas das áreas rurais, às vezes em laranjais, onde cos-
tumam construir seus ninhos.
Muitas espécies desta família são procuradas pelo seu potencial eco-
nômico, com fins de criação em cativeiro, como é o caso do sabiá-branco - Tur-
dus amaurochalinus Cabanis, 1851, do caraxue-da-mata - Turdus fumigatus fumi-
- 32 -
l
gatus Lichtenstein, 1823 e do sabiá-laranjeira - Turdus rufiventris rufiven-
tris Vieillot, 1818.
A espécie Turdus amaurochalinus Cabanis, 1851 é bastante representa-
tiva nesta familia; é um pássaro que habita matas primárias e secundárias,
dando preferência aos lugares meio sombrios, onde se torna dificil encontrá-lo
por estar quase sempre oculto.
Dentre as 25 espécies/subespécies cadastradas, 56% estão restritas a
área da Amazônia Legal Brasileira (Anexo 1) e apenas três (12%) se encontram
preservadas em unidades de conservação: Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1851)
- sabiá-pardo, Turdus leucomelas leucomelas (Vieillot, 1818) - sabiá-cinzento
e Turdus rufiventris rufiventris (Vieillot, 1818) - sabiá-laranjeira.
3.23 - Familia Tyrannidae
Os tiranideos constituem uma familia muito grande de pássaros, pura-
mente americana, sendo a mais numerosa da América do Sul, em espécies, reve-
lando bastante semelhanças com os cotingideos e piprideos.
No Brasil, está composta por 81 gêneros e na área da Amazônia Legal
se encontra representada por 68 deles.
Possuem uma enorme quantidade de nomes vulgares, destacando-se os de
lavadeira, viuvinha, rendeira, mosqueteiro, guracavuçu, papa-moscas, cucuruta-
do, maria-tola, tesoura, bilro, bem-te-vi, suiriri, maria-preta, nei-nei, ir-
rê, maria-cavaleira, bico-chato, primavera, principe, ferreirinho e cagassebo.
São aves de pequeno á médio porte, de vocalização fraca.
A maioria é arborícola, vivendo em matas; ocupam, em geral, todos os
tipos de paisagens do Brasil.
Sua alimentação é constituída principalmente de insetos, porém ba-
- 33 -
lanceada com frutos e sementes, existindo também espécies que capturam
e outros pequenos vertebrados. Devido ao fato de que algumas espécies
peixes
desta
família são exclusivamente insetívoras, torna-se difícil, quase impossível,
criá-las em cativeiro. Nesta regra não se inclui o gênero Pitangus, que é oní-
voro; exemplo é o benteví - Pitangus sulphuratus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
- considerada uma das aves mais onivoras. Convém ressaltar também que, a espé-
cie Xolmis cinerea cinerea (Vieillot, 1816), conhecida vulgarmente por viuvi-
nha-da-mata, é notável pelo grande consumo de insetos os quais são considera-
dos, em sua maioria, nocivos às culturas vegetais.
Algumas espécies desta familia são endêmicas da Província Hiléia e
entre elas destacam-se: Idioptilon aenigma (Zimmer, 1940) - sebinho-peito-a-
marelo-branco e Serpophaga araguaye Snethlage, 1928 - joão-pobre-canela.
Em virtude do potencial que têm, algumas espécies são muito procura-
das para criação ou comercializadas com fins ornamentais. A exemplo citam-se
as espécies Machetornis rixosus rixosus (Vieillot, 1819) - bem-te-vi-carrapa-
teiro, Pitangus sulphuratus suJphuratus (Linnaeus, 1766) bentevi e
Onychorhynchus coronatus coronatus (Müller, 1776) - lecre.
Dentre as 214 espécies/subespécies cadastradas, 52,80% estão restri-
tas a área em estudo (Anexo 1) e apenas 13,55% se encontram protegidas em par-
ques e reservas biológicas. São elas:
- Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) - lavadeira;
- Camptostoma obsoletum obsoletum (Temminck, 1824) - caga-sebo;
- Capsiempis flaveola flaveola (Lichtenstein, 1823)
nho-amarelo;
mosqueteiri-
- Colonia colonus colonus (Vieillot, 1818) - viuvinha;
- Elaenia flavogaster flavogaster (Thumberg, 1822) - topetuda;
- Empidonax euleri euleri (Cabanis, 1868) - papa-mosca-enferrujado;
- Empidonomus varius varius (Vieillot, 1818) - bentevizinho;
- FluvicoJa nengeta nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-de-nossa-
senhora;
- Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) - tesoura;
- 34 -
- Hirundinea ferruginea bellicosa Vieillot, 1819 -gibão-de-couro;
- Hirundinea ferruginea ferruginea (Gmelin, 1788) - birro;
- Knipolegus Jophotes Hellmayr, 1927 - maria-preta:
- Machetornis rixosus rixosus (Vieillot, 1819) - bentevi-de-coroa;
Megarhynchus pitangua (Linnaeus, 1766) - nei-nei;
- Muscivora tyrannus tyrannus (Linnaeus, 1766) - tesourinha;
- Myiarchus ferox ferox (Gmelin, 1789) - maria-cavaleira;
- Myiarchus swainsoni swainsoni Cabanis & Heine, 1859 - irrê;
- Myiobius barbatus barbatus (Gmelin, 1789) - papa-mosca-barbudo;
- Myiodynastes maculatus maculatus (Müller, 1776) - bem-te-vi-escu-
ro;
- Myiozetetes similis similis (Spix, 1825) - bem-te-vi-pequeno;
- Pitangus sulphuratus sulphuratus (Linnaeus; 1766) - triste-vida;
- Platyrinchus mystaceus mystaceus Vieillot, 1818 - bico-chato-gar-
ganta-branca;
Pyrocephalus rubinus rubinus (Boddaert, 1783) - primavera;
- Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) - sulriri-pequeno;
- Siryster sibilator sibilator (Vlelllot, 1818) - papa-mosca-rabadi-
lha-branca;
- Todirostum polioc~phalum (Wied, 1831) - ferreirinho; ·
Tyrannus melanchollcus melancholicus Vieillot, 1819 - siriri;
Xolmis cinerea cinerea (Vieillot, 1816) - viuvinha-da-mata;
- Xolmis velata (Lichtensteln, 182~) - mocinha-branca.
É oportuno lembrar ainda que a espécie Culicivora caudacuta (Vieil-
lot, 1818)* - papa-mosca-rabo-de-rato - se encontra ameaçada de extermínio.
3.24 - Familia Vireonidae
Família de Osclnes do Novo Mundo, especialmente bem representada no
norte da América do Sul. No Brasil existem quatro gêneros e os mesmos ocorrem
na área da Amazônia Legal Brasileira.
São aves de porte médio. de hábitos arborícolas, pouco populares,
- 35 -
(
vulgarmente conhecidas pelos nomes de gente-de-fora-vem, víreo-verde e de ju-
ruviara.
As espécies desta família são exclusivamente carnívoras, alimentan-
do-se apenas de insetos. Exceção a este fato. é a espé.cie Vireo olivaceus oli-
vaceus (Linnaeus, 1766) - juruviara-olho-vermelho - que e onívora.
Na região em estudo, estes pássaros habitam, em geral, as florestas
virgens ou secundárias, ocupando o estrato superior, na copa das árvores e
também arbustos. Como por exemplo cita-se a espécie Cyclarhis gujanensis guja-
nensis Gmelin, 1789 - gente-de-fora-vem. A espécie Vireo olivaceus olivaceus
(Linnaeus, 1766), antes mencionada, por outro lado, pode ser constantemente
observada nos arvoredos, à meia altura e pelas grimpas à procura de alimento.
Dentre as 27 espécies/subespécies cadastradas, 66% estão restritas à
área em questão (Anexo 1) e apenas duas (7,40%) se encontram preservadas em
parques e reservas biológicas: Cyclarhis gujanensis gujanensis Gmelin, 1789
gente-de-fora-vem e Vireo olivaceus olivaceus (Linnaeus, 1766) - juruviara.
4 - RESUMO
Este trabalho apresenta uma lista de espécies/subespécies de aves
Passeriformes brasileiras que são citadas na literatura com pelo menos um re-
gistro de ocorrência na área da Amazônia Legal Brasileira. Excluiu-se da refe-
rida lista aquelas espécies cuja distribuição atinge somente outros biornas
existentes no território nacional. A medida que novas literaturas científicas
forem consultadas, esta lista tende a ser modificada e/ou aumentada.
Observou-se, inicialmente, que a maior parte dessas espécies/subes-
pécies estão, predominantemente, registradas em áreas englobadas pelos Estados
do Amazonas e Pará. Esta constatação se explica possivelmente pela incidência
de instituições de pesquisa científica nas referidas unidades da federação que
por atuarem na área da sua localização, naturalmente promovem coletas e levan-
- 36 -
tamentos sistêmicos das respectivas faunas.
Segundo a literatura consultada, 60,90% das 1133 espécies/subespé-
cies cadastradas apresentaram registros de ocorrência restritamente na região
da Amazônia Legal e, o restante (39, 10%) extrapolam os seus limites geográfi-
cos.
Constatou-se, também, que as espécies/subespécies pertencentes ás
famílias Hirundinidae, Rupicolidae, Tersinidae e Troglodytidae estão 100% re-
presentadas na área da Amazônia Legal Brasileira.
Dos 354 gêneros que ocorrem no Brasil, apenas 280 (cerca de 79%) fo-
ram registrados na referida área.
As famílias Formicariidae e Tyrannidae são as que possuem
número de espécies/subespécies registradas, enquanto que as famílias
o maior
Motacil-
lidae, Oxyruncidae e Rupicolidae são as menores. A família Tyrannidae é também
a maior em número de gêneros.
Todos os gêneros pertencentes as famílias Coerebidae, Corvidae, Hi-
rundinidae, Mimidae, Motacillidae, Oxyruncidae, Parulidae, Rupicolidae,
Sylviidae, Tersinidae e Vireonidae, registrados para o Brasil, estão também na
área da Amazônia Legal Brasileira.
A avifauna brasileira encontra-se ameaçada não só por fatôres de
destruição e de poluição do meio ambiente, como também por sua caça desenfrea-
da. A destruição dos habitats provocada pela ação antrópica, é considerada a
principal causa da extinção das espécies. Em consequência disso, várias espé-
cies da família Cotingidae tornaram-se raras, sendo mais afetadas as represen-
tantes do Brasil Oriental e norte Oriental.
É oportuno ressaltar ainda que, um número maior de unidades de con-
servação e/ou áreas de proteção devam ser criadas com base em critérios cien-
tíficos, com vistas a proteção das espécies da avifauna brasileira.
- 37 -
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5.1 - Citadas no texto
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5 - PINTO, Olivério Mário de Oliveira. Catálogo das Aves do Brasil; 2ª parte: Ordem Passeriformes (continuação): Superfamília Tyrannoidea e Subordem
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- 38 -
8 - SICK, Helmut. Ornitologia Brasileira. V.2.2.Ed. Brasília, UNB, 1986.
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9 - MEYER de Schauensee, Rodolphe. The species of bird of South America with
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10 - ZAJCIW, Dmytro. Algumas considerações a respeito dos assuntos zoogeográ-
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5.2 - Utilizadas na elaboração do texto
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2 - AYRES, J. Márcio & Best, Robin Christopher. Estratégias para a conservação
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(supl.).
3 - CARVALHO, José Cândido de Mel lo. A ave e o homem. B. Inf., R. Janeiro,
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4 - CARVALHO, José Cândido de Mel lo. Formulação das necessidades de pesquisa e
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6 - NEGRET, Raphael, A. Algumas considerações sobre a avifauna do pantanal de
Mato Grosso. ln: Minist. Interior, SEMA. Plano de desenvolvimento da
Bacia do Alto Paraguai na fase de pré-diagnóstico, Brasília, 1978.
- 39 -
5.3 - Utilizadas para elaboração do cadastro
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000005
000001
000009
002100
000796
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011381
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011153
000051
001230
002115
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