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Cáritas Brasileira-Secretariado Nacional | SGAN Quadra 601 Módulo F – Asa Norte CEP: 70830-010 - Brasíl ia/DF | Tel : +55 (61) 3521-0350
Expediente
Cáritas Brasileira - Organismo da CNBB
Endereço SGAN Quadra 601Módulo F Asa NorteCEP: 70830-010Brasíl ia-DFSite: www.caritas.org.brEmail : caritas@caritas.org.brTelefone: +55-61-3521-0350
Diretoria
Presidente: Dom Flávio GiovenaleVice-Presidente: Anadete Gonçalves ReisDiretor-Secretário: Pe. Evaldo Praça FerreiraDiretor-Tesoureiro: Aguinaldo Lima
Colegiada Nacional
Diretora-Executiva Nacional: Maria Cristina dos AnjosCoordenador: Jaime ConradoCoordenador: Luiz Cláudio Mandela
Organização e Sistematização:
Ivo PolettoJonas BertucciAssessoria de Comunicação do Secretariado Nacional
Revisão: Marcela Margareth Passos da Silva
Projeto Gráfico: Marcelo Luiz Zapel ini Nacional
Onde estamos?
Quem somos?
O que fazemos?
Como nos organizamos?
Qual a nossa forma de gestão?
Como garantimos nossa sustentabil idade financeira?
Como nos relacionamos com as pastorais e a igreja?
Como nos relacionamos com a sociedade civi l?
Considerações finais e recomendações
Somos Cáritas - 04
Perfil das Entidadades Membro queIntegram a rede Cáritas Brasileira - 12
13
15
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18
19
21
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25
Sumário
Cáritas Brasileira-Secretariado Nacional | SGAN Quadra 601 Módulo F – Asa Norte CEP: 70830-010 - Brasíl ia/DF | Tel : +55 (61) 3521-0350
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Somos Cáritas
SOMOS CÁRITAS!
Uma grande rede mundial
É muito bom fazer parte de uma grande rede mundial , constituindo a Caritas
International is. Com o nome Cáritas ou outro, somos mais de um milhão de
agentes mil itantes e estamos presentes em 200 países e territórios através de
165 organizações.
A Cáritas é, ao mesmo tempo, o trabalho solidário
generoso de milhares de pessoas voluntárias e uma
grande rede de grandes organizações de solidariedade do
mundo.
Esses números são motivo de alegria e de responsabil idade para cada
agente: sentir-se l igado a tantas ações sol idárias é fonte de profunda alegria;
saber que se pode fazer muito mais, em cada local idade, em cada país e no
mundo é motivo de inquietante responsabil idade.
De toda maneira, está estampado no rosto de cada criança, cada adulto e
idoso, cada mulher, cada jovem, cada morador de rua, catador/a, quilombola,
ribeirinho/a, migrante e desalojado apoiados pela Cáritas em todo o planeta o
melhor sinal de que continuamos o trabalho l ibertador de Jesus de Nazaré:
todo passo dado com as pessoas excluídas em defesa e afirmação da sua
dignidade e dos seus direitos é nosso melhor distintivo.
Uma grande rede brasileira
No Brasil , somos mais de oito mil voluntários/as e quase 250 pessoas
contratadas e animamos a prática da sol idariedade em 285 Dioceses da Igreja
Catól ica. Contamos com irmãos e irmãs de outras igrejas em nossas equipes, e
isso nos dá a alegria de trabalharmos pela unidade tão desejada, e até exigida,
por Jesus como condição para que o mundo creia que Ele é o enviado do Pai.
(Cfr. Jo 17,21).
Para manter boa articulação e qual idade de trabalhos, a Cáritas conta
com 12 regionais e com o secretariado nacional para colaborar com a Diretoria.
Ela é parte da CNBB e, ao mesmo tempo, uma entidade da sociedade civi l .
Como seguidores/as de Jesus, desejamos que todos os cristãos e cristãs
A Conferência
Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) é
um organismo
permanente que
reúne os Bispos
católicos do Brasil.
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Somos Cáritas
assumam a prática da sol idariedade como uma qual idade essencial de sua vida
pessoal e comunitária. Como cidadãos e cidadãs, desejamos que a sociedade
brasileira seja marcada pela sol idariedade, superando o triste título de uma das
sociedades mais desiguais da Terra.
Nosso compromisso e nossa utopia estão definidos na
missão da Cáritas Brasileira: Testemunhar e anunciar o
Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo a
vida e participando da construção solidária de uma
sociedade justa, igualitária e plural, junto às pessoas em
situação de exclusão social.
Uma grande família
Para testemunhar e anunciar as boas notícias de Jesus, não podemos ser
apenas uma rede de pessoas e entidades; precisamos ser uma famíl ia de irmãos
e irmãs. E uma famíl ia que trabalha para que todas as pessoas e comunidades
com quem a Cáritas atua vivam esta fraternidade de irmãs e irmãos como
qual idade básica de sua convivência e de sua ação.
No cuidado para avançar na prática de uma alegre, l ivre e l ibertadora
fraternidade, assumimos, para nossa vida e para nossa prática, os seguintes
valores, também conhecidos como princípios :
• defesa e promoção da vida humana;
• defesa e promoção da sociobiodiversidade;
• mística e espiritual idade l ibertadora;
• ecumenismo, diálogo interrel igioso e intercultural ;
• cultura da sol idariedade;
• relações igual itárias de gênero, raça, etnia e geração;
• protagonismo dos excluídos e excluídas;
• projeto de sociedade sol idária e sustentável ;
• democracia participativa.
Tudo está voltado para uma grande esperança, um grande desejo
utópico que nos impulsiona para a ação: que as pessoas até agora excluídas
social e pol iticamente se levantem e sejam protagonistas da transformação da
sociedade brasileira e mundial , apressando o dia em que elas sejam as
principais convivas do grande banquete da vida (Cfr. Lc 15,15-24); e que, para
isso, as equipes da Cáritas vivam os valores que anunciam.
6
Somos Cáritas
Movidos por uma energia divina
Nossa visão, metodologia e espiritual idade se interl igam, al imentando e
dando profundidade umas às outras.
Em nossa visão, a transformação da atual sociedade desigual e carregada
de injustiça só acontecerá com o protagonismo dos excluídos e excluídas.
Você sabia que protagonista é a personagem principal de
uma narrativa, como obras literárias, cinematográficas,
teatrais ou musicais. Sobre ela a trama é desenvolvida. As
principais ações são realizadas por ela ou sobre ela?.
Por isso, o ponto de partida de nossa metodologia está na busca de
contato com os diferentes grupos, comunidades, setores sociais e povos que
sofrem em situações de exclusão sociopolítica, reconhecendo seus saberes,
seus valores, sua consciência da real idade, suas iniciativas, tornando-se seus
al iados e contribuindo, através do diálogo e da parti lha de vida e de
conhecimentos, para que avancem na defesa de seus direitos, na conquista de
maior qual idade de vida e na participação do processo de construção de uma
sociedade justa, igual itária e plural .
Para nossa permanente surpresa, reencontramos Deus presente entre os
excluídos e excluídas. “Só por Deus!” – exclamam, em todas as situações da
vida, os empobrecidos. E de fato Deus está lá, gerando, com eles e elas, muitos
milagres: sinais claros de que ele ama e dá força a todos que se encontram em
situação de injustiça. É aqui que está já presente e atuando o Reino de Deus: a
presença apaixonadamente amorosa do Deus l ibertador dos oprimidos. É por
isso que Jesus deixou claro: tudo que vocês fizeram ou deixaram de fazer ao
menor dos seres humanos foi a mim que fizeram ou deixaram de fazer (Cfr. Mt
25,31-46).
Por desejar e dar a vida em favor de um mundo de justiça,
de fraternidade, em que todas as pessoas tenham vida e
vida em abundância (Jo 10,10), Jesus toma partido nas
sociedades assentadas sobre a injustiça e a desigualdade:
ele está com os injustiçados, com os empobrecidos.
Seja na compreensão dos sinais dos tempos, em que se percebe o que se
pode e deve fazer para cooperar com o projeto de Deus, seja na prática de
7
Somos Cáritas
nossa metodologia, que nos faz parceiros das pessoas que desejamos
l ibertadas, precisamos das energias divinas que renovam nosso espírito.
Al imentar nossa espiritual idade é sentir o coração abrasar pela presença
amorosa de Jesus em nossas vidas e em nossas ações. Como os discípulos de
Emaús, os empobrecidos e nós temos, muitas vezes, fortes motivos para achar
que o mal e a morte parecem vitoriosos; se estivermos minimamente atentos,
Jesus nos surpreenderá com sua presença, certamente na figura de um
estranho. (Cfr. Lc 24,13-33) Como sempre e em tudo que se refere à luta pela
vida, são presenças misteriosas, em geral desvendadas através de sinais simples,
como a parti lha da caminhada, da palavra, do pão, da casa.
Apaixonadas e apaixonados pelo Reino de Deus
A paixão de Jesus foi anunciar, com sua vida e palavra, que o Reino de Deus já
está presente no mundo, e está na vida do povo, em tudo que constrói o
mundo que agrada ao Pai. O povo do tempo de Jesus vivia em extrema
necessidade. Esperava, por isso, ansiosamente, a chegada de um libertador, que
viesse com poder para derrotar os que controlavam a vida econômica e
rel igiosa e os submetiam com violência aos seus interesses. Para eles, o reino de
Deus viria de forma espetacular, mostrando o poder de Deus. Por isso,
perguntavam a Jesus: onde está o Reino de Deus que anuncias?
Tanto a prática como as parábolas de Jesus geravam encanto e
perplexidade, ao mesmo tempo. Suas ações testemunhavam que ele estava
convencido de que os pobres são bem-aventurados, porque deles é o Reino de
Deus (Lc 6,20): ele ia ao encontro dos que viviam nas fronteiras da sociedade e
da rel igião, dos que eram considerados impuros e pecadores, e comia com eles,
festejava com eles, os l ibertava de maus espíritos, de doenças e outras
l imitações. Isso era admirável , lembrava misericórdia de Deus; mas levantava
dúvidas: estará aqui e atuando desta forma o Reino de Deus? O "todo
poderoso" age desta forma e junto de gente tão sem poder?
Para que pudessem compreender sua boa notícia e suas
ações, Jesus criou uma série de parábolas do Reino. Todas
vão abrindo a possibilidade de perceber como, onde, por
que e para que Deus age na história humana.
Uma vez mais, surpresas e perplexidade: o Reino age como uma
semente, e como a menor delas, morrendo para que nasçam muitas outras?
Parábola (do grego
Παραβολή, transl.
parabolé:
"comparação,
ilustração,
analogia") é uma
narrativa curta que
emprega linguagem
figurada.
8
Somos Cáritas
Como a semente que, uma vez jogada na terra, faz seu caminho de germinação
ajudada por outras energias que não as do semeador? Ou é como uma quantia
adequada de fermento que uma mulher mistura com a massa, e a transforma
em pão? É algo de muito valor, como uma pedra preciosa, que vale tudo que se
tem para alcançá-la? Ou como uma moeda que uma mulher pobre havia
perdido e faz de tudo para reencontrar, e ao dar com ela chama as amigas para
festejar? É como os pássaros do céu e os l írios do campo, que Deus al imenta e
veste com brilho sem que façam nada para isso?
O fato é que Deus age amorosamente na história, e sua ação aparece nas
práticas de Jesus e nas ações amorosas de toda e qualquer pessoa que se
associa a Ele. Uma das formas de seu amor é desejar a participação das pessoas
em seu projeto, na construção do Reino. Por isso, no seguimento de Jesus, a
paixão dos que são Cáritas é o anúncio e a participação na construção do Reino
de Deus. Trata-se de algo profundamente espiritual e histórico, uma real idade
divina e política. E tão política que Jesus não teve dúvida de anunciar: se
tiverem fé, vocês não só farão as obras que eu faço, mas farão até maiores (Jo
14,12).
Em outras palavras, Deus atua em todos os tempos e
lugares, e não depende de nós; mas nós, em nosso tempo
e lugar, podemos atuar com Ele a partir das
potencialidades e possibilidades existentes, avançando na
construção do Reino, ainda incompleto.
UNIDOS NUMACORRENTE DE SOLIDARIEDADE
A sol idariedade é uma das qual idades do povo empobrecido: repartem o que
precisam para viver; repartem a própria vida, agindo unidos em defesa do seu
direito de viver e de serem reconhecidas como pessoas portadoras de todos os
direitos que os cidadãos e cidadãs têm na sociedade brasileira.
Não há solidariedade quando a relação cria dependências,
gera dívidas, quando pessoas são transformadas em
objetos da ação.
Sol idariedade existe quando alguém assume a outra pessoa seu próximo:
como alguém que passa a amar como a si próprio. (Cfr. Lc 10,25-37)
9
Somos Cáritas
Herbert de Souza, o Betinho, de saudosa memória, assim se expressou ao
revelar a profundidade e transparência da relação do amigo Frei Mateus Rocha
com ele e seus amigos e amigas estudantes de Belo Horizonte: Ouvia cada um
como se fosse Deus. Cuidava de cada um como se cuidasse de Deus, e nós,
apesar de nós mesmos, acreditávamos que éramos deuses.
Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho, foi um
sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro.
Concebeu o projeto "Ação da Cidadania contra a Fome, a
Miséria e pela Vida" e dedicou-se a ele.
O amor sol idariedade tem esta profundidade: mesmo que a pessoa não
saiba ou, no l imite, não queira, esta relação reconhece no outro um ser de valor
tão infinito, que só pode ser fi lho ou filha de Deus; e real iza o milagre de levar o
outro a sentir-se divino. Este é o sentido do mandamento de Jesus: amem-se
uns aos outros como eu amei você... N inguém demonstra amor maior do que
aquele que dá sua própria vida pela pessoa que ama (Jo 16,12-13). Sentido
apresentado como desafio prático pelo discípulo João: quem diz que ama a
Deus, a quem não vê, e não ama o irmão, a quem vê, é mentiroso (Cfr. 1Jo 4,20)
A Cáritas, em sua relação com os pobres e no seguimento de Jesus de
Nazaré, foi aprendendo a viver a sol idariedade de forma l ibertadora: mesmo no
socorro, quando necessário, a ação deve ser feita com participação dos que
estão em necessidade, sempre na perspectiva da real ização de seus direitos,
dando passos que garantam o protagonismo dos excluídos/as; em todas as
ações, desde as mais simples, ir gerando a consciência de que é possível
transformar a real idade, superando as relações que geram injustiças e
desigualdades por meio da prática da cidadania e da soberania popular.
Para agir, a Cáritas é movida pela solidariedade de muitas
pessoas, de modo especial pela ação de tantos voluntários;
e tem origem na solidariedade brasileira e de outros povos
parte, importante dos recursos necessários.
Há mais de uma década, em comunhão com a CNBB, a Campanha da
Fraternidade assumiu também a missão de educar os cristãos e cristãs para a
prática coletiva de sol idariedade por meio da constituição de “fundos de
sol idariedade”. Com isso, multipl icam-se as iniciativas sol idárias em todas as
regiões do país, apoiadas pelos Fundos Diocesanos e/ou pelo Fundo Nacional
10
Somos Cáritas
de Sol idariedade. A cada cinco anos, em Campanha da Fraternidade Ecumênica,
os Fundos se tornam igualmente ecumênicos. De toda maneira, a destinação
desses recursos não discrimina as iniciativas por sua relação rel igiosa: são
apoiados os projetos que mais se relacionam com os objetivos da CF de cada
ano.
A Cáritas Brasileira promove todos os anos uma Semana da
Sol idariedade, sempre em novembro, incluindo o dia de seu aniversário. Com
diferentes iniciativas, busca aprofundar a vivência da sol idariedade na própria
Cáritas e despertar mais pessoas para esta dimensão da vida que humaniza e
diviniza as pessoas. Uma sol idariedade que pode manifestar-se também por
meio da participação na Rede Permanente de Sol idariedade, através da qual se
busca doação de recursos de pessoas que se comprometem com a promoção
da sol idariedade e com a manutenção dos trabalhos e projetos da Cáritas.
Um dos frutos dessa prática de educação para a sol idariedade é a
resposta popular aos apelos em favor de irmãos atingidos por catástrofes ou
por confl itos que geram migrações e desabrigados, dentro do Brasil ou fora
dele.
Uma das campanhas recentes foi em favor do povo do
Haiti, atingido por um terremoto, seguido por furacões e
por uma epidemia de cólera, em que mais de um milhão
de pessoas perderam suas casas e demais condições de
vida. A solidariedade gerou um fundo de mais de oito
milhões de reais, e com ele estão sendo implementadas,
em conjunto com a Cáritas e a Conferência Episcopal
Haitiana, ações nos campos da educação, saúde e
moradia.
Quem é Caritas está envolvido e comprometido com a prática da
sol idariedade. Faz parte do Fórum de Pastorais Sociais e o reforça, nele se
parti lha o serviço sol idário com diferentes setores excluídos e se assume
responsabil idade por iniciativas conjuntas como as Semanas Sociais Brasi leiras.
Atua em conjunto e al imenta-se da espiritual idade e da eclesiologia das
Comunidades Eclesiais de Base. Promove parcerias, visando somar forças. Trata-
se, então, de uma ação que se deseja cada dia mais firme, sól ida, uma
verdadeira corrente. E deseja-se que tome a dimensão possível de uma ação
política: capaz de denunciar o que mantém e reproduz a desigualdade, a
exploração, a dominação, a miséria em todo o mundo; capaz de anunciar que é
Do ponto de vista do
Cristianismo, pode-
se dizer que o
ecumenismo é um
movimento entre
diversas
denominações
cristãs na busca do
diálogo e
cooperação comum,
buscando superar as
divergências.
Eclesiologia (do
grego ekklesia) é o
ramo da teologia
cristã que trata da
doutrina da Igreja.
11
Somos Cáritas
possível a construção de um mundo humano, que tenha a justiça, a igualdade
fraterna e a sol idariedade como fundamento; capaz de promover iniciativas
alternativas nos diversos campos da vida, tornando-as sementes de nova
sociedade e nova humanidade.
É nessa direção que desponta a prioridade da promoção da Economia
Sol idária, na perspectiva de um desenvolvimento sol idário e sustentável ,
implementado de forma descentral izada, com as características de cada
território. Firma-se, igualmente, a perspectiva da convivência com cada bioma
brasileiro, com destaque para a Caatinga Semi-Árida, em que avança a
estratégia da construção de cisternas caseiras para água de beber e cozinhar e
cisternas para a produção, guardando água de chuva para os tempos de
estiagem. Avançam também os trabalhos com catadores/as de materiais
recicláveis, com crianças, adolescentes e jovens, sempre tendo como horizonte
e meta a conquista de políticas públ icas e a garantia de todos os direitos de
todas as pessoas.
Como fundamento e inspiração da vivência e da
promoção da solidariedade, junto ao lema ser solidário é
ser humano, a Cáritas Brasileira assume outro: ser
solidário é ser divino.
São as comunidades
biológicas, ou seja,
as populações de
organismos da
fauna e da flora
interagindo entre si
e interagindo
também com o
ambiente físico.
12
Somos Cáritas
Perfil das Entidades Membro queIntegram a rede Cáritas Brasileira
Sistematização dos Dados daPesquisa Nacional
A compreensão sobre o Perfi l das Entidades Membro que Integram a rede
Cáritas Brasileira é fundamental para a definição de nossas estratégias de
atuação e articulação. Nesse sentido, a presente pesquisa tem por objetivo
sistematizar um conjunto de informações que permita caracterizar a rede
Cáritas e munindo seus atores local e nacionalmente de novos instrumentos
para subsidiar sua atuação e planejamento de ações.
Iniciada em 2012 (Incluir as datas de aplicação da
pesquisa), a pesquisa “Perfil das Entidades Membro que
Integram a rede Cáritas Brasileira” teve como base um
questionário contendo 29 questões, divididas em 8 blocos.
Durante o encontro (nome do encontro), os questionários foram
apl icados por estudantes (expl icar resumidamente como foi a apl icação dos
questionários) para os representantes das entidades de cada local idade
(expl icar quem foram os respondentes). Do total de 178 entidades que
compõem a rede Cáritas, foram 137 entidades respondentes de 25 estados do
país.
Após a coleta e digital ização dos dados, foi necessário proceder uma
anál ise crítica da base, identificando erros de preenchimento e corrigindo
quando possível , para que fosse possível compreender os l imites e o alcance da
anál ise.
Assim, o presente relatório apresenta os resultados da tabulações
principalmente a nível nacional , oferecendo um primeiro olhar sobre as
características da rede. Sugere-se que, após a anál ise cuidadosa e discussão
desses resultados, seja real izada posteriormente uma anál ise para cada
regional . Para isso, é interessante que se real ize um censo das entidades que
integram a rede Cáritas, incluindo a total idade de seus participantes.
13
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Onde estamos?
A tabela 1 indica o número de entidades respondentes segundo unidade da
federação e grandes regiões. Percebe-se que a região norte é aquela com maior
número de casos (correspondendo a 30,7% dos questionários) e a região
centro-oeste aquela com o menor número (5,1% dos casos).
Abrangência da pesquisa. Número e % de entidades respondentes segundoUnidade da Federação
Tabela 1
14
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Já na tabela 2 e no gráfico 1, pode-se observar o número de entidades
respondentes segundo o Regional Cáritas. Nota-se que o Regional SP é aquele
com maior número de casos (20), correspondendo a 14,6% dos questionários,
e os regionais PI, ES e RJ (sem regional) são aqueles com o menor número (4),
o que corresponde a 2,9% dos casos cada.
Abrangência da pesquisa. Número e % de entidades respondentes segundoRegional Cáritas
Participação dos respondentes segundo regional
Tabela 2
Gráfico 1
15
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Quem somos?
Segundo os dados da pesquisa, existem, nas entidades que responderam à
pesquisa, 9.298 agentes voluntários, sendo 3.293 homens e 6.005 mulheres. Os
gráficos II, III e IV indicam a proporção de agentes voluntários segundo sexo e
faixa etária e o total de agentes voluntários segundo regional .
Sabendo que apenas 137 entidades das 178 entidades da rede Cáritas
responderam à questão, podemos supor que existem mais de 9.298 agentes
voluntários. Calculando uma média simples de agentes por regional , podemos
estimar que existam na rede 12.000 agentes voluntários (média de 67,9
voluntários por entidade).
* Sem regional
Agentes voluntários segundo sexo e faixa etária*
Total de agentes voluntários segundo regional
Gráficos 2 e 3
Gráfico 4
* Jovens: até 29 anos
Adultos: 30 a 59 anos
Idosos: mais de 60 anos
16
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Anal isando os agentes contratados, percebemos que existem, nas entidades
que responderam a pesquisa, 2.568 agentes contratados, sendo 510 Homens e
2.058 Mulheres. Os gráficos V, VI e VII indicam a proporção de agentes
contratados segundo sexo e faixa etária e o total de agentes contratados
segundo regional .
Calculando uma estimativa pela média simples de agentes por regional , como
feito anteriormente, podemos estimar que existam na rede 3.500 agentes
contratados (média de 18,7 voluntários por entidade).
Agentes contratados segundo sexo e faixa etária*
Total de agentes contratados segundo regional
Gráficos 5 e 6
Gráfico 7 * Sem regional
* Jovens: até 29 anos
Adultos: 30 a 59 anos
Idosos: mais de 60 anos
17
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
O que fazemos?
Ao levantar a questão sobre quem é o públ ico com quem as entidades
trabalham, a principal alternativa indicada é “Criança e adolescente”. Em
seguida vêm os grupos “Agricultor e agricultora famil iar”, “Juventude”,
“Catadores/as”, entre outros. Em “outros” aparece uma diversidade de
categorias como: Idosos, Mulheres, Dependentes químicos e Quilombolas.
Público com quem trabalha segundo região. Total de respondentes (múltiplaresposta).
Gráficos 8
18
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Como nos organizamos?
O resultado indica que a maior parte das entidades organiza-se em regional e
mantém veículos institucionais de comunicação. A maioria conhece os meios de
comunicação do Secretariado nacional e pouco mais da metade tem programas
próprios de formação de agentes.
Organiza-se em regional?Mantém algum veículoinstitucional de comunicação?
Conhece os meios decomunicação do SecretariadoNacional?
Há programa próprio de formaçãode agentes?
Gráficos 9 e 10
Gráficos 11 e 12
19
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Qual a nossa forma de gestão?
Os gráficos XIII e XIV indicam que a maior parte das entidades possuem
personal idade jurídica formal , sendo legalmente constituídas, com CNPJ e
estatuto próprios. Pouco menos da metade (46%) é fi l ial da mitra diocesana.
É legalmente constituída? Tem estatuto próprio?
Tem CNPJ próprio? É fil ial da Mitra Diocesana?
Gráficos 13 e 14
Gráficos 15 e 16
20
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Em relação à existência de diretoria, 93% responderam ter diretoria, sendo que
em, 91% destas, a diretoria é eleita em assembleia. Além disso, 83%
responderam que existem outras instâncias de gestão e 63% responderam que
existem comissões ou grupos de trabalho.
A entidade membro temdiretoria? Como é definida a diretoria?
Existem outras instâncias degestão? Comissões ou grupos de trabalho?
Gráficos 17 e 18
Gráficos 19 e 20
21
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Como garantimos nossa sustentabilidadefinanceira?
As principais fontes de recursos provêm, segundo os respondentes, de doações
e campanhas. Em seguida são citados a Cooperação Internacional , os recursos
da Mitra Diocesana e Próprios, entre outros.
Principais fontes financeiras. Total de respondentes (múltiplas respostas)
É interessante verificar que 85 entidades (ou 62% das entrevistadas)
apresentaram 236 projetos, o que resulta em uma média de 2,8 projetos
apresentados por entidade. Destes, 191 (81%) foram aprovados.
Já apresentou algum projeto parao Fundo Nacional deSolidariedade?
Gráfico 21
Gráfico 22
22
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
O gráfico XXIII e a tabela III mostram a relação entre projetos apresentados e
aprovados segundo grande região. A região centro-oeste apresenta uma
quantidade pequena de projetos, porém, com aprovação de todos eles. A
região sudeste é a que mais apresentou projetos, porém, com uma taxa menor
de aprovação.
Total de projetos apresentados e aprovados segundo grande região
Gráfico 23
Percentual de projetos aprovados segundo região
Tabela 3
23
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Como nos relacionamos com as pastorais e aigreja?
A relação com as pastorais é intensa e diversificada na rede da Cáritas. Os
dados indicam que 90% das entidades desenvolvem ações conjuntas com as
pastorais, com enfoque para a pastoral da Criança, mais citada. Também são
bastante mencionadas a pastoral da Saúde, Carcerária, Da terra e do Menor.
Em outros são citadas a Pastoral Social , do Idoso, da Juventude, da Mulher etc.
Desenvolvem ações conjuntas com as pastorais?
Gráfico 24
Em relação à existência de Fundo diocesano de sol idariedade, verifica-se que 93
das entidades (69%) afirmam ter FDS. Destas, 73 (78%) afirmam haver equipe
gestora do fundo e 72 (58%) responderam haver participação da entidade
membro nesta equipe gestora.
Existe Fundo Diocesano deSolidariedade?
Gráfico 25
24
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Como nos relacionamos com a sociedade civil?
A maior parte das entidades tem ações integradas com espaços de construção
de políticas públ icas e com outros movimentos sociais. Há uma l ista extensa,
como MST, Grito dos Excluídos, Economia Sol idária, Sindicatos etc.
Participa de espaços deconstrução de políticaspúblicas*?
Outras articulações ou redesde Políticas Públicas**?
Gráficos 26 e 27
*Fóruns e
Conselhos diversos
** Redes de
economia solidária,
comitês e conselhos
ligados à ONGs
diversas etc.
25
Perfil das Entidades Membro que Integram a rede Cáritas Brasileira
Considerações finais e recomendações
Essa anál ise permitiu ter um primeiro olhar amplo e abrangente do perfi l da
rede Cáritas. Esses resultados podem e devem ser aprofundados. Para isso, faz-
se necessário o diálogo e reflexão com os próprios atores que participam das
ações cotidianas da rede em cada região.
Vale ressaltar novamente a importância de se levantar os dados de cada
regional , procurando fazer um censo que atinja todas as entidades que
integram a rede Cáritas. Esta anál ise pode ser associada ao plano de
mobil ização de recursos que vem sendo desenvolvido pela Cáritas e servirá
como material básico para os agentes.
Como sugestões complementares para a próxima
pesquisa, propõem-se incluir uma questão sobre raça e
etnia no conjunto “quem somos” e incluir o campo
“Regional Cáritas” no questionário com alternativas pré-
definidas e evitando erros de digitação.
Oração da Cáritas Brasileira
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