ApresentaçãO Para DéCimo Ano, Aula 69 70

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Jacinto Lucas Pires, «Gente diferentíssima», Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de José Hermano Saraiva, vol. 7 (canto VII), pp. #-#.

O texto que é uma crónica é o de Luis Fernando Verissimo, porque, entre outras características típicas do género cronístico, é um texto em que, com humor, se aproveita um curto relato (de peripécia do quotidiano, de memória de infância, de filme visto ou de livro lido, de uma situação hipotética), para depois sugerir uma lição moral, uma opinião do escritor, que o episódio contado comprovaria.

Quanto ao texto que ilustra a variante europeia do português, não parece poder ser considerado crónica, dado que, por exemplo, o narrador coincide com o protagonista — um sub-chefe de segurança —, o que indicia que se trata antes de uma narrativa (conto, novela, romance).

O texto de Pepetela também não se inclui no género «crónica»; antes deve ser parte de um texto narrativo (conto, novela, romance). Nele temos um trecho — ora descritivo, ora de narração — que deve integrar uma acção maior (que ainda estará a ser introduzida).

Na l. 5 do texto de Jacinto Lucas Pires há um erro de pontuação: «A sua força[,] reside no facto de irem juntas». Trata-se de erro, porque a vírgula está a separar sujeito e predicado (nada havendo entre esses dois elementos que o justificasse).

Na l. 6 do texto em português do Brasil, notamos uma característica desta variante (uma das mencionadas na penúltima aula). É a omissão do artigo antes do possessivo («nosso dinheiro»). No mesmo texto, notam-se termos do léxico que talvez não fossem usados em português europeu: «jogar fora» seria dito «deitar fora»; «foguete» equivale a «foguetão».

No último período do texto, há próclise (como é habitual na variante sul-americana do português): «nos conheceríamos». Só que, neste caso, em português europeu também não faríamos a ênclise (dado tratar-se do condicional) mas uma mesóclise: «conhecer-nos-íamos».

Na l. 9 do texto de Pepetela há uma sintaxe que não seria possível no português europeu (mas será corrente no português de Angola). Com efeito, a posição do pronome (em ênclise) não é aceitável em português europeu, já que o verbo faz parte de uma oração subordinada, o que, em geral, nos obriga a antepor o pronome ao verbo (ou seja, a um uso proclítico).

Crónica

• feita para jornal mas não informativa (pode ser até quase literária)

• linguagem é muitas vezes coloquial

• pode usar-se registo confessional, diarístico, ...

• aborda temas do quotidiano

• reflecte criticamente sobre a vida e os comportamentos

• pode contar uma história

(um instantâneo da vida real,

uma reminiscência da infância,

uma história anedóctica,

o resumo de um filme ou de um livro, um episódio histórico)

• narrador pode ou não participar da história (mas esta visa sustentar a sua opinião)

• extensão estandartizada (uma coluna, uma página de magazine, etc.)

Bento Conhé BenjeLargo da filosofia kantiana, n.º 3,1415926 frente

4321-234 Ermesinde

Ermesinde, 0 de Dezembro de 2007

Ex.mo Senhor

Presidente da Câmara Municipal de Valongo

Excelência,

Venho, na qualidade de munícipe, dar conhecimento das condições lastimosas em que vive o Sr. Carlos Simões Ribeiro, um valonguense distinto. Este idoso — conta agora # anos —, que ainda exerce o seu ofício de barbeiro e tem a seu cargo um filho deficiente, está em risco de ....

[tal e tal, tal e tal]

Certo de que V. Ex.ª está atento aos interesses e necessidades dos munícipes, apresento os meus melhores cumprimentos.

Subscreve-se respeitosamente

Bento Conhé Benje

Maboque = ‘tipo de fruta angolana’

Quimbanda = ‘curandeira’

Mona-ngamba = ‘moço de fretes, carregador’

a / V

b / F

c/ F

d / V

e / F

f /V

g / V

h / V

i / F

j / V

TPC

Daqui a uns dois dias, ver o que em Gaveta de Nuvens vier a pôr sobre bibliofilme (‘microfilme a propósito de livro, texto literário’), que será a «tarefa grande» para este segundo período.

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