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Fotojornalismo II
Fotojornalismo IIAula 2Profa. Julia Dantas de Oliveira Penteado
Fotojornalismo como ferramenta ideolgica
Mise-en-scne Onde voc coloca a cmera e o que voc quer registrar com ela? No cinema:LocaoFigurino e maquiagemIluminao Atuao (experincia humana denotada)
Na fotografia: os contedos do quadro e a maneira como eles so organizados
A encenao est por toda a parte, nada se pode imaginar sem ela. (Jacques Aumont)
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Moonrise Kingdom (2012)
O cuidado incansvel com a mise-en-scne de Wes Anderson
Oscar Gustave Rejlander
The Two Ways Of Life (1957). Fotografia montada a partir de 30 negativos.
Oscar Gustave Rejlander considerado o pai da fotografia de arte. Ele usava elementos da mise-en-scne teatral nas fotos, por meio da composio de vrios negativos.5
Oscar Gustave RejlanderFirst I Lost My Pen And Now Ive Lost My Spectacles humor na fotografia
A night on the streets of London.
Uma das marcas de Oscar Gustave era o uso de humor e a forma como ele conseguia captar a verdade do ser humano em suas fotos. Seus retratos serviram de base para estudos de Darwin sobre o comportamento humano.6
Henry Peach RobinsonWhen the Day's Work is Done(1877) Combinao de 6 negativos
Henry Peach Robinson era outro fotgrafo pictorialista que usava a combinao de vrios negativos. Aqui, ele introduz vrias tcnicas de iluminao, figurin, maquiagem e cenografia.7
Hippolyte Bayard
Autorretrato em que representa o prprio suicdio. 1840
Este autorretrato de Hippolyte Bayard foi um verdadeiro ato cnico: ele o fez como um manifesto por ter sido ignorado pelo governo francs e no ter tido reconhecimento pelo invento da fotografia. Na foto, ele encena um suicida que se mata por afogamento (abandonado pelo governo francs e abandonado prpria sorte). A foto um smbolo da morte da fotografia na fotografia para o prprio autor. 8
E no fotojornalismo?A mise-en-scne , antes de tudo, um olhar sobre o mundo
Beco dos Bandidos (1890)- Jacob A. Riis para o New York Tribune. A srie causou tanto impacto que despertou um movimento por melhores condies de moradia para os imigrantes.
Menina Tecedeira nos EUA (1911). Francis Hine
Crianas em mina de carbonona Pensilvnia/EUA(1911). Francis Hine
Mudana no ato fotogrficoO essencial que, ao arrancar do mundo um pedao de espao, o ato fotogrfico faz dele um novo mundo (espao representado), cuja organizao interna se elabora a partir da prpria forma gerada pelo recorte (DUBOIS, P.)
Povo iraquiano derruba esttua de Saddam Hussein em 2003.
S que no.
Susan Sontag e as fotos de guerra(Diante da dor dos outros)
Ao contrrio de um relato escrito que, conforme sua complexidade de pensamento, de referncias e de vocabulrio, oferecido a um nmero maior ou menor de leitores -, uma foto s tem uma lngua e se destina potencialmente a todos.
Guerra da Crimia (1855) Roger Fenton (UK)
com a primeira cobertura fotojornalstica de guerra nasce a censura prvia ao fotojornalismo (SOUZA, 2000: 34)
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Acampamento dos soldados britnicos. (1855) Roger Fenton
Guerra Civil Americana. Matthew Brady, 1862
REEKIE/1865 -Restos da Batalha de Cold Harbor fotografado por um auxiliar de Brady
Marilena Chau - IdeologiaEsse ocultamento da realidade social chama-se ideologia. Por seu intermdio, os dominantes legitimam as condies sociais de explorao e dominao, fazendo com que paream verdadeiras e justas.
Algo se torna real para quem est longe, acompanhando em forma de notcia ao ser fotografado. Mas, no raro, uma catstrofe vivenciada se assemelhar, de maneira misteriosa, sua representao.(Susan Sontag)
Fotos wtc22
Numa era sobrecarregada de informao, a fotografia oferece um modo rpido de apreender algo e uma forma compacta de memoriz-lo. A foto como uma citao ou uma mxima ou provrbio.(Sontag)
Ideologia mercantilista:caa s imagens dramticas e fotos de dor
Quando os fotgrafos passam a atender s demandas de mercado, qual o vis ideolgico? Como combinar essas duas questes?24
Ao relatar a morte em massa, a fotografia conquistou um patamar de imediatismo e autoridade maior do que os relatos verbais
No h palavras para descrever o horrorAno de 1945: libertao dos campos de concentrao fotos de Yosuke Yamahata da incinerao da populao de Hiroshima e Nagasaki 25
No h palavras para o horror
No h palavras para descrever o horrorAno de 1945: libertao dos campos de concentrao fotos de Yosuke Yamahata da incinerao da populao de Hiroshima e Nagasaki 26
Robert Capa: fotgrafos politicamente engajados, centrados na guerra e nas vtimas;Escolha de pautas ideolgica.
Diferentes usos ideolgicos da mesma foto:Dependem do contexto (legenda)Associao ao tema retratado na foto
David Seymour (Chim)Espanha (1936)
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Execuo dos Boxers em 1900. (Autor desconhecido)
Em um primeiro momento, a foto foi usada como propaganda da represlia das potncias ocidentais revolta dos Boxers. Hoje, as fotos so usadas para demonstrar o mal que as civilizaes do ocidente causaram no povo chins.29
Foto: OBJETIVIDADE + PONTO DE VISTAFotos menos elaboradas so tidas como mais autnticas.Para um registro de algo evento ocorrido, a fotografia amadora pode concorrer igualmente com uma foto feita por um profissional.
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Fotos da Guerra do Vietn de Larry Burrows publicadas na Life a partir de 1962 reforaram o movimento pacifista.
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Exemplos atuais
Mise-en-scne e manipulao pr-foto:Retrica persuasiva da publicidade
Tentativa de vender a matria
Manipulao pr-fotogrfica: carga dramtica; nfase
Manipulao ps-fotogrfica:Em Basra, pnico como ttica de Guerra Capa do Los Angeles Times, maro de 2003.
Com a fotografia digital, fica difcil saber se a imagem foi manipulada.37
Qual a diferena entre essas duas fotos?(ou: um outro tipo de manipulao)
A reproduo do olhar hegemnico Por que se tratam diferentemente os outsiders dos estabelecidos? Existe uma tendncia a se naturalizar posies que, pelo contrrio, deveriam ter diferentes pontos de vista e suscitar o debate.Ser que essa realidade tem perspectiva para que se mude?38
Fotos do 11 de setembro
Guerra do Iraque: as imagens dos iraquianos no foram preservadas.
14/06/201313/06/2013
Fixao de personas.
Os indivduos no so colocados mais no quadro de uma imagem pela sua singularidade ou simplesmente porque elas a esto eles e ningum mais -, eles so escolhidos por sua representatividade estatstica, sua conformidade com um modelo de alteridade aceitvel portanto, assimilvel , pelos cnones da viso ocidental, publicitria, do mundo: bastante outros para serem exticos, suficientemente mesmos para merecer nosso interesse e suscitar nossa compaixo. (Edgar Roskis)
O olhar hegemnico
Levante sua Voz (2009). Pedro Ekman
Trabalho dos coletivos (viso contra-hegemnica)ONG Olhares do Morro
Prxima Aula:Implicaes da psicanlise Na fotografia
Ethos, pathos e logos na fotografiaA Cmara Clara (Barthes)A Estrutura Ausente (2001), Umberto Eco
BressonAlgumas vezes acontece de o fotgrafo paralisar, atrasar, esperar para que a cena acontea. Outras vezes, h uma intuio de que todos os elementos da cena esto l, exceto por um pequeno detalhe. Mas que detalhe? Talvez algum repentinamente entrando no enquadramento do visor. O fotgrafo, ento acompanha seu movimento atravs do visor da cmera. Espera, espera e espera, at que finalmente aperta o boto e ento sai com a sensao que captou algo (embora no saiba exatamente o qu). Mais tarde, no laboratrio, ele faz uma ampliao da foto e procura nela as figuras geomtricas que aparecem anlise e o fotgrafo se d conta, ento, de que a foto foi feita no instante decisivo (CARTIER-BRESSON, 1952: 68).