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2016.11
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
1. BREVE INTRODUÇÃO 1
2. SITUAÇÃO DA EXECUÇÃO DOS PLANOS DE ACÇÃO NO ÂMBITO DO
“PLANEAMENTO” A MÉDIO PRAZO 3
3. SITUAÇÃO DE CUMPRIMENTO DOS INDICADORES VERDES NO ÂMBITO
DO “PLANEAMENTO” A MÉDIO PRAZO 6
4. PROMOÇÃO DA GESTÃO E DEFINIÇÃO DE ÁREAS ECO-FUNCIONAIS 10
5. ANDAMENTO DOS PROJECTOS DE ESTUDO SOBRE OS CRITÉRIOS E A
LEGISLAÇÃO EM MATÉRIA DE PROTECÇÃO AMBIENTAL 11
6. CONCLUSÃO 17
Índice
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
1
1. Breve introdução
Sob o princípio “Com base no presente, planeamos o futuro”, a Direcção dos Serviços de Protecção
Ambiental (DSPA) publicou o “Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)”
(abreviadamente designado por “Planeamento”) no dia 7 de Setembro de 2012, para desenvolver, de forma
sistemática, os trabalhos de protecção ambiental de Macau.
No “Planeamento” foram definidos os 3 temas principais intitulados “Optimização do ambiente para o
tornar mais habitável e mais adequado ao turismo”, “Promoção de uma sociedade de reciclagem e
economizadora de recursos” e “Integração regional para criar um círculo mais ecológico e de qualidade” e
foram, ainda, definidos os 11 indicadores verdes para liderar, consoante a prioridade e urgência, a
implementação dos 166 planos de acção a curto (entre 2010 e 2012), a médio (entre 2013 e 2015) e a longo
(entre 2016 e 2020) prazos em 18 áreas ambientais. A par disso, foi também apresentado um conceito
sobre a definição de áreas eco-funcionais, com vista a proceder, gradualmente, à melhoria da qualidade
ambiental e à optimização do ambiente habitacional, para a realização da visão de “Transformar Macau
numa cidade de baixo carbono e criar em conjunto uma vida mais ecológica”.
Para acompanhar e supervisionar a implementação do “Planeamento”, a DSPA efectuou a análise e a
avaliação do “Planeamento” a médio prazo (entre 2013 e 2015). A par disso, para que o resultado da
avaliação fosse mais científico e objectivo, encarregou, especialmente, uma instituição de avaliação, uma
terceira parte independente – South China Institute of Environmental Sciences. MEP - de realizar o estudo
sobre a avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo do “Planeamento” e da sua eficácia,
que abrange a avaliação dos respectivos trabalhos, nomeadamente os planos de acção, os indicadores
verdes do planeamento, a definição de áreas eco-funcionais e o estabelecimento de diplomas legais e de
normas no âmbito ambiental.
Dado que o “Planeamento” tem por base o ano de 2009 como referência, foram enfrentadas algumas
incertezas, nomeadamente o surgimento das oportunidades de desenvolvimento socioeconómico sem
precedentes em Macau e a variação de circunstâncias objectivas nos diversos aspectos durante alguns anos
da sua implementação, tendo estas situações exercido uma certa influência na eficácia e implementação
previstas.
Em 2016, o Governo da RAEM publicou o “Plano quinquenal de desenvolvimento da Região
Administrativa Especial de Macau (2016-2020)” (abreviadamente designado por “Plano quinquenal”) como
plano para o desenvolvimento integral da socioeconomia nos próximos cinco anos. O “Plano quinquenal”
representa o plano de mais alto nível do Governo e desempenha um papel orientador para o futuro
“Planeamento”. Por isso, através da avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo do
“Planeamento” e da sua eficácia, pode identificar-se a variação dessas circunstâncias objectivas, para se
1
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
2
articular com o “Plano quinquenal” e com os diversos factores de variação socioeconómica, ajustando, de
forma dinâmica e oportuna, as orientações e os conteúdos do “Planeamento” no processo da
implementação da próxima fase.
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
3
2. Situação da execução dos planos de acção no
âmbito do “Planeamento” a médio prazo
De acordo com as informações obtidas nos questionários preenchidos pelos serviços competentes ou
pelos serviços públicos responsáveis pela execução, esta instituição de avaliação procedeu à análise e
avaliação da situação da execução dos planos de acção no âmbito do “Planeamento” de médio prazo (entre
2013 e 2015).
Na fase de médio prazo previa-se um “Planeamento” com 68 planos de acção, no entanto, foram
registados no total 58 planos de acção, desenvolvidos ou terminados ou em acompanhamento contínuo
(vide a tabela 1). A situação da execução dos planos de acção relativa aos temas principais é a seguinte:
Foi avaliada principalmente a situação da concretização dos planos de acção para o
ambiente atmosférico, o ambiente hídrico, o ambiente sonoro, os resíduos, o ambiente
luminoso, o ambiente radiológico e a protecção de ecossistemas e do ambiente, entre
outros aspectos. A médio prazo, a situação da execução dos 41 planos de acção previstos
para este tema é considerada aceitável. Com excepção dos 7 planos de acção que ainda
não foram desenvolvidos, nomeadamente os relacionados com a investigação de poluição,
normas técnicas e obras de protecção no âmbito do ambiente hídrico, a maioria dos planos
de acção foi desenvolvida ou terminada ou encontra-se em acompanhamento contínuo.
Tema 1: “Optimização do ambiente para o tornar
mais habitável e mais adequado ao turismo”
Foi avaliada a situação da concretização dos planos de acção focados na gestão de
energia, na poupança de energia na construção, na conservação energética da sociedade,
na reutilização e regeneração de resíduos, na reciclagem e reutilização de recursos hídricos,
na redução de emissões e produção de baixo carbono pelas empresas e no consumo de
baixo carbono, entre outros aspectos. A médio prazo, a situação da execução dos planos de
acção previstos para este tema é relativamente melhor. De entre os 18 planos de acção
previstos, apenas os 2 planos relacionados com a produção e a utilização de água
recuperada ainda não foram desenvolvidos.
Tema 2: “Promoção de uma sociedade de
reciclagem e economizadora de recursos”
2
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
4
Tabela 1 Situação da execução dos planos de acção no âmbito do “Planeamento” a médio prazo
Acções
principais Áreas ambientais
Números de
planos de
acção a médio
prazo
Planos de acção
que foram
terminados ou
desenvolvidos ou
se encontram em
acompanhamento
contínuo
Tema 1: “Optimização do ambiente para o tornar mais habitável e mais adequado ao turismo”
Prevenção e
controlo da
poluição
ambiental com
eficiência
Reforçar o controlo e a gestão da poluição
atmosférica 10 10
Proteger os recursos hídricos e melhorar a
qualidade do ambiente hídrico 10 5
Tratamento e deposição seguros e sistema de
gestão de resíduos sólidos 6 5
Controlo da poluição sonora 4 4
Prevenção e controlo da poluição luminosa 2 2
Protecção contra o ambiente radiológico 3 2
Conservação de
ecossistemas e
do ambiente
Optimização da estrutura da diversidade
ecológica com segurança 1 1
Manutenção da diversidade biológica 5 5
Foi avaliada principalmente a situação da concretização dos planos de acção para
implementação e optimização da gestão de áreas eco-funcionais, promoção da cooperação
ambiental com a Região do Delta do Rio das Pérolas, criação conjunta de cidades e bairros
de baixo carbono, etc. A médio prazo, a situação da execução dos planos de acção previstos
para este tema também é relativamente melhor. De entre os 9 planos de acção previstos,
apenas um plano relacionado com a criação de ecossistema transfronteiriço não foi
desenvolvido.
Tema 3: “Integração regional para criar um círculo
mais ecológico e de qualidade”
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
5
Tema 2: “Promoção de uma sociedade de reciclagem e economizadora de recursos”
Conservação de
recursos e
energia
Optimização da estrutura energética e reforço
da gestão de energia 1 1
Promoção de poupança de energia na
construção 2 2
Liderar toda a sociedade para conservar a
energia 2 2
Implementação
da reciclagem e
reutilização de
recursos
Reutilização e regeneração de resíduos 7 7
Reciclagem e reutilização de recursos hídricos 3 1
Construção de
uma economia e
de um sistema
social de baixo
carbono
Sistema de redução de emissões e produção de
baixo carbono pelas empresas 2 2
Criação de um sistema de consumo de baixo
carbono 1 1
Tema 3: “Integração regional para criar um círculo mais ecológico e de qualidade”
Reforço da
cooperação
ambiental
regional
Optimização e implementação da gestão de
áreas eco-funcionais 4 4
Promoção da cooperação ambiental com a
Região do Delta do Rio das Pérolas 3 2
Criação conjunta de cidades e bairros de baixo carbono 2 2
Número total dos planos de acção no âmbito do “Planeamento” a
médio prazo 68 58
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
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3. Situação de cumprimento dos indicadores verdes
no âmbito do “Planeamento” a médio prazo
O ano 2009 serve como referência no “Planeamento” e, de acordo com essa realidade, foi efectuada a
previsão sobre as diferentes situações de desenvolvimento social e foram apresentados os 11 indicadores
verdes quantificados1 nas áreas do nível de utilização de recursos e energia, da qualidade do ambiente, do
controlo dos poluentes e a sua transformação em recursos e da conservação ecológica.
No entanto, desde a elaboração do “Planeamento” até ao presente momento, passaram alguns anos e,
durante esse período de tempo, as mudanças das circunstâncias objectivas em relação à socioeconomia e
ambiente têm sido diversificadas. Mesmo que tenham sido ponderadas as diferentes situações de
desenvolvimento durante a elaboração do “Planeamento”, ainda houve uma maior diferença entre algumas
situações e a variação prevista no “Planeamento”, especialmente na variação da população e da economia.
Este facto causou mudanças visíveis nas tendências previstas para a procura de recursos e a emissão de
poluentes, como, por exemplo:
Os crescimentos da população e da densidade populacional mostraram uma tendência
descendente antes de 2009, tendo sido registado um aumento negativo em 2009, mas, em
seguida, o respectivo crescimento acelerou significativamente, ultrapassando a situação de alto
aumento da população prevista no “Planeamento”;
Entre 2005 e 2009, o crescimento médio do PIB foi aproximadamente de 15%, porém entre
2010 e 2014 acelerou e atingiu mais de 21%, e até ao ano de 2015 mostrou um ajustamento
considerável;
Nos últimos anos, o nível do crescimento de resíduos urbanos foi muito superior ao registado
antes de 2009. De 2005 a 2009, o seu crescimento médio não foi superior a 5%, no entanto,
entre 2010 e 2015 atingiu rapidamente cerca de 8%;
O aumento da procura de terrenos a serem utilizados para o desenvolvimento social e a grande
pressão produzida relativamente à manutenção da área de zonas verdes afectam o equilíbrio
entre a conservação e o desenvolvimento.
Estes factores de variação provocaram uma certa influência para o cumprimento dos indicadores
verdes previstos e causaram também um determinado nível de dificuldade em relação à avaliação. A
variação dos indicadores verdes na fase de médio prazo pode ser consultada na tabela 2.
1
Os respectivos significados podem ser consultados no “Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020) ”.
3
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
7
Tabela 2 Variação dos indicadores verdes na fase de médio prazo do “Planeamento”
N.º Áreas Indicadores verdes do Planeamento
Ano 2009
que serve
como
referência
Metas
planeadas
para 2015
Situação da
execução
em 2015
1 Nível de
utilização dos
recursos e
energia
Consumo de energia por unidade de
PIB (TJ/cem milhões de patacas) 17,0 10,0 10,3
2 Taxa de utilização de energia limpa
(%) 12,6 25 0,2
3 Taxa de reutilização das águas
recuperadas - <2 -
4 Qualidade do
ambiente
Taxa-meta anual da qualidade do ar
ambiente (%) 98 ≥98 -
5 Índice global para avaliação da
qualidade das águas costeiras1
0,77 0,75 0,75
6
Controlo dos
poluentes e a
sua
transformação
em recursos
Taxa de tratamento centralizado das
águas residuais urbanas (%) 95 97 83
7 Volume médio de ruído reduzido
por zonas2 [dB(A)] 0 1,0 1,0
8 Taxa de recolha de resíduos
recicláveis (%) 18,6 30 19,7
9 Taxa de reciclagem de resíduos
especiais e perigosos (%) 4 10 21
10
Taxa de recolha centralizada de
resíduos electrónicos e eléctricos
(%)
- 20 -
11 Conservação
ecológica Taxa de área urbana arborizada (%) 39,1 43,5 -
1 De acordo com o “Relatório sobre a Monitorização e Avaliação da Qualidade das Águas nas Zonas Costeiras de Macau
de 2011”, a respectiva avaliação global foi revista para fazer referência à “Norma da qualidade da água marítima” nacional (GB3097-97) da 3.ª categoria. Conforme esta norma, em 2015, o índice de avaliação global é de 0,55. Porém, para efectuar a comparação entre os valores para o ano de referência do “Planeamento” e para as metas previstas, foram adoptadas ainda a estimativa e a avaliação estabelecidas na norma da qualidade da água da 2.ª categoria anteriormente definida. 2 Dado que no “Planeamento” a médio prazo, não foi realizado o levantamento do ruído de Macau, foram analisados
os resultados obtidos nas quatro estações de monitorização de ruído (com excepção da estação das Zonas Ecológicas) tendo em conta os métodos adoptados no planeamento de curto prazo.
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
8
No que diz respeito à situação da execução dos 11 indicadores verdes do “Planeamento” a médio
prazo, 3 indicadores satisfizeram as expectativas, 4 não atingiram as expectativas e 4 não puderam ser
avaliados. A situação concreta respectiva é a seguinte:
Houve 3 indicadores verdes que satisfizeram as expectativas:
Foram registados 4 indicadores verdes que não atingiram as expectativas. A respectiva situação é
principalmente a seguinte:
Foi de 8,3 TJ/cem milhões de patacas em 2014, sendo inferior à meta,
mas satisfez as expectativas para 2015. No entanto, posteriormente, este
consumo, afectado pelo ajustamento económico, registou uma subida
ligeira em 2015 em relação à meta prevista.
Foi principalmente proveniente do uso de gás natural, e os seus
consumidores incluíram a Companhia de Electricidade de Macau,
moradores, autocarros, organismos públicos e estabelecimentos. Devido
à suspensão da produção de electricidade por gás natural na fase de
médio prazo do “Planeamento”, não foi atingida a respectiva expectativa
em 2015.
Visto que em 2015 procedeu-se à manutenção da parte da rede de
drenagem de águas residuais e à renovação dos seus equipamentos,
algumas águas residuais não puderam entrar directamente na Estação
de Tratamento de águas residuais para serem tratadas. Esta situação
afectou a respectiva estatística do indicador verde.
Esta taxa foi principalmente afectada por diversos factores, incluindo a
política da gestão de resíduos, que está por melhorar, a política de
restrição de entrada de resíduos no Interior da China, a oscilação de
preços de recolha, a insuficiente consciencialização da sociedade em
matéria de recolha e, nos últimos anos, o aumento da produção de
resíduos urbanos em número superior à previsão, pelo que, em Macau,
a respectiva taxa não atingiu a expectativa, mesmo que tenha mostrado
uma subida em relação à do ano em referência.
Taxa de recolha de
resíduos recicláveis
Taxa de tratamento
centralizado das águas
residuais urbanas
Taxa de utilização de
energia limpa
Consumo de energia
por unidade de PIB
Taxa de reciclagem de
resíduos especiais e
perigosos
Quantidade média de
ruído reduzido por
zonas
Índice global para
avaliação da qualidade
das águas costeiras
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
9
Além disso, houve 4 indicadores verdes que não puderam ser avaliados. A situação concreta
respectiva é a seguinte:
A sua principal causa é a da não criação das respectivas instalações no
prazo fixado.
Desde o dia 2 de Julho de 2012 foram adoptados em Macau os novos
padrões mais rigorosos para os indicadores de qualidade do ar, e foi
aumentado o parâmetro de monitorização (PM2.5), pelo que a meta
anteriormente estabelecida não se revelou adequada.
A sua principal causa é a da não criação das respectivas instalações no
prazo fixado.
Não pôde ser analisada devido à falta de informações.
Taxa de área verde
arborizada
Taxa de recolha
centralizada de
resíduos electrónicos e
eléctricos
Taxa-meta anual da
qualidade do ar
ambiente
Taxa de reutilização das
águas recuperadas
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
10
4. Promoção da gestão e definição de áreas
eco-funcionais
A definição de áreas eco-funcionais foi proposta no “Planeamento”. Relativamente aos diversos
ambientes naturais e a algumas áreas com maior nível de sensibilidade ecológica foram apresentadas
também as diferentes orientações de desenvolvimento conforme a diferença entre as áreas eco-funcionais.
Propôs-se ainda a implementação de medidas de protecção ambiental aquando do desenvolvimento
urbano. Desta forma, proceder-se-á à coordenação das ligações entre o ambiente habitável, o
desenvolvimento económico e o meio ambiente, com vista a atingir um equilíbrio entre a construção
urbana e a conservação ecológica.
O “Planeamento” definiu as acções a curto, médio e longo prazos, com o intuito de melhorar e
implementar, passo a passo, a definição de áreas eco-funcionais. Na fase de médio prazo do “Planeamento”
a DSPA concluiu o “Estudo sobre a definição de áreas eco-funcionais da Região Administrativa Especial de
Macau e o seu mecanismo de gestão”. Actualmente, as respectivas informações foram apresentadas aos
serviços responsáveis pelo planeamento, para que estas áreas sejam tidas em consideração durante a
elaboração do plano director urbanístico.
4
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
11
5. Andamento dos projectos de estudo sobre os
critérios e a legislação em matéria de protecção
ambiental
Dado que os diplomas legais sobre o ambiente de Macau não são completos, o “Planeamento” propôs
projectos de estudo sobre a legislação e os critérios a serem desenvolvidos em diferentes áreas ambientais.
Com base na fase de curto prazo do “Planeamento”, o “Planeamento” promoveu, continuamente, o
estabelecimento dos diplomas legais na fase de médio prazo. Vide a tabela 3.
Tabela 3 Andamento dos projectos de estudo sobre os critérios e a legislação em matéria de protecção
ambiental
Áreas
ambientais
Projectos de estudo sobre os
critérios / a legislação Breve introdução
Ambiente
sonoro
Lei n.º 8/2014 (Prevenção e
controlo do ruído ambiental)
A Lei n.º 8/2014 (Prevenção e controlo do ruído
ambiental) foi revista com base na lei anterior (o
Decreto-Lei n.º 54/94/M) e veio reforçar,
principalmente, a regulação do ruído proveniente da
cravação de estacas em obras e o da vida social, que
mais incomodam os residentes. O seu objectivo
principal é o de optimizar o conteúdo legal e proteger
mais o ambiente de vida tranquila dos residentes.
5
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
12
Ambiente
atmosférico
“Elaboração das normas que
regulam os níveis de emissão
das principais fontes fixas de
poluição do ar e melhoria do
seu regime de fiscalização em
Macau”
Com o intuito de melhor controlar a emissão de
poluentes atmosféricos pelos principais
estabelecimentos industriais e comerciais de Macau foi
lançado, prioritariamente, o Regulamento
Administrativo n.º 12/2014 “Limites de emissão de
poluentes atmosféricos e normas de gestão de
instalações dos estabelecimentos industriais de
produção de cimento”, de acordo com os trabalhos de
consulta concluídos em 2014 sobre a “Elaboração das
normas que regulam os níveis de emissão das principais
fontes fixas de poluição do ar e melhoria do seu regime
de fiscalização em Macau” e, posteriormente, será
prosseguido o respectivo plano para impulsionar
ordenadamente os trabalhos legislativos relativos às
normas de emissão de poluentes atmosféricos nos
restantes estabelecimentos industriais e comerciais
principais.
Regulamento Administrativo
sobre “Valores-limite de
emissão de gases de escape
poluentes dos veículos em
circulação e métodos de
medição”
Para preencher a lacuna das actuais normas de emissão
de gases de escape dos veículos em circulação,
melhorar a qualidade do ar nas vias públicas de Macau,
assegurar a saúde da população e elevar a consciência
dos proprietários em relação à reparação e
manutenção regular dos seus veículos foi concluído o
projecto de regulamento administrativo intitulado
“Valores-limite de emissão de gases de escape
poluentes dos veículos em circulação e métodos de
medição”, tendo o mesmo sido submetido a processo
legislativo em 2015.
Revisão sobre “Benefícios
fiscais de eco-veículos”
Com objectivo de melhor promover a política de
utilização de eco-veículos e articular com a política de
controlo da quantidade de veículos, o Governo da
RAEM restringiu, em 2015, os valores-limite de
eficiência de combustível constantes do Despacho do
Chefe do Executivo n.º 41/2012 “Normas Ecológicas de
Emissão de Gases Poluentes por Automóveis Ligeiros
Novos”, no sentido de restringir o âmbito dos
benefícios fiscais para obter uma melhor eficiência
ambiental.
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
13
Ambiente
atmosférico
Regulamento Administrativo
sobre “Normas relativas à
gasolina sem chumbo e ao
gasóleo leve para veículos”
Para controlar eficazmente a emissão de gases de
escape de veículos e elevar os critérios relativos à
gasolina sem chumbo e ao gasóleo leve para veículos
de Macau foi concluído o projecto de regulamento
administrativo intitulado “Normas relativas à gasolina
sem chumbo e ao gasóleo leve para veículos”, tendo o
mesmo sido submetido a processo legislativo1 em 2015
“Plano do apoio financeiro
para o abate dos motociclos e
ciclomotores com motor a
dois tempos”
Com o intuito de acelerar o abate de motociclos e
ciclomotores altamente poluentes com motor a dois
tempos, melhorar a qualidade do ar nas vias públicas
de Macau e garantir a saúde dos residentes, foi
concluído o projecto de regulamento administrativo
intitulado “Plano do apoio financeiro para o abate dos
motociclos e ciclomotores com motor a dois tempos”,
tendo o mesmo sido submetido a processo legislativo
em 2015.
“Fixação dos limites de
emissão de gases de escape a
que devem obedecer os
automóveis novos aquando
da sua importação”
Com o intuito de controlar e evitar, a partir da fonte, a
importação de veículos altamente poluentes para
Macau foi lançado, em 2012, o Regulamento
Administrativo n.º 1/2012 “Fixação dos limites de
emissão de gases de escape a que devem obedecer os
automóveis novos aquando da sua importação”.
“Normas para controlo de
emissão de fumos oleosos em
estabelecimentos de
restauração e bebidas e
melhoramento do regime de
fiscalização em Macau”
Para aliviar o impacto provocado pela emissão de
fumos oleosos em estabelecimentos de restauração e
bebidas nos residentes e no ar do ambiente foi
concluída, em 2015, a consulta pública sobre as
“Normas para controlo de emissão de fumos oleosos
em estabelecimentos de restauração e bebidas e
melhoramento do regime de fiscalização em Macau”, e
foi publicado o respectivo relatório final. As opiniões
dos diversos sectores sociais recolhidas na consulta
pública servirão de referência para a promoção dos
futuros trabalhos legislativos relativos ao controlo da
emissão de fumos oleosos.
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
14
Ambiente
hídrico
“Regulamento de águas e de
drenagem de águas residuais
de Macau” (Revisão)
Foi iniciada a revisão do “Regulamento de águas e de
drenagem de águas residuais de Macau”, incluindo os
critérios de qualidade da água potável, obras de
alimentação e drenagem de águas, etc.
Resíduos
sólidos
“Regime de gestão de
resíduos de materiais de
construção de Macau”
Pretende-se evitar e reduzir, na fonte, a produção de
resíduos de materiais de construção, através de meios
financeiros e de melhoria do planeamento, da
concepção e da gestão da construção. Para o efeito foi
realizada a consulta pública sobre o “ Regime de gestão
de resíduos de materiais de construção de Macau”.
“Promoção do Regime de
limitação do uso de sacos de
plástico para compras”
A fim de reduzir o uso de sacos de plástico a partir da
fonte e criar uma vida ecológica foi realizada a consulta
pública sobre a “Promoção do Regime de limitação do
uso de sacos de plástico para compras”.
“Instruções para a separação
dos resíduos nos locais de
construção”
Estas instruções visam dar ao sector de construção civil
o conhecimento claro sobre os requisitos de separação
dos resíduos de materiais de construção, de modo a
articular com o regime de gestão de resíduos de
materiais de construção a ser implementado no futuro.
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
15
Resíduos
sólidos
“Instruções para a redução, o
tratamento e a separação de
resíduos de materiais
resultantes de convenções e
exposições”
Incentiva-se o sector a adoptar o projecto ambiental
adequado na fase de planeamento de convenções e
exposições, a definir previamente os tipos de materiais
recicláveis, a reduzir as decorações desnecessárias, a
adoptar os materiais reutilizáveis e os produtos amigos
da protecção ambiental, assim como se estimula
também o sector, após a realização dos eventos, a
remover cautelosamente os materiais decorativos
passíveis de ser reutilizados e a realizar a recolha
selectiva de resíduos, de modo a reduzir a sua
produção.
Ecologia natural
Normas de gestão das zonas
de protecção dos recursos
naturais
Relativamente aos trabalhos de manutenção e gestão
das Zonas Ecológicas no Cotai, tendo em conta o
modelo de gestão das regiões vizinhas e as experiências
anteriormente acumuladas, foi estabelecido um
conjunto de normas de gestão que integram a
investigação ecológica regular, a gestão sazonal de
habitat e as instalações de sensibilização e de
educação. As respectivas normas constam do processo
do concurso público sobre Zonas Ecológicas no Cotai e
do plano de trabalhos periódicos.
Gestão
ambiental
Fundo para a protecção
ambiental e a conservação
energética
Em 2011 foi criado o “Fundo para a protecção
ambiental e a conservação energética”, e foi publicado
o Regulamento Administrativo n.º 22/2011 “Plano de
Apoio Financeiro à Aquisição de Produtos e
Equipamentos para a Protecção Ambiental e a
Conservação Energética”2 para o apoio financeiro à
aquisição ou à substituição de produtos e
equipamentos que podem contribuir para a melhoria
da qualidade ambiental, o reforço da eficiência
energética ou a poupança de água.
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
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Gestão
ambiental
Regime de Avaliação do
Impacto Ambiental para os
projectos
Realizou-se o estudo sobre a execução do regime de
avaliação do impacto ambiental em Macau. Foi
publicada a “Lista Classificativa de Projectos de
Construção que Precisam de se Sujeitar à Avaliação de
Impacto Ambiental” (experimental) e foram
actualizadas as “Instruções para elaboração do relatório
de avaliação do impacto ambiental” e as respectivas
instruções.
Convenções
internacionais
Controlo da importação de
resíduos perigosos
Foram efectuados os trabalhos de elaboração do
despacho do Chefe do Executivo sobre o controlo da
importação de resíduos perigosos. Por outro lado,
conforme o estudo anterior sobre o cumprimento da
Convenção de Basileia, continuar-se-á a melhorar o
regime de gestão de importação de resíduos para
Macau3.
Nota: 1 Foi publicado, em 13 de Junho de 2016, o Regulamento Administrativo n.º 15/2016 “Normas relativas à
gasolina sem chumbo e ao gasóleo leve para veículos”.
2 O prazo de apresentação da candidatura ao respectivo plano terminou em 31 de Dezembro de 2015.
3 Em 6 de Junho de 2016, o Governo da RAEM publicou o Despacho do Chefe do Executivo n.º 171/2016 para
proibir, na RAEM, a importação e o trânsito dos resíduos perigosos de Taiwan constantes do anexo I da
Convenção de Basileia. Com o intuito de melhorar constantemente o controlo da importação de resíduos
perigosos para Macau, a DSPA está a acompanhar os trabalhos legislativos relativos à melhoria da
fiscalização nessa matéria.
“Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)” Avaliação da implementação das acções da fase de médio prazo e da sua eficácia
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6. Conclusão
O “Planeamento” é um documento programático para os trabalhos da protecção ambiental de Macau
e a sua implementação implica um processo longo e dinâmico. Com o intuito de cumprir as metas dos
planeamentos e implementar os planos de acção, a DSPA e os diversos serviços do Governo da RAEM têm
investido na melhoria da qualidade ambiental, na promoção da prevenção e controlo da poluição, na
promoção da conservação energética e redução de emissões e na preservação do ambiente natural.
Para avaliar a execução do planeamento, a DSPA efectuou a avaliação da implementação e da eficácia
do “Planeamento” de acordo com o respectivo mecanismo de supervisão. Na sua fase de médio prazo foi
definido um total de 68 planos de acção divulgados nas 18 áreas ambientais e com os 3 temas principais
intitulados “Optimização do ambiente para o tornar mais habitável e mais adequado ao turismo”,
“Promoção de uma sociedade de reciclagem e economizadora de recursos” e “Integração regional para criar
um círculo mais ecológico e de qualidade”. De entre esses planos, 42 planos encontram-se terminados ou
em acompanhamento contínuo e 16 planos foram desenvolvidos, correspondendo a cerca de 85% do
número total de planos. Em termos gerais, a situação da respectiva implementação é satisfatória. No
entanto, ainda houve 10 planos de acção que não foram desenvolvidos e que se relacionam principalmente
com os trabalhos relativos às águas recuperadas, às obras na área do ambiente hídrico, à colaboração
ecológica transfronteiriça, entre outros.
No que se refere à situação da execução dos 11 indicadores verde avaliados na fase de médio prazo do
“Planeamento”, houve 3 indicadores que satisfizeram as expectativas, o que revela que foram cumpridas as
metas previstas em termos de qualidade das águas costeiras, nível de ruído das zonas e transformação de
resíduos especiais e perigosos em recursos. Também houve 4 indicadores que não atingiram as expectativas,
nomeadamente os relativos ao consumo de energia por unidade de PIB, à taxa de utilização de energia
limpa, à taxa de tratamento centralizado das águas residuais urbanas e à taxa de recolha de resíduos
recicláveis. Por outro lado, também houve 4 indicadores que não puderam ser avaliados, nomeadamente os
relativos à taxa de reutilização das águas recuperadas, à taxa-meta anual da qualidade do ar ambiente, à
taxa de recolha centralizada de resíduos electrónicos e eléctricos e à taxa de área urbana arborizada.
Além disso, foram ainda concluídos os trabalhos de estudo sobre a definição de áreas eco-funcionais
na fase de médio prazo do “Planeamento”, tendo sido apresentadas as respectivas informações aos serviços
responsáveis pelo planeamento, para que essa matéria seja tida em consideração durante a elaboração do
plano director urbanístico.
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Em simultâneo, na fase de médio prazo do “Planeamento” foram promovidos a elaboração de normas,
o estudo sobre o projecto da legislação e os trabalhos legislativos em diversas áreas de protecção ambiental,
por exemplo, a Lei n.º 8/2014 (Prevenção e controlo do ruído ambiental) e alguns diplomas legais em
matéria de ambiente atmosférico, resíduos, entre outros, os quais se encontram em revisão, ou em que as
consultas públicas foram concluídas, sendo os respectivos documentos elaborados para que possam entrar
na próxima fase de trabalhos e sejam implementados na fase de longo prazo.
Alguns conteúdos do “Planeamento” a médio prazo não puderam ser implementados como previsto.
Um dos principais motivos foi a utilização do ano 2009 como referência no “Planeamento”. Durante alguns
anos para a sua implementação, o desenvolvimento e a mudança socioeconómicos sem precedentes em
Macau fizeram alguma diferença nas previsões originais e causaram uma determinada influência na sua
implementação e eficiência. A par disso, a não correspondência entre a previsão e alguns conteúdos do
“Planeamento” de médio prazo também se deve ao ajustamento de algumas políticas, projectos de
construção ou normas.
Com a publicação do “Plano quinquenal” em 2016, a DSPA irá, de acordo com o plano para o
desenvolvimento integral da socioeconomia da RAEM e a situação de implementação da fase de médio
prazo do “Planeamento”, e mediante o modo dinâmico e a aplicação de métodos de execução de
faseamento “planeamento-execução-avaliação-revisão-actualização de planeamento”, continuar a ajustar
alguns planos de acção e indicadores verdes para a correspondente preparação, esperando que os
trabalhos integrais continuem a avançar em direcção à melhoria ambiental.
Através da experiência da avaliação da fase de médio prazo do “Planeamento” foi obtido o
conhecimento de uma relação muito importante entre o grau de variação social de Macau e a
implementação do “Planeamento”. No “Planeamento” a longo prazo propõe-se que sejam reforçados os
seus mecanismos de supervisão e garantia, e que se ajustem as suas orientações de implementação,
mediante a aplicação de métodos de execução de faseamento para o acompanhamento do
desenvolvimento social, de modo a que sejam implementados, eficazmente, os diversos planos de acção do
“Planeamento” a longo prazo. Desenvolver-se-ão, ainda, todos os esforços para a concretização das metas
planeadas.
O “Planeamento” é um processo longo e dinâmico em que deve participar toda a sociedade. A DSPA
continuará a envidar todos os esforços para promover a implementação de missões do “Planeamento”,
esperando que, com o estabelecimento de um sistema mais eficaz para a execução do “Planeamento”, a
cooperação dos serviços públicos, a participação do público e a colaboração activa dos diversos sectores
sociais, se promova, de forma mais eficaz, o futuro cumprimento das metas do “Planeamento” a longo
prazo e a realização da visão de “Transformar Macau numa cidade de baixo carbono e criar em conjunto
uma vida mais ecológica”.
-Fim-
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