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    12TCNICO EMMULTIMEIOS DIDTICOS1212

    -CursoT

    cnicodeFormaoparaosFuncionriosdaEducao/TecnicoemM

    ultimeios

    didticos:Bibliotecaescolar

    pro

    uncionrio

    prouncionrioCurso Tcnico de Formao para

    os Funcionrios da Educao

    Biblioteca

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    Braslia 2009

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    Governo Federal

    Ministrio da EducaoSecretaria de Educao Bsica

    Diretoria de Polticas de Formao, Materiais Didticos e de Tecnologias para a Educao Bsica

    Universidade de Braslia(UnB)

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    P644b Pimentel, Graa.

    Biblioteca escolar. / Graa Pimentel, Liliane Ber-nardes, Marcelo Santana. Braslia : Universidade deBraslia, 2009.

    116 p.

    ISBN: 978-85-230-0970-0

    1. Bernardes, Liliane. 2. Santana, Marcelo. I. Ttulo.II. Profuncionrio Curso Tcnico de Formao paraos Funcionrios da Educao.

    CDD 027.8

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

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    ApresentaoPrezado(a) educador(a),

    Temos certeza de que o Curso Tcnico de Formao para osFuncionrios da Educao tem sido h muito tempo esperado

    por voc que atua no fazer da escola.

    O Curso de Formao sem dvida um passo importante para o re-conhecimento e a valorizao dos profissionais que se ocupam com a

    organizao da escola, construindo dia-a-dia um ensino de qualidade.

    Foi pensando no valor que cada profissional da escola exerce no processode construo de saberes, que foi planejado este mdulo para que voc pos-

    sa refletir sobre seu papel no mbito da biblioteca escolar e o quanto educa-dor sem muitas vezes se perceber como tal.

    Escrever sobre essa interao no ambiente da escola foi algo extremamente pra-zeroso para ns, principalmente porque traz para voc uma das melhores delciasque nela existe: a biblioteca. l que esto guardados os melhores tesouros oslivros. Essa uma das portas mais importantes para o conhecimento humano. sobre ela que vamos conversar neste mdulo.

    Objetivo

    Ampliar o conhecimento dos funcionrios da educao a respeito da Biblioteca es-colar para que possam atuar no processo pedaggico da escola contribuindo paraa promoo e democratizao da leitura.

    Ementa

    Biblioteca escolar. Organizao de acervo bibliogrfico. Dinamizao da biblioteca.Mediadores da leitura. O museu e a escola.

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    Sumrio

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    UNIDADE 1 Breve histrico da escrita, da leiturae do livro 09

    UNIDADE 2 O que uma biblioteca? 17

    UNIDADE 3 Organizao da biblioteca escolar 23

    UNIDADE 4 Formao e desenvolvimentodo acervo 29

    UNIDADE 5 Organizao do acervo 35

    UNIDADE 6 Processamento tcnico 39

    UNIDADE 7 Sistemas de classificao 51

    UNIDADE 8 Catalogao 57

    UNIDADE 9 Dinamizao da biblioteca escolar 69

    REFERNCIAS 112

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    Antes de falarmos sobre a biblioteca escolar importante co-nhecer um pouco sobre a evoluo da escrita e seus suportes,o registro da memria e os domnios do saber que nos reme-tem aos livros e s bibliotecas atuais.

    Voc sabia que durante muitos sculos os conhecimentos fo-ram transmitidos de gerao em gerao por meio da tradi-

    o oral? Pois . Naquele tempo, os considerados sbios eramaqueles que conseguiam transmitir os conhecimentos, porisso eram tambm responsveis pela difcil misso de repas-s-los por meio da tradio oral, que por no ser registrada(escrita), acabava comprometendo a integridade da informa-o, variando de acordo com a interpretao de cada um.

    Mas, como se sabe, com o tempo as coisas tomaram outrosrumos e foram surgindo novos meios de se comunicar. Emespecial, a escrita que mudou as relaes entre os homens ea forma deles interagirem com a natureza em funo de outrasnecessidades. Portanto, pode-se dizer que o surgimento daescrita propiciou o aparecimento das tecnologias, fundamen-tal ao desenvolvimento do ser humano.

    O grande marco na histria da humanidade foi, sem dvida, ainveno dalinguagem escrita. Ao preservar seus sentimen-tos, suas tecnologias e seus anseios num conjunto de marcas,o homem criou a possibilidade de acumulao e produo de

    conhecimentos que propiciaram o surgimento da filosofia, dascincias e das artes. No se tem certeza absoluta da data dosurgimento da linguagem escrita, mas alguns estudiosos di-zem que ela surgiu na Mesopotmia, localizada entre os RiosTigre e Eufrates, local onde apareceram as primeiras civiliza-es, aproximadamente no ano 4.000 a.C.

    Alguns autores acreditam que as mais antigas ins-cries descobertas at hoje foram achadas em Uruk

    (atual cidade de Warka, no sul do Iraque) e datam de3.300 antes de Cristo. Como os sinais eram formados porum junco ou cabo de madeira que deixava um traadosemelhante a uma cunha, esse tipo de escrita recebeu onome de cuneiforme derivado do termo latino cuneus,

    que significa cunha.

    Os mesopotmios usaram a escrita cuneiforme para contro-lar as mercadorias que entravam e saam dos seus palcios

    A Mesopotmia nome gregoque significa entre rios(meso ptamos) uma

    regio de interesse histricoe geogrfico mundial. Trata-

    se de um planalto de origemvulcnica, localizado noOriente Mdio, delimitadaentre os vales dos Rios Tigree Eufrates, ocupada pelo atualterritrio do Iraque e terras

    prximas.

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    e templos. Inicialmente era pictogrfica, ou seja, o boi erarepresentado por sinais que lembravam sua cabea, enquan-to o desenho do sol surgindo no horizonte significava o dia.A escrita cuneiforme disseminou-se por todo o Oriente pr-ximo ao segundo milnio a.C., sendo utilizada por diferentespovos da regio, como sumrios, semitas, assrios e babil-nios.

    Livros de barro 22.000 placas de argila gravadasformavam o acervo da mais antiga biblioteca de que setem notcia: a do reiAssurbanipal, na Assria, construda

    sete sculos antes de Cristo.

    A pictografia uma forma de escrita pela qual idias so trans-mitidas atravs de desenhos. Esse tipo de escrita era entendi-da em qualquer lngua falada, pois possua um grande nmerode smbolos.

    Os pictogramas parecem ser absolutamente auto-explicativose universais, mas na verdade possuem limitaes culturais.Por exemplo, os pictogramas de banheiro, em que o sexo diferenciado por uma representao de uma figura femininausando uma saia, podem ser um problema na identificao

    por usurios no ocidentais. Pense bem, para os homens podeser difcil compreender a cultura adotada em determinadoslugares em que o uso de saias masculinas comum. Essa di-ferenciao entre sexos em pictogramas ocidentais pode noser bem interpretada.

    Assurbanipal foi o ltimogrande rei dos assrios. Noseu reinado (por volta de 668-627 a.C.), a Assria tornou-se

    a primeira potncia mundial.Seu imprio inclua Babilnia,

    Prsia, Sria e Egito

    A palavra pictograma vemdo latim pictu = pintado +

    grego = letra; ou seja, letrapintada.

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    Hoje, o pictograma tem sido muito utilizado como sinalizaode locais pblicos (trnsito, endereos, explicaes, proibi-es etc.) em diversas peas de design grfico.

    Registre em seu memorial os pictogramasque so mais usuais no seu cotidiano.

    Logo em seguida, surge a escrita hieroglfica egpcia, surgidaem torno do ano 3000 a.C. Os responsveis pela tarefa de es-crever chamavam-se escribas, homens muito admirados doEgito antigo, sendo muitos deles adorados como deuses.

    Figura Hierglifos instrumento usado pelos escribas, sa-cerdotes e membros da realeza para ler e escrever

    E o que hierglifo? um termo que junta duas palavras gre-gas hiero que significa sagrado e glyfus que significa escrita.Poucas pessoas na antiga civilizao dominavam e conheciama arte desses sinais que eram considerados sagrados. Suas in-cries eram mais comuns nas paredes de templos e tmulos,e com o tempo foi evoluindo para uso em papiros ou placasde barro.

    Os escribas, para escrever, utilizavam objetos de metal, osso emarfim, sendo que uma das extremidades era larga e pontia-

    guda, e a outra era plana em forma de paleta com a finalidadede cancelar o texto, alisando o material arranhado ou errado.

    Design grfico uma formade comunicao visual eest relacionado criaode informao por meio detexto e imagem. Atualmente,

    um recurso utilizadoprincipalmente pela mdia paraassociar um estilo a produtoscomerciais.

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    Inicialmente, utilizados para registros contbeis como sacasde trigo, cabeas de boi etc.; posteriormente as tbuas foramutilizadas para outras finalidades que no o registro contbil,como narraes histricas, relatos picos, religiosos e outrostipos de inscries.

    A histria do homem mostra-nos que alguns tipos de escrita

    criados por outros povos, surgiram tambm como necessida-de. Abaixo segue breve resumo:

    a) cuneiforme idealizada pelos sumrios em forma de figu-ras gravadas sob tbuas de argila utilizando-se de estilete.A pgina era cozida no forno;

    b) hieroglfica nome grego para a escrita pictrica dos anti-gos egpcios. Traduzida ao p da letra hieroglifo significainscrio sagrada. A escrita hieroglfica possibilitou aos

    egpcios registrarem dados diversificados de sua culturapor meio de signos. As idias passaram a ser expressaspor sinais cada um com seu valor fontico e no maisatravs de desenhos. Esse tipo de escrita era composto porcerca de 1.000 sinais;

    c) mnemnica utilizada pelos incas da Amrica do Sul, divi-dia-se em dois sistemas: os equipos e os wampus;

    d) fontica surgiu com a necessidade de fixar o pensamento

    humano. A imagem visual foi substituda pela sonora dan-do incio escrita silbica, em que os sinais representamsons;

    e) ideogrfica os objetos eram representados por sinais queinterpretavam graficamente idias. Por exemplo: a escritachinesa.

    Equipos: formados por cordes de l em cores di-versas onde as amarraes e os ns representavam uma

    idia (transmitiam idias e no palavras).

    Wampus: um sistema baseado em colares de conchas jus-tapostas, cujas combinaes formavam figuras geom-tricas.

    Como voc pde perceber, a escrita permitiu o registro da me-mria, a veiculao das idias e a criao de novas realidades,contribuindo para ampliao do conhecimento e conseqen-

    temente do registro dos diferentes domnios do saber quegera at hoje o avano das tecnologias.

    Hieroglfica

    Escrita

    Escrita chinesa

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    Esse passeio pela histria nos faz observar que desde osprimrdios dos tempos, o homem procurou registrar suasimpresses, utilizando-se de materiais orgnicos e inorgni-cos, como tintas vegetais, minerais e outros suportes encon-trados na natureza, como a argila, os ossos, as pedras, o cou-ro, a madeira, o papiro, o pergaminho e, finalmente, o papelque teve sua origem na China.

    O alfabeto

    At chegarmos escrita alfabtica passamos por um lentoprocesso evolutivo.

    Para muitos a inveno do alfabeto atribuda ao povo deUgarit (atual Sria) que desenvolveu um alfabeto compostopor vinte a trinta signos cuneiformes. Em seguida, os fencioscriaram um alfabeto com 22 letras. Estes dois povos so osmaiores responsveis pela disseminao do alfabeto no mun-do antigo.

    Por serem comerciantes e navegadores, os fencios em seusdeslocamentos difundiam rapidamente essa nova invenoentre os povos do Mediterrneo: o aramaico, o hebraico, ocopta, o rabe e o grego tm a sua origem. Desse modo,acredita-se que o alfabeto fencio acabou estimulando outrospovos a criarem em conformidade com suas lnguas, seusprprios sistemas de escrita.

    O povo grego, por exemplo, deve a inveno do seu alfabetoaos fencios, onde utilizava a abstrao alfabtica para subs-tituir cada som por uma letra, formando assim o primeiro al-fabeto da histria. O alfabeto fencio foi utilizado por volta dofinal do sculo XII antes de Cristo.

    Da escrita grega, originou-se o etrusco, que deu origem ao la-tim, que, por sua vez, deu origem ao portugus. Deve-se res-

    saltar que a escrita alfabtica, juntamente com a descobertado papel, propiciou a democratizao do conhecimento. As-sim, o que era antes privilgio somente de escribas, membrosda igreja e da realeza passou a fazer parte do cotidiano dediferentes segmentos sociais.

    Os livros

    Para voc ter uma idia, os livros eram escritos manualmen-te e s eram encontrados nos palcios e nos templos, sendo

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    usados por sacerdotes e reis, que eram os poucos privilegia-dos que sabiam ler e escrever. O livro representava uma os-tentao, um objeto de luxo.

    Com a descoberta do papel e a inveno da imprensa por Gu-tenberg, o ler e o escrever foram se encontrando e ganhandoformas de registro.

    A partir da, deu-se incio multiplicao dos livros e as biblio-tecas tornaram-se mais acessveis ao povo, embora com umaspecto formal, voltadas mais para a preservao do acervodo que para sua disseminao. Essas bibliotecas eram vistascomo espaos para os intelectuais. Os livros ainda eram privi-lgios de poucos, exigiam tratamento especial e eram cuida-dosamente guardados.

    A inveno da imprensa por Gutenberg foi um marco para

    a ampliao do conhecimento, pois possibilitou a construode colees particulares. Os livros passaram a ser material deconsumo e de uso domstico deixando de ser privilgio depoucos. Todo esse caminho fez com que as bibliotecas, porsua vez, tomassem novos rumos, ganhando novas atribui-es. Se antes elas eram espaos silenciosos e de guarda delivros, hoje, com o avano das novas tecnologias da comuni-cao e da informao, passaram a agregar novas formas dedifuso da cultura.

    O primeiro livro impresso por Gutenberg a clebreBblia de 42 linhas , em tipos gticos o marco his-trico dessa revoluo que significou a possibilidade de

    produzir livros em escala industrial e, automaticamente,para um nmero quase ilimitado de leitores.

    PARA SABER MAIS SOBRE O LIVRO NA IDADE MDIAACESSE O LINK ABAIXO:

    http://www.escritoriodolivro.org.br/historias/idade-media.html

    Isso nos faz pensar que nossos antepassados tiveram de per-correr um longo caminho at chegar ao nosso conhecidopapel, ao livro, ao computador, ao CD-ROM, internet e aose-books. A utilizao da tecnologia foi, e ainda , uma cons-

    tante na viabilizao da descoberta de novas formas de codi-ficao.

    Johannes Gutenberg

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    CD-ROM: um disco ptico de armazenamento dedados.

    E-book: termo ingls que significa livro eletrnico. averso de um livro impresso em papel em base digital quepode ser lido no computador ou num dispositivo eletr-nico especificamente designado para a leitura do docu-

    mento.

    Quanta coisa mudou no mesmo? E mudou para melhor!Hoje, voc pode fazer uma pesquisa em questes de minu-tos, ou segundos, resolver um problema bancrio sem sair decasa e ainda escrever e enviar mensagens sem gastar com apostagem das cartas. E mais, bater papo com parentes e ami-gos e ainda os ver em seu monitor do computador. Quanta re-

    voluo! Agora, imagine voc tendo de ir para a caverna paraesculpir alguma mensagem? Ou pegar uma tbua de argilapara poder se comunicar? Ou entrando numa loja para pedirum rolo de papiro? Voc faz idia de como seriam guardadasessas informaes?

    Pois . Quanto trabalho!

    Com a multiplicao dos livros, as bibliotecas tiveram quese evoluir e nos espaos informacionais foram surgindo. Os

    livros ganharam outros formatos na edio para atender osmais diferentes tipos de leitores.

    O mercado editorial, para atender a modernidade tecnolgicae as novas demandas por leitura, aumentou sua capacidadee passou a produzir milhares de exemplares em um curto pe-rodo de tempo. Esse processo contribuiu substancialmentecom a democratizao e com a difuso do livro e da leitura nopas.

    Assim, podemos dizer que a biblioteca uma alternativa de in-cluso social e se configura como um ambiente democrtico,tendo a informao como uma ferramenta importante para aconscientizao dos direitos e deveres de cada cidado comomembro da sociedade.

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    Quando falamos de biblioteca, qual a primeira idia que vem sua cabea?

    J que a nossa unidade sobre a biblioteca e espaos de lei-tura, fundamental definir o termo biblioteca.

    Veja como Ferreira (1986, p. 253) define no dicionrio a pala-vra biblioteca:

    1. Coleo pblica ou privada de livros e documentos cong-neres, organizada para estudo, leitura e consulta.

    2. Edifcio ou recinto onde se instala essa coleo.

    3. Estante ou outro mvel onde se guardam e/ou ordenam oslivros.

    interessante voc saber que no toa que a palavra biblio-teca tem sua origem nos termos gregosbiblon (livro) e theka(caixa), significando o mvel ou lugar onde se guardam livros.Foi no Egito que existiu, desde o sculo IV a.C., a mais clebree grandiosa biblioteca da Antiguidade, a de Alexandria, quetinha como ambio reunir em um s lugar todo o conheci-mento humano. Seu acervo era constitudo de rolos de papiro

    manuscritos aproximadamente 60 mil, contendo literaturagrega, egpcia, assria e babilnica.

    No entanto, o conceito e as explicaes para a palavra biblio-teca vm se transformando e se ajustando por meio da prpriahistria das bibliotecas. Para Fonseca (1992, p. 60), um novoconceito o de biblioteca menos como coleo de livros eoutros documentos, devidamente classificados e catalogadosdo que como assemblia de usurios da informao. Issoquer dizer que as bibliotecas no devem ser vistas como sim-

    ples depsitos de livros. Elas devem ter seu foco voltado paraas pessoas no uso que essas fazem da informao oferecendomeios para que esta circule da forma mais dinmica possvel.

    1 Tipos de bibliotecas

    Para muitos autores, a tipologia de cada biblioteca dependedas funes desempenhadas por ela. De acordo com este en-

    tendimento, ela pode ser:

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    1.1 Biblioteca escolar

    Voc viu que existem vrios tipos de bibliotecas. Especifica-mente, nesta unidade, vamos refletir a respeito da bibliotecaque est mais prxima de voc: a biblioteca escolar.

    comum as escolas destinarem um espao para leitura. Ge-

    ralmente, esses espaos so chamados de Salas de Leitura ouBiblioteca Escolar. Na sua escola com certeza deve ter uma.

    No entanto, a experincia nos vem mostrando que na prticamuitas das bibliotecas escolares vm sendo utilizadas inade-quadamente, sob a viso de um conceito ultrapassado. Assim, comum observ-las sendo usadas como simples depsitosde livros. Com relao questo administrativa, tambm co-mum encontrarmos frente das bibliotecas escolares pessoasque, apesar de extrema boa vontade, no esto capacitadas

    para esta tarefa.

    A escola antiga era assim: no dispunha de biblioteca, ouquando a possua era mais para servir de consulta aos profes-sores e no para uso dos alunos. O ensino era voltado para olivro escolhido e os textos indicados.

    No entanto, nem toda escola igual. Muitas delas sabemvalorizar esse tesouro fantstico e tornam as bibliotecas suasaliadas no fazer pedaggico, tornando-a uma extenso da

    sala de aula.

    A escola que no proporciona aos alunos o contato com aleitura, no ensina a ler. Mas bom lembrar que este deveser um compromisso de todos que trabalham na escola. Umagrande fora-tarefa deve ser formada para transformar a bi-

    blioteca em um espao ativo paramelhorar os ndices de leitura. Este um bom comeo para envolver

    todos os profissionais de educao,em atividades como: hora do conto,contao de histrias, representaoteatral, jornada pedaggica, concur-sos literrios, recitais poticos etc.

    Voc, por exemplo, pode ser um ex-celente contador de histrias. Imagi-ne-se construindo uma poesia e apre-sentando seu talento para os alunos,

    professores e seus colegas. Imagine

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    TEvoc criando textos, uma pea de teatro, compondo uma m-

    sica. J pensou?

    Sendo a escola um espao de aprendizagem permanente, reciso usufruir das coisas boas que l existem e desenvol-

    ver suas potencialidades ajudando, assim, a escola a crescer.dessa interao que estamos falando.

    Nesse sentido, a biblioteca escolar no deve ser s um espaode ao pedaggica, servindo como apoio construo doconhecimento e de suporte a pesquisas. Deve ser, sim, umespao perfeito para que todos que nela atuam possam utili-z-la como uma fonte de experincia, exerccio da cidadaniae formao para toda a vida.

    consenso dos educadores que o desempenho escolar fluimelhor quando a escola tem uma biblioteca dinmica.

    Est escrito no Manifesto da Unesco (1976, p.158-163) sobreiblioteca escolar:

    Biblioteca a porta de entrada para o conhecimen-to, fornece as condies bsicas para o aprendizado per-

    manente, autonomia das decises e para o desenvolvi-mento cultural dos indivduos e dos grupos sociais.

    ssim, a escola deve favorecer o conhecimento mtuo e, nes-se aspecto, todos os que nela atuam tm um papel preponde-ante. preciso perceber que a educao no se d unilateral-

    mente, s em relao ao aluno.

    Que tal ampliar o olhar e verificar as potencia-

    lidades culturais, ou seja, pessoas e instituies quedesenvolvam trabalhos artsticos de um modo geral nasua cidade? Registre em seu memorial.

    participando do projeto pedaggico que voc, profissionalda educao, se sentir seguro para construir tambm seu co-nhecimento. Isso far de voc uma pessoa mais participativa

    e feliz.

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    Unidade 3 foi preparada para ajudar voc a conhecer osaspectos da organizao de uma biblioteca. Organizar umabiblioteca no uma tarefa simples. Exige uma srie de cui-dados que devem ser observados para que se atinjam os ob-jetivos aos quais se prope.

    biblioteca escolar deve ser encarada como um espao din-

    mico e indispensvel na formao do cidado. a bibliotecaescolar que abrir, ainda no ensino bsico, os caminhos paraque os alunos desenvolvam a curiosidade e o senso crticoque os levaro cidadania plena. Vlio1 (1990) define bibliote-ca escolar como uma instituio que organiza a utilizao dosivros, orienta a leitura dos alunos, coopera com a educao ecom o desenvolvimento cultural da comunidade escolar e dsuporte ao atendimento do currculo da escola.

    De acordo com o Manifesto da -Organizao das Naes UniO ga za s s i--das para a Educao, a Cincia e a Cultura (Unesco), 976,

    .158-163, a biblioteca escolar:

    Propicia informao e idias fundamentais para ofuncionamento bem-sucedido da atual sociedade,baseada na informao e no conhecimento. A BibliotecaEscolar habilita os estudantes para a aprendizagem ao

    ongo da vida e desenvolve a imaginao, preparando-ospara viver como cidados responsveis.

    1 Espao fsico

    Nem sempre as bibliotecas esto instaladas em prdios cons-rudos especialmente para atender s suas necessidades,

    servios e produtos oferecidos. Muitas delas funcionam emespaos adaptados ou em pequenas salas. Da a importnciaem se ter pessoas sensveis a esses problemas, que possamcriar solues de viabilidade.

    ideal que as instalaes da biblioteca fossem abrigadasem um prdio prprio, projetado para esse fim, em local de

    ouco barulho e de fcil acesso s pessoas.

    1 VLIO, Else Benetti Marques. Biblioteca escolar: uma viso histrica. Transinformao ,Campinas, v. 2, n. 1, p. 15-24, jan./abr. 1990.

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    UNIDADE3Organizaodabibliotecaescolar

    Pois bem, ento agora de suma importncia que voc en-tenda o espao fsico da biblioteca para que ele seja bemaproveitado, tanto do ponto de vista dolayout quanto dos tra-balhos que envolvem o tratamento do acervo.

    Layout a forma de distribuir melhor o espao fsi-co da biblioteca para tornar o ambiente agradvel, sina-

    lizado e adequado para comportar o mobilirio, o acervo,o espao para pesquisa, entre outros espaos. Fatores am-

    bientais, como iluminao, temperatura, acstica e co-res, so elementos que fazem parte do layout.

    importante voc saber que um ambiente preparado cuida-dosamente possibilita uma boa organizao e acomodaoaos usurios. Ento veja algumas dicas:

    a) para saber a quantidade de livros a ser colocada em deter-minado espao, pode-se usar um clculo padro que dizque 1m2 pode comportar at cinqenta volumes. Assim, sevoc possui duzentos volumes, esses podem ser disponibi-lizados em uma rea mnima de 4m2;

    b) as paredes de cor clara muito contribuem para refletir a luze aumentar o grau de visibilidade. As janelas devem per-mitir a entrada de luz natural, de modo que possibilite umambiente claro que favorea a leitura;

    c) garantir a preservao e conservao do acervo. Os livrosdevem ficar em o local arejado e com pouca incidncia deraios solares;

    d) o piso deve ser de material resistente e de fcil conservaosendo o mais usado o de material em vinlico. Os tipos maiscomuns dos pisos vinlicos so: paviflex, decorflex e vulca-piso. H ainda pisos de madeira e os frios (cermica, pedrae metal). O piso em material carpete no recomendado,pois, alm da dificuldade de limpeza e pouca durabilidade,so propcios ao acmulo de microorganismos e pregas;

    e) a iluminao artificial faz-se necessria para permitir o per-feito funcionamento no horrio noturno. Lmpadas fluores-centes so as mais indicadas no s pela economia, mas

    porque tem baixo poder de aquecimento e causam menosdanos ao acervo;

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    f) para facilitar o controle e a circulao do pblico, a biblio-teca deve ter somente uma entrada destinada a ele. Nopodemos nos esquecer de incluir acessos para as pessoascom maior idade e aquelas com necessidades especiais.

    D uma olhada na biblioteca de sua escola. Veja aestrutura fsica interna e externa e faa uma avaliao.

    Ela est numa estrutura apropriada ou foi adaptada? Temacesso para a pessoa com necessidades especiais? Tem

    boa iluminao? Registre no memorial.

    2 Mobilirio

    Observe agora, detalhadamente, o mobilirio da biblioteca da

    sua escola. Relacione se tem acomodaes para todas as pes-soas que a freqentam. Observe se as estantes comportamnovas aquisies.

    Vamos refletir um pouquinhosobre o mobilirio.

    Ele deve ser projetado para otamanho do ambiente, de for-ma que acomode o acervo e os

    equipamentos que sero adqui-ridos pela biblioteca. Os mveispodem ser de madeira ou ao.Os de ao so mais resistentese oferecem maior segurana naarmazenagem dos livros e evi-tam a reteno da umidade. Osde madeira so de baixo custoe devem ser reforados para

    suportar o peso dos livros. Alm disso devem receber trata-mento contra a infestao de insetos.

    O ideal que a biblioteca escolar tenha dois tipos de mesas.Algumas grandes para estudos em grupos e outras para oestudo individual. Elas devem estar de preferncia distantesumas das outras, pois quando estamos em grupo a nossatendncia fazer mais barulho. Agora, se a biblioteca atendetambm um pblico infantil, o mobilirio deve ser colorido,

    alegre e adequado s condies fsicas da criana.

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    3 Sinalizao da biblioteca

    Se a biblioteca um espao informacional, a primeira infor-mao deve comear por sua sinalizao.

    J imaginou a nossa cidade sem placas indicativas de comochegar aos principais lugares, como hospitais, escolas, prefei-

    turas, igrejas etc.? J imaginou se no tivssemos as sinaliza-es de trnsito?

    Assim, tambm, a biblioteca precisa de uma boa sinalizaofeita para facilitar a autonomia do usurio nas suas instala-es. Podem-se distinguir os seguintes tipos de sinalizao:

    a) sinalizao externa:

    -

    cedida a ela no conjunto das instalaes;b) sinalizao interna de recepo:

    da biblioteca. Pode conter todas as informaes dos ser-vios oferecidos pela biblioteca, como: emprstimo delivros, reforo escolar, hora do conto, horrio de funcio-namento, normas de uso, documentos necessrios parainscrio ou cadastro etc.;

    c) sinalizao de uso do espao:

    como estudo individual, estudo em grupo, mural interati-vo, mural de informaes, atendimento, catlogo etc.;

    d) sinalizao temtica das estantes:

    relao dos assuntos pelos quais foram distribudos os li-vros. Alguns destaques ajudam na localizao dos livros

    mais procurados, por exemplo: literatura brasileira, lite-ratura infantil, obras de referncia.

    Uma boa sinalizao no s traz facilidades de interao como usurio como tambm demonstra uma boa organizao ad-ministrativa da biblioteca. Esse aspecto deve ser observadoindependentemente de sua tipologia, do espao fsico dispo-nvel e dos servios oferecidos comunidade.

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    4 Horrio de funcionamento

    Pense numa biblioteca aberta em perodo integral, onde a co-munidade pudesse aproveitar a hora do almoo para desfrutarde uma boa leitura. Pense numa biblioteca aberta no perodode frias escolares, nos fins de semana, para que fosse apro-veitada como mais uma forma de lazer.

    Por enquanto, talvez seja somente um sonho.

    Mas, sabendo das dificuldades para essa realizao, sugeri-mos apenas que a biblioteca escolar preste seus servios emum horrio amplo. Para que seja utilizada como um lugar deaprendizagem ativa, ela deve estar aberta durante todo o pe-rodo letivo.

    O fato de a biblioteca estar em funcionamento fora do horrio

    de aula um importante fator para o desenvolvimento da co-munidade escolar. Deve-se fazer um esforo e encontrar solu-es para que a biblioteca permanea aberta o maior tempopossvel.

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    Bem, agora vamos tratar do acervo. Voc tem idia de quan-tos livros compem o acervo da biblioteca da sua escola?E como esto organizados?

    O acervo de uma biblioteca pode ser formado por colees,constitudas por diferentes tipos de materiais (livros, peridi-cos, CDs, DVDs, fitas VHS etc.). Por causa dessa variedade de

    materiais, muitos autores adotam o termo item para se referira eles.

    Item um termo usado para representar qualquertipo de material (livros, revistas, CDs etc.) que compemum acervo.

    Nesta unidade vamos considerar o livro como nos-so principal item!

    Colecionar reunir um conjunto de itens ou objetos que tmuma ou mais caractersticas comuns. A idia do que vem a seruma coleo faz parte do nosso dia-a-dia, pois quem em um

    dado momento da vida no se viu decidindo sobre colecionaralguma coisa, como gibis, selos, livros, CDs ou outros.

    Assim, pode-se dizer que formar e desenvolver um acervo decidir quais itens faro, ou no, parte desse conjunto. No en-tanto, a realizao de tal tarefa exige o estabelecimento decertos critrios para se compor, desenvolver, armazenar emanter uma coleo.

    Para uma boa organizao do acervo, preciso seguir um

    conjunto de tcnicas desenvolvidas especificamente paraesse fim.

    A formao do acervo envolve um trabalho constante deincluso e excluso de itens, atividade que favorece a atua-lizao do acervo com relao aos anseios dos usurios, quepodem variar de acordo com o surgimento ou o desuso dassuas necessidades de informao.

    Nesse sentido, voc deve estar atento atualizao do mate-

    rial pertencente biblioteca escolar, tendo em vista que o de-senvolvimento de um acervo escolar est intimamente ligado

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    ao grau de uso de seus materiais informacionais. Isso leva concluso de que no existe um nico processo de desenvol-vimento para toda e qualquer biblioteca, ou seja, cada biblio-teca, por estar inserida em um diferente meio, exigir para seuacervo um tipo diferente de desenvolvimento.

    Em resumo, ao avaliar a formao de um acervo preciso

    buscar entender a comunidade escolar envolvida (profissio-nais da educao, alunos, pais) e suas necessidades de infor-mao, bem como a poltica de ensino da instituio, para quese possa selecionar com qualidade os itens que sero adquiri-dos por meio de compra, doao ou permuta.

    1 Armazenamento

    O que voc entende por armazenamento? Pense bem,essa palavra vem de armazm, ou seja, local de depsitoe de guarda.

    Ento, para se armazenar um acervo preciso antes definiros espaos, suas funes, seus materiais, sua utilizao, seulayout, os locais destinados administrao, ao processamen-to tcnico, ao setor de circulao (emprstimo e devoluo),a rea de estudos, ao local destinado s estantes etc. A defi-nio desses e de outros espaos vai fazer com que o acervoseja armazenado da melhor maneira possvel (lembre-se doclculo j citado no item a do tpico Espao fsico da uni-dade anterior).

    2 Seleo

    Como so selecionados os livros que chegampara a biblioteca escolar? Todos os livros re-cebidos so aproveitados?

    A seleo uma atividade utilizada como fer-ramenta bsica para definio da composi-o de um acervo, tanto quanto forma (tipode livro que dever compor o acervo), comoquanto ao contedo (assuntos de interesse).

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    SUGESTO PARA LEITURA:

    FIGUEIREDO, N. M. Estudo de uso e usurios da informa-o. Braslia: Ibict, 1994.

    Geralmente, a seleo uma escolha fundamentada em es-

    tudos. No adianta nada, por exemplo, selecionar livros demedicina para uma biblioteca que tenha como maioria umaclientela infantil. Ou ter um nmero elevado de um exem-plar com o mesmo ttulo ocupando espaos de outros livros.O selecionador quem determina quais documentos entrame quais saem do acervo, sempre norteado por critrios ado-tados para seleo, nunca se esquecendo da importncia dacomunidade na qual a biblioteca se insere.

    3 Aquisio

    Esta uma etapa que pe em prtica as decises da seleo.Inclui todas as atividades inerentes aos processos de compra,doao e permuta de livros. A preocupao com o processode aquisio extremamente necessria, pois ela quem ga-rante a qualidade do acervo.

    Sabemos que nem sempre a escola recebe recursos finan-

    ceiros para compra, mas uma boa campanha de arrecadaopode suprir as necessidades de composio do acervo.

    Uma estante com livros para trocas tambm uma boa suges-to. De repente, voc pode colocar aqueles livros em duplici-dade, de pouco uso, e fazer a permuta.

    Outra idia interessante ter uma boa comunicao com ou-tras bibliotecas. O que no usado na sua biblioteca pode serimportante para outra e vice-versa.

    4 Desbaste e descarte

    O desbaste uma retirada temporria de alguns itens da co-leo, ou seja, esses podero ser guardados em um depsitoou em outro local especfico at a deciso de sua recolocaono acervo.

    Por exemplo, os professores desenvolvem todo ano, no ms

    de agosto, um mesmo trabalho sobre folclore. Ento, neste

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    perodo, todo o acervo sobre esse assunto deve estar dispon-vel. Quando chegar o trmino desse perodo, os livros pode-ro ser desbastados.

    O descarte ou seleo negativa uma tarefa que consisteem retirar do acervo da biblioteca, de forma definitiva, livrosrepetidos (mais de um exemplar), livros comprovadamen-

    te sem uso (verificados pelas estatsticas de emprstimo) ouaqueles danificados a tal ponto que seu conserto se torne in-vivel (ou por no poder ser recuperado ou pelo custo da re-cuperao no compensar).

    Entre os muitos objetivos do descarte, destaca-se o de procu-rar manter o nvel de qualidade do acervo, nunca perdendo devista o usurio. Portanto, s se pode descartar ou desbastarum conjunto de livros, aps uma seleo criteriosa.

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    E agora? Como colocar os livros na estante de for-ma que possam ser encontrados com facilidade?

    Imagine-se procurando determinado livro, o qual est guarda-do em seu quarto. Voc se lembra de j o ter visto em algumlugar do seu acervo, guardado em algum lugar e no o en-

    contra de maneira razoavel-mente rpida. Isso se d emvirtude de sua no preocupa-o em organizar seus livrose de confiar em sua mem-ria. Diante dessa situao, sresta explorar o acervo delivros, examinando um a um.Quanto tempo e trabalho se-ro dispensados?

    Da a importncia de se criaruma memria externa, comocatlogos, bases de dados eoutros mecanismos necess-

    rios para que se tenha o controle eficiente de um acervo, quepermita encontrar de forma rpida aquilo de que se necessita.Portanto, o controle eficiente de um acervo pede uma organi-

    zao baseada no armazenamento e no arranjo das colees,etapas tambm dependentes de um processamento tcnico,importante ao preparo do material voltado para emprstimo edevoluo.

    Como j foi dito, nos dias de hoje um acervo de uma biblio-teca no possui somente livros. Ele passou a ser constitudopor diferentes tipos de colees que variam de acordo comos diferentes tipos de bibliotecas. Desse modo, um acervo deuma biblioteca especializada dever ser diferente do acervo deuma biblioteca escolar. No entanto, toda e qualquer bibliotecatende a ter um mesmo conjunto bsico de colees, como asmencionadas a seguir.

    1 Coleo de livros de referncia

    So livros de consulta. Trazem informaes superficiais, intro-dutrias, bsicas. So chamadas obras de referncia porque

    indicam onde encontrar o assunto procurado de uma formamais detalhada. Em geral, no podem sair das instalaes da

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    TEbiblioteca, no sendo dessa maneira emprestadas. Incluem-

    se nessa categoria: dicionrios, enciclopdias, atlas, ndices,entre outros.

    2 Coleo de livros-textos

    So os livros que compem o acervo geral: literatura, livrosdidticos, informativos etc.

    3 Coleo de peridicos

    So materiais publicados sob a forma de revistas, jornais ououtro tipo de material que circule em perodos regulares (se-manalmente, mensalmente, anualmente) ou outro perodo.

    Vale ressaltar que esse tipo de material o que traz as infor-maes mais atualizadas.

    4 Coleo de materiais no bibliogrficos ou multi-meios

    So aqueles que esto em uma forma diferente da dos livros.So os CDs, fitas VHS, slides, discos de vinil, fitas cassetes,jogos etc.

    5 Hemeroteca

    So arquivos de recortes de jornais que informam sobre as-suntos diversos e temas atuais.

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    Voc j deve ter ouvido falar em processamento tcnico.

    Pois bem, o processamento tcnico envolve um conjunto detrabalhos voltados para anlise dos livros que compem oacervo. Esses trabalhos vo permitir que se faa a descrionica de cada livro, tanto do ponto de vista fsico (autor, ttulo,edio, pginas etc.), quanto do ponto de vista de seu conte-

    do. Tais descries geram condies para que as informaessejam recuperadas. Fazem parte desse conjunto: seleo, re-gistro, classificao, catalogao, alfabetao, colocao deetiquetas, ordenao dos livros nas estantes e preparo tcnicodo livro.

    Embora a importncia desse processamento no seja perce-bida pela maioria dos usurios, ele o ponto de partida para aorganizao de cada biblioteca.

    Nesta unidade, vamos orientar somente o processo manual,pois o processo automatizado depende de recursos financei-ros e da escolha do recurso tcnico de cada biblioteca.

    Antes de descrever as etapas do processamento tcnico pre-cisamos estudar as partes do livro.

    Processo manual: feito pelas mos do catalogador(manufaturado).

    Processo automatizado: feito com o auxilio de mquinasde computador, resultando geralmente em uma base de

    dados.

    1 Conjunto de partes de um livro

    Um livro dividido em partes para facilitar a leitura tcnica.Externamente, suas partes dizem respeito sua condio f-sica e, internamente, mais ao contedo, sendo dividido empr-textual, textual e ps-textual.

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    1.1 Partes externas

    Sobrecapa: proteo para a capa. Inclui as mesmas informa-es contidas na capa. uma capa solta, colocada nas ediesespeciais, nem todos os livros vm com a sobrecapa, pois um acessrio que encarece a edio. Geralmente ao prepararo livro para ser colocado na estante, retiramos a sobrecapa.

    Capa: protege o livro externamente, podendo ser encaderna-da ou em brochura. O anverso (frente) da capa deve conter naparte central nome de autor, ttulo e subttulo. A capa pode serde diversos materiais, como papel, cartolina, couro ou plsti-co. A elaborao da capa fica a critrio do editor.

    Orelhas: geralmente, a capa apresenta orelhas, ou abas, ouasas, que contm dados biogrficos do autor ou comentriosda obra. As orelhas excedem-se da capa e dobram-se sobre si

    mesmas para dentro. Muitas vezes usamos as orelhas comomarcador de pgina.

    Lombada ou dorso: a parte que liga as folhas do livro, ondese encontra a costura. Fica no lado externo do livro, oposta aocorte de pginas.

    Errata: lista apresentando os erros corrigidos, com indicaode pginas, pargrafo e linhas. inserida, como encarte, antesda folha de rosto. Nem sempre os livros vm com errata,

    claro, ela s inserida caso a edio tenha sado com erros.

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    1.2 Partes internas (ligadas ao contedo)

    1.2.1 Pr-textual

    Folha de guarda: pginas em branco, encontradas no incio eno final da obra.

    Falsa folha-de-rosto: opcional; precede a pgina de rosto econtm apenas o ttulo e subttulo da publicao.

    Folha-de-rosto: contm, normalmente, os elementos essen-ciais que identificam um livro: autor; ttulo; nmero da edi-

    o; o local (cidade) da publicao do livro; editor ou editora;ano da publicao. Observao: nem todos os livros possuemesses itens.

    O verso da folha-de-rosto: contm os dados complementaresde uma obra, tais como: ttulos da srie e nmero do volume;ttulo original da obra; copyright; relao de colaboradores;relao de edies e reimpresses anteriores, com os respec-tivos editores e datas; nome e endereo da editora.

    Dedicatria: folha opcional em que o autor presta homena-gem ou dedica o livro a algum.

    Agradecimentos: folha opcional em que o autor indica o even-tual apoio recebido na elaborao do livro.

    Epgrafe: folha opcional em que o autor apresenta uma cita-o, seguida de indicao da autoria, relacionada com a mat-ria tratada no corpo do livro.

    Sumrio: enumerao das principais divises, sees e ou-tras partes do livro, na ordem em que nele se sucedem.

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    TELista de abreviaturas: relao em ordem alfabtica das abre-

    viaturas, siglas e smbolos utilizados no texto, escrita por ex-tenso.

    Prefcio: texto de esclarecimento, justificao, comentrio ouapresentao, escrito pelo autor ou por outra pessoa.

    Copyright: registro dos direitos autorais ou editoriais.

    Selecione alguns livros e observe se eles pos- suem essas partes. Registre no seu memorial os

    nomes dos livros e os itens observados. Voc vai en-contrar livros cujos editores tiveram todos os cuidadosconforme as regras de edio, outros simplificaram. claro que o custo de uma edio com todas as partes

    encarece o produto, pois alm do custo com o design,adiciona-se o custo de material: papel, tinta etc.

    1.2.2 Miolo do livro

    Textual: conjunto de folhas, reunidas em cadernos que for-mam o corpo do livro em que exposto o contedo.

    1.2.3 Ps-textual

    Posfcio: matria informativa ou explicativa posterior elabo-rao do texto.

    Apndice: desenvolvimento autnomo elaborado pelo autor;a fim de complementar sua argumentao, sem prejuzo daunidade nuclear do trabalho.

    Anexo: documento, nem sempre do prprio autor, que serve

    de fundamentao, comprovao ou ilustrao.Glossrio: lista em ordem alfabtica de palavras ou expres-ses tcnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, acompa-nhadas das respectivas definies.

    ndice: lista alfabtica de autores e/ou assuntos e/ou nomesgeogrficos, por exemplo, contidos na obra, com indicaodas pginas em que so encontrados. O ndice pode ser tam-bm cronolgico.

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    Colofo: informaes do impressor, endereo, local e data deimpresso, localizada de preferncia na pgina mpar da lti-ma folha do miolo.

    Suplemento: documento que se adiciona a outro para am-pli-lo ou aperfeio-lo, sendo sua relao com aquele apenaseditorial e no fsica, podendo ser editado com periodicidade

    e/ou numerao prpria.

    1.3 Descrio do item

    Para se descrever um item preciso conhecer o tipo de ma-terial que se tem em mos (livro, CD, fita VHS, outros), pois reconhecendo-o que se saber onde se encontra sua fonteprincipal de informao e os elementos que devero ser des-critos.

    Pegue um livro, de preferncia o maiscompleto, para verificar cada tpico de descrio.

    Assim, na prtica, voc vai ter facilidade em entendertodas as informaes citadas aqui. Separe tambm umCD, um vdeo e faa a mesma observao. Registre

    tudo no seu memorial.

    1.3.1 Elementos para descrio

    Pgina de rosto: considerado o elemento mais precioso parao catalogador. Quando ela aparecer deve ser tomada comofonte principal de informao, pois nela que dever aparecero nome do autor ou autores, o ttulo, a edio, o local de pu-blicao, a casa publicadora (editora) e a data de publicao.Deve-se observar a frente e o verso da folha de rosto para a

    retirada de informaes.

    Veja detalhadamente quais so essas informaes:

    autor(es): pessoa(s) fsica(s) responsvel(eis) pela criaodo contedo intelectual ou artstico de um documento;

    autor(es) entidade(s): instituio(es), organizao(es),empresa(s), comit(s), comisso(es), evento(s), entre ou-tros, responsvel(eis) por publicaes em que no se dis-

    tingue autoria pessoal;

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    TE edio: todos os exemplares produzidos a partir de um ori-

    ginal ou matriz. Pertencem mesma edio de uma obra,todas as suas impresses, reimpresses, tiragens etc., pro-duzidas diretamente ou por outros mtodos, sem modifi-caes, independentemente do perodo decorrido desde aprimeira publicao;

    editora: casa publicadora, pessoa(s) ou instituio(es)responsvel(eis) pela produo editorial. Conforme o su-porte documental, outras denominaes so utilizadas:produtores (para imagens em movimento), gravadora (pararegistros sonoros), entre outras.

    ttulo: palavra, expresso ou frase que designa o assuntoou o contedo de um documento;

    subttulo: informaes apresentadas em seguida ao ttulo,

    visando esclarec-lo ou complement-lo, de acordo com ocontedo do documento.

    Exemplo: Stio do Picapau Amarelo: memrias de Emlia ecaadas de Pedrinho.

    Ttulo: Stio do Picapau Amarelo

    Subttulo: memrias de Emlia e caadas de Pedrinho.

    Bom, agora voc j capaz de encontrar todas as informaesnecessrias para fazer o processamento tcnico.

    Vamos ver, agora, o que acontece em cada etapa.

    Seleo

    Como j dissemos anteriormente, a seleo consiste em sepa-rar o que vai ser utilizado na biblioteca.

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    Identificao

    O livro precisa, primeiramente, de uma identificao, ou seja,de um carimbo com o nome da biblioteca. No assim quevoc faz quando compra ou ganha um livro? No se vai es-crevendo o seu nome para que todos saibam que aquele livropertence a voc? Pois . O livro da biblioteca tambm precisa

    ser identificado para no ser confundido com outros livros deoutras pessoas ou de outras bibliotecas. Como uma bibliote-ca em geral possui muitos livros, a forma mais prtica de seidentificar cada livro por meio de um carimbo que contenhaseu nome.

    Pode ser um carimbo simples, como o desenho abaixo mos-tra:

    Biblioteca Escolar Monteiro Lobato

    O livro deve ser carimbado no lado contrrio da lombada, ouseja, no corte do livro e na folha de rosto do livro. Algumasbibliotecas usam, tambm, carimbar uma pgina padro emtodos os livros, carimbando sempre a pgina que contm de-terminada numerao. Por exemplo: carimbar qualquer livroda biblioteca sempre a pgina 23.

    Registro

    Depois de identificado, o livro precisa ser registrado. Ele vaireceber um nmero de registro nico.

    Para voc entender melhor, vamos comparar os livros a pes-soas. Cada um de ns tem um registro geral de identidade ou

    de certido de nascimento. Mesmo as pessoas gmeas tmnmeros de registros de identidades diferentes. Ento, cadalivro, mesmo que seja igual a outros dez livros na biblioteca,vai receber sempre um nmero diferente.

    Mas para que serve o registro? Para saber quantos livros exis-tem na biblioteca e para identificar o livro na hora de emprs-timo.

    Para registrar voc vai precisar tambm de um carimbo e de

    um livro de registro. Pode-se ainda fazer uso de um cadernopara estas anotaes.

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    TEO carimbo de registro deve ser colocado no verso da folha

    de rosto e deve conter o mesmo nmero recebido do livro deregistro. Exemplo de carimbo de registro:

    Biblioteca Monteiro Lobato

    No: 001Data: 15/8/2006

    Se a sua biblioteca possuir um computador com umsoftwaregerenciador de acervo, geralmente o registro feito de modoautomtico pelo programa de gerenciamento. No se esqueade carimbar seu livro em hiptese alguma.

    Assim, se sua biblioteca no possuir um computador ou umsoftware gerenciador de acervo, seu registro deve ser feito demodo manual, em um livro especfico para esse fim, o qualdeve conter:

    Voc pode criar tabelas com as seguintes informaes:

    -cao e observao.

    Veja o exemplo:

    Registro Data Autor Ttulo Edio Editora Ano Local Observao

    001 15/8/2006 Meireles, CecliaOu isto ouaquilo 8

    a NovaFronteira 1990

    Rio deJaneiro

    No campo observao, voc pode registrar informaes comoextravio de livro, doaes, descarte etc.

    Classificao

    Bom, aps seu livro receber sua identificao sua identidade ,ele deve ser classificado.

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    Classificar na realidade uma tarefa muito importante, pois ela que vai definir o local em que o livro vai ficar na estante.A idia sempre partir do geral para o particular, ou seja,deve-se ter um assunto principal e esse subdividido suces-sivamente at se chegar a um termo que no admite maisser dividido. A classificao cria condies para que os livrospossam ser dispostos nas estantes de maneira sistemtica,proporcionando assim seu uso. Para isso primordial que aclassificao possibilite:

    -ses percam a sua ordem lgica.

    A classificao por assuntos a nica a preencher as finali-dades acima. freqente um leitor chegar a uma bibliotecasem definir o assunto que procura. Ao chegar s estantes, elemuitas vezes se admira de encontrar outros livros de assun-tos bem mais especficos dos quais nem tinha conhecimento.

    A classificao por assuntos oferece essa possibilidade.

    O livro, por sua forma fsica, s pode ocupar um lugar nacoleo, por isso, quando ele tratar de diferentes assuntos,deve-se escolher somente um, de acordo com o objetivo dabiblioteca, ficando a cargo do catlogo relacionar os diferen-tes assuntos.

    O processo de classificar implica agrupar livros pelos assun-tos que tratam, trocando o nome ou o termo desses por sinais

    ou smbolos correspondentes, chamados de notao da clas-sificao. comum que diferentes livros tenham uma mesmanotao, para diferen-los deve-se usar a notao de autor.

    O conjunto dessas duas notaes recebe o nome de nmerode chamada. Esse nmero quem individualiza o livro dentrode uma coleo, assim, numa biblioteca no pode haver doislivros com o mesmo nmero de chamada. A notao de umaclassificao precisa ser simples e permitir a expanso de no-vos assuntos.

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    TEQuando for classificar pense sempre nas regras bsicas cita-

    das a seguir:

    -

    sunto influenciado. Exemplo: a informtica na bibliotecono-mia, classificar em biblioteconomia;

    classificar pelo maior;

    pelo assunto;

    pelo assunto investigado.

    Selecione um livro e simule um registro no seu me-morial. Veja o exemplo citado nesta unidade.

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    Existem vrios sistemas de classificao para bibliotecas. Noentanto, por ser muito prtico e muito utilizado, vamos citaraqui, de forma simplificada, somente a Classificao DecimalUniversal (CDU) que derivou de outra classificao, a Classifi-cao Decimal de Dewey (CDD)

    A CDU prope-se a dividir o conhecimento em dez grandes

    classes, que variam entre os nmeros zero e nove. Em cadaclasse, para documentos classificados com nmeros iguais,voc pode ainda organiz-los em ordem alfabtica de autor(nmero de Cutter).

    1 Classificao Decimal Universal (CDU)

    Esquema internacional de classificao de documentos (qual-quer que seja o suporte do documento: ex.: CD, fita K-7, fitaVHS etc.), baseado no conceito de que todo o conhecimentopode ser dividido em dez classes principais e estas, individual-mente, podem ainda ser divididas em outras classes sucessi-vamente. Isso ocorre em virtude da hierarquia decimal, quepode ser exemplificada da seguinte forma: suponha que onmero 3 represente todo o assunto relacionado s cinciassociais. Suponha, ainda, que dentro dessa classe voc quer fazer meno ao assunto referente ao direito, representadopelo nmero 34. Assim, entendendo tratar-se de nmeros de-cimais, teremos:

    CDU Representao decimal

    3 0,3

    34 0,34

    Se voc precisar tratar de um outro assunto pertencente aoassunto direito, por exemplo, direito constitucional, basta fa-zer a seguinte representao:

    CDU Representao decimal

    342 0,342

    Melvil Dewey inventor dosistema de ClassificaoDecimal de Dewey.

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    TEPortanto, embora a classificao seja escrita sem a casa de-

    cimal, sua disposio deve ser entendida como se ela fosseum nmero decimal. Desse modo, o nmero 3 (0,3) dever virsempre primeiro que o nmero 34 (0,34) quando da organiza-o dos documentos (livros, CDs etc.) nas estantes. Deve-seressaltar que a classe 4 da CDU est vaga, ou seja, no utili-zada no momento para representar qualquer tipo de assunto.Logo, na sua biblioteca, o nmero 4 e seus derivados no de-vero ser utilizados para representar assuntos.

    Uma das vantagens em se utilizar esse tipo de classificao que ela permite que outros documentos sejam incorporadosao acervo sem que se tenha que refazer toda a classificaoj existente.

    Abaixo segue uma Tabela de CDU adaptada e simplificada.Lembre-se, voc quem far a classificao. Portanto, sejasempre razovel e utilize sempre os mesmos critrios paratodos os documentos. importante dizer que chegar ummomento em que seu acervo crescer de tal forma que vocdever procurar a Tabela da CDU e buscar outros recursos porela oferecidos.

    0 Generalidades. Informao. Organizao.1 Filosofia. Psicologia.

    2 Religio. Teologia.

    3 Cincias sociais. Economia. Direito. Poltica. Assistnciasocial. Educao.

    4 Classe vaga.

    5 Matemtica e cincias naturais.

    6 Cincias aplicadas. Medicina. Tecnologia.

    7 Arte. Belas-artes. Recreao. Diverses. Desportos.

    8 Linguagem. Lingstica. Literatura.

    9 Geografia. Biografia. Histria.

    0 Generalidades. Informao. Organizao.

    01 Bibliografias. Catlogos.

    02 Bibliotecas. Biblioteconomia.

    030 Livros de referncia: enciclopdias, dicionrios.

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    TE37 Educao.

    38 Metrologia. Pesos e medidas.

    5 Matemtica e cincias naturais.

    50 Generalidades sobre as cincias puras.

    51 Matemtica.52 Astronomia. Astrofsica. Pesquisa espacial. Geodesia.

    53 Fsica.

    54 Qumica. Mineralogia.

    55 Cincias da Terra. Geologia. Meteorologia.

    56 Paleontologia.

    57 Biologia. Antropologia.

    58 Botnica.59 Zoologia.

    6 Cincias aplicadas. Medicina. Tecnologia.

    61 Cincias mdicas.

    62 Engenharia. Tecnologia em geral.

    63 Agricultura. Silvicultura. Agronomia. Zootecnia.

    64 Cincia domstica. Economia domstica.

    65 Organizao e administrao da indstria, do comrcioe dos transportes.

    66 Indstria qumica. Tecnologia qumica.

    67 Indstrias e ofcios diversos.

    68 Indstrias, artes e ofcios de artigos acabados.

    69 Engenharia civil e estruturas em geral. Infra-estruturas.Fundaes. Construo de tneis e de pontes. Superes-

    truturas.

    7 Arte. Belas-artes. Recreao. Diverses. Desportos

    70 Generalidades.

    71 Planejamento regional e urbano. Paisagens, jardins etc.

    72 Arquitetura.

    73 Artes plsticas. Escultura. Numismtica.

    74 Desenho. Artes industriais.

    75 Pintura.

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    76 Artes grficas.

    77 Fotografia e cinema.

    78 Msica.

    79 Entretenimento. Lazer. Jogos. Desportos.

    8 Linguagem. Lingstica. Literatura.80 Lingstica. Filologia. Lnguas.

    81 Vaga.

    82 Literatura em lngua inglesa.

    83 Literatura alem/escandinava/holandesa.

    84 Literatura francesa.

    85 Literatura italiana.

    86 Literatura espanhola/portuguesa.87 Literatura clssica (latim e grego).

    88 Literatura eslava.

    89 Literatura em outras lnguas.

    9 Geografia. Biografia. Histria.

    90 Arqueologia. Antiguidades.

    91 Geografia, explorao da Terra e viagens.

    929 Biografias.

    93 Histria.

    94 Histria medieval e moderna em geral. Histria da Euro-pa.

    95 Histria da sia.

    96 Histria da frica.

    97 Histria da Amrica do Norte e Central.

    98 Histria da Amrica do Sul.99 Histria da Ocenia, dos territrios rticos e da Antrtida.

    exercitando que voc vai perceber que no to complicado classificar. Selecione no m-

    nimo dez livros com contedos diferentes e tente clas-sific-los de forma simplificada usando a Tabela CDU.

    Registre tudo no seu memorial.

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    catalogao um dos processos tcnicos utilizados para seecuperar informaes. importante se ter em mente que ca-alogar muito mais que registrar itens, ele controla o acervo

    com vistas a sua disponibilizao, o que faz do catlogo umcanal de comunicao entre a biblioteca e os usurios.

    Ento para que serve um catlogo? ara encontrar um livro do qual se conhea o autor, o

    ttulo ou o assunto.

    Para mostrar o que uma coleo contm com relao am determinado autor.

    Para mostrar o que uma coleo contm com relao ama determinada edio.

    Para mostrar o que uma coleo contm com relao a

    m assunto.

    s catlogos podem vir dispostos em diferentes formas, taiscomo: livros, folhas soltas ou fichas catalogrficas, guardadasem um mvel especfico para elas. Aqui, vamos explorar maiso fichrio por entendermos ser o mtodo mais simples.

    escolha do melhor tipo de catlogo depende dos recursos

    disponveis em cada biblioteca, do tamanho do seu acervo edas caractersticas dos usurios que devero utiliz-lo. Nes-se processo, o catalogador deve ter sempre em mente que aconvenincia do pblico deve ser colocada frente da facili-dade dos trabalhos.

    s principais tipos de catlogos, de acordo com a funo decada um, podem ser:

    Catlogo de autor

    Rene todas as fichas, por exemplo, sob as entradas princi-ais e secundrias de autor (pessoal ou entidade coletiva) e asemissivas numa nica ordem alfabtica. Lembre-se que re-

    missiva quer dizer que voc dever remeter, ou melhor, rela-cionar, aqui no caso, o autor ao assunto tratado. Por exemplo,se o autor Alexandre de Moraes estiver tratando do assuntodireito constitucional, deve-se fazer uma entrada para Moraes,

    lexandre, escrever logo abaixo, ver direito constitucional.

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    a) clara criando um cdigo de fcil compreenso;

    b) precisa a representao deve referir-se apenas e a umnico livro;

    c) padronizada no sentido de ser sempre usada da mesmaforma para informaes semelhantes.

    1.1 Regras gerais para descrio

    A descrio do livro feita por partes. Primeiramente se des-creve o ttulo, o subttulo e a indicao de responsabilidade;depois a edio e assim por diante. A soma dessas partespode chegar at oito, e a adoo de quais partes sero utiliza-das, ou no, depender de cada biblioteca e de seus respon-sveis.

    Como dito anteriormente, uma biblioteca sempre tende a serdiferente da outra, levando em considerao no s os usu-rios, como tambm o meio no qual est inserida. Da ser im-portante propor um catlogo adaptado realidade de cadabiblioteca, ou seja, a descrio bibliogrfica deve estar voltadaaos desejos dos seus usurios.

    Sendo assim, cada ficha catalogrfica deve ser descrita deacordo com as polticas adotadas por cada biblioteca. Abaixo

    segue uma descrio simples, porm eficiente, contendo ele-mentos mnimos.

    a) Primeiramente, descreva o nome do autor ou da entidaderesponsvel pela autoria, seguido de ponto final. Por exem-plo:

    Silva, Odilon Pereira.

    b) Segundo, descreva na linha logo abaixo do nome do autor,

    abaixo da 3a ou 4a letra do sobrenome, o ttulo do item seguido

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    TEde barra inclinada e do nome do autor novamente, agora na

    ordem normal, seguido de ponto final. Por exemplo:

    Silva, Odilon Pereira.

    Manual da CDU/Odilon Pereira da Silva.

    c) Terceiro, descreva a edio da obra, seguida de ponto final,

    por exemplo:

    Silva, Odilon Pereira.

    Manual da CDU/Odilon Pereira da Silva.3. ed.

    d) Quarto, descreva o local de publicao, seguido de doispontos sem espao, depois o nome da editora, seguido devrgula e, por fim, a data de publicao, seguida de ponto final.Por exemplo:

    Silva, Odilon Pereira.

    Manual da CDU/Odilon Pereira da Silva.3. ed. Braslia: Briquet de Lemos, 1994.

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    Seguindo os passos antes descritos, voc chegar ao resulta-do mostrado na ficha baixo:

    Ficha de entrada do autor

    Silva, Odilon Pereira.

    Manual da CDU/Odilon Pereira da Silva.3. ed. Braslia: Briquet de Lemos, 1994.

    I. Catalogao

    Voc j sabe que um acervo pode ser composto por diferentescolees, formadas por diferentes itens. Portanto, o cataloga-dor deve reconhecer o tipo de material que tem em mos paraque a descrio seja direcionada coleo correta. Alm dis-so, deve-se estar atento ao fato de que cada item possui umafonte principal de informao, aquela com prioridade sobreas demais fontes e que fornece os elementos para o preparode uma descrio.

    1.2 Como montar um catlogo

    A descrio catalogrfica uma tarefa necessria para reco-lher elementos para a elaborao de um catlogo, instrumen-to essencial no processo de comunicao entre a biblioteca eos seus usurios. Deve ser feita em uma ficha, reunindo todosos elementos de um nico item, julgados necessrios pelo ca-talogador de acordo com a realidade de cada biblioteca.

    Para os catlogos que ficam disposio dos usurios, as bi-bliotecas geralmente utilizam fichas de cor clara, tamanho de7,5 X 12,5cm, acondicionadas geralmente em fichrios. Almdisso, costuma-se fur-las e atravess-las com um tipo de va-reta, com o objetivo de que as fichas no sejam retiradas dolugar.

    As fichas no podem ser reunidas e colocadas de qualquermaneira dentro do fichrio. preciso adotar certos critriospara facilitar sua organizao, tais como a ordem alfabtica deautor, do ttulo e do assunto. Essa organizao no s facilita

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    Os nmeros devem ser considerados como se estivessem es-critos por extenso. Por exemplo: 1001= Mil e um.

    Alfabetam-se como se estivessem escrito por extenso:

    Mac, Saint.

    McHenry, James = MacHenry, James

    McLaren = MacLaren

    St. Simon = Saint Simon

    Mcdonalds = Macdonalds

    Rene-se segundo seu sentido ou funo, na seguinte or-dem:

    Autor (nome prprio) Exemplo: Brasil, Vitor

    Autor (entidade coletiva) Exemplo: Brasil. Ministrio da

    EducaoAssunto Exemplo: BrasilHistria

    Para ordenao dos cabealhos de assunto cujas partes prin-cipais sejam idnticas, adota-se a seguinte ordem:

    a) cabealho simples;

    Exemplo:

    Caa

    b) cabealho com subdivises:

    subdiviso de forma (bibliografia, peridica etc.) e de assunto;

    subdiviso de pocas, arranjadas cronologicamente;

    subdiviso geogrfica;

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    TEExemplo:

    Caa Bibliografia

    Caa Histria Sc. XX

    Caa Brasil

    c) cabealhos seguidos de parnteses;

    Exemplo:

    Caa (animal)

    d) cabealhos invertidos;

    Exemplo:Caa, material de

    e) cabealhos compostos, constitudos por um conjunto depalavras em ordem direta, com um substantivo e um adje-tivo.

    Exemplo:

    Caa submarina

    Os nomes prprios em portugus, ingls devem ter sua entra-da pelo ltimo sobrenome. Por exemplo:

    Machado de Assis = Assis, Machado.

    Joo Guimares Rosa = Rosa, Joo Guimares.

    Os nomes espanhis so registrados pelo penltimo sobreno-me, que corresponde ao nome da famlia do pai. Por exemplo:

    Jos Oviedo y Bans = Oviedo y Bans, Jos

    Francisco Pina Mello = Pina Mello, Francisco

    Angel Arco y Molinero = Arco y Molinero, Angel

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    As firmas devem ser consideradas tais como se apresentam.Por exemplo:

    lvaro Ramos & Cia. = lvaro Ramos & Cia.

    Barbosa e Santos Ltda. = Barbosa e Santos Ltda.

    Pereira Vieira & Irmos = Pereira Vieira & Irmos

    Servios auxiliares:

    fichas secundrias (ttulo, assunto, remissiva etc.).

    Observao: essa rotina s se aplica nas bibliotecasque ainda mantm catlogos convencionais em fichas.Nas bibliotecas automatizadas, o catlogo em fichas foisubstitudo por listagens (catlogos impressos) que jso alfabetadas automaticamente pelo sistema automa-tizado. Neste caso, voc s ter o trabalho de separar ecolocar no lugar devido as listagens especficas de au-tor, ttulo e assunto, alm de substitu-las quando estive-rem desatualizadas.

    Colocao de etiquetas

    Agora s falta colocar a etiqueta com o nmero de chamada:

    657

    J95a

    3.ed.

    Agora que voc conheceu o processo de organizao de umabiblioteca, hora de dedicar-se s atividades de dinamizao,assunto da unidade seguinte.

    Rena os livros que voc classificou nopratique anterior e experimente fazer a catalogao

    deles. Registre tudo no seu memorial.

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    Voc viu nas Unidades 1 e 2 o surgimento da escrita e a suaevoluo. Conheceu tambm os vrios tipos de bibliotecas ecomo as organizar.

    Nestas duas ltimas unidades, vamos discorrer sobre a di-namizao da biblioteca e sobre a mediao de leitura. Poisbem, no h parte mais importante, hoje em dia, na gesto

    escolar que a administrao da biblioteca, pois em tornodela que gira todo interesse da escola moderna. Sem leiturano possvel iniciar nenhum processo de educao. A leitu-ra uma proposta de abertura de portas, de alargamento dehorizontes.

    Mrio de Andrade, j em 1939, assim se expressava arespeito:

    A criao de bibliotecas populares me parece uma dasatividades mais necessrias para o desenvolvimento dacultura brasileira. No que essas bibliotecas venham

    resolver qualquer dos dolorosos problemas de nossacultura [...] mas a disseminao, no povo, no hbito de

    ler, se bem orientada, criar fatalmente uma populaourbana mais esclarecida, mais capaz de vontade prpria,

    menos indiferente vida nacional (SISTEMA NACIONALDE BIBLIOTECAS PBLICAS, 2006).

    sobre isso que vamos tratar nesta unidade.

    1 Valorizar o que a escola tem e buscar novosvalores

    Como j vimos na Unidade 1, cada escola tem sua biblioteca

    ou sala de leitura que funciona de acordo com a modalidadede ensino oferecido. Cada uma tem tambm sua histria.

    Voc j teve a curiosidade de saber quando a biblio-teca de sua escola foi criada, quem a organizou? Voc

    j viu quais so os livros que fazem parte do seu acer-vo? Quantos livros desse acervo voc j leu? Em que vocpode contribuir com a biblioteca? Qual a participao

    da biblioteca nas demais atividades da escola?

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    TEEssas perguntas so um bom comeo para voc refletir sobre

    sua atuao na biblioteca e comear a influir nas programa-es culturais e pedaggicas. Nessa nova postura, voc po-der contribuir para que a biblioteca deixe de ser contemplati-va ou complacente para ser cmplice do processo educativo, funcionando como complemento e suporte das atividadesrealizadas na escola.

    Por meio do projeto pedaggico, a biblioteca pode ser um ex-celente caminho para desenvolver vrias atividades culturaise ainda ampliar seus servios para a comunidade.

    Por falar em comunidade, a escola deve se valer dos seus maisvariados recursos para atuar de forma participativa e interativacom o objetivo de ampliar suas relaes e firmar parcerias.Dentre elas incluem os segmentos:

    -fissionais que atuam na escola);

    comunicao (rdio, imprensa e televiso);

    -merciais, industriais e religiosas;

    classe, as ONGs, os clubes de servio etc.

    importante voc saber que esse tipo de parceria propicia oenvolvimento da sociedade podendo render benefcios para ofortalecimento da biblioteca. A participao da Associao de

    Pais da Escola um exemplo. Alm disso, essa parceria propi-cia a aproximao da comunidade com a escola. importanteque a comunidade perceba que a biblioteca um bem culturalque lhes pertence e que dela deve fazer uso, participando dasdecises e dando opinies.

    A escola que no percebe as necessidades da comunidadee no interage com ela precisa repensar sua prtica. s umprdio adormecido e pode perder seu lugar de destaque nacomunidade e deixar de aproveitar seu potencial de ao co-

    munitria tanto quanto sua funo especfica.

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    2 Servios de informao comunidade

    Algumas bibliotecas escolares tm oferecido servios de in-formao comunidade.

    Voc pode ajudar nessa tarefa coletando dados sobre assun-tos de interesse da comunidade relativos sade, educao,ao emprego, segurana, legislao, cultura, ao transpor-te, aos servios de emergncia etc. Feito esse levantamen-to, importante categorizar as informaes mais importantescitadas pela comunidade como as dos exemplos que se se-guem:

    sade bucal planejamento familiar, preveno de doenas,vacinao etc.;

    de concurso pblico etc.;

    assistncia jurdica, obteno de benefcios etc.;

    adultos, bolsa de estudos, ensino profissionalizante, con-cursos pblicos, vestibulares, panfletos educativos etc.;

    e divulgao de eventos, oferta de cursos relativos a reade msica, arte cnica, literatura, religio e outros;

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    da localidade, agendamento de passagens, telefones im-portantes, identificao das empresas de transporte etc.;

    Corpo de Bombeiros etc.

    Muitas dessas informaes no esto prontas para serem ofe-recidas de imediato e exigem pesquisas e atualizaes perma-nentes. Alm disso, surgem informaes que implicam segu-rana e sade das pessoas necessitando de ampla divulgaocomo no caso de um surto de dengue, hantavirose ou umacatstrofe inesperada.

    Como profissional da educao voc tem um papel importan-te na circulao e na veiculao dessas informaes e deve re-servar um local de destaque para divulg-las, como no quadrode avisos e at mesmo na rdio comunitria. E dependendoda importncia da informao, estender aos murais das igre-jas, outras escolas e demais instituies de grande circulaode pessoas.

    2.1 Trabalhando com eventos culturais

    Voc acha que necessrio apenas ter os livros para formar

    leitores?

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    claro que no!

    importante lembrar que, nem sempre, oferecer acesso ao li-vro contribui para a prtica efetiva da leitura. A biblioteca pre-cisa ser dinmica, buscar estratgias que atraiam os alunos,os professores e os demais funcionrios da escola, para favo-recer as mais diversas formas de expresso cultural e apro-

    priao de linguagens.Podemos trabalhar com cursos de extenso, oficinas literriase de literatura, hora do conto, sarau literrio, exposies arts-ticas, apresentaes teatrais, musicais e demais eventos. Es-sas atividades fazem parte da dinamizao da biblioteca.

    Para uma biblioteca ser dinmica voc deve observar:

    obedecer a um cronograma preestabelecido para no pre-judicar o bom funcionamento da biblioteca;

    -ma atividade;

    -deiras, microfone, TV, vdeo etc.;

    Para cada atividade programada, voc deve fazer um relat-rio de avaliao, identificando pontos positivos e negativos e,quando possvel, fazer em conjunto com os participantes.

    importante lembrar que, para uma boa repercusso destasatividades, fundamental que as propostas atendam aos inte-resses da escola e da comunidade envolvida para que possamresultar positivamente na circulao de bens culturais, na so-cializao de idias e experincias.

    O projeto de dinamizao dever ter como estratgia de aoo envolvimento da comunidade e de todo o segmento escolar,

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    IM

    PO

    RTA

    N

    TEobjetivando detectar na rea cultural os talentos locais. Aps

    mapear esses talentos e reas de atuao, importante con-vid-los a participar inclusive na elaborao das propostasde uma agenda cultural que poder ser mensal, semestral ouanual.

    Essa agenda poder contemplar oficinas, tais como as exem-

    plificadas:

    Hora do conto ou contao de histria por meio da arte dacontao de histrias, procura seduzir o ouvinte palavraescrita.

    Porcelana fria ou biscuit confeco de personagens daobra da literatura brasileira por meio do conhecimento te-ricoprtico.

    Meia de seda com tcnicas usando recursos simples comoa meia de seda confecciona-se trabalhos manuais relacio-

    nados s datas comemorativas do calendrio brasileiro. Caixas artesanais confeco de caixas de papelo com

    vrias formas e divisrias, para serem utilizadas como por-tas-jias, porta objetos para presente.

    Saraus literrios por meio da msica e da leitura dramti-ca de poesias, o evento prope temas especficos da litera-tura brasileira (as diversas escolas literrias, centenrios denascimento ou de morte dos poetas, datas comemorativas

    etc.).

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    Origami arte milenar de dobradura em papel muito apre-ciada por jovens e adolescentes. A atividade pode ser rela-cionada confeco de personagens da literatura.

    Apresentao teatral apresentao de histrias utilizandovrios recursos que valorizem a cultura local.

    Encontro com o escritor por meio de oficinas literrias eleituras das obras, o leitor preparado para o encontro como escritor. A inteno aproximar o leitor do livro e do seu

    criador. Fuxico por meio de retalhos de tecidos confeccionam-se

    bolsas, capas de almofadas, blusas, colchas de cama e ou-tros artigos artesanais.

    Bonecos confeco, manipulao, estudo e conceito debonecos.

    Pintura em tela noes bsicas de pintura acrlica e emleo, utilizando temas inspirados na literatura brasileira.

    Mscaras confeco de mscaras teatrais e folclricas in-dividuais e personalizadas, alm do estudo sobre as vriasformas e suas aplicaes.

    Concurso de poesia uma forma de incentivar a produ-o literria na biblioteca.

    Palestras e seminrios educativos podem ser de temasatuais ou de acordo com as necessidades da comunidade.

    Por exemplo: DST/Aids, uso indevido de drogas, gravidezna adolescncia etc.

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    Voc deve ter a preocupao com a divulgao dasatividades desenvolvidas pela biblioteca escolar, seusservios e produtos para que ela possa se transformar numponto de referncia para a comunidade.

    3 Mediao de leitura

    Leitura

    Bom, agora vamos refletir sobre o que mais estamos fazendodurante este curso: leitura. Todo mundo reconhece a impor-tncia da leitura no desenvolvimento da inteligncia e na bus-ca de conhecimento. Mas afinal o que leitura?

    Antes de prosseguir neste captulo, peo que vocpare um pouquinho e pense: como e quando foi que vocaprendeu a ler? Em que a leitura o ajudou e ainda ajudana sua vida?

    Quando falamos em leitura, logo nos remetemos idia deuma pessoa concentrada com um livro ou um jornal na mo.

    Imaginamos letras e mais letras. Pois bem, leitura o que vocest fazendo agora, mas leitura abrange outros significados, muito mais do que imaginamos.

    Quando escutamos a melodia de uma msica estamos fazen-do leitura. Quando admiramos uma pintura de um quadro,quando sentimos o sabor de um chocolate, quando sentimoso cheiro da terra molhada pela chuva, quando sentimos o friode uma pedra de gelo na mo, enfim, tudo o que sentimos,

    vemos e ouvimos passa pela leitura.E essa leitura de vida que fazemos a todo instante nos ajudaa fazer a leitura das letras, dos sinais grficos espalhados aonosso redor.

    Partimos da constatao que a leitura do mundo precede aleitura grfica, como j dizia Paulo Freire. Se no pudermosacrescentar ao ato de ler as nossas vivncias e as leituras domundo, pouco nos servir o esforo e o tempo despendido

    nessa tarefa.

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    Imagine uma pessoa que no sabe ler. Como seriaandar pelas ruas e se deparar com tantas placas de si-

    nalizao? Como seria pegar um nibus? Como seria pro-curar o endereo de algum lugar?

    Na medida em que a transmisso da informao est cada diamais eficiente, os indivduos que se encontram distantes daleitura sem competncia para procurar e selecionar as infor-maes de que necessitam se tornam potencialmente exclu-dos dos processos produtivos e sociais.

    Assim, sendo a leitura um dos principais elementos para ocrescimento intelectual do indivduo, podemos dizer que pela formao do leitor que se constri a cidadania e promo-ve a capacidade de discernimento, a criatividade, a lgica e a

    pesquisa.

    Nada, porm, por mais avanado tecnologicamente queseja, pode substituir o livro nesse ato de aprimoramentoda inteligncia humana que a leitura, certamente

    porque no h tecnologia que supere essa inteligncia(BELOTTO, 2004).

    Saber ler implica no s aprender a decodificar sinais grficos,juntar letras, mas tambm aprender a descobrir sentidos. Sa-ber ler compreender e no simplesmente decifrar. Quandofazemos a correspondncia letrasom no podemos dizer queestamos realizando uma atividade de leitura. As pessoas queidentificam as letras, mas no so capazes de dar significadosa elas, isto , no compreendem o que lem, so chamadasde analfabetos funcionais.

    Ler um processo em que o leitor instigado a desenvolver,por meio do trabalho mental entre as unidades de pensamen-to, a construo de significados com base nos conhecimentosj incorporados no seu repertrio. Significa estabelecer vn-culos entre um nmero cada vez maior de informaes. Ler, portanto, transformar a mensagem escrita em mensagemsonora, compreender, analisar e associar com a realidade.

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    De acordo com a Unesco, considerada alfabeti- zada funcional a pessoa capaz de utilizar a leitura, aescrita e as habilidades matemticas para fazer frente sdemandas de seu contexto social e utiliz-las para conti-

    nuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida.

    Voc sabia que enquanto voc realiza esta atividade de leitura,um nmero infinito de clulas cerebrais est em funcionamen-to? Que durante o processo de leitura seu crebro est emgrande atividade? Pois verdade, ele precisa combinar, aomesmo tempo, os sinais grficos e as unidades de pensamen-to que constituem a linguagem.

    S depois de dominadas essas duas dimenses da leitura que se pode afirmar que se adquiriu verdadeiramente a com-

    petncia de leitura.Para se compreender o que sel, para alm da imprescindveldecodificao de sinais grficos, tambm importante conhecero vocabulrio, bem como estarfamiliarizado com a estrutura dotexto e possuir algum conheci-mento relativo ao assunto. Voc j se imaginou lendo um texto jurdico ou um texto mdico?O que voc seria capaz de entender?

    Assim, para que os alunos que freqentam a biblioteca da suaescola possam ter uma boa formao de leitores, importanteque encontrem sentido naquilo que lem, essencial que ostextos selecionados tratem de assuntos que conheam quefaam parte de suas conversas e que o vocabulrio seja rela-

    tivamente conhecido. essencial colocar diante deles textoscriativos que os levem a sentir o prazer da leitura.

    A leitura completa quando o leitor capaz de viver o texto,dialogar com as palavras impressas, quando ele consegueentrar no imaginrio do autor refazendo o percurso da cria-o. Todo bom leitor um co-autor, pois recria o texto deacordo com suas vivncias e constri uma viso mais amplade mundo.

    Quando a leitura acontece de verdade, ela capaz de nostransportar a outros lugares, situaes, tempos passados e

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    futuros. Isso mesmo: ler viajar sem sair do lugar. uma aven-tura do esprito, algo que mergulhamos e at nos esquecemosdo momento presente.

    Voc capaz de se lembrar de algum livro que o fi-zessem sentir assim, como um viajante? Que mesmo semconhecer um determinado lugar, sentir como se j o co-nhecesse? De chorar ou de sorrir com o personagem?

    O livro o passaporte do leitor e sem que a gente perceba,ele permite a sada do local onde estamos estticos. tam-bm o transporte que nos carrega por horizontes que talveznem sequer o autor tenha imaginado. E , ainda, o nosso olhoque nos faz ver coisas com os olhos da alma. Nos faz refletir,contestar, concordar, esclarecer dvidas, nos traz alegrias etristezas, desperta diversos sentimentos, enfim nos faz maishumanos.

    Faa uma entrevista na sua comunidade erecolha as melhores impresses que as pessoas j ti-veram ao ler um livro. No se esquea de anotar o nome

    do livro e do autor. Registre tudo no seu memorial.

    3.1 O papel do mediador de leitura na formao do leitor

    E agora? O que vem a ser mediador de leitura?

    O mediador de leitura o agente que apresenta e aproxima olivro de forma prazerosa ao leitor. Ele introduz o leitor no mun-

    do mgico da leitura e compartilha com o leitor o prazer de ler,de conhecer e de descobrir o que os livros tm a oferecer.

    O mediador de leitura , tambm, um agente cultural de lei-tura e tem diversas funes na biblioteca. Ele conta histriaspara crianas, ou simplesmente as l, seleciona e expe livrosde interesse para adolescentes, faz recital de poesias, planejarodas de leituras para os adultos, divulga recados, opinies,dicas e textos literrios em murais, promove debates, apre-

    senta as novidades do mercado editorial, enfim, ele dinamizaa leitura.

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