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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA
História é um vocábulo de origem grega que significa investigação.
Surgiu na Grécia do século V com Heródoto, considerado o pai da
História. Para o historiador Lucien Febvre, a história é o estudo
orientado cientificamente que analisa o passado e suas relações com
o tempo presente, buscando linhas de ação (transformação) para o
futuro.O trabalho do historiador consiste na interpretação dos fatos
históricos (ação humana) por meio da análise de registros
(documentos) deixados pelo homem no tempo e no espaço. No
século XIX, apenas os documentos escritos eram utilizados e
interpretados pelos pesquisadores. Contudo, a partir de 1960 com a
revolução documental, os historiadores passaram a analisar diversos
tipos de documentos históricos como: escritos, orais, sonoros,
visuais, vestígios, entre outros.
Concomitantemente a historiografia (termo para designar o registro
escrito da história, assim como para definir os estudos críticos feitos
sobre aquilo que foi escrito sobre a História) tem evoluído. As
principais correntes da historiografia ou Escolas Historiográficas
são:
Positivista (meados do século XIX e início do XX): A origem da
corrente historiográfica metódica ou “positivista” encontra-se
intimamente ligada ao tradicional historicismo alemão. A tradição da
Historik (projeto da história como uma das ciências da cultura) teve
como principal expoente Johann Gustav Droysen (1808-1886).
Os seguidores do movimento denominado “Positivismo” diziam ser a
ciência, a única via pela qual o homem alcançaria o conhecimento
de todas as coisas de forma inquestionável; o instrumento capaz de
solucionar os reais problemas enfrentados pela humanidade e
satisfazer, de forma plena, todas as necessidades consideradas
legítimas da inteligência humana. Essa corrente objetivava explicar
a História através do estudo dos fatos, datas e personagens
históricos considerados importantes durante o período em estudo. A
Escola Positivista tratava o conhecimento histórico como regido por
leis e que se devia descobri-las para poder prever o futuro. Nessa
perspectiva, a relação causa-consequência é que tornava possível o
próprio conhecimento histórico, estava restrita ao como aconteceu.
Historicista (ou Historismo):
De acordo com o historicismo, a história segue indistintamente umadireção pré-determinada; ou seja, a mudança social segue
invariavelmente etapas que estão sujeitas a regularidades.
Assim, na perspectiva teórica do historicismo, as mudanças sociais
obedecem a um padrão determinista. Isso significa que, a partir da
análise empírica do estado atual de uma dada sociedade, é possível
prever sua evolução. Ou seja, é possível apontar o sentido (ou
direção) que a evolução tomará.
Marxismo Historiográfico (ou Materialismo Histórico):
Marx e Engels defendem a tese de que a História era movida
basicamente pela luta de classes. Por isso a historiografia marxista
privilegia o conceito de classe nas suas investigações acerca dassociedades humanas e de seu desenvolvimento ao longo da
história.
Nesta perspectiva, a economia se constitui num aspecto de suma
importância, inclusive para o desenvolvimento das sociedades,
tendo em vista, sobretudo, o controle sobre os meios de produção
que definem as classes dominantes e as dominadas. Assim, as
análises marxistas partem de um prisma bipolar: explorados
(escravos/servos/operários) versus exploradores
(monarcas/senhores feudais/capitalistas).
O materialismo dialético ou marxismo não entende a história da
humanidade sob a égide da verdade única, tendo em vista que
nesta perspectiva a história é resultante da ação dos sujeitos,
cabendo ao historiador fazer a sua leitura crítica, ou seja, refletir de
maneira crítica sobre a realidade sobre a qual ele se debruçou para
estudar. Importante notar que a objetividade do historiador não é
defendida nesta perspectiva, pois o mesmo assume uma posição,
emite juízo de valor, mesmo de maneira parcial.
História Nova (Escola dos Annales):
Em 1929, surgiu na França uma revista intitulada Annales dHistoire
Économique et Sociale, fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch.
Ao longo da década de 1930, a revista se tornaria símbolo de uma
nova corrente historiográfica identificada como Escola dos Annales.
A proposta inicial do periódico era se livrar de uma visão positivista
da escrita da História que havia dominado o final do século XIX e
início do XX.
Sob esta visão, a História era relatada como uma crônica de
acontecimentos, o novo modelo pretendia em substituir as visões
breves anteriores por análises de processos de longa duração com
a finalidade de permitir maior e melhor compreensão das
civilizações das “mentalidades”, ou seja, para essa corrente
historiográfica o estudo da História é o estudo do cotidiano de um
povo, do modo como viviam, se organizavam, produziam ou se
relacionavam política e socialmente.
Entre as modificações apresentadas pela Escola dos Annales,
estava a argumentação de que o tempo histórico apresenta ritmos
diferentes para os acontecimentos, os quais podem ser de simples
acontecimento, conjuntural ou estrutural. A obra de Fernand
Braudel, O Mediterrâneo, foi o grande símbolo da nova concepção
apresentada. Ao considerar a História não mais apenas como uma
sequencia de acontecimentos, outros tipos de fontes, como
arqueológicas, foram adotadas para as pesquisas. Da mesma
forma, foram incorporados os domínios dos fatores econômicos, da
organização social e da psicologia das mentalidades. Com todo
esse enriquecimento, a outra grande novidade da Escola dos
Annales foi a promoção da interdisciplinaridade que aproximou aHistória de ciências como a Geografia, Arqueologia, Paleontologia,
Sociologia, Antropologia, Economia, entre outras.
Patrimônio Cultural
O conceito de patrimônio está ligado a uma diversidade de
concepções que evoluiu com o tempo. De herança paterna a bens
de valor pessoal, seja material ou sentimental, assim como esteve
vinculado aos bens pertencentes à nação. A noção de patrimônio
ampliou-se valorizando a cultura material, inicialmente, e depois
toda e qualquer produção humana - casas, palácios, templos,
saberes e fazeres. Assim, o Patrimônio Cultural referencia a
identidade e a memória da sociedade. A identidade estárelacionada ao indivíduo ou grupos sociais sentirem-se pertencentes
aos mesmos valores culturais, se identificando e dando significado a
estes. A memória é um conjunto de lembranças ou elementos que
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formam o imaginário de uma determinada comunidade. Ela é
responsável pela construção da identidade.
Memória e identidade se relacionam, permitindo a produção na
sociedade do valor de patrimônio cultural. Tudo que o indivíduo ou a
sociedade faz questão que seja lembrado, rememorado para
fortalecer os seus laços de identidade constitui-se patrimônio
cultural. Dessa forma, surge à importância de se preservar o
patrimônio, uma vez preservado mantemos viva a memória da
nossa sociedade, o que nos foi deixado como legado do passado
para que se perpetue. O patrimônio cultural pode ser preservado
através do tombamento, garantia legal de preservação dos bens
culturais materiais ou por meio de inventários, instrumento técnico-
administrativo que auxilia a preservação, além da restauração: a
intervenção no bem cultural . Desse modo, ao preservar nosso
patrimônio permitimos a transmissão da nossa herança cultural.
A autarquia federal responsável pela defesa e promoção de nossos
bens culturais é o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional) criado em janeiro de 1937, pela lei nº 378
assinada pelo então presidente Getúlio Vargas.
Como já citado, o patrimônio cultural pode ser:
a) Patrimônio material: composto por um conjunto de bens
culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros de
Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas
artes; e das artes aplicadas. Estão divididos em bens imóveis como
os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens
individuais; e bens móveis como coleções arqueológicas, acervos
museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos,
videográficos, fotográficos e cinematográficos.
b) Patrimônio Cultural Imaterial (ou intangível): as práticas,
representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com
os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são
associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos,
os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio
cultural.
A PRÉ–HISTÓRIA
A Pré-história teve início com o surgimento do homem, perto de
quatro milhões de anos atrás, e estende-se até o aparecimento da
escrita por volta de 4.000 a.C. Para facilitar o seu estudo a Pré-
história foi dividida em: Idade da Pedra Lascada ou Paleolítico,
Idade da Pedra Polida ou Neolítico e Idade dos Metais.
A hipótese atualmente mais aceita, na comunidade cientifica, é ateoria Evolucionista ou Darwinismo, a qual afirma que o homem e
os demais seres vivos se originaram de organismos simples, que
sofreram transformações ao longo do tempo. Essa teoria baseia-se
no estudo de fósseis e em pesquisas genéticas.
Pesquisas recentes desenvolvidas nos campos da Antropologia,
Biologia e Arqueologia, mostram que a separação entre a linhagem
dos seres humanos e dos grandes primatas (gorilas e chipanzés)
deve ter ocorrido entre 10 e 7 milhões de anos atrás. Acredita-se
que o homo sapiens tenha surgido há aproximadamente 120 mil
anos, no continente africano. Da África migrou para a Ásia, Europa,
Oceania e América. A Pré-história pode ser dividida em três períodos: o Paleolítico, ou
Idade da Pedra Lascada, o Neolítico, ou Idade da Pedra Polida e a
Idade dos Metais: Paleolítico - é caracterizado pelo uso de utensílios
elaborados a partir da pedra lascada. Nesse momento, o ser
humano era nômade, subsistindo a partir da coleta, da caça e da
pesca. Constituía comunidades onde predominava a propriedade
coletiva dos meios de produção. Já o Neolítico é marcado pelo
processo de sedentarização da espécie humana. A partir do
domínio sobre técnicas agrícolas e da criação de animais,
formaram-se os primeiros núcleos urbanos e deu-se a organização
das tribos, que correspondem a formações sociais mais complexas.
Idade dos Metais foi o momento em que o ser humano,
aperfeiçoando técnicas de metalurgia, conseguiu elaborar
instrumentos de trabalho e armas. Com isso, alguns grupos
passaram a deter a hegemonia sobre outros e as sociedades
dividiram-se em classes sociais.
A origem do homem americano
Em se tratando da chegada dos primeiros hominídeos na América a
única certeza que temos no momento é que esse homem não era
autóctone. Ele não teria surgido aqui nas américas, porque até
agora não foi encontrado na América fósseis de Homo sapiens.
A hipótese mais tradicional é a teoria Clóvis, a qual afirma que no
final da última Era do Gelo ( +/- 9 mil anos atrás) com a redução do
nível do mar fez emergir uma faixa de terra ligando a Sibéria ao
Alasca, por onde teriam atravessado grupos humanos da Ásia.
Porém, descobertas arquelógicas no sul do Chile demonstram que a
presença humana na América seria mais remota, por volta de 14,5
mil anos.
Walter Neves (USP), defende que teria havido dois fluxos de
migrações pelo Estreito de Bering: o primeiro há +/- 14,5 mil anos,
composto por indivíduos que apresentavam características
parecidas com africanos e aborígenes. E o segundo, ocorrido
aproximadamente a 11 mil anos e formado por indivíduos de origem
asiática. Entretanto, outros cientistas acreditam que durante a última
glaciação (+/- 18 mil anos), o tamanho das geleiras entre a Sibéria e
a América impossibilitaria a passagem do homem pelo Estreito de
Bering. Então, a passagem teria acontecido pelo oceano Pacífico.
A arqueóloga Niêde Guidon (brasileira), em pesquisas realizada em
São Raimundo Nonato (Piauí), encontrou artefatos e restos de
fogueiras de mais de 33 mil anos. Ela acredita que o homem chegou
à América há 50 mil anos, vindo da África pelo oceano Atlântico.
Todavia, ainda não foram encontrados fósseis de Homo sapiens
com essa idade. A teoria de Niêde Guidon acirrou ainda mais os
debates e é importante lembrar que novas discussões podem surgir
em função do aparecimento de novas evidências arqueológicasassociadas aos estudos genéticos.
A Pré-história brasileira
Os nossos antepassados deixaram grande quantidade de vestígios
por onde passaram. Esses lugares, são conhecidos como sítios
arqueológicos. No Brasil, os principais sítios arqueologicos são: São
Raimundo Nonato (Piauí), Lagoa Santa (Minas Gerais) e Pedra
Pintada (Pará). Entre 1834 e 1844, o naturalista Peter Lund,
descobriu em Lagoa Santa os primeiros fósseis humanos datados
em cerca de 11 mil anos. Em 1975, nessa mesma região, foram
encontrados restos fósseis de um ser humano e posteriormente
estudado pelo arqueólogo Walter Neves, e concluiu que o crânio deaproximadamente 11.500 anos era feminino e tinha feições
negróides. Esse fóssil recebeu o nome de Luzia, a primeira
brasileira.
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A Pré história brasileira divide-se em dois grandes períodos:Culturas
do Pleistoceno – Trata da origem dos primeiros povoadores da
América. E Culturas do Holoceno – Culturas pré-cerâmicas do litoral
(sambaquis); Culturas Meridionais (Tradições Taquara e Itareré);
Culturas do Brasil Central e Nordeste (Tradição Una e Aratu). Os
vestígios arqueológicos encontrados no Brasil são: objetos líticos e
cerâmicos; sambaquis; pinturas rupestres, entre outros.
O ENEM enfoca nessa série de conteúdos o papel dosprocessos históricos na formação do indivíduo e tem sidorecorrente questões sobre patrimônio, memória eidentidade cultural.
A História Oficial, de Luis Puenzo; 1985Histórias Cruzadas, de Tate Taylor; 2011A Guerra do Fogo, de Jean-Jacques Annaud; 1981
http://portal.iphan.gov.br/http://migre.me/rXM9E
http://migre.me/rXM6P
http://migre.me/rXM8v
Leia no caderno de Biologia – Teoria de DarwinLeia no caderno de Literatura – Pintura RupestreCaderno Thétis – Texto 111: Cordões de históriasCaderno Thétis – Texto 136: Caminhos pré-colombianosCaderno Thétis – Texto 43: Patrimônio Culturalhttp://migre.me/rXM0Khttp://migre.me/rXM2m
01. (ENEM-2012) O que o projeto governamental tem em vista é
poupar à Nação o prejuízo irreparável do perecimento e da evasão
do que há de mais precioso no seu patrimônio.Grande parte das obras de arte até mais valiosas e dos bens de
maior interesse histórico, de que a coletividade brasileira era
depositária, têm desaparecido ou se arruinado irremediavelmente.
As obras de arte típicas e as relíquias da história de cada país não
constituem o seu patrimônio privado, e sim um patrimônio comum
de todos os povos.
(ANDRADE, R. M. F. Defesa do patrimônio artístico e histórico. O Jornal , 30 out. 1936. In:
ALVES FILHO, I. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 –
Adaptado)
A criação no Brasil do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico
Nacional (SPHAN), em 1937, foi orientada por ideias como asdescritas no texto, que visavam:
A) submeter a memória e o patrimônio nacional ao controle dos
órgãos públicos, de acordo com a tendência autoritária do
Estado Novo.
B) transferir para a iniciativa privada a responsabilidade de
preservação do patrimônio nacional, por meio de leis de
incentivo fiscal.
C) definir os fatos e personagens históricos a serem cultuados pela
sociedade brasileira, de acordo com o interesse público.
D) resguardar da destruição as obras representativas da cultura
nacional, por meio de políticas públicas preservacionistas.
E) determinar as responsabilidades pela destruição do patrimônio
nacional, de acordo com a legislação brasileira.
02. (ENEM-2013) No dia 1.º de julho de 2012, a cidade do Rio de
Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da Unesco
de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura,
apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê do
Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a
paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos
chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios,
contradições e possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade
valorizados com o título da UNESCO serão alvo de ações
integradas visando à preservação da sua paisagem cultural.
Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).
O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio
mundial deriva da
A) presença do corpo artístico local.
B) imagem internacional da metrópole.
C) herança de prédios da ex-capital do país.
D) diversidade de culturas presente na cidade.
E) relação sociedade-natureza de caráter singular.
03. (ENEM/PPL-2010)
Nova Escola, nº 226, out. 2009.
A tirinha mostra que o ser humano, na busca de atender suas
necessidades e de se apropriar dos espaços,
A) adotou a acomodação evolucionária como forma de
sobrevivência ao se dar conta de suas deficiências imposta pelo
meio ambiente.
B) utilizou o conhecimento e a técnica para criar equipamentos que
lhe permitiram compensar as suas limitações físicas.
C) levou vantagens em relação aos seres de menor estatura, por
possuir um físico bastante desenvolvido, que lhe permitia muita
agilidade.
D) dispensou o uso da tecnologia por ter um organismo adaptávelaos diferentes tipos de meio ambiente.
E) sofreu desvantagens em relação a outras espécies, por utilizar os
recursos naturais como forma de se apropriar dos diferentes
espaços.
04. (ENEM-2014) A Praça da Concórdia, antiga Praça Luís XV, é a
maior praça pública de Paris. Inaugurada em 1763, tinha em seu
centro uma estátua do rei. Situada ao longo do Sena, ela é a
intersecção de dois eixos monumentais. Bem nesse cruzamento
está o Obelisco de Luxor, decorado com hieróglifos que contam os
reinados dos faraós Ramsés II e Ramsés 111. Em 1829, foi
oferecido pelo vice-rei do Egito ao povo francês e, em 1836,
instalado na praça diante de mais de 200 mil espectadores e da
família real.
NOBLAT, R. Disponivel em: www.oglobo.com. Acesso em: 12 dez. 2012.
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A constituição do espaço público da Praça da Concórdia ao longo
dos anos manifesta o(a)
A) lugar da memória na história nacional.
B) caráter espontâneo das festas populares.
C) lembrança da antiguidade da cultura local.
D) triunfo da nação sobre os países africanos.
E) declínio do regime de monarquia absolutista.
05. (ENEM-2014)
Queijo de Minas vira patrimônio cultural brasileiro
O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi
registrado nesta quinta-feira (15) como patrimônio cultural imaterial
brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em
reunião do conselho realizada no Museu de Artes e Ofícios, em Belo
Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou que a
técnica de fabricação artesanal do queijo está "inserida na cultura
do que é ser mineiro”.
Folha de S. Paulo, 15 maio 2008.
Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence
à mesma categoria citada no texto está representado em:
A)
Mosteiro de São Bento (RJ)
B)
Tiradentes esquartejado (1893), de Pedra América
C)
Ofício das paneleiras de Goiabeiras (ES)
D)
Conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade de Ouro Preto (MG)
E)
Sítio arqueológico e paisagístico da Ilha do Campeche (SC)
06. (ENEM-2015) Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte
com representações de bandeirantes no acervo do Museu Paulista,
mediante a aquisição de uma tela que homenageava o sertanista
que comandara a destruição do Quilombo de Palmares. Essa
aquisição, viabilizada por verba estadual, foi simultânea à
emergência de uma interpretação histórica que apontava o
fenômeno do sertanismo paulista como o elo decisivo entre a
trajetória territorial do Brasil e de São Paulo, concepção essa que se
consolidaria entre os historiadores ligados ao Instituto Histórico e
Geográfico de São Paulo ao longo das três primeiras décadas do
século XX.MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a
tradição da retratística monárquica europeia. Revista do LEB, n. 44, tev. 2007.
A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas
das obras, tinha como propósito a construção de uma memória que
A) afirmava a centralidade de um estado na política do país.
B) resgatava a importância da resistência escrava na história
brasileira.
C) evidenciava a importância da produção artística no contexto
regional.
D) valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma
memória social.
E) destacava a presença do indígena no desbravamento do território
colonial.
07. (ENEM-2015) A Unesco condenou a destruição da antiga capital
assíria de Nimrod, no Iraque, pelo Estado Islâmico, com a agência
da ONU considerando o ato como um crime de guerra. O grupo
iniciou um processo de demolição em vários sítios arqueológicos em
uma área reconhecida como um dos berços da civilização. Unesco
e especialistas condenam destruição de cidade assíria pelo Estado
Islâmico.
Disponivel em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 30 mar. 2015 (adaptado).
O tipo de atentado descrito no texto tem como consequência paraas populações de países como o Iraque a desestruturação do (a)
A) homogeneidade cultural.
B) patrimônio histórico.
C) controle ocidental.
D) unidade étnica.
E) religião oficial.
ANTIGUIDADE ORIENTAL
EGITO ANTIGOLocalizado no nordeste da África, região seca e árida (desértica)
denominada de Crescente Fértil, o Egito era cercado por desertos e
mares. Através do processo de irrigação resultante da construção
de obras hidráulicas e da fertilização (húmus) do solo efetuada
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pelas constantes vazantes no Rio Nilo, os egípcios desenvolveram a
atividade agropecuária como meio de sobrevivência.
A história da civilização egípcia divide-se em dois grandes períodos,
em pré-dinástico e dinástico. O Período pré-dinástico (5000-3200
a.C.) caracterizou-se pelo povoamento e formação do Egito Antigo.
Época da chegada dos primeiros povos, às margens do Rio Nilo,
onde se reuniram em tribos denominadas de nomos.
A necessidade de construção das obras hidráulicas (barragens,
diques e canais de irrigação) e de controle da população levou a
formação de dois reinos: o Reino do Alto Egito (sul) e o Reino do
Baixo Egito (norte) 3500 a.C.
Em 3200 a.C., Menés, governante do Alto Egito, promove a
unificação política dos dois reinos, tornando-se rei (Faraó) de todo o
Egito, ocorrendo a centralização política e criação do Estado.
O Período Dinástico caracterizado pela formação e consolidação de
uma monarquia absoluta de base teocrática é dividida em três
fases:
O antigo império (3200-2300 a.C.)
Tínis, depois Mênfis, foi a capital do Egito neste período, onde se
destacou a agricultura de regadio, a construção de obras hidráulicas
e a Monarquia Absoluta Teocrática, onde o Faraó era tido como um
deus vivo.
Construção das grandes pirâmides (túmulos) como o dos Faraós,
Quéops, Quéfren e Miquerinos, demonstrando o conhecimento
arquitetônico e a força da fé dos egípcios, num período de paz
interna e externa e de prosperidade econômica.
No final dessa época observa-se a formação do período “feudal”
egípcio onde se caracterizou a instabilidade política e social através
de lutas entre os nomarcas (governadores das províncias), revoltas
sociais e desorganização da produção provocando a queda do
Faraó e a descentralização política.
O médio império egípcio (2000-1580 a.C.)
Inicialmente observou-se o restabelecimento do poder do faraó e da
unidade do império egípcio, onde se estabeleceu a capital na cidade
de Tebas.
Em meados deste período observou-se a invasão dos hicsos (1750
a.C.), povos de origem asiática que usavam cavalos, carros de
guerra e a metalurgia do ferro e que conquistaram a região do delta
do Rio Nilo, no Egito.
No final dessa época verificou-se a ocupação dos hebreus, que se
deslocaram ao Egito fugindo das secas, da fome e das guerras naPalestina, aonde chegaram a participar da administração hicsa
(José torna-se vice-rei).
O novo império egípcio (1580-525 a.C.)
A dominação hicsa desenvolveu sentimentos de união,
nacionalismo e militarismo entre os egípcios, provocando a
expulsão dos Hicsos do Egito em 1580 a.C. pelo povo liderado por
Amósis I. Já os hebreus a partir da expulsão dos hicsos passaram a
ser dominados e escravizados pelos egípcios. Amenófis IV (Amen-
hotep) promoveu uma revolução teológica, substituindo o politeísmo
pelo monoteísmo (crença no deus Aton) com o objetivo de diminuir
o poder dos sacerdotes de Amon-Ra. Amenófis mudou seu nome
para Akhenaton e transferiu a capital para Akhetaton.
As constantes disputas pelo poder no Egito entre o Faraó e os
sacerdotes levaram ao declínio da civilização egípcia e contribuíram
para o domínio assírio (Assurbanipal), em 662 a.C.
Política: Monarquia Absoluta Teocrática. (Teo-Deus; crático-
governo ou poder = poder de um Deus). Constantes conflitos entre
o poder central (Faraó) e os poderes locais (os nomarcas ou
governadores das províncias). Estreita relação entre poder político e
religião, onde o Faraó era tido como um deus vivo.
Economia: Agricultura de regadio, efetuada nas margens do Rio
Nilo pelos felás (camponeses) nas terras do Estado. Economia sob
controle do Estado, dona das terras. O comércio e o artesanato se
destinavam a suprir com artigos de luxo os palácios e os templos.
Modo de Produção Asiático – baseado na servidão coletiva e no
trabalho escravo onde o Estado era proprietário das terras e
apropriava-se do excedente da produção, efetuada pelos felás,
recrutava trabalhadores para as construções públicas e cobrava
imposto a esta classe camponesa.
Sociedade: Desigual, estratificada e hierarquizada, tendo-se
formado uma poderosa burocracia estatal (administrativa e religiosa)
que tornou seus cargos hereditários, observando-se uma rígida
divisão social, não se permitindo a mobilidade (castas hereditárias)
Religião: Era politeísta (crença em vários deuses): Principais
deuses: Amon-Ra, Osíris, Ísis, Set, Hórus, Anúbis, Ápis. Crença na
imortalidade da alma e no retorno desta ao mesmo corpo, tendo
desenvolvido a Técnica da Mumificação (embalsamento de
cadáveres).
Cultura: Influenciada pela religião, teve como principais destaques:
Escrita Hieroglífica, de uso sagrado, praticada pela classe dos
escribas, caracterizados por ideogramas e fonogramas, evoluiu para
formas simplificadas como a hierática e a demótica, de caráter
cursivo. Artes: A Arquitetura foi a arte mais desenvolvida. Escultura
e Pintura, comuns aos palácios e templos. Ciências: Astronomia,
onde desenvolverem um calendário; Medicina, Matemática e todas
as manifestações culturais são ligadas à religião. Literatura: Livro
dos Mortos, Hino ao Sol. Sua religiosidade e tradicionalismo
explicam a estabilidade e a permanência dos mesmos valores
sociais, morais e culturais por muitos séculos.
MESOPOTÂMIA
Localizada na Região do Crescente Fértil (Oriente Médio), a
Mesopotâmia era uma pequena faixa de terra banhada pelos Rios
Tigre e Eufrates. O termo Mesopotâmia significa terra entre rios,sendo uma região que sofria com as constantes enchentes dos seus
rios, tendo assim, a necessidade da construção de obras hidráulicas
e do melhor aproveitamento das inúmeras terras férteis da região. A
falta de defesas naturais e o fácil acesso contribuíram com as
constantes invasões à região.
A Mesopotâmia sofreu constantes invasões, principalmente de
povos de Origem Semita vindos do deserto da Arábia em busca de
terras férteis nas margens dos Rios Tigre e Eufrates. Foram povos
que habitaram a Mesopotâmia: os Sumérios, os Acádios, os
Amoritas, os Hititas, os Cassitas, os Assírios e os Caldeus.
SumériosOs sumérios criaram a base cultural da Mesopotâmia, construíram
cidades-estados, utilizavam a metalurgia, inventaram a roda, a
escrita cuneiforme efetuada em blocos de argila com um estilete em
forma de cunha.
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As principais cidades-estados da Suméria eram Ur, Uruk, Lagash,
Nippur governados por um Patesi, auxiliado por sumo sacerdote e
chefe militar.
Na religião construíram templos como o Zigurat e mitos, como a
criação do mundo pelo deus Marduk, a confecção do homem com
barro e a versão de um dilúvio universal.
Os Acádios
O primeiro império da Mesopotâmia foi estabelecido por um povo
semita conhecido pelo nome de sua capital Acad.
Por volta do ano 2300 a.C., o chefe semita Sargão I, fundou a
cidade de Acad e empreendeu bem-sucedidas campanhas bélicas,
que estenderam seu domínio a toda a região mesopotâmica limitada
ao sul pelo Golfo Pérsico e ao norte pelo litoral mediterrâneo da
Síria. A dinastia acádia uniu numa organização estatal comum às
diversas cidades independentes que existiam na Mesopotâmia. A
época foi de grande prosperidade econômica, baseada na
agricultura, no artesanato e no comércio.
Construíram cidades como Agadê, Sippar e Babilônia. Fundiram o
primeiro Império na Mesopotâmia unificando as cidades sumérias
sob o governo de Sargão I, dominando o centro e o sul da
Mesopotâmia. Assimilaram a cultura sumeriana.
Os Amoritas
Hamurabi foi o primeiro legislador conhecido da história. Deu
impulso à organização judicial e ao trabalho legislativo. O famoso
Código de Hamurabi, baseado na lei de talião, indica a preocupação
do monarca em estender o direito sumério a todos os povos que
habitavam os territórios do império.
Os Assírios
Povos semitas praticavam o comercio e esse era dominado por
empresas familiares. Aos poucos edificaram um forte Estado
militarizado com seus carros de guerra, cavalaria e infantaria. As
praticas da violência aos vencidos de guerra era comum, a tortura,
amputação e castigos. Eles foram influenciados pela cultura
babilônica e construíram bibliotecas.
Os Caldeus
Após a morte do pai (605 a.C.), Nabucodonosor II assumiu o trono.
Durante seu reinado uma sublevação do reino de Judá obrigou-o a
manter uma guerra cruenta que durou de 598 a 587 a.C., ano em
que destruiu Jerusalém e deportou milhares de judeus (o “cativeiro
babilônico”).
Nos anos seguintes, Nabucodonosor promoveu um intenso trabalhode reconstrução, reparando as cidades devastadas pela guerra.
Com sua morte (562), sucederam-se as lutas internas pelo trono.
A queda da Babilônia em 539 a.C. e sua incorporação ao império
persa acarretou o fim da Mesopotâmia como região histórica
independente.
Política: Tinha como forma de governo a Monarquia Absoluta
Teocrática, na qual os reis (Patesi) representavam os seus deuses
na Terra.
Economia: O modo de produção asiático baseava-se na Servidão
Coletiva, onde a Agricultura de regadio (baseada em obras
hidráulicas) era efetuada, pelos camponeses nas terras do Estado.O artesanato e o comércio eram bastante significativos,
principalmente na Babilônia.
Sociedade: Desigual, estratificada e hierarquizada, formada pelas
seguintes camadas sociais: nobres sacerdotes, comerciantes,
camponeses e escravos.
Religião: Era uma religião Politeísta que não acreditava na vida
após a morte. Tinham como principais deuses: Marduk, Ishtar,
Shamash.
Não ofereciam compensações na vida após a morte e acreditavam
que poderiam adivinhar o futuro das pessoas através dos astros
(Astrologia).
Cultura: A Escrita era a Cuneiforme. Na Literatura destacou-se a
“Epopéia de Gilgamesh” e o “Mito da Criação”.
Nas Ciências destacaram-se a Astronomia (movimento dos
planetas, estrelas e previsão de eclipses; calendário com o ano de
doze meses, dividido em semanas de sete dias e estes, em
períodos de doze horas) e a Matemática (divisão, multiplicação, raiz
quadrada, raiz cúbica, divisão do círculo em 360 graus).
Na Arquitetura destacaram-se as construções em forma de arcos e
os zigurates (templos), no período dos Caldeus Jardins Suspensos
da Babilônia (terraço ajardinado feito com pátios elevados) e a Torre
de Babel (Zigurate, ou templo piramidal, que possuía mais de 90
metros de altura).
HEBREUS
Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma historia marcada
por migrações e pelo monoteísmo.
Originalmente um pequeno grupo de pastores nômades (divididos
em clãs ou tribos e eram chefiados pelos patriarcas), os Hebreus
foram guiados por Abraão e se fixaram na Palestina – ou Canaã no
fim do II milênio a.C., onde tornaram-se agricultores.
A História política dos Hebreus pode é dividida em:
• A Era dos Patriarcas: Nesse primeiro período, o povo deveria
obedecer às ordens dos patriarcas, chefes de família e
magistrados com autoridade absoluta. Os mais conhecidos foram:
Abraão (o primeiro, considerado o “pai dos hebreus”), Isaac, Jacó,
José e Moisés (guiou os hebreus para fora do Egito, local onde
foram perseguidos e escravizados pelos faraós, voltando para a
Palestina).
• A Era dos Juízes: Após voltarem para a Palestina, os hebreus
foram liderados por Josué. Depois de sua morte, as tribos eram
governadas separadamente por anciãos. Mas em períodos de
lutas, ficaram sob o poder dos juízes, que eram chefes políticos,
militares e religiosos. Os principais juízes foram: Otoniel, Barac,Gedeão, Jefté, Sansão, Heli e Samuel.
• A Era dos Reis: O último Juiz, Samuel, nomeou Saul como rei.
Os outros reis desse período foram: Davi, famoso por vencer
Golias, que estabeleceu sua capital em Jerusalém; Salomão, filho
de Davi, um bom administrador e descrito como sábio; Roboão
não foi bem aceito pelas tribos do Norte, o que ocasionou na
separação dos Hebreus (a “cisma”): as tribos do sul, que eram
fiéis a Roboão, formaram o Reino de Judá, enquanto as tribos do
Norte, lideradas por Jeroboão, formaram o Reino de Israel.
• A Era do Domínio Estrangeiro: A região que se tornou Reino de
Israel foi tomada por assírios, que escravizaram grande parte dos
judeus. O reino de Judá foi conquistado por babilônios,
Nabucodonosor destruiu Jerusalém e manteve os judeus no
Cativeiro Babilônico, de onde só foram libertados pelos persas,
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que dominaram os babilônicos. Voltaram para a Palestina (agora
província do Império Persa), onde reconstruíram Jerusalém.
Depois de um tempo, ocorreu a diáspora e os judeus se
dispersaram pelo mundo.
Economia: No começo, os Hebreus eram pastores nômades, os
seus bens e tudo o que ganhavam pertenciam a todos do clã.
Quando chegaram à Palestina, dedicaram-se à agricultura e
desenvolveram o comércio. Depois de um tempo, surgiu a
propriedade privada da terra e dos outros bens, o que causou as
diferenças sociais. Logo, grandes proprietários e comerciantes já
exploravam as minorias.
Cultura e religiosidade: A cultura e a religião hebraica andaram
juntas, pois o traço cultural mais forte dos hebreus era o judaísmo.
Essa religião criada por Moisés acredita em um único Deus (Jeová),
na imortalidade da alma, no juízo final, recompensas e castigos
após a morte e na vinda de um Messias – Curiosamente, eles não
acreditavam que Jesus Cristo era esse Messias. Pregava uma
conduta moral orientada pela justiça, a caridade e o amor ao
próximo.
PERSAS
Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a
região da Pérsia (atual Irã). Este povo dedicou-se muito ao
comércio, fazendo desta atividade sua principal fonte econômica. A
política era toda dominada e feita pelo imperador, soberano
absoluto que mandava em tudo e em todos. O rei era considerado
um deus, desta forma, o poder era de direito divino.
Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e
persas. Durante seu governo ( 560 a.C - 529 a.C ), os persas
conquistaram vários territórios, quase sempre através de guerras.
Em 539 a.C, conquistou a Babilônia, levando o império de
Helesponto até as fronteiras da Índia.
A religião persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou
Mazdeísmo, criada em homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o
profeta e líder espiritual criador da religião.
FENÍCIOS
A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual
Líbano. No aspecto econômico, este povo dedicou-se e obteve
muito sucesso no comércio marítimo. Mantinha contatos comerciais
com vários povos da região do Oriente. As cidades fenícias que
mais de desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.
A religião fenícia era politeísta e antropomórfica, sendo que cadacidade possuía seu deus (baal = senhor). Acreditavam que através
do sacrifício de animais e de seres humanos podiam diminuir a ira
dos deuses. Por isso, praticavam esses rituais com certa frequência,
principalmente antes de momentos importantes.
Como pode ser percebido, Antiguidade Oriental é um dosassuntos menos recorrentes no ENEM, porém, não se engane,as relações de poder, o uso da terra e manifestaçõesculturais/religiosas podem ser cobradas num quadro
comparativo.
O Êxodo decifrado, de Simcha Jacobovici; 2006
http://migre.me/rXN2d
Faraó, Margareth Menezes / Letra Caderno Thétis – Texto 16A Queda dos portões da Babilônia, Banda Reação / LetraCaderno Thétis – Texto 18Na força da Fé, Banda Reação / Letra Caderno Thétis – Texto17
Leia no caderno de Geografia – África / Oriente MédioLeia no caderno de Geografia – Principais conflitos Mundiais:Palestina
01. (UFTM-2012) Leia os excertos da obra 100 textos de História
Antiga, organizada por Jaime Pinsky, de 1980.
Eu sou o rei que transcende entre os reis,
Minhas palavras são escolhidas,
Minha inteligência não tem rival.
(Hamurábi, 1792-1750 a.C. Autopanegírico.)
O fundamento do regime democrático é a liberdade [...].
Uma característica da liberdade é ser governado e governar por
turno [...]. Outra é viver como se quer; pois dizem que isto é
resultado da liberdade, já que o próprio do escravo é viver como não
quer.
(Aristóteles, 384--‐322 a.C. Política.)
A partir dos textos, pode‐se afirmar que
A) os fundamentos do poder político eram os mesmos para
Hamurábi e Aristóteles.
B) a democracia, segundo Aristóteles, impôs o abandono do regime
escravista.
C) Hamurábi considerava que o governante deveria ser escolhido
entre os mais sábios.
D) expressam diferentes concepções sobre as relações entre
governantes e governados.
E) a dinastia esclarecida, com doses de despotismo e liberdade, era
defendida por ambos.
02. (UFSM-2013)
O mapa acima indica os diversos caminhos do povo hebreu na
Antiguidade, destacando a migração de Ur para a Palestina (por
volta de 1900 a.C.), a ida ao Egito (1700 a.C.), o Êxodo (1200 a.C.),
a deportação para a Babilônia e o regresso à Palestina (século VIa.C.). A partir desses dados, pode‐se inferir:
A) O povo hebreu realizou trocas comerciais e culturais com o Egito
e a Mesopotâmia, e essas trocas influíram na sua formação
cultural e religiosa.
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B) Como se percebiam como “povo eleito por Deus”, os hebreus
recusavam qualquer influência das culturas e das religiões dos
povos do Oriente Médio.
C) A força política e militar dos hebreus se impôs sobre os reinos do
Oriente Médio, originando uma cultura e religião dominantes na
região.
D) As migrações dos povos da Antiguidade eram raras, devido às
péssimas condições das estradas e à precariedade dos meios
de transporte.
E) As migrações de povos tornaram‐se possíveis com as facilidades
criadas pelas sociedades estatais no Egito e Mesopotâmia.
03. (ENEM/PPL-2009) As imagens nas figuras a seguir ilustram
organizações produtivas de duas sociedades do passado.
COLEÇÂO. Grandes impérios e civilizações. Madrid: Del Prado, 1996, p. 156.
O trabalho no campo foi, durante muito tempo, uma das atividades
fundamentais para a estruturação e o desenvolvimento das
sociedades, como mostram as figuras 1 e 2.
Nessas figuras, as características arquitetônicas, tecnológicas e
sociais retratam, respectivamente,
A) o agrarismo romano e o escravismo grego.
B) a pecuária romana e a agricultura escravista grega.
C) a maquinofatura medieval e a pecuária na Antiguidade.
D) a agricultura escravista romana e o feudalismo medieval.
E) o feudalismo medieval e a agricultura familiar no Antigo Egito.
A CIVILIZAÇÃO GREGA
Modo de Produção Escravista
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
• Propriedade privada (fim do coletivismo primitivo e da servidão
coletiva).
• Cidades como centros econômicos e políticos.
• Grande diversificação econômica: agricultura, artesanato e
comércio.
• Mão de obra escrava: prisioneiros de guerra/dívidas
SOCIEDADE ESCRAVISTA (Censitária)
Características - Banhada pelo mar Egeu, a Grécia é considerada
a base de toda a cultura ocidental, muitos valores, conhecimentos e
padrões artísticos atuais têm sua origem entre os antigos gregos.
Entre eles surgiu a prática da democracia (entre outros regimes
políticos), o teatro, a filosofia, o pensamento crítico e político, a
história, entre tantas outras contribuições. O fato de, ao longo dos
séculos, a democracia ateniense ter servido de inspiração para os
movimentos que lutaram por liberdade e igualdade, contra a tirania
dos governantes ou a opressão estrangeira, demonstra a
importância dessa sociedade para o ocidente.
Civilização cretense ou minóica - Primeira civilização a se
desenvolver no Egeu, na ilha de Creta, era formada por um conjunto
de estados teocráticos que governavam a ilha, cuja administração
estava centrada nos palácios de Creta como o de Cnossos. A
escrita dessa cultura – a linear A- ainda não foi decifrada pelos
estudiosos. Escavações arqueológicas revelaram que a arte e a
arquitetura minóicas eram complexas e refinadas. O comércio
marítimo era a atividade econômica principal, posicionando Creta
como intermediária entre o Egito e todo o Mediterrâneo Oriental.
Por volta do século XVI a.C., o território cretense começou a ser
ocupado pelos micênicos, que nos antigos poemas gregos eramidentificados como aqueus. Os micênicos foram os responsáveis por
introduzirem os cavalos e os carros de combate no território grego,
além de terem sido eles os primeiros gregos a compor documentos
escritos em língua próxima à grega, encontrados em tábuas de
argila ou de cerâmica.
Período Homérico - Com a chegada dos “povos do mar” (os
espartanos), que os gregos chamavam de dórios, chega ao fim a
civilização micênica, e começa o período homérico, que recebe
esse nome em atenção aos dois principais poemas escritos por
Homero sobre esse período: a Ilíada (que retrata a Guerra de
Tróia), e a Odisséia (que trata das aventuras de Ulisses, que osgregos chamavam de Odisseu, em direção à sua terra natal, a
ilha de Ítaca).
Tradicionalmente, a autoria desses dois poemas é atribuída a
Homero, poeta grego de quem pouco se sabe. Desde a antiguidade,
porém, há pensadores que questionam a autoria dessas duas
obras, ou que Homero tenha sido o seu único autor. O mais
provável é que esses poemas representem o ponto culminante de
uma longa e rica tradição de poesia oral.
Fugindo da destruição provocada pelos dórios, ou esparciatas,
muitos habitantes das cidades fugiram para o interior, provocando o
despovoamento das cidades, e, por conseguinte o fim do comércio,
e a ruralização da sociedade. Período este que ficou conhecido
como “Idade Média Grega”.
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Os aqueus que resistiram a invasão foram transformados em
escravos (hilotas), quem concordou com a invasão formava o grupo
dos periecos ( que deram origem a palavra periferia, já que viviam
nos arredores de Esparta se dedicando ao comércio, atividade
desprezada pelos espartanos).
Durante esse período, os gregos organizavam-se em gene (plural
de genos). Cada genos era uma comunidade constituída de clãs
familiares, que se identificavam entre si por meio de um ancestral
comum.
A unidade social de produção era o oikos, que reunia as atividades
do pastoreio e da agricultura. O oikos compreendia, além da família
do chefe, dependentes diversos, escravos e todos os bens
materiais, como terras e gado. O comércio tinha pouca importância,
era geralmente feito por escambo.
Período Arcaico (Séc. VIII – VI a.C) - Novas técnicas de cultivo
possibilitaram o aumento da produção e uma melhoria nas suas
condições de vida, ocasionando o seu crescimento demográfico, o
que acabou gerando uma série de partilhas de terra para atender a
essa nova demanda populacional, acarretando à redução do
tamanho das propriedades, aumentando um clima de hostilidades
dentro das próprias comunidades gentílicas. Essa crise acabou
contribuindo para o surgimento de uma nova estrutura: a pólis
grega.
A palavra pólis, de origem grega, é freqüentemente traduzida como
cidade-estado. As cidades gregas eram independentes entre si,
possuíam suas próprias instituições políticas e militares, buscavam
ser economicamente autossuficientes e tinham limites territoriais
definidos. Segundo a definição que se tornou predominante na
historiografia moderna, pólis era a comunidade de cidadãos de uma
cidade em particular, responsáveis pelas atividades política e militar.
Assim, mais do que se referir aos limites territoriais de uma cidade,
o termo pólis correspondia aos cidadãos que nela habitavam. Em
comparação com as grandes cidades do mundo atual, as cidades
gregas eram relativamente pequenas. A maior delas era Atenas.
CARACTERÍSTICAS DA POLIS:
• Autonomia política, econômica e militar CAUSA: isolamento
geográfico.
• Mesma cultura (língua/religião). CAUSA: origem comum (creto-
micênicos).
• Espaços públicos: ágora (praça) / acrópole (templos) e espaços
privados: propriedades.ATENAS
* Local: Península da Ática (norte).
* Povo fundador: Jônios.
Evolução social
* Decorrente da evolução populacional.
* Camadas:
-Eupátridas: proprietários das melhores terras (bem nascidos);
-Demiurgos: comerciantes.
-Georgóis: proprietários das piores terras;
-Thetas: sem terras (maioria da população);
-Escravos: dívidas
Sociedade Ateniense
CIDADÃO
Atualmente, entende-se por cidadão o indivíduo que goza
plenamente dos direitos civis e políticos de um Estado e, em
contrapartida, cumpre os deveres estabelecidos na lei. Embora a
origem da palavra seja freqüentemente associada ao contexto social
da pólis grega, ela deriva do correspondente latino civitas, cujo
significado é cidade ou cidadania. O correlato grego é politikos, isto
é, “aquele que age na cidade”. Na pólis grega, de modo geral, oexercício dos direitos políticos advindos da cidadania restringia-se
aos homens livres nascidos na cidade. Os escravos, os estrangeiros
e as mulheres não eram considerados cidadãos e, portanto,
estavam excluídos da participação política.
O constante aumento populacional acabava provocando de maneira
reflexa a diminuição das terras cultiváveis para manter as famílias e
satisfazer as necessidades da população.
Pequenos proprietários acabavam contraindo empréstimos para
manter as suas terras, mas impossibilitados de quitar suas dívidas
muitos acabavam tornando-se escravos dos seus credores. Sendo
assim, a solução encontrada por muitos desses devedores, foi partir para colonizar novas áreas. Apesar do nome, as colônias gregas
tinham uma grande independência em relação à metrópole (cidade-
estado que dava origem à colônia), o que as uniam eram o idioma, a
religião e os laços culturais que ambas compartilham.
De modo geral, enquanto a pólis fornecia serviços e manufaturas,
as colônias forneciam cereais e matérias-primas.
A colonização não conseguia resolver de modo satisfatório a
questão agrária. Enquanto a nobreza se enriquecia rapidamente,
intensificando a exploração da terra e adotando o luxo, os conflitos
sociais se generalizavam.
A instituição do direito escrito foi uma das respostas dadas pelas
cidades-estados à crise social e política que abalava a ordem
aristocrática. Licurgo em Esparta, Drácon e Sólon em Atenas, foram
os principais deles. No entanto, foi Sólon quem se sobressaiu
tomando algumas medidas: aboliu a escravidão por dívidas; os
cidadãos passaram a ser divididos em quatro classes sociais de
acordo com a sua riqueza agrícola e não mais de acordo com a sua
linhagem de família; e criou um conselho chamado de Bulé,
composto por quatrocentos membros que elaboravam as leis a
serem votadas pela Eclésia ( Assembleia).
Considerado o pai da democracia, Clístenes, ampliou a
participação política dos cidadãos ao abolir a divisão da sociedade
em quatro classes e estabeleceu uma divisão de acordo com o local
de residência, e concentrou todos os poderes nas mãos da Eclésia
(a assembleia popular ) que passou a tomar todas as decisões por
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meio do voto direto, ainda que mulheres, estrangeiros e escravos
estivessem excluídos da democracia ateniense.
Na democracia moderna que se costuma chamar de democracia
“representativa”, os cidadãos escolhem, por meio do voto, os seus
representantes. O governo efetivo não é seu atributo, mas está a
cargo das instâncias de poder organizadas nos municípios, Estados
e em nível federal. Em Atenas, ao contrário, havia a democracia
direta, ou seja, os cidadãos participavam diretamente do governo,
cada um expressando suas posições
ESPARTA
* LOCAL: Península do Peloponeso (sul) / Região da Lacônia.
* POVO FUNDADOR: dórios.
- Fundada a partir da invasão dórica.
- Não passa pelo mesmo processo de formação de Atenas.
* ECONOMIA: agricultura.
Sociedade Espartana
• ESPARCIATA: Descendente dos dórios /Militar/ Dono de
terras / Hoplita: soldado-cidadão.
• PERIECOS: Homens livres / pequenos agricultores /
comerciantes / não são cidadãos.
• HILOTAS: Servos da cidade / base da mão de obra / não
são propriedades (não são escravos).
Situada na fértil planície da Lacônia, Esparta era uma sociedade
aristocrática de base agrária, mas cuja principal atividade era a
guerra. Ao contrário de Atenas, Esparta nunca mudou o seu regime
político que sempre permaneceu oligárquico (governo de poucos). A
cidade era governada por dois reis, que juntos com mais 28
cidadãos maiores de 60 anos formavam a Gerúsia (que cuidava da
política externa). O conjunto de cidadãos com mais de 30 anos
podiam votar na Apella, órgão encarregado de escolher os cinco
éforos, que eram os guardiões da tradição e das leis que regiam a
vida na cidade, eram eles quem de fato governavam a cidade.
Período Clássico - Provocadas pelo fato de, tanto gregos quanto
persas, desejarem controlar o comércio do mediterrâneo oriental, as
guerras médicas, que envolveram esses dois povos duraram, com
alguns intervalos de paz, quatorze anos. Após o primeiro embate na
batalha de maratona, o receio de uma nova investida fez com que
os gregos, sob a liderança de Atenas formassem uma aliança militar
chamada de Liga de Delos, que tinha como objetivo organizar uma
poderosa frota marítima financiada por meio de tributos recolhidos
das cidades integrantes.
De facultativos, com o decorrer do tempo os tributos tornaram-se
obrigatórios. Os impostos acabaram por financiar o desenvolvimentocultural e social ateniense, que acabou acirrando ainda mais a
desconfiança de sua poderosa rival, a cidade de Esparta, que se
ressentia da hegemonia que Atenas havia conseguido no mundo
grego após as guerras médicas. Para frear o crescente poderio
ateniense, Esparta e outras cidades gregas formaram a chamada
Liga do Peloponeso.
A tensão entre as duas cidades acabou por provocar uma guerra
civil entre elas. Enquanto Atenas liderava as cidades que adotavam
o regime democrático, Esparta liderava as que optavam pelo regime
oligárquico. A vitória de Esparta ao final da guerra, seguida por um
breve período de hegemonia tebana, teve como consequência
imediata o enfraquecimento das cidades-estados da Grécia e a sua
fácil dominação pelo reino da Macedônia.
Período Helenístico - Figura máxima do império macedônico,
Alexandre Magno acabou provocando o surgimento da civilização
helenística, que se formou com as conquistas macedônicas, surgida
com a absorção da cultura oriental, ao mesmo tempo em que se
deu a propagação dos valores gregos. Assim, se por um lado as
conquistas de Alexandre disseminaram a cultura grega pelas terras
do oriente, também promoveu a abertura do mundo grego à cultura
oriental.
A Filosofia – A filosofia surgiu na Grécia entre os séculos VI e IV
a.C. O termo deriva de philos (“amigo, “amante”) e sophia
(“conhecimento”, saber”). Os pensadores gregos lançaram as bases
dos grandes temas do pensamento filosófico ao longo da História e
exerceram forte influencia no desenvolvimento da ciência.
• Sócrates (c. 470-399 a.C.) – Para ele a melhor maneira
de abordar um tema era o diálogo. Questionador, suas perguntas
eram desafiadoras e seu senso de humor confundia as pessoas.
Costumava interrogar os outros a respeito de assuntos que eles
julgavam saber, deixando-os desconcertados. Foi condenado à
morte e obrigado a ingerir cicuta, veneno mortal.
• Platão (c. 428-c. 348 a.C.) – Discípulo de Sócrates,
achava que a formação de bons líderes requeria uma educaçãoadequada e por isso criou sua escola, a Academia de Platão.
Imaginou um mundo em que existiria um modelo perfeito e eterno
de tudo. Escreveu inúmeras obras em forma de diálogos,
abrangendo todas as áreas da filosofia. Entre essas obras destaca-
se A República.
• Aristóteles (384-322 a.C.) – Discordava da “teoria das
ideias” de Platão, seu mestre. O mundo natural o fascinava.
Constantemente era visto observando plantas ou a atividade dos
insetos. Certa vez declarou: “Há algo maravilhoso em todas as
coisas naturais”. Após a morte de Platão fundou sua própria escola,
chamada Liceu.Herança Cultural Grega
A Constituição brasileira estabelece que a educação é um direito do
cidadão e dever do Estado e da família. O compromisso do Estado
com a educação deve ser cumprido mediante a garantia da
educação básica (ensino fundamental e médio) gratuita e
obrigatória. As instituições privadas são livres para atuar nessa
área, desde que respeitem as normas gerais da educação nacional.
Na Grécia antiga, as características da educação variavam de
acordo com os costumes e os valores de cada cidade. A educação
em Esparta, por exemplo, dirigia-se aos filhos de cidadãos e era
totalmente voltada para a formação do soldado hoplita, minimizando
a instrução intelectual. Aos 7 anos de idade, os meninos se
tornavam responsabilidade do Estado. Vivendo em acampamentos
militares, deviam suportar a fome, o frio, o castigo e a dor.
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A formação das meninas espartanas era semelhante à dos
meninos. Mesmo morando em casa, deviam exercer atividades
físicas para gerar filhos fortes e vigorosos para a cidade.
Em Atenas, ao contrário, a educação era privada. Os meninos,
filhos de cidadãos atenienses, dedicavam-se às atividades físicas e
esportivas desde os 7 anos de idade. Também recebiam instrução
intelectual por meio de um mestre (o pedagogo), que lhes ensinava
a ler, a escrever e a recitar poemas.
As meninas atenienses das camadas mais altas passavam a maior
parte do tempo no gineceu - onde se originou os termos ginecologia,
ou, ginecológico -, parte da casa onde aprendiam a fiar e a cuidar
de outros afazeres domésticos. As atenienses tinham menos
liberdade do que as espartanas, que podiam inclusive se dedicar ao
comércio.
Na antiga Grécia, o teatro era um espetáculo muito popular,
realizado originalmente durante festivais em honra a Dionísio, deus
do vinho.
Os dois gêneros teatrais mais celebrados nos festivais eram a
tragédia e a comédia
A tragédia geralmente tinha temas míticos. Ela tratava do
sofrimento humano de heróis, de acordo com a vontade dos deuses.
Seus principais representantes foram Ésquilo, Eurípedes, e
Sófocles, autor de Édipo rei.
A comédia, para Aristóteles, representava pessoas inferiores, ao
contrário da tragédia, que abordava o dilema dos grandes homens.
Teve como maior representante Aristófanes, autor de “As rãs e as
vespas” .
Apesar de ter sido desenvolvida por diversos povos da antiguidade,
para realizar cálculos astronômicos e comerciais, foram os gregos
que transformaram a matemática numa ciência, fundamentando
seus princípios em deduções e raciocínios lógicos.
Tradicionalmente, o filósofo Thales de Mileto é considerado o
primeiro matemático grego. Ele usou a geometria para resolver
problemas como calcular a altura das pirâmides e prever eclipses.
Outro importante matemático foi Pitágoras, autor do célebre
teorema que leva o seu nome. Os pitagóricos acreditavam que o
universo é um todo harmônico constituído de proporções perfeitas,
cujas idéias logo se difundiram pela Grécia. É atribuída também aos
pitagóricos à descoberta da equivalência entre as proporções
matemáticas e os intervalos musicais, descoberta que permite
construir e afinar instrumentos musicais.Arquitas de Tarento aplicou os princípios matemáticos na
construção de instrumentos mecânicos.
Euclides assentou os princípios da geometria matemática. O livro
que ele escreveu em treze volumes, foi utilizado como manual
básico para o ensino da matemática até o século XX.
Arquimedes de Siracusa foi outro grande matemático grego. Ele
aplicou o chamado “método de exaustão” (teste sucessivo de várias
hipóteses até se chegar a uma solução aproximada para um
problema) para calcular a área do círculo, a quadratura da parábola
e a determinação do número n (PI= 3.146).
A arquitetura grega encontrou sua maior expressão na construçãodos templos e palácios. Três estilos marcaram a arquitetura grega: o
dório (mais sóbrio, simples), o jônio (leve e elegante), e o coríntio
(mais rebuscado, marcado pelos detalhes no ornamento).
Politeístas, os gregos cultuavam deuses que tinham formas
humanas, virtudes e defeitos, apenas se diferenciando dos homens
por serem imortais. Ao contrário do que ocorre nas tradições
hebraicas, a idéia de um salvador dos homens não fazia parte do
universo religioso grego. Aliado ao fato de que ao contrário das
religiões orientais, os sacerdotes gregos não exerciam qualquer tipo
de influência na vida dos cidadãos, e que não havia nenhum dogma,
verdade estabelecida que o fiel é obrigado a acreditar, relevante na
vida das pessoas daquela época.
Para o Enem as preocupações principais com aschamadas Civilizações Clássicas são a evolução dasinstituições políticas, da concepção de cidadania e asinterações culturais.
Alexandre, de Oliver Stone; 2004A Odisséia, de Andrei Konchalovsky; 1997Sócrates, de Roberto Rossellini; 1971
http://migre.me/s16AFhttp://migre.me/s16SJ
Mulheres de Atenas, de Chico Buarque
Veja mais no caderno de Filosofia – Tales: a água /Pitágoras: os números.Veja também Matemática – Teorema de Tales e dePitágoras.Caderno Thétis – Texto 123: O Animal político para Aristóteles
01. (ENEM/PPL-2009) Em seu discurso em honra dos primeiros
mortos na Guerra do Peloponeso (séc. V a.C.), o ateniense Péricles
fez um longo elogio fúnebre, exposto na obra do historiador
Tucídides. Ao enfatizar o respeito dos atenienses à lei e seu amor
ao belo, o estadista ateniense tinha em mente um outro tipo de
organização de Estado e sociedade, contra o qual os gregos se
haviam batido 50 anos antes e que se caracterizava por uma
administração eficiente que concedia autonomia aos diferentes
povos e era marcada pela construção de grandes obras e
conquistas.
PRADO, A. L. A.,Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro I, São
Paulo, Martins Fontes (com adaptações).
O “outro tipo de organização de Estado e sociedade” ao qual
Péricles se refere era
A) o mundo dos impérios orientais, que rivalizava comercialmente
com a Atenas de Péricles.
B) o Império Persa, que, apesar de possuir um vasto território,
tentou, em vão, conquistar a Grécia.
C) o universo dos demais gregos, que não viviam sob uma
democracia, já que esta era exclusividade de Atenas.
D) o Alto Império Romano, que, se destacava pela supremacia
militar e pelo intenso desenvolvimento econômico.
E) o mundo dos espartanos, que, desconhecendo a escrita e a lei,
eram guiados pelo autoritarismo teocrático de seus líderes.
02. (ENEM/PPL-2010) Alexandria começou a ser construída em 332
a.C., por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um
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polo de estudos sobre matemática, filosofia e ciência gregas. Meio
século mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um
museu — que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca
reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou
a cidade no maior núcleo intelectual da época, especialmente entre
os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques
de romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou
perda de quase todo o seu acervo.
RIBEIRO, F. Filósofa e mártir. Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010(adaptado).
A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel
fundamental para a produção do conhecimento e memória das
civilizações antigas, porque
A) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas
narrativas dos seus grandes feitos.
B) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e deu origem
às universidades modernas.
C) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do
conhecimento e permitiu sua transmissão a outros povos.
D) transformou a cidade de Alexandria no centro urbano maisimportante da Antiguidade.
E) reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes
e fez avançar a museologia antiga.
03. (ENEM-2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em
Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão
e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre
objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o
primeiro em detrimento do segundo.
Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em
sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo:
Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto
essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De
acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
A) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
B) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
C) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação
são inseparáveis.
D) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a
sensação não.E) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é
superior à razão.
04. (ENEM-2012)
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de
tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de
sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao
passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a
partir do ar por filtragem e, ainda mais condensadas, transformam-
se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se emterra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em
pedras.
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de
todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão
parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção,
as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo
se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os
Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão
impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.”
GILSON, E: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991
(adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para
explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional.
As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo
medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que:
A) eram baseadas nas ciências da natureza.
B) refutavam as teorias de filósofos da religião.
C) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
D) postulavam um princípio originário para o mundo.
E) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
05. (ENEM-2013) A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre ea mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar
separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a
mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce
é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas
mais excelentes atividades, e entre essas a melhor nós a
identificamos como felicidade.
ARISTOTELES. A Politica. São Paulo: Cia das Letras, 2010.
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes
atributos, Aristóteles a identifica como
A) busca por bens materiais e títulos de nobreza.
B) plenitude espiritual e ascese pessoal.
C) finalidade das ações e condutas humanas.
D) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
E) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.
06. (ENEM-2014) Compreende-se assim o alcance de uma
reivindicação que surge desde o nascimento da cidade na Grécia
antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que
assegurar-lhes permanência e fixidez. As leis tornam-se bem
comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma
maneira.VERNANT. J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1992
(adaptado).
Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda
vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir o seguinte
princípio:
A) Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos.
B) Transparência — acesso às informações governamentais.
C) Tripartição – separação entre os poderes políticos estatais.
D) Equiparação – igualdade de gênero na participação política.
E) Elegibilidade – permissão para candidatura aos cargos públicos.
07. (ENEM-2014) Alguns dos desejos são naturais e necessários;
outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem
necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos
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trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu
impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua
satisfação ou parecem geradores de dano.
EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V F.
Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974.
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim
A) alcançar o prazer moderado e a felicidade.
B) valorizar os deveres e as obrigações sociais.
C) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação.
D) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade.
E) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber.
08. (ENEM-2014)
SANZIO, R. Detalhe do afresco A Escola de Atenas.
Disponivel em: http://fil.chf.ufsc.br. Acesso em: 20 mar. 2013.
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o
alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma
instância na qual o homem descobre a
A) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
B) realidade inteligível por meio do método dialético.
C) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
D) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
E) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.
09. (ENEM-2015) O que implica o sistema da pólis é uma
extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros
instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a
discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo
intelectual, assim como do jogo político.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992
(adaptado).Na configuração política da democracia grega, em especial a
ateniense, a ágora tinha por função
A) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol
da cidade.
B) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado
expostas por seus magistrados.
C) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para
deliberar sobre as questões da comunidade.
D) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os
rumos a serem tomados em caso de guerra.
E) congregar a comunidade para eleger representantes com direitoa pronunciar-se em assembleias.
ROMA
O pequeno povoado de Roma, nos primeiros tempos, era
monárquico. O rei era assessorado por uma assembléia de anciãos
(Senado, do latim senex que quer dizer idoso) e pela Assembleia
Curiata, que possuía claras características religiosas.
As principais atividades econômicas desse período monárquico
eram as agrárias, e não havia muitas possibilidades de mobilidade
social. A sociedade romana era basicamente composta por três
grupos. Os patrícios (“aquele que tem pais, ou seja, origens
nobres”), ou gentes, porque se agrupavam na unidade básica
familiar: os gens, semelhantes aos do mundo grego. Eram os
patrícios os grandes proprietários de terra que dominavam as
instâncias políticas e religiosas.
Os clientes por sua vez eram agregados, parentes menos
favorecidos dos patrícios e agiam como servidores e protegidos de
seus superiores, numa economia de troca de favores.
Por último, temos a imensa maioria da população romana, os
plebeus. Sem terras, trabalhavam para os patrícios, e muitas vezes
eram escravizados por dívidas. Eram eles que se dedicavam ao
comércio.
Revoltando-se contra os últimos reis etruscos de Roma, os patrícios
juntos com os plebeus, organizaram uma revolta e depuseram o
último rei de Roma, Tarquínio, o Soberbo. Era o inicio do período
republicano.
Apesar de concentrar em suas mãos todos os poderes, no inicio da
República tinham os patrícios o cuidado de evitar que
eventualmente o poder se concentrasse nas mãos de uma única
pessoa: afinal, a “coisa pública” (res publica), não poderia ser
administrada em favor de interesses particulares. Daí a grande
quantidade de cargos que havia nesse período, a saber: cônsules,
pretores, edis, questores, ditador, pontífice, entre outros. Eram
cargos de curta duração, normalmente de seis meses a um ano,
que tinham como propósito evitar o gosto pelo poder e a corrupção.
Durante o período republicano, o senado tornou-se o principal órgão
de poder. Baluarte do poder aristocrático, tinha funções importantes
e abrangentes: nomeava os magistrados, decidia pela guerra,
nomeava embaixadores, fiscalizava as finanças, criava impostos,
etc.
Os plebeus não podiam ocupar cargos públicos, no entanto,
participavam do exército. Quando voltavam das guerras estavam
endividados porque tinham deixado de produzir. Julgados por tribunais patrícios, quase sempre perdiam suas terras e posses,
chegando a ser escravizados.
A disparidade entre patrícios e plebeus levou ao surgimento dos
tribunos da plebe, leis escritas e certa equiparação de direitos entre
nobres e os cidadãos comuns.
As revoltas, contudo, não impediu que Roma se mantivesse
dinâmica para conquistar novos territórios. O crescimento territorial
levou ao aumento da necessidade de mão-de-obra escrava e do
incremento comercial. Essas necessidades conduziram ao choque
militar com os poderosos comerciantes cartagineses, que
dominavam grande parte do fluxo comercial mediterrâneo. Oconfronto entre Roma e Cartago pelo domínio marítimo-comercial
do Mediterrâneo ocidental se desdobrou nas três Guerras Púnicas
vencidas pelos romanos.
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As conquistas militares de Roma acabaram contribuindo para o
desenvolvimento comercial; um aumento do número e da
importância do trabalho escravo; a ampliação das disparidades de
riquezas entre os grupos sociais; relaxamento moral; e um
afrouxamento dos laços familiares.
Os irmãos Tibério e Caio Graco, que foram Tribunos da Plebe,
tentaram evitar o descontentamento popular, através de reformas
sociais que defendiam respectivamente, o limite fundiário e a lei
frumentária (lei que baixava o preço do trigo).
As sucessivas crises políticas acabaram provocando o surgimento
no cenário político de Roma de generais vitoriosos, como Mário
defensor do partido democrático e Silas, partidário da classe
aristocrática. As rivalidades entre esses dois grupos acabaram por
provocar uma guerra civil sangrenta em Roma, que foi vencida pelo
general Sila.
Após a morte de Sila, o poder romano passa a ser compartilhado
por três patrícios romanos: Pompeu, Crasso e Júlio César. Iniciava-
se o Primeiro Triunvirato romano, que durou dez anos.
Após vencer uma guerra na Gália e derrotar seu principal rival,
Pompeu, César retorna a Roma e é recebido em triunfo.
Acumulando diversos cargos ele dá início a uma série de reformas:
sufocou guerras civis, construiu grande número de obras públicas,
regulou a distribuição do trigo, entre outras. Mas a principal
contribuição de César para o mundo ocidental foi na criação do
calendário, que mesmo após algumas modificações no século XVI,
é o mesmo que utilizamos hoje. O nome do mês de Julho em
homenagem a Júlio César é um exemplo dessa importância que se
sente até os dias atuais.
Após o assassinato de Júlio César é formado o Segundo
Triunvirato romano, formado por Otávio, Marco Antônio e Lépido.
Após a derrota de Marco Antônio na batalha de Ácio, Otávio inicia o
principado (passagem da república para o império), tornando-se o
primeiro imperador de Roma, centralizando o poder político e
passando a ser intitulado Augusto (divino). Dentre as suas principais
realizações estão a política do Pão e Circo e a Pax Romana.
Com o fim da Pax Romana, o Império romano começa a sofrer com
a crise do sistema escravista.
Para uma cidade guerreira e escravista, o cristianismo com a sua
doutrina de igualdade de todos perante Deus, de repúdio às
guerras, e de divinização apenas de Cristo, em contraste com o
culto ao imperador, acabou provocando um verdadeiro choqueideológico, prejudicando a sobrevivência do império, e por isso
sendo, com alguns intervalos, perseguido pelos imperadores.O que
fez com que a crise romana se aprofundasse cada vez mais.
Durante a dinastia dos Severos, ainda no século III, a indolência de
seus imperadores vai propiciar uma nova onda de lutas pelo poder
entre as Legiões, a Guarda Pretoriana e o Senado, aumentando o
desequilíbrio administrativo do Estado. A importância das províncias
foi oficializada a partir do Édito de Caracala (Imperador Caracala)
que concedia a cidadania romana aos habitantes livres do império.
Esse fato, se por um lado favorecia o império com o aumento da
tributação, por outro prejudicava, pois admitia a independência dasregiões provinciais.
Diocleciano vai instituir o imposto “in natura” devido ao
estrangulamento do comércio dificultado pelas guerras e pela
tendência de autossuficiência regional e o Édito do Máximo, que
tabelava preços e salários.
Já o seu sucessor, Constantino, decretou a fixação do homem à
terra em que trabalhava, e nas atividades comerciais e artesanais
foi decretada a hereditariedade. Tudo isso para facilitar a tributação
e não aumentar a falta de mão-de-obra nestes setores econômicos.
A importância crescente do número de cristãos levou a que o
imperador Constantino, por meio do Édito de Milão, em 313,
concedesse liberdade de culto aos cristãos e finalmente, em 395, o
imperador Teodósio oficializou o cristianismo em Roma por
intermédio do Édito de Tessalônica.
O cristianismo, que no início foi um movimento de grande base
popular e de oposição à ordem escravista, após a conversão da
elite, passa a fazer vistas grossas à questão do escravismo. Não
devemos esquecer a necessidade de uma nova base ideológica
para o sustentáculo deste mesmo Estado. O Imperador centralizava
o poder religioso, mostrando-se como escolhido por deus para zelar
seu povo.
Opondo-se à estrutura escravocrata, o Cristianismo contribuía para
o desenvolvimento desta crise, visto que, com o seu constante
crescimento em número de adeptos, desestruturava
ideologicamente a base de sustentação econômica de Roma.
Some-se a isso o fato de, ao tornar-se religião oficial e unir-se ao
Estado, a Igreja consumia pesadas somas em dinheiro e recebia
generosas doações de terras, o que contribuiu para o esvaziamento
dos cofres públicos.
O Cristianismo progressivamente foi sendo estruturado dentro de
uma hierarquia rígida e ligado à estrutura estatal romana. Assumiu
até as mesmas práticas da antiga religião romana, como o culto e a
conservação de imagens de seus mais representativos seguidores.
A estruturação do cristianismo em uma Igreja foi de tal modo eficaz
que, ao final do Império Romano, ela o substituiu como instituição
central, sendo fundamental para a formação da mentalidade
medieval.
Foi a partir do século III, que o Império Romano começou a declinar
de modo acentuado. Entre inúmeras razões, destaca-se a crise do
escravismo.
Sabemos que o trabalho escravo era um dos pilares da riqueza de
Roma, a maioria deles eram prisioneiros de guerra. Ocorre, no
entanto, que desde o final do século II, as guerras de conquistas
praticamente cessaram. Fato que diminuiu muito o número deescravos à venda. Com isso, o preço deles foi ficando cada vez
mais alto. Essa crise afetou duramente a agricultura e o artesanato,
setores que dependiam do escravo para produzir em grande
quantidade, pois visavam à exportação. De forma que,
impossibilitou a produção de gêneros destinados à exportação.
Roma passou a gastar as riquezas, acumuladas nas guerras de
conquista, pagando os produtos que importava, como cereais,
armas e jóias.
À medida que o braço escravo foi se tornando cada vez mais
escasso e caro, os proprietários começaram a arrendar partes das
suas terras a trabalhadores livres denominados colonos. Esteseram, geralmente, elementos da plebe urbana, ex-escravos ou
camponeses empobrecidos que buscavam a proteção dos senhores
das grandes propriedades rurais denominadas vilas. A partir do
momento em que os colonos ganhavam o direito de cultivar a terra,
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