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    INTRODUÇÃO À HISTÓRIA

    História é um vocábulo de origem grega que significa investigação.

    Surgiu na Grécia do século V com Heródoto, considerado o pai da

    História. Para o historiador Lucien Febvre, a história é o estudo

    orientado cientificamente que analisa o passado e suas relações com

    o tempo presente, buscando linhas de ação (transformação) para o

    futuro.O trabalho do historiador consiste na interpretação dos fatos

    históricos (ação humana) por meio da análise de registros

    (documentos) deixados pelo homem no tempo e no espaço. No

    século XIX, apenas os documentos escritos eram utilizados e

    interpretados pelos pesquisadores. Contudo, a partir de 1960 com a

    revolução documental, os historiadores passaram a analisar diversos

    tipos de documentos históricos como: escritos, orais, sonoros,

    visuais, vestígios, entre outros.

    Concomitantemente a historiografia (termo para designar o registro

    escrito da história, assim como para definir os estudos críticos feitos

    sobre aquilo que foi escrito sobre a História) tem evoluído. As

    principais correntes da historiografia ou Escolas Historiográficas

    são:

    Positivista (meados do século XIX e início do XX): A origem da

    corrente historiográfica metódica ou “positivista” encontra-se

    intimamente ligada ao tradicional historicismo alemão. A tradição da

    Historik (projeto da história como uma das ciências da cultura) teve

    como principal expoente Johann Gustav Droysen (1808-1886).

    Os seguidores do movimento denominado “Positivismo” diziam ser a

    ciência, a única via pela qual o homem alcançaria o conhecimento

    de todas as coisas de forma inquestionável; o instrumento capaz de

    solucionar os reais problemas enfrentados pela humanidade e

    satisfazer, de forma plena, todas as necessidades consideradas

    legítimas da inteligência humana. Essa corrente objetivava explicar 

    a História através do estudo dos fatos, datas e personagens

    históricos considerados importantes durante o período em estudo. A

    Escola Positivista tratava o conhecimento histórico como regido por 

    leis e que se devia descobri-las para poder prever o futuro. Nessa

    perspectiva, a relação causa-consequência é que tornava possível o

    próprio conhecimento histórico, estava restrita ao como aconteceu.

    Historicista (ou Historismo):

    De acordo com o historicismo, a história segue indistintamente umadireção pré-determinada; ou seja, a mudança social segue

    invariavelmente etapas que estão sujeitas a regularidades.

     Assim, na perspectiva teórica do historicismo, as mudanças sociais

    obedecem a um padrão determinista. Isso significa que, a partir da

    análise empírica do estado atual de uma dada sociedade, é possível

    prever sua evolução. Ou seja, é possível apontar o sentido (ou

    direção) que a evolução tomará.

    Marxismo Historiográfico (ou Materialismo Histórico):

    Marx e Engels defendem a tese de que a História era movida

    basicamente pela luta de classes. Por isso a historiografia marxista

    privilegia o conceito de classe nas suas investigações acerca dassociedades humanas e de seu desenvolvimento ao longo da

    história.

    Nesta perspectiva, a economia se constitui num aspecto de suma

    importância, inclusive para o desenvolvimento das sociedades,

    tendo em vista, sobretudo, o controle sobre os meios de produção

    que definem as classes dominantes e as dominadas. Assim, as

    análises marxistas partem de um prisma bipolar: explorados

    (escravos/servos/operários) versus exploradores

    (monarcas/senhores feudais/capitalistas).

    O materialismo dialético ou marxismo não entende a história da

    humanidade sob a égide da verdade única, tendo em vista que

    nesta perspectiva a história é resultante da ação dos sujeitos,

    cabendo ao historiador fazer a sua leitura crítica, ou seja, refletir de

    maneira crítica sobre a realidade sobre a qual ele se debruçou para

    estudar. Importante notar que a objetividade do historiador não é

    defendida nesta perspectiva, pois o mesmo assume uma posição,

    emite juízo de valor, mesmo de maneira parcial.

    História Nova (Escola dos Annales):

    Em 1929, surgiu na França uma revista intitulada Annales dHistoire

    Économique et Sociale, fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch.

     Ao longo da década de 1930, a revista se tornaria símbolo de uma

    nova corrente historiográfica identificada como Escola dos Annales.

     A proposta inicial do periódico era se livrar de uma visão positivista

    da escrita da História que havia dominado o final do século XIX e

    início do XX.

    Sob esta visão, a História era relatada como uma crônica de

    acontecimentos, o novo modelo pretendia em substituir as visões

    breves anteriores por análises de processos de longa duração com

    a finalidade de permitir maior e melhor compreensão das

    civilizações das “mentalidades”, ou seja, para essa corrente

    historiográfica o estudo da História é o estudo do cotidiano de um

    povo, do modo como viviam, se organizavam, produziam ou se

    relacionavam política e socialmente.

    Entre as modificações apresentadas pela Escola dos Annales,

    estava a argumentação de que o tempo histórico apresenta ritmos

    diferentes para os acontecimentos, os quais podem ser de simples

    acontecimento, conjuntural ou estrutural. A obra de Fernand

    Braudel, O Mediterrâneo, foi o grande símbolo da nova concepção

    apresentada. Ao considerar a História não mais apenas como uma

    sequencia de acontecimentos, outros tipos de fontes, como

    arqueológicas, foram adotadas para as pesquisas. Da mesma

    forma, foram incorporados os domínios dos fatores econômicos, da

    organização social e da psicologia das mentalidades. Com todo

    esse enriquecimento, a outra grande novidade da Escola dos

     Annales foi a promoção da interdisciplinaridade que aproximou aHistória de ciências como a Geografia, Arqueologia, Paleontologia,

    Sociologia, Antropologia, Economia, entre outras.

    Patrimônio Cultural

    O conceito de patrimônio está ligado a uma diversidade de

    concepções que evoluiu com o tempo. De herança paterna a bens

    de valor pessoal, seja material ou sentimental, assim como esteve

    vinculado aos bens pertencentes à nação. A noção de patrimônio

    ampliou-se valorizando a cultura material, inicialmente, e depois

    toda e qualquer produção humana - casas, palácios, templos,

    saberes e fazeres. Assim, o Patrimônio Cultural referencia a

    identidade e a memória da sociedade. A identidade estárelacionada ao indivíduo ou grupos sociais sentirem-se pertencentes

    aos mesmos valores culturais, se identificando e dando significado a

    estes. A memória é um conjunto de lembranças ou elementos que

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    formam o imaginário de uma determinada comunidade. Ela é

    responsável pela construção da identidade.

    Memória e identidade se relacionam, permitindo a produção na

    sociedade do valor de patrimônio cultural. Tudo que o indivíduo ou a

    sociedade faz questão que seja lembrado, rememorado para

    fortalecer os seus laços de identidade constitui-se patrimônio

    cultural. Dessa forma, surge à importância de se preservar o

    patrimônio, uma vez preservado mantemos viva a memória da

    nossa sociedade, o que nos foi deixado como legado do passado

    para que se perpetue. O patrimônio cultural pode ser preservado

    através do tombamento, garantia legal de preservação dos bens

    culturais materiais ou por meio de inventários, instrumento técnico-

    administrativo que auxilia a preservação, além da restauração: a

    intervenção no bem cultural . Desse modo, ao preservar nosso

    patrimônio permitimos a transmissão da nossa herança cultural.

     A autarquia federal responsável pela defesa e promoção de nossos

    bens culturais é o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e

     Artístico Nacional) criado em janeiro de 1937, pela lei nº 378

    assinada pelo então presidente Getúlio Vargas.

    Como já citado, o patrimônio cultural pode ser:

    a) Patrimônio material: composto por um conjunto de bens

    culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros de

    Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas

    artes; e das artes aplicadas. Estão divididos em bens imóveis como

    os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens

    individuais; e bens móveis como coleções arqueológicas, acervos

    museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos,

    videográficos, fotográficos e cinematográficos.

    b) Patrimônio Cultural Imaterial (ou intangível): as práticas,

    representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com

    os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são

    associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos,

    os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio

    cultural.

    A PRÉ–HISTÓRIA

     A Pré-história teve início com o surgimento do homem, perto de

    quatro milhões de anos atrás, e estende-se até o aparecimento da

    escrita por volta de 4.000 a.C. Para facilitar o seu estudo a Pré-

    história foi dividida em: Idade da Pedra Lascada ou Paleolítico,

    Idade da Pedra Polida ou Neolítico e Idade dos Metais.

     A hipótese atualmente mais aceita, na comunidade cientifica, é ateoria Evolucionista ou Darwinismo, a qual afirma que o homem e

    os demais seres vivos se originaram de organismos simples, que

    sofreram transformações ao longo do tempo. Essa teoria baseia-se

    no estudo de fósseis e em pesquisas genéticas.

    Pesquisas recentes desenvolvidas nos campos da Antropologia,

    Biologia e Arqueologia, mostram que a separação entre a linhagem

    dos seres humanos e dos grandes primatas (gorilas e chipanzés)

    deve ter ocorrido entre 10 e 7 milhões de anos atrás. Acredita-se

    que o homo sapiens tenha surgido há aproximadamente 120 mil

    anos, no continente africano. Da África migrou para a Ásia, Europa,

    Oceania e América. A Pré-história pode ser dividida em três períodos: o Paleolítico, ou

    Idade da Pedra Lascada, o Neolítico, ou Idade da Pedra Polida e a

    Idade dos Metais: Paleolítico - é caracterizado pelo uso de utensílios

    elaborados a partir da pedra lascada. Nesse momento, o ser 

    humano era nômade, subsistindo a partir da coleta, da caça e da

    pesca. Constituía comunidades onde predominava a propriedade

    coletiva dos meios de produção. Já o Neolítico é marcado pelo

    processo de sedentarização da espécie humana. A partir do

    domínio sobre técnicas agrícolas e da criação de animais,

    formaram-se os primeiros núcleos urbanos e deu-se a organização

    das tribos, que correspondem a formações sociais mais complexas.

    Idade dos Metais foi o momento em que o ser humano,

    aperfeiçoando técnicas de metalurgia, conseguiu elaborar 

    instrumentos de trabalho e armas. Com isso, alguns grupos

    passaram a deter a hegemonia sobre outros e as sociedades

    dividiram-se em classes sociais.

    A origem do homem americano

    Em se tratando da chegada dos primeiros hominídeos na América a

    única certeza que temos no momento é que esse homem não era

    autóctone. Ele não teria surgido aqui nas américas, porque até

    agora não foi encontrado na América fósseis de Homo sapiens.

     A hipótese mais tradicional é a teoria Clóvis, a qual afirma que no

    final da última Era do Gelo ( +/- 9 mil anos atrás) com a redução do

    nível do mar fez emergir uma faixa de terra ligando a Sibéria ao

     Alasca, por onde teriam atravessado grupos humanos da Ásia.

    Porém, descobertas arquelógicas no sul do Chile demonstram que a

    presença humana na América seria mais remota, por volta de 14,5

    mil anos.

    Walter Neves (USP), defende que teria havido dois fluxos de

    migrações pelo Estreito de Bering: o primeiro há +/- 14,5 mil anos,

    composto por indivíduos que apresentavam características

    parecidas com africanos e aborígenes. E o segundo, ocorrido

    aproximadamente a 11 mil anos e formado por indivíduos de origem

    asiática. Entretanto, outros cientistas acreditam que durante a última

    glaciação (+/- 18 mil anos), o tamanho das geleiras entre a Sibéria e

    a América impossibilitaria a passagem do homem pelo Estreito de

    Bering. Então, a passagem teria acontecido pelo oceano Pacífico.

     A arqueóloga Niêde Guidon (brasileira), em pesquisas realizada em

    São Raimundo Nonato (Piauí), encontrou artefatos e restos de

    fogueiras de mais de 33 mil anos. Ela acredita que o homem chegou

    à América há 50 mil anos, vindo da África pelo oceano Atlântico.

    Todavia, ainda não foram encontrados fósseis de Homo sapiens

    com essa idade. A teoria de Niêde Guidon acirrou ainda mais os

    debates e é importante lembrar que novas discussões podem surgir 

    em função do aparecimento de novas evidências arqueológicasassociadas aos estudos genéticos.

    A Pré-história brasileira

    Os nossos antepassados deixaram grande quantidade de vestígios

    por onde passaram. Esses lugares, são conhecidos como sítios

    arqueológicos. No Brasil, os principais sítios arqueologicos são: São

    Raimundo Nonato (Piauí), Lagoa Santa (Minas Gerais) e Pedra

    Pintada (Pará). Entre 1834 e 1844, o naturalista Peter Lund,

    descobriu em Lagoa Santa os primeiros fósseis humanos datados

    em cerca de 11 mil anos. Em 1975, nessa mesma região, foram

    encontrados restos fósseis de um ser humano e posteriormente

    estudado pelo arqueólogo Walter Neves, e concluiu que o crânio deaproximadamente 11.500 anos era feminino e tinha feições

    negróides. Esse fóssil recebeu o nome de Luzia, a primeira

    brasileira.

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     A Pré história brasileira divide-se em dois grandes períodos:Culturas

    do Pleistoceno – Trata da origem dos primeiros povoadores da

     América. E Culturas do Holoceno – Culturas pré-cerâmicas do litoral

    (sambaquis); Culturas Meridionais (Tradições Taquara e Itareré);

    Culturas do Brasil Central e Nordeste (Tradição Una e Aratu). Os

    vestígios arqueológicos encontrados no Brasil são: objetos líticos e

    cerâmicos; sambaquis; pinturas rupestres, entre outros.

    O ENEM enfoca nessa série de conteúdos o papel dosprocessos históricos na formação do indivíduo e tem sidorecorrente questões sobre patrimônio, memória eidentidade cultural.

    A História Oficial, de Luis Puenzo; 1985Histórias Cruzadas, de Tate Taylor; 2011A Guerra do Fogo, de Jean-Jacques Annaud; 1981

    http://portal.iphan.gov.br/http://migre.me/rXM9E

    http://migre.me/rXM6P

    http://migre.me/rXM8v

    Leia no caderno de Biologia – Teoria de DarwinLeia no caderno de Literatura – Pintura RupestreCaderno Thétis – Texto 111: Cordões de históriasCaderno Thétis – Texto 136: Caminhos pré-colombianosCaderno Thétis – Texto 43: Patrimônio Culturalhttp://migre.me/rXM0Khttp://migre.me/rXM2m

    01. (ENEM-2012) O que o projeto governamental tem em vista é

    poupar à Nação o prejuízo irreparável do perecimento e da evasão

    do que há de mais precioso no seu patrimônio.Grande parte das obras de arte até mais valiosas e dos bens de

    maior interesse histórico, de que a coletividade brasileira era

    depositária, têm desaparecido ou se arruinado irremediavelmente.

     As obras de arte típicas e as relíquias da história de cada país não

    constituem o seu patrimônio privado, e sim um patrimônio comum

    de todos os povos.

    (ANDRADE, R. M. F. Defesa do patrimônio artístico e histórico. O Jornal , 30 out. 1936. In:

     ALVES FILHO, I. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 –

     Adaptado)

     A criação no Brasil do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico

    Nacional (SPHAN), em 1937, foi orientada por ideias como asdescritas no texto, que visavam:

    A) submeter a memória e o patrimônio nacional ao controle dos

    órgãos públicos, de acordo com a tendência autoritária do

    Estado Novo.

    B) transferir para a iniciativa privada a responsabilidade de

    preservação do patrimônio nacional, por meio de leis de

    incentivo fiscal.

    C) definir os fatos e personagens históricos a serem cultuados pela

    sociedade brasileira, de acordo com o interesse público.

    D) resguardar da destruição as obras representativas da cultura

    nacional, por meio de políticas públicas preservacionistas.

    E) determinar as responsabilidades pela destruição do patrimônio

    nacional, de acordo com a legislação brasileira.

    02. (ENEM-2013) No dia 1.º de julho de 2012, a cidade do Rio de

    Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da Unesco

    de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura,

    apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

    Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê do

    Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a

    paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos

    chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios,

    contradições e possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade

    valorizados com o título da UNESCO serão alvo de ações

    integradas visando à preservação da sua paisagem cultural.

    Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).

    O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio

    mundial deriva da

    A) presença do corpo artístico local.

    B) imagem internacional da metrópole.

    C) herança de prédios da ex-capital do país.

    D) diversidade de culturas presente na cidade.

    E) relação sociedade-natureza de caráter singular.

    03. (ENEM/PPL-2010)

    Nova Escola, nº 226, out. 2009.

     A tirinha mostra que o ser humano, na busca de atender suas

    necessidades e de se apropriar dos espaços,

    A) adotou a acomodação evolucionária como forma de

    sobrevivência ao se dar conta de suas deficiências imposta pelo

    meio ambiente.

    B) utilizou o conhecimento e a técnica para criar equipamentos que

    lhe permitiram compensar as suas limitações físicas.

    C) levou vantagens em relação aos seres de menor estatura, por 

    possuir um físico bastante desenvolvido, que lhe permitia muita

    agilidade.

    D) dispensou o uso da tecnologia por ter um organismo adaptávelaos diferentes tipos de meio ambiente.

    E) sofreu desvantagens em relação a outras espécies, por utilizar os

    recursos naturais como forma de se apropriar dos diferentes

    espaços.

    04. (ENEM-2014) A Praça da Concórdia, antiga Praça Luís XV, é a

    maior praça pública de Paris. Inaugurada em 1763, tinha em seu

    centro uma estátua do rei. Situada ao longo do Sena, ela é a

    intersecção de dois eixos monumentais. Bem nesse cruzamento

    está o Obelisco de Luxor, decorado com hieróglifos que contam os

    reinados dos faraós Ramsés II e Ramsés 111. Em 1829, foi

    oferecido pelo vice-rei do Egito ao povo francês e, em 1836,

    instalado na praça diante de mais de 200 mil espectadores e da

    família real.

    NOBLAT, R. Disponivel em: www.oglobo.com. Acesso em: 12 dez. 2012.

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     A constituição do espaço público da Praça da Concórdia ao longo

    dos anos manifesta o(a)

    A) lugar da memória na história nacional.

    B) caráter espontâneo das festas populares.

    C) lembrança da antiguidade da cultura local.

    D) triunfo da nação sobre os países africanos.

    E) declínio do regime de monarquia absolutista.

    05. (ENEM-2014)

    Queijo de Minas vira patrimônio cultural brasileiro

    O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi

    registrado nesta quinta-feira (15) como patrimônio cultural imaterial

    brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio

    Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em

    reunião do conselho realizada no Museu de Artes e Ofícios, em Belo

    Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou que a

    técnica de fabricação artesanal do queijo está "inserida na cultura

    do que é ser mineiro”.

    Folha de S. Paulo, 15 maio 2008.

    Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence

    à mesma categoria citada no texto está representado em:

    A)

    Mosteiro de São Bento (RJ)

    B)

    Tiradentes esquartejado (1893), de Pedra América

    C)

    Ofício das paneleiras de Goiabeiras (ES)

    D)

    Conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade de Ouro Preto (MG)

    E)

    Sítio arqueológico e paisagístico da Ilha do Campeche (SC)

    06. (ENEM-2015) Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte

    com representações de bandeirantes no acervo do Museu Paulista,

    mediante a aquisição de uma tela que homenageava o sertanista

    que comandara a destruição do Quilombo de Palmares. Essa

    aquisição, viabilizada por verba estadual, foi simultânea à

    emergência de uma interpretação histórica que apontava o

    fenômeno do sertanismo paulista como o elo decisivo entre a

    trajetória territorial do Brasil e de São Paulo, concepção essa que se

    consolidaria entre os historiadores ligados ao Instituto Histórico e

    Geográfico de São Paulo ao longo das três primeiras décadas do

    século XX.MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a

    tradição da retratística monárquica europeia. Revista do LEB, n. 44, tev. 2007.

     A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas

    das obras, tinha como propósito a construção de uma memória que

    A) afirmava a centralidade de um estado na política do país.

    B) resgatava a importância da resistência escrava na história

    brasileira.

    C) evidenciava a importância da produção artística no contexto

    regional.

    D) valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma

    memória social.

    E) destacava a presença do indígena no desbravamento do território

    colonial.

    07. (ENEM-2015) A Unesco condenou a destruição da antiga capital

    assíria de Nimrod, no Iraque, pelo Estado Islâmico, com a agência

    da ONU considerando o ato como um crime de guerra. O grupo

    iniciou um processo de demolição em vários sítios arqueológicos em

    uma área reconhecida como um dos berços da civilização. Unesco

    e especialistas condenam destruição de cidade assíria pelo Estado

    Islâmico.

    Disponivel em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 30 mar. 2015 (adaptado).

    O tipo de atentado descrito no texto tem como consequência paraas populações de países como o Iraque a desestruturação do (a)

    A) homogeneidade cultural.

    B) patrimônio histórico.

    C) controle ocidental.

    D) unidade étnica.

    E) religião oficial.

    ANTIGUIDADE ORIENTAL

    EGITO ANTIGOLocalizado no nordeste da África, região seca e árida (desértica)

    denominada de Crescente Fértil, o Egito era cercado por desertos e

    mares. Através do processo de irrigação resultante da construção

    de obras hidráulicas e da fertilização (húmus) do solo efetuada

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    pelas constantes vazantes no Rio Nilo, os egípcios desenvolveram a

    atividade agropecuária como meio de sobrevivência.

     A história da civilização egípcia divide-se em dois grandes períodos,

    em pré-dinástico e dinástico. O Período pré-dinástico (5000-3200

    a.C.) caracterizou-se pelo povoamento e formação do Egito Antigo.

    Época da chegada dos primeiros povos, às margens do Rio Nilo,

    onde se reuniram em tribos denominadas de nomos.

     A necessidade de construção das obras hidráulicas (barragens,

    diques e canais de irrigação) e de controle da população levou a

    formação de dois reinos: o Reino do Alto Egito (sul) e o Reino do

    Baixo Egito (norte) 3500 a.C.

    Em 3200 a.C., Menés, governante do Alto Egito, promove a

    unificação política dos dois reinos, tornando-se rei (Faraó) de todo o

    Egito, ocorrendo a centralização política e criação do Estado.

    O Período Dinástico caracterizado pela formação e consolidação de

    uma monarquia absoluta de base teocrática é dividida em três

    fases:

    O antigo império (3200-2300 a.C.)

    Tínis, depois Mênfis, foi a capital do Egito neste período, onde se

    destacou a agricultura de regadio, a construção de obras hidráulicas

    e a Monarquia Absoluta Teocrática, onde o Faraó era tido como um

    deus vivo.

    Construção das grandes pirâmides (túmulos) como o dos Faraós,

    Quéops, Quéfren e Miquerinos, demonstrando o conhecimento

    arquitetônico e a força da fé dos egípcios, num período de paz

    interna e externa e de prosperidade econômica.

    No final dessa época observa-se a formação do período “feudal”

    egípcio onde se caracterizou a instabilidade política e social através

    de lutas entre os nomarcas (governadores das províncias), revoltas

    sociais e desorganização da produção provocando a queda do

    Faraó e a descentralização política.

    O médio império egípcio (2000-1580 a.C.)

    Inicialmente observou-se o restabelecimento do poder do faraó e da

    unidade do império egípcio, onde se estabeleceu a capital na cidade

    de Tebas.

    Em meados deste período observou-se a invasão dos hicsos (1750

    a.C.), povos de origem asiática que usavam cavalos, carros de

    guerra e a metalurgia do ferro e que conquistaram a região do delta

    do Rio Nilo, no Egito.

    No final dessa época verificou-se a ocupação dos hebreus, que se

    deslocaram ao Egito fugindo das secas, da fome e das guerras naPalestina, aonde chegaram a participar da administração hicsa

    (José torna-se vice-rei).

    O novo império egípcio (1580-525 a.C.)

     A dominação hicsa desenvolveu sentimentos de união,

    nacionalismo e militarismo entre os egípcios, provocando a

    expulsão dos Hicsos do Egito em 1580 a.C. pelo povo liderado por 

     Amósis I. Já os hebreus a partir da expulsão dos hicsos passaram a

    ser dominados e escravizados pelos egípcios. Amenófis IV (Amen-

    hotep) promoveu uma revolução teológica, substituindo o politeísmo

    pelo monoteísmo (crença no deus Aton) com o objetivo de diminuir 

    o poder dos sacerdotes de Amon-Ra. Amenófis mudou seu nome

    para Akhenaton e transferiu a capital para Akhetaton.

     As constantes disputas pelo poder no Egito entre o Faraó e os

    sacerdotes levaram ao declínio da civilização egípcia e contribuíram

    para o domínio assírio (Assurbanipal), em 662 a.C.

    Política: Monarquia Absoluta Teocrática. (Teo-Deus; crático-

    governo ou poder = poder de um Deus). Constantes conflitos entre

    o poder central (Faraó) e os poderes locais (os nomarcas ou

    governadores das províncias). Estreita relação entre poder político e

    religião, onde o Faraó era tido como um deus vivo.

    Economia:  Agricultura de regadio, efetuada nas margens do Rio

    Nilo pelos felás (camponeses) nas terras do Estado. Economia sob

    controle do Estado, dona das terras. O comércio e o artesanato se

    destinavam a suprir com artigos de luxo os palácios e os templos.

    Modo de Produção Asiático – baseado na servidão coletiva e no

    trabalho escravo onde o Estado era proprietário das terras e

    apropriava-se do excedente da produção, efetuada pelos felás,

    recrutava trabalhadores para as construções públicas e cobrava

    imposto a esta classe camponesa.

    Sociedade: Desigual, estratificada e hierarquizada, tendo-se

    formado uma poderosa burocracia estatal (administrativa e religiosa)

    que tornou seus cargos hereditários, observando-se uma rígida

    divisão social, não se permitindo a mobilidade (castas hereditárias)

    Religião: Era politeísta (crença em vários deuses): Principais

    deuses: Amon-Ra, Osíris, Ísis, Set, Hórus, Anúbis, Ápis. Crença na

    imortalidade da alma e no retorno desta ao mesmo corpo, tendo

    desenvolvido a Técnica da Mumificação (embalsamento de

    cadáveres).

    Cultura: Influenciada pela religião, teve como principais destaques:

    Escrita Hieroglífica, de uso sagrado, praticada pela classe dos

    escribas, caracterizados por ideogramas e fonogramas, evoluiu para

    formas simplificadas como a hierática e a demótica, de caráter 

    cursivo. Artes: A Arquitetura foi a arte mais desenvolvida. Escultura

    e Pintura, comuns aos palácios e templos. Ciências: Astronomia,

    onde desenvolverem um calendário; Medicina, Matemática e todas

    as manifestações culturais são ligadas à religião. Literatura: Livro

    dos Mortos, Hino ao Sol. Sua religiosidade e tradicionalismo

    explicam a estabilidade e a permanência dos mesmos valores

    sociais, morais e culturais por muitos séculos.

    MESOPOTÂMIA

    Localizada na Região do Crescente Fértil (Oriente Médio), a

    Mesopotâmia era uma pequena faixa de terra banhada pelos Rios

    Tigre e Eufrates. O termo Mesopotâmia significa terra entre rios,sendo uma região que sofria com as constantes enchentes dos seus

    rios, tendo assim, a necessidade da construção de obras hidráulicas

    e do melhor aproveitamento das inúmeras terras férteis da região. A

    falta de defesas naturais e o fácil acesso contribuíram com as

    constantes invasões à região.

     A Mesopotâmia sofreu constantes invasões, principalmente de

    povos de Origem Semita vindos do deserto da Arábia em busca de

    terras férteis nas margens dos Rios Tigre e Eufrates. Foram povos

    que habitaram a Mesopotâmia: os Sumérios, os Acádios, os

     Amoritas, os Hititas, os Cassitas, os Assírios e os Caldeus.

    SumériosOs sumérios criaram a base cultural da Mesopotâmia, construíram

    cidades-estados, utilizavam a metalurgia, inventaram a roda, a

    escrita cuneiforme efetuada em blocos de argila com um estilete em

    forma de cunha.

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     As principais cidades-estados da Suméria eram Ur, Uruk, Lagash,

    Nippur governados por um Patesi, auxiliado por sumo sacerdote e

    chefe militar.

    Na religião construíram templos como o Zigurat e mitos, como a

    criação do mundo pelo deus Marduk, a confecção do homem com

    barro e a versão de um dilúvio universal.

    Os Acádios

    O primeiro império da Mesopotâmia foi estabelecido por um povo

    semita conhecido pelo nome de sua capital Acad.

    Por volta do ano 2300 a.C., o chefe semita Sargão I, fundou a

    cidade de Acad e empreendeu bem-sucedidas campanhas bélicas,

    que estenderam seu domínio a toda a região mesopotâmica limitada

    ao sul pelo Golfo Pérsico e ao norte pelo litoral mediterrâneo da

    Síria. A dinastia acádia uniu numa organização estatal comum às

    diversas cidades independentes que existiam na Mesopotâmia. A

    época foi de grande prosperidade econômica, baseada na

    agricultura, no artesanato e no comércio.

    Construíram cidades como Agadê, Sippar e Babilônia. Fundiram o

    primeiro Império na Mesopotâmia unificando as cidades sumérias

    sob o governo de Sargão I, dominando o centro e o sul da

    Mesopotâmia. Assimilaram a cultura sumeriana.

    Os Amoritas

    Hamurabi foi o primeiro legislador conhecido da história. Deu

    impulso à organização judicial e ao trabalho legislativo. O famoso

    Código de Hamurabi, baseado na lei de talião, indica a preocupação

    do monarca em estender o direito sumério a todos os povos que

    habitavam os territórios do império.

    Os Assírios

    Povos semitas praticavam o comercio e esse era dominado por 

    empresas familiares. Aos poucos edificaram um forte Estado

    militarizado com seus carros de guerra, cavalaria e infantaria. As

    praticas da violência aos vencidos de guerra era comum, a tortura,

    amputação e castigos. Eles foram influenciados pela cultura

    babilônica e construíram bibliotecas.

    Os Caldeus

     Após a morte do pai (605 a.C.), Nabucodonosor II assumiu o trono.

    Durante seu reinado uma sublevação do reino de Judá obrigou-o a

    manter uma guerra cruenta que durou de 598 a 587 a.C., ano em

    que destruiu Jerusalém e deportou milhares de judeus (o “cativeiro

    babilônico”).

    Nos anos seguintes, Nabucodonosor promoveu um intenso trabalhode reconstrução, reparando as cidades devastadas pela guerra.

    Com sua morte (562), sucederam-se as lutas internas pelo trono.

     A queda da Babilônia em 539 a.C. e sua incorporação ao império

    persa acarretou o fim da Mesopotâmia como região histórica

    independente.

    Política: Tinha como forma de governo a Monarquia Absoluta

    Teocrática, na qual os reis (Patesi) representavam os seus deuses

    na Terra.

    Economia: O modo de produção asiático baseava-se na Servidão

    Coletiva, onde a Agricultura de regadio (baseada em obras

    hidráulicas) era efetuada, pelos camponeses nas terras do Estado.O artesanato e o comércio eram bastante significativos,

    principalmente na Babilônia.

    Sociedade: Desigual, estratificada e hierarquizada, formada pelas

    seguintes camadas sociais: nobres sacerdotes, comerciantes,

    camponeses e escravos.

    Religião: Era uma religião Politeísta que não acreditava na vida

    após a morte. Tinham como principais deuses: Marduk, Ishtar,

    Shamash.

    Não ofereciam compensações na vida após a morte e acreditavam

    que poderiam adivinhar o futuro das pessoas através dos astros

    (Astrologia).

    Cultura:  A Escrita era a Cuneiforme. Na Literatura destacou-se a

    “Epopéia de Gilgamesh” e o “Mito da Criação”.

    Nas Ciências destacaram-se a Astronomia (movimento dos

    planetas, estrelas e previsão de eclipses; calendário com o ano de

    doze meses, dividido em semanas de sete dias e estes, em

    períodos de doze horas) e a Matemática (divisão, multiplicação, raiz

    quadrada, raiz cúbica, divisão do círculo em 360 graus).

    Na Arquitetura destacaram-se as construções em forma de arcos e

    os zigurates (templos), no período dos Caldeus Jardins Suspensos

    da Babilônia (terraço ajardinado feito com pátios elevados) e a Torre

    de Babel (Zigurate, ou templo piramidal, que possuía mais de 90

    metros de altura).

    HEBREUS

     Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma historia marcada

    por migrações e pelo monoteísmo.

    Originalmente um pequeno grupo de pastores nômades (divididos

    em clãs ou tribos e eram chefiados pelos patriarcas), os Hebreus

    foram guiados por Abraão e se fixaram na Palestina – ou Canaã no

    fim do II milênio a.C., onde tornaram-se agricultores.

     A História política dos Hebreus pode é dividida em:

    • A Era dos Patriarcas: Nesse primeiro período, o povo deveria

    obedecer às ordens dos patriarcas, chefes de família e

    magistrados com autoridade absoluta. Os mais conhecidos foram:

     Abraão (o primeiro, considerado o “pai dos hebreus”), Isaac, Jacó,

    José e Moisés (guiou os hebreus para fora do Egito, local onde

    foram perseguidos e escravizados pelos faraós, voltando para a

    Palestina).

    • A Era dos Juízes:  Após voltarem para a Palestina, os hebreus

    foram liderados por Josué. Depois de sua morte, as tribos eram

    governadas separadamente por anciãos. Mas em períodos de

    lutas, ficaram sob o poder dos juízes, que eram chefes políticos,

    militares e religiosos. Os principais juízes foram: Otoniel, Barac,Gedeão, Jefté, Sansão, Heli e Samuel.

    • A Era dos Reis: O último Juiz, Samuel, nomeou Saul como rei.

    Os outros reis desse período foram: Davi, famoso por vencer 

    Golias, que estabeleceu sua capital em Jerusalém; Salomão, filho

    de Davi, um bom administrador e descrito como sábio; Roboão

    não foi bem aceito pelas tribos do Norte, o que ocasionou na

    separação dos Hebreus (a “cisma”): as tribos do sul, que eram

    fiéis a Roboão, formaram o Reino de Judá, enquanto as tribos do

    Norte, lideradas por Jeroboão, formaram o Reino de Israel.

    • A Era do Domínio Estrangeiro: A região que se tornou Reino de

    Israel foi tomada por assírios, que escravizaram grande parte dos

     judeus. O reino de Judá foi conquistado por babilônios,

    Nabucodonosor destruiu Jerusalém e manteve os judeus no

    Cativeiro Babilônico, de onde só foram libertados pelos persas,

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    que dominaram os babilônicos. Voltaram para a Palestina (agora

    província do Império Persa), onde reconstruíram Jerusalém.

    Depois de um tempo, ocorreu a diáspora e os judeus se

    dispersaram pelo mundo.

    Economia: No começo, os Hebreus eram pastores nômades, os

    seus bens e tudo o que ganhavam pertenciam a todos do clã.

    Quando chegaram à Palestina, dedicaram-se à agricultura e

    desenvolveram o comércio. Depois de um tempo, surgiu a

    propriedade privada da terra e dos outros bens, o que causou as

    diferenças sociais. Logo, grandes proprietários e comerciantes já

    exploravam as minorias.

    Cultura e religiosidade:  A cultura e a religião hebraica andaram

     juntas, pois o traço cultural mais forte dos hebreus era o judaísmo.

    Essa religião criada por Moisés acredita em um único Deus (Jeová),

    na imortalidade da alma, no juízo final, recompensas e castigos

    após a morte e na vinda de um Messias – Curiosamente, eles não

    acreditavam que Jesus Cristo era esse Messias. Pregava uma

    conduta moral orientada pela justiça, a caridade e o amor ao

    próximo.

    PERSAS

    Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a

    região da Pérsia (atual Irã). Este povo dedicou-se muito ao

    comércio, fazendo desta atividade sua principal fonte econômica. A

    política era toda dominada e feita pelo imperador, soberano

    absoluto que mandava em tudo e em todos. O rei era considerado

    um deus, desta forma, o poder era de direito divino.

    Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e

    persas. Durante seu governo ( 560 a.C - 529 a.C ), os persas

    conquistaram vários territórios, quase sempre através de guerras.

    Em 539 a.C, conquistou a Babilônia, levando o império de

    Helesponto até as fronteiras da Índia.

     A religião persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou

    Mazdeísmo, criada em homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o

    profeta e líder espiritual criador da religião.

    FENÍCIOS

     A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual

    Líbano. No aspecto econômico, este povo dedicou-se e obteve

    muito sucesso no comércio marítimo. Mantinha contatos comerciais

    com vários povos da região do Oriente. As cidades fenícias que

    mais de desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.

     A religião fenícia era politeísta e antropomórfica, sendo que cadacidade possuía seu deus (baal = senhor). Acreditavam que através

    do sacrifício de animais e de seres humanos podiam diminuir a ira

    dos deuses. Por isso, praticavam esses rituais com certa frequência,

    principalmente antes de momentos importantes.

    Como pode ser percebido, Antiguidade Oriental é um dosassuntos menos recorrentes no ENEM, porém, não se engane,as relações de poder, o uso da terra e manifestaçõesculturais/religiosas podem ser cobradas num quadro

    comparativo.

    O Êxodo decifrado, de Simcha Jacobovici; 2006

    http://migre.me/rXN2d

    Faraó, Margareth Menezes / Letra Caderno Thétis – Texto 16A Queda dos portões da Babilônia, Banda Reação / LetraCaderno Thétis – Texto 18Na força da Fé, Banda Reação / Letra Caderno Thétis – Texto17

    Leia no caderno de Geografia – África / Oriente MédioLeia no caderno de Geografia – Principais conflitos Mundiais:Palestina

    01. (UFTM-2012) Leia os excertos da obra 100 textos de História

     Antiga, organizada por Jaime Pinsky, de 1980.

    Eu sou o rei que transcende entre os reis,

    Minhas palavras são escolhidas,

    Minha inteligência não tem rival.

    (Hamurábi, 1792-1750 a.C. Autopanegírico.)

    O fundamento do regime democrático é a liberdade [...].

    Uma característica da liberdade é ser governado e governar por 

    turno [...]. Outra é viver como se quer; pois dizem que isto é

    resultado da liberdade, já que o próprio do escravo é viver como não

    quer.

    (Aristóteles, 384--‐322 a.C. Política.)

     A partir dos textos, pode‐se afirmar que

    A) os fundamentos do poder político eram os mesmos para

    Hamurábi e Aristóteles.

    B) a democracia, segundo Aristóteles, impôs o abandono do regime

    escravista.

    C) Hamurábi considerava que o governante deveria ser escolhido

    entre os mais sábios.

    D) expressam diferentes concepções sobre as relações entre

    governantes e governados.

    E) a dinastia esclarecida, com doses de despotismo e liberdade, era

    defendida por ambos.

    02. (UFSM-2013)

    O mapa acima indica os diversos caminhos do povo hebreu na

     Antiguidade, destacando a migração de Ur para a Palestina (por 

    volta de 1900 a.C.), a ida ao Egito (1700 a.C.), o Êxodo (1200 a.C.),

    a deportação para a Babilônia e o regresso à Palestina (século VIa.C.). A partir desses dados, pode‐se inferir:

    A) O povo hebreu realizou trocas comerciais e culturais com o Egito

    e a Mesopotâmia, e essas trocas influíram na sua formação

    cultural e religiosa.

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    B) Como se percebiam como “povo eleito por Deus”, os hebreus

    recusavam qualquer influência das culturas e das religiões dos

    povos do Oriente Médio.

    C) A força política e militar dos hebreus se impôs sobre os reinos do

    Oriente Médio, originando uma cultura e religião dominantes na

    região.

    D)  As migrações dos povos da Antiguidade eram raras, devido às

    péssimas condições das estradas e à precariedade dos meios

    de transporte.

    E) As migrações de povos tornaram‐se possíveis com as facilidades

    criadas pelas sociedades estatais no Egito e Mesopotâmia.

    03. (ENEM/PPL-2009)  As imagens nas figuras a seguir ilustram

    organizações produtivas de duas sociedades do passado.

    COLEÇÂO. Grandes impérios e civilizações. Madrid: Del Prado, 1996, p. 156.

    O trabalho no campo foi, durante muito tempo, uma das atividades

    fundamentais para a estruturação e o desenvolvimento das

    sociedades, como mostram as figuras 1 e 2.

    Nessas figuras, as características arquitetônicas, tecnológicas e

    sociais retratam, respectivamente,

    A) o agrarismo romano e o escravismo grego.

    B) a pecuária romana e a agricultura escravista grega.

    C) a maquinofatura medieval e a pecuária na Antiguidade.

    D) a agricultura escravista romana e o feudalismo medieval.

    E) o feudalismo medieval e a agricultura familiar no Antigo Egito.

    A CIVILIZAÇÃO GREGA

    Modo de Produção Escravista

    CARACTERÍSTICAS GERAIS:

    • Propriedade privada (fim do coletivismo primitivo e da servidão

    coletiva).

    • Cidades como centros econômicos e políticos.

    • Grande diversificação econômica: agricultura, artesanato e

    comércio.

    • Mão de obra escrava: prisioneiros de guerra/dívidas

    SOCIEDADE ESCRAVISTA (Censitária)

    Características - Banhada pelo mar Egeu, a Grécia é considerada

    a base de toda a cultura ocidental, muitos valores, conhecimentos e

    padrões artísticos atuais têm sua origem entre os antigos gregos.

    Entre eles surgiu a prática da democracia (entre outros regimes

    políticos), o teatro, a filosofia, o pensamento crítico e político, a

    história, entre tantas outras contribuições. O fato de, ao longo dos

    séculos, a democracia ateniense ter servido de inspiração para os

    movimentos que lutaram por liberdade e igualdade, contra a tirania

    dos governantes ou a opressão estrangeira, demonstra a

    importância dessa sociedade para o ocidente.

    Civilização cretense ou minóica - Primeira civilização a se

    desenvolver no Egeu, na ilha de Creta, era formada por um conjunto

    de estados teocráticos que governavam a ilha, cuja administração

    estava centrada nos palácios de Creta como o de Cnossos. A

    escrita dessa cultura – a linear A- ainda não foi decifrada pelos

    estudiosos. Escavações arqueológicas revelaram que a arte e a

    arquitetura minóicas eram complexas e refinadas. O comércio

    marítimo era a atividade econômica principal, posicionando Creta

    como intermediária entre o Egito e todo o Mediterrâneo Oriental.

    Por volta do século XVI a.C., o território cretense começou a ser 

    ocupado pelos micênicos, que nos antigos poemas gregos eramidentificados como aqueus. Os micênicos foram os responsáveis por 

    introduzirem os cavalos e os carros de combate no território grego,

    além de terem sido eles os primeiros gregos a compor documentos

    escritos em língua próxima à grega, encontrados em tábuas de

    argila ou de cerâmica.

    Período Homérico - Com a chegada dos “povos do mar” (os

    espartanos), que os gregos chamavam de dórios, chega ao fim a

    civilização micênica, e começa o período homérico, que recebe

    esse nome em atenção aos dois principais poemas escritos por 

    Homero sobre esse período: a Ilíada (que retrata a Guerra de

    Tróia), e a Odisséia (que trata das aventuras de Ulisses, que osgregos chamavam de Odisseu, em direção à sua terra natal, a

    ilha de Ítaca).

    Tradicionalmente, a autoria desses dois poemas é atribuída a

    Homero, poeta grego de quem pouco se sabe. Desde a antiguidade,

    porém, há pensadores que questionam a autoria dessas duas

    obras, ou que Homero tenha sido o seu único autor. O mais

    provável é que esses poemas representem o ponto culminante de

    uma longa e rica tradição de poesia oral.

    Fugindo da destruição provocada pelos dórios, ou esparciatas,

    muitos habitantes das cidades fugiram para o interior, provocando o

    despovoamento das cidades, e, por conseguinte o fim do comércio,

    e a ruralização da sociedade. Período este que ficou conhecido

    como “Idade Média Grega”.

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    Os aqueus que resistiram a invasão foram transformados em

    escravos (hilotas), quem concordou com a invasão formava o grupo

    dos  periecos ( que deram origem a palavra periferia, já que viviam

    nos arredores de Esparta se dedicando ao comércio, atividade

    desprezada pelos espartanos).

    Durante esse período, os gregos organizavam-se em gene (plural

    de genos). Cada genos era uma comunidade constituída de clãs

    familiares, que se identificavam entre si por meio de um ancestral

    comum.

     A unidade social de produção era o oikos, que reunia as atividades

    do pastoreio e da agricultura. O oikos compreendia, além da família

    do chefe, dependentes diversos, escravos e todos os bens

    materiais, como terras e gado. O comércio tinha pouca importância,

    era geralmente feito por escambo.

    Período Arcaico (Séc. VIII – VI a.C) - Novas técnicas de cultivo

    possibilitaram o aumento da produção e uma melhoria nas suas

    condições de vida, ocasionando o seu crescimento demográfico, o

    que acabou gerando uma série de partilhas de terra para atender a

    essa nova demanda populacional, acarretando à redução do

    tamanho das propriedades, aumentando um clima de hostilidades

    dentro das próprias comunidades gentílicas. Essa crise acabou

    contribuindo para o surgimento de uma nova estrutura: a pólis

    grega.

     A palavra pólis, de origem grega, é freqüentemente traduzida como

    cidade-estado. As cidades gregas eram independentes entre si,

    possuíam suas próprias instituições políticas e militares, buscavam

    ser economicamente autossuficientes e tinham limites territoriais

    definidos. Segundo a definição que se tornou predominante na

    historiografia moderna, pólis era a comunidade de cidadãos de uma

    cidade em particular, responsáveis pelas atividades política e militar.

     Assim, mais do que se referir aos limites territoriais de uma cidade,

    o termo pólis correspondia aos cidadãos que nela habitavam. Em

    comparação com as grandes cidades do mundo atual, as cidades

    gregas eram relativamente pequenas. A maior delas era Atenas.

    CARACTERÍSTICAS DA POLIS:

    •  Autonomia política, econômica e militar CAUSA: isolamento

    geográfico.

    • Mesma cultura (língua/religião). CAUSA: origem comum (creto-

    micênicos).

    • Espaços públicos: ágora (praça) / acrópole (templos) e espaços

    privados: propriedades.ATENAS

    * Local: Península da Ática (norte).

    * Povo fundador: Jônios.

    Evolução social

    * Decorrente da evolução populacional.

    * Camadas:

    -Eupátridas: proprietários das melhores terras (bem nascidos);

    -Demiurgos: comerciantes.

    -Georgóis: proprietários das piores terras;

    -Thetas: sem terras (maioria da população);

    -Escravos: dívidas

    Sociedade Ateniense

    CIDADÃO

     Atualmente, entende-se por cidadão o indivíduo que goza

    plenamente dos direitos civis e políticos de um Estado e, em

    contrapartida, cumpre os deveres estabelecidos na lei. Embora a

    origem da palavra seja freqüentemente associada ao contexto social

    da pólis grega, ela deriva do correspondente latino civitas, cujo

    significado é cidade ou cidadania. O correlato grego é politikos, isto

    é, “aquele que age na cidade”. Na pólis grega, de modo geral, oexercício dos direitos políticos advindos da cidadania restringia-se

    aos homens livres nascidos na cidade. Os escravos, os estrangeiros

    e as mulheres não eram considerados cidadãos e, portanto,

    estavam excluídos da participação política.

    O constante aumento populacional acabava provocando de maneira

    reflexa a diminuição das terras cultiváveis para manter as famílias e

    satisfazer as necessidades da população.

    Pequenos proprietários acabavam contraindo empréstimos para

    manter as suas terras, mas impossibilitados de quitar suas dívidas

    muitos acabavam tornando-se escravos dos seus credores. Sendo

    assim, a solução encontrada por muitos desses devedores, foi partir para colonizar novas áreas. Apesar do nome, as colônias gregas

    tinham uma grande independência em relação à metrópole (cidade-

    estado que dava origem à colônia), o que as uniam eram o idioma, a

    religião e os laços culturais que ambas compartilham.

    De modo geral, enquanto a pólis fornecia serviços e manufaturas,

    as colônias forneciam cereais e matérias-primas.

     A colonização não conseguia resolver de modo satisfatório a

    questão agrária. Enquanto a nobreza se enriquecia rapidamente,

    intensificando a exploração da terra e adotando o luxo, os conflitos

    sociais se generalizavam.

     A instituição do direito escrito foi uma das respostas dadas pelas

    cidades-estados à crise social e política que abalava a ordem

    aristocrática. Licurgo em Esparta, Drácon e Sólon em Atenas, foram

    os principais deles. No entanto, foi Sólon quem se sobressaiu

    tomando algumas medidas: aboliu a escravidão por dívidas; os

    cidadãos passaram a ser divididos em quatro classes sociais de

    acordo com a sua riqueza agrícola e não mais de acordo com a sua

    linhagem de família; e criou um conselho chamado de Bulé,

    composto por quatrocentos membros que elaboravam as leis a

    serem votadas pela Eclésia ( Assembleia).

    Considerado o pai da democracia, Clístenes, ampliou a

    participação política dos cidadãos ao abolir a divisão da sociedade

    em quatro classes e estabeleceu uma divisão de acordo com o local

    de residência, e concentrou todos os poderes nas mãos da Eclésia

    (a assembleia popular ) que passou a tomar todas as decisões por 

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    Pré-Universitário/SEED Ciências Humanas e suas Tecnologias – História

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    meio do voto direto, ainda que mulheres, estrangeiros e escravos

    estivessem excluídos da democracia ateniense.

    Na democracia moderna que se costuma chamar de democracia

    “representativa”, os cidadãos escolhem, por meio do voto, os seus

    representantes. O governo efetivo não é seu atributo, mas está a

    cargo das instâncias de poder organizadas nos municípios, Estados

    e em nível federal. Em Atenas, ao contrário, havia a democracia

    direta, ou seja, os cidadãos participavam diretamente do governo,

    cada um expressando suas posições

    ESPARTA

    * LOCAL: Península do Peloponeso (sul) / Região da Lacônia.

    * POVO FUNDADOR: dórios.

    - Fundada a partir da invasão dórica.

    - Não passa pelo mesmo processo de formação de Atenas.

    * ECONOMIA: agricultura.

    Sociedade Espartana

    • ESPARCIATA: Descendente dos dórios /Militar/ Dono de

    terras / Hoplita: soldado-cidadão.

    • PERIECOS: Homens livres / pequenos agricultores /

    comerciantes / não são cidadãos.

    • HILOTAS: Servos da cidade / base da mão de obra / não

    são propriedades (não são escravos).

    Situada na fértil planície da Lacônia, Esparta era uma sociedade

    aristocrática de base agrária, mas cuja principal atividade era a

    guerra. Ao contrário de Atenas, Esparta nunca mudou o seu regime

    político que sempre permaneceu oligárquico (governo de poucos). A

    cidade era governada por dois reis, que juntos com mais 28

    cidadãos maiores de 60 anos formavam a Gerúsia (que cuidava da

    política externa). O conjunto de cidadãos com mais de 30 anos

    podiam votar na  Apella, órgão encarregado de escolher os cinco

    éforos, que eram os guardiões da tradição e das leis que regiam a

    vida na cidade, eram eles quem de fato governavam a cidade.

    Período Clássico - Provocadas pelo fato de, tanto gregos quanto

    persas, desejarem controlar o comércio do mediterrâneo oriental, as

    guerras médicas, que envolveram esses dois povos duraram, com

    alguns intervalos de paz, quatorze anos. Após o primeiro embate na

    batalha de maratona, o receio de uma nova investida fez com que

    os gregos, sob a liderança de Atenas formassem uma aliança militar 

    chamada de Liga de Delos, que tinha como objetivo organizar uma

    poderosa frota marítima financiada por meio de tributos recolhidos

    das cidades integrantes.

    De facultativos, com o decorrer do tempo os tributos tornaram-se

    obrigatórios. Os impostos acabaram por financiar o desenvolvimentocultural e social ateniense, que acabou acirrando ainda mais a

    desconfiança de sua poderosa rival, a cidade de Esparta, que se

    ressentia da hegemonia que Atenas havia conseguido no mundo

    grego após as guerras médicas. Para frear o crescente poderio

    ateniense, Esparta e outras cidades gregas formaram a chamada

    Liga do Peloponeso.

     A tensão entre as duas cidades acabou por provocar uma guerra

    civil entre elas. Enquanto Atenas liderava as cidades que adotavam

    o regime democrático, Esparta liderava as que optavam pelo regime

    oligárquico. A vitória de Esparta ao final da guerra, seguida por um

    breve período de hegemonia tebana, teve como consequência

    imediata o enfraquecimento das cidades-estados da Grécia e a sua

    fácil dominação pelo reino da Macedônia.

    Período Helenístico - Figura máxima do império macedônico,

     Alexandre Magno acabou provocando o surgimento da civilização

    helenística, que se formou com as conquistas macedônicas, surgida

    com a absorção da cultura oriental, ao mesmo tempo em que se

    deu a propagação dos valores gregos. Assim, se por um lado as

    conquistas de Alexandre disseminaram a cultura grega pelas terras

    do oriente, também promoveu a abertura do mundo grego à cultura

    oriental.

    A Filosofia –  A filosofia surgiu na Grécia entre os séculos VI e IV

    a.C. O termo deriva de  philos (“amigo, “amante”) e sophia

    (“conhecimento”, saber”). Os pensadores gregos lançaram as bases

    dos grandes temas do pensamento filosófico ao longo da História e

    exerceram forte influencia no desenvolvimento da ciência.

    • Sócrates (c. 470-399 a.C.) – Para ele a melhor maneira

    de abordar um tema era o diálogo. Questionador, suas perguntas

    eram desafiadoras e seu senso de humor confundia as pessoas.

    Costumava interrogar os outros a respeito de assuntos que eles

     julgavam saber, deixando-os desconcertados. Foi condenado à

    morte e obrigado a ingerir cicuta, veneno mortal.

    • Platão (c. 428-c. 348 a.C.) – Discípulo de Sócrates,

    achava que a formação de bons líderes requeria uma educaçãoadequada e por isso criou sua escola, a Academia de Platão.

    Imaginou um mundo em que existiria um modelo perfeito e eterno

    de tudo. Escreveu inúmeras obras em forma de diálogos,

    abrangendo todas as áreas da filosofia. Entre essas obras destaca-

    se A República.

    • Aristóteles (384-322 a.C.) – Discordava da “teoria das

    ideias” de Platão, seu mestre. O mundo natural o fascinava.

    Constantemente era visto observando plantas ou a atividade dos

    insetos. Certa vez declarou: “Há algo maravilhoso em todas as

    coisas naturais”. Após a morte de Platão fundou sua própria escola,

    chamada Liceu.Herança Cultural Grega

     A Constituição brasileira estabelece que a educação é um direito do

    cidadão e dever do Estado e da família. O compromisso do Estado

    com a educação deve ser cumprido mediante a garantia da

    educação básica (ensino fundamental e médio) gratuita e

    obrigatória. As instituições privadas são livres para atuar nessa

    área, desde que respeitem as normas gerais da educação nacional.

    Na Grécia antiga, as características da educação variavam de

    acordo com os costumes e os valores de cada cidade. A educação

    em Esparta, por exemplo, dirigia-se aos filhos de cidadãos e era

    totalmente voltada para a formação do soldado hoplita, minimizando

    a instrução intelectual. Aos 7 anos de idade, os meninos se

    tornavam responsabilidade do Estado. Vivendo em acampamentos

    militares, deviam suportar a fome, o frio, o castigo e a dor.

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     A formação das meninas espartanas era semelhante à dos

    meninos. Mesmo morando em casa, deviam exercer atividades

    físicas para gerar filhos fortes e vigorosos para a cidade.

    Em Atenas, ao contrário, a educação era privada. Os meninos,

    filhos de cidadãos atenienses, dedicavam-se às atividades físicas e

    esportivas desde os 7 anos de idade. Também recebiam instrução

    intelectual por meio de um mestre (o pedagogo), que lhes ensinava

    a ler, a escrever e a recitar poemas.

     As meninas atenienses das camadas mais altas passavam a maior 

    parte do tempo no gineceu - onde se originou os termos ginecologia,

    ou, ginecológico -, parte da casa onde aprendiam a fiar e a cuidar 

    de outros afazeres domésticos. As atenienses tinham menos

    liberdade do que as espartanas, que podiam inclusive se dedicar ao

    comércio.

    Na antiga Grécia, o teatro era um espetáculo muito popular,

    realizado originalmente durante festivais em honra a Dionísio, deus

    do vinho.

    Os dois gêneros teatrais mais celebrados nos festivais eram a

    tragédia e a comédia

    A tragédia geralmente tinha temas míticos. Ela tratava do

    sofrimento humano de heróis, de acordo com a vontade dos deuses.

    Seus principais representantes foram Ésquilo, Eurípedes, e

    Sófocles, autor de Édipo rei.

    A comédia, para Aristóteles, representava pessoas inferiores, ao

    contrário da tragédia, que abordava o dilema dos grandes homens.

    Teve como maior representante Aristófanes, autor de “As rãs e as

    vespas” .

     Apesar de ter sido desenvolvida por diversos povos da antiguidade,

    para realizar cálculos astronômicos e comerciais, foram os gregos

    que transformaram a matemática numa ciência, fundamentando

    seus princípios em deduções e raciocínios lógicos.

    Tradicionalmente, o filósofo Thales de Mileto é considerado o

    primeiro matemático grego. Ele usou a geometria para resolver 

    problemas como calcular a altura das pirâmides e prever eclipses.

    Outro importante matemático foi Pitágoras, autor do célebre

    teorema que leva o seu nome. Os pitagóricos acreditavam que o

    universo é um todo harmônico constituído de proporções perfeitas,

    cujas idéias logo se difundiram pela Grécia. É atribuída também aos

    pitagóricos à descoberta da equivalência entre as proporções

    matemáticas e os intervalos musicais, descoberta que permite

    construir e afinar instrumentos musicais.Arquitas de Tarento aplicou os princípios matemáticos na

    construção de instrumentos mecânicos.

    Euclides assentou os princípios da geometria matemática. O livro

    que ele escreveu em treze volumes, foi utilizado como manual

    básico para o ensino da matemática até o século XX.

    Arquimedes de Siracusa foi outro grande matemático grego. Ele

    aplicou o chamado “método de exaustão” (teste sucessivo de várias

    hipóteses até se chegar a uma solução aproximada para um

    problema) para calcular a área do círculo, a quadratura da parábola

    e a determinação do número n (PI= 3.146).

     A arquitetura grega encontrou sua maior expressão na construçãodos templos e palácios. Três estilos marcaram a arquitetura grega: o

    dório (mais sóbrio, simples), o jônio (leve e elegante), e o coríntio

    (mais rebuscado, marcado pelos detalhes no ornamento).

    Politeístas, os gregos cultuavam deuses que tinham formas

    humanas, virtudes e defeitos, apenas se diferenciando dos homens

    por serem imortais. Ao contrário do que ocorre nas tradições

    hebraicas, a idéia de um salvador dos homens não fazia parte do

    universo religioso grego. Aliado ao fato de que ao contrário das

    religiões orientais, os sacerdotes gregos não exerciam qualquer tipo

    de influência na vida dos cidadãos, e que não havia nenhum dogma,

    verdade estabelecida que o fiel é obrigado a acreditar, relevante na

    vida das pessoas daquela época.

    Para o Enem as preocupações principais com aschamadas Civilizações Clássicas são a evolução dasinstituições políticas, da concepção de cidadania e asinterações culturais.

    Alexandre, de Oliver Stone; 2004A Odisséia, de Andrei Konchalovsky; 1997Sócrates, de Roberto Rossellini; 1971

    http://migre.me/s16AFhttp://migre.me/s16SJ

    Mulheres de Atenas, de Chico Buarque

    Veja mais no caderno de Filosofia – Tales: a água /Pitágoras: os números.Veja também Matemática – Teorema de Tales e dePitágoras.Caderno Thétis – Texto 123: O Animal político para Aristóteles

    01. (ENEM/PPL-2009) Em seu discurso em honra dos primeiros

    mortos na Guerra do Peloponeso (séc. V a.C.), o ateniense Péricles

    fez um longo elogio fúnebre, exposto na obra do historiador 

    Tucídides. Ao enfatizar o respeito dos atenienses à lei e seu amor 

    ao belo, o estadista ateniense tinha em mente um outro tipo de

    organização de Estado e sociedade, contra o qual os gregos se

    haviam batido 50 anos antes e que se caracterizava por uma

    administração eficiente que concedia autonomia aos diferentes

    povos e era marcada pela construção de grandes obras e

    conquistas.

    PRADO, A. L. A.,Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro I, São

    Paulo, Martins Fontes (com adaptações).

    O “outro tipo de organização de Estado e sociedade” ao qual

    Péricles se refere era

    A) o mundo dos impérios orientais, que rivalizava comercialmente

    com a Atenas de Péricles.

    B) o Império Persa, que, apesar de possuir um vasto território,

    tentou, em vão, conquistar a Grécia.

    C) o universo dos demais gregos, que não viviam sob uma

    democracia, já que esta era exclusividade de Atenas.

    D) o Alto Império Romano, que, se destacava pela supremacia

    militar e pelo intenso desenvolvimento econômico.

    E) o mundo dos espartanos, que, desconhecendo a escrita e a lei,

    eram guiados pelo autoritarismo teocrático de seus líderes.

    02. (ENEM/PPL-2010) Alexandria começou a ser construída em 332

    a.C., por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um

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    polo de estudos sobre matemática, filosofia e ciência gregas. Meio

    século mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um

    museu — que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca

    reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou

    a cidade no maior núcleo intelectual da época, especialmente entre

    os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques

    de romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou

    perda de quase todo o seu acervo.

    RIBEIRO, F. Filósofa e mártir. Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010(adaptado).

     A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel

    fundamental para a produção do conhecimento e memória das

    civilizações antigas, porque

    A) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas

    narrativas dos seus grandes feitos.

    B) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e deu origem

    às universidades modernas.

    C) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do

    conhecimento e permitiu sua transmissão a outros povos.

    D) transformou a cidade de Alexandria no centro urbano maisimportante da Antiguidade.

    E) reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes

    e fez avançar a museologia antiga.

    03. (ENEM-2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em

    Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão

    e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre

    objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o

    primeiro em detrimento do segundo.

    Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em

    sua mente.

    ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo:

    Odysseus, 2012 (adaptado).

    O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto

    essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De

    acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?

    A) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.

    B) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.

    C)  Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação

    são inseparáveis.

    D)  Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a

    sensação não.E) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é

    superior à razão.

    04. (ENEM-2012)

    TEXTO I

     Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de

    tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de

    sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao

    passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a

    partir do ar por filtragem e, ainda mais condensadas, transformam-

    se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se emterra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em

    pedras.

    BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).

    TEXTO II

    Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de

    todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão

    parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção,

    as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo

    se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os

    Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão

    impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.”

    GILSON, E: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991

    (adaptado).

    Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para

    explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional.

     As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo

    medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que:

    A) eram baseadas nas ciências da natureza.

    B) refutavam as teorias de filósofos da religião.

    C) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.

    D) postulavam um princípio originário para o mundo.

    E) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.

    05. (ENEM-2013) A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre ea mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar 

    separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a

    mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce

    é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas

    mais excelentes atividades, e entre essas a melhor nós a

    identificamos como felicidade.

     ARISTOTELES. A Politica. São Paulo: Cia das Letras, 2010.

     Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes

    atributos, Aristóteles a identifica como

    A) busca por bens materiais e títulos de nobreza.

    B) plenitude espiritual e ascese pessoal.

    C) finalidade das ações e condutas humanas.

    D) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.

    E) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.

    06. (ENEM-2014) Compreende-se assim o alcance de uma

    reivindicação que surge desde o nascimento da cidade na Grécia

    antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que

    assegurar-lhes permanência e fixidez. As leis tornam-se bem

    comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma

    maneira.VERNANT. J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1992

    (adaptado).

    Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda

    vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir o seguinte

    princípio:

    A) Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos.

    B) Transparência — acesso às informações governamentais.

    C) Tripartição – separação entre os poderes políticos estatais.

    D) Equiparação – igualdade de gênero na participação política.

    E) Elegibilidade – permissão para candidatura aos cargos públicos.

    07. (ENEM-2014)  Alguns dos desejos são naturais e necessários;

    outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem

    necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos

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    trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu

    impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua

    satisfação ou parecem geradores de dano.

    EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V F.

    Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974.

    No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim

    A) alcançar o prazer moderado e a felicidade.

    B) valorizar os deveres e as obrigações sociais.

    C) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação.

    D) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade.

    E) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber.

    08. (ENEM-2014)

    SANZIO, R. Detalhe do afresco A Escola de Atenas.

    Disponivel em: http://fil.chf.ufsc.br. Acesso em: 20 mar. 2013.

    No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o

    alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma

    instância na qual o homem descobre a

    A) suspensão do juízo como reveladora da verdade.

    B) realidade inteligível por meio do método dialético.

    C) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.

    D) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.

    E) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.

    09. (ENEM-2015) O que implica o sistema da pólis é uma

    extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros

    instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a

    discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo

    intelectual, assim como do jogo político.

    VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992

    (adaptado).Na configuração política da democracia grega, em especial a

    ateniense, a ágora tinha por função

    A) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol

    da cidade.

    B) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado

    expostas por seus magistrados.

    C) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para

    deliberar sobre as questões da comunidade.

    D) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os

    rumos a serem tomados em caso de guerra.

    E) congregar a comunidade para eleger representantes com direitoa pronunciar-se em assembleias.

    ROMA

    O pequeno povoado de Roma, nos primeiros tempos, era

    monárquico. O rei era assessorado por uma assembléia de anciãos

    (Senado, do latim senex  que quer dizer idoso) e pela Assembleia

    Curiata, que possuía claras características religiosas.

     As principais atividades econômicas desse período monárquico

    eram as agrárias, e não havia muitas possibilidades de mobilidade

    social. A sociedade romana era basicamente composta por três

    grupos. Os patrícios (“aquele que tem pais, ou seja, origens

    nobres”), ou gentes, porque se agrupavam na unidade básica

    familiar: os gens, semelhantes aos do mundo grego. Eram os

    patrícios os grandes proprietários de terra que dominavam as

    instâncias políticas e religiosas.

    Os clientes por sua vez eram agregados, parentes menos

    favorecidos dos patrícios e agiam como servidores e protegidos de

    seus superiores, numa economia de troca de favores.

    Por último, temos a imensa maioria da população romana, os

    plebeus. Sem terras, trabalhavam para os patrícios, e muitas vezes

    eram escravizados por dívidas. Eram eles que se dedicavam ao

    comércio.

    Revoltando-se contra os últimos reis etruscos de Roma, os patrícios

     juntos com os plebeus, organizaram uma revolta e depuseram o

    último rei de Roma, Tarquínio, o Soberbo. Era o inicio do período

    republicano.

     Apesar de concentrar em suas mãos todos os poderes, no inicio da

    República tinham os patrícios o cuidado de evitar que

    eventualmente o poder se concentrasse nas mãos de uma única

    pessoa: afinal, a “coisa pública” (res publica), não poderia ser 

    administrada em favor de interesses particulares. Daí a grande

    quantidade de cargos que havia nesse período, a saber: cônsules,

    pretores, edis, questores, ditador, pontífice, entre outros. Eram

    cargos de curta duração, normalmente de seis meses a um ano,

    que tinham como propósito evitar o gosto pelo poder e a corrupção.

    Durante o período republicano, o senado tornou-se o principal órgão

    de poder. Baluarte do poder aristocrático, tinha funções importantes

    e abrangentes: nomeava os magistrados, decidia pela guerra,

    nomeava embaixadores, fiscalizava as finanças, criava impostos,

    etc.

    Os plebeus não podiam ocupar cargos públicos, no entanto,

    participavam do exército. Quando voltavam das guerras estavam

    endividados porque tinham deixado de produzir. Julgados por tribunais patrícios, quase sempre perdiam suas terras e posses,

    chegando a ser escravizados.

     A disparidade entre patrícios e plebeus levou ao surgimento dos

    tribunos da plebe, leis escritas e certa equiparação de direitos entre

    nobres e os cidadãos comuns.

     As revoltas, contudo, não impediu que Roma se mantivesse

    dinâmica para conquistar novos territórios. O crescimento territorial

    levou ao aumento da necessidade de mão-de-obra escrava e do

    incremento comercial. Essas necessidades conduziram ao choque

    militar com os poderosos comerciantes cartagineses, que

    dominavam grande parte do fluxo comercial mediterrâneo. Oconfronto entre Roma e Cartago pelo domínio marítimo-comercial

    do Mediterrâneo ocidental se desdobrou nas três Guerras Púnicas

    vencidas pelos romanos.

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    Pré-Universitário/SEED Ciências Humanas e suas Tecnologias – História

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     As conquistas militares de Roma acabaram contribuindo para o

    desenvolvimento comercial; um aumento do número e da

    importância do trabalho escravo; a ampliação das disparidades de

    riquezas entre os grupos sociais; relaxamento moral; e um

    afrouxamento dos laços familiares.

    Os irmãos Tibério e Caio Graco, que foram Tribunos da Plebe,

    tentaram evitar o descontentamento popular, através de reformas

    sociais que defendiam respectivamente, o limite fundiário e a lei

    frumentária (lei que baixava o preço do trigo).

     As sucessivas crises políticas acabaram provocando o surgimento

    no cenário político de Roma de generais vitoriosos, como Mário

    defensor do partido democrático e Silas, partidário da classe

    aristocrática. As rivalidades entre esses dois grupos acabaram por 

    provocar uma guerra civil sangrenta em Roma, que foi vencida pelo

    general Sila.

     Após a morte de Sila, o poder romano passa a ser compartilhado

    por três patrícios romanos: Pompeu, Crasso e Júlio César. Iniciava-

    se o Primeiro Triunvirato romano, que durou dez anos.

     Após vencer uma guerra na Gália e derrotar seu principal rival,

    Pompeu, César retorna a Roma e é recebido em triunfo.

     Acumulando diversos cargos ele dá início a uma série de reformas:

    sufocou guerras civis, construiu grande número de obras públicas,

    regulou a distribuição do trigo, entre outras. Mas a principal

    contribuição de César para o mundo ocidental foi na criação do

    calendário, que mesmo após algumas modificações no século XVI,

    é o mesmo que utilizamos hoje. O nome do mês de Julho em

    homenagem a Júlio César é um exemplo dessa importância que se

    sente até os dias atuais.

     Após o assassinato de Júlio César é formado o Segundo

    Triunvirato romano, formado por Otávio, Marco Antônio e Lépido.

     Após a derrota de Marco Antônio na batalha de Ácio, Otávio inicia o

     principado (passagem da república para o império), tornando-se o

    primeiro imperador de Roma, centralizando o poder político e

    passando a ser intitulado Augusto (divino). Dentre as suas principais

    realizações estão a política do Pão e Circo e a Pax Romana.

    Com o fim da Pax Romana, o Império romano começa a sofrer com

    a crise do sistema escravista.

    Para uma cidade guerreira e escravista, o cristianismo com a sua

    doutrina de igualdade de todos perante Deus, de repúdio às

    guerras, e de divinização apenas de Cristo, em contraste com o

    culto ao imperador, acabou provocando um verdadeiro choqueideológico, prejudicando a sobrevivência do império, e por isso

    sendo, com alguns intervalos, perseguido pelos imperadores.O que

    fez com que a crise romana se aprofundasse cada vez mais.

    Durante a dinastia dos Severos, ainda no século III, a indolência de

    seus imperadores vai propiciar uma nova onda de lutas pelo poder 

    entre as Legiões, a Guarda Pretoriana e o Senado, aumentando o

    desequilíbrio administrativo do Estado. A importância das províncias

    foi oficializada a partir do Édito de Caracala (Imperador Caracala)

    que concedia a cidadania romana aos habitantes livres do império.

    Esse fato, se por um lado favorecia o império com o aumento da

    tributação, por outro prejudicava, pois admitia a independência dasregiões provinciais.

    Diocleciano vai instituir o imposto “in natura” devido ao

    estrangulamento do comércio dificultado pelas guerras e pela

    tendência de autossuficiência regional e o Édito do Máximo, que

    tabelava preços e salários.

    Já o seu sucessor, Constantino, decretou a fixação do homem à

    terra em que trabalhava, e nas atividades comerciais e artesanais

    foi decretada a hereditariedade. Tudo isso para facilitar a tributação

    e não aumentar a falta de mão-de-obra nestes setores econômicos.

     A importância crescente do número de cristãos levou a que o

    imperador Constantino, por meio do Édito de Milão, em 313,

    concedesse liberdade de culto aos cristãos e finalmente, em 395, o

    imperador Teodósio oficializou o cristianismo em Roma por 

    intermédio do Édito de Tessalônica.

    O cristianismo, que no início foi um movimento de grande base

    popular e de oposição à ordem escravista, após a conversão da

    elite, passa a fazer vistas grossas à questão do escravismo. Não

    devemos esquecer a necessidade de uma nova base ideológica

    para o sustentáculo deste mesmo Estado. O Imperador centralizava

    o poder religioso, mostrando-se como escolhido por deus para zelar 

    seu povo.

    Opondo-se à estrutura escravocrata, o Cristianismo contribuía para

    o desenvolvimento desta crise, visto que, com o seu constante

    crescimento em número de adeptos, desestruturava

    ideologicamente a base de sustentação econômica de Roma.

    Some-se a isso o fato de, ao tornar-se religião oficial e unir-se ao

    Estado, a Igreja consumia pesadas somas em dinheiro e recebia

    generosas doações de terras, o que contribuiu para o esvaziamento

    dos cofres públicos.

    O Cristianismo progressivamente foi sendo estruturado dentro de

    uma hierarquia rígida e ligado à estrutura estatal romana. Assumiu

    até as mesmas práticas da antiga religião romana, como o culto e a

    conservação de imagens de seus mais representativos seguidores.

     A estruturação do cristianismo em uma Igreja foi de tal modo eficaz

    que, ao final do Império Romano, ela o substituiu como instituição

    central, sendo fundamental para a formação da mentalidade

    medieval.

    Foi a partir do século III, que o Império Romano começou a declinar 

    de modo acentuado. Entre inúmeras razões, destaca-se a crise do

    escravismo.

    Sabemos que o trabalho escravo era um dos pilares da riqueza de

    Roma, a maioria deles eram prisioneiros de guerra. Ocorre, no

    entanto, que desde o final do século II, as guerras de conquistas

    praticamente cessaram. Fato que diminuiu muito o número deescravos à venda. Com isso, o preço deles foi ficando cada vez

    mais alto. Essa crise afetou duramente a agricultura e o artesanato,

    setores que dependiam do escravo para produzir em grande

    quantidade, pois visavam à exportação. De forma que,

    impossibilitou a produção de gêneros destinados à exportação.

    Roma passou a gastar as riquezas, acumuladas nas guerras de

    conquista, pagando os produtos que importava, como cereais,

    armas e jóias.

     À medida que o braço escravo foi se tornando cada vez mais

    escasso e caro, os proprietários começaram a arrendar partes das

    suas terras a trabalhadores livres denominados colonos. Esteseram, geralmente, elementos da plebe urbana, ex-escravos ou

    camponeses empobrecidos que buscavam a proteção dos senhores

    das grandes propriedades rurais denominadas vilas. A partir do

    momento em que os colonos ganhavam o direito de cultivar a terra,

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