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XX 82 12 a 14/05/2012
* Mitos e verdades de uma eleição - p.09
* Um procurador amordaçado - p.30
* Efeito cascata pelo país - p.39
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Bertha MaakarounDistantes dos filiados e dos ci-
dadãos, os partidos políticos têm nas empresas a principal fonte de receitas para sobreviver. Elas continuam a re-presentar, em média, 75% das doações feitas para a maior parte dos partidos políticos em Minas Gerais, conforme as prestações de contas de 2011, que acabam de chegar ao Tribunal Regio-nal Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). A análise é de Júlio César Diniz Rocha, coordenador de Controle de Contas Eleitorais e Partidárias.
Do R$ 1,936 milhão arrecadado pelo PSDB entre doações e contribui-ções, quase R$ 1,8 milhão veio de em-presas, R$ 110 mil de pessoas físicas e R$ 30 mil de parlamentares. O PPS arrancou R$ 169 mil de empresas, não teve doações de pessoas físicas, mas se saiu um pouco melhor com filiados do que os tucanos: recebeu R$ 70 mil. Entre os verdes, dos R$ 80 mil levan-tados, R$ 30 mil foram de pessoas ju-rídicas, R$ 26 mil de pessoas físicas e R$ 24 mil de deputados.
Embora os empresários sejam os financiadores da maioria dos partidos, com os democratas, em 2011, foi dife-rente. Não apenas eles, mas também pessoas físicas e filiados viraram as costas ao DEM, que sobreviveu ape-nas das contribuições de parlamenta-res e do fundo partidário. Os petistas, por sua vez, foram aqueles que mais arrancaram contribuições das bases, dos filiados e de seus parlamentares no ano passado. Dos R$ 790 mil de doações e contribuições, R$ 299 mil foram de pessoas físicas, R$ 204 mil de parlamentares e R$ 72 mil dos filia-dos. O PT obteve R$ 215 mil de pes-soas jurídicas.
A relação entre partidos políticos e empresas fica ainda mais evidente em anos eleitorais, quando as contri-buições às legendas que têm candida-tos majoritários competitivos sobem na proporção da expectativa de vitó-ria. Por isso, as prestações de contas
de todos os partidos de 2010, que ain-da não foram apreciadas pela Justiça Eleitoral, apresentaram um enorme crescimento em relação a 2009, vol-tando a cair em 2011.
Em 2010, ano de eleições gerais, foram despejados R$ 34,6 milhões em doações e contribuições no PSDB de Minas, dos quais R$ 34,1 milhões de pessoas jurídicas e apenas R$ 453 mil de pessoas físicas. Naquele ano, o PSDB nem precisou contabilizar recursos de parlamentares e filiados. Mas não apenas tucanos intensifica-ram os laços com as pessoas jurídicas em 2010. O PMDB, por exemplo, que este ano perdeu o prazo para apresen-tar a prestação completa de contas à Justiça Eleitoral, recebeu em 2010 R$ 6 milhões em doações de pessoas ju-rídicas contra apenas R$ 255 mil de pessoas físicas. Para ter uma ideia da intensidade do crescimento das doa-ções, em 2009 ele havia coletado ape-nas R$ 305 mil. Na declaração incom-pleta de 2011 que entregou à Justiça Eleitoral, as doações e contribuições giram em torno de R$ 411 mil, dos quais, R$ 81,3 mil de contribuições de parlamentares.
Na mesma linha de crescimento vertiginoso de doações de empresas, o PT recebeu em 2010 R$ 1,15 milhão de pessoas jurídicas contra apenas R$ 51 mil de pessoas físicas, R$ 208 mil de contribuições de parlamentares e R$ 103 mil de filiados. Também o DEM, que em 2011 foi esquecido pelo empresariado, teve melhor sorte nas eleições de 2010: arrebanhou R$ 492 mil em doações de pessoas jurídicas.VínculO
O motivo pelo qual as contribui-ções de empresas crescem tanto em anos eleitorais é simples. Ainda que os comitês de campanha e os próprios candidatos tenham um sistema pró-prio de arrecadação e de prestação de contas, por meio dos partidos políticos os financiadores conseguem repassar recursos aos seus candidatos sem que
sejam a eles vinculados diretamen-te em suas respectivas prestações de contas. Ao doar aos partidos com a in-dicação prévia de a quem os recursos devem ser repassados, os empresários são apontados nas declarações das le-gendas, mas não são associados aos candidatos em suas prestações de con-tas. Os candidatos limitam-se a indi-car o volume repassado pela legenda e, por isso, essas “doações” têm sido chamadas de “ocultas”.
“Não são simples doações, mas verdadeiro investimento, com retor-no certo”, afirma Adriano Denardi Júnior, secretário de Controle Interno e Auditoria do TRE-MG. A análise pleito após pleito das contas partidá-rias e de candidatos dá a Denardi uma convicção: “De uma maneira geral, os grandes grupos econômicos inves-tem em todas as principais legendas. No popular: acendem uma vela para Deus e outra para o diabo. O retorno do investimento, portanto, independe do resultado das urnas”.
BalanÇO
Empresas bancam partidos Prestações de contas registradas no TRE indicam que pessoas jurídicas bancaram
75% das receitas das legendas. Em ano eleitoral, a injeção de recursos tende a se multiplicar
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CNJ inicia hoje inspeção na Justiça de MinasEquipe de juízes e servidores do Conselho vai trabalhar durante uma semana
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NATÁLIA OLIVEIRAAs 300 famílias da ocupação Eliana
Silva deixaram ontem o terreno de 35 mil m² na Vila Santa Rita, na região do Bar-reiro, na capital, após 21 dias de invasão. Anteontem, a Justiça concedeu uma ação de despejo e reintegração de posse do local à Prefeitura de Belo Horizonte, proprietária do lote. A tropa de choque da Polícia Mili-tar tentou cumprir a determinação retirando as barracas e pertences dos ocupantes que ainda passaram mais uma noite no lugar. Porém, o frio e a pouca alimentação fize-ram com que as famílias decidissem ontem pelo abandono do terreno.
“Nós estávamos sem cobertores e com pouca comida, deixamos o local, mas nos-sa luta continua”, afirmou o líder do Movi-mento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Leonardo Péricles. Segundo ele, as famílias vão permanecer reunidas até que saiam novas decisões judiciais a respeito da ocupação. Até a noite de ontem, os líde-res do MLB tentavam conseguir um abrigo para receber as famílias.
No fim da tarde, os ocupantes come-çaram a retirada dos pertences que ainda restavam no local, como colchões e cober-
tores. Péricles explicou que a polícia estava permitindo a entrada de comida de forma racionalizada e isso dificultou a permanên-cia dos moradores. “Nós estávamos con-tando com a colaboração da comunidade que trazia a comida pronta pra gente”, disse o jardineiro Júnior Júlio Brito,47.
A polícia, no entanto, negou que es-tivesse racionalizando a comida. Segundo o tenente-coronel José Amilton Santos, comandante do Batalhão de Eventos da Polícia Militar (BPE), responsável pela operação, os ocupantes queriam os fogões e botijões de volta. “A comida pronta podia entrar, mas não os móveis. Isso caracteri-zaria uma retomada da ocupação”, disse Santos. Segundo ele, os ocupantes podem procurar a prefeitura para ter de volta os pertences levados.
Ainda segundo o coronel, os militares irão permanecer no terreno mesmo com a saída das famílias. Ontem o “caveirão”, usado na operação de reintegração de posse anteontem, permanecia no local. Segundo os líderes do movimento, eles só irão vol-tar para o terreno se forem autorizados pela Justiça.
Recursos são esperança de movimen-
toAs ações impetradas pelos advogados
do movimento, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Defensoria Pública de Minas Gerais, são a esperança dos moradores de voltarem para o terreno. “A expectativa é que a Justiça nos deixe permanecer”, disse o advogado dos ocu-pantes, Élcio Pacheco.
Uma ação já havia sido impetrada pelo MP. Como não há plantão no Tribunal de Justiça de Minas (TJMG), a reportagem não conseguiu confirmar se as ações foram ou não acatadas. (NO
O TEMPO - P. 24 - 13.04.2012 SaídaFamílias decidem desocupar terreno invadido no Barreiro
Policiamento será mantido no terreno para evitar uma nova ocupação
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Landercy HemersonA morte de duas detentas no
Centro de Remanejamento do Sis-tema Prisional (Ceresp) de Ipatinga, no Vale do Aço, devido ao surto de doença aguda de causa indetermi-nada, deixou em alerta a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Há suspeita de surto de síndrome gri-pal aguda, meningite viral ou bac-teriana. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) suspendeu as visitas na unidade até que se identi-fique o agente causador da doença. Uma das internas morreu ontem. De acordo com a SES, há outras oito internadas com o mesmos sin-tomas, além de dois agentes peni-tenciários. A primeira morte ocor-reu terça-feira. Uma detenta com quadro de febre, vômito, prostra-ção e pressão baixa foi socorrida, mas morreu após 24 horas.
No dia seguinte, outra interna da mesma cela apresentou sinto-mas semelhantes. Ela foi internada e, apesar de receber medicação, morreu ontem.
Técnicos de saúde já recolhe-
ram amostras laboratoriais para exames microbiológicos e soroló-gicos na Fundação Ezequiel Dias (Funed). O presídio foi colocado em quarentena. Os internos estão sendo medicados preventivamente com antibióticos para meningite e tamiflu para síndrome gripal aguda. A medicação é indicada nos casos de gripe A H1N1 (gripe suína).
A SES orienta as pessoas que tiveram contatos com os agentes ou com as detentas e que apresentarem os sintomas da doença a procurar atendimento médico com urgência. Os internos do Ceresp estão rece-bendo informações sobre as medi-das de higiene para evitar a conta-minação e como fazer o tratamento dos casos sintomáticos.
Uma investigação foi aberta em torno de todos os casos suspei-tos e de seus contatos. A Seds in-formou que o surto se restringe a uma cela e que já adotou medidas para evitar aumento do número de contaminações e expansão para os outros setores da instituição prisio-nal.
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Mortes e mistério no Ceresp IPATINGADoença desconhecida mata duas detentas e contagia mais 10 pessoas.
Presídio está em quarentena
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GiRO PElO BRaSilcódigo Penal
Maior punição para presidiários
Os juristas que integram a co-missão de reforma do Código Pe-nal aprovaram, ontem, o aumento para 40 anos como tempo máximo que um preso pode permanecer na cadeia, ampliando em dez anos do limite de cumprimento de penas nos casos em que o condenado co-meter um crime durante o período que está na cadeia. O código em vigor prevê um tempo máximo de 30 anos de custódia, mesmo quan-do o somatório da pena ultrapassar o período. Durante a reunião, a comissão composta por 15 juristas também definiu três importantes temas: a responsabilização penal de pessoas jurídicas, a criação do tipo penal de milícias e a isenção de pena para índios isolados, aque-les que não têm nenhum contato com “o mundo externo”.
Ceresp segue em alerta
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Fernando ZubaQuem é o verdadeiro culpado por uma série de estupros
de crianças e adolescentes, na década de 1990, em Belo Ho-rizonte? Com a prisão do ex-bancário Pedro Meyer Ferreira, de 57 anos, reconhecido por uma das vítimas e depois acu-sado por outras 15, o porteiro aposentado Paulo Antônio da Silva, de 66, e o artista plástico Eugênio Fiúza de Queiroz, de 62 – condenados por crimes na época –, tentam provar sua inocência.
A advogada Adriana Eymar, que representa o artista plástico Eugênio Fiúza, condenado a 34 anos por seis crimes sexuais, luta para reabrir os casos. O acusado cumpriu 16 anos e 9 meses da pena por supostamente violentar crianças e adolescentes, na década de 1990. Hoje, está em regime semiaberto.
De acordo com a defensora, a Polícia Civil se baseou apenas em um retrato falado para concluir os processos. “Acredito que a única forma eficaz de dirimir toda e qual-quer dúvida seria um novo reconhecimento dos suspeitos por todas as vítimas, procedimento acompanhado por represen-tantes do Ministério Público estadual”, defende a advogada. Ela informou que já solicitou à Justiça o desarquivamento
dos processos. Culpado ou inocente, Eugênio Fiúza, de 62 anos, tem
poucos sonhos. “Quero tornar a viver em liberdade, voltar a trabalhar e cuidar de minha saúde”, diz. De boné, bigode e óculos escuros, assim como a maioria das vítimas descreveu o agressor sexual, ele alega que foi vítima de um erro cruel.
Em sua defesa, diz que, mesmo depois de encarcerado, pelo menos oito vítimas, com idades entre 12 e 17 anos, fo-ram atacadas por um homem com as mesma características dele e da mesma maneira: armado, teria molestado as crian-ças sexualmente em prédios no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste da capital. “Como eu poderia ter feito alguma coi-sa, se estava atrás das grades?”, questiona o acusado, que chegou inclusive a ser transferido de penitenciária, já que na época suspeitou-se que ele pudesse estar saindo da cadeia para praticar os crimes.
O artista plástico alega ainda ter sido submetido a tor-tura na época, praticada por agentes da Polícia Civil, para assumir os crimes. “Fui severamente agredido. Até no pau de arara me colocaram”, disse, acrescentando ter sido agre-dido também na cadeia e se dizendo disposto a passar por qualquer tipo de exame para provar a sua inocência.
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Condenado denuncia tortura e erro judicial
Fernando ZubaA Polícia Civil de Minas prendeu, em San-
to André, na Grande São Paulo, mais um sus-peito do maior assalto da história de Minas, em que foram roubados R$ 46 milhões da Embra-forte, na Região da Pampulha, em Belo Hori-zonte. Na quinta-feira, ele detido em flagrante por estelionato e no imóvel onde morava foram encontrados vários documentos falsificados.
Segundo a polícia, a prisão não está rela-cionada com o crime cometido em Minas. No entanto, o delegado e chefe do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), Márcio Simões Nabak, responsável pelas investigações sobre o assalto milionário, pode solicitar a transfe-rência do preso para Belo Horizonte. Ainda não há mandado expedido no nome dele, o que dificulta o processo.
O assalto à Embraforte ocorreu em 4 de setembro de 2010. Pelo menos 25 bandidos participaram da ação, que teve início na noite anterior com o sequestro do tesoureiro, do che-fe de segurança e do chefe de administração da transportadora de valores, que fica no Bairro
Ouro Preto, Região da Pampulha. Familiares dos funcionários foram feitos reféns por cerca de 12 horas num sítio em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Eles demonstravam conhecer bem o sistema de segurança da empresa e sa-biam até os nomes de alguns dos empregados de plantão.
Em março deste ano, a Polícia Civil de Minas já havia prendido em São Paulo quatro integrantes da quadrilha acusada de ser respon-sável pelo roubo à Embraforte. Os presos – três homens e uma mulher – foram trazidos para Belo Horizonte. Um quinto integrante da qua-drilha já estava detido em São João del- Rei. BEnS RaSTREadOS
Apesar das prisões dos suspeitos, o di-nheiro roubado da Embraforte ainda não foi re-cuperado. O Ministério Público estadual (MP) tenta rastrear imóveis e outros bens comprados pelos integrantes do grupo com o dinheiro do assalto, para pedir o bloqueio na Justiça. Mas a polícia já tem informação de que uma parte foi destinada a uma facção criminosa de São Paulo, para financiar suas atividades
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Outro preso por assalto milionário
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O ministro Joaquim Barbosa, do STF, frustrou mais uma tentativa de re-tardar o julgamento do processo do men-salão ao indeferir requerimento do advo-gado Marcio Thomaz Bastos para que os autos fossem desmembrados, para que os 35 réus - dos 38 - que não desfrutam de foro privilegiado sejam julgados em primeira instância, deixando na Suprema Corte apenas os três deputados que, por prerrogativa de função, têm esse direito. De acordo com a Folha de S.Paulo (9/5), para Barbosa “a questão relativa ao des-membramento do feito em relação aos réus que não gozam de foro por prerro-gativa de função já foi, por várias vezes, apreciada nesta ação penal, sendo, em todas as ocasiões, rejeitada”. Ou seja, o STF entende que os 38 réus do mensalão devem ser julgados juntos.
Thomaz Bastos representa no proces-so o diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, um dos 35 réus que não gozam de foro por prerrogativa de função. Mais do que conquistar um aparente benefício para seu constituído, ao recorrer ao STF a óbvia intenção do ilustre criminalista foi a de obter a protelação do julgamento. Não há outra explicação para a tentati-va de privar um réu de um privilégio a que, em circunstâncias normais, não teria direito: ser julgado pela Suprema Corte. Assim, o argumento apresentado a favor do desdobramento do processo, levado às últimas consequências, colocaria em xeque o próprio instituto do foro privi-legiado.
Senão, vejamos: alega a petição que José Roberto Salgado, por não ter a prer-rogativa de ser julgado pelo STF, tem o direito de responder ao processo perante um juiz de primeira instância, de modo que não se veja privado, na hipótese de uma sentença condenatória, da possibili-dade de recorrer a uma instância superior. Por esse raciocínio, que vale para todo mundo, o foro dito privilegiado - neste caso, o STF - representaria, na verdade, um ônus e não um bônus, uma prerrogati-va, uma vantagem privativa de altos dig-nitários como o presidente da República, parlamentares federais e ministros de Es-tado, entre outros. Afinal, as decisões da Suprema Corte são irrecorríveis.
Segundo o entendimento dos minis-tros togados, portanto, a tramitação do processo é mantida no STF porque os réus devem ser julgados juntos e três de-les têm direito ao privilégio de foro por serem deputados federais. Entre os 35 está José Dirceu, “o principal articulador dessa engrenagem”, de acordo com a de-núncia apresentada em 2006 pelo então procurador-geral Antonio Fernando de Souza.
É fácil de entender a preocupação de Lula e de seus correligionários com a repercussão do julgamento do escândalo do mensalão, exatamente no momento em que será dada a largada de nova cam-panha eleitoral. O ex-presidente continua insistindo em que tudo não passa de uma “farsa” armada contra ele próprio e seu partido.
Para ele, conforme declarou em Pa-ris em 2006, numa polêmica entrevista exclusiva a uma produtora independente que vendeu o material ao programa Fan-tástico da Rede Globo, “todo mundo faz, sistematicamente”, aquilo de que o PT era acusado, ou seja caixa 2 - ou, como pre-feria o então tesoureiro petista Delúbio Soares, “recursos não contabilizados”.
Não é bem essa a conclusão da de-núncia acolhida pela Suprema Corte. Nela, afirma o então chefe do Ministério Público federal: “Os denunciados opera-cionalizaram desvio de recursos públicos, concessões de benefícios indevidos a par-ticulares em troca de dinheiro e compra de apoio político, condutas que caracte-rizam os crimes de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, corrupção e evasão de divisas”. E mais: as apurações “evidenciaram o loteamen-to político dos cargos públicos em troca de apoio às propostas do governo, prática que representa um dos principais fatores do desvio e má aplicação de recursos pú-blicos, com o objetivo de financiar cam-panhas milionárias nas eleições, além de proporcionar o enriquecimento ilícito de agentes públicos e políticos, empresários e lobistas que atuam nessa perniciosa en-grenagem”.
Depois de seis anos de tramitação, o mínimo que se pode esperar é que, sem mais delongas, o processo seja julgado.
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Protelação recusada
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