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Ano 2 . N° 15 . Setembro 2011 ISSN 2179-6653 UM PANORAMA DO MERCADO DO LEITE Em entrevista com os presidentes de cooperativas e laticínios do Leste de Minas e Norte Capixaba, montamos para você um giro sobre o cenário da commodity

15ª Edição Setembro- 11

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15ª Edição Setembro- 11

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Ano 2 . N° 15 . Setembro 2011

ISSN 2179-6653

Um panorama do mercado do leite Em entrevista com os presidentes de

cooperativas e laticínios do Leste de Minas e Norte Capixaba, montamos para você um giro sobre o cenário da commodity

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Diante da crescente demanda por alimentos no mundo inteiro, uma matéria-prima de grande riqueza protéica, não poderia ficar de fora. O consumo interno, do leite e seus de-rivados, aumenta a cada ano com o poder de compra do bra-sileiro. Porém, atualmente essa demanda vem sido suprida através das importações desses produtos. Um benefício para o consumo interno, mas um prejuízo para a produção láctea e a indústria do setor.

Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior (MDIC), de janeiro a julho des-te ano foram importados 85,13 mil toneladas, equivalente a US$ 316.717 mil dólares. Em contrapartida, a exportação de lácteos foi de 22,60 mil toneladas, um valor de US$ 66.026 dólares. Com isso, o saldo foi negativo de -62,53.

É por isso e outros motivos que nesta edição trazemos para você leitor, que irá acompanhar não através de pergun-tas e respostas, mas em uma reportagem, o panorama do mer-cado do leite no Leste de Minas e Norte Capixaba, sob a vi-são de alguns responsáveis pelo setor de captação e produção da commodity. Veja também a parte dois, na seção Mão na Massa, que nos ensina a fazer um biodigestor.

Na seção Grandes Criatórios, a Fazenda Porto Alegre abre suas portas e nos mostra a criação de Campolina. Já em Dia de Campo, falamos sobre a suinocultura. Aprenda a fazer um pão de beterraba na nossa página de culinária. Em setem-bro dois profissionais ganham nosso destaque: os Médicos Veterinários (09) e os fazendeiros (21) de todo o país. Para-benizamos vocês pelas datas.

Boa leitura!

Editor-ChefeDenner Esteves FariasZootecnista - CRMV-MG 1010/Z

Jornalista Responsável / RedaçãoLidiane Dias - MG 15.898 (em formação)

Jornalistas ColaboradorasAlessandra Alves - MG 14.298 JP

Diagramação Finotrato Design

Contato PublicitárioThiago Lauar ScofieldEng. Agrônomo - CREA/MG 111396 D(33) 3271.9738 [email protected]

Colaboração- Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo- AgriPoint e MilkPoint - Emater/IMA/Idaf/Adab- Hyberville Neto - SCOT Consultoria- Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista- Leila Fernandes- Manoel Eduardo Rozalino S. e Dilermando Miranda da Fonseca- Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário- Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo- Projeto Tunas para Todos- Waldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé

DistribuiçãoVale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.

Tiragem: 5.000 exemplares

Impressão: CGB Artes Gráficas

A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo.

As ideias contidas nos artigos assinados não expres-sam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Administração/Redação - Revista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: [email protected]

Denner Esteves FariasEditor-Chefe

4 Giro no Campo

6 Entrevista

10 Entidade de Classe

12 Grandes Criatórios

15 Dia de Campo

18 Saúde Animal

20 Caderno Técnico

23 Forragicultura

26 Agrovisão

28 Sustentabilidade

30 Perfil Profissional

31 Meteorologia

32 Mercado

34 Cotações

35 Mão na Massa

36 Emater | IMA | Idaf | Adab

40 Aconteceu

42 Culinária

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Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

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Nota enviada pela JBS sobre o remanejamento de seis unidades da empresa:

A JBS S.A. comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que colocará em prática a partir de 1° de setembro mais uma etapa de sua estratégia de integração operacional, de forma a buscar maior geração de valor aos seus acionistas, melhores produ-tos e preços mais competitivos por meio de reduções de custos e ganhos de eficiência. Isso será alcançado com o remanejamento dos trabalhos de seis unidades, em razão de fatores como ineficiência fiscal, decor-rente da legislação tributária de alguns Estados, a pro-ximidade entre unidades e a busca por um portfólio de produtos mais eficiente, ampliando sua presença no mercado doméstico.

Esta etapa da estratégia da companhia consiste em: Suspender integralmente as atividades da unidade em Presidente Epitácio (SP) devido à ineficiência fiscal no Estado. A produção da planta paulista será transfe-rida para as unidades da companhia em Mato Grosso do Sul; Transferir o abate e desossa de Teófilo Otoni (MG) para as unidades de Iturama e Ituiutaba, am-bas em Minas Gerais; Remanejar o abate e desossa de Maringá (PR) para Naviraí (MS); Transferir as ativi-dades de desossa de Água Boa (MT) e Alta Floresta (MT) para Barra do Garças (MT) e Diamantino (MT), sendo que, nesta última, o abate será duplicado, pas-sando das atuais 1.000 cabeças para 2.000 cabeças por dia; Remanejar a desossa de Pimenta Bueno (RO) para a unidade de Vilhena (RO). (Fonte: JBS)

JbS faz remanejamento de seis unidades no país

balança tem o melhor agosto desde 2006

Agosto foi o melhor mês para o comércio exterior brasileiro em 2011, com recordes tanto nas exportações, quanto nas importações. O bom desem-penho levou o Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a elevar a meta de exportação do ano de US$ 245 bilhões para US$ 257 bilhões. O ministério também anunciou no dia 01, pela primeira vez, a previsão de superávit comercial este ano de US$ 27 bilhões, acima das esti-mativas do mercado e do BC.

As vendas externas somaram em agosto US$ 26,2 bilhões e as impor-tações, US$ 22,3 bilhões, os melhores resultados mensais da história. O saldo comercial no mês passado ficou posi-tivo em US$ 3,9 bilhões, o maior va-lor para agosto desde 2006, quando foi de US$ 4,6 bilhões. No acumulado do ano, o superávit chegou a US$ 19,96 bilhões, o maior dos últimos três anos para o período e, muito próximo ao va-lor alcançado em todo o ano passado, de US$ 20,2 bilhões. (Fonte: o eS-tado de S. Paulo)

exportação de café registra redução de 7,7% em agosto ante mesmo mês de 2010

A exportação de café em agosto (23 dias úteis) alcan-çou 2,593 milhões de sacas de 60 quilos, o que represen-ta redução de 7,7% em relação ao mesmo mês do ano passado (2,808 milhões de sacas). Em termos de receita cambial, houve aumento de 49,5% no período, para US$ 722,8 milhões em comparação com US$ 483,6 milhões em agosto de 2010.

Os dados foram divulgados nessa quinta, dia 1º, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Quando comparada com o mês anterior, a exportação de café em agosto apresenta elevação de 43,1% em termos de volume, pois em julho passado o país embarcou 1,812 mi de sacas. A receita cambial foi 48,4% maior, consideran-do faturamento de US$ 487,1 milhões em julho passado. (Fonte: agência eStado)

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projeto aumenta preços mínimos do setor agropecuário

Indústria de ração cresce 4,1% no semestre

A produção da indústria de alimentação animal no Brasil registrou incremento de 4,1% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O volume produzido alcançou 31,4 milhões de toneladas de janeiro a junho deste ano, contra 30 milhões de igual perí-odo de 2010. Os dados são do balanço do Sindicato Nacional da Indústria de Alimen-tação Animal (Sindirações). De acordo com Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo da entidade, a mola propulsora do cresci-mento mais uma vez foi o setor de avicultura industrial, que demandou praticamente me-tade de toda produção do semestre, apesar de o preço do milho, principal insumo utili-zado na alimentação animal, ter valorizado 60% desde junho do ano passado. (Fonte: agrolink em Suino.com)

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1008/11, do deputado Sandro Alex (PPS-PR), que inclui na política de pre-ços mínimos dos produtos agropecuá-rios e extrativistas o ressarcimento das despesas com limpeza e secagem. Atu-almente, o preço mínimo cobre as des-pesas com sobretaxa e tarifa de armaze-namento, classificação, reclassificação, análise, embalagem e ICMS incidente sobre a produção.

“O projeto beneficia duplamente os

produtores rurais: tanto por fixar em lei os serviços cujos custos terão direito ao ressarcimento – atualmente fixados por decreto – quanto por ampliar o rol des-ses serviços, incluindo o ressarcimento das despesas de limpeza e secagem, que são indispensáveis à sua atividade”, afirma Sandro Alex.

O projeto altera o Decreto-Lei 79/66, que institui normas para a fixação de preços mínimos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) define anualmente os

preços mínimos dos produtos agrícolas, pecuários e da atividade extrativista, com base em proposta encaminhada ao Ministério da Fazenda pelo Ministério da Agricultura. A Política de Garantia de Preços Mínimos visa proteger a ren-tabilidade do produtor rural no período de excedente de oferta agrícola. (Fon-te: agência câmara em dci)

Noroeste de minas tem a maior produção de grãos do estado

O Noroeste de Minas liderou a produção de grãos no Estado em 2011. A região foi responsável por 25,4% da safra estadual, com 2,7 milhões de toneladas. Houve um crescimento de 13,9% em relação à produção colhi-da em 2010. A safra do Noroeste contribuiu para uma colheita recorde no Estado de 10,6 milhões de toneladas. Entre os municípios, Unaí (Noro-este) aparece como o principal produtor de grãos em Minas Gerais, com uma safra de 798,5 mil toneladas. Em seguida ficou Uberaba (Triângulo), com 577,6 mil toneladas. Completam a lista dos cinco maiores produto-res os municípios de Buritis, Paracatu (ambos no Noroeste) e Perdizes (Alto Paranaíba). (Fonte: aScom SeaPa)

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O marketing ao entorno do leite é tamanho, no que diz respeito tan-to aos benefícios que ele traz a saú-de quanto no fato de que ele está presente na vida de todos, desde o nascimento até a morte. Vendo a cadeia láctea como uma das pon-tas importantes do agronegócio, o mercado do leite necessitou ser

destrinchado. Sabendo da impor-tância do produto e das discussões nos setores responsáveis pelo mer-cado do leite, que comissões, sub-comissões e fóruns foram criados a pouco para dar um caminho para a produção nacional. Lemos, ou-vimos e vemos diariamente que o mercado interno está sendo abaste-cido por produtos importados. Mas o país não havia se tornado auto--suficiente e havia sobras do leite no mercado? Mas porque importar? Segundo especialistas o consumo interno vem aumentando e o forne-cimento vem sendo abastecido com os produtos importados, o que para o consumo é bom, mas para a indús-tria é um ponto negativo.

Segundo dados da MilkPoint extraídos do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimen-

tar (Senasa), a Ar-gentina exportou, de janeiro a julho de 2011, 63.402 toneladas de deri-vados do leite. O Brasil é um dos principais merca-

dos da Argentina, comprando nesse pe-

ríodo 9.620 toneladas de so-

ros do leite e do queijo, proteínas do soro e proteínas lácteas.

O IBGE aponta que no primei-ro trimestre de 2011, um total de 5.466.305 mil litros de leite cru ou resfriado foram industrializados. No ano passado, o volume de lei-te adquirido pelas indústrias foi de 20.966.730 litros. Em relação ao PIB Agropecuário, o segundo tri-mestre deste ano teve uma variação negativa de -0,1%, se comparado ao primeiro trimestre. Mas o pri-meiro semestre de 2011, se com-parado ao mesmo período do ano passado, o setor agropecuário teve um crescimento de 1,4%.

Para tentar entender esse mer-cado, procuramos saber dos ges-tores de algumas cooperativas e laticínios, para acompanharmos o mercado da região em que estes atuam e o panorama do mercado do leite. A entressafra de algumas regiões no país é apontada como o ponto crucial por esses gestores, como um dos motivos para a dimi-nuição do volume do leite nesse período da seca.

Outra questão apontada pelo presidente da Cooperativa Agrope-cuária Vale do Rio Doce, Guilher-me Olinto, o clima frio na região,

o mercado do leitecom o consUmo em crescimento, o mercado interno

vem sendo abastecido pelas importações dos prodUtos lácteos. Um benefício oU prejUízo?

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mesmo com o preço estável, dimi-nuiu a captação. “Nós estamos hoje com a produção em torno de 30% menor do que mesmo período do ano passado. Na minha visão isso é em função dos preços dos insumos, que tiveram uma alta significativa de 2010 para 2011, e o clima na re-gião. Nós nunca tínhamos visto em Governador Valadares um ano com um agosto tão frio. Isso não é normal para nós e tem afetado diretamente a produção”, aponta Olinto.

O presidente informa ainda que o mercado não está desabastecido, isso porque os índices de importação está maior do que nos últimos cinco anos. Mesmo causando um desequilíbrio na balança interna se não fossem essas importações o consumo inter-no estaria em dificuldade, pois vem crescendo 5% ao ano e a produção está estagnada em 2,3%.

Em relação à estabilidade no pre-ço pago ao produtor, Carolino Brito, presidente da Cooperativa de Lati-cínios Teófilo Otoni LTDA, pontua que isso irá depender do mercado externo. “O preço do leite tem sido

corrigido quase que men-salmente a nível de produ-tor. A gente vê hoje para o produtor um bom negócio porque ele vem aferindo um bom preço, diferente de quatro meses atrás. De uns dois anos para cá o Brasil, de onde éramos ex-portadores, está importan-do. Tem sido prejudicial

para nós produtores do Brasil. O leite que entra da Argentina e Uruguai, e via de regra da União Europeia, tem trazido uma competição desigual no preço”, acrescenta Brito.

Na entrevista que fizemos com o presidente da Subcomissão do Lei-te, Deputado Domingos Sávio, na 13º edição, ele levantou a questão de que o país precisa criar estoques reguladores para que no período da entressafra não tenha a necessidade de importação, para suprir o mercado interno e reaproveitar o excedente do período de safra. Sobre o preço pago ao produtor ele apontou que para se chegar a um preço justo é necessário um monitoramento do custo de pro-dução e dos insumos.

A lei básica da economia: pouca oferta e muita demanda elevam os preços dos pro-dutos. Com o leite não tem sido diferente. Com a falta do produto no mercado in-terno, a tendência é que ele aumente o preço pago pelo consumidor. De acordo

com dados da Cepea, o preço pago ao produtor em Agosto foi de R$ 0,8698 por litro, na média nacional.

“A partir de novembro o quadro muda totalmente porque ai nós vamos para um período chamado de safra. Vai aumentar a oferta e consequentemente o preço para o consumidor será de que-da. Antes disso não vejo como baixar o preço nem para o produtor e nem para o consumidor. O que pode nesses dias, se tivermos entrada de produtos exter-nos, trazer uma consequência para os produtos do mercado interno”, acredi-ta o presidente da Veneza Cooperativa Agropecuária do Norte do Espírito San-to, José Carnielli.

Para Carnielli o discurso atual é que há excedentes, mas na prática é outra história. O mercado externo está abastecendo o consumo interno. “Não temos excedente. Eu acho que a curto prazo a tendência do leite é de mercado firme e não de preço baixo, mas alto”, complementa.

O presidente da Cooperativa Agropecuária de Resplendor (Capel), Marcos Campos, acredita que o mer-cado é viável e sendo assim a Capel vem ampliando sua fábrica e passará a fabricar mais dois produtos. “São vá-

“nós estamos hoje com a produção em torno de 30%

menor do que mesmo período do ano passado. na minha visão

isso é em função dos preços dos insumos, que tiveram uma alta significativa de 2010 para

2011, e o clima na região” Guilherme olinto

“a gente tem que formar uma posição governamental, do

setor de produção primária e do setor industrial, para definir-mos para onde nós vamos” luiz fernando esteves martins

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rias empresas, mas todo mundo tem mercado. Nós estamos ampliando a fábrica para 450 mil litros de leite e estamos procurando uma parceria com outras cooperativas da região para atingir esse objetivo”, constata.

A diferença de preços entre os produtos internos e os importados foi o questionamento de Luiz Fernando Esteves Martins, diretor da Barbosa e Marques S.A. Ele destaca que o setor é o que mais gera empregos diretos no país. Com a moeda e o leite brasi-leiros valorizados, o que está em jogo hoje é a identidade do setor lácteo brasileiro. “A gente tem que formar uma po-sição governamental, do setor de produção primária e do se-tor industrial, para definirmos para onde nós vamos. Nós temos primeiro que definir nós Brasil, enquanto país, en-quanto mercado de laticínios nacional”.

o mercado informalDados da Leite Brasil (Associa-

ção Brasileira dos Produtores de Leite) apontam que em 2010 houve um aumento de 17,1% em relação a 2009 no faturamento do mercado interno de leite e derivados. No ano passado R$ 44,5 bilhões foram fatu-rados. Porém, o segmento de produ-tos informais foi o que mais cresceu no país: 35,1% em 2010. Segundo a pesquisa da associação, a venda

de produtos informais representou 23,9% desse total comercializado. Uma preocupação recorrente, pelo menos para alguns gestores.

Olinto pontua que esse mercado é altamente nocivo para o país. Essa produção láctea poderia ser uma das alternativas para diminuir a importa-ção. Segundo o presidente, na região há uma incidência grande desse mer-cado. “Isso vale um esclarecimento muito grande por parte do produtor. Ele é um dos responsáveis por esse

mercado informal do leite. A partir do momento que ele começa a abas-tecer com a matéria-prima dele, um laticínio que não é cadastrado, que não é legalizado, ele está se predis-pondo a fomentar uma atividade ile-gal e altamente prejudicial”, alerta.

Campos informa que o mercado informal é bem mais tímido na área de atuação da Capel e, portanto, não tem atrapalhado, prevalecendo a su-premacia da cooperativa. Já Brito acrescenta que a informalidade na venda do leite líquido é quase uma

ficção, não sendo um problema para eles, pois a população já questiona esse tipo de comércio. Entretanto, a fabri-cação de queijo é apontada como um problema. “Porque na informalidade não se paga imposto nenhum, não tem inspeção e eles concorrem no mesmo nível de mercado que o nosso. Só que eles têm o ganho maior de 20 e 25% porque não pagam impostos. Precisava de uma fiscalização maior dos órgãos responsáveis, pela vigilância sanitária e inspeção federal. Porque esses quei-

jeiros que existem contribuem primeiro, na disseminação de doenças, e segundo, prejudi-cam as empresas que geram empregos, renda e pagam im-postos”, avalia.

Martins aponta que “a de-soneração tributária que foi conseguida pelas entidades de classe facilitou a formali-zação do setor e tirou grande

parte da vantagem que o informal tinha em relação ao formal. O setor formal padece de uma dificuldade muito grande de trâmites, de pro-cessos, de autorização de rótulos, de reformas no Ministério da Agricul-tura. É um gargalo que o setor for-mal enfrenta. Fora isso não há mais vantagens expressivas para o setor informal como havia no passado”.

“esses queijeiros que existem contribuem primeiro, na dis-seminação de doenças, e se-

gundo, prejudicam as empresas que geram empregos, renda e

pagam impostos” carolino brito

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O ano era 1967 e o motivo foi para dar assis-tência aos produtores rurais com a transforma-ção da cooperativa dos produtores em sindicato. Foi assim que começou o Sindicato dos Produ-tores Rurais de Jequitinhonha. Naquela época, segundo informações de Valdivino Guimarães, um dos primeiros funcionários do sindicato, a sede era alugada, situada na área central de Jequitinhonha (MG). Hoje, com uma sede pró-pria, os associados são atendidos em um local com estrutura ampla e confortável, atendendo as necessidades deles e dos funcionários.

Empenhado na defesa dos interesses da clas-se, a entidade atua nesses 44 anos de existência, nas vendas de produtos veterinários, assistência odontológica aos trabalhadores rurais, assistên-cia jurídica e contábil, orientações trabalhistas, emissão de notas fiscais, cursos profissionali-

zantes oferecidos pelo SENAR-MG, realização de eventos como leilões, feiras, cavalgadas e festas. Esses eventos são realizados no Parque de Exposições de Epaminondas Cunha Melo, área própria, doada pelos cotistas em 2004.

Na presidência do sindicato, antes do atu-al presidente Santos Tinum dos Santos, nove nomes já passaram pela gestão: o fundador da entidade João Germano Botelho que permane-ceu três anos no cargo, Adalberto Sena, Antô-nio Justino da Cunha Pereira, Lincoln da Cunha Peixoto, Hamilton Saraiva de Almeida, Francis-co Antônio Medeiros, Aurício Gomes Barreto, Geraldo Magela de Almeida e José Ildenio Cos-ta Mendes.

Treze pessoas compõem a diretoria: Leo-nardo Teixeira Martins Lage (vice-presidente); Ana Paula Almeida Pires (secretária); Geraldo

em Jequitinhonha um incentivo para a classe:

conheça o sindicato dos prodUtores rUrais

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mesmo diante da poUca filiação na cidade, o sindicato bUsca melhorias para os associados e para a adesão de oUtros novos

Parte da diretoria do sindicato

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Magela de Almeida (tesoureiro); José Ildênio Costa Mendes, Francisco de Paulo Magalhães, Abenildo Qua-resma de Mattos e Andréia Teixeira Martins Lage (su-plentes da diretoria); José Bonfim Borges de Andrade, Márcio Pereira de Aguilar e Deraldo Leandro Mendes (conselho fiscal); Geraldo Advinculas Ruas, Juveles Antônio e Sávio da Cunha Lage (suplentes do conselho fiscal). Ainda, mais dois funcionários fazem parte da equipe, a secretária Olinda Cares Santos e o mobiliza-dor do SENAR Yuri Francisco da Silva Pereira.

A cidade fica localizada em Nordeste do Estado de Minas Gerais e a pecuária de corte em regime de pasto é o que predomina. Para se associar, o produtor rural pre-cisa comprovar a atividade junto ao sindicato. Convê-nios são firmados para preparar o homem do campo nas atividades diárias. Os associados contribuem com uma mensalidade para poderem usufruir desses benefícios. Inicialmente eram 70 associados, mas hoje o sindicato só conta com 53. Porque, segundo o presidente, alguns já morreram.

o presidenteRegistrado como Santos Tinum dos Santos, o pre-

sidente é conhecido e gosta de ser chamado de “Vei ti-num”. Aos 39 anos e com quatro filhos, ganhou esse apelido quando criança pela avó. Está à frente da presi-dência desde o dia 24 de julho de 2010 e o mandato ter-

mina em 2013. Primeira vez na presidência de uma entidade, já fazia parte da vida política, sen-do eleito para vereador da cidade por dois mandatos.

Produtor rural há 15 anos, tra-balha com gado de corte, da raça Nelore. Filho da terra, é afilia-do ao sindicato há dez anos, ainda não decidiu se irá concorrer a um novo mandato, que tem duração de três anos. No mandato anterior exerceu o cargo de vice-pre-sidente da entidade, período em que o sindicato conse-guiu passar de pouco mais de 30 associados, para 56. De acordo com Vei Tinum, a falta de motivação de alguns produtores é o que impossibilita que o número aumente.

Um dos destaques da gestão para o presidente é a recuperação do parque de exposições e da sede do sin-dicato. Além disso, a busca por mais associados é um ponto, pois é uma das dificuldades encontradas pela atual diretoria, juntamente com a arrecadação mensal. Vei Tinum lembra ainda que quando assumiu a presi-dência em caixa tinha apenas R$ 500,00, devendo o sa-lário da funcionário e mais algumas pendências. Para isso, a forma de estimular a pecuária de corte, o forte da cidade, é através de leilões, proporcionando preços melhores nos produtos.

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oS campolina: uma paixão multiplicada

Não se sabe ao certo quando a paixão de Álvaro Lo-pes da Silva começou pelos equinos. A criação do cavalo Campolina, um animal dócil e com andamento marchado, foi idealizada por seu irmão Antônio Lopes, mais conhe-cido como Totó, em 1977 quando adquiriu uma tropa com 15 animais. Devido sua formação em Agronomia, espe-cializado em Zootecnia em 1968, na época Álvaro Lopes ficava por conta do manejo e do contato direto com os ani-mais, já Totó era quem comercializava. Em 1995, com a morte de Totó, Álvaro Lopes assumiu a criação de cavalos, dando continuidade ao projeto do irmão que acabou se tor-nando seu projeto também.

A história da propriedade começa bem antes. Por volta de 1930, João Lopes da Silva, pai de Álvaro e Antônio Lo-pes, adquiriu a propriedade localizada em Governador Va-ladares, com 1200 hectares. Fez daquele local uma fazenda na qual começaria a mexer com pecuária. Em 1952, com a morte de João Lopes, a esposa Dirce Ribeiro Lopes herdou a propriedade que depois passaria a mão de seus filhos. Desde então, o local chamado Fazenda Porto Alegre, passou tam-bém a criação dos equinos. Álvaro Lopes e Totó foram uns dos responsáveis de que um evento nacional da raça acon-tecesse na cidade, visto a importância que a Fazenda Porto Alegre tinha e ainda tem na criação do Campolina.

Criador a moda antiga, Álvaro Lopes acredita que a morfologia do animal não deve ser alterada, permanecen-do com a criação de animais altos como a origem da raça. Cerca de dez animais são comercializados por ano, mas só são vendidos aqueles animais mais comerciais porque ele é criador por hobby e não vê seu plantel como um negócio. Álvaro Lopes diz que está ajeitando o plantel antes de par-tir para vendas maiores.

Aos 67 anos, casado com Celina Maria Casquel Lopes e pai de Simone e Heloisa Casquel Lopes, Álvaro Lopes da Silva, é natural de Governador Valadares. Voltando ao título desse texto, a paixão pela raça foi repassada por seu irmão Totó e multiplicada para ele e a família. As filhas ajudam o pai e pretendem continuar com a criação na fa-zenda. Não se sabe ao certo quando começou, mas é da-quelas paixões que não tem fim.

a criaçãoQuando sua mãe recebeu a propriedade, Álvaro Lopes

conta que não tinham muito dinheiro, por isso só a man-tiveram como seu pai havia deixado. Atualmente, a preo-cupação com a genética dos animais, tanto dos bovinos, quanto dos equinos, é constante. Para manter uma boa genética, a Transferência de Embriões (TE) é aplicada ao

Garanhão: o cavalo reprodutor da Fazenda Porto Alegre

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Álvaro Lopes e a doadora Vitória

plantel de Campolina. Com 100 animais, sendo 45 fêmeas, essa foi à alternativa encontrada para que multiplicassem a linhagem das doado-ras e dos garanhões, mas usando também as éguas de genética inferior como receptoras.

A Fazenda Porto Alegre conta com sete éguas, as cabeceiras ou doado-ras. Depois de sete dias das éguas prenhas, o óvulo é retirado e transferido para a receptora. “Nós fazemos a Transferência de Embriões porque é o que existe de mais moderno no Campolina. Assim as cabeceiras podem estar livres, mas ao mesmo tempo produzindo”, informa Álvaro Lopes. Os semens utilizados são tanto dos animais da propriedade quanto adquiridos de outros reprodutores. A partir da biotecnologia, os partos que aconte-ciam com 30 meses, ocorrem aos 24 meses.

A base do plantel é formada pelas tropas do Passatempo e Gas, dois grandes garanhões da raça. O primeiro garanhão da propriedade foi o Gar-boso de Passatempo. Já a pelagem é 100% baia e baia palha, raramente tendo outras ocorrências. Mesmo fazendo inseminação artificial, a estação de monta acontece de novembro a março. A alimentação é de ração, ca-pim, proteínas e carboidratos. Três funcionários ficam na lida diária: Wil-son Neres de Souza (Coco) que há 20 anos trabalha na fazenda, Adriano Gomes (Loló) há sete anos e Carlos Alexandre. Fora a assistência técnica de uma Médica Veterinária. O manejo sanitário, segundo o criador, segue

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as regras de vacinação, como leptospirose, raiva e outras. Sua esposa e sua filha, Simone Casquel, contam que

antigamente em época de concurso o criador ficava tão nervoso que ninguém podia chegar perto dele. Agora em setembro irá participar com seis animais na Exposição Na-cional da raça em Belo Horizonte. Menciona que já ga-nhou alguns concursos nas exposições, mas para isso dá uma dica: “no fim é muito fácil criar cavalos. Mas para isso tem que gostar, estar junto dele. O Campolina me trou-xe alegrias e muitas amizades. A paixão do meu irmão foi transferida para mim”. Um dos pontos levantados por Ál-varo Lopes e a família, é a questão da falta de interesse de alguns criadores da região em prestigiar outros criadores e eventos da raça. Questionado quanto ao futuro da raça, ele aponta que no Brasil o Campolina só tem a crescer, mas na região só tem a diminuir pela desunião dos criadores. “Isso coincidiu com o falecimento do meu irmão, pois to-dos foram acabando com a criação da raça. Hoje nós temos poucos que estão dando continuidade”, finaliza.

contextoNa década de 80, a explosão do Campolina marcou o

Leste de Minas. O núcleo dos criadores da raça em Go-vernador Valadares tinha 72 membros na época. Com o Campolina em ascensão nacional, Júpiter de Passatempo, grande campeão da raça, foi base de plantéis de muitos criadores, inclusive de Álvaro Lopes.

Em 1983, Valadares foi sede da Exposição Nacional do Cavalo Campolina, promovida pela Associação Brasi-leira. Dentre outros motivos, um de grande relevância foi à credibilidade dos irmãos Lopes para que tal evento acon-tecesse na cidade. Como lembra os fascinados pela raça, muitos criadores vieram à cidade para competir e presti-giar a Fazenda Porto Alegre, confirmando a qualidade do plantel e a amizade dos criadores pelo trabalho de Álvaro Lopes e Totó.

Já na década de 90, a crise econômica no país atingiu a região e os criadores. Com isso, o núcleo foi enfraque-cendo sua representatividade e o setor perdeu sua força. Para Álvaro Lopes o desejo dele enquanto criador é que os antigos criadores da raça passem a paixão aos seus filhos assim como ele o fez. Fazendo com que Valadares possa voltar a ter grandes exposições do Campolina.

Justiça de Porto Alegre

Ídolo

Álvaro Lopes, Celina Casquel e Simone Casquel, com Vitória

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dIA

de c

Ampo

Dizem por ai que a oportunidade é a gente quem faz. Isso não foi diferente para o suinocultor e em-presário Rodrigo Manoel Gusmão, 38 anos. De uma família originária da pecuária, começou a mexer com a suinocultura por uma chance que apareceu depois que começou a comercializar ração de uma empresa do Mato Grosso. Uma granja que estava em processo de desativação, localizada no distrito de Santo Antônio do Pontal, em Governador Valadares, foi adquirida por Gusmão. Além disso, a proprieda-de tinha uma pequena fábrica de ração para atender o consumo da granja. Foi ai que tudo começou: o interesse de ampliar os negócios para venda de ração produzida por ele e a granja foi uma aposta da época.

Desde a aquisição, a fábrica foi ampliada para atender a demanda comercial e da granja, que passou a ocupar a lotação. Quando o empreendimento foi ad-quirido, 70 matrizes compunham o plantel. Hoje, com capacidade para 270 matrizes, a granja tem 250. Sem contar os leitões, cevados e porcos adultos. A proprie-dade tem 20 hectares e há seis galpões na granja. De-vido à desativação, foi preciso reformar praticamente tudo, como conta o suinocultor. Investimentos no au-mento do plantel, comedouros, sendo parte deles auto-máticos, e passou a ser feita inseminação artificial no lugar de estação de monta natural.

Segundo Gusmão, na região a suinocultura não é muita empreendida e do porte da granja dele tem mais duas em Mantena. As vendas da produção dessas matri-zes são feitas na microrregião de Governador Valada-res, totalizando dez municípios, com clientela específica e fidelizada. De 100 a 120 animais são comercializados por semana, com idade em torno de 150 dias e com peso de 95 a 100 quilos. Os animais são transportados em caminhões próprios da empresa.

estratéGiasO trabalho é voltado para a produção e engorda,

sendo vendidos os animais vivos para o abate. Para que a produção alcance as metas estipuladas por

Gusmão e sua equipe, investimento em genética é o foco. Assim que passou a gerir a granja, o suinocul-tor implantou a inseminação artificial. As matrizes e os machos são comprados de granjas multiplica-doras e reprodutoras de genética. As matrizes não são comercializadas, pois são utilizadas para produ-zir animais de qualidade. Elas são compradas com 150 dias e com 230 dias as matrizes começam a ser inseminadas. Depois dos 114 dias de gestação, a des-mama é feita com 24 dias. Em torno de cinco dias de retorno das fêmeas da desmama, elas são insemina-das novamente.

A partir dos quatro machos específicos para in-seminação, que ficam na própria granja, onde são feitas as coletas de sêmen, que só podem ficar arma-zenados por 36 horas após a retirada, de acordo com o produtor, e em uma temperatura de 15 a 17º. Esse sêmen vai para o laboratório e depois é inseminado. “A vantagem de ter inseminação na suinocultura é que, em um sistema de monta você trabalha numa média de 25 a 30 fêmeas por macho. Na inseminação você consegue trabalhar de 90 a 100 por macho. En-tão numa granja de 300 matrizes em que você teria que ter de 10 a 12 machos, na inseminação, de três a quatro machos atendem a granja”, aponta Gusmão.

A alimentação é ração com base de milho e soja. Núcleos vitamínicos e minerais são acrescentados. Os galpões são divididos de acordo com a fase: gestação, maternidade, recria, creche e terminação. Na creche,

Suinocultura: na oportUnidade, Um neGócio

Galpão de Gestação

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recria e gestação, os comedouros são automáticos. Na parte de terminação e maternidade são comedouros con-vencionais. Um médico veterinário atende a granja e mais dez funcionários trabalham no local, sendo duas mulheres que ficam exclusivamente na maternidade, uma estraté-gia para diminuir a mortalidade nessa fase que é crítica na produção. “Hoje eu estou trabalhando com duas mulheres na maternidade devido à atenção, mais cuidado, mais ha-bilidade para mexer com leitão. A parte de higiene é muito importante também na maternidade”, informa o produtor.

A rotina na granja segue uma sequência de atividades. Na gestação são feitos dois tratos em horários definidos; a inseminação é feita de manhã e à tarde; toda quinta-feira de manhã são feitas as desmamas; na maternidade a vacina-ção dos leitões são feitas, aplicação de ferro, corte de rabo e dentes. No manejo sanitário, além da maternidade, as matrizes são vacina-das na gestação para imunizar também o leitão e na creche, são adicionados medicamentos na ração e na água.

Quanto ao índice de mortalida-de, as maiores ocorrências são na maternidade como morte por esma-gamento, baixa viabilidade, diarreia e fraqueza. Mas a granja conseguiu baixar esses números, deixando-os abaixo da média determinada por eles. O controle da mortalidade é feito todo mês. “Tem algumas coi-sas para melhorar, que é o número de animais nascidos, que nós não estamos alcançando a meta”, lem-

bra. Outras metas de resultado na repetição de cio e peso de desmama precisam ser alcançados para projetos futuros de concorrer a premiações do setor. “No final do ano vamos fazer uma revisão para ver o que conseguimos e o que não conseguimos, para que no ano que vem a gente comece a adotar esse sistema de bonificação”, complementa Gusmão.

dificUldadesPara o produtor, a falta de acesso às novidades, infor-

mação e de mão-de-obra são algumas dificuldades. Os funcionários da granja precisaram ser treinados pelo téc-nico agrícola, gerente da granja, pois não têm experiência com o manejo na suinocultura. Outra questão, segundo Gusmão, é que a suinocultura passa por algumas dificul-dades nos últimos três anos. Os custos da produção estão

Creche

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elevados e o retorno não está sendo obtido. As altas nos preços do milho, da soja e de in-sumos são um dos pontos.

Diante de um aumento pela demanda por alimentos, Gusmão acredita que o problema é que o produtor está sem força no mercado. “Sem contar nesses problemas de exportação, os embargos da Rússia, que vão dificultando e aumentam a oferta no país. O consumo per capita está aumentando, mas o preço não está acompanhando. O preço de mercado não fir-ma para condições de trabalhar. Começa dan-do uma melhorada e depois despenca. O que a gente vê é que não existe mais suinocultura independente. Os suinocultores independen-tes praticamente foram extintos na região Sul do país. Hoje o que resta são os suinocultores em integração”, diagnostica.

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SAúd

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introdUçãoÉ a denominação dada a um grupo de processos infec-

ciosos e de intoxicações, causados por bactérias anaeró-bias esporuladas do gênero Clostridium spp, que acome-tem os bovinos, ovinos e caprinos. São microorganismos saprófitas de vida livre, amplamente distribuídos no solo, com algumas espécies ocorrendo no trato gastrintestinal dos animais. São altamente contagiosos e perigosos para os animais e humanos e as Clostridioses geralmente fa-tais estão distribuídas por todo o Brasil. Um fator de im-portância nas clostridioses são as toxinas, que podem ser produzidas de duas formas: pela multiplicação dos mi-croorganismos no organismo animal e ao serem ingeridas pré-formadas.

As toxinas produzidas no organismo animal causam sé-rios danos, como por exemplo casos toxêmicos na muscula-tura, cujas lesões musculares podem levar o animal ao óbito.

etioloGiaExistem na natureza centenas de bactérias do genero

Clostridium, sendo que muitas delas fazem parte da cons-tituição biótica intestinal e do fígado de animais sadios, onde vivem saprofiticamente sem causar-lhes danos.

O Instituto Biológico publicou em 1995, uma pes-quisa sobre o índice de bactérias presentes nos quadros de clostridioses no Brasil, onde o C. perfringens apare-ce com uma frequência maior que 66,1%, o C. chauvoei associado com C. septicum com uma frequência maior do que 14,3% e o C. chauvoei isoladamente com uma frequencia menor do que 1,8%.

mecanismo de ação dos clostrídiosAs doenças causadas por estas bactérias patogênicas

se desenvolvem ou chegam nos animais por dois me-canismos: O primeiro, por uma invasão dos tecidos na forma esporulada, através de alimentos e água contami-nados, de ferimentos de várias origens e por inalação de esporos, os quais são aspirados junto com a poeira, prin-cipalmente nos animais com baixa imunidade e/ou por debilidade orgânica; O segundo, pela ação das toxinas produzidas pelos microorganismos no organismo animal ou por toxinas pré-formadas, como nos casos de uma in-toxicação por C. botulinum.

Vários fatores podem desencadear estas infecções, tais como: Intervenções cirúrgicas sem assepsia, como orelha para marcação; Cortes de cordão umbilical; Trau-matismos diversos, com ferimentos; Isquemias vascula-res; Necroses teciduais; Abcessos; Aplicação de injeções e vacinações sem assepsia; Infecções por bactérias aeró-bias e anaeróbias.

classificação das clostridioses (sterne)As clostridioses são classificadas em três grupos:1 - MIONECROSES - Neste grupo estão às doenças do

grupo das gangrenas gasosas, que são o Carbúnculo Sintomáti-co e o Edema Malígno.

carbúncUlo sintomático oU manqUeiraÉ uma mionecrose, conhecida também como quarto in-

chado ou mal do ano, que ocorre em animais jovens com idade entre 3 meses e 2 anos e a sua patogenia está relacio-nada com a invasão dos tecidos e a produção de toxinas.

Ao ser ingerido com o alimento, o C. chauvoei se localiza no trato digestivo, no baço e no fígado, sendo carreado logo após pela corrente sanguinea para a mus-culatura onde permanece latente; ocorrendo um trauma tecidual a nível de musculatura por queda, injeções, cor-tes de arame etc. com comprometimento da circulação sanguínea para o local lesionado, há como consequencia, a falta de oxigênio.

Com isto, o local traumatizado evolui para uma ne-crose e produção de ambiente anaeróbico, criando assim condições para que a bactéria inicie a sua multiplicação, produzindo o inchaço característico da doença. Os espo-ros do C. chauvoei podem viver durante anos no solo e nas pastagens.

GanGrena Gasosa oU edema maliGno oU septicemia GanGrenosaSão patologias de evolução muito rápida com cerca de

2 a 3 dias, que afetam as musculaturas, sendo os princi-pais causadores o C. septicum (o que mais acomete os bo-vinos), o C. sordellii e em menor frequência e o C. novyi, com multiplicação e produção de toxinas, resultando em lesão muscular e toxemia. É uma mionecrose que aparece em qualquer idade e a morte do animal ocorre pela ação de uma alfa toxina de grande poder necrosante e letal.

É uma mionecrose que está muito associada às feridas in-feccionadas, principalmente aquelas decorrentes de castração, descorna, cirurgias, injeções com aparelhagem sem serem de-sinfetadas, ferimentos causados por arame, ferrões etc.

2 - DOENÇAS NEUROTRÓPICAS - As patologias ocorrem no Sistema Nervoso Central, sendo os principais causadores o C. botulinum (botulismo) e o C. tetani (tétano).

botUlismoÉ uma doença que acomete animais de todas as idades,

porém é mais comum em animais adultos, com alto índice de mortalidade. Podem ocorrer intoxicações pela ingestão de toxinas em suplementos alimentares mantidos em bai-xas condições higiênico-sanitárias, como também através

Inimigo oculto clostridioses

marcelo cabralmédico veterinário

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da ingestão de águas contaminadas por fezes ou animais mor-tos existentes dentro de poços com água parada. Em bovinos o botulismo leva ao quadro clínico de paralisia flácida.

tétanoÉ uma doença de evolução rápida, com um período de

incubação variando de 1 a 3 semanas e dependendo da con-dição de anaerobiose encontrada e da quantidade de toxina liberada, este período pode ser encurtado.

A contaminação dos animais ocorre através dos feri-mentos traumáticos ou cirúrgicos causados por castração, descorna, partos distócitos com intervenção de equipamen-tos sem assepsia, cortes de arames, ferrões, farpas de ma-deira, pregos etc..

3 - ENTEROTOXEMIASSão as patologias determinadas pela multiplicação das

bactérias anaeróbias do genero Clostridium, no trato intes-tinal e órgãos abdominais. É amplamente distribuída em nosso País, sendo as toxinas responsáveis pelo aparecimen-to dos quadros clínicos de mortalidade de animais jovens ou um retardo no crescimento e desenvolvimento dos ani-mais que sobrevivam à infecção.

Dentro deste grupo estão várias espécies de Clostridios, determinando o aparecimento de diversos quadros entero-toxêmicos, cujos agentes foram isolados e divididos em grupos, como:

enterotoxemias intestinais hemorráGicas• Enterite necrótica hemorrágica C. perfringens tipo B e

C E C. sordellii • Struck ou Enterotoxemia C. perfringens tipo C • Disenteria dos Cordeiros C. perfringens tipo BOcorre tanto em animais adultos como em bezerros, sen-

do que nos bezerros pode levar à morte, principalmente aque-les filhos de vacas não vacinadas. Pode aparecer uma diarreia nos casos agudos, sem alteração do psiquismo do animal.

Qualquer alteração nutricional, como sobrecarga ali-mentar ou alterações bruscas de dietas alimentares como o fornecimento de alimentos facilmente fermentáveis durante o início do período de confinamento ou semi-confinamen-to, podem determinar uma alteração metabólica.

hemoGlobinúria bacilarA passagem de larvas da Fasciola hepatica pelo tecido he-

pático determina danos que permitem a multiplicação da bac-téria e consequente produção de toxinas, levando à destruição de eritrócitos com liberação da hemoglobina. É uma doença que tem a sua distribuição limitada, estando presente em áre-as úmidas e em regiões onde exista a presença da fasciolose.

doença do rim polposoO C. perfringens tipo D, é o principal causador de uma

enterotoxemia em bovinos; Helwig, (1967), denominada Doença do Rim Polposo. É uma doença de evolução rápi-da, com cerca de 2 a 36 horas, com o animal apresentando

febre, anorexia, apatia, evoluindo para um quadro de con-vulsões espasmódicas, coma e morte súbita.

hepatite necrótica infecciosaÉ chamada de Morte Súbita, sendo uma infecção de

caráter agudo, com evolução rápida de no máximo 2 dias, pois os esporos são ingeridos durante o pastoreio, acomete tanto animais jovens como também adultos, com idade en-tre 1,5 e 3 anos. As vacas também podem infectar-se nas primeiras semanas pós-parto.

É uma doença que parece estar associada à presença da Fasciola hepatica e Cisticercus, pois a passagem das larvas destes parasitos pelo fígado causam lesões, criando uma condição de anaerobiose, a qual predispõem à multiplica-ção do patógeno e produção de toxinas. Existe um quadro de hepatite necrótica e hemoglobinúria bacilar, que são causadas pelos C. novyi tipo B e C. haemolyticum, conhe-cido como doença da morte súbita.

diaGnósticoO diagnóstico das clostridioses é através da observação

dos sintomas e pelo histórico da propriedade, como por exemplo se fornece sal mineral, se os animais são vacina-dos, etc. Entretanto, o diagnóstico somente na observação visual é muito difícil, pois doenças diferentes têm o mesmos sintomas e sintomas diferentes para uma mesma doença.

profilaxiaComo o grande problema para o controle de uma clos-

tridiose é o diagnóstico, que na maioria das vezes é difícil, levando a uma grande margem de erros, o primeiro passo é a tomada de medidas higiênico-sanitárias e de manejo cor-retas, as quais evitarão a disseminação da doença, ou seja: Eliminação imediata dos cadáveres das pastagens; Medidas de Manejo com suplementação mineral adequada; Calendá-rio Sanitário com vacinações contra Clostridioses.

tratamentoComo os clostrídios são bactérias produtoras de espo-

ros, que se espalham pelo meio ambiente, estando presentes normalmente no solo e no tubo digestivo dos animais, difi-cultando o seu controle, a melhor alternativa é a adoção de medidas higiênico-sanitárias e a instalação de um programa de vacinação, utilizando-se vacinas combinadas com várias espécies de clostrídeos.

O uso de vacinas polivalentes é essencial para um cor-reto manejo de prevenção destas doenças, já que várias do-enças são causadas pelo mesmo agente e um mesmo agente pode causar várias doenças.

Fonte: World Wide Web / Manual técnico ISPAH

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introdUção Na utilização de pastagens como principal fonte de ali-

mento para o rebanho é uma das principais características dos sistemas pecuários brasileiros. Nestas pastagens, de-vido às variações do clima, a produção das plantas forra-geiras tropicais é desuniforme ao longo do ano. Com isso, observam-se dois períodos distintos duran-te o ano: o “período das águas” e o “perío-do de seca”. Os efeitos negativos da baixa produção de forragem durante o “período de seca” podem e devem ser contornados por meio de ações de manejo condizentes com o perfil do sistema de produção. Nes-se contexto, o diferimento da pastagem é estratégia relativamente fácil, de baixo custo e apropriada.

o diferimento da pastaGemO significado do verbo diferir é “adiar”. Desse modo, o

diferimento da pastagem, também denominado de pastejo protelado, pastejo diferido, “vedação” da pastagem e “pro-dução de feno em pé”, pode ser entendido como o adia-mento do uso do pasto pelo animal. Com o diferimento da pastagem, selecionam-se determinadas áreas da proprieda-de e as excluem do pastejo, geralmente no fim do “período das águas”, como forma de garantir produção de forragem para ser pastejada durante o “período de seca”.

características do pasto diferidoNormalmente, pastos diferidos possuem grande

quantidade de forragem, porém de baixa qualidade, que é denominada popularmente como “macega”. Contudo, a produtividade de forragem em pastagens diferidas varia em função das ações de manejo empregadas antes do pe-ríodo de diferimento. As variações climáticas entre anos para uma mesma região também provocam diferenças significativas em produção de forragem.

Durante período de diferimento, grande parte dos per-filhos vegetativos (sem inflorescência) desenvolve-se em perfilhos reprodutivos (com inflorescência) e estes, pas-sam à categoria de perfilhos mortos. Neste período, tam-bém há redução da quantidade de folha verde, bem como aumento das massas de folhas secas, talos secos e talos

verdes no pasto (Santos et al., 2010). O tombamento das plantas é outra característica comum em pastos diferidos, comumente chamados de “acamados”. Esta condição está associada a pastagens que tiveram longo período de dife-rimento e, consequentemente, possuem grande quantidade de forragem de baixa qualidade (Foto 1).

Foto 1- Pasto diferido de Brachiaria decumbens com baixa qualidade e com plantas tombadas: uma situação que pode e deve ser evitada com o manejo adequado.

Essas características do pasto diferido provocam re-dução do consumo e do desempenho animal. Assim, em pastagens diferidas, o fator qualitativo é, provavelmente, o mais limitante à produtividade animal. Por isso, os ani-mais mais indicados para utilização da pastagem diferida são aqueles de menor produtividade, tais como vacas no final da lactação ou vacas secas. Porém esse conceito não deve ser generalizado, porque ações de manejo podem ser adotadas para melhorar as características do pasto diferido.

ações de manejo em pastaGens diferidasExistem inúmeras possibilidades de interferência, via

manejo, para melhorar a produção animal em pastagens diferidas, dentre as quais destacam-se:

• escolha da espécie ou cultivar de planta forrageira;• altura do pasto no início do período de diferimento;• adubação nitrogenada;• duração do período de diferimento;• subdivisão da área a ser diferida (diferimento parcial ou escalonado);• suplementação do pasto.

diferimento de pastagensmanoel eduardo rozalino Santos

professor Adjunto da Faculdade de medicina veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Uberlândia.

dilermando miranda da Fonsecaprofessor Associado do departamento de Zootecnia,

Universidade Federal de viçosa.

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escolha da espécie forraGeiraRecomenda-se usar gramíneas de porte baixo, pois

estas possuem, em geral, colmos mais finos, o que fa-vorece o aumento da relação folha/talo no pasto dife-rido. Maior relação folha/talo é desejável pelo fato da folha ser o órgão do pasto de melhor valor nutritivo e preferencialmente consumido pelo animal. As plantas forrageiras indicadas para o diferimento também de-vem possuir bom potencial de produção de forragem durante o outono, época em que normalmente os pastos permanecem diferidos.

As gramíneas do gênero Brachiaria (B. decumbens, B. brizantha cv. Marandu), Cynodon (capins-estrela, coastcross e tifton) e Digitaria (capim-pangola) são boas opções para o diferimento. Euclides (2001) fez outras considerações: Brachiaria humidicola tem gran-de capacidade de acúmulo de forragem, porém, seu valor nutritivo é baixo em comparação ao das outras espécies de Brachiaria; as gramíneas de crescimento cespitoso, como as do gênero Panicum, Pennisetum e Andropogon, quando diferidas por períodos longos (acima de 90 dias), apresentam acúmulo de colmos grossos e baixa relação folha/colmo, portanto, não são indicadas para o diferimento. Também não se reco-menda diferir áreas de B. decumbens com histórico de infestação de cigarrinhas-das-pastagens, pois no pasto diferido há formação de microclima mais favorável ao desenvolvimento desses insetos.

altUra do pasto no início do diferimentoA realização de pastejo intenso, com animais me-

nos produtivos, imediatamente antes do início do dife-rimento da pastagem, é recomendada, porque reduz a altura do pasto, remove as partes velhas e de baixa qua-lidade da planta, e melhora a rebrotação subsequente. Com o pasto mais baixo, há penetração de luz até a superfície do solo e estímulo ao aparecimento de novos perfilhos vegetativos (brotos) com melhor qualidade.

Como exemplo, Gomes (dados não publicados) avaliaram pastos de B. decumbens cv. Basilisk dife-ridos com quatro alturas iniciais em Viçosa, MG. O autor verificou que o rebaixamento do pasto para 10 cm resultou em aumento do desempenho dos bovinos em recria mantidos, durante o inverno, nesses pastos diferidos (Figura 1). Nesse experimento, os bovinos consumiram cerca de 300 gramas de concentrado por dia. Com base nos resultados, recomenda-se o rebaixa-mento dos pastos de B. decumbens para alturas entre 10 e 20 cm antes do início do período de diferimento.

Figura 1 - desempenho de bovinos, durante o in-verno, em pastos diferidos de B. decumbens cv. Basi-lisk em função da altura inicial dos pastos (a) no início do período de diferimento. Fonte: adaptado de gomes (dados não publicados).

adUbação nitroGenadaA adubação nitrogenada permite maior flexibiliza-

ção quanto à determinação do início do diferimento da pastagem, porque altera a taxa de crescimento da gra-mínea e, consequentemente, a quantidade da forragem produzida. Esse benefício foi constatado por Santos et al. (2009), ao avaliarem a produção de forragem em pastos de B. decumbens cv. Basilisk na região de Vi-çosa, MG. Esses autores verificaram, por exemplo, que o pasto diferido por maior período (116 dias) e sem adubação nitrogenada produziu semelhante massa de forragem (4.979 kg/ha) quando comparado àquele di-ferido por menor período (73 dias) e adubado com 80 kg/ha de N, que produziu 4.901 kg/ha de massa seca. Dessa forma, pode-se obter produção de forragem se-melhante, mesmo adotando-se distintos períodos de diferimento (Figura 2).

Figura 2 – esquema demonstrando a possibilidade de obtenção de semelhante produção de forragem por meio das variações nas épocas de diferimento e doses de nitrogênio.

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dUração do período de diferimentoA duração do período de diferimento é um dos aspec-

tos de manejo de maior efeito sobre as características do pasto diferido (Foto 2) e, consequentemente, sobre a pro-dução do animal. As principais desvantagens da utilização de períodos de diferimento longos são o baixo valor nutri-tivo da forragem, comprometendo o desempenho animal. Por outro lado, períodos de diferimentos curtos resultam em baixa produção de forragem, que pode ser insuficiente para alimentação dos animais, mas com melhores caracte-rísticas qualitativas (Fonseca & Santos, 2009).

Foto 2 - Pastos de Brachiaria decumbens, no início de ju-lho, em Viçosa, mg, diferidos por diferentes períodos.

De modo geral, recomenda-se o diferimento da pasta-gem no período de dezembro a abril e sua utilização entre junho e setembro (Santos & Bernardi, 2005). Ressalta-se que as recomendações de épocas de diferimento e de utili-zação da pastagem diferida não devem ser generalizadas, uma vez que cada região e propriedade possuem clima, solo e planta forrageira específicos.

diferimento parcial oU escalonadoCom essa estratégia, ao invés de diferir toda a área da

pastagem em uma única época e utilizá-la também em uma só data, realizam-se diferimentos em épocas diferentes e, da mesma forma, utilizam-se as áreas diferidas em épo-cas distintas durante o período de escassez de forragem. Dessa forma, os animais têm acesso à forragem diferida de melhor qualidade por mais tempo e de forma menos heterogênea durante o período de utilização dos pastos. Quando o pasto diferido tornar-se muito limitante ao con-sumo e desempenho animal, os animais serão manejados para outra área diferida mais tardiamente. Esta, por sua vez, apresenta forragem de melhor qualidade, o que, em princípio, poderia resultar em melhor desempenho dos animais a partir desse período. Com base nesta proposta, para a região Centro-Oeste, recomenda-se o diferimento das pastagens da seguinte forma: difere-se 40% da área da pastagem no início de fevereiro para consumo de maio

a fins de julho; e diferem-se os 60% restantes no início de março para utilização em agosto a meados de outubro (Euclides & Queiroz, 2000).

sUplementação do pasto diferidoBovinos mantidos em pastagem diferida expressam de-

sempenho moderado ou simplesmente mantêm seu peso corporal. Portanto, quando se deseja obter maior desem-penho animal em pastagens diferidas, adota-se a estratégia de suplementação do pasto para atender às exigências dos animais e complementar o valor nutritivo da forragem dis-

ponível e, ou, melhorar a conversão alimentar para atingir o desempenho desejado. Para isso, é necessário ca-racterizar o pasto diferido, bem como qualidade da dieta dele proveniente para definir a quantidade e o tipo de suplemento a ser fornecido aos ani-mais (Fonseca & Santos, 2009).

Uma estratégia para manter ou aumentar o desempenho de bovinos durante o período de uso do pasto diferido é a alteração da quantidade

e, ou, qualidade do concentrado a ser fornecido aos animais. Como exemplo, pode-se aumentar a quantidade ou ofertar um suplemento mais concentrado em nutrientes nos meses finais de utilização da pastagem diferida com o objetivo de manter ou elevar o ganho de peso dos animais nesse período (Fonseca & Santos, 2009). Vale ressaltar que, nesse caso, o custo de produção se ele-varia e, portanto, uma análise econômica criteriosa da su-plementação seria conveniente.

Referências bibliográficas

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SANTOS, M.E.R.; FONSECA, D.M.; BALBINO, E.M. et al. Capim-braqui-ária diferido e adubado com nitrogênio: produção e características da forragem. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p.650-656, 2009.

SANTOS, M.E.R.; FONSECA, D.M.F.; GOMES, V.M. et al. Estrutura do capim-braquiária durante o diferimento da pastagem. Acta Scientiarum. Animal Sciences. v.32, n.2, p. 193-145, 2010.

SANTOS, P.M.; BERNARDI, A.C.C. Diferimento do uso de pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 22., 2005, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2005. p.95-118.

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23Setembro 2011

Humberto luiz Wernersbach FilhoZootecnista mSc / Supervisor de pesquisa

Fertilizantes Heringer S/AForr

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Amostragem de solo: a base da intensificação da produção

A amostragem de solo é o primeiro passo para o su-cesso na utilização de corretivos e fertilizantes. A aná-lise correta é a melhor maneira de se conhecer o solo e quais são suas atribuições e limitações físico/químicas.

O solo é a base de qualquer sistema de produção, seja ele, pecuário ou agrícola, por isso, conhecer o quanto esse componente interfere na produtividade agropecuária é peça chave no processo de produção.

Contudo, ainda podem-se encontrar diversos produto-res rurais que não dão a devida atenção a essa ferramenta.

Para isso, sugerem-se alguns passos para a análise de solo, que são:

divisão dos talhões• Dividir a área em talhões uniformes levando em

consideração a topografia, cor do solo, histórico da área, por exemplo. Essa divisão é de suma importân-cia, pois, uma área pobre pode afetar o resultado de uma área rica em fertilidade de solo e vice-versa, ver

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figura 01.

Figura 01 - esquema de divisão de talhões numa pro-priedade, para realização da amostragem de solo.

subamostras:• Depois da área dividida, coletar de 15 a 20 subamos-

tras. Esse número é de suma importância, pois garante que a análise seja representativa do talhão avaliado. A pesquisa mostra que em torno de 15 a 20 pontos como subamostras, obtém-se a menor e constante variação dos resultados ana-lisados. Ou seja, 10 pontos de subamostras não represen-tam a área e 40 pontos como subamostras não diferem na interpretação de uma área com 20, desde que a divisão do talhão seja feita de forma correta (Figura 02).

Figura 02 – Quantidade de subamostras e erro permi-tido na amostragem de solo, a partir da faixa de 15 a 20 pontos, o erro passa a ser constante. (Fonte: raiJ, B. Van)

qUal ferramenta?• A amostragem poderá ser feita com, enxadão, sonda

ou trado, a uma profundidade de 20 cm. Colocar as suba-mostras num balde de plástico limpo e misturá-las. Após isso coletar uma amostra da mistura com aproximadamen-te 250 g de solo e colocá-la dentro de um saco plástico identificado com o nome do produtor, nome da fazenda, local de coleta, data e tipo da amostra desejada. Escolher um laboratório de confiança para as análises.

época:• Época: para sistemas pecuários a amostragem pode

ser feita no início do período seco. Caso o produtor já este-ja perto do período das chuvas é importante que se faça o quanto antes para se ter tempo hábil para as devidas corre-ções. A partir de maio, por exemplo.

• Periodicidade: anualmente para sistemas intensivos de produção, ou bi-anual para sistemas semi intensivos ou extensivos com correções estratégicas.

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As plantas necessitam de água para a sua sobrevivência. Esta água é retirada do solo pelas raízes em um fluxo contínuo que só termina quan-do a planta morre. A absorção de água é necessária por várias razões: os nutrientes do solo, por exemplo, são absorvidos pelas raízes das plan-tas apenas quando estão dissolvidos na água. Sem água as plantas não conseguem aproveitar o Nitrogênio, Fósforo, Potássio e outros nutrien-tes. A água das plantas transporta os nutrientes das raízes para as folhas, local onde ocorre a fotossíntese. Nas folhas, a água é transpirada evitando o seu aquecimento nos dias de muito sol e calor. A água também sustenta muitas plantas mantendo-as eretas. Quando estão com pouca água elas murcham e tombam. Como pode-

mos observar, a água é fundamental para as plantas.

Nos períodos de seca, parte da água é armazenada no solo nas par-tes mais profundas onde apenas as raízes das árvores conseguem che-gar. Podemos verificar este fato onde a grande maioria das árvores permanece com as folhas verdes, diferentes das plantas chamadas de herbáceas, que ficam totalmen-te secas porque as suas raízes não conseguem atingir grandes pro-fundidades no solo e retirar água. O eucalipto é uma espécie arbórea que consegue, assim como outras árvores, retirar água do solo com eficiência, sobrevivendo nos pe-ríodos secos. Mas, porque apenas ela é vilã, acusada de secar lagos e nascentes e outras atrocidades? Não

podemos observá-la como uma es-pécie maléfica que foi trazida da Austrália, seu centro de origem. A grande maioria de nossas culturas agrícolas também não tem origem em nosso país como o feijão, milho, soja, café... Estas culturas já foram alteradas geneticamente e estão to-talmente adaptadas ao nosso clima e solo. O grande problema se chama sistemas de produção.

Em primeiro lugar observe como as mudas de eucalipto são plantadas. Devido principalmente à forma de manejo das máquinas, as mudas são plantadas “morro abaixo”. Este siste-ma é um convite para o escorrimento superficial das águas e consequente-mente, a formação de sulcos de ero-são ao longo do tempo, carregando para as partes baixas e para dentro de

Alexandre Sylvio vieira da costa engenheiro Agrônomo; dSc. em produção vegetal;

professor titular/Solos e meio Ambiente - Universidade vale do rio [email protected]

o Impacto Ambiental do eucalipto

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rios e lagos a camada superficial dos solos e a mais fértil.

Geralmente, o eucalipto para ce-lulose é cortado após sete anos, reali-zando-se três cortes ao longo do seu ciclo produtivo, totalizando 21 anos. Durante todo este tempo apenas a matéria orgânica originada das plan-tas de eucalipto é depositada no solo. Este manejo cria um efeito negativo nos microrganismos do solo causan-do desequilíbrio, inibindo-os, preju-dicando a decomposição do material e a produção de húmus, elemento im-portante na ciclagem de nutrientes e estruturação do solo. Como a superfí-cie dos solos nas áreas cultivadas com eucalipto fica exposta durante um período, as gotas de chuva atingem

diretamente e com muita força este solo descoberto. O impacto quebra os agregados do solo liberando suas pe-quenas partículas minerais. Estas par-tículas entram pelos poros entupindo e impedindo que o restante das águas das chuvas infiltre no solo e caminhe para o subsolo, alimentando o lençol freático e as nascentes. Desta forma podemos concluir que o efeito das plantas de eucalipto na redução dos níveis dos lagos e seca das nascentes é indireto não ocorrendo devido à re-tirada excessiva de água do solo pelas suas raízes, mas pela desestruturação do solo que impede a entrada da água e a manutenção do lençol freático, das nascentes e dos lagos.

Apesar dos prejuízos ambientais,

estes fatos não são exclusividade da cultura do eucalipto. Pastagens mal manejadas, aração e gradagem reali-zadas de forma errada e outros mane-jos inadequados, também causam re-dução na infiltração de água no solo e aumento do processo erosivo.

A tendência do cultivo do euca-lipto no Brasil é aumentar cada vez mais, principalmente devido as nos-sas excelentes condições de clima e o aumento das exigências do merca-do internacional em celulose, mas as empresas devem estar comprometi-das com a conservação ambiental lo-cal, nas diversas propriedades onde o eucalipto é explorado.

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O projeto de desen-volvimento local par-ticipativo “Tunas para Todos”, realizado em Tunas do Paraná (Re-gião Metropolitana de Curitiba no vale do Ri-beira) promoveu neste primeiro semestre de 2011 entre os meses de maio e julho, uma ativi-dade extra curricular de educação ambiental com os alunos do Colégio Estadual São Francisco de Assis, loca-lizado na Colônia Marquês de Abran-tes, Zona Rural de Tunas do Paraná.

A atividade de educação ambien-tal teve como objetivo a construção participativa de um aquecedor de água elaborado com garrafas PET, Embalagens Tetrapak® e tubos de PVC, uma tecnologia alternativa. Também foram administrados e ava-liados conceitos fundamentais no âm-bito ambiental, tais como: materiais recicláveis, diferenças entre reuso e reciclagem, ciclo de vida de plásticos, disposição de resíduos no município, aterros sanitários, modelos de tecno-logias limpas e viáveis.

A campanha de arrecadação das garrafas e embalagens na Escola foi o ponta pé inicial da ação, trabalhando com os alunos o ciclo de vida destes materiais e as conseqüências do inde-

vido destino destes no meio ambiente e na saúde.

Após esta campanha, rodas de discussão e exibição de vídeos edu-cativos, sobre os aspectos regionais e conceituação ambiental, fizeram parte essencial do andamento da ação. Nes-te sentido, os alunos selecionaram os materiais e deram inicio às atividades de confecção, sendo a primeira etapa

a elaboração de moldes, la-vagem, corte das garrafas e caixas. Nas etapas seguin-tes, as caixas e tubulações foram pintadas e dobradas. Assim surgiu a montagem do primeiro painel.

Este equipamento tem como fonte energética os raios solares, dispensa bom-bas ou energia elétrica e foi instalado próximo à caixa d’água da cozinha da escola.

Após o acabamento final, o ajuste das amarras e do retoque nas pinturas, foi montado um protótipo do aquecedor, isto é, um painel finalizado foi aco-plado e ligado em uma cai-xa de isopor de 100 l. Este, por sua vez, foi exposto no jardim da escola, para todas as turmas e profes-sores, evidenciando-se seu funcionamento.

Após uma semana de exposição ao sol, durante uma sema-na de muito frio na região, o primeiro resultado foi evidenciado pelos pró-prios alunos e as usuárias da cozinha os quais puderam comprovar que a água estava morna.

Tendo em vista a participação e a formação de agentes locais de susten-tabilidade como as principais premis-

construção de um aquecedor solar:Uma alternativa simples, econômica e sUstentável

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Felipe pires de moraes tecnólogo em Química Ambiental

coordenação e execução da atividadeDesenvolvido pelo Instituto Arayara, no Paraná, o projeto Tunas para Todos pro-

porcionou aos alunos de uma escola estadual uma educação ambiental, conscienti-zando-os para uma ação sustentável. Segue ai um exemplo a ser seguido. Fica a dica!

Seleção e lavagem de materiais

Pintura das embalagens

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29Setembro 2011

sas deste Projeto, esta comunidade escolar tem um papel fundamental de multiplicar ações como esta em todo o município.

Realização Projeto Tunas para Todos: SESI/PR, Instituto Arayara de Educação para Sustentabilida-de e a Empresa Frequência Ambiental Consultoria e Pesquisa. Projeto e Patente INPI do Aquecedor Solar: José Alcino Alano e família – Tubarão/ SC.

Maiores informações pelo e-mail [email protected] ou telefone (41) 3271 7595. Acesse: http://tunasparatodos.blogspot.com.

Montagem dos módulos Módulo Finalizado Análise do Protótipo

Disposição no TelhadoEsquema de funcionamento

Instalação das caixas de armazenamento

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30Setembro 2011

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Fonte: cFmv

Homenagear as profissões que permeiam o fazer do agronegócio é contribuir para uma melhor valorização desses profissionais. No mês de setembro, mais precisa-mente no dia 09, as atenções do setor se voltam para para-benizar os médicos veterinários. Comemorado nesse dia, nós da Revista Agrominas parabenizamos nessa edição os médicos veterinários, falando nesse espaço sobre as atividades e o mercado da área.

Para exercer a profissão, é necessário que tais profis-sionais sejam registrados no Conselho Regional de Me-dicina Veterinária (CRMV) de seu Estado. A profissão é a ciência que trata, estuda, previne e erradica as enfer-midades dos animais, sem contar no cuidado e controle dos produtos de origem animal. As atividades desempe-nhadas pelo Médico Veterinário são divididas em quatro grandes áreas: medicina e cirurgia, atendimento cirúrgi-co de animais de pequeno e grande porte em hospitais e clínicas veterinárias; inspeção de estabelecimentos industriais que tenham produtos de origem animal para consumo humano; medicina veterinária preventiva, onde são feitos estudos para o combate de doenças provocadas por animais; produção de animais para corte e derivados de suas produções.

No curso de graduação, algumas disciplinas como

anatomia animal, biofísica, histologia animal, bioquí-mica, deontologia e legislação médica, bioestatística, genética, embriologia, fisiologia, imunologia veteriná-ria, bacteriologia veterinária, dentre outras, são as ini-ciais na formação do profissional.

Um poUco de históriaSegundo o site do Conselho Federal de Medicina

Veterinária (CFMV), a palavra veterinária surgiu em 1748, quando foi traduzido o livro de “Vegesius Rena-tus” que tinha o título “Artis Veterinariae”. A primeira regulamentação da profissão no Brasil aconteceu em 09 de setembro de 1933, pelo Decreto nº 23.133, motivo esse para a comemoração do profissional dessa data.

As duas primeiras faculdades com o ensino da Ve-terinária no país foram criadas no Rio de Janeiro em 1910: a Escola de Veterinária do Exército, do Decreto nº 2.232, de 06 de janeiro e a Escola Superior de Agri-cultura e Medicina Veterinária, Decreto nº 8.919 de 20 de outubro, que só veio a ser aberta em 04/07/1913. No dia 13 de novembro de 1915 o primeiro Médico Veteri-nário formado e diplomado no Brasil, Dionysio Meilli, recebeu grau. Nair Eugênia Lobo, em 1929, foi à pri-meira mulher na profissão.

09 de Setembro: dia do médico veterinário

como homenaGem, o perfil fala Um poUco da profissão

O bastão (primitivamente um galho de árvore com algumas folhas) significa os se-gredos da vida terrena, poder da ressurrei-ção, o auxílio e o suporte da assistência dada pelo médico aos seus pacientes; sua origem vegetal representa as forças da natureza e as virtudes curativas das plantas.

Cor: Verde Bandeira 70% e Verde Ban-deira 40%

A letra “V” tem a função de iden-tificar a Medicina perante o público leigo e diferenciá-la de outras profis-sões biomédicas.

Cor: Verde Bandeira 70%

A serpente representa a prudên-cia, a vigilância, sabedoria, a vitali-dade, o poder de regenerescência e preservação da saúde

Cor: Verde Bandeira 100%

A figura usada tem um formato hexagonal

Cor: Verde Bandeira 100%

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31Setembro 2011

previsão do tempo para a primavera

prof. ruibran dos reis coordenador do minas tempo e prof. da pUc minas

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a A primavera começa no dia 23 de setembro, as 06h04, e termina no dia 22 de dezembro, as 01h30. Historica-mente as temperaturas durante a pri-mavera são as mais altas observadas no Estado de Minas Gerais, devido a grande disponibilidade de radiação so-lar e a ausência de umidade que pos-sa organizar chuvas significativas. O inverno termina com calor em todas as regiões do Estado, principalmente nas regiões Leste e Nordeste. As fren-tes frias que passaram pelo litoral da região Sudeste deixaram o tempo nu-blado durante alguns dias de inverno, entretanto, houve somente chuva de fraca intensidade em alguns municí-pios. O fenômeno La Niña, que atuou na última estação chuvosa, já não atua mais desde o mês de maio. A ausên-cia do La Niña dificulta a chegada de massas de ar frio neste final de inverno

e, consequente à probabilidade de ocorrer chuva de granizo é baixa. Assim, a previsão do tempo para o mês de setembro é de ondas de calor deixar as tempe-

raturas entre 2 a 3 graus acima do normal, favorecendo a formação de pancadas de chuvas isoladas no final da tarde. No ano passado as chuvas chegaram mais cedo, entretanto, neste ano, a tendência é do período chuvoso atrasar e as primeiras chuvas não deverão ser signi-ficativas para a agricultura.

Os agricultores deverão esperar chuvas mais frequentes a partir da segunda quinzena de outubro, quando há uma tendência das frentes frias ficarem estacionadas em Minas Gerais.

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32Setembro 2011

Os efeitos do câmbio apreciado sobre as exporta-ções têm sido evidentes. Analisaram-se os efeitos do real valorizado sobre as vendas de sêmen importado nos últimos anos.

O dólar barato deixa os produtos importados mais acessíveis no mercado interno. Isto se estende ao mercado de sêmen, tanto aos produtos importados relacionados à reprodução, quanto ao próprio sêmen comprado fora.

Segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), foram comercializadas 4,34 mi-lhões de doses de sêmen importado no último ano. Isto representou 41,7% das 10,41 milhões de doses totais vendidas em 2010.

Na figura 1 estão às evoluções das vendas de sê-men importado e nacional e da taxa de câmbio.

Observe como o dólar em alta diminuiu as vendas de sêmen importado entre 2000 e 2004, devido ao en-carecimento do produto, em relação ao nacional.

A correlação entre a evolução da participação do sêmen importado no total e a cotação do dólar é -0,93. Valores mais próximos a 1 ou -1 indicam forte relação entre as séries. No caso, o valor negativo indica que a participação de sêmen importado no total tende a dimi-nuir com o dólar valorizado.

As projeções do Banco Central não apontam gran-des mudanças cambiais até o final do ano. Isto pode aumentar as importações de genética.

Vale ressaltar que em 2010, apesar da apreciação do real, a participação de sêmen importado caiu, de 42,2% em 2009, para 41,7% em 2010, o que contra-riou a tendência dos últimos anos.

efeitos do câmbio no uso de genética importada

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cAdo por Hyberville paulo d´Athayde Neto

médico veterinário | Scot consultoria

Figura 1. evolução das vendas de sêmen nacional e impor-tado (em mil doses, eixo da esquerda) e câmbio (r$/uS$, eixo da direita).

Fonte: aSBia / Scot consultoria – www.scotconsultoria.com.br

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33Setembro 2011

Após o final da safra em nossas regiões e em período de pré--florada, o mercado de café entra em novo ciclo de preços. Nes-tes últimos meses assistimos uma volatilidade alta nos preços, o que mostra que o mercado não depende somente das expec-tativas em fundamentos como estoque, produção e consumo.

A economia global afetou significativamente o mercado de café com as crises nos EUA e Europa, em um momento em que a cafeicultura brasileira estava sofrendo com notícias de geadas e quebra na expectativa de safra nos cafezais do Sul de Minas. As incertezas sobre a economia global esfriaram os preços e somente agora com a expectativa de melhora na política mo-

netária americana, pelo pronunciamento do FED (Banco Central Americano), que o mercado sinaliza novos preços. No mercado interno os produtores estão cautelosos na comercialização da sa-fra o que torna o mercado lento e nas últimas semanas de agosto o preço das commodities acumularam altas significativas.

Neste período de pós-colheita e pré-florada os produtores fazem o balanço final de safra e iniciam os trabalhos para o novo ciclo de produção. Os investimentos em insumos estão bastante favoráveis em relações de troca, o que leva, juntamen-te com boas expectativas de preços do café, ao investimento nos tratos culturais de nossas lavouras.

economia global afeta o movimento de investidores

Waldir Francese Filho eng. Agr. Gerente comercial coocafé

Cotação Agosto/11Arábica | Duro tipo 6 | R$ 465,00

Cereja | Descascado Fino | R$ 515,00Conilon | Tipo 8 | R$ 214,00

O mercado encontra-se firme, estável e em melhores con-dições que há um mês. As geadas ocorridas na região Sul prejudicaram a produção de forragem, limitando a produção e reduzindo a expectativa de que teríamos leite em quanti-dade suficiente para pressionar o mercado para baixo. Pelo contrário, com a contínua redução das safras no Sudeste e Centro-Oeste, e retorno das aulas, o mercado chegou a agosto apresentando uma situação favorável de preços.

Nesse cenário de menor oferta e retomada da demanda com o fim das férias, o mercado sinalizou uma elevação dos preços. Segundo agentes de mercado consultados pelo Mi-lkPoint, o preço do leite longa vida no atacado subiu cerca de 10 centavos dos valores praticados em meados de julho, ficando entre R$ 1,85-1,95/litro em São Paulo e entre R$ 1,65-1,82/litro em outras regiões. O mercado de leite spot (comercializado entre as indústrias) apresentou um acrés-cimo de 3 centavos na primeira quinzena de agosto, sendo encontrado a R$ 0,85-0,97/litro.

O preço ao produtor deve seguir esse movimento: leve alta nas regiões que encontram-se em entressafra, sofrendo algum recuo no Sul do país, já com expectativas para a safra e devido às importações, que tem maior impacto na região.

O impacto disso no mercado lácteo nacional é um pos-sível aumento das importações. Com preços internacionais menores, o dólar perdendo força e o custo da matéria-prima sob elevados patamares para as indústrias nacionais, ob-servamos um importante incremento nas importações no mês de agosto, tornando a situação da balança comercial

de lácteos em 2011 ainda mais preocupante. Vale lembrar que a diferença de preços do mercado interno e externo já é tal que a importação de leite dos Estados Unidos, mesmo pagando imposto de 27%, já é marginalmente viável (cerca de R$ 0,90/litro).

Em curto prazo, a expectativa é de que o mercado per-maneça firme e sob favoráveis patamares de preços, curio-samente, para todos os elos da cadeia. Uma possível mu-dança desse positivo cenário só deverá ocorrer em meados de setembro, caso o início da safra no Sudeste e Centro--Oeste coincidam com o pico do Sul. Mesmo assim, é pre-ver um cenário negativo quando as coisas estão indo muito bem, obrigado.

mercado se apresenta favorável para produtor e indústria

marcelo pereira de carvalho - diretor executivo da Agripoint rodolfo tramontina de oliveira e castro - Analista de mercado do milkpoint

gráfico 1. Índice de captação de leite (icaP-l/cepea) - junho/11.

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Fonte: beefpoint

data à vista a prazo

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101,31Fonte: beefpoint

vencimento fechamentodiferença do dia

anterior

Set/11

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103,00

(r$/l)cotações do leite crUpreços paGos ao prodUtor

preços do leite

r$/litro rs scprspmG Go ba

Jul/11 0,8712 0,7924 0,9247 0,8630 0,8880 0,7337 0,8223

Ago/11 0,8827 0,7929 0,9244 0,8554 0,8955 0,7492 0,8599

mar/11 0,7604 0,7142 0,7963 0,7495 0,7749 0,6516 0,7599

Abr/11 0,8002 0,7583 0,8253 0,7727 0,8099 0,6973 0,8105

mai/11 0,8379 0,8113 0,8680 0,8510 0,8458 0,7174 0,8456

Jun/10 0,8646 0,8243 0,8996 0,8710 0,8802 0,7291 0,8483

Fonte: cepea - esalq/USp

-1,44

-1,49

-1,43

mercado fUtUro (bm&fbovespa) 01/09

3434AGoSto 2011

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35Setembro 2011

como fazer um biodigestor?parte 2

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SAFonte: http://www.ruralcostarica.com/biodigestor-portugues.html

Na última edição publicamos os materiais ne-cessários para se fazer um biodigestor. Agora, ensinaremos como fazê-lo.

CONSTRUÇãOCave um buraco com 1,5 metros de largura, por 3 metros

de comprimento e 1,3 metros de profundidade. Depois es-cave duas valas, uma para a entrada e outra para a saída. A entrada deve ser uma vala cavada com ângulo de 45°, o mais próximo possível do fundo, não deixando mais de 30 centí-metros entre o ponto de entrada e o fundo do biodigestor. O tubo de saída deve ser cavado em um ângulo de 30° para que a vala entre no tanque não superior a 40 centímetros. O topo do tubo de entrada deve ser, pelo menos, 70 centímetros aci-ma do topo do tanque.

Quando as paredes estiverem prontas, você poderá colar as linhas do bloco na borda do tanque. Na primeira linha é um pino para cada dois blocos na metade superior do bloco. Os pinos devem ter cerca de 2-3 polegadas, a fim de segurar o plástico, no caso de baixar o nível do conteúdo da cister-na. Enquanto coloca a primeira linha, você pode colocar os tubos corda abaixo dos blocos no meio de cada um dos lados mais curtos do tanque.

Na segunda fila de bloco, colocar um gancho em cada espaço entre blocos de cada lado do tanque. Após colocar a terceira linha do bloco, utilize a mesma mistura das pare-des para vedar o piso do reservatório, aproximadamente um saco de cimento.

Agora que o tanque está pronto, você pode fazer a cober-tura que vai proteger o biogás, a cobertura pode ser feita do modo que seja mais acessível. Essa cobertura é importante para que o plástico que envolve o biodigestor não sofra ava-ria pelas condições climáticas. É necessário algo que vede a entrada do tubo utilizado para inserir a mistura de água e materiais orgânicos. É recomendado que se utilize uma tampa de rosca para suportar a pressão e ao mesmo tempo ser removível para injeção dos materiais orgânicos e água. Primeiro, temos que colocar o plástico sobre uma superfície plana e limpa (pedras e outros materiais podem danificar o plástico). Quando o plástico está no chão é cortado à medida 5,5 metros por 2,8 metros. Em seguida, retire quatro pentá-gonos em cada um dos quatro ângulos de 90º. Cada lado do pentágono deve medir cerca de 10 centímetros. Salvar estas peças para uso posterior. Em seguida, use cola para colar tubo de PVC nas borda do plástico uniformemente com uma linha de 20 polegadas.

Depois, faça um pequeno buraco no meio do plástico.

Para fazer isso é preciso dobrar o plástico como um cober-tor em torno de duas vezes. (O resultado será um plástico que é de quatro peças de espessura). Fazer o corte na par-te com a ponta única. Desdobrando o plástico irá aparecer um pequeno buraco no meio Plástico. Então, pegue dois dos Pentágonos recortados e antes de cortá-los para formar dois quadrados com lados de 10 centímetros, faça um buraco no meio de cada pentágono. Em seguida, utilizando cola de PVC, colar os quadrados, um em cada superfície, no meio do plástico, deixando paralelos os furos dos pentágonos e do plástico maior. Estas peças evitarão que se rompa o plástico neste ponto mais vulnerável. Depois, coloque uma anilha na extremidade do plástico que ficará virada para dentro do biodigestor e, em seguida, um adaptador fêmea. Por outro lado, no topo, coloque outra trava e um adaptador macho que irá se conectar com o feminino e, por outro lado, o tubo de PVC 1/2” dentro do biogás.

Agora você pode preparar o quadro de tubo de PVC 1/2”. Para fazer isto, você precisa ter cortado todos os quatro la-dos da moldura para caber dentro das fileiras do bloco. Os quatro lados conectarão a quatro cotovelos para um único fotograma. Quando cortados, os tubos podem ser colocados nos bolsos e nas margens do plástico. Então, é necessário ligar o cotovelos para os quatro cantos para terminar mol-dura. Agora você pode encaixar nos anzóis internos do bio-digestor. Se você precisar, você pode colocar uma mão para guiar o biogás em uma direção desejada. Agora, a uma curta distância a partir do biodigestor, mas ainda dentro da casa de biodigestor, você deve colocar um selo de água dentro de uma garrafa de Pet, para acompanhar a pressão dentro do biodigestor. Após essa garrafa, utilize um registro para abrir ou interromper o fluxo do gás, para que o mesmo não seja desperdiçado e também possa ser liberado caso ocorra um acumulo de pressão.

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36Setembro 2011

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Atualmente existem várias atividades agrícolas que de-pendem da cobertura de plástico transparente, chamado de estufas. Este ambiente protegido começou a ser utilizado a pouco no Brasil e vem apresentando grande expansão.

Esse tipo de cultivo viabiliza a produção de hortaliças trazendo importantes vantagens, como facilitar no controle de pragas e doenças, a padronização da produção, a me-lhoria da qualidade do produto obtido, permitindo colheita fora de época, com maior produtividade, permitindo assim ao produtor obter melhor remuneração na atividade.

Portanto, muitas vezes, o fator que limita o início ou a expansão dessas atividades é o alto custo das estufas. Além disso, muitas estufas comerciais não são adaptadas às condições climáticas de regiões tropicais, sendo ne-cessário planejamento e acompanhamento técnico, para o cultivo em ambiente protegido.

São vários os modelos de estufas, mas como alterna-tiva utiliza-se muito a estufa tipo arco túnel médio por várias qualidades como: redução do custo, adaptação a clima de regiões tropicais, fácil construção, não necessi-tando de mão-de-obra qualificada, dimensões flexíveis, materiais facilmente encontrados. Esse modelo consiste basicamente em uma estrutura de arcos de cano PVC sustentadas por esteios laterais de madeira, postinhos de concreto, ou tubos de ferro. Sua vida útil, no entanto é inferior a dos modelos comerciais, variando conforme a madeira utilizada e os cuidados com a manutenção. É im-portante ressaltar que para se cultivar hortaliças em am-biente protegido, são necessárias, antes de tudo, conhecer muito bem as espécies que serão cultivadas, principal-mente quanto às exigências ambientais e nutricionais, ou seja, conhecer as necessidades fisiológicas das hortaliças.

cultivo de hortaliças em estufa possibilita colheita o ano todo

Kelyene Sued leite rabelo extensionista Agropecuária - escritório local Frei Inocêncio

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materiais necessários para montaGem de “estUfa” tipo túnel médio - (21,0m x 3,3m)

• 8 tubos ¾” de PVC • 16 barras de ferro 3/8” com 1m de comprimento (estacas); • 8 barras de ferro 3/8” com 6m de comprimento; • 130 m corda tipo algodão acetinado com 6 ou 8 mm; • 3 postes de eucalipto com 2,7m de comprimento e com 6 a 8 cm de diâmetro; • 2 estacas de eucalipto com 1m de comprimento; • 27 m de filme plástico de 100 micras e com 6 m de largura;• 16 raios de bicicleta ou 16 pedaços de arame liso;• 16 pedacinhos de arame recozido.

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O Projeto Sanitaristas Mirins, executado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), faz parte de um progra-ma do Governo de Minas para despertar nas crianças a importância da agropecuária. Tem como objetivo fornecer aos alunos e professores, principalmente do meio rural, informações referentes à defesa sanitária e proporcionar novos conhecimentos referentes à saúde animal, vegetal, ambiental e segurança alimentar.

O projeto é realizado em parceria com as Prefeituras Municipais, Secretarias Municipais de Educação e Esco-las Estaduais dos municípios interessados em participa-rem das atividades propostas pelo IMA.

Para executar o Sanitaristas Mirins, o IMA editou o livro “A Educação Sanitária no dia-a-dia dos Alunos - Descobrindo a Agropecuária na Escola”, que mostra às crianças o valor da atividade rural, conscientizando-os so-bre a importância de adotar corretamente as medidas sani-tárias recomendadas no programa de governo, bem como despertá-los para o consumo com qualidade.

A área de abrangência do Sanitaristas Mirins cresce a cada ano. Em 2008, atuava apenas em 18 municípios, em 2009 esse número subiu para 43, já em 2010 atingiu 99 mu-nicípios. Em 2011, está presente em todas as Coordenado-rias Regionais do IMA, em mais de 400 escolas. A meta para 2011 é atingir mais 18.673 jovens e professores do en-sino fundamental I e II das escolas estaduais e municipais.

De acordo com a gerente do Sanitaristas Mirins, Maria Elisabeth Rios de Resende, um universo de 58.513 pes-

soas, entre alunos e professores já foram contemplados desde 2003, quando o Projeto começou de forma pioneira, na região de Curvelo. “As atividades dos Sanitaristas Mi-rins promovem o desenvolvimento e a participação efetiva dos alunos do meio rural. O projeto possibilita a mudança de conhecimento, atitude e comportamento desses jovens, contribuindo assim, para introduzir novos hábitos em suas comunidades e valorizando o meio em que vivem”, explica.

A Coordenadoria Regional de Governador Valadares par-ticipa intensamente do projeto desde 2008, sendo executores atualmente os escritórios seccionais de Caratinga, Ipanema, Cel. Fabriciano, Governador Valadares, Conselheiro Pena, Tarumirim e Mantena, que educam neste ano 1141 escolares, sendo 68 professores e 1073 alunos de 27 escolas.

“Com esta iniciativa, pode-se perceber a mudança de conduta dos produtores rurais dos quais os filhos estão inseridos no projeto, sendo estes mais ativos e responsá-veis na defesa agropecuária, pois o projeto causa um efei-to cascata, o que o aluno aprende na escola é aplicado em casa”, explica Adriana Maia de Aguiar, responsável pela Educação Sanitária da Coordenadoria Regional de Gover-nador Valadares.

A partir do Sanitaristas Mirins também surgiu a de-manda para novos projetos como o Sanitarista Juvenil que vem sendo executado em Araxá com alunos do ensino fundamental II, e o PES na Terra que abrange os alunos do EJA – Educação de Jovens e Adultos e que está sendo realizado em Caratinga – MG.

projeto Sanitaristas mirins

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Adriana maia de Aguiar rep. reg. educação Sanitária - crGv/ImA

maria elizabeth rios de resende Ger. projeto Sanitaristas mirins - GeA/ImA

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Técnicos do Instituto de Defe-sa Agropecuária e Florestal (Idaf) e do Ministério do Desenvolvi-mento Agrário (MDA) reuniram--se no mês de agosto, em Vitória, para discutir a implantação de um projeto de foto-cadastro de imóveis rurais para fins de regularização fundiária em todo o Espírito Santo.

O projeto piloto foi desenvol-vido em Água Doce do Norte em 2007, quando as propriedades ru-rais foram medidas e cadastradas gratuitamente. A iniciativa capi-xaba chamou a atenção do MDA, que estabeleceu parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para promover melhorias no programa utilizado para registro das propriedades e, assim, estender a atuação do pro-jeto para outros Estados.

Representantes da Coordena-ção de Desenvolvimento Agrário (CDA) da Bahia e da Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária (Sea-

ra) do Rio Grande do Norte, tam-bém participam da reunião técnica para conhecerem o trabalho.

reGUlarização fUndiáriaO objetivo principal desta ação

é a regularização fundiária dos posseiros rurais que ainda não detêm a documentação oficial da terra, o que dificulta o acesso a projetos sociais como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e a financiamentos bancários.

O chefe do Departamento de Terras e Cartografia do Idaf, Ro-bson de Almeida Britto, destaca que por meio desta atividade será possível potencializar a identifi-cação e regularização dos terre-nos devolutos, que são as terras públicas, sem nenhuma utilização específica. O fato de não haver re-gistro da terra não caracteriza que sejam devolutas, devendo o poder público comprovar a existência e propriedade das mesmas.

“Estamos orgulhosos com a realização da oficina de trabalho programada pela Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA/MDA) aqui no Estado, pois esse encontro representa a continuida-de e o fortalecimento da parceria iniciada com o convênio de regu-larização fundiária em Água Doce do Norte“, comentou.

Robson explica, ainda, que o projeto “contribuirá para o cum-primento das metas do Governo do Espírito Santo, estabelecidas Plano Estratégico 2011-2014 ‘No-vos Caminhos’ no eixo estraté-gico ‘Distribuição dos Frutos do Progresso’, que prevê a entrega de dois mil títulos aos posseiros de terras devolutas rurais, com foco na agricultura de base familiar”.

o projeto pilotoO projeto piloto, que deve-

rá ser implantado em outros lo-cais, consistiu no preenchimento de ficha cadastral pelos técnicos do Idaf por meio do trabalho em campo em Água Doce do Norte. Nessa ficha foram coletadas infor-mações do proprietário rural, loca-lização e identificação do imóvel, documentação e situação jurídica, características da propriedade e infraestrutura. As informações levantadas resultaram na identifi-cação das terras devolutas, e as le-gítimas existentes no município, e integrarão um banco de dados que contribuirá para o planejamento territorial dos governos Federal, Estadual e Municipal.

Idaf e ministério discutem projeto de foto-cadastro para regularização fundiária no espírito SantoId

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Jória motta Scolforo Assessoria de comunicação/Idaf

texto: Francine castro

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Adab disponibiliza laboratório para exames em defesa agropecuária

AdAb Ascom Adab

Com o objetivo de ampliar a capacidade de realização de exames e diagnóstico contra enfer-midades na agropecuária do Estado, o Laborató-rio de Sanidade Animal (Ladesa) da Secretaria da Agricultura vem aumentando seu âmbito de atua-ção. Criado através de convênio entre Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), a unidade oferece suporte às ações dos programas de sanidade animal do Estado, ao Médico Vete-rinário oficiais e da iniciativa privada, realizando exames laboratoriais com qualidade, segurança e rapidez, sem a necessidade do envio de material para outros Estados.

No último mês, o Ladesa incluiu a análise de material para diagnóstico de Ectima Contagio-so, doença que acomete os caprinos e ovinos. “Como não precisamos enviar material para fora do Estado, o diagnóstico se torna mais ágil, via-bilizando a consolidação de um sistema de defesa agropecuária mais eficiente”, enfatiza o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres. O Ladesa funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h na Avenida Ademar de Bar-ros, 967, Ondina, na Central de Laboratórios da Agropecuária (CLA).

Entre os diagnósticos laboratoriais de rotina

processados pelo Ladesa estão: Anemia Infec-ciosa Equina (AIE), Brucelose Ovina, Caprino Artrite-Encefalite (CAE), Leucose Enzoótica Bovina, sorologia para Babesia SP através de ELISA, além de pesquisa de salmonella e colifor-mes totais em sangue, fezes e leite, e parasitas in-testinais de ruminantes. “Também pretendemos implementar diagnóstico microbiológico e para-sitológico de patologias apícolas e das principais enfermidades do camarão através de técnicas de biologia molecular”, adianta o coordenador do Ladesa, Jorge Ribas.

A Adab pretende ainda este ano ampliar o credencimento do Ladesa, junto ao Ministério da Agricultura para os diagnósticos de Brucelo-se Bovina e Mormo dos Equídeos. Ainda na área de defesa, o laboratório de sanidade vegetal con-templa as culturas do Abacaxi, Citros, Maracujá, Palma, Manga, Lichia, Palmeira, Banana, Mano-na, gramíneas, roseira, fícus e helicônia. Também são realizados outros diagnósticos de resíduos de agrotóxicos no mamão e na manga, além de aná-lise laboratorial através de drip teste para avaliar o teor de umidade na carne e no frango. Mais in-formações sobre o Ladesa podem ser obtidas pelo telefone (73) 3116-8432 ou 8452, ou através do email: [email protected].

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Dia 11 de agosto foi rea-lizada eleição de diretoria do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Mi-nas Gerais (Silemg). A nova gestão 2011/2014 tem como presidente, Guilherme Olinto Abreu Lima Resende, da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce e como vice-presidente, Paulo Bartholdy Gribel, dos Laticínios São Vicente de Minas. A posse está marcada para o dia 16 de setembro.

A nova diretoria executiva é composta ainda por: João Lúcio Barreto Carneiro (diretor administrativo), Guilherme Silva Costa Abrantes (dire-tor financeiro) e Alessandro José Rios de Carvalho (diretor tecnológico). (com inFormaçõeS de camila nuneS / aSSeSSoria Silemg).

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, tomou posse no dia 23 de agosto. Men-des Ribeiro Filho foi nomeado ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pela presidenta Dilma Rousseff. A nomea-ção foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União na quinta-feira, 18 de agosto.

Natural de Porto Alegre (RS), o ad-vogado Jorge Alberto Portanova Mendes Ribeiro Filho tem 57 anos e é deputado fe-deral pelo PMDB gaúcho pela quinta legis-latura. Desde 1º de julho deste ano exercia a função de líder do governo no Congresso Nacional. (Fonte: maPa)

Foi aprovada na 15ª Reunião Extraordinária do CBH--Doce, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, a indi-cação do Instituto BioAtlântica, IBIO, para desempenhar as funções de Agência de Água, de acordo com o Edital Conjunto Nº 01/2011. A reunião aconteceu no dia 24 de agosto em Governador Valadares – MG e também apro-vou a minuta do Contrato de Gestão, que será celebrado entre a Entidade e a ANA, Agência Nacional de Águas.

Esta plenária representou a culminância de um longo trabalho, envolvendo oficinas, seminários e reuniões com intensa participação dos membros e apoio das câmaras técnicas. Agora, assim como no processo em que foram definidos os mecanismos e valores de cobrança pelo uso

da água, a indicação da Entidade e a minuta do Contrato de Gestão serão encaminhados para aprovação na Câma-ra Técnica de Assuntos Legais e Institucionais, CTIL, e na Plenária do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, CNRH, em reuniões que serão realizadas em Brasília no mês de setembro. Após a aprovação do IBIO, foram apre-sentados aos membros do comitê os profissionais que atu-arão na Agência da Bacia do Rio Doce, AGB-Doce.

A previsão de implementação da cobrança e início das atividades da AGB-Doce, é a partir de outubro, logo após a assinatura do Contrato de Gestão. (Fonte: Juliana Vi-lela Pinto / uar/ana – cBH doce)

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U No dia 08 de agosto uma homenagem foi estendida a um importante ruralista da região Vale do Rio Doce. O pecuarista Saul Vilela, aos 96 anos, foi reconhecido como cidadão valadarense, um título de iniciativa do vereador Maurício Moraes (PSDB). Em seu discurso, o vereador lembrou da participação que o homenageado teve em ins-tituições e movimentos voltados para a classe rural, desde a chegada do produtor a Governador Valadares em 1948. Visto como um dos maiores criadores do Gir Leiteiro, Saul Vilela já recebeu vários prêmios, em feiras e exposi-ções, pela qualidade de seus animais. (com inForma-çõeS da câmara municiPal gV)

Saul vilela é reconhecido como cidadão valadarense

Silemg elege nova diretoria

ministro mendes ribeiro Filho toma posse

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Guilherme Olinto, novo presidente do Silemg.

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A edição 2011 do maior evento sobre pesquisa em café, o Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, rea-lizado pelo Consórcio Pesquisa Café, com organização da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Uni-versidade Federal de Viçosa (UFV) e co-organização da Embrapa Café, reuniu 813 participantes entre os dias 22 e 25 de agosto, no Tauá Grande Hotel Termas e Conven-tion, em Araxá (MG). O público do 7º Simpósio superou a última edição que contou com a participação de 650 participantes. O evento ocorre a cada dois anos e busca aumentar a competitividade do café e a sustentabilidade do agronegócio no país.

De acordo com a organização do evento, o local para a realização do próximo Simpósio será definido nos próxi-mos 30 dias, podendo o evento acontecer na Bahia ou no Paraná. Segundo o presidente da comissão organizadora do Simpósio e coordenador do Núcleo Tecnológico Epa-mig Café, Gladyston Rodrigues Carvalho, estiveram pre-sentes participantes que têm influência sob cerca de 70% do parque cafeeiro nacional. “A contribuição desta edição está atrelada à participação de lideranças nacionais da área técnica do café que poderão dar aplicabilidade imediata às inovações apresentadas”, conclui. Os vídeos e palestras do evento estão disponíveis em: www.consorciopesquisaca-fe.com.br. (Fonte: aScom ePamig)

O governador Antonio Anastasia lançou, no dia 17 de agosto, o Fórum da Cadeia Produtiva do Leite de Minas Gerais – o Fórum do Leite –, cujo objetivo é discutir, em caráter permanente, os assuntos de interesse do setor, dan-do suporte à elaboração de políticas públicas e privadas voltadas para o segmento. O fórum será coordenado pelo governador e contará com a participação de representantes dos diversos segmentos ligados à cadeia leiteira.

Anastasia disse, em entrevista, que o Fórum do Leite vai analisar as necessidades da cadeia produtiva do leite, e ressaltou a preocupação em agregar valor aos produtos como forma de alavancar o setor. “Vamos apresentar sugestões e soluções para a questão do leite. Isso significa também agre-gar valor ao produto feito em Minas, ou seja, não só exportar o leite in natura, mas aproveitar aqui as fábricas de laticínios para fazer iogurtes, queijos sofisticados, o que representa uma renda muito maior para os produtores, fabricantes e para o Estado como um todo, ou seja, mais riqueza e empre-gos de melhor qualidade”, completou.

“A criação do Leite corresponde a um dos deveres do governo, que é o de incentivar a produção”, disse o se-cretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento. De acordo com o secretário, o Fórum do Lei-

te valoriza o homem do campo e deve beneficiar todos os mineiros, porque os debates e estudos do grupo vão resul-tar em aprimoramento da qualidade do produto, além de fortalecer a atividade.

Após o lançamento do Fórum do Leite, a Secretaria da Agricultura realizou também o Seminário Minas Leite, no Auditório JK. Foram apresentadas para os produtores e técnicos de diversas regiões de Minas palestras sobre pro-dução de leite com vacas mestiças, gestão da atividade lei-teira, além de uma palestra sobre a indústria de laticínios em Minas Gerais. (Fonte: aScom SeaPa)

minas lança Fórum do leite para estimular a cadeia produtiva

O secretário da Agricultura representou o governador Jaques Wagner na abertura do Seminário de Sensibiliza-ção e Difusão do Programa Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC) no Estado da Bahia, que aconteceu no dia 25 de agosto. Segundo ele, é fundamental a importân-cia do financiamento - com recursos a juros interessantes e com prazo de carência - para produtos “linkados” com o meio ambiente, visando conseguir uma produção agrí-cola que respeite os compromissos ambientais.

O programa tem o objetivo de aliar a produção de ali-mentos e bionergia com a redução dos gases de efeito es-tufa. Suas ações estão inseridas no Plano Agrícola e Pe-cuário 2010/2011 e preveem aplicação, em todo o Brasil, de R$ 3,1 bilhões em técnicas que garantem eficiência no campo, com balanço positivo entre sequestro e emissão de dióxido de carbono (CO2).

A mesa do seminário foi composta pelo secretário Eduardo Salles, Maria Delian, representante do Minis-tério da Agricultura; Eduardo Vasconcelos, prefeito de Brumado e tesoureiro da UPB; Nilo Meira Filho, supe-rintendente do BNB; Paulo Hashimoto, gerente de mer-cado e agronegócios do BB; Aldo Vilar, representando a Embrapa; Adelaide Lima (Desenbahia); Mauro Silvei-ra (OCEB); José Márcio Carozo (Faeb); Paulo Valente, da secretaria de Educação; e Sérgio Murilo, da Ceplac. (Fonte: aScom Seagri)

produção agrícola com respeito ao meio ambiente

7º Simpósio de pesquisa dos cafés do brasil

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pão de beterrabaesta é uma das receitas preparadas pelo grupo

de mulheres ouro do vale da Associação de produto-res rurais de tunas do paraná (AprotUNAS). enviada

pela Nutricionista Keyla preuss crN8 6983.

ingredientes1 beterraba média1/2 xícara (chá) de água2 ovos15 g de fermento fresco (biológico)1 pitada de sal2 colheres (sopa) de açúcar50 g de margarina500 g de farinha de trigoGema para pincelar

modo de preparoCorte a beterraba em pedaços e bata no liquidificador com a água.

Acrescente os ovos, o fermento, o sal, o açúcar e a margarina. Bata até ficar bem misturado. Coloque em uma tigela e acrescente a farinha aos poucos. Amasse até formar uma massa que desgrude das mãos. Deixe crescer até dobrar de volume por cerca de 30 minutos. Modele o pão (ou os pães) e coloque em uma assadeira untada com óleo. Deixe crescer por mais 30 minutos. Pincele com a gema e leve para assar em forno moderado (170°), por 30 a 35 minutos.

Envie a sua receita para a Revista [email protected]

tempo de preparo: 1h30 minrendimento: de 15 a 18 fatiasdica da nutricionista: Sempre prefi-ra comer a beterraba crua, pois assim todos estes nutrientes serão absorvi-dos melhor pelo seu corpo. Evite adi-cionar sal e ou azeite na preparação.

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