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16 A GRIPE SUÍNA EM DOIS PROGRAMAS DA CBN: UMA ANÁLISE DE DISCURSO Adriana Maria Donini¹ Ana Paula de Souza Silva² Bruno Sampaio Garrido³ Jéssica de Cássia Rossi 4 RESUMO Este trabalho visa analisar como a síndrome influenza A (H1N1) ou “gripe suína” foi abordada pelos dois programas radiofônicos da CBN a fim de se verificar as condições de produção. Para tal, recorreu-se aos fundamentos da divulgação científica e da educomunicação, além da escolha da análise de discurso francesa como instrumento de análise. O corpus de pesquisa é formado por cinco emissões dentro de um total de 11 do boletim Saúde em Foco no período de 27/04/2009 a 31/07/2009 e por quatro dentro de um total de seis emissões do boletim Ciência & Saúde, no período de 08/05/2009 a 31/07/2009. Foram consideradas duas Formações Discursivas (FDs): a FD1 educativa e a FD2 científica, as quais equivalem ao que pode e deve ser dito, em oposi- ção ao que não pode e não deve ser dito e, consigo, apresentam as formações ideológicas que determinam os sentidos dos enunciados. A ênfase da análise recai sobre os aspectos educativos e científicos dos dois programas e, assim, localizou-se as marcas discursivas dos sentidos mais significativos, além de outros discursos presentes nos boletins. Também foram identificadas as sequências discursivas que correspondem aos principais pontos destacados nas análises. O pro- grama Saúde em Foco, apresentado por um médico, utiliza um discurso científico mesclado com alguns termos tidos como já familiarizados pelos ouvintes, além de recorrer a outras fontes e termos históricos para fundamentar a enunciação do comentarista – estes nem sempre familiares _____________________________________ ¹Jornalista, mestranda em Comunicação pela UNESP/Bauru. E-mail: [email protected]. ²Relações-Públicas, mestranda em Comunicação UNESP/Bauru. E-mail: [email protected]. ³Jornalista, mestrando em Comunicação pela UNESP/Bauru. E-mail: [email protected]. 4 Relações-Públicas, mestranda em Comunicação pela UNESP/Bauru. E-mail: [email protected].

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A gripe suínA em dois progrAmAs dA CBn: umA Análise de disCurso

Adriana Maria Donini¹ Ana Paula de Souza Silva²

Bruno Sampaio Garrido³ Jéssica de Cássia Rossi4

resumoEste trabalho visa analisar como a síndrome influenza A (H1N1) ou “gripe suína” foi abordada pelos dois programas radiofônicos da CBN a fim de se verificar as condições de produção. Para tal, recorreu-se aos fundamentos da divulgação científica e da educomunicação, além da escolha da análise de discurso francesa como instrumento de análise. O corpus de pesquisa é formado por cinco emissões dentro de um total de 11 do boletim Saúde em Foco no período de 27/04/2009 a 31/07/2009 e por quatro dentro de um total de seis emissões do boletim Ciência & Saúde, no período de 08/05/2009 a 31/07/2009. Foram consideradas duas Formações Discursivas (FDs): a FD1 educativa e a FD2 científica, as quais equivalem ao que pode e deve ser dito, em oposi-ção ao que não pode e não deve ser dito e, consigo, apresentam as formações ideológicas que determinam os sentidos dos enunciados. A ênfase da análise recai sobre os aspectos educativos e científicos dos dois programas e, assim, localizou-se as marcas discursivas dos sentidos mais significativos, além de outros discursos presentes nos boletins. Também foram identificadas as sequências discursivas que correspondem aos principais pontos destacados nas análises. O pro-grama Saúde em Foco, apresentado por um médico, utiliza um discurso científico mesclado com alguns termos tidos como já familiarizados pelos ouvintes, além de recorrer a outras fontes e termos históricos para fundamentar a enunciação do comentarista – estes nem sempre familiares

_____________________________________¹Jornalista, mestranda em Comunicação pela UNESP/Bauru. E-mail: [email protected].²Relações-Públicas, mestranda em Comunicação UNESP/Bauru. E-mail: [email protected].³Jornalista, mestrando em Comunicação pela UNESP/Bauru. E-mail: [email protected]. 4Relações-Públicas, mestranda em Comunicação pela UNESP/Bauru. E-mail: [email protected].

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ao público em geral. Ao longo dos programas, o médico desloca a abordagem acerca da “gripe suína” de um enfoque geral para outro mais específico. Esse movimento passa pela comparação da gripe suína com a sazonal, depois pela possível descoberta de uma vacina, pela dimensão temporal da doença, a despreocupação quanto a sua gravidade até se chegar aos cuidados que o ouvinte deve ter em relação ao problema. Nesse caso, há a predominância da FD2 científica nos programas analisados, especialmente nos primeiros, com o aparecimento limitado da FD1 educativa ao longo das exibições. Já o programa Ciência & Saúde optou pela a informalidade e espontaneidade para simplificar os conteúdos científicos e tornar-se mais atraente ao grande público, além de recorrer fartamente à redundância como mecanismo para prender a atenção do ouvinte e atrair a de outras pessoas. Inicialmente, a gripe suína foi tratada com otimismo, dando a entender que se trata de uma doença que não deve ser levada tão a sério. Esse otimismo diminuiu significativamente nos programas seguintes e deu lugar à cautela e ao didatismo (FD1 educati-va). No entanto, os aspectos inerentes aos fatos científicos relatados (FD2 científica) têm maior destaque do que as recomendações dadas ao público quanto aos cuidados a serem tomados (FD1 educativa). Logo, pode-se dizer que ambos os programas priorizaram a divulgação científica ao tratar da gripe suína, enquanto os aspectos educativos, voltados principalmente à orientação dos ouvintes, exerceram papel secundário.

palavras-chave: Gripe suína. Jornalismo radiofônico. Divulgação científica. Educomunicação. Análise do discurso.

introdução

Os programas radiofônicos, sejam eles veiculados em qualquer plataforma, podem ser um im-portante canal para divulgação científica e desempenhar papel educativo se forem produzidos de maneira que o potencial da oralidade do meio seja utilizado.

A partir de abril deste ano, com a manifestação de um novo problema de saúde, a gripe causada pelo vírus influenza A (H1N1) que ficou popularmente conhecida como “gripe suína” ou “nova gripe”, o assunto passou a ganhar espaço na mídia. A doença é resultado da combinação genética do vírus influenza suíno, humano e aviário.

A rádio Central Brasileira de Notícias (CBN), que tem como slogan “A rádio que toca notí-cias” por causa do seu caráter informativo, possui dois programas de gêneros diferentes, mas que abordam a ciência na área da saúde. Um deles é o “Saúde em Foco”, apresentado pelo médico Luís Fernando Correia. Outra produção é o “Ciência & Saúde”, que está sob responsabilidade de jornalistas do site G1.

Este trabalho visa analisar por meio da análise do discurso francesa como o tema influenza A (H1N1) ou “gripe suína” foi abordado pelos dois programas da CBN a fim de verificar-se as con-dições de produção. Para tal, foram levadas em consideração duas Formações Discursivas (FDs): a FD1 educativa e a FD2 científica. De maneira geral, as FDs equivalem ao que pode e deve ser dito, em oposição ao que não pode e não deve ser dito consigo e apresentam as formações ideo-lógicas que determinam os sentidos dos enunciados.

Características do rádio que facilitam seu papel educativo

O rádio é considerado o meio de comunicação de massa acessível a todas as camadas da so-

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ciedade e está muito presente no dia-a-dia das pessoas. Uma de suas principais características é a linguagem oral. Esse fator é um dos seus diferenciais, pois além de poder tornar fácil a com-preensão do que é transmitido, possibilita a realização de outras tarefas enquanto se ouve esse veículo de comunicação. Entre as peculiaridades desse meio também está o estímulo à emoção e à imaginação.

Essa proximidade criada pela linguagem e relacionada ao cotidiano dos ouvintes possibilita que os programas de rádio estabeleçam um vínculo de confiança com o receptor, favorecendo meios não-formais de aprendizagem.

Segundo PIOVEZAN (2003), a relação rádio e educação envolve três aspectos básicos da edu-cação, ou seja, a educação formal, a educação não-formal e informal. Os dois tipos de educação citados primeiramente são os comumente associados ao rádio, mas ele acredita que o informal, além de contemplar as outras duas formas, acaba sendo o principal responsável pela construção de saberes.

BLOIS (2004, p. 147) define o rádio educativo como: “(...) mais do que uma das expressões do fazer radiofônico, um compromisso não apenas com o ouvinte, realizado pelas chamadas rádios educativas, mas um compromisso com a cidadania da qual a educação é parte”.

educomunicação e saúde

Experiências de ações integradas de Comunicação e Educação resultaram no que passou a ser denominado de Educomunicação, termo que teria sido cunhado pela primeira vez pelo filósofo da educação Mario Kaplun.

SOARES (2002, p. 115) define a Educomunicação como:

O conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presenciais ou virtuais, assim como a me-lhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas, incluindo as relaciona-das ao uso dos recursos da informação no processo de aprendizagem.

Ainda segundo o autor, esse conceito pode ser compreendido como o uso da comunicação como um meio eficaz para ampliar ações voltadas à cidadania e as formas de expressão dos mem-bros de uma comunidade. (ibid, p. 115).

De acordo com PRAZERES (2009), o conceito de Educomunicação passou por uma série de releituras. Inicialmente, era utilizado para identificar a “Educação para a Comunicação” ou “Edu-cação para a formação do senso crítico frente à mídia”.

Além do âmbito escolar, os meios de comunicação também podem assumir importante papel educativo na sociedade, sendo o rádio um veículo propício se considerarmos as características peculiares que ele possui, e já citadas anteriormente, como baixo custo, mobilidade, penetração e linguagem que facilitam à divulgação dos mais variados temas.

Hoje, partindo da perspectiva da interação existente entre o comunicar e o educar, a Comuni-cação é a grande responsável na construção, ampliação e ao acesso ao conhecimento produzido.

Quando fazemos referência à educação, recorremos a que diz FREIRE (1988, p. 69). “A educa-ção é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro

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de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados”. No caso específico da saúde, a educomunicação apresenta um papel essencial. Pelo fato de os

veículos de comunicação como o rádio estarem incorporados ao dia-a-dia das pessoas, muitas vezes elas podem pautar ações de seus cotidianos tendo por base informações obtidas por meio dessa fonte. Se os conteúdos veiculados se valerem de uma linguagem clara e forem produzidos de maneira contextualizada, eles podem contribuir para a prevenção e melhoria da qualidade de vida das pessoas.

A rádio CBn

A rádio Central Brasileira de Notícias (CBN), criada em 1º de outubro de 1991, é formada por uma rede de emissoras próprias (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte) e 26 emissoras afiliadas.

Segundo a emissora, o seu jornalismo é “pautado pela informação correta, isenta, com espaço para a pluralidade de opiniões e a análise crítica do que está por detrás dos fatos”.

Em São Paulo, a CBN opera na frequência 780 AM e, desde novembro de 1995, passou a trans-mitir também em 90,5 FM. A CBN diz adotar o formato All News que é utilizado quando uma emissora de transmite, exclusivamente, notícias ou reportagens especiais relacionadas a elas. Seu slogan é “A rádio que toca a notícia”.

Estudos sobre a audiência das rádios AM e FM, em São Paulo, apontaram quem na faixa AM a CBN ocupou, no período de abril a junho de 2009, a 7ª posição de segunda à sexta-feira, das 6h às 19h (BASTIDORES, 2009b, p.1). Já na faixa FM, no mesmo período, a CBN apareceu na 14º posição, no período de segunda a sexta feira, das 5h às 23h59. (BASTIDORES, 2009a, p.1). Em ambos os casos, os dados foram obtidos através do cruzamento de informações das agências de publicidade e emissoras de rádio. Como se pode notar, a rádio CBN demonstra ter um número razoável de ouvintes na cidade de São Paulo em relação a outras emissoras AM e FM.

“saúde em Foco” e “Ciência & saúde”

Entre os conteúdos presentes na grade de programação da CBN, há dois programas que abor-dam o tema saúde: o “Saúde em Foco” e o “Ciência & Saúde”. O primeiro enquadra-se no gênero denominado pela emissora de comentário, sendo que o programa é gravado e veiculado de segun-da a sexta-feira, às 10h32. A duração é de, aproximadamente, dois minutos, e a apresentação é do médico Luis Fernando Correia, especialista em Clinica Médica e Terapia Intensiva. Além da rá-dio CBN, Correia é comentarista de saúde do Portal “G1” e da “GloboNews”. Entre os destaques da carreira do comentarista estão: ganhador do prêmio Alexandre Adler de Jornalismo de Saúde em 2008; membro do Heathcare Journalists e da American Heart Association.

O “Ciência & Saúde” consiste em um boletim ao vivo, transmitido às sextas feiras, às 14h55, apresentado pela equipe de jornalistas de Ciência do portal G1, da Rede Globo, com aproximada-mente seis minutos de duração, dentro do programa CBN Total, que tem como âncora Adalberto Piotto. Como há a presença de uma equipe de jornalistas, pode-se dizer que há uma influência diversificada destes profissionais na elaboração dos boletins.

Assim como as demais produções da CBN, esses dois programas podem ser ouvidos por meio

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do site da emissora (http://cbn.globoradio.globo.com/home/HOME.htm). Os áudios permanecem disponíveis durante pelo menos dois meses após a sua veiculação, e ainda há a possibilidade de que os mesmos sejam comentados pelo público. No caso do “Saúde em foco”, o conteúdo abor-dado também é disponibilizado em um blog .

Comunicação científica

A comunicação científica pode ser entendida como geração e transformação da informação científica e compreende a difusão, disseminação e divulgação científica. BUENO (1984) distin-gue essas formas de se comunicar a ciência. Quanto à divulgação científica, que acreditamos ser a vertente em que se enquadram os programas que vamos analisar (p. 18), explica que:

Essa atividade pressupõe um processo de recodificação de uma linguagem espe-cializada visando a tornar seu conteúdo, de acesso fácil a uma vasta audiência. Esse seria o caso de veiculação de conteúdos sobre ciência e tecnologia pelos meios de comunicação que procuram simplificar as informações.

Sobre a divulgação tecnocientífica no rádio, BARBOSA FILHO (2003, p. 109) expõe que:

Este formato tem a função de divulgar e, consequentemente, informar a socie-dade sobre o mundo da ciência, com roteiros apropriados e linguagem que seja acessível à maioria da população.Pode ser produzido como programas radiofônicos com duração e periodicidade fixas, ou, ainda, como boletins.

Em relação ao preparo dos profissionais para abordar o tema ciência, JAYARAMAN (2004, p. 17) comenta que: “Um conhecimento detalhado da ciência não é necessariamente a exigência mais importante. A maioria dos editores concorda que a fórmula para um bom redator de ciência é 80% um bom jornalismo mais 20% de atitude para aprender e comunicar ciência”.

Um dos aspectos bastante presentes nas discussões sobre a divulgação científica é o fato de os cientistas, muitas vezes, apenas divulgarem suas pesquisa em revistas científicas especializadas. Em certos momentos, eles não se mostram receptivos a entrevistas quando são procurados pela mídia, mesmo que seus estudos sejam custeados por órgãos públicos. JOUBERT (2004, p. 20) destaca a importância da comunicação científica à sociedade:

Baseamos muitas das nossas decisões do dia-a-dia naquilo que ouvimos ou ve-mos nos meios de comunicação de massa, que, para a maioria da população, tornaram-se a única fonte de informações científicas. Portanto, a comunidade científica não pode mais se dar ao luxo de rejeitar sua importância.

Ainda segundo ela, a falta de preparo pode ser uma das explicações para essa “fuga” dos meios da comunicação: “Apesar disto, muitos jovens cientistas concluem seus estudos e iniciam uma carreira de pesquisa sem nunca terem sido treinados para falar em público, dar entrevistas ou redigir textos acessíveis ao público geral”. (p. 20)

Para que os conteúdos sobre ciência e saúde veiculados pelo rádio sejam adequados às carac-

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terísticas do meio, as palavras e jargões que não são de uso corrente, precisam ser explicados. Porém, nessa tentativa de simplificar, podem acontecer equívocos, portanto, além de uma pesqui-sa por parte dos redatores, a consulta a especialistas da área abordada também é necessária em alguns casos.

Análise do discurso francesa e sua aplicação

Na visão da análise do discurso, cada sujeito produz enunciados a partir da posição ideológica que ocupa no jogo de forças sociais. Nos estudos em jornalismo, a análise do discurso é bastante utilizada no mapeamento de vozes e na identificação dos sentidos.

Neste trabalho, optou-se pela identificação dos sentidos existentes nos boletins da rádio CBN sobre a “gripe suína”. O corpus de análise é formado por cinco emissões dentro de um total de 11 do boletim “Saúde em Foco” no período de 27/04/2009 a 31/07/2009 e por quatro dentro de um total de seis emissões do boletim “Ciência & Saúde”, no período de 08/05/2009 a 31/07/2009. Os sentidos foram identificados por um quadro de formações discursivas (FDs), as quais podem ser entendidas como “aquilo que pode e deve ser dito, em oposição ao que não pode e não deve ser dito” (BENETTI, 2008, p.112).

As FDs trazem consigo as formações ideológicas que determinam os sentidos dos enunciados. Por essa perspectiva, cada formação discursiva foi numerada e nomeada de acordo com os senti-dos principais encontrados nos boletins “Saúde em Foco” e “Ciência & Saúde” referente à “nova gripe”. A ênfase da análise recai sobre os aspectos educativos e científicos dos dois programas, os quais forma denominados de FD1 educativa e FD2 científica. Assim, localizou-se as marcas dis-cursivas dos sentidos mais significativos bem como buscou-se outros discursos que atravessam o discursos jornalísticos dos boletins.

Também foram identificadas as sequências discursivas (sd) que correspondem aos principais pontos destacados nas análises.

gripe suína: histórico e contexto atual

A gripe suína, cujo nome técnico é influenza A (H1N1), é resultado da combinação genética do vírus influenza suíno, humano e aviário, e apresenta um grande poder de disseminação. Esse vírus foi detectado em abril de 2009 nos Estados Unidos e, posteriormente, no México e no Canadá. No estágio atual, há casos de contaminação pela nova síndrome viral em todos os continentes (SÃO PAULO, 2009a).

A transmissão da nova gripe ocorre da mesma forma que a gripe sazonal (comum), em geral pelo contato de uma pessoa sadia com gotículas expelidas por outra contaminada com o vírus, feito por meio de tosse ou espirro. Em situações especiais, conforme instruções do Centro de Vigilância Epidemiológica (SÃO PAULO, 2009b), o vírus pode ser transmitido também por ae-rossóis e pelo contato com superfícies contaminadas.

Os sinais e sintomas da influenza A (H1N1) também se assemelham aos da gripe comum – febre, falta de apetite, tosse e, em alguns casos, coriza, dor de garganta, dificuldade em respirar, náuseas, vômitos e diarreia. Em situações mais graves, esse quadro pode evoluir para uma pneu-monia, a principal causa de morte entre os infectados pela nova gripe (SÃO PAULO, 2009b).

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A OMS (apud SÃO PAULO, 2009a) divulgou um mapeamento dos casos confirmados da nova gripe pelo mundo. Segundo esse documento, até o dia 22 de julho de 2009, havia 134.503 casos confirmados da doença, com 813 mortes. Os casos que geraram óbitos estão mais concentrados nos Estados Unidos (acima de 100 mortes), México e Argentina (entre 51 e 100 mortes).

No Brasil, o Ministério da Saúde (2009), segundo boletim epidemiológico emitido no final de julho de 2009, identificou 2.962 casos confirmados da influenza A (H1N1).

Entre as medidas de prevenção recomendadas estão cobrir o nariz ao espirrar e a boca ao tossir; lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia; evitar locais de grande aglomeração.

Análise dos programas

Tabela 1: Lista dos programas analisados e organizados por data

Saúde em Foco (SF)

No primeiro programa analisado (SF1), a abordagem sobre a gripe transmitida pelo vírus A (H1N1) está na fase inicial. O médico Luís Fernando Correia começa a falar da possibilidade de uma nova virose acometer o mundo de forma grave. Ele também apresenta uma definição básica sobre a chamada “gripe suína”:

Nos últimos dias o mundo está de novo alarmado por conta da possibilidade de uma virose varrer o globo, como na pandemia de 1918. Dessa vez a ameaça vem da gripe suína, doença como o próprio nome diz acometeria em princípio os suínos e não os humanos. (sd1)

O médico recorre à história para abordar o assunto. Nesse caso, ele também se vale do argu-mento de provas concretas para justificar a emergência da influenza A (H1N1), citando dados estatísticos:

Conhecida desde os anos 30, no século vinte, essa infecção de tempos em tem-pos atinge pessoas, porém a transmissão entre seres humanos quando acontecia era de forma esporádica e eventual.As pandemias de gripe ocorrem na história em ciclos de cinquenta anos, como a última pandemia foi em 1918, estaríamos estatisticamente perto da próxima. (sd2).

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Ainda nesse programa, percebe-se que Correia cita termos técnicos sem esclarecer os signifi-cados das expressões utilizadas. Nessa edição, prevalece a FD1 científica.

No SF2, nota-se um enfoque mais específico. O comentarista recorre ainda a informações es-tatísticas e científicas para demonstrar provas concretas da “gripe suína”:

Os resultados indicam que o Influenza A H1N1 tenha uma taxa de reprodução básica de 1.4 a 1.6. Isso significa que naquela comunidade a partir de um caso de 14 a 73 novos casos possam ter surgido.Se a taxa de reprodução ficar nessa faixa de valores isso representa uma capaci-dade de reprodução maior do que o vírus da gripe comum é de 1.3.Isso significa dizer que o vírus novo é mais transmissível do que o vírus da gripe a que estamos acostumados. A taxa de reprodução das cepas virais das últimas pandemias de 1918, 1957 e 1968 variavam de 1.4 a 2.0. (sd1).

As análises dos cientistas sobre o novo vírus e seu potencial pandêmico estão publicados na revista Science em sua versão on-line. (sd2).

Nesse programa, os discursos da FD1 científica e da FD2 educativa se entrecruzam na tentativa de esclarecer o ouvinte sobre o assunto. Quanto à adequação da linguagem ao público em geral, percebe-se que, apesar de o médico utilizar vários números e citar cálculos – o que para o rádio pode não ser muito apropriado –, houve preocupação em tentar elucidar os processos utilizados para se chegar à taxa de reprodução do vírus causador da nova gripe.

No SF3, é abordada a produção de uma vacina. Nesse programa, o apresentador do programa considera a abordagem da gripe como um assunto já conhecido pelos ouvintes. Correia não expli-ca o que é a “gripe A”, o vírus influenza A (H1N1) e o significado da palavra “clone”:

A amostra que chegou ao CDC veio do laboratório do New York College, um grupo com muita experiência em desenvolvimento de vacinas.Ao mesmo tempo um laboratório sul-coreano anunciou a mesma descoberta embora a notícia levante suspeitas.

O laboratório asiático é chefiado por um pesquisador que esteve envolvido em uma polêmica quando anunciou a criação de clones humanos que na verdade não existiam. (sd1).

A explicação sobre a vacina é realizada com a presença de vários termos técnicos não seguidos de explicações como, por exemplo, “meios de cultura” e “anticorpos”. No entanto, expressões mais simples não são elucidadas, como acontece em “atenuadas”:

O processo de criação de uma vacina contra um vírus envolve várias etapas. A primeira é a identificação e reprodução em laboratório de uma cepa do vírus que seja capaz de induzir a formação de anticorpos, em humanos.Essa amostra deve também ter a capacidade de se reproduzir em meios de cul-tura. Os mais utilizados são ovos embrionados e meios de cultura sintéticos. Agora o vírus terá que ser atenuado, ou seja, ficar um pouco mais fraco, porém sem perder as características de indução de anticorpos. (sd2)

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No SF3, a FD1 Científica ainda é predominante, as informações sobre a “gripe suína” perma-necem distantes do universo de referência do ouvinte.

Já No SF4, o médico inicialmente cita os níveis de alerta de pandemia sem explicá-los. Porém, ao mencioná-los novamente, procura esclarecer o assunto.

Então por que a OMS não muda de 5 para 6 o nível de alerta de pandemias como está previsto. (sd1)

Apesar de todos os médicos e jornalistas de saúde terem usado o termo pande-mia de forma bastante liberal nos últimos anos sua definição ainda não é clara para o público.O termo pandemia nos remete a situações como a gripe espanhola, no início do século 20. Mas a declaração de que estamos diante de uma pandemia não traduz obrigatoriamente gravidade da doença e sim sua disseminação. (sd2)

Ao final do programa um posicionamento educativo é assumido, aproximando-se mais da rea-lidade do público, mas de modo impessoal.

Após os primeiros relatos, com quase dois meses de evolução, chegamos aos 26.500 casos em 73 países e 140 mortes.Como já dissemos a doença se espalha nos Estados Unidos e México, alem da Austrália, Inglaterra, Espanha e Japão. (sd3)

Como manter as autoridades em estado de alerta sem gerar preocupação exces-siva no público? Nos países como o Brasil, onde ainda não existe a transmissão entre humanos de forma sustentada, o público pode ajudar reportando às auto-ridades casos suspeitos.Se alguém apresentar sintomas típicos intensos e teve contato com outra pessoa que esteve recentemente em áreas afetadas deve procurar atendimento e infor-mar esses dados. (sd4)

Nesse programa, o deslocamento de uma posição científica (FD1 científica) para uma posição

educativa (FD2 educativa), é bem mais expressiva em relação aos outros programas.No SF5, nota-se a utilização do discurso educativo para orientar o público sobre o que fazer

para evitar a gripe. Detecta-se também o uso de diversos termos imperativos. Esse recurso permi-te ao discurso em questão ter mais legitimidade, como é possível notar em:

O método mais eficiente de prevenção é lavar suas mãos com água e sabão fre-quentemente [...].Cobrir com as mãos sua boca e nariz quando tossir ou espirrar.Evite colocar as mãos nos olhos, nariz e boca.Se você estiver com sintomas ticos de gripe [...] fique em casa. (sd1)

O médico recorre a outras fontes para fundamentar o que está dizendo:

A recomendação dos especialistas é de que você permaneça em casa pelo me-

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nos por 7 dias apos o início do sintomas e que esteja sem sintomas pelo menos por 24 horas apos esse prazo. (sd2)

Ademais, Correia esclarece que alguns equívocos quanto à forma de proteção como aconte-cem com as máscaras cirúrgicas. De alguma forma, ele tenta mostrar que seu uso não deve ser banalizado, mas por meio de uma linguagem cientifica, muitas vezes, de difícil compreensão pelo ouvinte:

As máscaras cirúrgicas [...] merecem uma avaliação especial.Não existem evidências científicas e que o uso dessas máscaras, especialmente as comuns, diminua a transmissão da gripe Influenza A H1 N1.Eventualmente pacientes sabidamente portadores dessa nova infecção podem utilizá-las quando em deslocamentos necessários para evitar a propagação do vírus. (sd3)

Diferentemente dos programas analisados anteriormente, nesse programa predomina-se a FD2 educativa em detrimento da FD1 divulgação científica.

Ciência& Saúde (C&S)

Em uma visão geral do programa, percebe-se que o jornalista responsável aborda os aconte-cimentos sobre a gripe suína fundamentando-se em pesquisas, artigos científicos ou entrevistas com especialistas. Em alguns casos, ele reporta conversas tidas com outro jornalista - o qual bus-cou informações em fontes apropriadas.

No C&S1, a FD científica assume as características da oralidade citadas acima, e nota-se uma quantidade relativamente pequena de termos técnicos, o que pressupõe que a meta do programa é familiarizar a linguagem científica, aproximando-a do grande público:

Pra você provocar realmente um estrago muito grande em uma pandemia de gri-pe, calcula-se que seja preciso duas coisas: primeiro, ele (o vírus) tem de estar bem adaptado aos seres humanos, infectar facilmente os seres humanos – o que não é o caso da gripe aviária, que matava muito, mas não conseguia infectar as pessoas com eficiência – então esse é um lado, infectar as pessoas com eficiên-cia. Outro lado é causar a doença de forma agressiva, levando várias pessoas à morte. (sd1)

Há casos em que o jeito “natural” de falar do jornalista resulta em incongruências. No trecho abaixo, a FD científica se desarmoniza com algumas construções utilizadas que são habituais da linguagem informal, como quando ele se refere a uma porcentagem de usuários do Tamiflu com a expressão “esse grupinho aí”. Ainda que não seja a intenção do jornalista, o uso dessa expressão confere um ar debochado, ou mesmo arrogante, em descompasso com o restante das informações.

Saiu ontem um estudo da agência de proteção da saúde britânica que é como se fosse a ANVISA de lá e eles fizeram o mapeamento de casos de estudantes

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que tomaram o remédio Tamiflu desnecessariamente na base do susto e sabe quais forma as conclusões? 30% mais de 30% tiveram náusea ¼ desse grupinho aí teve dor de cabeça, 1/5 teve dores estomacais até problemas de insônia, é... porque tomaram desnecessariamente. (sd2)

Ao longo dos programas, pode-se notar também algumas diferenças marcantes na forma como o assunto “gripe suína” é tratado. A principal delas é com relação ao otimismo marcante na fala do jornalista quando trata da síndrome, pois é dito que, apesar de sua gravidade, ela não tem potencial para ser uma doença “assassina”, como foi, por exemplo, a gripe espanhola. A espon-taneidade e informalidade características dessa fala corroboram com esse otimismo, passando a ideia de que a gripe suína é um “mal menor” do que o comumente noticiado. Esse aspecto ganhou especial ênfase principalmente no C&S1.

é claro que a preocupação aqui no Brasil aumenta com relação a isso, mas há estudos que indicam que não há motivo para pânico, não é isso (sd1)

a boa notícia é que o vírus da gripe suína só tem 17 dessas modificações, a me-tade disso, a menos que ele passe por várias outras mutações significativas, pelo menos umas 4 ou 5 mudanças bastante sérias no material genético dele, ele não deva causar ainda uma doença muito séria e de nível assassino (sd2).

Nos programas subsequentes, contudo, percebe-se que esse otimismo foi significativamente reduzido. No C&S2, o jornalista critica os responsáveis pelo monitoramento dos vírus por não terem antecipado a ação do H1N1 e alertado as autoridades a tempo.

o sistema de controle nosso com relação aos vírus suínos, ele tava falho, quer dizer, um vírus que passou por tantos anos debaixo do nosso nariz literalmente e a gente não descobriu (sd1)

No entanto, nesse mesmo programa, os posicionamentos otimistas continuam, embora mescla-da com as críticas aos serviços de monitoramento.

Agora tem uma boa notícia nesse estudo, não é só desgraça nessa vida, e a boa notícia é que a análise genética mostrou que esse vírus não é assim tão perigoso quanto parecia ser a princípio, não é tão mortal quanto ele inicialmente parecia (sd2).

a gente tem que melhorar o nosso controle desses patógenos antes que eles passem para humanos, e dessa vez aparentemente, pelo menos por enquanto, a gente deu sorte porque o vírus não é tão mortal e ainda não sofreu uma mutação que poderia transformá-lo em uma coisa realmente terrível, como por exemplo a gripe espanhola de 1918 (sd3).

Já no C&S4, nota-se uma apreensão maior dos jornalistas quanto à gripe suína. As marcas de otimismo deram lugar a sinais de preocupação com a doença [“a gripe suína ta se mostrando muito mais agressiva e a não medicação naquele prazo de 48 horas desde o começo do apare-

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cimento dos sintomas é que fazem que a consequência clínica seja muito mais grave não é...” (sd1)]. Assim, fica evidente a intenção do jornalista em se tentar evitar a precipitação e o pânico, mediante uma postura de equilíbrio – a despeito do otimismo de outrora.

A FD educativa aqui é mais constante em relação ao programa anterior. Isso é reflexo do agra-vamento da transmissão da síndrome, a qual se instalou no Brasil e já provocou vítimas. Por isso, as recomendações de saúde dadas pelo jornalista (FD educativa) agora são mais precisas, embora mescladas ao conteúdo informativo (FD científica).

[...] continue amamentando mesmo que esteja gripada porque a nova gripe é transmitida como uma gripe invernal normal através de espirros e de contato não espirre perto do bebe e tome todos aqueles cuidados que a gente tem repe-tido de lavar as mão , ao tossir cobrir a boca e assim por diante (sd1).

Conclusão

Em termos gerais, no programa “Saúde em Foco” verifica-se, ao longo da análise, a predomi-nância da FD1 científica. É recorrente a utilização de outras fontes e termos históricos para fun-damentar a enunciação do comentarista, características próprias do discurso científico. Os termos referentes à dimensão temporal da doença também exercem essa função, mas, predominantemen-te, são distantes do universo referencial do ouvinte, o que pode causar certo desinteresse por parte do público.

Observa-se também que, aos poucos, há um deslocamento de uma abordagem geral e imprecisa sobre a “gripe suína” para um enfoque mais específico. Esse movimento passa pela comparação da gripe suína com a gripe comum, depois pela possível descoberta de uma vacina assim como pela dimensão temporal da doença e a despreocupação quanto a sua gravidade, até se chegar aos cuidados que o ouvinte deve ter em relação ao problema.

A forma de evolução da abordagem do tema representa ainda a predominância da FD1 cientí-fica nos primeiros programas analisados com o aparecimento limitado da FD2 educativa até no último programa em que essa formação discursiva torna-se predominante.

No programa Ciência & Saúde, nos primeiros momentos da análise podemos verificar que o programa optou por um formato de “pseudo-entrevista”. O locutor interage com o jornalista da área científica de forma semelhante a uma entrevista.

Outras características evidentes desse programa são a informalidade e espontaneidade. A FD1 científica é tratada por meio de uma linguagem coloquial, de fácil identificação com o público-alvo do programa (público em geral). Esse formato é a solução encontrada pelos jornalistas do Ciência & Saúde para “simplificar” o discurso científico.

A redundância é um recurso também empregado para prender a atenção do ouvinte e atrair a de outras pessoas a partir de construções e elementos fáticos que reiteram elementos-chave do que está sendo falado.

Nos programas iniciais, pode-se constatar a divulgação de informações acerca da gripe suína apresentou um otimismo inadequado ao caso. As comparações feitas pelo jornalista entre o vírus da gripe sazonal e o H1N1 parecem subestimar o potencial infeccioso do vírus e seus efeitos. Por se tratar de uma doença nova, com variações constantes, a postura mais apropriada para a

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situação seria a de cautela, focalizada na transmissão de dados relevantes sobre a síndrome e na orientação do público com relação a medidas de prevenção e tratamento.

Já nas produções seguintes, o otimismo com relação à nova gripe deu lugar à cautela e ao dida-tismo, predomínio da FD2 educativa. Os jornalistas procuraram esclarecer mais cuidadosamente aspectos tangentes à evolução da síndrome e a orientar o público a como se prevenir dela. Con-tudo, a FD2 ocupa parcela relativamente pequena do programa, o qual prioriza a FD1 científica, e mesclada com os fatos apresentados, sem uma organização mais precisa que a destacasse mais apropriadamente.

Por fim, tanto no programa “Saúde em Foco” quanto no programa “Ciência & Saúde” a FD1 científica é predominante, porém com a utilização de linguagens diferentes. No primeiro há o uso de vários termos técnicos, estatísticos e científicos para explicar a “gripe suína” e, no segundo, há o uso de expressões coloquiais e informais que abordam o que é “nova gripe”. Estas diferen-ças podem ocorrer devido ao fato do programa “Saúde em Foco” ser conduzido por um médico e o programa “Ciência & Saúde” por uma equipe de jornalistas. Em relação à FD2 educativa, percebe-se que ela é mais limitada em ambos os programas; só aparece mais claramente nas ul-timas edições dos dois programas para orientar o usuário sobre como se prevenir da “gripe A” – ademais, as linguagens empregadas também são diferentes entre si. Portanto, observa-se que os programas da CBN assumiram um posicionamento de maior divulgação científica em relação à “gripe suína”.

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