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MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - NOTAS TAQUIGRÁFICAS -171ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - CNPS - Brasília, 30 de novembro de 2010 -Esplanada dos Ministérios | Bloco F| sala 902| Brasília – DF -171ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Previdência Social –CNPS - 30/11/2010 O Sr. Carlos Eduardo Gabas (MPS): Senhoras e senhores, bom dia. Já os cumprimentei um a um. Obrigado pela presença. Estamos hoje numa casa emprestada e já recebi a informação de que o pessoal gostou da configuração. Computadores um para cada um. Vamos tentar adotar isso, não é Fernando? Para o próximo período. Provavelmente, eu também, Júlia. Mas o Conselho não pode ser personalista. Ele segue. Não, mas para os próximos, que terão mais facilidade. Trabalhamos para melhorar, sempre. Eu pedi ao Fernando para usar alguns minutos da pauta de vocês, para que fizéssemos meio que um balanço dos oito anos, já que esta deverá ser a última reunião do ano. É pouco provável que convoquemos uma reunião entre o Natal e o Ano Novo, porque estarão todos no recesso. Então, historicamente, fazemos a última reunião do ano, em novembro. Como esta deverá ser a última, quero fazer um balanço destes oito anos da gestão do Presidente Lula e da nossa gestão na Previdência Social. Concorrer com o barulho do ar será difícil. Não trouxe nenhuma apresentação. Não passarei nenhum Power-point, nem nada. Só relembraremos um pouco o nosso histórico, nossa relação dentro do Conselho, os avanços que conseguimos, especialmente na consolidação deste espaço como um espaço de diálogo, da construção conjunta das alternativas da Previdência Social. Todas as grandes mudanças que fizemos foram debatidas, avaliadas e aprovadas neste Conselho. Desde a criação dos canais remotos, a utilização do CNIS como base do reconhecimento automático do direito, a ampliação da nossa rede de atendimento e todos os mecanismos que utilizamos para que a Previdência literalmente saísse das páginas policiais, que era onde figurávamos, até 2004, 2005, e passássemos a ser um bom exemplo de gestão na Esplanada dos Ministérios. Fizemos isso – é bom ressaltar -, esse conjunto de mudanças, sem a utilização de grandes consultorias, sem grandes contratações de consultorias nacionais e internacionais para apontar o caminho que deveríamos seguir. Gosto de registrar isso, primeiro para fortalecer, consolidar a ideia de que servidor público também tem competência. Que servidor público não é o que falavam antigamente, um bando de gente encostada, obsoleta e que

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MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - NOTAS TAQUIGRÁFICAS -171ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - CNPS -Brasília, 30 de novembro de 2010 -Esplanada dos Ministérios |Bloco F| sala 902| Brasília – DF -171ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Previdência Social –CNPS - 30/11/2010

O Sr. Carlos Eduardo Gabas (MPS):Senhoras e senhores, bom dia. Já os cumprimentei um a um. Obrigado pela presença. Estamos hoje numa casa emprestada e já recebi a informação de que o pessoal gostou da configuração. Computadores um para cada um. Vamos tentar adotar isso, não é Fernando? Para o próximo período.

Provavelmente, eu também, Júlia. Mas o Conselho não pode ser personalista. Ele segue. Não, mas para os próximos, que terão mais facilidade. Trabalhamos para melhorar, sempre.

Eu pedi ao Fernando para usar alguns minutos da pauta de vocês, para que fizéssemos meio que um balanço dos oito anos, já que esta deverá ser a última reunião do ano. É pouco provável que convoquemos uma reunião entre o Natal e o Ano Novo, porque estarão todos no recesso. Então, historicamente, fazemos a última reunião do ano, em novembro. Como esta deverá ser a última, quero fazer um balanço destes oito anos da gestão do Presidente Lula e da nossa gestão na Previdência Social.Concorrer com o barulho do ar será difícil.Não trouxe nenhuma apresentação. Não passarei nenhum Power-point, nem nada. Só relembraremos um pouco o nosso histórico, nossa relação dentro do Conselho, os avanços que conseguimos, especialmente na consolidação deste espaço como um espaço de diálogo, da construção conjunta das alternativas da Previdência Social. Todas as grandes mudanças que fizemos foram debatidas, avaliadas e aprovadas neste Conselho. Desde a criação dos canais remotos, a utilização do CNIS como base do reconhecimento automático do direito, a ampliação da nossa rede de atendimento e todos os mecanismos que utilizamos para que a Previdência literalmente saísse das páginas policiais, que era onde figurávamos, até 2004, 2005, e passássemos a ser um bom exemplo de gestão na Esplanada dos Ministérios. Fizemos isso – é bom ressaltar -, esse conjunto de mudanças, sem a utilização de grandes consultorias, sem grandes contratações de consultorias nacionais e internacionais para apontar o caminho que deveríamos seguir.Gosto de registrar isso, primeiro para fortalecer, consolidar a ideia de que servidor público também tem competência. Que servidor público não é o que falavam antigamente, um bando de gente encostada, obsoleta e que quer que o mundo acabe em barranco. Isto não é verdade. Provamos isso. Não utilizamos uma consultoria, Fizemos isso com a nossa equipe muito bem comandada. Quero fazer o registro. No INSS, quem comandou todos estes conjuntos de mudanças, como o Presidente Lula disse, com a revolução silenciosa, foi um dos conselheiros daqui, o Valdir Simão, a quem quero, aqui no Conselho, agradecer toda a dedicação. O Valdir, como eu e outros servidores de carreira, acordamos cedo muito tempo, não é Valdir? Começamos cedo e terminamos tarde por muitos anos para que pudéssemos experimentar essa mudança na Previdência Social. Quero registrar e agradecer os servidores, em nome do principal responsável e do principal servidor do INSS que é o seu Presidente Valdir Simão.Dizer que, primeiro foi uma luta muito grande para que a Previdência tivesse esse reconhecimento, que hoje posso dizer, com muita tranqüilidade, que não só a sociedade, mas o governo brasileiro reconhece o trabalho da Previdência Social. Dizer, também, que o resultado do

nosso trabalho, o fato de não apresentarmos mais aquela situação de caos que existia na Previdência Social, que era a marca do INS... Quando se falava do INSS, era a fila, e até hoje ainda as pessoas confundem, a fila do INPS. Ah. Parece fila do INPS. Você está parando de ouvir isso. Estamos passando a ser uma referência positiva. E não tenho nenhuma dúvida que isto contribuiu para os dois processos eleitorais, em 2006 e, especialmente agora, em 2010. Mostramos que somos capazes, que temos competência e que somos, também, gestores como os nossos antecessores diziam que só eles eram gestores. Na verdade, mostramos que temos gestão também. Então, isto foi um ponto fundamental. E o que mais interessa a este Conselho, à sociedade brasileira e à Previdência Social é que, mesmo o Presidente Lula, deixando a Presidência, assume a Presidenta Eleita Dilma Roussef, e a política da Previdência Social continuará. A Presidenta Eleita tem convicção de que a política de proteção social, a garantia de direitos que a Previdência, hoje, oferece à sociedade tem de continuar e se ampliar. Estamos muito tranqüilos em relação a este tema.Quanto à montagem do novo governo, não nos cabe fazer nenhuma especulação. Eu estava brincando com a dona Josepha que ainda não me demitiram. Mas, como sou servidor de carreira, se eu quiser não aceitar nenhum convite, que graças a Deus já foram feitos vários, permaneço na Previdência Social, por que é a minha casa, onde estou vinculado. É bem provável que, se eu não ficar em algum posto no Ministério – o que também é possível, dependendo de quem assumir o Ministério -, é possível que eu seja convidado, como fui várias vezes, a assumir alguma posição, ainda dentro do Ministério da Previdência. Mas existem outros muitos convites e avaliaremos o que é melhor, obviamente, para o projeto político que defendemos para o país e, levando em conta as minhas possibilidades pessoais. Vocês sabem que no trabalho, no trato, na convivência, existe uma coisa chamada relacionamento pessoal. Também não estou disposto a trabalhar com qualquer cidadão, porque não é uma tarefa fácil. Passei por vários ministros, mas foram todas pessoas de bem, que estavam muito bem intencionadas, que queria, de fato, a melhoria da Previdência, e fazemos todo um esforço para ter um convívio. Mas, dado o conjunto de forças que ajudou na eleição, que compôs a coligação, já experimentamos, também, no Ministério da Previdência Social, inclusive, pessoas que não tinham nada a ver com o tema, com Previdência Social, não conheciam nada e que foram alçados à condição de ministro e tivemos um bocado de problema. Então, se for para continuar construindo, conte comigo. Se for para ficar equilibrando prato e driblando, cercando frango, não vou fazer. Vou cuidar da minha vida em outro lugar.Mas o fato é que pedi ao Fernando para vir falar com vocês, especialmente, para agradecer a disposição e a participação de vocês. Como estava falando com a Júlia, muitos de vocês podem ir fazer outras atividades, enfim, mas o fórum Conselho Nacional da Previdência Social é muito importante e tem o papel de ajudar, colaborar na discussão e na disseminação das políticas de previdência social.Ontem fiz a divulgação do resultado. Estamos entregando a Previdência Social para o próximo governo muito melhor do que encontramos. Os relatórios que deixaremos – não é Valdir? – apontam uma melhoria muito grande, uma verdadeira revolução no atendimento e nas contas da Previdência, num processo de sustentação, de financiamento e na sustentabilidade do nosso modelo de previdência. Começamos o governo em 2003, na primeira gestão do Presidente Lula, numa discussão de se era ou não necessário fazer uma grande reforma na Previdência Social. Hoje, se vocês olharem as declarações no jornal ontem – que é no que acredito – não acho que temos de começar o governo Dilma, fazendo uma grande reforma da Previdência. Acho que ainda há muita coisa a melhorar, especialmente na gestão da arrecadação da Previdência, nesse processo de separação das contas, de colocar como previdência importante, necessária, acertada, a previdência do trabalhador rural, que defendemos. Pretendemos manter e ampliar a política de proteção ao homem do campo. Agora, para isso, é preciso deixar muito claro que a previdência, no seu regime urbano, a previdência urbana soma agora R$9 bilhões de saldo positivo. É o oitavo mês consecutivo que acumulamos saldo positivo.

E na previdência rural não há que se falar de saldo positivo ou negativo. A previdência rural, na Constituição de 88, foi pensada para proteger o homem do campo. Para isso, foram pensadas fontes de financiamento, fontes do Tesouro. Na verdade, são da Seguridade, mas que são apropriadas no Tesouro, que é a SSLL/COFINS. Agora vem um debate, onde este Conselho terá uma importância fundamental, que é a desoneração da folha. Este Conselho deverá debater esse processo de desoneração da folha. Não tenho nada contra a desoneração da folha. Só penso - e entrarei no debate de onde estiver – que não é possível uma desoneração total da folha. E penso que, se vai desonerar, é preciso pensar também na cota do trabalhador. Não dá para ficar um a um, vamos reduzir a folha para 10, o trabalhador fica com 10 e fica tudo certo. Não acho que fica tudo certo.Segundo, desonerar tudo é um risco, porque a base mais estável de financiamento é a folha de salários. Então, é preciso manter uma parte dessa base estável e, ao transferir para valor agregado ou para lucro, fazê-lo na mesma proporção do que sai de recursos da folha. Porque o risco que corremos é desonerar a folha e aumentar o chamado déficit da Previdência Social. O Tesouro, ao transferir, dirá que aumentou o rombo da Previdência. Não topamos esse tipo de diálogo e discurso. Não tem rombo na Previdência. Tem que, se você desonerar a folha, tem de carimbar parte do recurso do Tesouro. Como já é hoje. O rural deveria vir como transferência para io rural, não importa o valor. Mas querem fazer cálculo de... Ah, mas a Previdência, nu rural, não é superavitária, mas quem disse que ela tem de ser. Quem disse que ela foi pensada para ter saldo positivo? Ela foi pensada para proteger o trabalhador do campo e tem fonte de financiamento para isto. Então, este Conselho tem responsabilidade de no próximo período de fazer esse debate e defender as teses. Claro que o Conselho é quadripartite, que representantes das empresas podem dizer que, não, temos de desonerar e não tem de ir para lá e para cá, ver o lado das empresas. Eu nem acredito, baseado na experiência da nossa convivência, do nosso debate, nem acredito que aqui neste Conselho, os conselheiros tenham essa visam sectária. Não acho. A minha leitura do Conselho é que ele tem uma preocupação com a sustentabilidade da Previdência, com a proteção do trabalhador. Então, aqui o debate será obviamente um debate intenso, mas não terá as características que enfrentamos no Fórum Nacional de Previdência Social, que acho que o próximo ministro deveria reeditar não o Fórum, mas o ciclo de debates, para que amadureçamos na sociedade qual o futuro da nossa Previdência, o que estamos pensando para o futuro da nossa Previdência Social.Deixo aqui o desafio para o Conselho. Quero, de novo, agradecer a participação efetiva de cada um de vocês, a contribuição que vocês deram no processo. Dizer que, de onde eu estiver, é certo que continuarei servidor da Previdência. Onde prestarei serviço, não sei. Existe uma disputa muito grande, o que é natural, pelos cargos, pelos postos de ministros, mas seguirei sendo servidor deste projeto político que venceu as eleições e que na minha avaliação caminha muito A recomendação é no sentido de que seja instaurado, realmente, esse novo procedimento para, se for o caso, aplicar corretamente a sansão correspondente A recomendação é no sentido de que seja instaurado, realmente, esse novo procedimento para, se for o caso, aplicar corretamente a sansão correspondentebem e temos o desafio de continuar fazendo caminhar muito bem.Quero, agora, deixá-los seguindo a pauta e espero poder participar de alguma maneira, ou como ouvinte, observador, ou como debatedor para os futuros desafios que o Conselho tem. Tenho convicção que o ano que vem será muito animado, especialmente na área de previdência. Porque o projeto político que perdeu a eleição tenta pautar o governo para as demandas que eram deles. Dizem que o governo terá de começar com uma grande reforma da Previdência. Bom, o Conselho vai debater e se posicionar sobre isso. Então, vão juntando elementos, porque o ano que vem promete muito.Vou deixá-los sob a condução do Fernando, que sigam a pauta e seguimos aguardando as novas orientações que a nossa Presidenta eleita certamente, nos próximos dias, dará para todos os seus colaboradores. Obrigado. Foi um prazer conviver com vocês.

O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Bom dia a todos e a todas. Ao despacharmos essa proposta de pauta, junto com o Ministro, tivemos uma certa dificuldade no último período. É importante afirmar que desde a última reunião, procuro sempre despachar aquilo que é debatido neste fórum, junto com o Ministro. No último mês, tivemos um pouco de dificuldade em relação à agenda, em razão, naturalmente, do processo de transição e dos debates que ocorrem no governo em relação à questão do reajuste do salário mínimo e da repercussão que isso terá dentro da Previdência.É bom saber que existe um decreto do Presidente da República, que estabelece as regras de transição e isso tem procurado ser feito, mesmo num processo de transição, afinal são governos de continuidade, mas são pessoas diferenciadas que estão assumindo postos. Portanto, tanto a Secretaria de Políticas, a Secretaria Executiva e o próprio Ministro, temos procurado desempenhar as atividades em relação a este processo significativo. E essa questão do orçamento do ano que vem que envolve o debate do salário mínimo, programa de expansão da rede. Ou seja, toda a nossa equipe tem se voltado para essa questão. O Ministro, até quinze minutos antes, não sabe se viria, por conta de uma reunião que terá agora com o Ministro da Fazenda para discutir essas questões de orçamento e reajuste do salário mínimo e impacto na Previdência. Como havíamos combinado, ele fez uma avaliação que dificilmente teríamos uma outra data no mês de dezembro para realizar a reunião, fazermos essa última agora, sem que houvesse possibilidade de fazermos em dezembro, por uma questão de agenda e das datas festivas. Então, além dos pontos de pauta colocados, depois existe um questionamento da Pâmela em relação a um ponto de pauta que ficou pendente, gostaria que depois de esgotados os pontos de pauta, entrássemos no ponto, Pâmela, pelo menos para explicitar o que ficou pendente, para prepararmos para uma próxima reunião. Não ficou muito claro, pelo menos para mim. Não consegui despachar isso com o Ministro. O tema Cadastro de Segurado Especial, que pontos precisam ser debatidos, para que tenhamos condição de trazer aqui as pessoas que desenvolverão o tema.A nossa pauta, então. Primeiro, a questão do expediente aqui, em relação à aprovação da Ata da reunião anterior. Eu gostaria de saber se todos receberam, se há algum tipo de observação a ser realizada. Pois não.O Sr. Emerson Casali Almeida (CNI):Eu estava olhando aqui a Ata e algumas colocações foram transcritas de uma forma que muda um pouquinho o contexto. Eu gostaria de pedir que eu pudesse mandar, depois, a sugestão. Só ajuste. Eu estava olhando particularmente o que declarei em nome da CNI. Se você quiser eu posso falar agora, ou mandar já por e-mail.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Acho que era bom que você apontasse onde está a situação e, como é uma questão de contexto, você já falasse, porque a redação vai procurar atender menos literalmente, mais objetivo.O Sr. Emerson Casali Almeida (CNI):Nas linhas 120 e 121, o Nilson Bahia perguntou se os acidentes de trajeto ainda estavam contemplados no FAP. Aí, dei uma explicação técnica em relação a isso, como eles estavam considerados no FAP. Do jeito que ficou aqui, “ “respondeu que não havia uma punição adicional para as empresas que tiveram acidentes sem ser de trajeto”. Na verdade, há, só que dentro do FAP. Então, queria deixar isso aqui mais explicado, dentro da fórmula do FAP.Nas linhas 198 e 199, sobre a questão da Conferência de Saúde, na linha 199, eu teria dito que “lamentava o desinteresse na área empresarial no diálogo”. Não foi isso que eu disso. Eu disse que “lamentava o interesse pela presença da área empresarial no diálogo”. Então, isso muda significativamente. Basicamente, seriam essas duas modificações que eu queria sugerir. Vou passar um e-mail para você. Só um pequeno ajuste nisso. OK?O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):OK. Nenhum problema. Mais alguém gostaria da fazer alguma observação em relação à Ata? Então, permanecendo todos como estão, fica aprovada a Ata da reunião anterior.

Realizado um balanço bem sucinto da gestão previdenciária, pelo Ministro... Se eu passar a palavra para o Valdir, ficaremos o dia inteiro e não conseguiremos destacar os grandes avanços havidos na questão previdenciária no nosso país. O objetivo aqui não é jogar loas. Enfrentaremos dois temas. O primeiro, a questão das perícias médicas, como desdobramento da reunião anterior. Num primeiro momento, houve um questionamento geral. Eu sei que, em decorrência da agenda, nas últimas três reuniões, acabou não comparecendo. Então, havia todo um debate em relação à perícia médica. Primeiro por conta daquela questão da greve dos peritos e tudo mais e, por outro lado, o tema perícia médica, por si só, é bastante controverso. Fizemos em dois tempos. Num primeiro momento, veio o Brunca, ouviu, de uma certa forma os questionamentos. Ao mesmo tempo, trouxe uma apresentação mínima de como estava a perícia médica, objetivos e tudo o mais.Como o tema não se esgotou na reunião, foi proposta a realização de mais uma nova apresentação, explicitando de caráter didático a questão e apresentando, enfrentando alguns dos questionamentos que foram realizados aqui e que não foi possível esclarecer todas as questões levantadas naquela reunião. O outro tema, Educação Previdenciária, também com o objetivo de apresentar o trabalho de como vem sendo desenvolvido, o que é, uma espécie de prestação de contas, em relação a isso, até porque algumas pessoas gostariam de analisar e serem propositivas em relação ao tema.Então, passo a palavra. Quem está aqui para apresentar. Não sei se o Valdir gostaria de fazer uma introdução. Não. Então, Dr. Alexandre, Coordenador–Geral de Perícias Médicas, que vai fazer uma apresentação. Com a palavra, o Dr. Alexandre e depois abrimos para esclarecimentos e debates.A Sra. Maria Júlia dos Reis Nogueira (CUT):Pedi a palavra antes da exposição sobre perícias médicas, porque talvez eu tenha de me retirar até antes da finalização da exposição, porque a direção nacional da CUT está reunida no Hotel Nacional. Ausentei-me para vir aqui, porque esta também é a última reunião da qual participo, enquanto representante da CUT no Conselho Nacional da Previdência.Então, gostaria de agradecer pela oportunidade que me foi dada de conviver durante este período com todos vocês. Foi um grande aprendizado. Conseguimos debater as ideias e as nossas propostas, enriquecê-las com a contribuição de cada um.Provavelmente, na próxima reunião do Conselho a CUT encaminhará uma outra pessoa que nos representará. Mas nós já gostaríamos de fazer este agradecimento pela oportunidade no Conselho Nacional da Previdência.A segunda questão, para finalizar, é convidá-los. Hoje, às 18h30, no Hotel Nacional, faremos o lançamento de uma publicação. Eu sou a Secretária Nacional de Combate ao Racismo da CUT. Estamos publicando hoje a cartilha A Igualdade Faz a diferença. Se vocês pudessem nos prestigiar, ficaríamos bastante agradecidos.Obrigado. E sucesso. Espero que o Conselho continue fazendo o seu papel. Porque, assim, a cada vez mais a Previdência Social no Brasil estará fortalecida. Obrigado.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Obrigado, Maria Júlia. Parece que temos aqui um certificado, mas tem de assistir a reunião até o final, senão, não recebe o certificado de participação. Brincadeira. Obrigado pela sua presença. Com a palavra, o Dr. Alexandre. O Sr. Alexandre Coimbra (Coordenador-Geral de Perícias Médicas do INSS):Bom dia a todos. Meu nome é Alexandre Coimbra, perito médico previdenciário. Atualmente, exercendo a função de Coordenador-Geral de Perícias Médicas e estou substituindo a Dra. Filomena que é a Diretora de Saúde do Trabalhador, que teve um compromisso inadiável. Eu gostaria de apresentar umas considerações iniciais. Trouxe uma apresentação bastante técnica, que irei disponibilizar. A minha intenção realmente, porque não assisti à primeira, é me apresentar como um perito médico de trinta anos de ponta. Hoje, estou neste cargo aqui, mas trabalhei na ponta em Taubaté por trinta anos. Minha especialidade é traumatologia e medicina do trabalho.

Peço desculpa para aqueles que já conhecem alguma coisa que trouxe, mas de qualquer modo é um tema, como disse o Fernando, perícia médica é um tema bastante envolvente e que suscita muitas discussões. Eu gostaria que, no momento em que se apresentarem as dúvidas, elas já fossem esclarecidas. Estamos abertos para perguntas. Então, em relação às perícias médicas, seus preceitos básicos, claro que a atividade pericial no INSS tem uma finalidade importantíssima naquele processo que ocorre, desde o momento em que o segurado protocola um requerimento de benefício, até a conclusão final em que ele vê a conclusão do seu requerimento. A concessão ou não daquilo que ele requereu. Nesta parte a perícia médica tem um fator importante, mas não único. A maioria dos benefícios por incapacidade, por envolverem matéria médica, necessitam de um parecer médica, tipo um parecer jurídico. Isto só pode ser feito por médico. É quando o perito médico previdenciário atua no elencamento das considerações que pode fazer. Portanto, o parecer técnico conclusivo, na avaliação de incapacidade – isto deixarei claro, desde já, e tocar no assunto um pouquinho mais para a frente.A fundamentação legal é extensa e está completamente elencada aqui. São leis, decretos, portarias, instruções normativas, e manuais que o perito médico deve ter conhecimento para poder chegar a uma conclusão, ao final do seu exame.Uma coisa importante que gostaria de destacar no início é a diferença entre o médico assistente e o médico perito. O médico assistente é visto pelo segurado... tem uma finalidade principal, que aprendemos na faculdade, que é ouvir o paciente, perceber suas queixas, analisar a história e o exame físico e chegar a um diagnóstico, se possível, usando meios não só do meio físico, mas outros meios complementares e instituir o tratamento com a finalidade de trazer aquele, no caso um paciente, à sua condição de saúde, como assim ele deseja.Como já disse antes, o perito médico não é um médico assistente. Ele tem uma função completamente diferente e, por isto, às vezes, é difícil que a sociedade entenda a função do médico perito. A sua função está mais relacionada à área jurídica, a avaliação de incapacidade. O ponto principal de análise é a incapacidade, que é esta que pode ou não gerar um benefício para o segurado. Baseado nisto, o perito médico tem de saber legislação, enquadrar aquela situação que o requerente lhe apresenta para que possa chegar a uma conclusão.É claro que o relacionamento interpessoal entre o médico assistente, que é aquele médico social, que é visto até num sentido paternalista pelos seus pacientes. Isso não ocorre com o perito médico, que tem a função de analisar a capacidade laborativa. E muitas vezes o segurado portador de uma doença acha que aquela doença, por si só, já poderia lhe trazer algum benefício. Na verdade, pode ser até uma doença muito grave e que, no momento daquele exame, não gera uma incapacidade laborativa. Isto o perito médico tem de ser coerente, analisar e declarar essa situação no seu laudo. Porque o seu laudo, muitas vezes, gera uma situação legal, que pode ter reflexo na área judicial. E muitas vezes tem. Os atos periciais implicam sempre num pronunciamento de natureza médico-legal destinado a produzir um efeito na via administrativa do INSS, que seria a concessão ou não do benefício. E isto é passível de contestação em via recursal na própria Presidência e na Justiça. Incapacidade laborativa. Esta é o alicerce da perícia médica: avaliar a incapacidade laborativa do seu segurado. O que quer dizer isso? o indivíduo se acha, de repente, sofrendo de uma doença. Ele acha que pode ser incapacitante. Cabe ao perito médico determinar se, realmente, há uma impossibilidade total no desempenho das suas funções específicas, ou se essas funções podem colocar aquele segurado, requerente, em risco de vida ou que possa colocar terceiros em risco de vida. Principalmente no caso de doenças psiquiátricas, nas quais o paciente com certeza está tomando medicamentos que implicam em redução direta dos seus reflexos. Quais as datas importantes da perícia médica. A DID. São datas importantes, porque baseado nelas, pode haver uma concessão administrativa ou não de um benefício. Antes de entrar nelas, eu gostaria de dar um exemplo. Um indivíduo que apresentou um problema psiquiátrico e iniciou um tratamento. Porém, tratava-se de uma doença extremamente branda, que não necessitou de uma medicação, ou uma medicação mais suave, que não implicava nos seus reflexos ou na sua

condição de saúde. Este indivíduo é empregado e tem um atestado dessa época, quando se iniciaram os primeiros sintomas da doença, que na época não era incapacitante. Essa é a DID, Data do Início da Doença. Algumas vezes, de difícil fixação pelo perito médico. Ele leva em conta internações, atestados, receitas da época, para poder fixar a Data do Início da Doença. A Data do Início da Incapacidade é no momento em que a doença desse indivíduo se agrava, tem a sua doença aumentada e necessita de um afastamento do trabalho, por um motivo ou outro.Essas duas datas são muito importantes, porque, se o indivíduo, na data do início da doença, não era contribuinte e começou a contribuir após a DID, ele só terá direito ao benefício, se essa doença se agravou. A situação que ele apresentava, quando começou o início da contribuição, quando apareceram os sintomas, ele não terá direito à concessão do seu benefício. Ou seja, ele começou a pagar o seguro do carro, depois do carro já ter apresentado algum problema.Já a DII também é importantíssima, porque também fixa a data do início da incapacidade, a possibilidade ou não da concessão do benefício. São as duas datas importantíssimas, porque aqui anda não há incapacidade para o trabalho. E aqui manifestamente já existem alterações que impedem o indivíduo de exercer a sua atividade. Desculpe, mas darei um exemplo bem radical. O indivíduo apresentou um câncer benigno no início. Benigno, entre aspas, mas controlável, que não o incapacitava para o trabalho. Posteriormente, esse câncer se agravou. A DID é a data do primeiro diagnóstico, ainda em incapacidade. Se esse indivíduo começou a contribuir depois do diagnóstico, mesmo sendo portador de uma doença extremamente grave que é o câncer, ele pode ter o seu benefício negado. Mas, puxa, ele tem câncer e o benefício não foi concedido. Claro, porque depende da data que ele iniciou o pagamento. E o câncer é um doença ainda que na fixação da DII isenta de carência. Não são necessários aqueles doze meses que todos os contribuintes têm de passar. E o câncer é uma delas.Como eu disse no início, a concessão do benefício é um processo grande, que a perícia parte. O próprio perito pode ter colocado que ele era portador de um câncer grave e que não tem condições para o trabalho. No momento em que passa pela área administrativa e que é verificado que ele iniciou a contribuição depois da manifestação das doenças comprovadas, ele não terá o direito ao benefício, não por parte da perícia médica, mas por conta da legislação que assim o diz. Que, se ele iniciou a contribuição e o câncer estava mantido, não houve uma evolução, e ele quer utilizar aquele diagnóstico, ele não poderá. No momento em que o câncer se agrave, havendo um agravamento da situação, ele terá direito.O que é invalidez? Claro que é fácil o conceito: é uma capacidade total, permanente, multiprofissional, insuscetível de recuperação ou reabilitação profissional, que garanta a subsistência do segurado. Estes casos vão certamente para a aposentadoria. Este passarei mais ou menos rapidamente. Vocês estão cansados de saber o conceito de seguridade social, que inclui os Ministérios da Saúde, da Previdência e da Assistência Social e Combate à Fome. Existem certas regras da Seguridade Social, acho que não há necessidade de discutir no momento.Aqui está a Previdência Social garantida pela Carta Magna Brasileira de 88. A definição da Previdência Social é muito importante. É organizada na forma do regime geral de caráter contributivo e de filiação obrigatório, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e que atenderá nos termos da lei a: cobertura de eventos de doença, invalidez e morte e idade avançada; proteção à maternidade, proteção ao trabalhador em situação de emprego involuntário, salário-família e auxílio-reclusão para dependentes de segurados de baixa renda, e que sejam segurados, pensão do morte do segurado, mulher, cônjuge ou companheiro e dependentes.O INSS, fazendo parte já do Ministério da Previdência. É uma autarquia federal, como todos sabem, criada por lei. Foi criado pela Lei 8.029, de abril, de 1990, mediante a fusão do Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social, antigo IAPAS, com o Instituto Nacional de Previdência Social.

Qual a missão do INSS? Garantir proteção ao trabalhador e sua família, por meio de política pública previdenciária solidaria, inclusiva e sustentável, com objetivo de promover o bem-estar social. Aqui cabe um parêntesis. Com base nesta definição, sabemos que às vezes pessoas com um caráter um pouco mais duvidoso conseguem, através de fraudes ou dissimulação, um benefício previdenciário. No momento que uma pessoa destas consegue um benefício, burlando a nossa legislação, todos estamos sustentando este indivíduo pelas contribuições que mensalmente todos nós somos obrigados a pagar.Competência da perícia médica, que é o escopo da primeira parte da apresentação. Já dissemos: realizar exames médicos periciais do segurado do Regime Geral da Previdência Social, benefícios da prestação continuada dos servidores do INSS, porque o perito também faz exames de servidores do Regime Jurídico Único. Fazer vistorias de inspeção nos locais de trabalho para reconhecimento de nexo técnico em caso de doença profissional ou em caso de aposentadoria especial. Requisitar, quando necessário, exames complementares, cientificar o requerente, ao final do exame, que ele receberá uma comunicação, de acordo com a legislação vigente. Orientar o segurado quanto aos seus direitos em relação a prazos e recursos. Participar de juntas médicas. Zelar pela observância do Código de Ética Médica, porque, além de ele estar subordinado ao Código de Ética do Servidor Público, também o médico deve respeitar o Código de Ética Médica. Manter-se atualizado sobre as normas técnicas. Emitir parecer técnico para assessoramento junto à procuradoria federal especializadas. Participar de revisões de auxílios-doenças. Depois vocês terão disponível isto aqui. Estão elencadas todas as atividades que o perito médico previdenciário deve exercer. Analisar laudo técnico emitido pela empresa, nos casos de aposentadoria especial. Assessorar tecnicamente a área de benefícios e prestar informações quantitativas e qualitativas sobre os trabalhos que ele exerce para a sua chefia imediata.Nota importante: o perito médico previdenciário não poderá, sob pena de responsabilização, atuar como perito judicial nos processos em que o INSS seja parte. Se nomeado por juiz de direito como perito judicial em processo em que o INSS seja parte, ele deve declinar e justificar imediatamente a sua impossibilidade.A primeira parte, mais ou menos, para trazer um aspecto geral sobre perícia médica. Alguém gostaria de fazer alguma pergunta, algum comentário, antes de passarmos para a segunda parta?Melhor?Bom. Nesta segunda parte, trouxe alguns números atualizados a respeito da nossa perícia médica. Isto também estará disponibilizado. Até a média de janeiro a setembro de 2010. Temos 642 mil novos requerimentos por mês. Sendo quase 50% por benefícios por incapacidades da espécie 31 e 91. 31 é o previdenciário e 91 é o benefício acidentário. Fazemos, em média, 570 mil pericias por mês no Brasil. E até setembro de 2010 já realizamos 5,1 milhões de perícias. São números extremamente grandes e que chamam à atenção. O pagamento de benefícios, estão na segundo coluna, já pagamos até hoje 4,736 milhões, aproximadamente, e de auxílio-doença, 5%, quase 6. Aposentadorias especiais, 2,66. Por invalidez, 11%, arredondando. Benefícios de prestação continuada, praticamente 5%. E auxílio-acidente, 0,72%. Dessas espécies, já é um total de 25%.Quantidade de perícias médicas realizadas no acumulado de 2010. Aqui, temos pelas superintendências. A Sudeste 1, até outubro, já realizou 1,568 milhão. A Sudeste 2, 1,4 milhão, mais ou menos. A Sul, 1,2 milhão. A Nordeste, quase 1 milhão e a Norte-Centro-Oeste, 660 mil perícias em números redondos, dando aquele total que já vimos de 5,692658 milhões.O Sr. Emerson Casali Almeida (CNI):Só para tirar um dúvida, volte no slide anterior. 25% ali é no total que o INSS paga em tudo. Corresponde ao trabalho que tem a ver com perícia médica.E ali 640 mil novos requerimentos por mês. Metade desses requerimentos passam pela perícia médica?

O Sr. Alexandre Coimbra (Coordenador-Geral de Perícias Médicas do INSS):Exato. Aqui temos agora a média mensal em porcentagem da quantidade de perícias médicas realizadas também no acumulado 2010. Por regiões a Sudeste I é o próprio Estado de São Paulo, que é responsável por grande parte dessas perícias realizadas.Aqui também, temos agora em percentagem, pelas superintendências regionais. AX1 é o primeiro exame requerido pelo cidadão, o PP é o exame de prorrogação e o PR é o exame de reconsideração. Aqui, podemos abrir um parêntesis. O cidadão protocola um requerimento e passa numa perícia médica. Baseado em conceitos científicos, estudos, estatísticas e epidemiologia, o perito médico, independente da especialidade que exerce fora da instituição tem plena capacidade de decidir aproximadamente quanto tempo aquela doença deve evoluir. No meu caso, ortopedista – devo dizer que dentro de INSS são poucos ortopedistas – temos uma previsão quase que exata de uma evolução normal de uma fratura. Com certeza, podemos colocar o tempo estimado, preciso, que aquele indivíduo terá de disponibilizar para voltar à sua condição de normalidade. Nesse ponto, o INSS tem feito um trabalho muito importante em relação à publicação de diretrizes. Temos as diretrizes de psiquiatria, feitas por nossos médicos do quadro, as diretrizes de ortopedia, da qual participei ativamente, as diretrizes de clínica médica 1, que já está sendo publicado como resolução e as diretrizes de clínica médica 2 e de medicina do trabalho, que vem futuramente.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):O que seria uma diretriz? É um equivalente a um protocolo, se fosse para a questão clínica?O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Exatamente. Como se fosse um protocolo, palavra correta. Então, ali existe um direcionamento da medicina voltado para a perícia médica. Claro que fala sobre a doença, o tratamento, mas especificamente qual a repercussão que essa doença poderia ter na licença do trabalhador ou do segurado.Como disse, com certeza, como ortopedista, sei que uma fratura de perna leva sessenta dia para consolidar, em média, e que com noventa dias essa pessoa com uma evolução normal de uma fratura de tíbia, por exemplo, estaria recuperado.No momento da perícia, o perito que não seja ortopedista, tendo essa dúvida, acessa diretamente essas diretrizes e ali está a orientação de como ele deve proceder. Isso, além de facilitar muito para aquele médico que não é especialista, facilita demais a uniformização de conduta em nível de todo o território nacional, para evitar o que acontecia até pouco tempo de disparidades muito grandes, em nível de concessão de benefício em tempo.O Sr. Ubiramar Mendonça (DATAPREV):A questão das doenças psiquiátricas hoje com a evolução da sociedade que aparece muito hoje, esse tratamento é da mesma forma de uma doença ortopédica, por exemplo, como foi tratada nesse protocolo que o senhor citou?O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Não. Temos as diretrizes de psiquiatria realizadas por psiquiatras e, de acordo com o tipo de doença que a pessoa apresenta, existe uma indicação de um norte, pelo menos, do que pode estar acontecendo. Porque as doenças psiquiátricas, em nível de todos os médicos, são as mais difíceis de termos uma certa conclusão.Então, essas diretrizes... Eu trabalhei muito tempo na ponta. A primeira coisa que eu fazia era abrir uma diretriz de psiquiatria e deixar no rodapé do computador. Porque vem diagnósticos muito difíceis, principalmente no meu caso de ortopedista, bastante distante da área de psiquiatria. Quando eu abria, via o diagnóstico, que vinha no atestado do médico assistente, já abria e já tenho uma certa orientação.Claro que as diretrizes indicam um norte, mas não querem dizer que deve ser seguido à risca, absolutamente, o que está escrito lá. Nesse caso, o perito, como médico, tem a função de saber

realmente aquele quadro que ele está analisando se enquadra na diretriz ou não. Certo? São diretrizes, mesmo.Supomos que passou um caso comigo, uma fratura de tíbia, que sei que recupera em noventa dias e dei noventa dias para o segurado. Nesse intervalo, a fratura dele demorou um pouco mais para consolidar. É claro que, apesar de eu ser um expert em ortopedia, dentro da medicina, existem certos fatores que estão fora do controle normal. Este segurado, quinze dias antes do vencimento do prazo que eu havia dado para ele, requer um novo exame e quer um exame de PP, Pedido de Prorrogação. Ele vem, apresenta uma radiografia, que mostra que está havendo um retardo de consolidação, que pode ocorrer perfeitamente, e o outro perito que o atendeu prorrogará o seu benefício. Então, não existe uma fixação estanque do AX1 em noventa dias. Ele já tem essa possibilidade.No caso do perito que atender e falar. Não este aqui já está bom, você já pode voltar a trabalhar. Ele ainda tem direito a um pedido de reconsideração. Passará por um perito diferente. Por último, ainda tem o pedido de junta de recurso a respeito desse caso, quando é feita uma perícia de junta médica, dois peritos, de preferência, algum deles sempre diferente e que isso depois vai a níveis superiores para julgamento.Então, o fato de eu ter fixado noventa dias não quer dizer que em noventa dias aquele segurado cumpriu aquilo e acabou. Não. Ele tem vários mecanismos para dizer que a sua doença não se resolveu naquele período que foi determinado no primeiro exame.Tempo de espera de agendamento de perícia médica no Brasil. Todos sabem que houve uma greve da perícia médica que se iniciou em junho e isso foi tirado no dia 29 recentemente e, progressivamente, o tempo de espera está diminuindo. Tanto para perícia inicial – o ideal é que fossem quinze dias. O ótimo seria que fosse até cinco dias. Mas houve, realmente, um represamento de perícias e hoje estamos caminhando já para uma certa normalidade, progressivamente. Principalmente, pelo fato de ter sido aberto o credenciamento de médicos para poder agilizar o agendamento. Aqui podemos ver a quantidade de APS por faixa de espera. A greve ocorreu aqui, em junho. A espera pior... este roxo aqui é acima de trinta dias. Vemos que não existe uma variação muito acentuada. Aqui sim aconteceu uma espera de dezesseis a trinta dias. O ideal é que essa faixa azul, de zero ao cinco estivesse o mais alto possível.A evolução dos benefícios previdenciários. O requerimento, que é a faixa branca. Em outubro, houve uma queda no número de requerimentos de perícia. Não sabemos porque. Teremos de esperar novembro, para ver o que está acontecendo. Porque, comparado com os anos anteriores, não existe essa queda. Claro que, se houve uma queda no número de requerimentos, também se diminuem o número de indeferimentos, de concessão e o número represado. São dados de até 26 de outubro. Seguinte.Aqui temos um gráfico muito interessante, porque gosto de mostrar a evolução do auxílio doença previdenciária, auxílio doença ao acidentado se reverteu ao nível num período de tempo de janeiro de 2007 a dezembro de 2010. Temos claramente que, aqui, houve uma queda de 31 com acréscimo de 91. Isso se deu, quando foi instituído o Nexo Técnico Previdenciário epidemiológico. Mostrando que o NTEP ajuda muito na concessão dos benefícios acidentários em relação aos previdenciários. Em relação ao valor, é o mesmo. Mas em relação ao trabalhador, ele está muito mais protegido no momento em que tem reconhecido como acidentário uma doença que inicialmente seria de caráter previdenciário, sem relação nenhuma com o trabalho. Aqui também houve uma alteração, que identificamos como a entrada em vigor da IN 31 e da 11.200, que também trouxe bastante benefício no previdenciário para o beneficiário e depois tem se mantido com o correr do tempo.Aqui tem. Dezembro de 2009. não sabemos por que houve esta alteração. Estatisticamente, não é uma alteração tão significativa quanto as outras que ocorreram. Não conseguimos identificar o que aconteceu.

A proporção, em 2010 de benefícios previdenciários para benefícios acidentários, ocorre nesta proporção, 16,2. Benefícios previdenciários para acidentários, para 83,3.O fato importante que podemos verificar por este gráfico. Temos que, de 2005 a 2010, em grupos de CID S, acidentes de qualquer natureza ou causa, CID N, doenças ortopédicas, o CID F, doenças psiquiátricas, e o I, doenças cardiológicas. São as quatro doenças que incidem epidemiologicamente, na perícia médica.Vemos nitidamente que o grupo S cresceu e hoje está acima do grupo N. Com a instituição das diretrizes e com o treinamento dos nossos peritos que tem sido feito, principalmente, por videoconferências, hoje são obrigados a se reunir pelo menos uma vez por mês, reuniões técnicas, às quais procuramos comparecer a essas reuniões, para prestigiar e trazer esclarecimentos que talvez precisem. Associado ao Nexo Técnico Epidemiológico, que aumentou o número de 31, houve uma inversão. O grupo S hoje está muito maior que o grupo N, de doenças ortopédicas. Conseguimos, por meio das estatísticas, verificar que realmente o que ocasionou são esses fatores que citei. O grupo I praticamente... Houve uma maior transformação de P31, benefício previdenciário, para benefício acidentário.O Sr. Emerson Casali Almeida (CNI):Corresponde a que tipo de...O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Acidentes de qualquer natureza ou causa e doenças profissionais.É isso. Agora, estou aberto às questões que queiram formular. Por favor.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Bastante esclarecedora. Abrirei as inscrições. Evandro, Jerônimo, Emerson. Passou a palavra ao Evandro. Eu gostaria de fazer um questionamento. A apresentação, para mim, foi muito ilustrativa. De fato, ela se adequou, num primeiro momento, para esclarecimento de várias dúvidas que tínhamos em relação à questão da perícia, sem entrar na questão de mérito em relação a este ou aquele tipo de questionamento que alguns acabam fazendo com uma certa frequência.Eu gostaria de passar a palavra ao Evandro.Para mim, para melhor esclarecer, o papel do perito médico em relação a perícia médica e análise, exame clínico. Porque, muitas vezes, as pessoas sempre perguntam. Por que eu cheguei lá com um papel para fazer aminha perícia e o médico não me examinou. Eu gostaria que o senhor voltasse rapidamente a esta questão e, depois, na sequência, eu passo a palavra aos demais membros aqui.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):O que temos comprovado, Fernando, é que isto não procede. A maioria de análises que temos feito, processos mesmo que recebemos: olha, o médico não me examinou, nem olhou os exames que trouxe. Quando fazemos o levantamento da perícia realizada, está tudo descrito no exame médico.Uma coisa que procuramos chamar bem à atenção nos cursos que participamos com os peritos é a questão do posicionamento interpessoal com o segurado. Porque é um relacionamento muito difícil. Sabemos que nem todos os peritos agem de um modo com um mínimo de urbanidade e que, às vezes, tem exames que o segurado sai totalmente insatisfeito.Mas, na maioria das vezes, ele sai insatisfeito, não pelo atendimento médico, mas pela conclusão. Ele tinha uma expectativa de receber uma coisa e aquilo não aconteceu. Às vezes, a própria perícia, como disse anteriormente, não é totalmente culpada pelo fato. Porque o benefício não é concedido por problemas administrativos: falta, perda de qualidade de segurado. Apesar do exame inicial ter sido favorável às suas pretensões. O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Evandro. Pela ordem.O Sr. Evandro José Morello (CONTAG):

Bom dia a todos e a todas. Queria parabenizar o Dr. Alexandre pela exposição bastante didática aqui, importante para avançarmos neste tema. Tenho algumas questões a levantar.Primeiro, perícia médica é a questão mais, eu diria, difícil de trabalhar dentro da Previdência Social. Porque os outros benefícios têm parâmetros objetivos, critérios bem definidos. A perícia médica, embora tenha um conjunto de elementos para ajudar o médico perito, isso não é compreendido pelo segurado, pela população. Talvez, advenha daí uma das grandes dificuldades hoje desse tema ser tratado no âmbito institucional e como isso reflete no dia-a-dia das pessoas que estão lá.Temos uma cultura problemática em relação à saúde do trabalhador e na relação com o INSS, no passado. Acho que o trabalhador deposita uma expectativa de fato, além do que é devido para ele, dentro do problema de saúde em tese que ele apresenta, achar que pode alcançar esse benefício e a frustração dele, quando é negado. Já convivi com várias pessoas que viviam um pouco isto. As pessoas alimentavam uma expectativa enorme e, depois, revolta-se com o processo pelo benefício ter sido indeferido. E onde se acham as explicações para isto? A primeira pergunta, Dr. Alexandre, é a seguinte: na avaliação de vocês, técnicos em INSS, por que há essa relação de dificuldade de compreensão das pessoas? Onde está esse elemento que muitas vezes extrapola até o bom senso das pessoas que vão pedir o benefício por incapacidade. Por que se dá essa relação conflituosa.Não sei se já sentiram isso na pele. Agressão, uma série de coisas. Estou perguntando isto porque será que não faltaria hoje um processo de uma abertura maior, um diálogo maior, dessa área, perícia médica, com a população, com elementos mais ilustrativos, orientativos. Apenas como ideia, para debatermos aqui.O senhor mencionou as diretrizes, por exemplo. Dá para extrair dessas diretrizes, um material que poderia ser divulgado maciçamente, para a população. O exemplo da questão dessa área onde o senhor trabalha, que de fato facilita muito para a pessoa ler alguma coisa ali e já fica sabendo que se ela tiver uma fratura, em tese, fica x dias afastada do trabalho. Alguma coisa palpável, para trabalhar um sistema de comunicação com a população.Outra questão. Foi citado o tempo de espera e a greve dos médicos. Acho que isto repercutiu muito negativamente no âmbito do INSS, uma questão que está sendo resolvida. Quantos médicos peritos efetivos há hoje no INSS? Quantos estão sendo credenciados? Acho que esse credenciamento de novos médicos, até em função daquela decisão da Justiça de São Paulo, da ação civil impetrada pelo Ministério Público. Se isto é uma pendência, por quanto tempo, se tem uma previsão de haver concurso público para contratação, para suprir, ou se não há necessidade de se fazer concurso público, apenas para suprir esse período de pedidos de benefícios por incapacidade. Enfim, qual é a situação real que se apresenta para os próximos meses em relação à perícia médica? Obrigado. O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Realmente falta conhecimento à população de qual é a função principal da perícia médica. Existem outros fatores com os quais também temos nos preocupado, e procuramos trabalhar nessas reuniões mensais com os peritos médicos. Um exemplo que sempre mostro. Trabalhei trinta anos na perícia de ponta. Jamais fui ameaçado, destratado, recebido telefonemas anônimos, porque é um princípio que trazemos das nossas casas e de urbanidade. Custava dar um bom dia, atender o segurado como uma pessoa, ao invés de tratarmos com um relacionamento frio, que muitas vezes percebemos que isso ocorre com os peritos. Temos trabalhado isto. Mas quanto tempo levará, não sabemos.Por exemplo, az vezes o servidor traz um exame. Ele está pleiteando um afastamento por problema de coluna. E traz uma ressonância nuclear magnética do abdômen. Para ele, é um documento de extremo valor. Primeiro, você sabe que o SUS demora muito tempo para liberar um exame desse tipo. Às vezes leva um ano para conseguir o exame. Entrega aquilo com a expectativa de que seja visto. Muitas vezes, confesso, um perito nosso nem olha. O que tem a ver com um problema de coluna uma ressonância abdominal.

Eu, pelo menos, pegava, olhava, e explicava. Olha, realmente é interessante, mas não tem nada a ver com a solicitação principal que é um problema de coluna. Eu sempre dialoguei. Muitas vezes, o segurado chegou para mim e falou: Doutor, o senhor está negando esse benefício para mim? Eu explicava porque estava negando. Como vou fazer para alimentar os meus filhos? Você tem de procurar outro caminho, porque aqui na perícia caracterizamos uma incapacidade para o trabalho e você está vendo que você não está incapacitado para o trabalho. Devidamente explicado, a pessoa aceita, sem grandes complicações.Em relação à segunda questão, quanto às diretrizes. Antes de serem publicadas para funcionar, são convocadas as consultas públicas. São encaminhadas para todas as sociedades por especialidades, como foi para ortopedia e psiquiatria, e todas as sociedades teceram bastantes elogios às diretrizes. A diretriz de clínica médica 2, por exemplo, será colocada para consulta pública no site do Ministério. Todos têm acesso. O Ministério do Trabalho costuma dar bastantes opiniões a respeito. Antes de ser colocada como norma nova, analisamos todos esse feedback que recebemos das pessoas que leram, analisaram e sugerem algumas coisa. São colocadas nas diretrizes. Estão, ainda, no site do Ministério. Todos têm acesso. Não são documentos secretos.Médicos peritos. No final da minha apresentação, tirei de todas as agendas executivas o número de médicos peritos. Estávamos com 4.888 peritos no quadro. Em relação aos peritos credenciados, é muito dinâmico. Tem havido um aumento do credenciamento, mas não é muito grande. Só na Região Sul que, realmente, foram credenciados vários médicos. São temporários, porque, no momento em que o tempo de espera por perícia médica volte à normalidade, não serão mais chamados. Então, hoje, 4.888 médicos peritos do quadro. Não tenho realmente... No final da apresentação tem o aumento do gasto que tivemos com os credenciados, que dá uma ideia. Inclusive, esses slides suplementares também serão passados para vocês. O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Esta dinâmica, considerando que os questionamentos têm sido realizados e a resposta tem sido feita de forma bastante sucinta, ao invés de passar por todos fazerem os seus questionamentos. Queria que isto seja bastante produtivo, desde que haja essa coisa em relação à questão do tempo, tanto por parte do perguntador, quanto daquele que responderá.Pela ordem, Jerônimo, Emerson e, finalmente, o Levy.O Sr. Jerônimo Rodrigues Filho (SINTAP/CUT):Bom dia a todos e a todas. Do meu ponto de vista, a minha discussão que eu gostaria de debate sobre perícia médica não é bem a apresentação que foi feita. Aquilo é como deveria funcionar. Mas, na verdade, não funciona.Eu gostaria de colocar em discussão para este Conselho, algumas coisas que há muito tempo venho pleiteando, quando posso falar. Coisas que peritos médicos não aceitam.Acompanhante na perícia. É um direito de todo cidadão, se não se sentir em condições ter um acompanhante. Lá diz que com perito não pode. O doutor falou do CID, que para nós sindicalistas chamávamos de alta programada, ou seja, apura noventa dias. Mas isto não pode ser uma decisão mecânica, porque cada ser humano possui organismo que trabalha de maneira diferente. O Pedro pode levar noventa dias para sarar e o Paulo, talvez, nunca mais sarar, ficar com seqüelas. E eu sei, por informações de alguns peritos, é que o CID não dá mais. É aquilo ali e acabou. No caso, a chefia da perícia acaba modificando e é difícil.Só quero chamar a atenção do doutor, não pela exposição. Duas coisas que ele disse aqui. Que conversava com o segurado, explicava. Dizia bom dia ao segurado. Isso é uma coisa dele, do doutor, não é de todos os peritos. Uma coisa pessoal, que ele agia dessa maneira e, por isso, doutor, dou meus parabéns, porque o tratamento do perito para o segurado não é bom. Coloque uma câmera e veja o que o perito diz para o segurado. O segurado reclama e ele diz que está mentindo. Eu queria que se instalasse uma câmera com som, para ver o que eles falam. Eu fiz essa proposta e foi negada.

Outra coisa. Existe – isto foi dito por uma médica da Unicamp – um acordo entre a Previdência, perito médico e médico assistente, para que o médico assistente não coloque no atestado o prazo de afastamento do segurado. Doença x, se sou médico assistente, e acho que deve ficar afastado por seis meses, pediram para não se colocar, porque tem muitos que fazem isto baseados nessas diretrizes. Que valem para todos, mas os organismos não reagem igual. Outra coisa. Não sei na base de vocês, mas na base de Campinas, os peritos médicos não se identificam, para depois o segurado não saber dizer quem foi que fez a perícia. Lógico que o perito médico contratado pelo INSS é funcionário como qualquer outro. Tem de seguir diretrizes da Previdência, também neste ponto, não só as diretrizes médicas. Outra coisa. Denúncia contra perito é em vão. Quem acusa é o Conselho Médico. Tenho aqui para deixar para vocês uma denúncia feita por um segurado. Assim que ele falou, falei: Você bota isso num papel e assina? Assino. Eu fui no computador e ele assinou. Entreguei nas mãos da gerência em Campinas. Nada acontece. Não sei por que. Vou acusar o gerente de Campinas? Ele não tem poderes para isso. A denúncia quem tem de () é o Conselho Regional de Medicina. Não é o INSS. O INSS é quem paga o perito, o INSS é que tem de fazer isso. Na minha opinião.Outra coisa. O doutor disse bem. Ortopedista. Eu chego com um atestado um cardiologista que me proíbe de trabalhar. Vem o ortopedista e diz: Não. O cardiologista não sabe. Você pode trabalhar. Eu gostaria e o Conselho poderia tomar uma posição que, quando houvesse treinamento para perito médico, que participassem pessoas tipo Conselho de Previdência ou conselheiros regionais, onde exista, para saber de onde vem essa certeza. Quem dá informação para esse perito, para ele sair dizendo que o que ele falou é o que vale. O que o médico assistente colocou no papel não vale.São coisas que precisam de mudança. Vamos supor que se teria um treinamento de vinte peritos, e participam algumas pessoas de conselhos ou de sindicatos ou de associações. Falar para o segurado: Quem está mentindo não é o médico, é você. Ou seja, então quem te mentiu não foi a chefe dos benefícios lá, foi o perito. Então, este tipo de coisas que gostaria que voltássemos a discutir e haver uma inserção maior, porque o Conselho até onde sei é para ajudar a aprimorar tudo, inclusive isso.O doutor disse que muitas vezes o segurado faz uma reclamação, vai ver, não é verdade. Mas não é verdade quando se houve o perito. Por isso que, se houvesse um meio de registrar o que se passa dentro de uma sala, saberíamos a verdade. Ainda existe dentro do INSS uma cultura muito antiga que todo segurado que pleiteava um benefício era vagabundo. Hoje, isso aos poucos está mudando. Ainda bem. Os tratamentos melhoraram. Ainda não é o ideal, mas melhoraram bastante temos de reconhecer isso. O caminho está certo. Outra coisa. A cartinha de recomendação. Até brinquei com o Valdir, porque ele ia acabar indo preso uma hora, porque é ele que assina. O nome dele é que vai lá, quando é negado um benefício. Mas, se o perito tem certeza naquilo que ele está dizendo, porque não é ele que assina? Outra coisa que o doutor disse aí. Muitas vezes, o segurado está doente, mas não tem a qualidade. E muitas vezes a cartinha vem: Foi negado por não haver doença. E vai-se aprofundar, o perito daria, mas ele não tem a qualidade de segurado. Então, existe uma falha nessa comunicação. Em alguns casos, fomos ver que o perito ia conceder, mas não tinha a qualidade de segurado. São falhas da Previdência, não do perito.A incompreensão do segurado é o seguinte, muito fácil. Ele vai no médico. O médico diz: Você não pode fazer nenhum esforço. Vai fazer a perícia, o perito: Não. Você pode trabalhar. Ele fica com um gancho na cabeça. Volta e, inclusive, médicos de empresas fazem muito isso: não aceitam as pessoas de volta ao trabalho. Aqui, não. Marca outra perícia. Você pode trabalhar.Tenho aqui um caso, que tenho documento, de uma moça de 41 anos que estava afastada, deram alta. Ela entrou com pedido de prorrogação, que foi negado. Eu que fiz o recurso para ela, por isso tenho o documento. Como o recurso demora, ela já estava há dois meses, sem receber. A moça faleceu. Com dizeres do perito que ela estava boa para trabalhar. O pergunta do médico

do INSS: de que doença ela morreu? Não importa. Não foi de acidente. Ela morreu, porque estava doente. E o perito atestou que ela deveria retornar ao trabalho. Então, são coisas deste tipo que leva à incompreensão do segurado e a sua revolta. O pai dessa moça se recusou. Ele foi orientado pelo advogado para entrar com um processo criminal contra o perito, porque aí não caberia contra o INSS. Contra o perito, que disse que ela estava boa e podia trabalhar. Mas ele se recusou. Não vou mexer com isso, não vou gastar dinheiro com advogado. Quer dizer, uma opinião dele.Outro caso, não trouxe documento, porque não fui eu que fiz. O senhor estava de benefício até no dia 30 de março. já com uma cartinha de alta a partir do dia 1º de abril. Quando foi no dia 19 de fevereiro, ele morreu. Quer dizer: como se pode dar alta para uma pessoa que está para morrer. Quando se diz que perito não está ali para fazer avaliação clínica, até concordo. Mas então que acredite um pouco mais no segurado e no próprio médico assistente. Porque, quando o doutor disse, a ética médica, acho que principalmente alguns peritos já não têm isso há muito tempo. Porque, eu como perito, se pegar um atestado de um companheiro, um médico assistente, amassar e jogar no lixo, estou jogando junto a minha ética médica.Essas coisas acontecem e acontecem com freqüência, talvez, doutor, com muito mais freqüência do que o senhor tem conhecimento. Porque numa base de uma cidade pequena acontece sim muita coisa desse tipo. E o pessoal vem reclamar. Isso chega para mim diariamente, um monte de reclamações desse tipo. Por isso, quando o segurado se revolta, tem de ser preso porque é bandido? Nem sempre. Cai numa situação, realmente, de desespero. Eu quero trabalhar, mas não posso. O médico da empresa não me aceita e o perito não me dá o benefício. O que faço? Esse caso dessa moça, um caso parecido, a firma mandou embora. Porque ela estava de alta, não podia voltar a trabalhar, foi demitida. E a moça morreu, exatamente dos problemas que o médico assistente estava dizendo. E o perito disse que não. Dirá que é um caso esporádico. Não é. Igual um dia disse aqui. muitos casos vão para a Justiça e ganham. Agora, se o INSS paga um perito para avaliar, ele avalia e depois vai para a Justiça, o perito da Justiça diz que a pessoa está doente e tem de se afastar, tem de se aposentar. Para que está se pagando? Deveria evitar esse tipo de coisa. O alto número de perícia é pedido de prorrogação que a pessoa faz, porque ela não se considera capaz para voltar ao trabalho e o pedido de prorrogação, que muitas vezes se dá depois. Se dá depois, por que já não dá logo. É mais uma perícia, mais serviço para a Previdência e mais um atropelo na vida do segurado. Então, o que eu tinha para falar... essa moça que morreu, se vocês quiserem, tenho aqui op atestado de óbito, a causa mortis, o NIT, vocês podem fazer o levantamento, hoje os filhos recebem o benefício, mas ela poderia não ter morrido. Porque quem tem problemas, principalmente cardíacos, a tensão mental acelera. Então, fico por aqui, mas gostaria que estudássemos e pudéssemos mudar para acompanhar a formação dos peritos médicos e que o segurado tivesse um acompanhante dentro do consultório. Porque às vezes a pessoa entra de cadeira de roda e quem a leva tem de sair. O que se fala para aquela pessoa, fica entre ele e o perito. Ele diz que o perito falou, o perito diz que é mentira. Obrigado.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):O senhor não fez uma pergunta, mas uma sabatina.O Sr, Jerônimo Rodrigues Filho (SINTAP/CUT):Desculpe, doutor, mas eu ouço isto todos os dias.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Mas tem algumas coisas que posso comentar. Em relação ao que você disse que o que apresentei é como deveria funcionar. Não. Trouxe dados atuais de como está funcionando. E, se isso fosse verdade, eu gostaria realmente que estivesse funcionando do jeito que estamos dizendo.Claro que, em nenhum momento, eu consigo defender a perícia médica com unhas e dentes, porque estamos num processo, como você disse, até em relação ao segurado que, historicamente ele vinha pleitear um benefício e muitas vezes levava sem apresentar uma incapacidade laborativa, historicamente também o perito médico têm de mudar. Os que entraram

em 2005, 2006, que já passaram por uma fase de treinamento que antes não existia, isso já está progressivamente de ambos os lados, tanto dos lados do segurado como do lado da perícia médica.Já estamos no ideal? Não. Estamos muito longe disso. Mas temos de trabalhar reunir, tentar chegar ao ideal. Porque a filosofia é de proteção ao trabalhador. Não podemos ir contra essa filosofia em hipótese alguma.Segundo, o perito médico não aceita um acompanhante. Não. Foi feito um parecer do Conselho Federal de Medicina que diz que a individualidade do segurado ou do paciente tem de ser respeitada a qualquer momento, veja bem: é muito importante, até para podermos analisar uma situação de um segurado, principalmente o psiquiátrico, o perito é que conversa com ele. Claro que se tivermos a necessidade de complementação, chamamos o acompanhante para poder complementar, porque tem problemas psiquiátricos, que o indivíduo não consegue falar nada. O Sr. Jerônimo Rodrigues Filho (SINTAP/CUT):O senhor faz isso. Outros, não.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Temos de falar pelo geral e pelo que temos conhecimento, não é, Jerônimo?Em relação à alta programada que você falou e que vem um CID e o atestado médico, dizendo que ele está incapaz por 60 ou seis meses. Este médico assistente está infringindo o código de ética médica. Porque é muito bem caracterizado no código de ética médica, qual a função do médico assistente, qual a função do médico do trabalho e a função do perito médico previdenciário. É muito bem caracterizado. O que o médico assistente deve colocar no atestado? O diagnóstico, a conduta que teve, o tempo que ele acha que aquele segurado vai ter necessidade de ficar afastado, para cumprir a evolução natural da sua doença. A medicação instituída, se ele vai melhorar ou não com essa medicação, se é um caso de mal prognóstico, um caos que pode ser relativamente benéfico. É totalmente vedado ao médico assistente colocar prazo para a perícia médica. O Sr. Jerônimo Rodrigues Filho (SINTAP/CUT):Essa resolução não é da formação do médico.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Isso é código de ética médica que tem de ser respeitado como código de ética médica.O Sr. Jerônimo Rodrigues da Silva (SINTAP/CUT):Mas ele não aprende isso na escola.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Não. Isso é código de ética médica. Deveria aprender. Na verdade, o que deveria haver também era o relacionamento do médico assistente com a perícia médica. Na minha região, eu promovi, por meio da Associação Paulista de Medicina, uma reunião para explicar... porque precisamos divulgar qual a função da perícia médica. E a primeira coisa que temos de atingir o público é o médico falando com médico. Vamos explicar para todos os médicos o que é a perícia médica. Fizemos uma reunião em Taubaté, com um comparecimento muito grande de médicos do trabalho. Nenhum médico assistente apareceu. Não foi só uma vez. Fizemos uma vez por ano, durante três anos. Nenhuma vez houve o comparecimento. Então, temos de utilizar de todas as formas todas as armas que temos para dizermos o que é a perícia médica. Sabemos que somos considerados o mau da estória. Mas não é a própria população tem de ter ciência que a perícia médica caracteriza a incapacidade, não a doença. Ele pode estar doente, e não ser incapaz. Posso estar com uma fratura dos dois ossos da perna, já estabilizada, a firma me leva para trabalhar. Sou digitador e não incapaz de trabalho com uma fratura gravíssima. Mas que está evoluindo naturalmente, normalmente. Ela me leva, me dá alimentação na hora e me traz para casa. Se eu trabalho com as duas mãos, estou incapaz para o trabalho? Não estou. De jeito nenhum. Já passou a fase inicial que precisa de repouso, já está na fase de recuperação. Então, são casos e casos.Em relação à alta programada que você diz que o CID não prorroga, não. Isso não é verdade. As diretrizes são diretrizes, como eu já disse. São nortes. Cabe ao perito médico, na sua

especialização... A medicina hoje é voltada a evidências. São bases epidemiológicas, científicas. Sabemos que a grande maioria das doenças obedecem a uma história natural, a grande maioria delas, uma história natural padrão. É claro, como você disse, que nem todos são iguais. Mas, realmente, isso pode acontecer. Mas o segurado tem o PP, o PR e tem o pedido para consideração final para junta médica. Então, tem armas para utilizar. Acordo da perícia médica e Previdência que não coloca o prazo de afastamento. Normalmente, a pessoa já recebe, mesmo que seja uma DCD, na cartinha sai escrito: seu benefício foi concedido até... Ali já orienta como deve proceder. Se não estiver bem em quinze dias antes da data prevista da ata, pode pedir o PP. Agora, um fato que você disse, onde realmente temos de fazer um mea culpa é naqueles casos extremamente graves e que o perito dá 60, 90 dias, sabendo que a evolução normal seria de dois anos. Então, ele poderia dar um afastamento maior. Mas isso só conseguiremos levando um treinamento intenso, intensivo, para todos os peritos. E você sabe que nosso país não é pequeno. Mas estamos tentando, estamos no caminho e tentaremos chegar a esse ponto ideal. Que seria o que todos querem. A sociedade e o INSS. Em relação ao perito não se identificar. Eu disse que a perícia faz parte de um processo maior. Não é a decisão do perito que determinará exatamente a concessão de um benefício. Ela faz parte de um processo. Eu disse isso. muitas vezes, a perícia pode ser favorável, mas o segurado, ou não contribuiu os doze meses, ou não é uma doença que isenta de carências ou perdeu a qualidade de segurado. Isso não depende da perícia médica, mas de um processos de ele requere um benefício. Na resposta a esse requerimento desse benefício, ele não conseguiu por um problema administrativo, que não tem nada a ver com a perícia médica.No processo de conclusão do benefício que na verdade é lançada por um perito, realmente, o tempo estimado, de concessão e a perícia médica que tem de determinar, porque não é por doença, mas por incapacidade laborativa. Nesses processos de concessão, existem aqueles mecanismos que a própria instituição deixa aberto para o próprio segurado fazer isso e esse tempo é baseado cientificamente. Não é tirado do céu. É científico, estudo epidemiológico que leva àquela conclusão. Pode variar? Pode. Como você mesmo disse, cada pessoa é uma pessoa diferente. Do mesmo modo que uma fratura da tíbia leva 60 dias em média para consolidar, e que em algumas não se consolida com 60 dias, existem outras que consolidam com 45. Então, existe aí uma flexibilidade. Mas isso é científico, técnico. É tirado da literatura médica.O Sr. Jerônimo Rodrigues da Silva (SINTAP/CUT):Eu sei. O que quero dizer é o seguinte: o critério deveria ficar com o perito. Porque, se chega o momento em que deveria ter consolidado e não consolidou, o que muitos peritos dizem é: Não posso dar mais o afastamento por esse sentido.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Isso não existe. Nunca existiu na história da Previdência, em hipótese alguma. Isso posso defender. Isso jamais existiu. Isso está na... o perito é que decide o prazo. A instituição jamais interferiu na técnica do perito médico. Isto eu assino embaixo.O Sr. Jerônimo Rodrigues da Silva (SINTAP/CUT):Deixe-me só contar uma pequena coisa para o senhor. O senhor sabe o que é hidroencefalia não comunicante. A chefia da perícia médica de Campinas pediu aposentadoria para uma moça que está em estágio avançado. Ela foi passar pela perícia, o perito deu alta e mandou trabalhar. Um caso que chegou a mim.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Esses casos sabemos que acontecem, mas ela tem outros recursos para contornar essa situação.O Sr. Jerônimo Rodrigues da Silva (SINTAP/CUT):Mas ela era a chefe. O perito deu alta.O Sr. Alexandre Coimbra (INSS):Aqui da direção central, às vezes tomamos conhecimento desses fatos. Entramos em contato com o chefe de SST e pedimos que esse perito faça um estágio dentro do SST, porque está...

Mesmo aqueles peritos que deveriam conceder por um prazo maior e concede para prazos curtos está trazendo trabalho para dentro da casa, sabendo que aquela doença não tem condições absolutamente de melhorar em um ou dois anos. Mas este é um trabalho lento, de orientação, formação e de esclarecimento do perito médico.Em relação ao pontual que você disse de falecimento, também não foi o trabalho que matou a moça, porque, coitada, ela tinha sido até dispensada. E faleceu por problemas. É uma coisa pontual, temos de analisar pontualmente, mesmo. Pode acontecer? Pode. Acontece? Acontece. Espero que isso diminua o mais rápido possível na história da Previdência Social. Que os peritos melhorem a sua qualidade. Esta é a filosofia da Dirsat, a Diretoria de Saúde do Trabalhador. Espero ter respondido tudo para você.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Bem. Depois, podemos fazer um eventual encaminhamento da questão. Ainda que o Jerônimo tenha levantado vários casos que, na opinião dele, me parece que isso possa ser de fato uma representação... apesar de que você não mora numa Smalville, não sendo um problema localizado. Pode ser que você tenha vários outros problemas. Estamos ouvindo aqui dos outros conselheiros e o Alexandre está aqui, não só para responder casuisticamente, mas uma questão mais, falemos, estratégica, em relação à perícia. Mas, caso haja algumas questões de caráter mais individualizado que não estão sendo trazidos aqui para, exemplificamente, posta, casos individuais, posteriormente, podemos até verificá-los. Emerson e, depois, o Levy e a Júlia ao final. A palavra com a Júlia.A Sra. Maria Júlia dos Reis Nogueira (CUT):Na realidade, me inscrevi porque queria deixar uma última contribuição. Percebemos a evolução da imagem que a Previdência Social sofreu nos últimos anos. Uma evolução do ponto de vista de como a sociedade mudou a sua forma de constatar, ver a Previdência Social e, de modo particular, o INSS.Aqui no Conselho, vivenciamos isso e o esforço que foi feito por parte da Administração, no sentido de melhorar essa imagem. Porque, se fazemos uma retrospectiva, eram muitas denúncias, as filas quilométricas, quando se implantou o 135 de que tínhamos tirado a fila da porta das agências e instalávamos as filas virtuais, o combate às fraudes. Muitas vezes com a participação de servidores. Tivemos a oportunidade aqui de constatar a evolução que o próprio servidor do INSS, na medida que o gestor teve toda a iniciativa no sentido da valorização do trabalhador. Isso é importante e nós, enquanto representantes dos trabalhadores, nunca podemos nos furtar de fazer a avaliação da importância. Sabemos que hoje costumo dizer que o INSS no Executivo é quase que uma ilha de excelência. Porque sou funcionária do Ministério da Saúde, no que se convencionou a chamar que era ali a Seguridade Social, mas que hoje há uma diferenciação entre o trabalhador da Previdência e o do INSS, que tem um plano à parte, foi dada uma atenção e isso, evidentemente, refletiu-se na melhoria do serviço ofertado pelo INSS.Entretanto, dito tudo isso, acho que a exposição do Dr. Alexandre fez aqui foi boa. Está de parabéns. Na reunião passada já tinha se iniciado essa apresentação sobre as perícias do INSS. Lamentamos muito que o Jerônimo que sempre trouxe as demandas em relação à questão das perícias não estivesse naquela reunião. Ao final até comentamos ali com a Josepha, o Evandro, mas como é essa apresentação hoje e o Jerônimo não está presente? Se vocês se lembram, ele, ao longo da gestão, ele tem sempre trazido demandas sobre as perícias.Acho que o INSS começa a trilhar um novo caminho, mas não está acabado. E me parece que temos ainda um gargalo, um problema que está exatamente ali colocado na perícia médica que acho que precisa melhorar. Pelo que o doutor apresentou aqui, há problemas realmente há todo o avanço conseguido. Os números demonstram isso, mas também nós do movimento sindical temos uma série de denúncias que cada um recebe na sua entidade do ponto de vista das queixas das perícias médicas. Então, sabemos que é possível melhorar. E como você melhora isso? Com a capacitação do médico perito. É pensar formas de fazê-lo se conscientizar do papel importante que ele exerce.

Aí o doutor mais uma vez coloca que o diálogo é fundamental. Tem a expectativa de quem vai buscar e precisa da perícia para prorrogação de um benefício ou para concessão e que não pode ser, porque a lei não permite. Do ponto de vista legal não se enquadra. Mas isso precisa ser dito, explicado e ter a sensibilidade daquele profissional que está à frente de uma pessoa fragilizada. Porque a verdade é essa: quando estamos doentes, ficamos fragilizados. E, se não houver essa sensibilização por parte do profissional, existe aquele choque. Então, eu queria deixar como última mensagem nossa que o INSS continuasse nesta mesma linha e que tivesse um olhar especial na questão da perícia que, evidentemente, sabemos que precisa melhorar, porque as queixas ainda são muitas.No mais, obrigada, e estou me retirando.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Antes de você se retirar, vou passar a palavra também para o Valdir, vou apresentar aqui para você, como você ficou até quase o final, você vai ganhar o certificado do Conselho Nacional de Previdência Social, pela sua participação.Antes de passar a palavra para o Emerson e o Levy, o Valdir. O Sr. Valdir Moysés Simão (INSS):Bom dia, colegas de Conselho. Só para fazer um comentário sobre a fala da Maria Júlia. Acho que a Administração sabe que a perícia médica tem de melhorar muito. Não tenham dúvida disso. Temos trabalhado com este objetivo. A questão é que estamos falando de uma atividade essencial quase a 50% dos requerimentos. Decisiva. E é subjetiva. Por algum tempo, continuará sendo. Por mais perfeito que tenhamos os protocolos, diretrizes, ela sempre será subjetiva. Como disse o Jerônimo, é uma questão pessoal a evolução da doença. Lógico que o profissional não terá, pelo menos, nos próximos vinte anos, equipamento ou conhecimento necessário para definir com precisão, se 30, 60, 90, 95. Costumo brincar até com os nossos peritos que, daqui a pouco, teremos um scaner na porta da agência. O segurado passa por ele e saberemos quanto tempo ele vai precisar para se recuperar.. Talvez demore uns cem anos. Mas o fato é que por essa subjetividade e também por algum comportamento, que precisa de investimento do ponto de vista do relacionamento, temos uma atividade bem conflitante, que penso que é possível evoluir. O que temos feito? Além da capacitação, estamos investindo num novo modelo, por exemplo, de laudo pericial. Ele é formado por quesitos, que deixará claro nesse documento o raciocínio que aquele profissional fez para chegar a determinada conclusão, favorável ou contrária ao pleito do segurado. Esse laudo, inclusive, Jerônimo, foi definido, inclusive, com o próprio CNJ, porque sabemos que boa parte das perícias, acabamos terceirizando para a Justiça.Um dado interessante é que nos processos judiciais, 85% das ações em que o INSS é réu, no caso de auxílio-doença, ganhamos quando há o assessoramento de um perito do INSS. Talvez, a conclusão não esteja tão errada ao final. Talvez, esteja mal explicada, mal fundamentada para o segurado, para quem vai decidir administrativamente e para a própria Justiça.Um dado relevante que eu gostaria de deixar é que, de todas as perícias realizadas, 30% são perícias contrárias. 70% são favoráveis. O número é inferior ao indeferimento de benefícios que temos, do percentual. A questão é que não há um padrão em todas as agências do INSS em relação a esse comportamento. Tem unidade que chega a 50%, o que demonstra, claramente, que falta padrão. Então, essa necessidade de aperfeiçoar está presente, vocês podem ter certeza disso. Vamos continuar investindo para que o servidor seja qualificado. É importante ter uma perícia feita por um servidor do quadro. O INSS está pleiteando a contratação de mais peritos. Há um concurso vigente. Queremos a nomeação de mais 500 este ano, porque é uma atividade essencial e que a colaboração de vocês serão sempre muito bem vindas, para que consigamos continuar aperfeiçoando.Só queria insistir que este modelo que foi implantado, da possibilidade da cessão do benefício, ao final do término, e o segurado não precisar se apresentar, é um modelo que nos ajudou a reorganizar esse atendimento. Se temos condições de garantir, quando o segurado se considera

incapaz ainda para o trabalho, que essa prorrogação se dê sem trauma, mediante o próprio requerimento dele, e aí ele pleiteia essa perícia, é fundamental, porque boa parte dos trabalhadores acabam podendo voltar para a sua empresa, quando termina o benefício, julgando-se aptos para voltar ao trabalho. Quero lembrar que, num passado não muito distante, o segurado nem conseguia voltar ao trabalho, porque não conseguíamos fazer a perícia de alta.Então, passamos de um volume de um milhão de perícias mensais para em torno de 650 mil perícias mensais, com este novo modelo, que acho que dá até para enxugar ainda mais, se tivermos uma perícia inicial mais precisa do ponto de vista do tempo necessário de recuperação.Quero lembrar, também, que estamos pagando o benefício até a data da perícia de prorrogação. Portanto não há prejuízo financeiro para o segurado.Então, quero pedir o apoio do Conselho neste aspecto. Existem projetos de lei tramitando no Congresso, que acabam com o que chamamos de cobertura previdenciária estimada, que é essa possibilidade do segurado voltar à empresa, sem se apresentar ao INSS. Que isso, na minha visão, fere de morte o modelo que foi implantado.Aproveito a oportunidade para agradecer a Maria Júlia, sempre presente, colaborando com as discussões, e dizer que independentemente do seu novo papel, estaremos sempre muito receptivos e abertos às suas sugestões para melhorar o INSS.Obrigado, Presidente.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Muito obrigado, Valdir. Emerson e depois o Levy. Boa tarde, Maria Júlia.O Sr. Emerson Casali Almeida (CNI):Primeiro, queria parabenizar pela discussão. Acho que você trouxe na última reunião, você trouxe de novo. Parabenizar pela apresentação do Dr. Alexandre. Acho que foi muito esclarecedora para todos. Como estamos chegando quase a um final de ciclo, é muito válido tudo o que o Conselho foi colocando ao longo deste ano. Acho que a evolução do trabalho tem sido muito interessante, muito boa. Particularmente, fiquei muito satisfeito neste período em que você assumiu a função. Com o Ministro Gabas, crescemos muito no diálogo. Enfim, queria deixar isso registrado.Em relação à perícia, uma primeira questão que eu queria colocar tem a ver com a questão do Jerônimo e algumas coisas que foram colocadas aqui. Essa questão da liberação do trabalhador sem condições de exercer a atividade, ainda que possamos colocar isso num percentual pequeno, isso merece uma atenção especial. Porque, na hora que o médico assistente diz que não tem condição e o médico do trabalho também está dizendo que não tem condição, se vocês pudessem pensar um processo em que, em 48 horas, isso fosse revista, porque isso gera um problema imenso para o trabalhador e para a empresa. Sabemos uqe não é um percentual elevadíssimo, mas é uma questão que merece atenção.Outra questão a que me aterei é um pouco ligada a questões de processos de nexos. Acho que houve muita discussão e muito avanço na discussão da caracterização da doença do trabalho. Acho que o INSS tem todo um avanço nessa direção também. Mas às vezes a própria implantação da ideia gera um conjunto de dificuldades operacionais. E nessas dificuldades do NTEP, já estamos há uns três anos com algumas que não são nem questões controversas. Não são questões técnicas – eu concordo, eu discordo -, mas simplesmente algumas questões operacionais e estão relacionadas ao processo justo transparente, legal etc. Conforme foi até colocado pelo Dr. Alexandre, toda a questão da perícia médica acaba tendo reflexos legais e, por vezes, judiciais. Então, como sugestão, preparamos um documento. Citarei só algumas coisas do que achamos que poderia melhorar. Por exemplo, quando há um nexo técnico, a empresa não sabe exatamente que tipo de nexo é. E sem saber isso, não sabe nem qual é o prazo para defender. Porque, dependendo do tipo de nexo, você tem prazos diferentes. Então, isso gera uma insegurança no processo administrativo. Às vezes, quando você consulta, ele foi afastado por um nexo técnico e qual tipo de nexo? Está escrito lá: nenhum. Então você não sabe exatamente. É uma questão operacional que merece atenção.

Outra coisa que é interessante em toda essa discussão. Quanto melhor for o processo na perícia, menos ela bate na Justiça, que é exatamente o que o Valdir colocou com muita propriedade. Então, hoje, no processo, é sempre essa discussão: quais são os elementos dessa relação. Tem o trabalhador e a Previdência. Isso está claro. E, quando se tem a questão da doença de trabalho, a empresa está muito relacionada a isso. Então, se tivesse como a empresa tivesse como entregar elementos que ajudasse o perito a chegar a uma conclusão mais apropriada da situação isso facilitaria diversos processos. Alguém pode dizer que isso dificultará que o trabalhador ganhe. Não estamos preocupados em dificultar que o trabalhador ganhe o benefício acidentário. Estamos preocupados que o processo seja o mais justo e adequado possível. Então, com mais informações, o médico perito pode analisar melhor que, realmente, ali tem uma doença do trabalho.Um problema que sempre reclamamos. O NTEP é uma indicação muito clara de uma grande possibilidade de haver uma doença do trabalho. Mas ele é presumido, é parte de uma evidência epidemiológica. Então, é importante que o médico ao identificar e ter clareza que há realmente um nexo que justifique minimamente: Aqui é uma evidência epidemiológica. Perfeito. Conversando com o segurado, identifiquei que realmente aqui há uma doença do trabalho, por isso e aquilo. Então, hoje, não há qualquer justificativa nisso. Isso deixa a empresa sem saber qual é a situação e, aí, naturalmente, vai para um recurso. Porque ela só sabe que foi caracterizado, não sabe exatamente se é ou que não é. O grande problema nesses avanços que o INSS teve muito forte. Nessa questão de recursos, ainda temos um desafio grande. Não tenho representação dos trabalhadores. Tenho da área empresarial. Mas tanto para os trabalhadores quanto para as empresas, essa questão do tempo de resolver um recurso, isso implica numa insegurança muito grande. Então, hoje, tivemos aquele problema de que os médicos peritos foram tirados da junta de recurso. Temos prazos muito curtos, seja o trabalhador ou a empresa, para apresentar uma defesa, fazer um recurso, mas depois não tem prazo para receber a resposta. No caso do NTEP, quase não tem acontecido.Enfim, acho que esse era um pouco da discussão. Como são muitas questões operacionais, mesmo, é muito no sentido de contribuir no processo. Tem três anos mais ou mentos que estamos nessa situação que o NTEP foi implantado. Acho que as discussões técnicas avançam. Há algumas divergências e as questões operacionais precisam avançar também e queríamos deixar isso.Depois, até passo ao Secretário um documento, com questões pontuais da questão operacional do NTEP.E nessa questão da liberação do trabalhador, quando não tem condições, acho que merece uma atenção diferenciada de vocês.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):OK. Obrigado, Emerson. Na verdade, foi mais uma fala, abordando de uma maneira geral o tema, do que necessariamente um questionamento. Com a palavra Levy.O Sr. Levy Gonçalves Ferreira (SINDINAP):Boa tarde a todos. Vou me concentrar mais na apresentação do doutor. Parabenizá-lo pela apresentação. Acho que em cima do comentário que já foi feito, já foi respondida muita coisa.Mas não podia deixar. Cada lugar, cada história é uma história. Os avanços estão aí. Não podemos ignorar. Sabemos muito bem o que era todo esse conglomerado de problemas que tínhamos anos atrás e como está hoje. Nos sindicatos que operamos temos nitidamente tudo isso que vimos. As coisas melhoraram bastante.Mas, no caso do Jerônimo, foi prometido, durante o ano para ele que, como tem o Conselho Regional ou Municipal de Campinas, vieram reclamações assinadas pelo Conselho. Foi prometido para ele durante o ano que isso teria uma atenção exclusiva para Campinas, que não é uma cidade pequena, como ele diz. É a maior cidade do estado de São Paulo. Então, pode ser que em outros lugares tem os mesmos problemas. Como não tem ninguém que participa daqui, que traz esses problemas, mas no caso do Jerônimo, deveria ter uma atenção para Campinas,

ver o que está acontecendo em Campinas. Se são os profissionais... para podermos ter uma noção por que em Campinas acontecem coisas. Tem coisas que ele assina que não acontece. E o Jerônimo traz um relato que está acontecendo.Então, está ficando uma situação de: em quem devemos acreditar. Então, acho que deveria haver uma atenção para Campinas sobre esses problemas que é uma categoria, construção civil. E as outras categorias? Então, é um questionamento que faço. Durante o ano, vimos isso aí.De resto, parabenizar todos pelo trabalho que está sendo feito. O desenvolvimento acreditamos que no próximo governo se dará continuidade. Não há por onde voltar atrás. Acreditamos nisso. Foi por isso que fizemos todo o trabalho para que fosse eleito um representante nosso no governo. Parabenizar a todos, desejar um feliz ano novo, um feliz Natal a todos e todos os seus familiares. Que no ano que vem estejamos aqui novamente. Fui reconduzido. Já recebi o comunicado que fui reconduzido. Então estaremos aqui no ano que vem novamente. O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):O seu diploma só sai no ano que vem e alguns ainda estão esperando para serem reconduzidos. Ainda estamos aguardando receber a resposta da recondução.Antes da passar para o próximo ponto, para finalizar esse especificamente. O objetivo que temos tratado aqui, inclusive por uma determinação, inclusive, conversando com o Ministro Gabas, que gostaria de ter participado mais das reuniões, era tentarmos esvaziar, no bom sentido, um monte de pendência que tínhamos, em relação à evolução deste foro. Ainda que sem a pretensão de resolução dos problemas que são colocados aqui. A questão da perícia médica se enquadra justamente nesta questão.Sabemos aqui que o papel que o Jerônimo desempenhou, que todas as reuniões ele trazia questões voltadas à perícia médica, trazer questionamentos, inclusive, algumas questões do Conselho de Campinas, encaminhamos para o INSS. Esta semana, algumas serão respondidas e outras ainda estão pendentes de uma respostas, mas estão encaminhadas. Acho que o problema foi levantado aqui, houve algumas respostas. Eu já tive oportunidade de dizer, não sei se o Valdir sabe, mas fui gestor de uma área de saúde e o problema da área médica no Brasil é muito grave. Não quero responsabilizar o INSS ou o perito, encontrar o Judas para a questão. O problema é complexo. Além da questão da subjetividade que envolve uma decisão médica e todos os problemas decorrentes, gestão. O fato é que o que percebemos dessa discussão, é que há uma necessidade de caminhar. Até o próximo tema que é educação previdenciária remete uma discussão de conversarmos um pouco mais, conhecer mais o tema, porque um ou outro pode ter bastante informação sobre o tema, mas está faltando fechar esse lego, para que tenhamos condições de fazer uma boa discussão.A última reunião que tive para reduzir a informalidade por meio do diálogo social, eu havia discutido com o pessoal do DIEESE, com as centrais sindicais, que tinha um problema que estava sendo rompido para se combater a informalidade que era o movimento sindical organizado, desde sua estrutura getulista, de sair do corporativismo. Então, você não consegue discutir formalidade, porque o corporativismo é um problema, um vício que o movimento sindical, seja patronal ou dos trabalhadores tem de fechar. A questão importante de que, quando você avança na questão corporativa, este é um problema. Não é culpar os médicos ou os profissionais do INSS em relação a essa questão. Mas é uma responsabilidade que não pode ser atribuída ao governo ou ao gestor, que é o papel das centrais sindicais, do setor organizado da área patronal vai ter em relação a isso. Por exemplo, pode parecer que uma greve importante seja o problema, mas o problema não é só do INSS. É um problema social. Vem uma categoria profissional que quer estabelecer um determinado parâmetro, a sociedade precisa discutir. Então, muitas vezes houve questionamento neste fórum sobre isso e, podemos responder várias questões.. mas tem uma situação que precisa ir além da questão do fórum ou o fórum precisa se posicionar às vezes. Não é atribuir a responsabilidade apenas para o gestor.É só essa a minha fala que eu precisava apresentar. É assumir essa responsabilidade. Em relação a isso, acho que num próximo momento, se conseguirmos estabelecer... Não podemos

fechar essa questão da perícia médica hoje. Precisa evoluir. Os questionamentos são: como se faz para melhorar a questão da informação em razão... os trabalhadores formarão junto com o INSS uma cartilha? Vamos debater? Utilizar a experiência realizada pelo Dr. Alexandre em Taubaté, que foi muito importante? Acho que há uma necessidade de avançar isso, sob pena de continuarmos culpando este ou aquele agente, quando aqui temos um caminho para ir ao encontro para a resolução. Acho que o grande problema aqui é a falta de informação para discutir um tema bastante complexo e que envolve muitos interesses muitas vezes.O Sr. Evandro José Morello (CONTAG):Sobre o que o Jerônimo estava colocando, eu como representante sindical também poderia citar “n” casos. Ouvindo as lideranças, o pessoal da base, essas histórias se repetem. Não mencionei aqui, porque acho que precisaríamos pensar no que precisamos fazer em relação às perícias médicas. O que me parece é. Se tem uma pessoa que acredita muito em diálogo social e resolver os problemas com isso, sou eu. Acho que avançamos muito, fortalecemos a democracia e resolvemos problemas. Sentar em mesa de negociação, discutir determinadas questões com a sociedade ajuda muito. Quando é de interesse da sociedade.Em relação à perícia médica, para mim, está faltando um pouco isso. Em que sentido? Tem toda a peculiaridade da subjetividade do médico. Tem a forma de atuação do médico. Enfim, as questões mais minuciosas do atendimento, pertinente ao médico, é ele que tem de trabalhar, tem capacidade, competência para analisar a incapacidade ou não da pessoa. Agora, quando menciono o diálogo, temos de deixar transparecer isso. Ver como que flui uma informação e acharmos as respostas. Por exemplo, quando põe a dúvida, parece que tem algo, que tem acordo entre médicos e peritos. Isso já mostra que é um processo que hoje não tem transparência. Ajudaria muito ao INSS e aos médicos peritos pensarmos alguma estratégia de abrir um debate com a sociedade para tratarmos esse tema, entender isso. Pensar a lógica do funcionamento das perícias.Já mencionei em outras reuniões do Conselho. Não é de hoje isso. Porque acho que a transparência, objetividade, a clareza de tratar as coisas ajudará muito em construir. Mais que isso, por que não pensamos uma estratégia de abrirmos um debate sobre perícia médica para ouvirmos sugestões da sociedade.. podemos avançar nessa política, melhorar o atendimento, garantindo, preservando todos os direitos do médico perito no processo. Porque, quando você leva informação, você trabalha a informação de volta, já reconhecendo a necessidade de estabelecer mecanismos e critérios para respeitar a individualidade do trabalho técnico feito pelo médico. A minha sugestão é isso. Pensar para o ano que vem um pouco de estratégia para avançarmos nessa política.A Sra. Josepha Theotônia de Britto (COBAP):O assunto me preocupou muito. Apesar de eu ser representante de aposentados que não dependem de perícia médica. O trabalhador é quem depende. Acho que este diálogo, isso tudo que o Evandro falou, temos um caminho que, aliás, tem sido falado neste Conselho: os conselhos regionais. Somos Conselho Nacional e estamos colocados como uma elite que não está sabendo nada do que está rolando lá embaixo. Colocamos que tomemos conhecimento do que acontece nos conselhos regionais. A única coisa que temos conhecimento, graças a Deus, é por meio do Jerônimo, que está trazendo aqui problemas de Campinas, que é problema nacional. Imagina o que está rolando pelo Brasil, por causa disso. Eu não aceito essa colocação de que o médico perito tem uma avaliação e a avaliação dele e até a dele não pode ser levada em conta, porque existem problemas administrativos que não permitem. Isso é muito sério e precisa ser muito pensado. Não é assim ,estamos falando de pessoas doentes. Isso é sério. Não é deixar: Não, isso não pode, acabou. Acabou não. Vamos continuar com este assunto, para deixar de pegar um assunto aqui, pronto, parar, não entra mais. Quero aproveitar a oportunidade para cobrar aquilo que tenho pedido sempre para continuarmos falando em empréstimo consignado. Acontecem coisas terríveis por aí afora. Ontem li no jornal que o INSS tomou uma decisão de que daqui para frente, por telefone, está resolvido.

Li no jornal. Trouxe para perguntar se isso é verdade, porque quando comentei com alguma pessoa, que me disse: Já consegui. Já pedi empréstimo assim. Telefonei e, no dia seguinte, estava na minha conta. Não sei se estava falando a verdade. Não importa. Importa é que precisamos saber exatamente o que está acontecendo.Por último, queria perguntar se esta é a última reunião, porque está se falando como se fosse a última e estou vendo aqui que tem reunião me dezembro. O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Esta é a última reunião. Procuramos fazê-la por problemas em relação a calendário.A Sra. Josepha Theotônia de Britto (COBAP):Então, em dezembro não vai ter. Só em fevereiro, agora?O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Em dezembro, não teremos. Só em fevereiro. Depois de aprovarmos aqui o calendário que será objeto de discussão ainda.A Sra. Josepha Theotônia de Britto (COBAP):Então, deixe-me falar. Foi falado sobre problema de reforma da Previdência, que o Conselho precisa estudar isso. Precisa-se saber se o Conselho será ouvido. Porque o que costumamos ver aqui é que o Conselho não é ouvido. É verdade que este assunto está sendo trazido mas não está terminado. Por isso, reclamo que, quando pegarmos um assunto aqui, vamos com ele até o fim., mesmo que fiquemos aqui o dia todo. Aliás, com este horário de reunião, jamais vamos conseguir fazer alguma coisa. Obrigado.O Sr. Emerson Casali Almeida (CNI):Estou saindo. Só queria desejar a todos um feliz Natal e um ano novo, já sem a Maria Júlia e o Roberto Nogueira, mas com novos colegas.Então, feliz Natal a todos. O Sr. Jerônimo Rodrigues Filho (SINTAP/CUT):Rapidinho. Sobre a cartilha, gostei. Uma boa ideia. Mas desde que participemos na confecção, na formação dessa cartilha. Não a Previdência trazer uma cartilha para aprovarmos.Outra coisa. Foi bem lembrado. Tinha a promessa de um seminário, um pedido da Gerência de Campinas, sobre perícia médica. Trouxe para o Conselho Nacional, ficaram dever e dar uma resposta. Talvez, para o próximo ano, consigamos fazer esse seminário de perícia médica.Outra coisa. Minha cidade não é Campinas. Sou de Cosmópolis. Por ser da Gerência de Campinas, meu trabalho lá, mas sou de Cosmópolis.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Temos um problema de horário.Muito obrigado a todos. Passarei a palavra para a Renata, que é coordenadora do PEP, Programa de Educação Previdenciária.Obrigado, Valdir, pela presença e esperamos que o padrão estabelecido dentro da Previdência Social continue e estejamos vigilantes. Sucesso a você e à equipe do INSS.A Sra. Renata Melo (Diretoria de Atendimento do INSS):Boa tarde a todos. A minha apresentação está bem resumida e não tomará muito tempo de vocês. Aqui é a missão, que o Dr. Alexandre já trouxe, não vou repetir, mas trouxemos para dizer que todas as ações do Programa de Educação Previdenciária são pautadas para que cumpramos efetivamente a nossa missão.O programa existe com o objetivo de informar e conscientizar a sociedade sobre os direitos e deveres em referência à proteção social, ao mesmo tempo, estabelecer uma cultura previdenciária para as próximas gerações, até pela própria Previdência, que passa de geração em geração. Então, todo o nosso trabalho também é feito com esse intuito, de criar nas pessoas jovens, pensando sempre no futuro de proteção. Então é um outro objetivo que trabalhamosO Programa existe desde 2000. Está hoje no âmbito do INSS. A nossa estrutura de funcionamento é a coordenação nacional, na qual estou como coordenadora desde 2006. Temos cinco representações que são as coordenações regionais, nas sedes das superintendências regionais do INSS. Cem comitês regionais que estão nas sedes das gerências executivas e,

aproximadamente, 1227 comitês locais, que estão nas sedes das agências da Previdência Social. Ou seja, em todas as esferas da administração do INSS, temos representação para a execução das ações de educação previdenciária.O Programa completou em fevereiro de 2010 dez anos de existência de instituição em que estamos trabalhando para levar a informação ao cidadão. Aqui mostramos uma tela, não vou entrar no mérito, mas é só para trazermos. Onde está assinalado em azul é o foco das ações previdenciárias. São as pessoas que não estão contribuindo, estão desprotegidas e trabalhamos com aquelas pessoas que recebem igual ou acima de um salário mínimo. Abaixo de um salário mínimo, a pessoa mal tem meios de prover a sua subsistência. Então, é um foco de informação, mas não de inclusão, porque as pessoas às vezes a pessoa não tem como efetivar a contribuição para a Previdência. O trabalho com essa população é diferenciado. É você trabalhar junto com outros órgãos ou outras entidades. Como você consegue prover a sustentabilidade daquela comunidade que não tem renda suficiente, que ela possa gerar renda e, aí então, falamos de inclusão previdenciária dessa população.Até o momento – este dado é de semana passada – já realizamos 5.742 ações educativas, sempre com o propósito de ampliar a cobertura previdenciária. Atendemos até agora 565 mil pessoas nas ações. São palestras, ações individuais que é o que denominamos ação de orientação e formação. Seja em feiras, em eventos, onde é feito o atendimento individual ao trabalhador. E formamos 12.097 representantes da sociedade civil organizada, como disseminadores do conhecimento. Eles nos auxiliam a retransmitirmos as informações de Previdência Social. Porque, quando vocês viram,considerando que teríamos três pessoas no comitê, são 5 mil pessoas trabalhando com educação Previdenciária. Mas não estamos presentes em todos os municípios brasileiros. Temos dificuldade ainda de conseguirmos essa abrangência nacional. Então temos representantes, mas ainda temos municípios que ainda conseguimos chegar. Então, utilizamos a formação desses parceiros para nos auxiliarem a divulgar a Previdência Social e passar as informações básicas. Embora o Programa já tenha dez anos, eu trouxe os dados só de 2004 a 2010, porque foi em 2004 que o Programa passou a integrar o rol de programas de governo no PPA. Para isso tem recursos próprios para se movimentar vemos que estamos numa evolução crescente. No ano passado atingimos as nossas metas. Foi o primeiro ano, desde que o Programa existe, que conseguimos bater mais de 100% das duas metas. Então, isso foi um marco significativo para o INSS e para a Previdência como um todo.Este ano, a nossa meta é 665 mil pessoas. Acreditamos que não vamos conseguir, até porque como era período eleitoral, temos algumas restrições de alguns eventos. Mas em relação ao ano passado tivemos uma evolução significativa. Porque a nossa meta este ano foi bem ousada. A nossa meta no ano passado era 415. Este ano, 665 mil. Então, eram quase 200 mil pessoas para acrescentarmos, para podermos levar a informação. A proposta da educação previdenciária é ir ao encontro do cidadão, esteja onde estiver, a quem precisar da informação. Então, basta nos solicitar as informações, nos pedirem palestras, orientação: Precisamos da educação previdenciária, gostaríamos da participação, estamos buscando sempre atender a todos os pedidos. Eventualmente não conseguimos, porque o convite chega de ultima hora, o comitê local ou regional já tem uma pré-agenda, há um conflito de agenda e nem sempre conseguimos. Mas, na maioria das vezes, conseguimos.Buscando isso, começamos a trabalhar. Tenho de ir até o cidadão, onde ele estiver. Mais o Brasil é muito grande. A nossa equipe é relativamente pequena, guardadas as proporções, se considerarmos quantidade de servidores que temos no INSS. Recebemos um convite em 2008 da Casa Brasil, um projeto do ITI, onde são instaladas unidades, onde há o menor índice de IDH. Nessa parceria, utilizaram a educação a distância, como mecanismo de se alcançar um número maior de pessoas para levar a informação. Se você não consegue no meio presencial, utilizaremos a tecnologia e o processo do próprio governo federal de inclusão digital para levarmos a informação.

A partir daí, fizemos a primeira experiência que nos levou a um desmembramento que denominamos Projeto de Oficinas Modulares. Por que? O Que percebemos? Quando fizemos o primeiro curso, falamos de Previdência de modo abrangente, falando de todas as categorias, segurados, tipos de benefícios. Só que percebemos que a população precisa de mais informações mais detalhadas. Precisa se enxergar dentro da Previdência. Quem ele é para a Previdência Social? Como ele entra na Previdência Social? Como tem essa proteção?Criamos, então, o projeto Oficinas Modulares. Pensamos que, para falarmos com a população, para falarmos numa linguagem mais acessível, entendemos que a história em quadrinhos é um recurso didático e metodológico de fácil aceitação para qualquer pessoa de qualquer nível de escolaridade. Porque, quando se fala de Previdência, o desconhecimento é muito grande. Temos doutores e doutores que não conhecem, assim como temos os trabalhadores que também não conhecem muita coisa da Previdência, ou, se conhecem, às vezes com uma visão distorcida, inclusive, até pegando o tema aqui de perícia médica, de não entender, compreender a diferença entre incapacidade para o trabalho e incapacidade por estar doente. Isto é uma coisa que temos buscado trabalhar cada vez mais, para levar à população. Então, trouxe um quadro bem resumido. Alguns personagens estão como nomes trocados, mas está tão pequeno que vocês não irão enxergar. Mas o que pensamos?Temos ali no centro uma família, o centro do nosso trabalho. A família Souza. Começamos o primeiro módulo pelo contribuinte individual. Por quê? Tínhamos duas diretrizes dentro do Ministério. Primeiro, o plano simplificado de Previdência Social, lançado em abril de 2007. Como levamos a informação do plano simplificado para a população, se ela nem sabe que ele pode ser ou é um contribuinte individual?Então, começamos a trabalhar pensando no contribuinte individual e criamos uma família, onde todos os personagens são contribuintes individuais. O Sr. José e a D. Ana são donos de uma mercearia, sócios. O filho é um mototaxista. Trouxemos a mensagem do mototaxista, porque é uma profissão que foi regularizada recentemente e que as pessoas ainda têm pouca informação e, em alguns centros, é um número muito grande de desproteção e temos um elevado número de acidentes de trabalho. Até pela forma como trabalham. Era uma forma de também falarmos da regularização da profissão e do impacto que isso tem na Previdência. E temos a Cláudia, a filha, dentista, uma profissional autônoma que tem um consultório. Desta família, criamos outros personagens, dentro de cada categoria de segurado. Por que pensamos isto? Quando se fala de um benefício de aposentadoria, por exemplo, para cada tipo de segurado existe uma regra diferenciada para o reconhecimento do direito. Entendemos que para a população, primeiro ele precisa saber quem ele é, para depois compreender quais as regras garantirão o direito dele no futuro. Achamos que ficaria muito mais simples trabalharmos por categoria, falando de todos os benefícios e regras, mas dentro de cada categoria de segurado da Previdência.Esta construção foi feita por servidores do INSS. Fizemos todo o roteiro, histórico. E a partir daí, foi feita a contratação de um consultor, porque até então, não tínhamos na nossa organização pessoas com essa habilidade de desenhos. Isso não é para qualquer pessoa. Construímos e estamos montando. Estamos no final do processo e agora, por exemplo, terminada essa etapa, a intenção é que esse conteúdo fique disponibilizado dentro do portal da Previdência, no link da educação previdenciária e também possa ser impresso, porque sabemos que nem todas as regiões brasileiras têm acesso à Internet, ainda. Não podemos privar essas pessoas de também ter acesso à informação.Aqui trouxe para vocês o modelo, o primeiro protótipo do trabalho que está sendo feito. A Mercearia Souza. Escolhemos um ambiente. É uma comunidade pequena, chamada Vila Feliz. A ideia é que tenhamos historias em quadrinhos. Esta, se fosse para ser imprensa. Ela, num ambiente de Internet, a ideia é que cada personagem, quando for falar, o design vai refletir, aumentar essa imagem, e virá o dialogo para que a pessoa possa estar acompanhando todo o roteiro.

Outra coisa que desenvolvemos este ano, pensando na inclusão digital, na expansão e divulgação mais ampla, pensamos em cartilhas eletrônicas. Esta é a primeira que construímos. Este desenho, este ano descobrimos um desenhista no INSS. Há dificuldade de alocar essas pessoas para esse trabalho. Foi confeccionada e trouxemos... não inventamos a roda. Existe uma cartilha publicada pelo Ministério da Previdência, quando do aniversario de 80 anos. Achamos que aquela cartilha é bem resumida e traz exatamente o que queremos passar para o cidadão. O que fizemos? Transformamos aquelas imagens, que à época foram confeccionadas como imagens de Internet, e trouxemos para o cidadão, numa linguagem acessível, para que ele possa entender exatamente o que é a Previdência e a sua finalidade na vida dele. O outro projeto que fizemos é um guia do idoso, que na realidade não é uma substituição do guia do idoso que foi lançado em 2007 pela Previdência. É um complemento na Conferência Nacional do Idoso no ano passado, foi feita uma demanda que os segurados, depois que se aposentam, não têm informação sobre a Previdência Social. A questão do empréstimo consignado, quando recebe a cartinha do PIS e Fundo de Garantia, o que ele faz com isso? Aonde vai? Quais os direitos que mantém depois de aposentado? Pensamos nisso e criamos uma cartilha, que se chama “Cidadão idoso: parceiro de uma vida inteira”. Ela ainda está em edição. Como estávamos num período eleitoral, não pôde ser impressa por restrição do período eleitoral. Alem dela ter sido feita por servidores, tentamos usar uma linguagem bem acessível. Bem aquela coisa do: Oque o segurado precisa saber? quais são as suas dúvidas? O Conselho aqui de Previdência Social do Distrito Federal, inclusive, foi um dos componentes que nos auxiliaram, porque participamos de uma reunião. A partir dali, os representantes nos disseram quais as informações que os segurados precisam saber e que têm dúvida, depois que se aposentam? Isso subsidiou o nosso trabalho. Ela foi toda desenhada, a arte é toda de um servidor do INSS.Aqui fizemos um desenho que mostra ele entrando numa agência da Previdência para requerer um benefício. Ele faz um retrospecto da sua vida, de quando começou a contribuir com a Previdência, os momentos em que esteve amparado pela Previdência Social e, agora, ele entrando na Previdência, porque já completou todo o seu ciclo produtivo e vai requerer o benefício. Já estamos conversando com a Comunicação Social. A ideia é que possamos lançar esta cartilha nos 88 anos da Previdência. Estamos fazendo todo esforço.O Valdir, no começo do ano, colocou-nos dois desafios. O primeiro era fazermos curso de formação de pessoas a distância, para alcançarmos cada vez mais um número maior de pessoas e, ao mesmo tempo, levarmos informação para as empresas, para os representantes dos recursos humanos, pautando mais fortemente na questão do cadastro das informações previdenciárias. Com base nisto, desenvolvemos dois projetos. Um já está em projeto piloto. Um curso de formação. O público-alvo são professores do ensino médio do estado de Goiás. Foi uma parceria que formamos com eles. Professores de cinco disciplinas escolhidas pela própria Secretaria de Educação: História, Geografia, Sociologia, Filosofia e Língua Portuguesa. Com estes professores já fizemos uma oficina pedagógica e começamos o curso. Ele está no ar, ficará durante quatro meses, até pela dificuldade dos professores de ter acesso às informações e para poderem fazer cursos. A carga horária é de 120 horas e a tutoria é compartilhada, ou seja, nós temos tutores da própria Secretaria e Educação e temos tutores do INSS, que também auxiliam neste trabalho.Este é o layout do nosso curso, que está no ar. Educação Previdenciária, Faça, semeie e participe. A chamada ou conceito que está ali é para que, primeiro, o professor efetivamente faça o curso. Segundo, que ele é um semeador. A partir do momento em que ele está educando, está semeando a informação, o direito à cidadania. E participe, porque queremos que ele participe de todo este processo de construção de um Brasil com uma proteção social mais ampliada. E o Valdir também nos deu o desafio de fazermos o mesmo curso para empresas, voltado para profissionais de RH. Este é o layout. O nome do curso é: “Cuidando para florescer o futuro”. Colocamos isto, porque tanto o INSS quanto o profissional de RH estão cuidando da qualidade de vida do trabalhador e pensando no futuro. Ele pode ficar dois meses na empresa, mas de alguma forma aquela empresa está cuidando dele. Estamos construindo este curso. A ideia é que

consigamos colocá-lo no princípio de 2011. Estamos trabalhando para isto. A ideia do beija-flor é que trabalharemos com o conceito de polinização, ou seja: cada um é responsável por um pedacinho, para que a Natureza floresça. E cada um é responsável. Queremos colocar para o trabalhador ter um futuro protegido, cada qual dos representantes da sociedade tem o seu papel, assim como a Previdência, a empresa, o próprio trabalhador e a sociedade deforma geral. Trouxemos uma mensagem do curso. Educação Previdenciária ilumina sonho e transforma o futuro. Por que? É exatamente isso que fazemos. As pessoas, quando não conhecem os seus direitos, não sabem o que fazer. A ideia é que ele, por meio do processo de educação, possa se conscientizar daquilo que ele tem direito e que possa usufruir no futuro. Dentro do curso dos professores, uma coisa muito interessante, e já temos recebido alguns feedbacks dos professores, que estão gostando muito, falamos de Previdência, mas não só da Previdência Social, que é um pedacinho na vida do cidadão. Tem outras coisa que envolvem a vida dele com as quais temos relação direta. Então, falamos da saúde do trabalhador, do registro civil de nascimento. Porque, se a pessoa não tiver a documentação civil básica, ele não é um cidadão reconhecido pelo Estado. Ninguém sabe que ele existe.Falamos da questão do salário-maternidade, da conquista das mulheres, que vêm avançando ao longo dos anos, do Nexo Técnico Epidemiológico, do fator acidentário, do papel da perícia médica, qual o papel do médico assistente... Na relaida, trouxemos várias outras informações agregadas à Previdência, porque a pessoa precisa entender em que momento a Previdência entra efetivamente na vida dele mas, ao longo da vida dele, várias outras coisas vão acontecendo. Entendemos eu, como estamos num processo de educação, já que temos conhecimento das outras políticas públicas, por que não agregar isso a esse conteúdo para avançarmos e levar informação para todas as pessoas?Meu muito obrigada. Aqui tem o meu e-mail, o institucional da educação previdenciária e estamos à disposição, sempre que precisarem. Obrigada.O Sr. Fernando Rodrigues da Silva (MPS):Em razão do adiantado da hora, não temos condições de repercutir o trabalho apresentado pela Renata, sob pena de ficarmos eu falando para eu mesmo. Acho que os temas colocados hoje sinalizam para essa ideia de que o que compete a quem está aqui? Pegar a informação, trazê-la de tal modo que, num segundo momento, com base nessa informação, os setores organizados da sociedade possam debater e questionar o Estado na construção de políticas públicas. Isso também faz parte do controle social.Então, em nome da equipe do CNPS... Primeiro, gostaria de agradecer muito à Renata pela contribuição, Dr. Alexandre, companheiro nosso da Região do Vale do Paraíba, a presença de todos e de vocês. Muito obrigado por terem vindo até o final.Só tenho um ponto para apresentar, antes de encerrarmos, que é o calendário. Não teremos reunião em dezembro, em razão do problema do calendário, não só do Ministro, mas estamos num processo de governo de transição, alem da questão das festividades de final de ano. Então, segundo informa a assessoria do Conselho, usualmente, na ultima reunião do ano, apresenta-se um cronograma das reuniões do ano vindouro e a proposta é continuar como antes, ou seja, toda última quarta-feira do mês. Aqui há um cronograma, que está nas pastas. Então, simbolicamente, é só a aprovação desse calendário que, ao ser instalado o Conselho, porque vão modificar.algumas pessoas que estão aqui. Naturalmente, isso pode ser revisto ou não. Mas fica como indicativo, para que seja executado este cronograma de reuniões para o ano de 2011.OK? Então, ficamos assim.Um grande abraço a todos e, em nome do CNPS, desejo um feliz Natal e um próspero ano novo, de conquistas para o nosso país. Um abraço a todos.