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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL 5º ANO

1ª Dinastia - Trabalho

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL

5º ANO

   

Professor: Carlos Albano Santos

Aluno: António Gonçalves, Nº 4, 5ºA

2009/2010

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ESCOLA ANA DE CASTRO OSÓRIO

1. Índice

Índice ------------------------------------------------------------------------------ 1

Introdução -------------------------------------------------------------------------- 2

Os Reis da 1ª Dinastia ------------------------------------------------------------ 3

Algumas informações sobre cada rei ------------------------------------ 4

Alguns episódios conhecidos – mistura de lenda e realidade ----- 6

Árvore genealógica da 1ª dinastia ----------------------------------------- 10

Dinastia portuguesa - De Borgonha (Versejada) ------------------------- 11

Conclusão ------------------------------------------------------------------------- 11

Fontes ------------------------------------------------------------------------------ 12

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2. Introdução

Dinastia Afonsina ou de Borgonha

A Dinastia de Borgonha, também chamada Afonsina (pelo elevado

número - quatro - de soberanos com o nome de Afonso) foi a primeira dinastia

do Reino de Portugal.

Começou em 1096, ainda como mero condado (autonomizado em reino

em 1139-1143) e terminou em 1383-1385.

D. Afonso Henriques tornou-se Príncipe de Portugal depois de vencer os

nobres galegos, os Peres de Trava, aliados de sua mãe, D. Teresa, na batalha

de São Mamede em 1128. Foi apenas em 1179 que o Papa Alexandre III

reconheceu Portugal como um Estado independente, o que na época era

fundamental para a aceitação do reino no mundo cristão.

D. Sancho I sucedeu a D. Afonso I, seu pai. À semelhança do anterior

continuou o processo de Reconquista da Península Ibérica sob domínio Mouro.

A D. Sancho I sucedeu D. Afonso II, seu filho.

Em 1233 o seu filho D. Sancho II sucedeu-lhe.

O reinado deste não durou muito tempo e em 1248 seu irmão, D. Afonso

III, subiu ao trono. Foi ele que terminou com a presença muçulmana em

Portugal, re-adaptando o título de Rei de Portugal e do Algarve.

Com as fronteiras do território definidas através do Tratado de Alcanizes

(1297), D. Dinis, filho de Afonso III e herdeiro da coroa, começou um processo

de exploração da terra do reino.

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Em 1325 sucedeu-lhe D. Afonso IV, cujo filho, D. Pedro I,

protagonizou um dos episódios mais conhecidos da História de Portugal, que

Luís de Camões incluiu n’Os Lusíadas, o amor de Pedro e Inês de Castro.

Com a morte de D. Pedro I, o filho primogénito, D. Fernando subiu ao

trono em 1367. Em 1383 sua filha, D. Beatriz, casou-se com João I de Castela, o

que complicou a continuidade da dinastia.

Em 1383, com a morte de D. Fernando, o reino entra em anarquia total,

com a ameaça de anexação pelo reino de Castela. Após a eleição de D. João I

como rei nas Cortes de Coimbra de 1385, considera-se iniciada uma nova

dinastia, pela quebra na sucessão legítima, ainda que o novo soberano

descendesse directamente do rei D. Pedro I.

3. Os Reis da 1ª DinastiaImagem Nome Cognome Nasciment

o / MorteFactos do reinado

D. Afonso Henriques

O Conquistador /

O Fundador

1108 - 1185 Foi o primeiro rei de Portugal e conquistou território até Lisboa e Alentejo.Reinou entre 1143 e 1185.

D. Sancho I

O Povoador 1154 - 1211 Conquistou Silves e passou a chamar-se «Rei de Portugal e dos Algarves».Reinou entre 1185 e 1211.

D. Afonso II

O Gordo 1185 - 1223 Convoca as primeiras cortes portuguesas, em Coimbra (1211).Reinou entre 1211 e 1223.

D. Sancho II

O Capelo 1209 - 1248 Não teve descendência, pelo que o reino passou para o irmão.Reinou entre 1223 e 1248.

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D. Afonso III

O Bolonhês 1210 - 1279 Manda efectuar Inquirições Gerais (1258) - reduz abusos do clero e nobreza.Reinou entre 1248 e 1279.

D. Dinis O Lavrador 1261 - 1325 Incentivou o comércio, a cultura, a agricultura e mandou plantar o pinhal de Leiria.Reinou entre 1279 e 1325.

D. Afonso IV

O Bravo 1290 - 1357 Tomou medidas muito polémicas e chamou toda a justiça do reino para as suas mãos.Reinou entre 1325 e 1357.

D. Pedro I O Justiceiro / O Cruel (Cru)

1320 - 1367 Vingou a morte de D. Inês de Castro.Reinou entre 1357 e 1367 com uma enorme prosperidade económica.

D. Fernando

O Formoso 1345 - 1383 Gerou conflitos com Castela que levaram à crise de 1383/1385.Reinou entre 1367 e 1383

4. Algumas informações sobre cada rei

D. Afonso Henriques (D. Afonso I)

A secreta paixão do rei:Há quem diga que com tantas lutas o rei não tinha tempo para pensar em casamento, mas também há quem tenha descoberto que, aos 18 anos, se apaixonou por uma galega, Flâmula Peres de Trava, sobrinha do conde que o príncipe derrotara na batalha de S. Mamede. A Corte não lhe permitiu o casamento e só se encontravam em segredo. Tiveram 2 filhos.Afonso casou com D. Mafalda, uma jovem princesa italiana. Tiveram 8 filhos.

D. Sancho I

Era filho de D. Afonso I. Deveria ter sido o irmão mais velho de D. Sancho, Henrique, a herdar o trono, mas este morreu com a idade de 8 anos.Casou com D. Dulce, filha do rei de Aragão.Teve 19 filhos: 11 da rainha e os restantes de damas por quem se enamorou.É chamado o Povoador porque convidou estrangeiros para ocuparem as terras do Sul de Portugal. Passou 58 CARTAS DE FORAL (uma carta de foral servia para criar

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uma povoação, quais os seus limites e os direitos e deveres dos seus habitantes).Em Portugal, no tempo de D. Sancho I, viviam animais selvagens como raposas, lobos, javalis, ursos e zebros ou onagros (burros selvagens).

D. Afonso II

Era filho de D. Sancho I. Casou com D. Urraca.Os filhos legítimos foram 4 e os ilegítimos 1.Foi com Afonso II que se reuniram as primeiras Cortes. As Cortes eram reuniões convocadas pelo rei quando queria saber a opinião da nobreza e do clero sobre problemas e necessidades do país. Só mais tarde é que as Cortes incluíram representantes do povo.

D. Sancho II

Era filho de D. Afonso II. Tornou-se rei aos 13 anos, quando o pai morreu, mas teve que esperar um ano para governar (aos 14 anos era-se considerado “maior”).Casou por amor com uma jovem viúva de rara beleza, D. Mécia Lopes de Haro. Como não era habitual o casamento por amor, contavam que D. Mécia tinha enfeitiçado o rei. Um belo dia, a rainha D. Mécia, por vontade própria ou de nobres, foi raptada. Nunca mais apareceu. Não tiveram descendência.

D. Afonso III

Era o segundo filho de D. Afonso II e irmão de D. Sancho II. É chamado o Bolonhês por ter casado com D. Matilde, condessa de Bolonha (França).Preocupado com a luta contra os Mouros (foi ele que conquistou o Algarve), deixou D. Matilde em França, durante 10 anos. Quando D. Matilde veio ter com o marido a Portugal, este não quis nada com ela. D. Afonso III casou depois com D. Beatriz ou Brites, ainda estando viva a 1ª esposa.Teve 1 filho do 1º casamento, 7 filhos do 2º casamento e 5 filhos bastardos.

D. Dinis

Era filho do 2º casamento do rei D. Afonso III. Foi o mais jovem diplomata português: aos 7 anos, montado numa mula, foi enviado pelo pai numa embaixada a Castela, para resolver um conflito entre os dois países, sobre a posse do Algarve e o que o rei de Leão e Castela dizia ser seu porque lhe tinha sido oferecida por um vizir (chefe árabe). O avô ficou encantado com a inteligência e a poesia do neto e ofereceu como prenda todo o Algarve a D. Dinis.Foi aclamado rei aos 18 anos. Casou com D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa. Teve 2 filhos legítimos e 7 bastardos. D. Isabel criou-os a todos na corte como se fossem seus filhos. Esta terá realizado o Milagre das Rosas e mandou construir em Coimbra o Convento de Santa Clara, tendo ido viver, após a morte do marido, para o mosteiro situado na Quinta das Lágrimas.Em 1290, criou a 1ª Universidade, em Lisboa, chamada Estudos Gerais. Foi no reinado de D. Dinis que se passou a usar o papel em vez do pergaminho e o português tornou-se a língua usada nos documentos oficiais (até aí era o latim).

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Até ao tempo de D. Dinis, quando se queria ofender muito uma pessoa, enfiava-se-lhe excrementos na boca ou pedia-se a alguém que fizesse esse serviço. D. Dinis, indignado com o costume, decretou que a “merda na boca” era crime e seria punida com a morte.

D. Afonso IV

Era filho de D. Dinis e de D. Isabel. Era um rei muito austero. Não gostava de festas na sua corte, não teve filhos fora do casamento. A princesa que casou com D. Afonso IV foi D. Brites. Foi D. Brites que criou as primeiras mercearias de venda ao público em Lisboa, que funcionavam em tendas e, por isso, os vendedores eram os tendeiros.Entre 1355-1356 a peste negra e a fome chegaram a Portugal. Uma das vítimas foi a filha mais velha do rei, D. Maria, a “Formosíssima Maria” (Luís de Camões, Os Lusíadas).

D. Pedro I

Era filho de D. Afonso IV. Aos 8 anos o pai casou-o por palavra futura com D. Branca, de Castela. O casamento foi anulado porque a princesa tinha uma doença grave. Aos 20 anos, o pai combinou novo casamento para D. Pedro, com D. Constança, de Castela. Casaram por procuração, mas só 4 anos depois é que a noiva chegou a Portugal e se conheceram. Era gago, epiléptico e impulsivo. A noiva tinha uma aia, Inês de Castro, uma galega de 15 anos por quem D. Pedro se apaixonou. Como os amores entre Inês e Pedro continuassem apesar das proibições, D. Afonso IV mandou matar Inês.

D. Fernando

Foi o último rei da 1ª dinastia, sendo filho de D. Pedro I e de D. Constança.Comprometeu-se com 3 Leonores:* Leonor de Castela (espanhola)* Leonor de Lencastre (inglesa)* Leonor Teles de Meneses (portuguesa), por quem se apaixonou. Esta era casada e tinha um filho, mas o Papa anulou-lhe o casamento para poder casar com o rei D. Fernando. Deste casamento surgiu uma filha, D. Beatriz, que casou com D. João I, rei de Castela.Quando D. Fernando morreu, em 1383, surgiu um problema de sucessão, pois havia a possibilidade de Portugal perder a independência e unir-se a Castela.Quem podia ser rei? Eram vários os pretendentes. Quem assumiu o trono foi D. João I, Mestre de Avis, filho bastardo do rei D. Pedro e de D. Teresa Lourenço, dando início a uma nova dinastia...

...a dinastia de Avis.5. Alguns episódios muito conhecidos – mistura de lenda e

realidade

Os cinco reis mouros derrotados por D. Afonso Henriques

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A 25 de Julho de 1139, D. Afonso Henriques (na altura ainda Conde)

enfrenta os exércitos combinados de cinco reis mouros. Segundo uma lenda, tem

uma visão: Cristo apareceu-lhe incitando-o à batalha. Saindo vencedor, D. Afonso

Henriques intitula-se Rei de Portugal e mandou pintar, sobre a cruz do seu

estandarte, cinco pequenos escudos azuis (quinas), simbolizando os cinco reis

mouros vencidos, adornado cada um por cinco pontos brancos, representando as

cinco chagas de Cristo. (As referências ao número de pontos em cada quina vai de 5

a 12 em que o seu significado varia desde serem chagas de Cristo, às traiçoeiras

moedas de Judas ou a castelos conquistados aos mouros).

Lenda do Milagre das Rosas

Isabel de Aragão foi, e é ainda, a mais popular rainha de

Portugal. Mulher d'el-rei D. Dinis, o rei-trovador (sexto rei de

Portugal e fundador da Universidade de Coimbra), é com

certeza mais conhecida como Rainha Santa Isabel, tendo-se

tornado lendária pelos prodígios que o povo lhe atribui, entre

os quais o célebre milagre das rosas.

Veio para Portugal com doze anos apenas, tendo casado

com D. Dinis, que muito a amou então. Trazia consigo a fama

de excepcionais virtudes que a natureza acrescentara aos dotes físicos de uma

beleza pouco vulgar, calma e equilibrada. Tão maravilhado ficou o rei-poeta que logo

lhe fez muitas doações de senhorios de terras como nenhuma outra rainha

portuguesa até então possuíra.

Dotada de um grande carácter, Isabel revelou-se uma mulher de costumes

"modestos, humildes e castos.

Sempre se serviu dos seus bens para ajudar os necessitados, visitava os

doentes e fazia-os tratar pelos seus médicos e enfermeiras.

Em todas as circunstâncias procurou manter uma serenidade exemplar e

conseguiu, frequentemente, apaziguar os ódios e lutas que as intrigas palacianas

acendiam no filho, o futuro rei Afonso IV, e no próprio Rei.

Ora, numa época em que o Rei decidira pôr cobro àquilo que dizia ser um

esbanjamento do tesouro público, por sua mulher, conta esta lenda, tão querida do

povo portugês, que D. Dinis foi avisado por um homem do Paço que no dia seguinte,

contrariando as ordens reais, sairia Isabel com ouro e prata para distribuir pelos

pobres.

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Exaltado, D. Dinis resolveu imediatamente que ao outro

dia iria surpreender a Rainha quando ela fosse a sair com o

carregamento de esmolas.

Na manhã seguinte, uma gélida manhã de sol de

Janeiro, estava D. Isabel com as aias no jardim, trazendo a

ponta do manto recolhida e plena de pão e moedas, quando

lhe surgiu el-Rei fingindo-se encontrado.

Empalideceu a Rainha, conhecendo como conhecia os

acessos do marido, receosa do que diria se descobrisse o

dinheiro que trazia.

Saudaram-se, contudo, cortesmente e D. Dinis

perguntou:

- Onde ides, senhora, tão pela manhã?

- Armar os altares do Convento de Santa Cruz, meu

senhor!

- E que levais no regaço, minha rainha?

Houve um instante de hesitação antes que a Rainha respondesse:

- São rosas, real senhor!

- Rosas, senhora rainha? - gritou encolerizado D. Dinis. - Rosas, em Janeiro?!

Quereis, sem dúvida, enganar-me!

Digna e muito, muito lentamente largando a ponta do manto, respondeu Isabel:

- Senhor, não mente uma Rainha de Portugal!

E todos viram cair-lhe do manto, do local onde sabiam só haver moedas, uma

chuva belíssima de rosas.

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História de Amor de Pedro e Inês

No século XIV, D. Afonso IV, rei de Portugal, combinou o

casamento de seu filho Pedro, herdeiro do trono de Portugal, com D.

Constança, nobre senhora de Castela.

A entrada de D. Constança em Portugal fez-se no meio de grande

comitiva de gente ilustre. Houve música, danças e poesia de

trovadores. Na companhia da jovem princesa viera de Castela uma

linda moça, dama de honor de linhagem fidalga, que se chamava Inês.

Inês de Castro vivia na corte com D. Constança e D. Pedro, desfrutando

os lazeres do dia a dia, a leitura, a música e as danças, a poesia

trovadoresca. A sua elegância e beleza encantadora fizeram

com que o príncipe D. Pedro reparasse nela e, em breve, o

fogo do amor e da paixão se ateou no coração de Pedro. O

encontro dos amantes tornava-se cada vez mais frequente.

D. Constança vivia cada dia mais angustiada e triste e

acabou por falecer de parto. D. Pedro ficou livre para cair

nos braços de Inês.

A força do amor era tão intensa que D. Pedro mandou

vir Inês de Castro para Coimbra. D. Pedro e D. Inês passaram

a habitar nos paços de Santa Clara, na margem esquerda do

rio Mondego. Aqui nasceram e brincaram felizes os seus

filhos, por entre a ternura dos pais, o verde das flores e o azul

do céu.

Entretanto, em Lisboa, D. Fernando, filho de D. Pedro e D. Constança, ia sendo

educado para um dia ser rei. O que aconteceria se D. Inês, fidalga castelhana, viesse

a ser rainha? Era bem possível que um dos seus filhos viesse a ser rei de Portugal,

ainda que fosse necessário matar o legítimo herdeiro do

reino... Seria então fácil a nobreza castelhana tomar o poder e

Portugal perder a independência.

No início de 1355, o príncipe D. Pedro não podia

imaginar o que estava a ser tramado contra a sua bela Inês.

Por isso, partiu para mais uma caçada por montes e florestas, com os seus amigos.

No dia 7 de Janeiro, ao cair da noite, Inês de Castro foi surpreendida pela chegada

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do Rei e conselheiros. Rodeada dos seus 3 filhos, Inês implorou ao Rei que

lhe poupasse a vida em consideração pelos seus netos. Apesar dos apelos

lancinantes, quando o luar chegou, Inês estava morta.

Ao saber da notícia, D. Pedro enraivecido desafiou o rei. A rainha promoveu a

paz. Mas, ao chegar ao trono, D. Pedro não esqueceu o

ódio contra os assassinos que friamente mataram a sua

Inês. Mandou procurá-los e, cruelmente, foram mortos: a

um foi tirado o coração pelo peito, a outro pelas costas enquanto D. Pedro se

banqueteava lautamente. No final, ainda D. Pedro teve coragem para trincar os dois

corações.

Mandou construir no Mosteiro de Alcobaça 2 túmulos sumptuosos - um para

ele e outro para Inês que, entretanto, mandara trasladar de Coimbra para Alcobaça

num cortejo fúnebre seguido por uma multidão de populares, que choravam a

desgraça de Inês, e por nobres e clérigos que foram obrigados a comparecer. Diz a

lenda que D. Pedro fez coroar Inês de Castro rainha e obrigou a nobreza a beijar-lhe

a mão, depois de morta.

LUSÍADAS – CANTO III

118 - Inês de Castro

"Passada esta tão próspera vitória,Tornando Afonso à Lusitana terra,A se lograr da paz com tanta glóriaQuanta soube ganhar na dura guerra,O caso triste, e dino da memória,Que do sepulcro os homens desenterra,Aconteceu da mísera e mesquinhaQue depois de ser morta foi Rainha.

D. Leonor Teles

Filha de Martim Afonso Telo de

Menezes e Aldonça de Vasconcelos, e

sobrinha de D. João Afonso de Menezes,

Conde de Barcelos, D. Leonor Teles

nasceu na região de Trás-os-Montes por

volta de 1350 e faleceu em Tordesilhas

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em 1386. Foi rainha de Portugal entre 1372 e 1383, pelo seu casamento

com D. Fernando.

Ainda nova, casou com João Lourenço da Cunha, de quem teve um filho. Mais

tarde travou-se de amores por D. Fernando, que conseguiu obter a anulação do

casamento de Leonor Teles invocando razões de parentesco. O povo reagiu perante

esta situação, manifestando-se contra o casamento do rei com Leonor Teles, mas D.

Fernando reprimiu violentamente os protestos e casou secretamente no Mosteiro de

Leça do Balio, em Maio de 1372. No ano seguinte nascia D. Beatriz, que casaria mais

tarde com o rei D. João I de Castela.

Leonor Teles sempre procurou eliminar todos os obstáculos que pudessem

interferir nos seus planos, incluindo a sua irmã, Maria Teles. Quando, em 1383,

morreu D. Fernando, Leonor Teles assumiu a regência e passou a viver com o Conde

Andeiro, João Fernandes Andeiro, um fidalgo galego que o povo acusava de ser seu

amante já em vida de D. Fernando. Quando Leonor Teles, a pedido do rei de Castela,

mandou proceder à aclamação de D. Beatriz e do marido como rei de Portugal, o

povo revoltou-se, sendo acompanhado por alguns nobres e pela burguesia.

Tal revolta levou ao assassínio do Conde Andeiro e à fuga de Leonor Teles para

Castela. Mas mesmo em Castela ela teve problemas com o genro, D. João I, que a

mandou internar no Mosteiro de Tordesilhas, perto de Valladolid, onde viria a

falecer.

D. Leonor Teles. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-01-07].

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$d.-leonor-teles>.

6. Árvore genealógica da 1ª dinastia

D. Henriqu D. Teresa

D. Afonso Henriques

D. Mafalda

D. Sancho I D. Dulce

D. Afonso II D. Urraca

D. Sancho II D. Mécia D. Afonso III D. Beatriz

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D. Dinis D. Isabel

D. Afonso IV D. Beatriz

D. Teresa Lourenço D. Pedro I D. Constança

D. Inês de Castro

D. Fernando D. Leonor Teles

D. Beatriz1383-1385 - interregnoD. João I

(1º rei da 2ª dinastia)

D. João de Castela

7. Dinastia portuguesa - De Borgonha (Versejada)

Afonso Henriques, primeirorei-dos-reis, Conquistador,reuniu Portus a Calle,e Dom Sancho, seu herdeiro,guerreiro, Povoador,continuou Portugal.

Para exemplo crucialface ao inimigo esconsopondo seu pai em memória,fecundo além do normalDom Sancho gerou Afonso,o Gordo da lusa-história.

Vindo em linha sucessóriasurge Dom Sancho-segundo,o Capelo, régio e crente,irmão do terço em glória,também Afonso pró mundo,o Bolonhês sapiente.

Segue avante a lusa-gentesob um reinado felizque mais e mais se levantana gestão eficientedo Lavrador Dom Diniscasado com uma Santa.

Mais um Bravo se implanta,el-rei Dom Afonso-quarto,temido e assaz guerreiro,pai do rei que nos encantaem tempo curto mas farto,Dom Pedro, o Justiceiro.

Enfim o rei derradeiroda primeira-dinastia,Dom Fernando, o «Formoso»,de grandes males urdeiropor ter dado em primaziasua filha a rei maldoso.

Porto - PortugalAntónio Torre da Guia

8. Conclusão

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No início de 1383, a infanta D. Beatriz era a única descendente do rei

moribundo, depois da morte prematura dos seus irmãos mais novos D. Pedro em

1380 e D. Afonso em 1382. Como herdeira do trono, o seu casamento dominava a

agenda política em Portugal e era objecto de intriga e manipulação das várias

facções.

D. Fernando arranjou e cancelou o casamento de Beatriz por diversas

vezes, até finalmente, por motivos militares, optar pela primeira escolha da sua

mulher, o rei João I de Castela. Viúvo desde o ano anterior de uma princesa

aragonesa, João de Castela encontrou vantagens políticas na união e exigiu o

casamento no quadro da assinatura da paz. A cerimónia teve lugar a 17 de Maio

de 1383, na cidade fronteiriça de Elvas. D. Beatriz tinha apenas 11 anos.

Este casamento veio a culminar na crise que deu origem à segunda

dinastia.

9. Fontes

http://www.junior.te.pt/servlets/Bairro?P=Portugal&ID=1637

D. Leonor Teles. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010

http://pt.wikipedia.org

http://www.sokarinhos.com.br/HISTORIA/historiaportugal_Idinast.htm

http://www.vbruno.net/escola/Monarquia_Portuguesa/Primeira_dinastia.htm

http://www.eb1-igreja-n1-lagares.rcts.pt/trabalho.htm

http://www.prof2000.pt/users/monarca/1_dinastia/1_dinastia.htm

http://escolaactiva.blogs.sapo.pt/18364.html

http://atelier.hannover2000.mct.pt/~pr284/Monarquia.htm

http://g-sat.net/archive/index.php/t-92227.html

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