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Tribunal rEGiOnal DO TrabalHO Da 23ª rEGiÃO
Gestão 2011/2012
Tarcísio régis ValenteDesembargador-presidente
Edson bueno de SouzaDesembargador vice-presidente
Composição do Tribunal Plenoroberto benatar
Maria berenice Carvalho Castro Souza
João Carlos ribeiro de Souza
Osmair Couto
Tarcísio régis Valente
Edson bueno de Souza
Maria beatriz Theodoro Gomes
Juízes TitularesCarla reita Faria leal
bruno luiz Weiler Siqueira
Paulo roberto ramos barrionuevo
nicanor Favero Filho
Aguimar Martins Peixoto
roseli Daraia Moses
Paulo roberto brescovici
Mara aparecida de Oliveira Oribe
rosana Maria de barros Caldas
adenir alves da Silva Carruesco
Eleonora alves lacerda
Marta alice Velho
Wanderley Piano da Silva
Juliano Pedro Girardello
José Pedro Dias
Júlio Cândido nery Ferreira
José Hortêncio ribeiro Junior
William Guilherme Correia ribeiro
Hamilton Siqueira Júnior
Deizimar Mendonça Oliveira
aguinaldo locatelli
Lamartino França de Oliveira
Tatiana de Oliveira Pitombo
ivan José Tessaro
João Humberto Cesário
Nilton Rangel Barretto Paim
Juarez Gusmão Portela
angelo Henrique Peres Cestari
andré araujo Molina
anésio Yssao Yamamura
Claudia regina Costa de lírio Servilha
Herbert luís Esteves
Rafaela Barros Pantarotto
Claudirene andrade ribeiro
André Gustavo Simionatto Doenha Antonio
Plinio Gevezier Podolan
Karina Correia Marques rigato
Janice Schneider Mesquita
Juízes SubstitutosEliane Xavier de alcântaraAlex Fabiano de Souza luis aparecido Ferreira TorresEdilson ribeiro da SilvaMárcia Martins PereiraGraziele Cabral braga de limaJosé roberto Gomes JuniorStella Maris lacerda VieiraSamantha da Silva Hassen borgesEdemar Borchartt RibeiroCassandra Passos de almeida Dayna lannes andrade rizentalleda borges de limaalessandro Friedrich SaucedoPaula naves PereiraKleber ricardo DamascenoÁtila da Rold Roeslerrachel albuquerque de Medeiros MelloThamara Talini Zanchet amanda Diniz SilveiraMatheus brandão Moraesana Paula de Carvalho ScolariEmanuele Pessatti Siqueirarivia Carole nascimento de Moraes reisJuliana Varela de albuquerque Dalpráleopoldo antunes de Oliveira FigueiredoMônica do rêgo barros CardosoHigor Marcelino Sanchesbianca Cabral DoricciCarolina Guerreiro Morais Fernandeslaiz alcântara Pereiralucyane Muñoz rochaGustavo rafael de lima ribeiroIsabela Parelli Haddad Flaittrenata Carolina Carbone Stamponi
COMiSSÃO 20 anOS DO TrT 23ª rEGiÃO
Tarcísio régis Valente Desembargador-Presidente
Edson bueno de Souza Desembargador Vice-Presidente
José Hortêncio ribeiro Junior Juiz Auxiliar da Presidência
Maria beatriz Theodoro Gomes Desembargadora Federal
lais Marina bueno Proença Drosghic Secretária-Geral da Presidência
José Silva barbosa Diretor-Geral
nelson antonio de Oliveira Ferraz Coordenador de Comunicação Social
Selma Mussi ribeiro braga Chefe do Setor de Cerimonial
Edição Comemorativa dos 20 anos do TrT 23ª região
COOrDEnaÇÃO Da EDiÇÃO
nelson Ferraz
COOrDEnaÇÃO EDiTOrial
aline Cubas
aPOiO
ademar adams
alessandro Cassemiro
Kátia Bruno
Zequias nobre
leandro Gomes
ESTaGiÁriOS
ariana lima
Celly Silva
Vinícius Viana
© Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região ─ MT, 2012.
Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução de partes ou do todo desta obra sem autorização expressa da Editora e do Tribunal
Regional do Trabalho 23ª (art. 184 do Código Penal e Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).
Produção Editorial Elaine Caniato i Ramon Carlini
Pesquisa e Textos Rose Domingues
Capa Marcelo Cabral
Fotógrafos TRT - Alessandro Cassemiro - págs.: 12, 15-18, 26, 36-39, 52-55, 57-61, 66, 69-71, 73, 75-83, 84-90, 92-110, 114-118, 121-126, 128, 131-135, 139-143, 145-147, 149-153, 155, 158, capa e contracapa TRT - Nelson Ferraz - págs.: 62, 63 e 64 TRT - Aline Cubas - pág.: 63 TRT - Arquivo histórico - págs.: 14, 20-25, 27-31, 33-35, 41-53, 117, 140-143, 149TRT - Vídeo Institucional - págs.: 2, 3, 40, 68, 86, 91TST - Aldo Dias - pág.: 154Marcelo Cabral - págs.: 10, 11, 65, 81, 148Raul Guarnizo - pág.: 112 SXC - pág.: 144Zcool - pág.: 156
Tratamento de imagens Marcelo Cabral
Diagramação e Editoração Eletrônica Elaine Caniato i Marcelo Cabral
revisão Doralice Jacomazi
Carlini & Caniato Editorial(nome fantasia da Editora TantaTinta Ltda.)Rua Nossa Senhora de Santana, 139 - sl. 03 - Goiabeira78.020-610 – Cuiabá-MT – (65) 3023-5714carliniecaniatoeditorial.wordpress.com
T758 TRT Mato Grosso: 20 anos de Justiça Social./ Tribunal Regional do Trabalho ─ MT. Cuiabá: Carlini & Caniato Editorial, 2012.
ISBN 978-85-8009-062-8
1.Tribunal Regional do Trabalho ─ MT 2.Justiça Social. 3.TRT ─ 23ª Região. I.Titulo.
CDU 34
sumário
Prólogo .......................................................................... 13
capítulo 1 – Um pouco de história ........................................ 21
Túnel do tempo ................................................. 25
Ilustre 'Doutor Paraná' ...................................... 27
O primeiro juiz titular ........................................ 28
capítulo 2 – As dez administrações ....................................... 37
capítulo 3 – Ampliação e modernização ............................... 55
Varas do Trabalho .............................................. 74
capítulo 4 – Justiça eficaz e efetiva ....................................... 85
capítulo 5 – Servidores e magistrados ................................ 105
capítulo 6 – Ações afirmativas de cidadania ....................... 125
capítulo 7 – Desafios ........................................................... 151
capítulo 8 – Parcerias de sucesso ........................................ 157
Referências bibliográficas .................................................... 159
Prólogo
O objetivo desta publicação é perpetuar a história do Tribunal Re-
gional do Trabalho 23ª Região. Cumprindo determinação constitucio-
nal, a Lei nº 8.430, de 8 de junho de 1992, criou o TRT da 23ª Região,
com jurisdição em Mato Grosso, sendo instalado em sessão solene em
Cuiabá, no dia 21 de dezembro de 1992. Em 20 anos a Justiça do Traba-
lho de Mato Grosso passou por um intenso processo de interiorização
e expansão. Se à época contava apenas com duas unidades na capital
e três no interior que eram subordinadas à 10ª Região (Distrito Fede-
ral), hoje possui um total de 38 varas, das quais 29 no interior, e um
Tribunal com seus oito desembargadores. É importante salientar que
todas as conquistas são fruto de um trabalho hercúleo de magistrados
e servidores.
Levar a Justiça do Trabalho a todos os rincões deste imenso Estado
sempre foi a principal preocupação do Tribunal, como bem demonstra
a criação de varas itinerantes a partir de julho de 1997. A partir delas
o magistrado se desloca juntamente com um secretário de audiência
levando os processos já distribuídos para localidades distantes da vara
do trabalho de origem. A proposta inovadora surgiu em Mato Grosso e
atualmente é utilizada por toda a Justiça brasileira, por determinação
constitucional. O mesmo ocorreu com os Postos Avançados Trabalhistas
(PAT), modalidade que difere das varas itinerantes, uma vez que no PAT
é montada uma estrutura similar a uma vara do trabalho. No entan-
to, apesar dos avanços, a Justiça do Trabalho mato-grossense ainda se
Tarcísio Régis ValenteDesembargador-Presidente do TRT 23ª Região
13
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
ressentia de melhor infraestrutura, de instalações
que proporcionassem melhores condições de tra-
balho, comodidade aos jurisdicionados e economia
aos cofres públicos com a suspensão de gastos com
aluguéis. Em 2005, após mais de uma década do início
da construção e de um histórico de constantes contin-
genciamentos do orçamento, foi inaugurado em 5 de
agosto desse mesmo ano o edifício-sede da 23ª Região.
O Complexo da Justiça Trabalhista de Mato Grosso, que
inclui o TRT e as nove varas de Cuiabá, dispõe de 32.606
metros quadrados de área construída. A estrutura está
preparada para fazer frente ao crescimento projetado para
a 23ª Região nos próximos 20 anos.
Neste momento estamos com uma frente de trabalho
com mais de 20 obras em andamento, 12 só de prédios novos
para abrigarem as novas varas. A proposta almejada é de que
até o ano que vem todas estejam com sedes próprias, padro-
nizadas e atendendo a critérios de sustentabilidade. A Vara de
Água Boa, por exemplo, inaugurada em 2011, foi pioneira no país
ao incorporar uma série de elementos visando à redução de consu-
mo de água e energia, seguindo orientações do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ). Fiel a sua missão de promover justiça por meio da
prestação jurisdicional célere, eficaz, efetiva e outras ações afirmati-
Sede do TRT de 1992 até o primeiro semestre de 2005, situada na Avenida Fernando Corrêa da Costa
14
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
vas de cidadania, o TRT 23ª Região também implantou a Vara de Cidada-
nia, que desde 2005 promove o projeto de integração digital, que con-
siste em um espaço de inclusão digital para estudantes carentes, povos
indígenas e idosos. O projeto foi apresentado na Conferência Mundial
de Sustentabilidade - Rio +20 este ano. Atualmente estamos inovando
as varas da cidadania, oferecendo cursos técnico-profissionalizantes em
parceria como o Senai e prefeituras.
Também atentos às ações afirmativas, iniciamos ações relaciona-
das ao programa Começar de Novo, que oportuniza a cinco reeducan-
das a trabalhar em nossa instituição. Temos ainda o projeto de coleta
seletiva solidária, que consiste na coleta, transporte e triagem de mate-
riais recicláveis descartados, como papel, papelão, plástico, vidro e me-
tais em geral. Além do material produzido pelo Tribunal, magistrados,
servidores e colaboradores trazem de suas residências os recicláveis e
os depositam nos postos de coleta, periodicamente associações e co-
operativas coletam o material segundo critérios acordados. O mesmo
ocorre com os projetos de sucatas eletrônica e longa vida que rever-
tem os valores pagos pelo material coletado ao Comitê Pró-Infância; e o
projeto eco-bolsa, que coleta tubos de pasta dental e radiografias para
confecção de bolsas e sapatos por artesãos.
Outro ponto importante a ser mencionado é a evolução administra-
tiva da instituição. Fomos o primeiro Tribunal do país a adotar o planeja-
mento estratégico, ainda em 2008, antes de o CNJ, em 2009, determinar
15
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
sua implantação para todos os Tribunais de Justiça brasileiros. O projeto
foi gestado e criado com o envolvimento de juízes e servidores, a partir
de uma gestão participativa. E o mais importante, está sendo efetiva-
mente implantado, com acompanhamento trimestral e planejamento
em Reuniões de Análise Estratégica (RAE), além de efetivarmos os escri-
tórios de projetos e de processos. Nos nossos 20 anos, posso afirmar que
somos um Tribunal modelo para o Judiciário Nacional. Fomos o único
que cumpriu as dez metas nacionais de eficiência programadas pelo CNJ
em 2010 e um dos cinco da Justiça do Trabalho que cumpriu as cinco
metas nacionais programadas para 2011.
Além de parceiros do Conselho Superior da Justiça do Trabalho
(CSJT) no desenvolvimento do Processo Judicial Eletrônico (PJe-JT),
fomos o terceiro Tribunal no Brasil escolhido para testar o programa
inovador. Antes do final desta gestão, em dezembro de 2013, teremos
100% da Justiça do Trabalho utilizando, exclusivamente, o PJe-JT, o que
representará uma revolução no Judiciário, com o fim do processo em
16
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
papel. Buscamos ter todos os servidores do quadro, inclusive nos cargos
de direção do Tribunal. Somos o primeiro Tribunal a adotar, no planeja-
mento estratégico, a ‘gestão por competência’, a fim de preenchermos
nossos cargos em comissão via seleção interna.
Mesmo havendo tanta dedicação na busca pela eficiência, existem
muitos desafios pela frente. Um deles integra o cotidiano não só da Jus-
tiça do Trabalho, mas de todos os ramos do Judiciário: a fase de execu-
ção. Reconhece-se o direito do trabalhador, porém o juiz não tem como
executar o devedor. Em razão disso, temos reforçado nosso sistema de
inteligência. Somos pioneiros na utilização de várias ferramentas, como
o Bacen Jud, RenaJud, InfoJud, além da criação de um centro de pesquisa
patrimonial para buscar maior efetividade às execuções trabalhistas.
Desembargador-Presidente do TRT 23ª Região,
Tarcísio Régis Valente
17
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
um pouco de história
Ministro Luiz José Guimarães Falcão
As dificuldades, alegrias e vitórias
Emoção, paixão e espírito de expansão. Tais características definem o ca-
ráter do ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Luiz José
Guimarães Falcão, que no biênio de sua administração, 1991 a 1993, obteve resul-
tados surpreendentes na ampliação da Justiça do Trabalho no Brasil. Sem dúvida
o seu espírito aguerrido representa um marco especialmente para Mato Grosso,
onde, com apoio das lideranças regionais, ele conseguiu a instalação do Tribunal
Regional do Trabalho 23ª Região, que este ano completa 20 anos, e também a
ampliação das varas. Contador de histórias, ele narra que sua ligação com o Es-
tado sempre foi muito forte, tanto que recebeu o título de cidadania honorária.
Também não poderia se esquecer de que seu neto, Guilherme, nasceu no dia 21 de
setembro, início da primavera. “Eu realmente gosto daqui, sinto orgulho em fazer
parte desta história”.
Falcão começou a carreira de magistrado no TRT da 4ª Região, em Porto
Alegre. Também passou pelo TRT da 9ª Região, em Curitiba, instalada após 30 anos
da Justiça do Trabalho no país. O Estado do Paraná saiu da jurisdição da 2ª Região
de São Paulo e passou a compor uma nova divisão junto com Santa Catarina. A
aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a partir do dia 1º de maio
de 1943 (Decreto-Lei nº 5.452), tornou realidade oito novas regiões. Em 1991, já
em fevereiro, empossado presidente do TST, ele decidiu o objetivo principal da sua
gestão: ampliação. “As nove regiões da então Justiça do Trabalho estavam muito
afastadas de estados importantes. Precisávamos interiorizar”.
A atual 23ª região de Mato Grosso esteve por 48 anos, desde 1941, vin-
culada à 2ª região, quase meio século. Nesse tempo, apenas uma unidade da
Justiça do Trabalho atendia todo o Estado e foi jurisdicionada por muitos anos
pelo ‘Doutor Paraná’. Somente em 1989 foi instalada a 2ª Junta de Conciliação
e Julgamento de Cuiabá. Também havia uma unidade da Justiça do Trabalho em
Corumbá, que passou a pertencer a Mato Grosso do Sul com a divisão do Estado,
Página à esquerda: Correição realizada pelo presidente do TRT da 2ª Região à Jun-ta de Conciliação e Julgamento em 1966. Ao centro, o presidente do TRT2, Hélio de Miranda Guimarães, ladeado pelos juízes do Trabalho Alcedino Pedroso da Silva e Waldemar Thomazine
21
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
efetivada em 1979. Um dos principais argumentos para ampliação das regiões era
a incapacidade de 2ª Região, a maior do Brasil, responder pelas necessidades de
mais dois estados além de São Paulo, que sempre foi um gigante. “Obviamente
não sobrava quase nada para Mato Grosso e Paraná”. Embora mais próximo das
áreas mais influentes, o Paraná na época da criação da 9ª Região só contava com
oito varas para atender todo o Estado, Mato Grosso, com cinco varas.
A grande preocupação do ministro era ‘ampliar a base’, que compreendia
somente 725 varas do trabalho até 1991. No ano seguinte, o então presidente
Fernando Collor, em uma grande festa no Rio de Janeiro, celebrou, durante a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
(ECO-92), a lei que dobrou (para 1.400) o número de varas no Brasil. Os nove
tribunais que já existiam teriam de ser expandidos ou duplicados, assim como
suas atividades. A grande missão era
criar seis novos tribunais. “Em Mato
Grosso tivemos apoio incondicional
dos partidos políticos, do governador
Jayme Campos, dos prefeitos da capi-
tal e interior, vereadores, senadores,
advogados, sindicatos, federações,
foi uma mobilização muito forte”. To-
dos os estados tiveram de se unir de
uma forma ‘apartidária’ para vencer o
pleito e criar seus tribunais, pois havia
milhares de trabalhadores, sindica-
tos, federações, indústrias, comércio
e serviços que precisavam de apoio.
Cada localidade fez um levantamento de suas riquezas para poder sensibilizar o
Congresso Nacional.
Mato Grosso cresceu com a presença do TRT 23ª Região (Lei 8.430, de
08/06/1992). Emocionado, Falcão afirma que sente muito orgulho por ter sido
responsável pela criação e instalação de uma instituição que serve de exemplo
para o país, é um modelo de gestão. “É 23ª na lista formal de regiões, mas pelos
dados CNJ é o primeiro dentre todos os tribunais brasileiros”. Ele recorda que,
quando encerrou o discurso de instalação na sessão pública de posse dos juízes e
desembargadores do Tribunal, declarou instalado o Tribunal da 23ª e que a partir
daquele momento ele passava a pertencer ao povo. “Este Tribunal seguiu essa tri-
lha e está prestando excelentes serviços”. Uma notícia que o deixou maravilhado:
a implantação pelo Tribunal do projeto processômetro, uma ferramenta de gestão
que permite a todo cidadão acompanhar, diariamente, quantos processos foram
distribuídos e julgados ou conciliados por cada vara do trabalho ou pelo conjun-
to do primeiro grau da 23ª Região. O programa foi totalmente desenvolvido pela
Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) da instituição para atender uma das
metas do CNJ para o ano 2010. “Simplesmente fantástico”.
“É 23ª na lista formal de regiões, mas pelos
dados CnJ é o primeiro dentre todos os tribu-
nais brasileiros” Luiz José Falcão,
ministro aposentado do TST
Inauguração da 1ª a 5ª Junta de Conci-liação e Julgamento de Cuiabá, na Rua Miranda Reis
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Também despertou sua admiração a preocupação com a construção de no-
vos prédios com princípios de sustentabilidade para abrigar as novas varas que
estão sendo criadas, são projetos com tijolos ecológicos, iluminação do sol, água
captada pela chuva e destinação dos resíduos produzidos no desempenho das ati-
vidades judiciárias. Nem sempre isso é possível, mas o exemplo é motivador. A
preocupação com a qualidade de vida de funcionários e advogados também é lou-
vável e justifica o TRT 23ª Região ter sido o único entre os 91 tribunais do Brasil de
todas as áreas do Judiciário no cumprimento das metas do CNJ no ano de 2010.
Na opinião do ministro aposentado do TST Luiz Falcão, a Justiça do Trabalho
é privilegiada entre todas as outras, pois jurisdiciona o que o país tem de melhor:
os empregadores e trabalhadores. Não há bandidos, nem picaretas. Também é
a mais próxima do povo, e se está perto, o povo quer vê-la trabalhando, o que
justica a sua expansão e fortalecimento. Outro fato importante no atual contexto:
está imune a escândalos e comissões investigativas, já que desde a sua concepção
“Riqueza não se cria por decreto, depende de empresários e trabalhadores
construírem o nosso país”Luiz José Falcão, ministro aposentado do TST
Ministro Falcão afirma sentir orgulho por ter sido responsável pela criação e instalação de uma instituição que serve de exemplo para o país
23
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
sempre contou com controle externo e regras muito claras para o cumprimento de
metas que atendessem prontamente o seu povo. “Quando eu visitei as obras do
complexo administrativo do TRT 23ª Região fiquei entusiasmado ao ver um atesta-
do do Tribunal de Contas mostrando que o metro quadrado daquela obra era um
dos mais baratos do Brasil, ou seja, sempre houve preocupação com a boa utiliza-
ção do dinheiro público”. Ele vê com bons olhos a ‘virtualização’ da Justiça, mas
afirma que não pode atender apenas aos advogados e à elite. O segmento jamais
deve perder a preocupação de estar próximo do povo e jamais dificultar o acesso.
Dos 120 milhões de brasileiros na faixa de população economicamente ativa, 90%
acessam a Justiça do Trabalho. “Todo mundo diz que vai recorrer a ela”. No país
que alavancou seu crescimento para atingir a 6ª economia mundial, é importante
estar claro: “Riqueza não se cria por decreto, depende de empresários e trabalha-
dores construírem o nosso país, eles são a base de tudo”.
Embora existissem números sobre o contingente de atendimento, pois o que
não faltava em Mato Grosso eram indústrias, comércios, bancos, prestadores de
serviço e repartições públicas, a Justiça do Trabalho na época da criação do TRT 23ª
Região não contava com dados significativos. As cinco varas não atendiam mais
que 300 processos por ano, o que era pouco frente às exigências do Congresso
Nacional. Mas extraoficialmente havia sim demanda, tanto que naquela época o
Ministério Público Estadual (MPE) movimentava em média anualmente 900 acor-
dos referentes ao segmento. “Os promotores de justiça prestaram um excelente
trabalho, porém não era o ideal, além disso, um juiz de Direito tem milhares de
processos e a preferência é pelo réu preso e não pela Justiça do Trabalho”. A partir
desses argumentos Falcão conseguiu convencer, com o apoio da bancada político-
administrativa do Estado, os legisladores sobre a importância de modificarem as
regras. “Deveria haver mais de mil processos por ano em algumas cidades. Cuiabá
não atendia àquela lei, embora a demanda fosse grande”.
Desembargadora Leila Calvo, então presidente do TRT/MT, acompanha visita técnica do TCU às obras do edifício-sede
24
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Túnel do tempo“Já é tempo dos trabalhadores e empresários abandonarem a confrontação estéril, substituindo-a pela parceria e cooperação, no que estariam dando uma demonstração viva de inteligência e sabedoria”Orlando Teixeira da Costa, ao tomar posse
como presidente do TST em 1993
A primeira unidade da Justiça do Trabalho em Mato Grosso foi instalada em
1941 e era vinculada administrativamente ao Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio. Conforme a publicação ‘A história do Judiciário do Trabalho em Mato
Grosso’, 1945 a 2002, que contou com pesquisa geral do funcionário do TRT 23ª
Antônio Ernani Pedroso Calhao, e colaboração especial da também servidora Wan-
da Isabel Silva Marchetti, toda a estrutura da Justiça do Trabalho foi construída de
1930 a 1943. A Constituição de 1946 integrou os seus órgãos no Poder Judiciário,
com a competência de conciliar, instituir e julgar os dissídios individuais e de ins-
tituir ou rever condições de trabalho nos processos de dissídios coletivos com o
chamado ‘poder normativo’. As Constituições de 1967, 1969 e 1988 mantiveram a
competência da Justiça do Trabalho, das quais a vigente facultou às partes confli-
tantes escolherem por consenso a via da arbitragem (art. 114, CF/88).
A Justiça Comum, de acordo com o Decreto-Lei nº 39, de 3 de dezembro de
1939, era competente para executar as decisões envolvendo questões trabalhistas.
A Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada em maio de 1943, e com vigência
a partir de 10 de novembro de 1943, foi bastante modificada para acompanhar os
novos avanços da tecnologia e globalização. Observe-se que a Constituição de 10
Ata da sessão de instalação da Justiça do Trabalho em Mato Grosso, assinada em 1º de maio de 1941
Juiz Thomazine, ao centro, na sala de audiência da Junta de Conciliação e Julgamento de Cuiabá (1963)
25
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
de novembro de 1937 concedia ao presidente Getúlio Dorneles Vargas o poder de
expedir decretos-lei sobre todas as matérias de competência legislativa da CLT, o
que aconteceu até 1945, quando ele foi destituído do poder. Até a promulgação da
Carta de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra também foi autorizado a expedir
decretos-lei, cabendo-lhe a primazia de reconhecer à magistratura do trabalho os
direitos inerentes aos demais órgãos do Poder Judiciário.
Nesses longos anos a Justiça do Trabalho se orgulha do notável
esforço desenvolvido em prol da paz social no país, mesmo antes de per-
tencer ao Poder Judiciário da União, por meio da atuação das Juntas de
Conciliação e Julgamento, Conselhos Regionais do Trabalho e Conselho
Nacional de Trabalho, transformados respectivamente em Tribunais Re-
gionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho. São Paulo criara,
antes, em 1922, um Tribunal Rural, de constituição mista, composto de
um juiz togado e representantes dos proprietários rurais e trabalhado-
res, mas a experiência não vingou nos demais estados. Trata-se de um
fato digno de menção, pelo lançamento da ideia de criação de uma jus-
tiça para o trabalho. O propósito foi louvável, pois tentou cometer às
partes a solução dos seus conflitos de interesse, porém, a autocomposição foi, é e
será, sempre, a melhor maneira de pôr fim a desavenças do trabalho. “Sem a força
imanente do direito substractum da dignidade humana em seu lato sentido, nada
se pode encontrar de útil sobre a terra”, disse o ministro Edmundo de Macedo Lu-
dolf, ex-presidente do Tribunal Federal de Recursos, que foi extinto em 1988 para
dar lugar ao Superior Tribunal de Justiça. (p. 11 e 12, A história do Judiciário Traba-
lhista em Mato Grosso, 2002).
O capital precisa do trabalho e sua prosperidade tem de preservar os valores
morais, intelectuais e culturais do homem. Que se procure diminuir os custos sem
ser necessário menorizar o homem que trabalha. É evidente que os empresários
ao iniciarem suas atividades se defrontam com encargos sociais que oneram de-
masiadamente as folhas salariais, mas não se pode matar a galinha dos ovos de
ouro. É necessário incentivar a harmonia nas relações de emprego.
A Justiça do Trabalho em Mato Grosso em seus 71 anos já demarcou muitos
caminhos através de decisões que contribuíram com a pacificação social em um
Estado em plena expansão.
“Sem a força imanente do direito substractum da dignidade humana em seu lato sentido, nada se pode encontrar de útil sobre a terra”Edmundo de Macedo Ludolf, mi-nistro e ex-presidente do Tribunal Federal de Recursos
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Sebastião Oliveira, o "Doutor Paraná"
Um homem apaixonado pela política, pela advocacia e um exemplo de hu-
mildade. Coube ao advogado Sebastião Oliveira, o ‘Doutor Paraná’, falecido em
agosto de 2004, pai do ex-governador Dante Martins de Oliveira, dar início ao pro-
jeto da Justiça do Trabalho em Mato Grosso. Conhecido por sua determinação,
o apelido lhe foi atribuído em alusão ao comandante das tropas legalistas, Cle-
mentino Paraná, que, com teimosia, conseguiu impedir a queda do governador do
Estado na Revolução de 1916. Formado em Direito em 1938, ele estava advogando
havia algum tempo quando o delegado regional do Trabalho, Álvaro Monteiro,
convidou-o para ser presidente da Junta de Conciliação em Cuiabá. As juntas eram
compostas pelo presidente e pelos vogais que representavam as classes. O proce-
dimento processual na época era diferente. Como não havia a CLT, fazia-se a con-
ciliação pelo Código de Processo Civil que acabava de ser promulgado. “Quando as
partes não se conciliavam, os integrantes da junta colhiam as provas e decidiam,
mas não era sempre que acontecia”.
Doutor Paraná relata (A história do Judiciário Trabalhista em Mato Grosso, p.
14 e 15, 2002) que não havia muitos processos naquela época na capital, pois era
uma cidade pequena e o empregado tinha receio de apresentar queixa. Também
não existiam muitas decisões, a maioria conciliava. Claro que de vez em quando
sentenças e até recursos da decisão na Junta eram remetidos ao Ministério do Tra-
balho. A Junta funcionava no prédio da Delegacia Regional do Trabalho, uma casa
bonita da Rua Pedro Celestino quase na esquina com a Rua Campo Grande. “Como
não havia nenhum recurso financeiro, a DRT fornecia auxiliares e materiais para a
Junta trabalhar gratuitamente. Ficamos assim cerca de dois anos até a criação da
lei que instituiu a Justiça do Trabalho remunerada”.
Quando ele trabalhou na Junta, a Justiça do Trabalho ainda era um órgão
do Poder Executivo, só depois de estruturada passou a pertencer ao Poder Ju-
diciário.
ilustre doutor Paraná'“Como não havia nenhum recurso financeiro, a DRT fornecia auxiliares e materiais para a Junta trabalhar. Ficamos assim cerca de dois anos até a criação da lei que instituiu a Justiça do Trabalho remunerada”Sebastião Oliveira, advogado, o 'Doutor Paraná'
'
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
o primeiro juiz titular“As leis trabalhistas afloraram não só constituindo um avanço notável e impressionante do nosso progresso social, como garantindo as aspirações e conquistas de todos”
no período de 6 a 8 de agosto de 1941, o presidente Getúlio Vargas esteve
em Mato Grosso. Coube ao primeiro juiz do Trabalho do Estado, pelo que se lê
na página 212 da obra do jornalista Pedro da rocha Jucá (1998, Ed. Memórias
Cuiabanas), ser o orador que saudou o então chefe da nação antes do grande
desfile popular que passou pelo palanque armado em frente à residência dos
governadores, no dia 7 de agosto. O juiz José adolpho de lima avelino, em nome
das classes trabalhadoras locais, disse para Vargas: “Compreendeste que não há
progresso sem a perfeita colaboração entre o capital e o trabalho; que são duas
forças que se devem dirigir paralelamente, em pleno entendimento, para o equi-
líbrio e progresso da nação e as leis trabalhistas afloraram não só constituindo
um avanço notável e impressionante do nosso progresso social, como garantindo
as aspirações e conquistas de todos. Destes ao capital garantias indispensáveis à
sua expansão econômica, mas surgiu o amparo vital de que carecia o operário”.
Em 1940, avelino era juiz de Direito no sul de Mato Grosso. Os tempos eram
outros, difíceis, seus vencimentos no valor de um conto e quinhentos mil réis mal
davam para manter a família. Surgiu a ideia de deixar a magistratura porque, en-
quanto advogado, tivera excelentes clientes, o que lhe permitia viver com mais
conforto. Como juiz era obrigado a viver em uma cidade que tivesse ao menos um
ginásio, por isso precisou deixar a filha Marieth interna em Campo Grande, o que
aumentava as despesas. Porém seu destino já estava traçado e quando contou
esse desejo a Villas Boas (senador à época), este o aconselhou a aguentar porque
ele logo seria indicado para juiz do Trabalho, cujo vencimento era de dois contos
de réis. lima aguardou e pouco tempo depois foi indicado pelo próprio senador
ao então interventor do Estado, Júlio Müller, e retornou a Cuiabá para exercer as
funções de juiz do Trabalho, tendo como suplente rubens Pinto de arruda.
Alice Borges de Lima Avelino e José Adolpho de Lima Avelino, primeiro juiz do Trabalho de Mato Grosso (década de 20)
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
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Antiga sede da Junta de Conciliação e Julgamento de Cuiabá, na Rua Cândido Mariano, 842 (início da década de 60)
Manchete de jornal
Conforme o jornal ‘O Estado de Mato Grosso’, de 1º de maio de 1941, em
sua página principal: ‘Com a instalação, hoje, em todo país, completa-se, de forma
admirável, a grande obra social do presidente Vargas’. Examinando o artigo 235
do Decreto nº 6.596, de 12 de dezembro de 1940, verifica-se nesse dispositivo a
criação de Juntas de Conciliação e Julgamento com instalação em 1º de maio de
1941, em número de seis no Distrito Federal, igual número na capital do Estado de
São Paulo, duas nos Estados de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Rio Grande do Sul, e uma nos demais estados. Em Mato Grosso, o jornal comenta
na sua edição de 3 de maio de 1941 a instalação solene da Justiça do Trabalho,
como parte integrante das comemorações do Dia do Trabalho.
A instalação ocorreu no Centro Operário de Cuiabá, com a presença do inter-
ventor federal, secretário-geral, de altas autoridades, civis e militares. Uma curiosida-
de: realizou-se às 9 horas uma solenidade tradicional com a posse de sua nova dire-
toria. Fizeram uso da palavra Zeferino Pereira Borges, presidente do Centro, reeleito,
major Firmo Rodrigues, professor Filogônio Corrêa Amaro Assunção Silva, professora
Adalgisa Gomes de Barros e Elza Gomes de Barros. Encerrando a sessão, pronunciou-
se João Ponce de Arruda, secretário-geral do Estado, em nome do governo que exal-
tou e agradeceu a cooperação da classe operária com a administração estadual.
“Foi muito bom poder contribuir com o resgate da memória da Justiça do
Trabalho”, diz Wanda Marchetti, técnica-judiciária aposentada do TRT 23ª Região
e dona de apreciável arquivo sobre a Justiça do Trabalho local, admiradora da his-
tória, da arte e da literatura de Mato Grosso.
Simples, mas imponente
A Junta foi instalada em um casarão na Rua Ba-
rão de Melgaço, com salas amplas e móveis de estilo.
Aos fundos a família do juiz José Adolpho de Lima Ave-
lino se instalava. Enquanto a Justiça do Trabalho fun-
cionava até com certa altivez, o magistrado continuava
simples, humano e bem humorado. Conforme a filha
Marieth, ele conversava com líderes políticos, altas au-
toridades, jovens e pessoas humildes do povo com a
mesma naturalidade e atenção. Certa vez, inclusive, o
atendente Silva Freire chegou até ele para dizer que
não ia poder continuar trabalhando na Junta porque o
horário de abertura era rígido e ele ia prestar serviço
militar só podendo chegar um pouco mais tarde. “Ab-
solutamente bugrinho, eu mesmo abrirei a Junta, você
continuará como funcionário chegando no horário que
lhe for possível”.
a instalação ocorreu no Centro Operário de
Cuiabá, com a presença do interventor federal,
secretário-geral, de altas autoridades, civis
e militares
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
E assim foi feito. Lima abria portas e janelas e aguardava os demais fun-
cionários chegar. Certa vez a tranquilidade foi interrompida, pois um dos vogais
desrespeitou o juiz, que passou a ir armado para a Junta até que o vogal se descul-
pou. “Ele era uma pessoa maravilhosa, alegre, acolhia a todos com muito amor.
Tinha um coração sensível, generoso, bom esposo, pai admirável, amigo dos ami-
gos, do genro, dos netos, faleceu aos 74 anos deixando boas lembranças e muitas
saudades”, disse Marieth. (A história do Judiciário Trabalhista em Mato Grosso,
p. 26 e 27)
Wanda explica que os juízes paulistas deixaram no Estado uma grata lem-
brança no que se refere à cultura, competência e espírito público no trato com
as partes e advogados. Os juízes do TRT 10ª de Brasília também conquistaram tal
respeito e admiração. “Conhecemos diversos jovens, homens e mulheres, geral-
mente no começo da carreira, cheios de entusiasmo, preocupados em produzir
um trabalho sério, eram competentes e serenos, como é próprio dos magistrados.
Compreendiam as dificuldades das poucas Juntas existentes, principalmente de
pessoal e material, e se esforçavam para tornar o ambiente de trabalho saudável
e altamente eficiente”.
relatos pitorescos
O chefe da Secretaria da Junta de Conciliação en-
tre 1950 e 1970, Joaquim Nunes de Figueiredo, conta
que ingressou no trabalho em 1948, como servente,
depois virou oficial de diligência e posteriormente se
tornou chefe. Duas coisas o impressionaram durante
seu tempo de serviço: idoneidade e união dos funcioná-
rios. Os servidores e o presidente se uniam para pagar
o aluguel do imóvel, certa vez estavam com dificuldade
de obter o dinheiro para quitar a dívida com o proprie-
tário, coronel Torquato, que com tanto atraso um belo
dia apareceu na instituição com dois oficiais do Exér-
cito. “Eu sempre fui tão calmo, mas fiquei nervoso”.
Atendeu aos homens batendo no balcão com um lápis
e meio gritando disse: “Aqui não é quartel e você não
manda aqui”, não via a hora de eles sumirem.
Apenas a primeira sede da Junta foi imponente, ampla, depois eles se insta-
laram no que podiam e sempre aparecia o problema de pagar o aluguel com meses
de atraso. E nem sempre se podia pagar porque os salários também atrasavam.
Chegaram a ficar seis meses sem receber! Viviam do crédito na cidade. Não havia
telefone, então falavam pelo rádioamador grega 9. “Eu ia à noite na casa do amigo
Wilson e o juiz ia comigo porque era ele quem falava com São Paulo, pedia, dizia
que a situação de todos será insustentável, os funcionários estavam devendo para
todo mundo”. O juiz (neste caso Waldermar Thomazine) dormia na Junta em cama
Joaquim Nunes de Figueiredo agraciado com a Comenda São José Operário
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
de campanha que lhe foi emprestada e quando a esposa e o filho vinham a Cuiabá
também ficavam lá.
Um dos fatos marcantes de que Figueiredo se lembra é que uma vez o magis-
trado estava na cidade natal, visitando a família, quando chegaram na Junta cerca
de 200 seringueiros, falavam em botar fogo no local. Ele estava só. Começou a che-
gar gente, chegar gente, o pavor tomou conta, mas resolveu enfrentar a situação.
Convocou os mais entendidos, dois ou três, levou-os ao gabinete do presidente,
ofereceu café e até cigarros, pois queria ganhar tempo e acalmá-los. Os processos
deles estavam em São Paulo em grau de recurso, não havia tapeação, o jeito era
esperar. Na verdade eles foram mal informados pelos advogados, então, fez com
que entendessem que ganharam no Estado, porém o Tribunal poderia reformar
ou manter a sentença. Eles saíram inteirados do assunto e em silêncio com todo
acampamento.
Tempos difíceis
O juiz Alcedino Pedroso da Silva começou a atuar na Justiça do Trabalho
como suplente de juiz do Trabalho, presidente da Junta de Conciliação e Julga-
mento de Cuiabá em 20 de agosto de 1956. Foi nomeado juiz substituto do Tribu-
nal Regional 2ª Região, em 1967. Aposentou-se em 1977, como juiz-presidente.
Só em 1975 foi promovido juiz do Trabalho, presidente da Junta de Conciliação
e Julgamento de Campinas. No ano seguinte foi removido para Cuiabá, onde se
deparou com uma dificuldade gigante: as grandes distâncias. A jurisdição atingia
O juiz Alcedino Pedroso da Silva começou a atuar na Justiça do Trabalho em agosto de 1956. Época em que não era nada simples fazer diligências no interior de Mato Grosso. Ainda assim ele denunciou vários casos de trabalho análogo à escravidão em suas sentenças, que tiveram muita repercussão na época
Juiz Waldemar Thomazine, juiz-presidente da Junta de Conciliação e Julgamento de Cuiabá (1962 a 1966)
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
todo o território do norte, porém era humanamente im-
possível a realização de diligência em lugar distante mais
de mil quilômetros da sede, sem recursos, sem condução,
as estradas eram ruins. Na época as reclamações eram
provenientes principalmente da extração da borracha e no
período de desmatamento para o plantio de pastos.
A figura do ‘gato’ já existia nessa época, era ele que
aliciava os trabalhadores com propostas mirabolantes para
empreiteiros, donos de glebas e fazendeiros. Qual não era a
decepção quando chegavam às terras e enfrentavam uma ver-
dadeira escravidão, sem direito a nada, nem salário, alimenta-
ção péssima e servida só uma vez ao dia, não existia assistência
médica e remédios mesmo com casos frequentes de malária.
Nunca havia saldo no acerto de contas e se houvesse reclama-
ção, o empregado era espancado e assassinado. O trabalhador,
quando não morria com malária ou outras doenças, era execu-
tado. A maioria não voltava ao seio da família, ficava enterrado
em pleno sertão. “Denunciei estes fatos em minhas sentenças, as
quais tiveram muita repercussão na época, como era difícil a tare-
fa de juiz”. Para Silva é maravilhoso ver o sonho de ampliação da
Justiça do Trabalho no Estado concretizado. “Naquele imenso Mato
Grosso só existiam apenas duas Juntas, de Cuiabá e Corumbá”. As
dificuldades de recursos financeiros, na década de 60, fizeram com
que a Junta de Cuiabá fosse transferida várias vezes de endereço. Da
Rua Cândido Mariano, 802, mudou-se para a Rua Marechal Floriano
Peixoto e depois novamente para a Cândido Mariano, 715.
a ‘pequena’ Cuiabá
O juiz José Adolpho Lima Avelino foi sucedido na Junta de Concilia-
ção de Cuiabá por Rubens Pinto de Arruda, depois por Alcedino Pedroso
da Silva, que era juiz suplente. Waldemar Thomazine assumiu a Junta em
outubro de 1962, foi o terceiro juiz titular por ordem cronológica, deixou
a instituição em 1966, transferido para Londrina, no Paraná. Quando che-
gou a Cuiabá a cidade não tinha 70 mil habitantes, em determinada época o
número crescia por causa da chegada dos seringueiros. Os pequenos hotéis
e pensões ficavam lotados, o comércio aumentava as vendas e a cidade se
agitava. As Ruas de Baixo, do Meio e de Cima, nessas ocasiões, ficavam mo-
vimentadas. A Avenida Presidente Vargas era a principal artéria do município,
o semáforo na esquina dela era o mais importante e requisitado, uma atração
para muitos forasteiros. O calor, entretanto, era o mesmo. Quatro anos depois
ele deixou Cuiabá levando em seu fusquinha cor gelo, ano 1961, dezenas de pre-
sentes de compadres, comadres, afilhados e amigos. E quando chegou a Londri-
“É digno de nota o fato de a Junta ter encerrado o exercício de 1965 sem sequer um único processo em pauta, em dezembro zeramos a pauta”
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
na, encontrou na Junta mais dois presentes de amigos que não estavam na cidade
quando partiu, um deles: uma arara, que fez sucesso entre os funcionários.
A Junta de Cuiabá era tranquila, tinha poucos processos, mas aumentou na
gestão de Waldemar Thomazine. A maioria terminava em acordo. Prevaleciam
reclamações de comerciários, seringueiros e caseiros. Em dois ou três meses no
máximo as partes tinham seu caso julgado, quando não celebravam acordo. Os
casos mais demorados se prendiam a notificações e intimações destinadas a Ro-
sário Oeste, Diamantino e outras regiões mais distantes. “É digno de nota o fato
de a Junta ter encerrado o exercício de 1965 sem sequer um único processo em
pauta, em dezembro zeramos a pauta”. Um caso curioso de lembrar foi de uma
reclamante, senhora simplória, que fez um acordo na audiência recebendo no ato
a quantia do ajuste. De posse do dinheiro e na frente das pessoas presentes tomou
uma atitude inusitada: estendeu ao juiz uma cédula (correspondente hoje talvez a
5 reais) dizendo para tomar uma cervejinha. Foi difícil dissuadi-la do intento.
Gentileza cativante
Quando chegou a Mato Grosso, ao sair do ar condicionado do avião, a juíza
Alexandra Kovalski Motta teve a sensação de estar entrando em um forno. O pri-
meiro impacto foi forte e inesquecível. Já a juíza Wilma Nogueira de Araújo Vaz da
Silva ao ficar sabendo da vaga em Cuiabá, em 1975, demonstrou interesse em vir
mesmo sendo avisada por diversas pessoas sobre ‘como era um lugar horrível’.
Realmente, o desafio valeu a pena, ela nunca comeu tanto peixe como aqui, até
então não conhecia peixe frito sem espinhas, saborosíssimo. Teve a oportunidade
de ver o pacu sendo escolhido e pescado na hora e daí a pouco servido.
Alexandra se deparou com uma verdadeira ‘escravidão branca’, o medo era
quase palpável e as pessoas tinham receio de se expor. Então ela foi à Polícia Fe-
deral e cobrou providências. O fato é que nunca sofreu qualquer tipo de ameaça.
Wilma conta que havia muita simpatia dos advogados, das partes e especialmente
dos funcionários da Junta. “Bastava dizer que o calor estava demais e daí a pouco
já havia um pouco de água de coco geladinho em cima da minha mesa”, relatam
ambas, que eram originárias do TRT da 2ª Região.
“Bastava dizer que o calor estava demais e daí a pouco já havia um pouco de água de
coco geladinho em cima da minha mesa”Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva, juíza no
TRT 2ª Região que em 1975 atendia Cuiabá
Alexandra Kovalski Motta
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Combativa, a juíza Daisy Vasques ingressou na
magistratura do Trabalho em junho de 1973 no TRT 2ª
Região. Apenas em 22 de abril de 1980 veio para a ca-
pital mato-grossense, a maior em área jurisdicional do
Brasil, com atuação sobre 453.585 quilômetros quadra-
dos, equivalente aos Estados do Paraná e São Paulo jun-
tos. Só saiu de Cuiabá em 1990 para assumir a Junta de
Campo Grande. Em 1992 foi nomeada juíza do TRT 24ª
Região onde chegou à presidência em 1996. Em entre-
vista para o Jornal do Dia, reportagem veiculada no dia,
22 de fevereiro de 1989, ela relata que a Junta não tinha
estrutura para atender o aumento no volume das ações
trabalhistas. Só nos últimos dois anos, recebeu, respec-
tivamente, 2.233 e 2.656 processos, o equivalente ao
que a lei determina que é de 1.500 ações por ano. Ela
vinha trabalhando em média 12 horas por dia para tor-
nar a resposta à sociedade menos morosa. Ela foi uma
das defensoras da criação do TRT e mais dez juntas. Na
época o então governador Jayme Campos e o presidente da OAB, Munir Feguri,
atuaram no movimento pró-instalação.
No período jurisdicionado pelo TRT da 10ª Região Brasília, entre 1982 e
1992, diversos juízes passaram por Cuiabá, entre eles, Herácito Pena Júnior, que
na época residia em Goiânia. “Sempre que necessário arregaçamos as mangas,
uai, sempre fui um homem simples, de carregar cadeira, mesa e o que fosse ne-
cessário. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não havia nada, absolutamente
nada”. Algo curioso na 1ª Correição era que não havia livros para nada. Tudo que
ele perguntava era sempre assim: ‘é com a dona Maria, é a dona Maria’. Por falta
de anotações dos registros nos livros tudo era ela quem sabia. No correr de 36
anos de trabalho ele nunca atrasou uma decisão, foram mais de 10 mil sentenças,
12 mil acórdãos, foi uma vida dedicada à Justiça. “O meu único lamento é não ter
visto meus filhos crescerem”, disse o juiz Herácito, um dos pioneiros na Justiça do
Trabalho do Estado.
Em entrevista para o Jornal do Dia, reportagem veiculada no dia 22 de fevereiro de 1989, a juíza Daisy Vasques relata que a Junta não tinha estrutura para atender o aumento no volume das ações trabalhistas. Só nos últimos dois anos, recebeu, respectivamente, 2.233 e 2.656 processos
Daisy Vasques
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Momento célebre
A sessão solene de implantação do TRT 23ª Região ocorreu em 21 de de-
zembro de 1992, com a presença do governador Jayme Veríssimo de Campos e
o ministro do TST Guimarães Falcão. Na mesa diretora dos trabalhos estavam o
procurador-geral da Justiça do Trabalho, João Pedro Ferraz dos Passos, o depu-
tado estadual Moisés Feltrin, o governador, o ministro e o vice-governador do
Estado, Oswaldo Sobrinho. Também esteve presente o senador à época Júlio Cam-
pos. Foram empossados: Geraldo de Oliveira, Guilhermina Maria Vieira de Freitas,
Diogo José da Silva, Guilherme Augusto Caputo Bastos, José Simioni, Alexandre
Herculano de Souza Furlan, José Antônio Piovesan Zanini e os suplentes dos em-
pregadores, Pedro Jamil Nadaf (presidente da Federação do Comércio do Estado),
e dos empregados, Saulo Silva.
Na manhã daquele dia o juiz federal de Cuiabá, Lindomar Marques de Brito,
havia concedido uma liminar para sustar a posse de dois juízes nomeados pelo
então presidente da República Itamar Franco. Mas o magistrado telefonou ao
ministro Falcão em sua residência informando que tinha recebido um pedido de
reconsideração e que havia liberado todos os juízes para tomarem posse. Ele fez
um comunicado porque, na tarde daquele dia, a informação havia sido divulgada
pela imprensa local. Todos os nomeados, inclusive os senhores suplentes, estavam
habilitados a tomar posse.
Da esquerda para a direita: José Antônio Piovesan Zanini, José Simioni, Diogo José da Silva, Guilherme Augusto Caputo Bastos, Alexandre Herculano de Souza Furlan, Guilhermina Maria Vieira de Freitas, Geraldo de Oliveira e Leila Calvo (à época procuradora do Trabalho, repre-sentante do MPT)
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
c a p í t u l o 2“nós somos aquilo que fazemos
repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”
Aristóteles
as 10 administraçõesO Tribunal e seus gestores
Cada uma das administrações imprimiu um conceito ao TRT 23ª Região. Des-
de 2007 particularmente há um plano estratégico que é cumprido à risca pelos
presidentes mais recentes, o que comprova a seriedade e comprometimento dos
gestores com o aperfeiçoamento da Justiça do Trabalho em Mato Grosso. Antes
mesmo que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) exigisse a sua implantação, em
2008, para todas as justiças do país, a gestão do Tribunal já estava comprometida
em discutir em planejamento estratégico participativo, que foi gestado por magis-
trados e servidores com cada um oferecendo o melhor de si, na conjuntura em que
trabalhava, sem que uma administração estivesse isolada da outra. Nesse sentido,
o TRT é pioneiro na criação e aperfeiçoamento de um manual prático de eficiência
para as instituições públicas do Brasil.
Cora Coralina já dizia: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a
caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”. No trajeto de
20 anos do Tribunal, cada um tem sido fiel ao princípio jurado da legalidade, da
eficiência, sem se descuidar dos mandamentos constitucionais e do princípio da
eficiência. O cultivo do somatório deles empresta unicidade à administração, ain-
da que os representantes dela mudem de tempos em tempos. A administração é
contínua e continuada. A troca periódica de comando nada mais é que uma neces-
sária oxigenação do corpo institucional, para o bom cumprimento da sua missão,
suas metas e indicativos. Inquestionavelmente, cada um no seu lugar e a seu modo
contribuiu decisivamente para a trajetória exemplar do regional, plantou suas se-
mentes que foram colhidas pelos sucessores.
O crescimento da instituição tem origem no grau de dedicação dos seus co-
laboradores, do espírito colaborativo e de comprometimento. Todos sabem que é
preciso unir para crescer. “Somos todos anjos com uma asa só; e só podemos voar
quando abraçados uns aos outros. É assim, com este espírito que é preciso presidir
um Tribunal sem deixar de ser juiz, administrar como juiz, de forma impessoal,
A grande realização do Tribunal foi o inves-timento nos seus magistrados e servidores, que realizaram dezenas de cursos de capaci-tação nas mais diversas áreas
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
sem deixar de ser humano, porém, sem confundir humanismo com paternalismo,
sem temer incompreensão e impopularidade, porque o erário pertence à nação
e não se destina à distribuição de favores. Presidir buscando ensejar felicidade a
todos, sem privilégios a fim de que não se comprometa a harmonia do conjunto.
Ser operoso e honesto à guisa de exemplo, mas exigindo reciprocidade. Ser justo
sem tibieza, sem ceder às pressões, sem misturar os bons e os maus, sabendo dis-
tinguir, porém sem desamor", afirmou o desembargador Osmair Couto.
O conceito de administração da coisa pública há que ser sinônimo de aus-
teridade, economia, firmeza e honestidade de princípios, acima de tudo. O supér-
fluo há que ser banido e o essencial, prioritário. Em um mundo competitivo, para
caminhar com excelência é preciso fazer o melhor, em vez de contentar-se com
o possível. Fazer o possível é o óbvio. Agora, fazer o melhor é exatamente aquilo
que cria a diferença. É isso que o TRT/MT faz, ele faz o extraordinário. Nesse sen-
tido, a educação corporativa tem um papel importante na retenção de bons pro-
fissionais. Normalmente as pessoas ficam e têm comprometimento com um local
quando percebem que estão investindo nelas. Todas as vezes que alguém fala:
‘Você vale o que nós estamos fazendo’, isso gera bem-estar, gratidão. A educação
é um valor intrínseco na sociedade e no mundo do trabalho, um valor inclusive
de empregabilidade. Portanto, o nível de excelência que se encontra na institui-
ção está relacionado primeiramente ao orgulho que juízes e servidores sentem
do local onde trabalham. Essa ideia de pertencimento é o que retém talentos nas
organizações modernas e de sucesso. Mas tomemos muito cuidado com o status
Desembargadores durante sessão do Pleno, que ocorre uma vez por mês
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
de ‘satisfeitos’, já que a satisfação muitas vezes paralisa,
adormece, entorpece. O sucesso precisa ser sucessão. Ex-
celência, portanto, não é um lugar onde você chega e sim
um horizonte.
Hoje o Tribunal tem 38 varas, quando no início da
sua criação eram apenas duas, houve expansão de tudo,
estrutura física, mobiliário, cor-
po de funcionários, mas o gran-
de feito certamente, mais que
o investimento material, foi o
investimento nas pessoas, no
olhar mais humano para o maior
capital da instituição: seus juízes e servidores. Esses sim, mem-
bros de um grande time que fizeram a diferença porque nada,
absolutamente nenhuma conquista seria alcançada se não fosse
a dedicação e determinação deles. Esse olhar ajudou os gestores
a influenciar as pessoas de modo constante, estimulando-as a agir
e inspirando-as a alcançar o melhor de si mesmas, seja nas suas
metas, seja no convívio com o outro. O segredo para a criação de
uma organização de qualidade é formar um grupo de líderes cujos
integrantes se responsabilizam pessoalmente pelo sucesso da equi-
pe. É correto tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados, o
que pressupõe respeito, saber escutar, reconhecer, agradecer, valo-
rizar, confiar e ser honesto. Pensando nisso, o Tribunal investe muito
em capacitação, inclusive com a criação de uma academia de liderança
para despertar nos diretores de varas e unidades administrativas as ca-
racterísticas da liderança.
Cada um a seu modo contribuiu decisivamente para a trajetória exemplar
do regional, plantou suas sementes que foram colhidas pelos sucessores
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
início de tudo
O primeiro presidente do TRT/MT, desembargador Geraldo de Oliveira, es-
teve à frente da instituição entre 21/12/92 e 14/12/94. Em sua gestão priorizou os
investimentos nas áreas de recursos humanos, orçamento e informática. Também
promoveu cursos, treinamentos e visitas a feiras de informática nos grandes cen-
tros do país visando ao aperfeiçoamento dos servidores e dos juízes. Na época em
que assumiu, na primeira instância, o prazo médio da audiência inicial era de 70
dias, mas foi reduzido para 20. O prazo médio da instrução processual passou de
411 dias para 35, assim como o prazo médio de julgamento diminuiu de 132 dias
para 16. Em sua gestão, foi elaborado o projeto arquitetônico do complexo-sede,
construído posteriomente na avenida Historiador Rubens de Mendonça.
Geraldo de Oliveira
Autoridades prestigiam cerimônia de instalação das 3ª, 4ª e 5ª Varas de Cuiabá
Lançamento da pedra fundamental do edifício-sede do TRT/MT
Solenidade de instalação da Vara do Trabalho de Barra do Garças
Instalação da Vara do Trabalho de Diamantino
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entusiasmo e dedicação
Para a desembargadora Guilhermina Maria Vieira de Freitas, à frente do Tri-
bunal entre 15/12/94 e 15/08/95, os desafios foram gigantes. Não havia hora para
iniciar ou encerrar as jornadas de trabalho, tudo precisava ser feito. Os servido-
res selecionados no concurso nada conheciam em geral sobre o funcionamento
do aparelho judiciário, tanto nas atividades-fim como meio. As instalações físicas
eram acanhadas, mas nada diminuía o entusiasmo do grupo pioneiro que nume-
rosas vezes supria as deficiências do poder público com recursos próprios, espe-
cialmente na área de informática. A semente do ideal estava plantada e dia a dia
germinou. Guilhermina Maria Vieira de Freitas
Desafios na parte física e de pessoal foram enfrentados durante sua gestão
Uma homenagem à primeira mulher a presidir o TRT/MT
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capacitação profissional
Em sua administração, de 16/08/95 a 14/08/97, o desembargador Diogo
José da Silva contou com uma execução orçamentária que permitiu o início da
obra de construção da Vara de Trabalho de Rondonópolis e do Complexo da Jus-
tiça do Trabalho em Cuiabá, aquisição de veículos utilitários para atender as varas
do interior, aquisição de equipamentos, sistemas para conclusão do plano diretor
de informática, realização de eventos de especialização profissional e aperfeiçoa-
mento do quadro de pessoal.
Diogo José da Silva
A administração do terceiro presidente foi marcada pelo esforço na consolidação da estrutura física do TRT/MT
Lançamento da pedra fundamental da unidade da Justiça do Trabalho em Rondonópolis
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Mais concursos públicos
Como um dos fundadores do TRT, o desembargador Guilherme Augusto Ca-
puto Bastos, presidente de 15/08/97 a 14/08/99, teve sua gestão marcada por
importantes realizações principalmente pela conclusão da obra da Vara de Traba-
lho de Rondonópolis. Entre as conquistas da administração podemos citar: a ins-
talação da Secretaria Integrada de Execuções (Siex), varas itinerantes em Sorriso,
Juína, Primavera do Leste, Peixoto de Azevedo e Nova Xavantina, investimento na
informatização, aquisição de equipamentos de informática, implantação de leilões
judiciais, realização do 6º e 7º concursos públicos para provimento de cargos de
juiz do Trabalho substituto, promoção do 4º e do 6º ciclo internacional de confe-
rências em Cuiabá, continuidade da obra da sede própria do TRT até sua suspen-
são em março de 98 por escassez de recursos.
Guilherme Augusto Caputo Bastos
Durante sua gestão, promoveu diversos eventos internacionais em Mato Grosso
Para agilizar a tramitação processual, instalou a Secretaria Integrada de Execuções
Inauguração da Vara Itinerante de Sorriso
44
interiorização necessária
O trabalho do presidente José Simioni, entre 15/08/99 e 14/08/01, foi im-
portante para a expansão e interiorização da Justiça do Trabalho de Mato Grosso.
Com receio quanto aos rumores de extinção do TRT por ser considerado um ‘Tri-
bunal pequeno’, ele constituiu um grupo de trabalho para fazer um levantamento
sócio-geo-econômico de Mato Grosso. O relatório resultou na proposta de criação
de mais 19 varas do trabalho, das quais 13 foram aprovadas (Lei 10.770/2003) , a
partir de uma união de esforços do então presidente, do governador do Estado na
época, Dante Martins de Oliveira, e membros da bancada federal no Congresso
Nacional.José Simioni
Desembargador Simioni destacou-se pela atuação em defesa da manutenção da Justiça do Trabalho
Solenidade de inauguração da Vara do Trabalho de Tangará da Serra
Município de Pontes e Lacerda foi contemplado com uma Vara Itinerante
45
Mais qualidade de vida
Desde o início, ciente das dificuldades orçamentárias e humanas, a desem-
bargadora Leila Conceição da Silva Calvo, que assumiu entre 15/08/01 e 15/08/03,
fez questão de traçar objetivos estratégicos para melhorar a imagem institucional,
modernizar a gestão, facilitar o acesso e aprimorar as condições de trabalho. Em
sua gestão foram instaladas mais duas varas itinerantes, em Campo Verde e Lucas
do Rio Verde, também foram firmados convênios com o Departamento Estadual de
Trânsito (Detran-MT), Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat), Correios, Banco
Central, com o objetivo de facilitar a prática de atos processuais, disponibilizando
informações dos bancos de dados no processo executório. Foram implantados o
programa de qualidade do serviço público e programas na área de prevenção à saú-
de ocupacional, melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho de ma-
gistrados e servidores. Construção, inauguração e implantação da sede própria da
Vara de Trabalho de Cáceres, além da implantação do peticionamento eletrônico.
Leila Conceição da Silva Calvo
Cerimônia de instalação da Vara Itinerante de Lucas do Rio Verde
Ato inicial do Sistema de Peticionamento Eletrônico
Instalação da Vara Itinerante de Campo Verde
Vara do Trabalho de Cáceres passou a contar com sede própria na administração da desembargadora Leila Calvo
46
sede própria
Um dos principais feitos durante o período em que o desembargador Ro-
berto Benatar ocupou a Presidência, entre 16/08/03 e 15/08/05, foi a execução
de 70% das obras da sede própria do TRT/MT, com a respectiva inauguração total-
mente equipada. A obra passou por duas paralisações, uma em 1998, e a outra em
2000, por conta da falta de dotação orçamentária. No ano de 2004, pela primeira
vez na história, a instituição obteve uma suplementação de R$ 2,9 milhões em seu
orçamento para a construção, no ano seguinte, o orçamento voltou a subir para
R$ 14 milhões, montante nunca antes obtido. Com arquitetura moderna, aspec-
to futurista, houve também um grande avanço tecnológico na infraestrutura de
informática, com aquisição de computadores e equipamentos de rede e sistema
mais econômico de telefonia. O complexo foi construído de forma a permitir o
acesso a pessoas com deficiência a qualquer das suas dependências, revestimen-
tos externos de altíssima durabilidade, com baixo custo de manutenção. Também
instalou nove varas: Jaciara, Primavera do Leste, São Félix do Araguaia, Sorriso, 2ª
de Rondonópolis e 6ª a 9ª de Cuiabá. Em sua gestão, foi elaborado e aprovado o
projeto de criação das Varas da Cidadania.
Roberto Benatar
Sociedade mato-grossense prestigiou a inauguração do complexo-sede em 5 de agosto de 2005
Solenidade contou com a presença do presidente do TST, ministro Vantuil Abdala
Suplementação orçamentária obtida em 2004 permitiu a conclusão do edifício-sede
47
avanço na modernização
Estrategicamente, a desembargadora Maria Berenice Carvalho Castro Souza,
presidente entre 16/08/05 e 17/08/07, direcionou os esforços no horário integral
de funcionamento de todas as unidades da 23ª Região, ampliando o atendimento
ao cidadão. Realizou quatro concursos públicos para provimento de cargos de juiz
do Trabalho substituto, com a aprovação de 24 candidatos. A criação do Núcleo
de Contadoria representou enorme ganho no prazo, bem como a implantação do
Diário de Justiça Eletrônico e do Sistema de Controle de Mandados. Ainda no pri-
meiro ano de sua gestão instalou as Varas da Cidadania. Também foram instaladas
mais oito varas itinerantes (Alto Araguaia, Apiacás, Comodoro, Juara, Marcelândia,
Nobres, Paranatinga e São José do Rio Claro), elevando para 21 o número de loca-
lidades abrangidas. O Comunicador e o webmail funcional criados pela equipe de
informática possibilitaram que as comunicações internas passassem a ser feitas via
e-mail, reduzindo a burocracia na comunicação oficial entre todas as unidades. Insta-
lou as varas de Água Boa, Juína, Mirassol D'Oeste e Pontes e Lacerda. Investiu ainda
na construção da sede própria das varas de Primavera do Leste, Mirassol D'Oeste e
Colíder, manteve adiantadas as obras de Barra do Garças, Sinop e Pontes e Lacerda.
Maria BereniceCarvalho Castro Souza
Solenidade de instalação da Vara do Trabalho de Primavera do Leste
Inauguração da Vara da Cidadania de Cuiabá
A Vara do Trabalho de Mirassol D'Oeste foi instalada em julho de 2006
48
Planejamento estratégico
Foi na gestão do desembargador João Carlos Ribeiro de Souza, entre
18/08/07 e 31/12/09, que o TRT/MT deu um passo importante rumo a se tor-
nar referência nacional. Pelo menos oito meses à frente da Resolução do CNJ que
tornava obrigatória a confecção do planejamento estratégico para os tribunais
de todo o país, o desembargador trouxe esta ideia, que foi prontamente aceita
pelos demais desembargadores, magistrados e servidores. Após um período de
capacitação, a primeira equipe levou cerca de quatro meses para plasmar o pla-
nejamento estratégico participativo que tinha e ainda tem como objetivo mapear
problemas físicos, de pessoal e satisfação do usuário, pois deste modo é possível
ter indicativos concretos do que se precisa melhorar e também de onde se quer
chegar. A meta da administração foi acabar com a visão de gestão hermeticamen-
te isolada da outra, para uma nova cultura: a administração continuada, calcada
na legalidade e eficiência. Cada planejamento tem duração mínima de seis anos,
três administrações. Mato Grosso está na vanguarda do projeto.
João Carlos Ribeiro de Souza
Divulgação da primeira pesquisa de Clima Organizacional
Inauguração do Sistema de Acompanhamento de Audiências
Gestão por Competência: workshop dá início à construção do inventário comportamental
49
expansão e treinamento
Um sonho que se tornou realidade. O desembargador Osmair Couto, que es-
teve na presidência entre 01/01/10 e 31/12/11, assim descreve a aprovação das Leis
12.420/11 e 12.474/11, que aumentou de 26 para 37 varas do trabalho em Mato
Grosso, bem como o envio do Projeto de Lei 1806/11 para criar a 2ª Vara de Várzea
Grande e 176 cargos. Da mesma forma, avalia o esforço realizado em conjunto com
deputados e senadores na Câmara federal e no Senado, com o qual foi possível a
destinação de emenda de bancada no valor de R$ 20 milhões para a implantação de
11 novas varas e início da execução de obras das sedes de varas como Alta Floresta,
Juara, Confresa, Sapezal, Nova Mutum, Campo Verde, Colniza, Querência e Várzea
Grande, além da ampliação do fórum trabalhista de Sinop e de Colíder.
Em sua gestão foi inaugurada a sede própria da Vara de Água Boa, primeira
do país a adotar as diretrizes da Resolução 114 do CNJ que regulamentou as obras
do Judiciário dentro das normas de sustentabilidade.
O investimento pessoal foi grande também em cursos presenciais, a dis-
tância (via internet). Uma das iniciativas foi a criação da Academia de Lideranças
Gerencial, com 151 participantes aprovados, e da Academia dos 7 Hábitos dos
Colaboradores Eficazes.
Osmair Couto
Interatividade marcou os treinamentos realizados para magistrados e servidores
Sede própria da Vara de Alta Floresta foi uma das iniciadas na gestão do desembargador Osmair
Primeira vara a adotar as normas de sustentabilidade, Água Boa foi inaugurada em abril de 2006
Inauguração da Vara do Trabalho de Lucas do Rio Verde
50
era digital e capacitação
O desembargador Tarcísio Valente assumiu a presidência no dia 16 de de-
zembro de 2011 para o biênio 2012-2013. Entre os principais desafios: conseguir
que 100% da Justiça do Trabalho mato-grossense seja integrada ao Processo Judi-
cial Eletrônico (PJe); a construção de 12 sedes de varas dotando a 23ª Região de
100% de sedes próprias e padronizadas, bem como a construção de dois Postos
Avançados Trabalhistas (PATs). Esforços foram direcionados também para reduzir
drasticamente os processos em fase de execução com foco na conciliação e na im-
plantação do Núcleo de Pesquisa Patrimonial e outras ferramentas voltadas para
esse fim. Em sua administração, foram realizadas as obras de retrofit do sistema
de ar-condicionado do complexo-sede do Tribunal, em Cuiabá, e a impermeabili-
zação do estacionamento, problemas enfrentados desde a inauguração do prédio.
Também foi promovida a valorização do Programa de Qualidade de Vida no Tra-
balho, com orçamento específico para projetos e ações voltados aos magistrados
e servidores, além de implementar a ampliação em quatro vezes no orçamento
para capacitação. Deu-se efetividade ao programa de Gestão por Competências
e, como parte desse programa, instituiu-se o processo de seleção interna para
ocupação de cargos em comissão e funções comissionadas na 23ª Região. Em re-
conhecimento aos trabalhos realizados no TRT mato-grossense, o desembargador
Tarcísio foi eleito, por aclamação, coordenador do Colégio de Presidentes e Cor-
regedores dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor), importante entidade
de interlocução de toda a Justiça do Trabalho.
Tarcísio Régis Valente
Vara de Várzea Grande torna-se a primeira do Centro-Oeste a instalar o PJe
Na foto acima o registro da eleição para o Coleprecor e abaixo o momento da posse no qual o desembargador Tarcísio recebe os cumprimentos do presidente do TST,ministro João Oreste Dalazen
Comitê de implantação do PJe
51
ampliaçãoe modernização
O papel ainda utilizado vem sendo substi-tuído pelo processo judicial eletrônico. No futuro não haverá mais pilhas como esta
“O único papel da Justiça: julgar”
O Processo Judicial Eletrônico na Justiça do Trabalho – (PJe/JT) representa
a transformação oficial do Poder Judiciário do papel para o processo eletrônico.
O novo sistema desenvolvido pela Justiça do Trabalho para tornar digitais todos
os processos judiciais irá gerar uma economia anual equivalente a mais de duas
mil toneladas de papel, 200 milhões de litros de água e 10 milhões de kilowatts
de energia elétrica, conforme o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Conselho
Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). Em 2011, a Justiça do Trabalho brasileira
recebeu cerca de 2 milhões de novos processos. Considerando que, em média, um
processo no TST tem 540 folhas e nas 1ª e 2ª instâncias tem 200 folhas, isso exige
cerca de 431,4 milhões de folhas de papel A4 por ano. A implantação do programa
em todas as instâncias da Justiça do Trabalho vai gerar ainda uma economia anual
estimada de 2.019 toneladas de papel, o que equivale à preservação de 50.475
árvores, ou uma verdadeira floresta por ano.
Além de acelerar o andamento processual, o Processo Judicial Eletrônico
atua diretamente na redução de gastos públicos, ao possibilitar um enxugamento
nos custos da atividade-fim do Judiciário; a diminuição de despesas em material
de expediente, pessoal, mobiliário, prédios para acomodação dos processos que
tramitam em autos físicos, arquivos e transporte. Há o ganho dos advogados e das
partes em acessibilidade, já que as portas da Justiça do Trabalho estarão sempre
abertas para o jurisdicionado, 24 horas por dia, sete dias por semana, 52 semanas
por ano; sem fila, sem enfrentar congestionamento de trânsito que polui e afeta
a atmosfera. A extinção dos autos em papel implicará, também, na redução de
emissão de gás carbônico despendido na produção e uso de equipamentos, como
impressoras. Além de resultar em economia de energia elétrica e de insumos, tais
como ‘tonners’, cartuchos de tintas, etc.
Imprimir, autuar, movimentar e arquivar mais de duas mil toneladas de pa-
pel por ano constituem atividades das quais deriva uma notável quantidade de
55
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
resíduos sólidos, cujo tratamento exige tempo, recursos e estratégias por parte da
administração. Significa que ao desenvolver e implantar o PJe-JT, a Justiça do Tra-
balho contribuirá para um mundo com menos lixo. Além disso, ao trazer aumento
da produtividade e eficiência, dará aos envolvidos nas tarefas – magistrados, ser-
vidores, advogados – maior qualidade de vida. Pois fará mais, com menos. Menos
tempo, menos esforço. Mais qualidade e melhores resultados. A implantação do
PJe-JT no Rio de Janeiro ocorreu durante a Rio+20 porque o programa representa
mais do que uma simples ferramenta, mas uma mudança de paradigma na Justi-
ça do Trabalho. O uso racional e inteligente da tecnologia trará mais celeridade,
acessibilidade, economia, eficiência e sintonia com a importante temática da pre-
servação ambiental, que é encarada não apenas como uma possibilidade, mas um
dever. Toda significativa mudança de paradigmas implica abdicar de uma zona de
segurança e conforto para enveredar por caminhos pouco explorados, rumo ao
novo e ao desconhecido.
O TRT/MT não olvidou a responsabilidade do momento, nem a grandeza
desse desafio. A competência, o comprometimento e a disposição de todos os
magistrados e servidores que compõem a Justiça do Trabalho oferecem a certe-
za e a tranquilidade de que o espírito inovador e a ousadia em buscar a máxima
efetividade continuarão sendo as marcas indeléveis ao longo da história deste Tri-
bunal. A colaboração de todos tem sido essencial para o sucesso dessa enorme
empreitada, com vistas a atingir o propósito maior de implantar essa nova ferra-
menta tecnológica, compartilhando as nossas melhores inteligências e talentos na
edificação de um sistema de tramitação eletrônica único, capaz de atender a todos
os anseios e necessidades específicas da Justiça do Trabalho. A criação e implanta-
ção é um momento histórico que certamente já é e continuará sendo o maior e o
melhor sistema de todo o Poder Judiciário brasileiro, que tem o olhar voltado para
atender o cidadão e para a realização célere e eficiente da justiça.
Justiça sustentável
De acordo com levantamento do CNJ (Justiça em números), publicado em 14 de setembro de 2011, havia em tramitação cerca de 90 milhões de processos. Se considerar que em média cada um possui três volumes, resultará em um to-tal de 54 bilhões de páginas, ou 108 milhões de resmas de papel. Uma vez que ele-trônicos, poupam-se cerca de 7,2 milhões de árvores (fonte: saberemgotas.com), bem como 58,320 bilhões de litros de água (fonte: tvcultura). Anualmente ingressam, nas justiças federal, estadual e traba-lhista cerca de 25 milhões de processos.
O uso racional e inteligente da tecnolo-gia trará mais celerida-
de, acessibilidade, economia, eficiência
e sintonia com a importante temática da preservação ambiental,
que é encarada não apenas como uma
possibilidade, mas um dever
56
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Varas-piloto
A primeira unidade judiciária a instalar o PJe-JT de forma piloto
foi a de Navegantes, em Santa Catarina, inaugurada em 5 de dezembro
de 2011. Na ocasião, todos os procedimentos foram realizados de forma
eletrônica, inclusive a Ata de inauguração, assinada de forma digital. A
segunda vara do trabalho a instalar o sistema foi a de Caucaia, no Ceará,
em 16 de janeiro de 2012, e a terceira foi a de Várzea Grande, em Mato
Grosso, em 8 de fevereiro do mesmo ano. A instalação na Vara do Trabalho
de Arujá, no Estado de São Paulo, em 27 de fevereiro de 2012, encerrou
a fase piloto do projeto. A expansão não tardou, o TRT da 12ª Região (SC)
passou a utilizar o PJe-JT em 2º grau em 19 de março deste ano. O primeiro
recurso remetido eletronicamente da Vara do Trabalho de Navegantes foi
distribuído para a 3ª Câmara do Regional.
Em Várzea Grande, o sistema entrou em operação durante solenidade
que contou com a presença do presidente do TST e do Conselho Superior
da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro João Oreste Dalazen. A unidade judi-
ciária foi a primeira do Centro-Oeste a instalar o PJe-JT. Embora em caráter
experimental, a vara ganhou um moderno sistema. Para o ministro, havia a
necessidade de os Tribunais do Trabalho ficarem atentos em relação às pro-
economia de tempo
A nova ferramenta difere da simples digitaliza-ção de peças processuais pelo fato de possuir uma inteligência embutida, tornando automá-tica uma série de passos, com a consequente celeridade do trâmite processual e a eliminação de serviços manuais e burocráticos de autuação de processos. É o fim do chamado ‘tempo morto’ do processo, como colocação de etiquetas com nomes e endereços de partes e advogados, junta-da de petições, certidões e demais documentos, numeração de folhas, carimbos e certidões, cargas de processos a advogados, baixa de cargas, trans-porte de autos de um lado para o outro da secreta-ria. Os serviços de magistrados e servidores estão sendo efetivamente de produção intelectual, de tempo útil do processo. A padronização de procedi-mentos na área-fim, mediante critérios únicos para toda a Justiça do Trabalho também gera transparên-cia, celeridade e racionalização de recursos.
57
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
vidências necessárias para a devida expansão, com a inarredável necessidade de
readaptação de servidores cujas atividades serão extintas, a exemplo dos seto-
res de autuação e distribuição. De igual modo certamente serão impactantes os
efeitos da constante utilização de computadores sobre a saúde dos operadores.
“Planejamento estratégico será a resposta. Vem de
ser dotada de uma meta específica da Justiça do Tra-
balho, que aponta para a implementação de progra-
mas de prevenção de riscos e doenças profissionais,
medida que certamente auxiliará nesse percurso”
assegurou.
Para que o sistema se disseminasse pela Justi-
ça do Trabalho como esperado, segundo o ministro,
seria preciso envolvimento de magistrados e servi-
dores. “Foi necessário granjear a confiança e a sim-
patia do usuário”, brincou. Ele agradeceu à direção
do TRT da 23ª Região pelo comprometimento com
projetos nacionais. A parceria também foi destaque
no discurso do presidente do Regional, desembargador Tarcísio Régis Valente.
Para a construção do PJe, desde o início, o Tribunal trilha o mesmo caminho do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho, em uma parceria iniciada bem antes
desse projeto. O TRT/MT esteve representado em 16 comitês ou grupos de tra-
balho coordenados pelo CSJT. A 23ª Região se preparou, com o apoio do CSJT e
com os recursos que foram alocados, para receber o processo eletrônico que se
concretizou a partir do 1º semestre de 2012.
Como começou
O PJe foi engendrado pela Justiça Federal de Pernambuco (TRF 5) e, como
tal, adotado pelo Conselho Nacional de Justiça. Coube à Justiça do Trabalho, como
coube a outros segmentos do Poder Judiciário, adaptar o PJe às suas necessidades,
às suas especificidades. Ou seja, a Justi-
ça do Trabalho recebeu um arcabouço
de processo eletrônico e, em 2011, um
grupo de servidores, analistas de siste-
mas, em Brasília, desenvolveu o pro-
grama para atender as funcionalidades
específicas do processo trabalhista. O
que foi implantado na Vara do Trabalho
de Várzea Grande foi uma versão atua-
lizada, revista do sistema PJe já implantado na Vara do Trabalho de Navegantes
e já atualizado também em relação à versão instalada na Vara do Trabalho de
Caucaia. Significa dizer que este é um processo eletrônico em constante evolução,
em constante aprimoramento. Primeiramente, para que sejam feitos ajustes ne-
"A Justiça do Trabalho implementará programas de prevenção de riscos e doenças profissionais para evitar doenças advindas da utilização constante de computadores”João Oreste Dalazen, ministro do TST e do CSTJT
A terceira vara-piloto do PJe-JT do Brasil foi instalada em Várzea Grande, em 8 de fevereiro de 2012
58
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
“O PJe-JT significa uma revolução cultural.
É tão revolucionário quanto a substituição do
cavalo, como meio de transporte, pelo
automóvel”
cessários a que o serviço seja prestado com eficiência e também
aperfeiçoamentos para que novas funcionalidades sejam a ele
incorporadas e, assim, este sistema de processo eletrônico seja
mais atraente e eficiente para os usuários. Entre as vantagens, em
primeiro lugar, o processo eletrônico significa maior rapidez na tra-
mitação dos processos. Em segundo lugar, significa extraordinária,
notável redução de gastos públicos.
Evidentemente que há um custo expressivo para o erário de-
corrente da implantação do processo eletrônico. Um custo decorren-
te de deslocamento das pessoas, um custo decorrente da necessidade
de treinamento e capacitação das pessoas, mas esse custo é significati-
vamente inferior àquele que a Justiça do Trabalho despenderia se este
sistema de processo eletrônico fosse contratado à iniciativa privada. O
que isso significa: o sistema PJe é desenvolvido pela e para a Justiça do
Trabalho, e isso envolve custos muito inferiores do que aqueles decorren-
tes de uma terceirização dessa atividade. Sobre a redução do tempo, será
uma nova conquista para a Justiça brasileira e, em especial, para a Justiça
do Trabalho. As etapas queimadas são tão intensas ao longo da tramitação
do processo, com a implantação do processo eletrônico, que a duração de
um processo trabalhista será reduzida.
A opção por Várzea Grande foi por vários motivos. Em primeiro lugar, o
alinhamento do TRT/MT com a política de Tecnologia da Informação do Con-
selho Superior da Justiça do Trabalho. Em segundo lugar, porque a Vara do
Trabalho de Várzea Grande dispunha de link, de tráfego de informações em
velocidade exigida. Em terceiro lugar e, sobretudo, dado o grau de envolvimen-
to, engajamento e motivação de servidores e magistrados do Tribunal mato-
grossense.
Dispositivo para leitura de cartão de cer-tificado digital indispensável para fazer a autenticação do usuário no PJe
59
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Primeira sala-cofre
O Estado ganhou a primeira sala-cofre, com certificação ABNT (Associação
brasileira de normas Técnicas), no dia 21 de setembro de 2012. O espaço é dota-
do de modernas tecnologias para aumentar a segurança para o funcionamento
do PJe-JT. a cerimônia fez parte do lançamento do processo eletrônico nas varas
do trabalho de Cuiabá e no 2º Grau, e contou com a presença do presidente do
TST e do CSJT, ministro João Oreste Dalazen. Ela foi construída com recursos
descentralizados (não previstos no orçamento do Tribunal), fornecidos pelo CSJT
e custou cerca de r$ 2,6 milhões.
A sala-cofre é um ambiente protegido, tanto do acesso a ela, quanto à se-
gurança dos dados armazenados. as paredes são compostas de camadas que
incluem chapas de aço, concreto e materiais isolantes, proporcionando vedação
completa do ambiente e o piso é elevado para evitar danos causados por água
em caso de alagamento. O acesso de estranhos é praticamente impossível. Para
acessar a porta do ambiente é necessário o uso do crachá para adentrar a uma
pequena antesala. Porém, para abrir a porta do
cofre, o equipamento faz leitura das digitais, e a
permissão é dada a um restrito grupo de servido-
res. Ainda existem câmeras de filmagens externa
e interna.
Já no interior da sala-cofre existe um disposi-
tivo anti-incêndio com dois níveis de detecção, um
que analisa as partículas do ar e detecta qualquer
indício de fogo, e o outro é detector de fumaça.
Se ambos confirmam o sinistro, imediatamente
é disparado um gás que reduz o oxigênio do am-
biente, impedindo a propagação das chamas. O
fornecimento de energia elétrica é redundante,
ou seja, tem dois circuitos independentes e possui
um grupo gerador para aumentar a autonomia em caso de falta prolongada no
fornecimento pela concessionária. O ambiente é climatizado por um sistema de
alta precisão e que também é redundante. Segundo o fabricante, a sala-cofre é
um ambiente inviolável, testado e certificado que protege a central contra fogo,
calor, umidade, gases corrosivos, fumaça, água, roubo, arrombamento, acesso
indevido, sabotagem, impacto, pó, explosão, magnetismo e armas de fogo.
A sala foi planejada para ser um ambiente inviolável, imune às variações climáticas, a acidentes elétricos, visando à proteção de todos os arquivos do Tribunal
Presidente do CSJT e do TST, minis-tro João Oreste Dalazen, prestigiou a inauguração da sala-cofre do TRT/MT
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
60
PJe em Cuiabá
A capital de Mato Grosso foi a segunda do país a contar com 100% de suas
varas do trabalho operando o PJe-JT. Até então, apenas as varas de Aracaju, capital
do Sergipe, estavam totalmente integradas ao novo sistema de tramitação eletrô-
nica de processos judiciais. A cerimônia que marcou o início do funcionamento
do PJe-JT nas nove varas do trabalho de Cuiabá ocorreu no dia 21 de setembro,
no Plenário do TRT/MT. Até o fim de 2012, a Justiça do Trabalho mato-grossense
contava com 20 varas integradas ao PJe. A perspectiva do TRT/MT é que todas as
38 unidades de primeira instância da Justiça do Trabalho em Mato Grosso tenham
o sistema implantado nos primeiros meses
de 2013.
Para o ministro do TST, João Oreste
Dalazen, a implantação do Processo Judi-
cial Eletrônico da Justiça do Trabalho em
todas as nove varas do trabalho de Cuia-
bá foi, seguramente, fato inédito e mar-
cante. O mesmo evento também marcou
a inauguração da 2ª Vara do Trabalho de
Várzea Grande, já integrada ao PJe-JT,
bem como a inauguração da sala-cofre do
TRT/MT. Citando o caso de um cidadão
que faleceu depois de quase sete anos
esperando a definição de sua aposenta-
doria após um acidente de trabalho, o
desembargador-presidente Tarcísio Regis
Valente afirmou que o fator tempo é um
dos motivos pelos quais o PJe-JT tem recebi-
do tamanha atenção por parte do TRT/MT. Somada a isso está a contribuição que
o sistema trará para a execução da missão institucional do Tribunal.
O ministro-presidente agradeceu pelo empenho do TRT/MT para constru-
ção e consolidação do PJe-JT. Segundo ele, a Justiça do Trabalho mato-grossense
é exemplo para o restante do país. O
TRT de Mato Grosso “é um verdadeiro
dínamo, que presta uma contribuição
decisiva e inestimável em favor da con-
solidação deste projeto”. A instalação
efetiva do PJe nas varas de Cuiabá foi
marcada pela habilitação do sistema automatizado de distribuição de processos,
feita pelo ministro. Durante os cerca de cinquenta minutos de duração da ceri-
mônia, oito processos foram ajuizados nas varas da capital via PJe-JT, tendo sido
distribuídos da seguinte forma: dois para a 1ª Vara, um para a 2ª Vara, um para a
4ª Vara, um para a 7ª Vara, um para a 8ª Vara e dois para a 9ª Vara.
Primeira audiência do PJe em Cuiabá
A perspectiva do TRT/MT é que todas as 38 unidades de primeira instância da Justiça do Trabalho em Mato Grosso tenham o sistema
implantado nos primeiros meses de 2013
61
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Decisão pioneira: TrT/MT foi o primeirono país a julgar recurso via PJe
"Acordão criado e assinado com sucesso". Esta foi a mensagem que surgiu
na tela dos computadores do plenário do TRT/MT, selando o julgamento do pri-
meiro recurso interposto via módulo 2º Grau do PJe-JT assim que o presidente da
1ª Turma e relator do recurso, desembargador Osmair Couto, assinou digitalmen-
te o documento. Poucos minutos separaram o início do julgamento, em 15 de
maio de 2012, da proclamação de seu resultado. Parte da celeridade observada
nesse julgamento deve-se a uma das funcionalidades do PJe de 2º Grau: é que
o voto elaborado pelo relator foi disponibilizado aos dois outros membros que
compõem a Turma, desembargadores Roberto Benatar e Edson Bueno, tão logo
foi concluído. Com isso, ambos os magistrados puderam estudá-lo e votar eletro-
nicamente antes mesmo do início da sessão. A rapidez também foi a tônica da
tramitação desse processo iniciado por meio do sistema PJe. Foram menos de 90
dias entre o ajuizamento da reclamação (em 16 de fevereiro de 2012), a sentença
(proferida em 2 de maio), a apresentação do recurso pela empresa (3 de maio),
apresentação das contrarrazões pela trabalhadora (4 de maio), distribuição do
recurso (7 de maio) em solenidade de instalação do PJe 2º Grau e o julgamento
do recurso.
Momento histórico em rondonópolis,Sinop, Colíder e Tangará da Serra
A primeira ação via Processo Judicial Eletrônico (PJe), em Rondonópolis, foi
ajuizada no dia 11 de outubro, durante a cerimônia que marcou a instalação do novo
sistema no Fórum Trabalhista da região e, consequentemente, o fim do recebimen-
to de processos em papel. Autoridades e cidadãos presentes à solenidade acompa-
nharam o momento em que o advogado Igor Gabriel Safi da Silva deu o "enter" em
seu notebook, surgindo em seguida, no telão instalado no local, a mensagem com
PJe em Sinop
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
o número do processo, a informação de que foi distribuído para a 1ª Vara e a data
da audiência, designada para as 8h10 do dia 28 de novembro. Rondonópolis foi a
terceira cidade do Estado a contar com o PJe: a primeira foi Várzea Grande (onde o
sistema foi instalado em fevereiro deste
ano), seguida de Cuiabá (cuja instalação
deu-se em 21 de setembro). Também
em outubro, as varas de Sinop passaram
a utilizar o PJe; em novembro, Colíder e
Tangará da Serra, e em dezembro Jaciara e Primavera do Leste.
A cerimônia realizada em 26 de outubro na cidade de Sinop, 500 km ao norte
de Cuiabá, foi dirigida pelo presidente do TRT/MT, desembargador Tarcísio Valen-
te, e marcou a implantação do PJe no nortão do Estado. Com a entrada das duas
varas de Sinop no sistema digital, subiram para 15 as varas eletrônicas no TRT
mato-grossense, ficando o Estado com o maior número de varas trabalhistas com
o PJe implantado no país.
PJe em Colíder
A instalação do Processo Judicial Eletrô-
nico (PJe) na Vara do Trabalho de Colíder mu-
dou a realidade dos serviços prestados pela
Em dezembro de 2012, 20 das 38 varas trabalhistas do TRT mato-grossense já
utilizavam o Processo Judicial Eletrônico
PJe em Rondonópolis
PJe em Colíder
63
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Justiça do Trabalho às quase 70 mil pessoas dos seis municípios sob jurisdição da
unidade. A chegada do sistema à segunda cidade do norte do Estado foi oficiali-
zada na manhã de 9 de novembro com o ajuizamento do 1º processo via PJe pelo
presidente da OAB local, Wilson Roberto Maciel. Em seu discurso, o juiz da Vara
de Colíder, Ângelo Cestari, destacou os novos desafios e as melhorias trazidas com
a implantação do PJe. Na ocasião, o magistrado afirmou que, se operando por
meio de processo em papel, a Justiça do Trabalho em Mato Grosso já era destaque
em todo o país, estando na vanguarda em muitos aspectos, muito mais se poderá
esperar com a utilização de uma ferramenta moderna e eficiente.
PJe em Tangará da Serra, Primavera do leste e Jaciara
No fim da primeira quinzena de dezembro de 2012, o TRT/MT instalou o
PJe nas varas de Primavera do Leste e de Jaciara, elevando para 20 o número de
unidades de 1ª instância utilizando o novo sistema. A expectativa do Tribunal é
implantar o sistema em todas as 38 varas trabalhistas ainda nos primeiros meses
de 2013.
PJe em Tangará da Serra
PJe em Primavera do Leste
PJe em Jaciara
64
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Postos avançados
O TrT/MT também inovou ao criar os Postos avançados Trabalhistas (PaT), que diferem das varas itinerantes, uma vez que no PAT era monta-da uma estrutura similar a uma vara do trabalho. inicialmente foram instalados dois PaTs, um no município de Sapezal e outro em São Félix do Araguaia. Este último transformado em vara do trabalho em maio de 2005. Em razão da instalação de novas varas, atualmente a Justiça do Trabalho possui apenas dois PaTs: em Campo Verde e em Querência.
interiorização
O Tribunal de MT foi o primeiro a im-
plantar na Justiça do Trabalho as varas itine-
rantes, a partir de uma ideia dos juízes Vlal-
dimi Aparecido (falecido em 21 de novembro
de 1999) e Paulo Brescovici. Nesta modalidade
o magistrado se desloca juntamente com um
secretário de audiência, levando os processos
já distribuídos para localidades distantes da vara
do trabalho de origem e realiza as audiências
sem necessidade de as partes, os advogados, tes-
temunhas se deslocarem dos seus municípios. A
primeira vara itinerante foi realizada no município
de Sorriso. A concretização desse projeto tem sido
possível mediante convênios de cooperação firma-
dos com os municípios contemplados, que em regra
contribuem com empréstimo de um espaço físico
onde as audiências são realizadas.
Levar a Justiça do Trabalho a todos os rincões
de Mato Grosso sempre foi a principal preocupação
do TRT/MT, não somente a partir de sua instalação em
1992, como bem demonstra a criação de varas itine-
rantes e postos avançados, mas também a intensa luta
travada em 1999 para derrubar a proposta de Reforma
do Judiciário e inclusão de novas varas na histórica Lei
10.770/2003, que ampliou as unidades trabalhistas em
todo o país. Mato Grosso tem 906.807 km² de extensão
e de acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura
65
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
(Sinfra-MT), 30% são de preservação permanente e 29,4% são terras indígenas,
parque ou pantanal. A malha viária de 29 mil km é a maior do Brasil, porém, dos
4,6 mil km de rodovia federal, 3,03 mil km são pavimentados e dos 26,9 mil de
rodovias estaduais, menos de 4 mil km estavam pavi-
mentados até 2006. Além da grande extensão não pa-
vimentada, o Estado carece de corredores leste-oeste
pavimentados, que provocam o deslocamento para o
sul, leste-oeste e novamente para o norte, aumentan-
do o dispêndio de tempo e dinheiro.
A implantação de varas do trabalho itinerante
amplia a efetividade da Justiça do Trabalho quando
supera a questão geográfica, as distâncias multiplica-
das pelo traçado do deslocamento e por rodovias não
pavimentadas e alcançam o jurisdicionado mais caren-
te e mais isolado. Em 1997 foram implantadas as três
primeiras varas itinerantes no Estado. Apesar de não
contar, no período de 1997 a 2004, com recursos orça-
mentários específicos para esta ação, o Tribunal utilizou recursos próprios para
arcar com as despesas decorrentes da implantação e funcionamento delas.
Em 2004, com a Reforma do Poder Judiciário, as varas itinerantes foram ins-
titucionalizadas, sendo previstos recursos orçamentários próprios para viabilizar
sua implantação a partir de 2005 em todo o país.
A estrutura de funcionamento das varas itinerantes conta com um magis-
trado, um oficial de justiça e um secretário de audiência. A logística consiste em
transportar os equipamentos, os insumos e as pessoas. É imprescindível para o fun-
cionamento da vara itinerante contar com veículos utilitários, tipo caminhonetes,
tendo em vista o difícil acesso aos locais. A periodicidade geralmente é mensal,
permanecendo até cinco dias, conforme demanda de audiências marcadas. O local
de instalação depende de acordos de cooperação com municípios e com o Tribunal
de Justiça.
Apesar dos avanços, um grande desafio ainda é levar a Justiça do Trabalho a todo o Estado
A administração do TRT não mediu esforços para levar o PJe a todas as unidades no interior do Estado
66
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
inovação
Em 2009, a sistemática informatizada de distribuição e cumprimento de
mandados desenvolvida pelo TRT/MT, e que já era reconhecida como boa prática
pela Corregedoria do TST, foi pré-selecionada para concorrer ao prêmio máximo
do Innovare, organização não governamental que, com apoio do Ministério da Jus-
tiça, elege anualmente as melhores práticas do Judiciário brasileiro. O Instituto
Innovare é uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo o desenvolvi-
mento de projetos para pesquisa e modernização da Justiça brasileira. Participam
projetos do Poder Judiciário, do Ministé-
rio Público, da Defensoria Pública e da
Advocacia. Os critérios para a seleção
das práticas são: eficiência, celeridade,
qualidade, criatividade, exportabilidade,
satisfação do usuário, alcance social e
desburocratização.
As inovações não param por aí. Os
sistemas de gerenciamento de proces-
sos criados pelo Tribunal também são
exemplos de gestão e eficiência. Acompanhamento gerencial em tempo real da
performance da vara. Disponíveis desde 2010, o processômetro (maio) e o execu-
tômetro (dezembro) significam uma revolução no acompanhamento da movimen-
tação processual. O primeiro permite a todo cidadão acompanhar, diariamente,
quantos processos foram distribuídos e quantos foram julgados ou conciliados por
cada vara do trabalho ou pelo conjunto do primeiro grau da 23ª Região. Já o segun-
do informa o número de processos solucionados na fase de execução.
Os programas foram totalmente desenvolvidos pela Secretaria de Tecnolo-
gia da Informação (STI) e captam as informações diretamente no sistema de Distri-
“Como o sol se levanta e se põe para que cada dia seja novo, assim também a justiça
se inova a cada tempo para ser atual no ideal de cada geração. Renovada sempre,
faz-se eterna no sonho realizável do homem”
Ministra Cármen Lúcia Rocha
Quantas e onde
Varas itinerantes em 2012: total de 11, nos municípios de Canarana e Nova Xavantina - Vara de Água boa Rosário Oeste - Vara de Diamantino Aripuanã - Vara de Colniza São Félix do Araguaia e Vila Rica - Vara de Confresa Campo Verde - Vara de Jaciara São José do Rio Claro - Vara de nova Mutum Guarantã do Norte - Vara de Peixoto de Azevedo Paranatinga - Vara de Primavera do leste Comodoro - Vara de Sapezal
67
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
buição e Acompanhamento Processual. Assim, no momento em que um processo
é distribuído, ou quando o juiz publica uma sentença, automaticamente o ‘proces-
sômetro’ é alimentado. Essa ferramenta foi de grande importância para o cumpri-
mento da Meta 1 estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça para os anos de
2010 e 2011, de julgar um número de processos superior ao número de processos
distribuídos durante o ano. Já o Executômetro colaborou com o cumprimento da
Meta 3 do Judiciário, que estabeleceu como objetivo diminuir em pelo menos 10%
o acervo de processos na fase de cumprimento ou de execução.
A avaliação constante da entrada de processos e
produção das varas permitiu à Administração fazer ges-
tões para evitar eventuais sobrecargas de algumas uni-
dades. O sistema continua disponível no site do Tribunal
Regional do Trabalho de Mato Grosso. O anseio de aper-
feiçoar ainda mais o processo deu vida ao Conciliômetro,
que passou a funcionar um ano depois do Processômetro,
em maio de 2011. A ferramenta permite que todos acompanhem, diariamente, o
número de processos conciliados. Novo módulo do sistema desenvolvido pela STI,
e que é alimentado com as informações do sistema de Distribuição e Acompanha-
mento Processual, no ato da instalação o TRT/MT havia registrado um percentual
de 47%, resultante da homologação de acordos em 4.227 dos 8.985 processos so-
lucionados desde o início do ano na justiça trabalhista de Mato Grosso. Os des-
taques ficaram por conta das varas de Mirassol D’Oeste, com 72% de acordos no
total de processos solucionados, e de Água Boa, com 63%.
Os sistemas de gerenciamento dos processos usam ferramentas como o "processômetro", "executôme-tro" e "conciliômetro"
No mesmo instante em que é distribuído, o processo já consta dos sistemas de gerenciamento
68
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Posse de servidores
O grande salto ocorreu em 2011, a partir de duas Leis, 2.420 e 12.474/2011, que criaram,
respectivamente, cinco novas varas e 62 cargos de servidores;
seis varas e outros 48 cargos
Prova oral para o cargo de juiz do Trabalho substituto, no 18º concurso, em 2011
Time de primeira
Desde o início da criação do Tribunal, em 1992, a Justiça do Trabalho em
Mato Grosso vem reforçando seu quadro de profissionais. As primeiras duas Leis
(8.430/1992 e 8.432/1992) criaram 357 cargos para servidores. Apenas 11 anos
depois houve a implementação de mais 171 cargos (Lei 10.770/2003). Somente
cinco anos depois, com a Lei 11.681/2008, mais 23 novos cargos.
O grande salto ocorreu em 2011, a partir das Leis 2.420 e 12.474/2011, que
criaram, respectivamente, cinco novas varas e 62 cargos de servidores; seis varas e
outros 48 cargos. No ano em que o Tribunal completou 20 anos, a Lei 12.660/2012
criou 176 cargos.
Dessa forma, em dezembro de 2012 o TRT mato-grossense contava com um
total de 837 servidores efetivos, dos quais 382 de nível superior, 425 de nível mé-
dio e 30 de auxiliar.
No mais recente concurso público para servidor, cujas provas foram realiza-
das em maio de 2011, pelo menos 40 mil candidatos de todo o país se inscreveram.
Os cargos que tiveram maior procura foram os de técnico judiciário - área admi-
69
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
nistrativa, com 18.155 inscrições concluídas; e analista judiciário - área judiciária,
com 6.017 inscrições.
MAGISTRADOS – Em 20 anos de existência, o TRT/MT realizou 19 concursos
públicos para o preenchimento de cargos de juiz. Os dois últimos certames foram
em 2011 e 2012. No de 2011, atraiu cerca de 1,2 mil candidatos disputando 17
vagas. Em abril de 2012, o Tribunal Pleno autorizou a abertura do 19º concurso
para juiz da 23ª Região, realizado durante o ano. A prova oral ocorreu no início de
dezembro, seguida da prova de títulos e posterior posse dos 12 aprovados.
Programação 20 anos
O selo personalizado e o carimbo comemorativos aos 20 anos de instala-
ção do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso foram lançados em 26 de
julho de 2012. O evento foi uma realização do TRT, Ministério das Comunicações
e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A solenidade deu início à
programação de uma série de eventos até o mês de dezembro, incluindo a realiza-
ção de um congresso jurídico. O selo personalizado, utilizado no envio de corres-
pondências, tem como cenário a fachada principal do complexo-sede do Tribunal
Regional do Trabalho da 23ª Região, obra que concretiza o sonho de todos que
vivem no Estado. Foram longos anos de espera e de desmedidos esforços para
que se chegasse até a situação atual. Como resultado, a sociedade conta com um
moderno complexo construído para sediar a Justiça do Trabalho em Mato Grosso
proporcionando a todos conforto, bem-estar e, principalmente, uma prestação
jurisdicional mais célere e eficaz.
Os 20 anos do Tribunal foram comemorados
com uma série de even-tos, entre os quais um
congresso científico e a criação de um selo e um carimbo personalizados
70
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Cerca de 400 pessoas participaram da abertura do evento que discutiu "O Direito e a Realidade Social"Congresso dos 20 anos
Foi realizado de 17 a 19 de outubro de 2012 o congresso científico “O Direi-
to e a Realidade Social”. O evento, realizado no Centro de Eventos do Pantanal,
fez parte das comemorações dos 20 anos de criação do TRT/MT e foi voltado aos
profissionais, acadêmicos e demais operadores do direito.
O presidente do Tribunal, desembargador Tarcísio Valente, fez a abertura
do congresso, cuja primeira conferência abordou os direitos do atleta profissional
de futebol e foi proferida pelo ministro do TST, Guilherme Caputo Bastos. Após
o professor da UFBA, Fredie Didier, tratou das inovações do código de processo
civil. A programação seguiu com painéis e palestras de temas ligados ao direito do
trabalho e outros ramos. A programação contou com painéis e conferências reali-
zadas nos períodos matutino e noturno. Os temas abordados foram: os efeitos na
legislação brasileira trazidos pela Convenção 155 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), as inovações do Código Penal, o Dumping Social e os avanços nos
diálogos institucionais alcançados na Justiça brasileira.
Foram temas do congresso as inovações do Código Penal, o dumping social e recentes
alterações na legislação brasileira
71
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
O Judiciário que ‘trabalha’
Os processos julgados no TRT/MT renderam, em 2011, R$ 149 milhões aos
trabalhadores. Foram julgados nesse período pelas primeira e segunda instâncias
do Tribunal 35.291 casos envolvendo litígios entre patrões e empregados. Os da-
dos constam no Anuário da Justiça do Trabalho, publicado em agosto de 2012 pelo
site Consultor Jurídico. Conforme detalhado pela publicação, ao longo de 2011
foram ajuizadas 28.393 novas ações trabalhistas na primeira instância e 6.384 na
segunda, as quais foram distribuídas, respectivamente, entre os 78 juízes das 38
varas do trabalho e os oito desembargadores do TRT/MT. Enquanto o tempo mé-
dio decorrido entre a propositura da ação e a publicação da sentença no Brasil
é de 118 dias, no Estado o prazo é de 74 dias. O anuário mostra que o TRT/MT
foi um dos cinco Tribunais Regionais do Trabalho que no ano passado cumpriram
integralmente as metas gerais para o Judiciário definidas pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ). Uma das metas era julgar quantidade igual à de processos de
conhecimento distribuídos em 2011 e mais uma parcela do estoque dos anos an-
teriores.
Ter sido o TRT/MT o primeiro Tribunal do Brasil a julgar um recurso ordinário
trabalhista de forma totalmente digital também foi um dos destaques da publica-
ção. Fato ocorrido em maio de 2012 com a adoção do PJe-JT na 1ª Vara do Traba-
lho de Várzea Grande, terceira do país a contar com o sistema, e o Tribunal um dos
primeiros a implantá-lo no segundo grau. A completa substituição dos autos de
papel pelo meio digital na justiça trabalhista mato-grossense, aliás, foi outro dado
enfatizado. Outro destaque importante: o Judiciário do Brasil que trabalha. É jus-
tamente isso que sintetiza a publicação no texto de abertura do anuário. Segundo
a publicação, a justiça trabalhista é o único ramo da Justiça realmente de âmbito
nacional, bem distribuída por todo o território brasileiro. Está presente em mais
de 600 municípios e, apesar de não ter a capilaridade da Justiça estadual, oferece
acesso ainda mais amplo e mais concreto ao cidadão comum. Em Mato Grosso,
além das nove varas na capital e das 29 no interior, existem 11 varas itinerantes,
que levam uma Justiça do Trabalho volante a mais 11 municípios distantes das
sedes.
Em âmbito nacional, as reclamações trabalhistas renderam quase R$ 15 bi-
lhões aos trabalhadores em 2011. O valor corresponde a 90% de todo o volume
repassado pelo governo federal às famílias atendidas pelo programa Bolsa Família
em 2011.
Se analisados os últimos cinco anos, o volume total de repasses decorrentes
de ações na Justiça do Trabalho alcança a marca dos R$ 56 bilhões. O país possui
2.779 juízes do Trabalho atuando em 1413 varas. Em 2011, esses magistrados fo-
ram responsáveis pelo julgamento de mais de R$ 2 milhões de processos, contan-
do, para isso, com o auxílio de quase 22 mil servidores. No segundo grau existem,
por sua vez, 473 desembargadores distribuídos pelos 24 TRTs, que julgaram perto
de 750 mil processos em grau de recurso no ano passado.
anuário do site Consultor Jurídico
mostra que o Tribunal de MT é um dos mais
rápidos do país para julgar
72
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Cresce número de novos processos
A análise comparativa da estatística processual disponibilizada pelo Tribunal
do primeiro semestre de 2012 com igual período de 2011 evidencia uma forte
expansão da Justiça do Trabalho no Estado. De acordo com os dados, houve um
expressivo crescimento tanto no número de novas ações ajuizadas como também
no valor pago aos trabalhadores. Entre janeiro e junho deste ano, foram propostos
21.613 processos, contra 16.363 de igual período de 2011. A diferença representa
um crescimento percentual de aproximadamente 32%. Já no TRT/MT, segundo
grau de jurisdição, a variação foi ainda mais expressiva, alcançando os 80%. En-
quanto no primeiro semestre de 2012 o Tribunal recebeu 6.651 novos processos,
nos seis meses iniciais do ano passado foram 3.688.
No mesmo sentido, o valor pago aos trabalhadores relativo às ações movi-
das na justiça trabalhista mato-grossense saltou de cerca de R$ 73 milhões para
aproximadamente R$ 91 milhões na mesma comparação. Um aumento de cerca
de 25%.
Os dados apresentados demonstram não só a expansão da Justiça do Tra-
balho em Mato Grosso, como comprovam que as ações tomadas com intuito de
ampliar o acesso da população foram acertadas. Entre elas, a instalação de oito
novas varas do trabalho no interior do Estado, apenas no segundo semestre de
2011. As cidades contempladas com novas unidades da justiça trabalhista nesse
período foram: Alto Araguaia, Colniza, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Peixoto
de Azevedo, Sapezal, Confresa e Várzea Grande, que ganhou mais uma vara no se-
gundo semestre de 2012. Esses municípios já estavam sob a jurisdição de alguma
vara do trabalho, mas ainda não possuíam unidades físicas permanentes.
Os dados apresentados demonstram não só a expansão da Justiça do Trabalho em Mato
Grosso, como comprovam que as ações tomadas com intuito de ampliar o acesso
da população foram acertadas
73
Evolução na capital
Hoje, ao todo, são nove varas do trabalho em Cuiabá. A diretora do Foro é a juí-
za Roseli Daraia Moses, a sede fica no complexo TRT, no Centro Político e Administra-
tivo. A 1ª Vara do Trabalho de Cuiabá foi criada pela Lei nº. 6.596, de 12 de dezembro
de 1940, com instalação em 1º de maio de 1941, é a primeira do Estado. A juíza titular
é Mara Aparecida de Oliveira Oribe. A 2ª Vara do Trabalho de Cuiabá foi criada pela
Lei nº. 7.729, de 16 de janeiro de 1989, com instalação em 18 de agosto do mesmo
ano, o juiz titular é Aguimar Martins Peixoto. Já as 3ª, 4ª e 5ª foram criadas com a Lei
8.432, de 1992, tiveram instalação em outubro de 1993. Os juízes titulares são, res-
pectivamente, Paulo Roberto Brescovici, Rosana Maria de Barros Caldas e Eleonora
Alves Lacerda. A criação das 6ª, 7ª, 8ª e 9º Varas se deu a partir da Lei 10.770, de 21
de novembro de 2003, com instalação em 30 de maio de 2005. Os titulares das varas
são, respectivamente, Bruno Luiz Weiler Siqueira; Nicanor Fávero Filho; Carla Reita
Faria Leal e Roseli Daraia Moses. A jurisdição compreende a capital, Acorizal, Barão
de Melgaço, Chapada dos Guimarães e Santo Antônio de Leverger.
Várzea Grande
Criada pela Lei 12.420, de 15 de junho de 2011 e instalada em agosto do
mesmo ano, a 1ª Vara do Trabalho de Várzea Grande tem como juiz titular Wan-
derley Piano da Silva. Está localizada na Avenida Pres. Arthur Bernardes, bairro
Planalto Ipiranga, e foi escolhida como uma das varas piloto na implantação do
PJe-JT. Sua jurisdição compreende, além de Várzea Grande, Nossa Senhora do Li-
vramento e Poconé.
A 2ª Vara do Trabalho e o Foro de Várzea Grande foram instalados em 17 de
julho de 2012. Criada em 6 de junho, data da publicação da Lei 12.660/2012, a 2ª
Vara de Várzea Grande tem como juiz titular Juliano Pedro Girardello.
Cuiabá
Chapada dos Guimarães
acorizal
Santo antônio de
leverger
barão de Melgaço
Poconé
nossa Senhora do livramento
Várzea Grande
Jangada
75
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
rondonópolis
O Fórum Trabalhista Alberto Saddi fica na Rua Rio Branco, bairro
Santa Marta, o diretor é o juiz Paulo Roberto Ramos Barrionuevo. A 1ª
Vara do Trabalho de Rondonópolis (198 km da capital) foi criada pela
Lei 7.471, de 30 de abril de 1986, com instalação em novembro do mes-
mo ano. A juíza titular é Adenir Alves da Silva Carruesco. Já a 2ª Vara foi
criada pela Lei 10.770, de 21 de novembro de 2003, a instalação ocor-
reu em maio de 2005 e seu juiz titular é Paulo Roberto Ramos Barrio-
nuevo. A jurisdição compreende, além de Rondonópolis, os municípios
de Guiratinga, Itiquira, Pedra Preta, São José do Povo e Tesouro.
Colíder
O município possuiu o Fórum Trabalhista Desembargador Diogo José
da Silva. A vara do trabalho foi criada pela Lei 7.729, de 16 de janeiro de
1989, e instalada em 26 de novembro de 1990. O juiz titular é Angelo Henri-
que Peres Cestari. Fica a 636 km da capital, sua jurisdição compreende, além
de Colíder, os municípios de Carlinda, Itaúba, Marcelândia, Nova Canaã do
Norte, Nova Guarita e Nova Santa Helena.
Cáceres
O Fórum Trabalhista Desembargadora Guilhermina Maria Vieira de Freitas
está situado na Rua Generoso Marques Leite, Jardim Celeste. A vara do trabalho
do município foi criada pela Lei 7.729, de 16 de janeiro de 1989, com instalação
em fevereiro de 1992. O juiz titular é José Pedro Dias. A jurisdição é Cáceres,
distante 244 km de Cuiabá.
nova Guarita
nova Canaã do norte
Marcelândia
nova Santa Helena
itaúba
Colider
Cáceres
Itiquira
rondonópolis
Pedra Preta
São José do Povo
Guiratinga
Tesouro
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Diamantino
A Vara do Trabalho de Diamantino foi criada pela Lei 8.432, de
11 de junho de 1992, com instalação no dia 25 de outubro de 1993,
está localizada na Avenida Irmão Miguel Abid, bairro Jardim Eldorado.
O juiz titular é Júlio Cândido Nery Ferreira. O município fica a 195 km
de Cuiabá, compreende em sua jurisdição Alto Paraguai, Arenápolis,
Nortelândia, Nova Marilândia, Santo Afonso, Nobres e Rosário Oeste.
Sinop
O diretor do Foro é o juiz William Guilherme Correia Ribeiro. Está
localizado na Avenida dos Ingás, Setor Comercial. A 1ª Vara do Trabalho de
Sinop foi criada pela Lei 8.432, de 11 de junho de 1992, instalada em julho
de 1993. O juiz titular é William Guilherme Correia Ribeiro. Fica distante da
capital 481 km. Já a 2ª Vara do Trabalho de Sinop foi criada a partir da Lei
12.420, de 15 de junho de 2011, instalada antes, em 7 de janeiro do mesmo
ano, por intermédio da RA 130/2010. A juíza titular é Tatiana de Oliveira
Pitombo. A jurisdição compreende também Cláudia, Feliz Natal, Santa Car-
mem, União do Sul e Vera.
barra do Garças
A vara do trabalho foi criada pela Lei 8.432, de 11 de junho de 1992, sua
data de instalação foi 27 de outubro de 1993, com endereço na Travessa Mare-
chal Rondon, Cidade Velha. O juiz titular é Hamilton Siqueira Júnior. Além do mu-
nicípio, distante 494 km da capital, a jurisdição compreende Araguaiana, General
Carneiro, Pontal do Araguaia, Novo São Joaquim, Ribeirãozinho e Torixoréu.
Diamantinonova Marilândia
Santo afonso alto Paraguaiarenápolis
nobresrosário Oeste
nortelândia
Vera
Sinop
Cláudiaunião do Sul
Santa Carmen
Feliz natal
araguaiana
barra do Garças
novo São Joaquim
General Carneiro
Pontal do araguaia
Torixoréu
ribeirãozinho
77
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Tangará da Serra
O Fórum Trabalhista Desembargador José Simioni fica na Rua Osvaldo Pe-
reira de Araújo, bairro Jardim Nações Unidas. A 1ª Vara do Trabalho foi criada
pela Lei nº. 8.432, de 11 de junho de 1992, foi instalada em maio de 1993, a juíza
titular é Deizimar Mendonça Oliveira. Já a 2ª Vara foi criada pela Lei 12.420, de 15
de junho do ano passado, instalada em 2 de agosto do mesmo ano. O juiz titular é
Nilton Rangel Paim. O município, distante 239 km da capital, tem uma jurisdição
que compreende Barra do Bugres, Denise, Nova Olímpia e Porto Estrela.
Sorriso
A vara do trabalho foi criada pela Lei 10.770, de 21 de novembro de 2003, e
instalada dois anos depois, em 22 de julho de 2005. Fica na Rua Eurico Dutra, cen-
tro do município que fica a 420 km de Cuiabá. A juíza titular é Marta Alice Velho.
A jurisdição compreende, além de Sorriso, Boa Esperança do Norte, Ipiranga do
Norte e Nova Ubiratã.
alto araguaia
A Lei 12.474 criou a vara em 2 de setembro de 2011, a instalação ocorreu em
dezembro do ano passado. O juiz titular é Juarez Gusmão Portela. O município fica
a 371 km da capital, a jurisdição compreende também Alto Garças, Araguainha,
Alto Taquari e Ponte Branca.
Tangará da Serra
nova Olímpia
barra do bugres
Denise
Porto Estrela
Sorriso
ipiranga do norte
nova ubiratã
boa Esperança do norte
alto Garças
Ponte branca
araguainha
alto araguaia
alto Taquari
78
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Mirassol D’Oeste
O Fórum Trabalhista Quirino dos Santos está localizado na
Rua Miguel Botelho Carvalho, no centro do município, que fica a
329 km da capital. A vara do trabalho foi criada pela Lei 10.770, de
21 de novembro de 2003, com instalação três anos depois, em 7 de
julho de 2006. O juiz titular é André Araújo Molina. A jurisdição tam-
bém inclui Araputanga, Curvelândia, Glória D’Oeste, Indiavaí, Lamba-
ri D’Oeste, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Salto do
Céu e São José dos Quatro Marcos.
Pontes e lacerda
A vara do trabalho foi criada pela Lei 10.770, de 21 de novembro de
2003, e instalada no dia 7 de julho de 2006 na Avenida Américo Mazetti,
no bairro Jardim Nossa Senhora Aparecida. A juíza titular é Rafaela Barros
Pantarotto. O município fica a 483 km de Cuiabá, sua jurisdição compreen-
de também Conquista D’Oeste, Figueirópolis D’Oeste, Jauru, Nova Lacerda,
Vale do São Domingos e Vila Bela da Santíssima Trindade.
Primavera do leste
A vara do trabalho foi criada pela Lei 10.770, de 21 de novembro de 2003,
e instalada em agosto de 2005, na Rua Quintino dos Reis Borges Filho, Avenida
Porto Alegre, bairro Primavera 2. O juiz titular é Aguinaldo Locatelli. O municí-
pio, que fica a 230 km da capital, atende também em sua jurisdição Gaúcha do
Norte, Paranatinga, Poxoréo e Santo Antonio do Leste.
CurvelândiaPorto Esperidião Glória
D'OesteMirassol D'Oeste
rio branco
Salto do Céu
São José dos Quatro Marcosindiavaí
araputanga
reserva do Cabaçal
lambarí D'Oeste
Vila bela da Santíssima Trindade
Conquista D'Oeste
nova lacerda
Pontes e lacerda
Vale do São Domingos
Figueirópolis D'Oeste
Jauru
Gaúcha do norte
Paranatinga
Santo antônio do leste
Primavera do leste
Poxoréo
79
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Água boa
A criação da vara do trabalho se deu a partir da Lei 10.770, de
21 de novembro de 2003, e foi instalada no dia 27 de abril de 2006, na
Avenida Araguaia, centro. O juiz titular é Herbert Luís Esteves. O muni-
cípio fica a 749 km da capital e atende em sua jurisdição também Cam-
pinápolis, Canarana, Cocalinho, Nova Nazaré, Nova Xavantina, Ribeirão
Cascalheira e Querência.
nova Mutum
A vara do trabalho foi criada a partir da Lei 12.474, de 2 de setembro
de 2011, a instalação ocorreu em setembro do mesmo ano, na Rua das Pri-
maveras, centro. O juiz titular é Lamartino França de Oliveira. O município,
localizado a 303 km, da capital, compreende a jurisdição de, além de Nova
Mutum, Santa Rita do Trivelato e São José do Rio Claro.
Campo novo do Parecis
A vara do trabalho foi criada pela Lei 12.420, de 15 de junho de 2011, e
instalada em agosto do ano passado, na Rua Terezina, centro. O juiz titular é
João Humberto Cesário. O município fica a 381 km da capital e compreende a
jurisdição de Campo Novo do Parecis, Brasnorte e Nova Maringá.
Querência
Canarana
ribeirão Cascalheira
Cocalinho
Água boa
Campinápolisnova
Xavantina
nova nazaré
brasnorte
nova Maringá
Campo novo dos
Parecis
São José do rio Claro
nova Mutum
Santa rita do
Trivelato
80
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Sapezal
A criação da vara do trabalho se deu a partir da Lei 12.474, de 2 de setem-
bro de 2011, a instalação ocorreu eu dezembro do mesmo ano, na Avenida do
Jaú, bairro Jardim Ypê. O juiz titular é Anésio Yssao Yamamura. O município fica
a 494,60 km da capital, além dele próprio, são atendidos processos também de
Comodoro e, Campos de Júlio.
lucas do rio Verde
A vara do trabalho foi criada a partir da Lei 12.474, de 2 de setembro de
2011, a instalação ocorreu em agosto do mesmo ano, na Rua Corbélia, bairro Jar-
dim das Palmeiras. O juiz titular é Ivan José Tessaro. O município, que fica a 307 km
da capital, compreende em sua jurisdição também Itanhangá e Tapurah.
Sapezal
Campos de Júlio
Comodoro
lucas do rio Verde
Tapurah
itanhangá
81
Juína
A vara do trabalho foi criada pela Lei 10.770, de 21 de novembro de 2003,
com instalação em 8 de dezembro de 2005, na Avenida Jaime Proni, bairro Módulo
3. A juíza titular é Claudirene Andrade Ribeiro. O município fica a 737 km de Cuiabá
e fazem parte da sua jurisdição, além de Juína, Castanheira e Juruena.
Juara
Criada a partir da Lei 12.420, de 15 de junho de 2011, foi instalada em agos-
to do mesmo ano, na Rua Rio de Janeiro, o juiz titular é Plínio Gevezier Podolan.
Distante 780 km da capital, sua jurisdição compreende ainda Novo Horizonte do
Norte, Porto dos Gaúchos e Tabaporã.
Colniza
Criada a partir da Lei 12.474, de 2 de setembro de 2011,
foi instalada em dezembro do mesmo ano, na Avenida Clarindo
Saches, centro. A juíza titular é Karina Correia Marques Rigato. O
município é bastante distante, fica a 1.080,70 km da capital, com-
preende em sua jurisdição também Cotriguaçu, Aripuanã e Ron-
dolândia.
Juruena
Castanheira
Juína
Juara
novo Horizonte do norte
Porto dos Gaúchos
Tabaporã
Colniza
Cotriguaçu
aripuanã
rondolândia
82
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
alta Floresta
A vara do trabalho foi criada pela Lei 8.432, de 11 de junho
de 1992, e instalada em 19 de maio de 1993, está situada na Ave-
nida Acerola, setor H. a juíza titular é Cláudia Regina Costa de Lírio
Servilha. O município fica a 765 km de Cuiabá, compreende em sua
jurisdição também Apiacás, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde
e Paranaíta.
Peixoto de Azevedo
A vara do trabalho foi criada a partir da Lei 12.474, de 2 de setembro
de 2011, e instalada em outubro do mesmo ano, na Rua Mauro Querino,
centro novo. O juiz titular é André Gustavo Simionatto Doenha Antônio.
Distante 640 km da capital, a sua jurisdição compreende, além de Peixoto,
os municípios de Novo Mundo, Guarantã do Norte, Matupá e Terra Nova
do Norte.
Confresa
Criada pela Lei 12.474, de 2 de setembro de 2011, a vara do trabalho
foi instalada em outubro do mesmo ano, na Rua Nova, bairro Vila Nova, setor
industrial. A juíza titular é Janice Schneider Mesquita. O município fica a 1.167
km da capital, compreende em sua jurisdição Alto Boa Vista, Bom Jesus do Ara-
guaia, Canabrava do Norte, Confresa, Luciara, Novo Santo Antônio, Porto Alegre
do Norte, Santa Cruz do Xingu, Santa Terezinha, São Félix do Araguaia, São José
do Xingu, Serra Nova Dourada e Vila Rica.
Carlindaalta Floresta
Paranaíta
nova Monte Verdenova
bandeirantes
apiacás
Terra nova do norte
novo Mundo Guarantã
do norte
Matupá
Peixoto de azevedo
luciara
Santa Terezinha
Vila rica
Confresa
Porto alegre do norte
Cana brava do norteSão Félix do
araguaia
Santa Cruz do Xingu
São José do Xingu
novo Santo antonio
bom Jesus do araguaia
alto da boa Vista
Serra nova Dourada
83
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
c a p í t u l o 4“O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcançável. Para os
temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade”
Victor Hugo
Justiça eficaz e efetiva
O TRT/MT é o único entre todos os Tribu-nais do Brasil a cumprir 100% das metas do CNJ em 2010
Tocar o sol com as mãos
Acreditar e apostar no novo são atitudes difíceis, ainda mais quando a novi-
dade é abstrata, não se vê e não se toca. Caminhar por lugares desconhecidos gera
estado de vigília ao corpo e à mente. Saber fazer deste estresse uma força motora
é uma atitude positiva que se contrapõe ao medo paralisante. Sem qualquer gasto
com consultoria ou assessoria externa, contando com talentos do quadro de fun-
cionários, o Tribunal conseguiu no ano de 2008 definir um marco em seu modo de
fazer gestão: materializar a proposta que aponta indicadores e metas a cumprir,
seu planejamento estratégico. Com a visão de futuro, o que é um elemento diferen-
ciador. "Utopia, em conceito filosófico, não significa impossível. Já dizem os pensa-
dores que caminhar sem destino é ver o horizonte se afastar para tanto mais longe
quanto se caminha, no entanto, caminhar planejando-se é viver a possível utopia
de tocar o sol com as mãos", explicou em seu discurso o desembargador João Carlos
Ribeiro de Souza. O planejamento estratégico é o desenvolvimento de processos e
atitudes administrativas que possibilitam avaliar as implicações futuras.
Tanto esforço valeu e continua valendo a pena. Com muito orgulho é preci-
so lembrar que no ano de 2010 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entregou ao
TRT/MT certificado em que reconhece que a Justiça do Trabalho mato-grossense
atingiu as dez metas de 2010, tornando-se assim o primeiro, dos 91 tribunais do
país, a cumprir 100% do compromisso assumido anualmente pelo Judiciário. O
feito inédito foi creditado ao empenho dos magistrados e servidores que, com
seus esforços ao longo de todo o ano, conseguiram cumprir até mesmo as metas
consideradas ousadas pelo próprio CNJ, por ocasião do lançamento do desafio
assumido pelo Judiciário brasileiro no início de 2010. É o caso da meta 3 (redução
dos processos de execuções fiscais e não fiscais) que o TRT/MT cumpriu com folga
uma vez que, enquanto a meta previa a redução em 10% do total de processos na
fase de execução, o Tribunal obteve redução de 20%.
85
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Da mesma forma a meta 6 - que previa a redução de pelo menos 2% no
consumo, dentre outros, de energia elétrica - só foi alcançada devido à mudança
no horário de funcionamento do Tribunal, que passou a ser das 7h30 às 14h30,
permanecendo o atendimento ao público na CAJ e no protocolo até as 17h30. Com
a alteração, a instituição deixou de funcionar no chamado horário de ‘pico’ (das
17h30 às 19h30), em que o custo do kw/h aumenta em 653%. A economia obtida
foi de R$ 141 mil na conta anual de energia elétrica, ou um índice de 11,08% de
economia.
A 3ª Pesquisa de Clima Organizacional, realizada no final de 2010, revelou
que 80% das pessoas do Tribunal estavam satisfeitas com o horário de trabalho ins-
tituído no início do ano, o que significa que a medida contribuiu com o aumento da
satisfação do público interno, com a melhoria da qualidade de vida no ambiente de
trabalho e economia do consumo de energia elétrica, cujo percentual foi de 6,44%
per capita. Também houve o cumprimento de 102,34% da meta 1 (julgar quantida-
de superior ao número de processos distribuídos em 2010). Em relação à meta 2
(julgar todos os processos distribuídos até 31 de dezembro de 2007), a exemplo do
ano anterior, o Tribunal não teve maiores dificuldades, pois havia apenas 14 pro-
cessos a serem julgados. Para o cumprimento da meta 4 (lavrar e publicar todos os
acórdãos em até dez dias após a sessão de julgamento), não houve plano de ação,
pois desde 2007 o TRT mato-grossense publica os acórdãos dentro desse prazo.
O resultado do cumprimento da meta 5 (implantar método de gerenciamen-
to de rotinas em pelo menos 50% das unidades judiciárias de 1º grau) é outro que
merece destaque, uma vez que o desenho dos fluxos dos processos na fase de
conhecimento e execução, resultante da meta, foi aproveitado para definição de
requisitos do sistema informatizado PJe-JT, com piloto da parte de execução em
Várzea Grande. Como os problemas do Judiciário não dependem apenas do esfor-
ço dos magistrados, mas de recursos materiais nem sempre presentes, é preciso
lembrar do cuidado ao avaliar os dados de 2010, pois algumas metas impuseram
a redução de insumos, ao mesmo tempo em que outras o aumento de trabalho, o
que é bastante difícil de conciliar.
Cursos de pós-gradu-ação, realizados pelos
magistrados, trei-namentos aplicados durante as semanas
jurídicas, bem como o curso promovido pela
anamatra em 2010, possibilitaram a capa-
citação em administra-ção judiciária para 50%
dos magistrados.
O TRT/MT é o único entre todos os Tribunais do Brasil a cumprir 100% das metas do CNJ em 2010
86
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Em relação à meta 7 (disponibilizar mensalmente
a produtividade dos magistrados), o Tribunal publica a
produtividade dos magistrados no portal da instituição
desde 2007. Os cursos de pós-graduação, realizados pelos
magistrados, e os treinamentos aplicados durante as duas
semanas jurídicas anuais, bem como o curso promovido
pela Anamatra em 2010, possibilitaram o alcance da meta 8
(capacitação em administração judiciária para 50% dos ma-
gistrados). A iniciativa do CSJT de ampliar a capacidade dos
links da rede nacional da Justiça do Trabalho foi fundamental
para o alcance da meta 9 (ampliar a velocidade dos links de
comunicação entre o Tribunal e as unidades judiciárias). Em
dezembro de 2010, foram emitidas diversas ordens de serviço
para ampliação de links. Com isso, antes do fechamento das me-
tas, o TRT/MT conseguiu efetivar a ampliação dos links de quatro
localidades do interior, suficientes para o cumprimento da meta.
A utilização do ‘Intimare’ (sistema informatizado desenvol-
vido pela equipe técnica do Tribunal), do e-CNJ, da carta precatória
eletrônica e do malote digital, permitiram ao Tribunal realizar, de
forma eletrônica, a maioria dos envios de documentos oficiais. Es-
sas ferramentas possibilitaram o cumprimento da meta 10 (realizar,
por meio eletrônico, 90% das comunicações oficiais), com um índice
de 104,59%. A construção dos mapas estratégicos da área de tecno-
logia da informação, de gestão de pessoas, de patrimônio e logística,
além de painéis de contribuição das demais unidades administrativas
e judiciárias, permitiram também, além do alinhamento institucional,
a definição de uma política de gestão de pessoas voltada para o desen-
volvimento humano/profissional e na promoção da qualidade de vida
no ambiente de trabalho. Esses fatores, alinhados à política de envolvi-
mento das pessoas no processo de gestão, provocaram, de forma direta,
o comprometimento de todos na busca de soluções e resultados positivos
para a organização.
Planejar é preciso
Quem somos? Onde estamos? Aonde queremos chegar?
Os questionamentos filosóficos permeiam a vida do ser humano. E, por
conseguinte, também as instituições, por serem construídas por homens. Mas
ao contrário de indagações vazias, o planejamento estratégico impõe metas
a serem cumpridas: ‘o que é preciso fazer para atingir esse ponto aonde eu
quero chegar?’. Assim também fez a Justiça do Trabalho em Mato Grosso, que
após 12 longos meses de pesquisas, entrevistas e discussões, montou seu plano
estratégico aprovado pelo Tribunal Pleno em 30 de julho de 2008 (estendido
O resultado do cumprimento da meta 5 (implantar
método de gerenciamento de rotinas em pelo menos
50% das unidades judiciárias de 1º grau) também
merece destaque
87
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
para 2013). Nele estão, entre outras definições, projetos a serem executados até
2013. Cada objetivo é composto por indicadores, metas e ações que orientarão de
forma planejada cada unidade do Tribunal na execução do plano de gestão. Mas
não se engane, sem saber quem somos
o caminho pode ser incerto, por isso,
o norte de todos os trabalhos é sinte-
tizado pela missão do Tribunal: ‘Pro-
mover justiça por meio da prestação
jurisdicional célere, eficaz, efetiva e
outras ações afirmativas de cidadania’.
A missão sintetiza a essência e a razão
de existir da organização, que serve de
critério geral para orientar a tomada de
decisões, definir objetivos e auxiliar na
escolha das estratégias.
Pela primeira vez o Tribunal ado-
tou um plano de atuação plurianual,
cujo alcance se projetou para além de uma única gestão. E fez isso sem qualquer
gasto com consultoria e/ou assessoria externa, contando com os talentos e pres-
tigiando o quadro funcional. Depois da primeira fase, foi a vez da implantação de
alguns projetos cruciais para o sucesso da proposta inovadora, entre eles, o ‘Es-
critório de Projetos’ que, aliado ao planejamento estratégico, produziu resultados
expressivos para a sobrevivência e a melhoria do desempenho do Tribunal. Con-
forme a Assessoria de Planejamento, a gestão de projetos teve destaque na conso-
lidação dos novos paradigmas de gestão de negócios, especialmente os que eram
relativos à adoção de atitude predominantemente proativa de antecipação às de-
Prêmio excelência
O TRT/MT garantiu o 1º lugar na categoria ‘Metas nacionais’ pelo cumprimento de todas as metas traçadas no planejamento estratégico da Justiça do Trabalho para 2010, na primeira edição do ‘Prêmio Excelência’, realizado em Brasília pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e Tribunal Superior do Trabalho (TST). O segundo lugar da categoria Metas Nacionais coube ao TrT da 13ª região (Pb), com nove metas alcançadas. Em terceiro lugar, ficaram empatados os Tribunais regionais da 14ª (rO/aC), 18ª (GO) e 24ª regiões (MS), com oito metas. Além destas, outras três categorias fizeram parte da premiação: Performance Jurisdicional (em primeiro e segundo graus), Conciliação e Performance em Execução.
O desenvolvimento e execução do planejamento estratégico contaram com o envolvimento de todos os servidores
88
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
mandas, de melhor utilização do potencial dos servidores e da responsabilidade
de cada profissional pela realização de seu trabalho, com ênfase na transparência,
tempestividade, controle gerencial, otimização de recursos, tratamento estrutu-
rado para situações especiais ou contingenciais, redução dos riscos em projetos e
qualidade do produto entregue.
Também foi crucial a instalação da ‘Central
de Atendimento aos Jurisdicionados’, sob respon-
sabilidade da Gestão Estratégica, o ‘Comitê de Se-
gurança da Informação’, tendo à frente a Secretaria
de Tecnologia da Informação, e o projeto ‘Gestão
por Competência’, a cargo da Gestão Estratégica em parceria com a Diretoria de
Gestão de Pessoas, que é baseada no ‘CHA’: conhecimentos (C), habilidades (H) –
competência técnica, e atitudes (A), competência comportamental que uma pes-
soa possui. Só para entender, o conhecimento tem relação com a formação aca-
dêmica ou conhecimento teórico, já a habilidade, ao prático, à vivência e domínio
do conhecimento. A atitude relaciona-se ao comportamento humano, a forma de
agir. Ter implantado este modelo gerencial e depois uma academia de líderes trou-
xe muitos avanços ao TRT/MT, pois trabalhou inicialmente com o capital humano
e profissional da instituição. Só assim foi possível planejar, captar, desenvolver e
avaliar, nos diferentes níveis da organização (individual, grupal e organizacional),
as competências necessárias para alcançar seus objetivos. O sucesso foi apenas
consequência desse investimento.
Missão do Tribunal: ‘Promover justiça por meio da prestação jurisdicional
célere, eficaz, efetiva e outras ações afirmativas de cidadania’
89
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
busca pela ‘perfeição’
Os tribunais brasileiros tiveram que julgar uma
quantidade maior de processos de conhecimento em 2012,
em relação ao número de ações que ingressaram no mesmo
ano. Essa foi a primeira das cinco metas nacionais aprova-
das pelos presidentes dos 90 tribunais do país durante o 5º
Encontro Nacional do Judiciário, realizado em novembro de
2011, em Porto Alegre (RS). Além das
cinco metas que deveriam ser alcança-
das por todos os segmentos de Justiça,
os magistrados definiram 14 metas
específicas para as várias Justiças (Fe-
deral, Trabalhista, Eleitoral e Militar).
Foram aprovadas todas as sugestões
definidas pelos próprios gestores de metas dos Tribunais em reunião
prévia, realizada em outubro em Brasília. Para 2013, uma das inova-
ções do CNJ: a antecipação da votação de duas metas de produtividade
que permitiram aos tribunais tempo de planejar e incluir no orçamento
as ações que vão auxiliar no cumprimento de tais objetivos.
Todas as propostas que foram avalizadas pelos presidentes no 5º En-
contro Nacional foram definidas pelos gestores que se dividiram em subco-
missões, de acordo com seu Tribunal de origem, e aprofundaram as discussões.
Assim, os debates aconteceram, preliminarmente, em reuniões com integran-
tes das Justiças Estadual, Eleitoral, do Trabalho, Federal, Militar e Tribunais Su-
periores (Supremo Tribunal de Justiça – STJ, Tribunal Superior Eleitoral – TSE - e
As metas para 2012 e 2013 incluiram capacitação de servidores e magistrados no PJe, aumento no quantitativo de execuções e adequação ergonômica em todas as unidades judiciárias
A capacitação constante é essencial para que o Tribunal cumpra a sua missão institucional de promover justiça
90
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Tribunal Superior do Trabalho - TST). Esse processo garantiu mais legitimidade ao
método de definição das metas.
Metas 2012 cumpridas!
O TRT mato-grossense cumpriu as metas específicas e gerais estabelecidas
para o Judiciário em 2012. Entre as metas gerais, a serem cumpridas por todos os
ramos do Judiciário, destacava-se a meta 1, que estabelecia a obrigatoriedade de
os Tribunais julgarem quantidade maior de processos de conhecimento em 2012
em relação ao número de ações que ingressassem no mesmo ano. Constavam
ainda a meta 3, que se referia a tornar acessível as informações processuais nos
portais da rede mundial de computadores (internet), com andamento atualizado
e conteúdo das decisões dos processos, respeitando o segredo de justiça, e a meta
4, de se constituir um Núcleo de Cooperação Judiciária e instituir a figura do juiz de
cooperação. A meta 5 previa a implantação do sistema eletrônico para consulta à
tabela de custas e emissão de guia de recolhimento.
Nas metas específicas, além das propostas nacionais, também foram esco-
lhidas as metas que devem ser alcançadas por cada segmento de Justiça (Federal,
Eleitoral, Militar e do Trabalho). Foram estabelecidas como metas específicas da
Justiça do Trabalho a meta 14, que visava estabelecer o Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Am-
bientais (PPRA) em pelo menos 60% das unidades, e a meta 15, de incentivo à
capacitação, devendo atingir 20% dos magistrados e dos servidores na utilização
do Processo Judicial Eletrônico (PJe) e em gestão estratégica. A implantação do PJe
em pelo menos 10% das varas do trabalho de cada tribunal fazia parte da meta 16.
Aumentar em 10% o quantitativo de execuções encerradas em relação a 2011 era
A meta de implantar o PJe em pelo menos 10% das varas do trabalho foi cumprida com folga pelo TRT mato-grossense
91
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
a meta 17. E para fechar, a meta 18 compreendia executar, até setembro de 2012,
pelo menos 60% do orçamento anual disponível, excluídas as despesas de pessoal.
Missão dada, missão cumprida pelo TRT/MT!
Em outubro de 2012, o TRT/MT já havia cumprido a meta 14 do CNJ para
esse ano. Trata-se da exigência e a implementação do Programa de Controle Mé-
dico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e do Programa de Prevenção de Riscos Am-
bientais (PPRA) em pelo menos 60% das unidades judiciárias e administrativas. O
cumprimento desta meta foi possível porque o TRT/MT antecipando-se às exigên-
cias do CNJ, já vinha cuidando deste assunto desde o ano de 2010. E mesmo antes,
o Tribunal já tinha programas voltados à saúde preventiva dos servidores. Assim,
em 2010 foi elaborado um projeto e feita a licitação em 2011 para contratação de
serviços para ações voltadas para o controle de riscos no ambiente de trabalho e
cuidados com a saúde dos servidores. Incluiu também exames periódicos.
Na questão de saúde bucal foi criado o programa “TRT Sorriso”, no qual, nos
meses de aniversário magistrados e servidores fazem exames e limpeza. O projeto
perder é ganhar atendeu principalmente pessoas com problemas de sobrepeso e
obesidade, com incentivo de atividades físicas e alimentação saudável. Para pre-
venção de problemas de Ler/Dort foi contratada uma equipe para avaliação ergo-
nômica em todas as unidades. A ginástica laboral, que já é feita há alguns anos,
também faz parte das atividades preventivas quanto às doenças do trabalho. Exis-
te ainda um programa para pessoas com hipertensão, que faz acompanhamento
e orientação aos servidores interessados. Todas estas atividades resultaram no
reconhecimento de que o TRT atendeu a meta 14 para o ano de 2012, do CNJ.Programas de saúde ocupacional e de prevenção de riscos ambientais eram uma exigência da meta 14 de 2012
92
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Metas internas do Tribunal
Além das metas previstas nacionalmente para o Judiciário, o TRT de Mato
Grosso possui metas internas estabelecidas no Planejamento Estratégico para os
anos de 2008 a 2013. As metas internas são medidas periodicamente por meio de
levantamentos realizados pelo Tribunal, como a Pesquisa de Clima Organizacional
(aplicada a magistrados e servidores) e Pesquisa de Satisfação (dirigida ao público
externo), bem como a partir de informações fornecidas pelas unidades
diretamente vinculadas às metas, a exemplo da Escola Judicial e da Se-
ção de Capacitação, que remetem dados sobre treinamentos e capaci-
tações. A análise das metas internas relativas ao tema humano do pla-
nejamento estratégico indica que o Tribunal tem alcançado avanços na
melhoria da qualidade de vida e na disseminação da cultura do trabalho
em equipe. Mesmo quando os dados apresentam variação decrescen-
te, as causas são sempre monitoradas e conhecidas, possibilitando a
adoção de novas políticas de enfrentamento.
No que tange ao trabalho em equipe, os dados, retirados da Pes-
quisa de Clima Organizacional, mostram que a maior parte de equipe
estava satisfeita com a questão em 2012, quando o índice alcançou a marca de
85,65% para magistrados e 83,15% para servidores. A meta previa para este ano um
percentual de 84% para o primeiro e 82% para o segundo. Esses dados são frutos
das ações adotadas pelo órgão para melhorar o quesito, como é o caso do Encontro
de Diretores, promovido periodicamente pelo TRT com objetivo de criar um espaço
voltado à troca de informações entre gestores. A essa medida, soma-se também a
instituição das Reuniões de Análise da Estratégia (RAE) e a criação, do Escritório de
Projetos, entre outros.
Escritório de Projetos
Como parte das iniciativas para apoiar a execução da estratégia do TRT, foi
criado em agosto de 2011 o Escritório de Projetos, cumprindo assim a meta 1 do
Judiciário para aquele ano.
Regulamentado pela Resolução Administrativa 155/2011, integra a estrutu-
ra organizacional da Secretaria de Gestão Estratégica e tem entre suas atribuições,
o Escritório de Projetos centraliza informações, apoia e acompanha o planejamen-
to dos projetos estratégicos, padroniza e regulamenta os procedimentos, orienta
e capacita as equipes no que se refere às práticas de gerenciamento de projetos.
Concomitantemente a essas tarefas, ele é uma ponte entre os gerentes dos proje-
tos e a presidência do Tribunal.
Tem como missão ser a unidade de suporte para a gestão do portfólio de
projetos e programas estratégicos, garantindo a aderência estratégica, implantan-
do as melhores práticas e difundindo a cultura de gestão de projetos no âmbito
do Tribunal. Proporciona, a médio e longo prazos, maior efetividade dos projetos
A capacitação de servidores e magistrados no PJe tem sido constante
93
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
estratégicos, tendo em vista que elimina a concorrência entre projetos, evitando
inúmeras iniciativas esparsas, que consomem todo tipo de recurso e muitas vezes
não se atinge o resultado desejado. Por meio do Escritório é possível obter uma
visão ampla das prioridades da instituição, mensurar com critério o cumprimento
de cada etapa dos projetos, bem como os recursos utilizados para tal finalidade,
sendo possível, durante sua execução, corrigir eventuais falhas sem comprometer
a efetividade do projeto.
O TRT realizou, no início das atividades do Escritório de Projetos, a oficina de
priorização dos projetos estratégicos, na qual foram definidos 15 projetos priori-
tários, que serão executados durante o biênio 2012-2013. Entre eles constavam o
projeto de comemoração dos 20 anos, a instalação do PJe, elaboração do Manual
de Gestão da Manutenção Predial e a implantação do Sistema de Gestão Estraté-
gica (Sigest).
Uma ótima ideia: conciliar
A Justiça do Trabalho de Mato Grosso sempre buscou a conciliação, inclu-
sive, trata-se de uma prerrogativa legal o magistrado propor o acordo durante o
contato entre as partes no decorrer do processo. No TRT/MT são vários os exem-
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
plos de experiências, entre elas, o Núcleo de Conciliação, a Sala de Conciliação,
as Semanas de Conciliação e, atualmente, a Coordenadoria de Apoio à Execução
e Solução de Conflitos, que nasceu do núcleo criado em setembro de 2010, onde
havia uma estrutura para realização de
audiências iniciais dos processos traba-
lhistas ajuizados em Cuiabá. Antes das
audiências uma tentativa de acordo
era realizada por um pré-conciliador,
atividade a cargo de um estudante de
direito. A proposta era colocar as par-
tes para conversarem nos momentos
que antecediam a audiência com o juiz
do Trabalho, na perspectiva de aproxi-
mar os litigantes.
Sentença líquida
Com o objetivo de imprimir maior
celeridade, a Justiça do Trabalho mato-grossense passou a publicar sentenças já
com os valores exatos da condenação (as chamadas "sentenças líquidas") a partir
de 2006. Inicialmente adotaram essa sistemática a 5ª e a 7ª Vara do Trabalho de
Cuiabá. Gradativamente, as demais varas da capital também aderiram e em se-
guida iniciou-se a adesão das varas do interior. Por fim, a sistemática foi adotada
também nos processos da 2ª instância, cujos acórdãos decorrentes de julgamento
de recursos trazem os valores liquidados, quando modificada a decisão de primei-
ro grau.
Com a adoção da sentença líquida suprimem-se, na fase de execução, a apu-
ração e a discussão dos valores devidos. Outra vantagem da sistemática é que, ao
se fixar o valor da dívida na decisão, diminui-se a possibilidade de dúvidas, dis-
cussões e equívocos na execução. Além da redução do tempo de tramitação do
processo, a sentença líquida é apontada como importante fator de estímulo de
conciliações entre as partes, antes do trânsito em julgado. A visualização do valor
exato da condenação facilita o consenso entre os litigantes, uma vez que é mais
fácil realizar um acordo sabendo quanto é devido e de quanto se poderá abrir
mão para encerrar a lide mais rápido. Sem contar que, caso haja interposição de
recurso ordinário, poderá o trabalhador requerer a formação de carta sentença,
acelerando-se a execução até a penhora de bens que garantam o pagamento do
valor até então apurado.
Semana de Conciliação
“Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo”
Albert Camus
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
estradeiro trabalhista
Conhecer de perto as necessidades de cada região do Estado para assim adotar medidas que atendam as essas peculiari-dades foi uma prática adotada pela primeira vez pela Justiça do Trabalho mato-grossense em junho de 2004 com a Expe-dição Estradeiro Trabalhista. Na ocasião, servidores e qua-tro magistrados, entre eles o então presidente do Tribunal, Roberto Benatar, percorreram mais de 3 mil quilômetros em seis dias de viagem pela região do Vale do Araguaia.
Em 2010, nova edição da Estradeiro foi realizada. Em dois anos, 45 mil km foram percorridos entre os 141 municípios de Mato Grosso. A proposta foi visitar todas as cidades onde havia varas do trabalho. As informações sobre as viagens fi-caram disponíveis no site do Tribunal. Em cada região houve problemas específicos. Em algumas localidades, por exem-plo, as grandes distâncias e precária infraestrutura viária dificultam o trabalho da instituição.
Em outras, como Rondonópolis, na época, os problemas detectados eram número insuficiente de servidores, neces-sidade de instalação de aparelhos de ar-condicionado e de construção de estacionamento. Mais que apontar proble-mas, o diagnóstico presencial colaborou com as medidas para solucioná-los e seus respectivos prazos. Todas as infor-mações e os registros fotográficos ficaram disponíveis para todos os cidadãos na página do TRT/MT.
Reunião do Estradeiro em Colíder
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
limpando os armários
O TRT/MT desde 2007 aderiu um programa de re-
organização dos arquivos, com a eliminação dos proces-
sos antigos que não necessitam continuar sendo guarda-
dos. A Lei nº 7.627/87, que dispõe sobre a eliminação de
autos findos na Justiça do Trabalho, determina que os processos que estejam ar-
quivados definitivamente há pelo menos cinco anos podem ser descartados. O pro-
grama de descarte abrange não só os autos arquivados em Cuiabá, como também
os milhares de processos que se acumulavam nos arquivos das varas do trabalho
do interior. Para revisar os autos passíveis de ser eliminados, a administração criou
uma comissão de descarte. O pessoal da comissão foi treinado para fazer a ava-
liação dos processos. Dois servidores foram designados para revisar processos em
oito varas do interior onde havia acúmulo destes aptos ao descarte. Mais de 47 mil
foram descartados, em oito varas do interior, referentes aos anos de 1986 a 2002.
Só em Cáceres foram cerca de 10 mil, em Tangará da Serra mais de 8 mil e Rondo-
nópolis quase 6 mil. Os autos a serem eliminados foram levados para Cuiabá apro-
veitando o retorno do caminhão do Tribunal que transporta materiais para as vara
do interior. A destruição mecânica deles ficou a cargo de empresa especializada
em reciclagem. O material foi doado pelo Tribunal ao Comitê Pró-Infância (entida-
de assistencial que congrega magistrados e servidores do Tribunal) que usou o va-
lor recebido em suas atividades de apoio a creches. Nas varas da capital pelo me-
nos 20 mil processos já foram eliminados. No total foram mais de 70 mil descartes.
Em cinco anos, foram mais de 70 mil
descartes de arquivos antigos e
sem utilidade
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
antes do PJe
Os técnicos do TRT/MT e os procuradores do Estado validaram o sistema ele-
trônico de comunicação de atos processuais criado pela Diretoria de Tecnologia da
Informação do Tribunal. Isso em 2008. O sistema era inédito no âmbito da justiça
trabalhista e configurava mais um passo para a implantação do processo virtual.
Ou seja, o Tribunal sempre perseguiu a meta: estar à frente do seu tempo, mas,
claro, com o objetivo de atender à população. Pelo sistema as varas do trabalho
expediam as citações, intimação e notificações a partir do programa no decorrer
da semana. Às sextas-feiras o programa era aberto automaticamente nos compu-
tadores da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), configurando os efeitos jurídicos
de citações, intimações e notificações, passando a contar o prazo. Com este sis-
tema ficava dispensada a comunicação dos atos por meio de oficial de justiça e
publicação no Diário de Justiça Eletrônico.
A 9ª Vara do Trabalho de Cuiabá funcionou com base piloto implantada,
que depois se expandiu para as demais varas da capital e interior. O acordo foi
possível após estudo realizado por uma comissão de magistrados, procuradores e
servidores dos dois órgãos. Para atender às novas exigências, o TRT desenvolveu
um sistema eletrônico que permitiu às varas do trabalho fazer a comunicação dos
atos, inclusive anexando cópia da petição inicial do processos ajuizados contra
a Fazenda Estadual. Os procuradores do Estado eram previamente cadastrados
para que recebessem as comunicações oficiais, via endereço eletrônico (e-mail).
A sistemática não trouxe custos a nenhuma das partes e propiciou diminuição de
trabalho para os oficiais de justiça.
Os procuradores do Estado eram previa-mente cadastrados
para que recebessem as comunicações oficiais,
via endereço eletrônico (e-mail)
A 9ª Vara do Trabalho de Cuiabá foi piloto na implantação do sistema eletrônico de comunicação de atos processuais
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
na mídia
As principais notícias da Justiça do Trabalho em Mato Grosso podem ser
acompanhadas no Twitter e os vídeos, no You Tube, desde junho de 2010. As duas
ferramentas passaram a ser utilizadas pelo Judiciário trabalhista mato-grossense
para estreitar ainda mais as relações com a sociedade. A
preocupação com a comunicação sempre esteve presente.
Internamente, o TRT Notícias, informativo interno do Tri-
bunal Regional do Trabalho de Mato Grosso, foi escolhido
como o segundo melhor veículo interno de comunicação
virtual no 3º Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça,
no ano de 2005. O TRT Notícias teve como concorrentes
nessa disputa informativos produzidos por assessorias de
comunicação do Poder Judiciário e do Ministério Público
de todo o país.
Linguagem adequada ao público-alvo, design gráfico, respeito ao estilo jorna-
lístico, criatividade e inovação foram alguns dos quesitos analisados pela comissão
julgadora, formada por assessores, profissionais e professores de comunicação. A
premiação ocorreu durante o Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunica-
ção da Justiça (Conbrascom 2005), rea-
lizado entre 14 e 16 de novembro do
mesmo ano em Natal (RN). O prêmio
Desembargadora Maria Berenice, então presidente do TRT/MT, atende a imprensa
Além do público externo, o Tribu-nal Regional do Trabalho man-
tém veículos de comunicação direcionados ao público interno,
a exemplo do informativo TRT Notícias, premiado
nacionalmente em 2005
Para garantir que o cidadão tenha acesso às notícias da Justiça do Trabalho mato-grossense, as informações estão disponí-veis nas redes sociais, microblog, portal e outros
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
foi uma iniciativa do Fórum Nacional de Comunicação e Justiça. Desde 2001, o
TRT Notícias é enviado diariamente, via correio eletrônico, para todas as unidades
judiciárias e administrativas da Justiça do Trabalho em Mato Grosso. Além do clip-
ping de notícias do Brasil e do mundo, o TRT Notícias divulga os fatos internos do
TRT, como eventos, comunicados e demais assuntos de interesse de magistrados e
servidores. De navegação rápida e visual atraente, seu conteúdo está dividido em
diferentes seções: perfil, banco de letras, classificados e notícias.
Estar disponível para atender os veículos de comunicação sempre foi uma prática de todas as administrações
100
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Vídeos institucionais
Como parte do programa de 20 anos do TRT de
Mato Grosso foram produzidos vídeos institucionais,
veiculados gratuitamente a partir de uma parceria com
a TV Centro América (afiliada da Rede Globo no Estado)
e emissora de rádio Centro América Easy FM, da Rede
Mato-Grossense de Televisão. Os primeiros a serem vei-
culados tinham como temas ações e serviços colocados
à disposição da sociedade pelo Tribunal mato-grossense,
como Ouvidoria, Processo Judicial Eletrônico, Portal da
internet, Conciliação, Ações socioambientais, Interiorização, além da Missão e Vi-
são de Futuro do TRT.
redes Sociais
A página do Tribunal Regional do Trabalho em Mato Grosso ultrapassou,
em setembro de 2012, a marca de 2 mil seguidores na rede social Twitter. Muito
utilizada por pessoas que buscam informações rápidas ou que querem se manter
ligadas em temas interessantes compartilhados por empresas e outros usuários,
a rede tem se tornado mais um canal para divulgação e ampliação da Justiça do
Trabalho no Estado. O perfil @trtmatogrosso foi criado pela Coordenadoria de
Comunicação Social do TRT/MT no segundo semestre de 2011. A perspectiva era
desenvolver ações na área de comunicação que pudessem expandir o alcance da
Justiça do Trabalho em Mato Grosso, socializando os principais acontecimentos e
informações produzidas pelo Tribunal e varas do trabalho.
Mais de 2 mil seguidores têm acesso ins-tantaneamente às informações da Justiça do Trabalho através do Twitter do TRT
Entrevistas coleti-vas, participações ao vivo em telejornais e programas de rádio:
tudo para garantir informação ao
alcance de todos
101
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Depois um ano de funcionamento, a marca atingida pelo TRT/MT na rede é
relevante: apresenta um terço do número de seguidores do perfil do maior TRT do
país, que é o de São Paulo. Como comparação, a Justiça do Trabalho na 2ª Região
movimentou quase 785 mil processos em 2011; em Mato Grosso esse número foi
de 44 mil. Os dados são do Anuário da Justiça do Trabalho, publicado este ano pela
revista Consultor Jurídico. O perfil do TRT/MT no Twitter possui seguidores dos
mais variados tipos, mas contempla, em especial, acadêmicos e profissionais da
área do direito, além de escritórios de advocacia, jornalistas e empresas do ramo
da comunicação. Também são frequentes usuários e instituições ligadas com a
preparação de candidatos para concursos públicos e exames da Ordem.
Programa de TV
Desde julho de 2008, o TRT/MT produz o programa semanal de TV ‘Traba-
lho em Revista’ que pode ser visto na TV Assembleia, canal 30, e é retransmitido
também em seis emissoras de TV no interior do Estado. O programa pode ser visto
também na página do TRT/MT na internet. Para acessar qualquer um dos pro-
gramas já produzidos pela Diretoria de Comunicação, basta clicar no banner ‘TV’
localizado no lado direito do site do TRT mato-grossense. E também na página do
YouTube.
Fale com o presidente
Um canal direto com o presidente do Tribunal, sem interme-diários e, portanto, com menor possibilidade de ruídos na
comunicação: assim é o ‘Fale com o Presidente’. Podendo ser acessado por meio do banner localizado no site do TRT/MT, o ícone é mais um instrumento colocado à disposição da socie-
dade em geral, bem como do público interno, para encami-nhar sugestões, críticas e reclamações. O canal está aberto
também a denúncias, elogios e qualquer outra manifestação acerca da Justiça do Trabalho mato-
grossense. Quem já utilizou o serviço, percebeu: o presidente lê as mensa-
gens diariamente e dá encaminhamen-to às informações que recebe. Diaria-mente são recebidas mensagens, sem
nenhum filtro, que o presidente faz questão de abrir na primeira oportuni-
dade e, claro, responder.
O TrT/MT disponibiliza as principais informa-ções produzidas pelo
Tribunal e varas do tra-balho nas redes sociais
102
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Transmissões ao vivo das sessões
Desde o fim de 2009, as sessões de julgamento das Turmas e do Pleno do
TRT/MT passaram a ser transmitidas ao vivo via internet, serviço que teve um in-
cremento em meados de 2012 quando as transmissões passaram a contar com a a
inserção de legendas com informações sobre o processo sob a análise dos desem-
bargadores. Também são transmitidas ao vivo as sessões administrativas, realiza-
das mensalmente, bem como sessões solenes e de julgamento.
Nos casos de ações originárias das varas do trabalho de municípios distan-
tes da capital mato-grossense, em vez de as partes interessadas precisarem se
deslocar até Cuiabá para poder acompanhar a apreciação e deliberação dos pro-
cessos pelos desembargadores, elas podem fazê-lo via rede mundial de compu-
tadores. A previsão é que, em breve, seja possível disponibilizar os vídeos dos
julgamentos na íntegra aos cidadãos, que poderão visualizá-los no momento em
que desejarem.
O mergulho nas redes sociais pelo Tribunal foi seguido pela criação da página
oficial da instituição no Facebook e de uma maior atenção ao setor, com reestru-
turação de procedimentos, monitoramento e produção de conteúdos exclusivos.
A adesão à maior rede de relacionamentos do mundo tem possibilitado também
uma maior divulgação dos assuntos que permeiam o TRT mato-grossense, poten-
cializando o alcance da justiça trabalhista no Estado.
A estratégia de comunicação das ativida-des desenvolvidas pelo TRT/MT incluem vídeos institucionais, transmissões ao vivo das sessões e um programa de TV
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
c a p í t u l o 5“não é no silêncio que os homens
se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”
Paulo Freire
servidorese magistradosUma constelação de talentos
Os inúmeros avanços em infraestrutura, material e tecnologia não teriam
sentido sem o grande feito que o TRT/MT realizou nesses últimos 20 anos e que
consiste em investir nas pessoas, no olhar mais humano para o maior capital de
que a instituição dispõe: seus magistrados e servidores. Esses sim são membros
de uma grande equipe, estrelas de primeira grandeza, que fizeram realmen-
te a diferença desde a implantação do Tribunal e também antes dele. Porque
nada, absolutamente nada dessas grandes conquistas seria alcançado se não
fosse a dedicação e esforço de toda a equipe. Esse olhar diferente no corpo de
magistrados e servidores ajudou as sucessivas administrações a influenciar as
pessoas de modo constante, estimulando-as a agir e inspirando-as a alcançar
o melhor de si mesmas quando trabalham com outros na conquista de metas
comuns. O segredo para a criação de uma organização de qualidade é formar
um grupo de líderes cujos integrantes se responsabilizem pessoalmente pelo
sucesso da equipe.
É correto tratar as pessoas da forma como cada um gostaria de ser tratado,
o que pressupõe demonstrar respeito, saber escutar, reconhecer, agradecer, va-
lorizar, confiar e ser honesto. Pensando nisso, o TRT/MT investiu muito em capa-
citação. Além de cursos presenciais, foram realizados inúmeros cursos a distância
via internet, possibilitando uma maior capilarização e ramificação a todos os servi-
dores das varas instaladas em Mato Grosso que, por condições financeiras, o TRT
não teria como custear sua vinda à capital, dentre os quais, alguns foram destaque
nos últimos três anos: cursos de Moodle (ferramenta de EAD); Língua Portugue-
sa; Libras; Segurança Corporativa Estratégica; Cálculo; Direito do Trabalho - seis
módulos; PAI - Programa de Ambientação Institucional - todos os servidores no-
vos que entram em exercício participam do treinamento, bem como uma ampla
capacitação de magistrados e servidores para operar o PJe. Ainda como parte da
atenção para com as pessoas, foram garantidos recursos para o programa Quali-
A instituição realizou em 2010 e 2011 formação em liderança com todos os diretores de varas do trabalho e unidades administrativas
105
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
dade de Vida. Internamente, houve um avanço ao se priorizar a partir de 2012 um
orçamento específico para este programa.
Além dessas iniciativas, a instituição realizou em 2010 e 2011 a formação de
uma academia de liderança, para despertar nos diretores de varas do trabalho e
demais unidades administrativas as características da liderança, baseados na obra
‘Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes’, de Stephen Covey. A partir des-
se projeto surgiram a ‘Academia de Liderança Gerencial’, com 151 participantes
aprovados e a ‘Academia dos 7 Hábitos dos Colaboradores Altamente Eficazes’,
com 105 participantes aprovados. Em razão desse investimento no capital huma-
no, a Diretoria de Gestão de Pessoas recebeu o ‘Prêmio Nacional de Educação
Corporativa do Judiciário’ (PECJUS/2011), projetando o TRT/MT em todo o terri-
tório nacional. A premiação é uma iniciativa do ‘Fórum de Educação Corporativa
do Judiciário’, e tem como objetivo incentivar as ações de educação corporativa
realizadas pelos órgãos do Poder Judiciário. O TRT da 23ª Região foi premiado em
4 categorias:
Formação de Servidores
1º lugar - Programa Academia de Liderança
Educação a Distância
3º lugar – Curso de Atualização de Débitos Trabalhistas – Modalidade EAD
Educação e responsabilidade ambiental
1º lugar – Projeto Óleo Ecológico e 2º lugar – Projeto Vale Luz
Educação Corporativa e Qualidade de Vida
2º lugar – Programa de Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho
Conforme o filósofo brasileiro, mestre e doutor em Educação, Mário Sérgio
Cortella, em sua última edição do livro ‘Qual é a tua obra?’, a educação corporativa
tem um papel importante na retenção de bons profissionais: “Sim. Eu fico no local
onde percebo que estão investindo em mim. Isso é uma forma de reconhecimen-
to. Alguém que faz comigo, empregado, uma parceria, dizendo que paga metade
do meu curso de idioma estrangeiro ou que facilita
o meu horário de trabalho, de modo que eu vá fa-
zer uma pós-graduação ou até uma graduação que
ainda não fiz ou não completei, ele está investindo
em mim. Todas as vezes que alguém fala ‘você vale
o que nós estamos fazendo’, isso me dá um bem-
estar, uma sensação de que tenho ali uma gratidão.
Todas as vezes que eu percebo que a empresa é
ingrata comigo ou que me trata como se fosse tão
somente uma peça a ser mobilizada ou desmobili-
zada de acordo com a urgência, isso cria em mim
certa indiferença. A educação é um valor intrínseco
Curso de cálculo realizado em ambiente virtual
106
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
na sociedade e no mundo do trabalho, é um valor inclusive de empregabilidade”.
O nível de excelência que se encontra no Tribunal está relacionado ao orgulho que
juízes e servidores sentem da instituição onde trabalham. Essa ideia de pertenci-
mento é o que retém talentos nas organizações modernas e de sucesso.
Os magistrados
Criado a partir da Lei nº 8.430, de 8 de junho de 1992, o TRT/MT contava
de início com apenas duas varas. Como até então a Justiça do Trabalho de Mato
Grosso pertencia ao TRT da 10ª Região (Brasília), seus juízes que eram daquele
regional prefiriram permanecer em seu local de origem. Apenas os magistrados
Roberto Benatar, Maria Berenice e João Carlos decidiram ficar, o que obrigou o
Tribunal a realizar, de imediato, concurso público para provimento de cargos de
juízes substitutos. Outro fator que levou a instituição a fazer o concurso foi a apro-
vação no mesmo ano pelo Congresso Nacional da Lei nº 8.432 criando mais três va-
ras trabalhistas para Cuiabá que, instaladas em 26 de outubro de 1993, somaram
um total de cinco. Essa mesma lei criou as varas de Tangará, Alta Floresta, Sinop,
Diamantino e Barra do Garças, instaladas as duas primeiras em maio de 1993, a de
Sinop em julho e as duas últimas em outubro daquele ano.
No dia 22 de dezembro de 1992, em sua primeira sessão administrativa, o
Tribunal Pleno aprovou o primeiro concurso de provas e títulos, em que foram
classificados e empossados os juízes: Osmair Couto, Tarcísio Régis Valente, Benito
Caparelli e Odélia França Noleto. Dos quatro, somente os dois primeiros perma-
neceram no TRT/MT, e foram promovidos e empossados como juízes do Tribunal.
Ainda com déficit em seu quadro de magistrados, no dia 22 de setembro de 1993,
foi homologado o segundo concurso de provas e títulos para juiz substituto, com
12 empossados. O terceiro certame foi realizado no ano seguinte, com oito apro-
vados. Já o quarto concurso só ocorreu três anos depois, em 1997, com aprovação
Tribunal em números
Atualmente a Justiça do Trabalho mato-grossense possui 38 varas do trabalho, das quais 29 no interior e 9 na capital. O quadro de magistrados totaliza: 38 juízes titulares, 40 substitutos e 7 desembargadores. Na primeira instância há 5 vagas em aberto e na segunda 1 vaga. O mais recente concurso público para magistratura foi realizado este ano e está na sua 19ª edição desde a criação do Tribunal em 1992
Cerimônia de posse dos desembargadores Osmair Couto e Tarcísio Valente, em 1993
107
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
de seis candidatos. Novos concursos foram realizados também em 1998, 1999,
2000, 2005, 2006, 2011. Em 2012, novamente o TRT/MT abriu edital para o 19º
concurso. Atualmente são 38 varas, das quais nove na capital, e um quadro de ma-
gistrados que totaliza 38 juízes titulares, 40 substitutos e sete desembargadores.
Um pouco de história: a vida de juiz do Trabalho nem sempre foi simples.
Há 15 a 20 anos, os meios de locomoção e comunicação eram muito precários.
Como não havia no Tribunal uma frota específica para fazer o transporte deles
para o interior do Estado, eles tinham de por conta própria comprar passagens de
ônibus (não havia um departamento, como hoje, para cuidar das questões relacio-
nadas a isso no TRT) e pegar a estrada para atender nas varas itinerantes. Hoje, por
exemplo, o magistrado vai de avião para Alta Floresta! Que comodidade! A título
de ‘curiosidade’, a desembargadora Maria Berenice Carvalho Castro Souza, que
esteve na presidência entre 16 de agosto de 2005 e 17 de agosto de 2007, viveu,
assim como os demais magistrados da sua época, momentos peculiares. Como
juíza da Vara de Colíder, onde foi substituir férias de um colega, se deparou com
apagões de energia a partir das 18 horas. Quando acabava a luz e o grupo gerador
não funcionava, os servidores usavam o ‘liquinho’ (lampião pequeno) para manter
o expediente. Computador? Que nada, era máquina de escrever mesmo...
Semanas Jurídicas
Há quatro anos, o Tribunal desenvolve um projeto de estudo e reciclagem
para os seus magistrados, denominado ‘Semana Jurídica’, que é realizado duas ve-
zes por ano, durante uma semana em que tanto os profissionais da capital quanto
do interior se reúnem para trocar boas práticas, participar de palestras, discussões
e oficinas. No ano de 2009, a primeira jornada jurídica ocorreu entre 6 e 8 de
maio e teve como eixo temático a ‘Recuperação Judicial’. Já o segundo evento,
A máquina de escrever que hoje é uma relíquia era muito utilizada pelos servido-res e magistrados
Juízes e desembargadores do TRT/MT, 2010
108
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
realizado entre 15 e 19 de junho do mesmo ano, tratou da ‘Execução trabalhista’
e outros temas polêmicos, novamente a recuperação judicial, tutelas mandamen-
tais como instrumentos de promoção do equilíbrio ambiental e trabalhista, Direito
Tributário, redirecionamento da execução e ideias práticas inovadoras nessa área,
registro público, aspectos orçamentários dos honorários periciais, quesitação:
importância e critérios de elaboração,
custo da vara do trabalho, LER/DORT,
nexo causal/nexo concausal, capacidade
residual do trabalho e discussão da per-
da auditiva.
A terceira jornada jurídica tam-
bém foi realizada em 2009, com o eixo
‘O juiz como gestor’, cujo conteúdo
programático incluía: a importância da
administração no sistema de Justiça e a
administração moderna aplicada à ad-
ministração judicial, gestão de pessoal em varas do trabalho, breve exposição do
Planejamento Estratégico do TRT/MT, gestão de pessoas – liderança, relaciona-
mento interpessoal, gestão de materiais – estratégias para melhor utilização dos
recursos materiais a partir do detalhamento dos custos das varas, gestão de pro-
cessos – gerenciamento de rotinas de gabinete, na sala de audiência e na secreta-
ria das varas, Receita Federal – Imposto de Renda Pessoa Física/Pessoa Jurídica,
contribuição previdenciária, os poderes do juiz e o controle das decisões judiciais,
a sentença como construção do direito, teoria da argumentação jurídica. O treina-
mento é realizado a partir de um convênio com a Escola Nacional de Formação e
Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat), instituída pelo Tribunal
Superior do Trabalho (TST).
No ano de 2010, houve duas semanas jurídicas, a primeira delas ocorreu
entre 24 e 28 de maio, com eixo temático ‘Gestão processual’ e programação que
compreendia Enamat (Irradiação so-
ciocomunitária das decisões judiciais),
gestão processual - busca da razoável
duração do processo, técnicas de con-
ciliação, psicologia do testemunho
- linguagem de sinais, gerenciamento
de varas, seguro-desemprego, respon-
sabilidade civil no direito do trabalho,
aspectos atuais do Direito à integração,
como administrar suas finanças pessoais, malote digital e comunicador, projetos
de lei sobre a reforma do Poder Judiciário, responsabilidade pela perda de uma
chance-dano pré-contratual, centro de custos, metas prioritárias de 2010 editadas
pelo CNJ, avaliação do dano moral, prática de execução fiscal do trabalho e ética
na magistratura. Voltando ao tema ‘Conciliação’, a segunda semana jurídica foi
“O primeiro evento foi realizado em maio de 2009 e reuniu em Cuiabá magistrados da capital e do interior para discutir o eixo te-
mático: Recuperação Judicial. O treinamen-to é realizado a partir de um convênio com a
Enamat, instituída pelo TST”
Anualmente são realizadas duas semanas jurídicas pela Justiça do Trabalho de Mato Grosso
109
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
realizada entre 22 e 26 do mesmo ano. Entre os temas
estavam mais uma vez ética na magistratura, técnicas de
conciliação – ótica da psicanálise, apresentação do PJe-JT,
liquidação das sentenças pela contadoria, meio ambiente
do trabalho: aspectos gerais, responsa-
bilidade civil por dano ao meio ambien-
te do trabalho, incentivo à cultura da
conciliação judicial, diálogo das fontes e
técnicas de conciliação – prática.
Em 2011, foram igualmente reali-
zadas duas semanas jurídicas. Manten-
do o calendário do primeiro semestre,
a primeira delas ocorreu entre 9 e 13
de maio, e o eixo temático foi ‘Direi-
tos Fundamentais’. Entre os conteúdos
trabalhados estavam: hermenêutica
constitucional e jurisdição em direitos
fundamentais, que teve na abertura do
evento o ministro do TST José Roberto Freire Pimenta, a partir de
videoconferência. Os demais assuntos compreenderam a indis-
pensabilidade de negociações coletivas para demissões em massa,
princípio da proibição do retrocesso social, vinculação de proces-
sos periciais, pinga-fogo audiência - colheita de prova - elaboração
de quesito, psicologia judiciária aplicada, estresse no exercício da
magistratura - conflitos e soluções, inteligência emocional a serviço
da liderança, meio ambiente saudável enquanto direito fundamental
e técnicas de coleta de prova oral. Já o segundo evento, de 26 a 30
de setembro do mesmo ano, tratou da ‘Contemporaneidade da execu-
ção trabalhista’, o que demonstra que o tema é de extrema relevância
para a Justiça do Trabalho. O conteúdo abordado compreendeu o PJe-
JT, execução trabalhista efetiva, interrogatórios – análise, efeitos da re-
cuperação judicial e da falência no processo do trabalho, adaptação da
execução trabalhista à contemporaneidade, cenário do cumprimento de
metas 2011 no TRT 23 e índices de planejamento estratégico, boas práticas
em execução, atualidade de vida - técnicas de gerenciamento de estresse,
execução trabalhista repaginada, súmula 331; TST e a responsabilidade do
poder público na terceirização, aspectos relevantes da inclusão no sistema
de seguro-desemprego e ações inovadoras no combate ao trabalho escravo
e infantil no Estado.
Este ano, a semana jurídica ocorreu nos dias 14 e 15 de maio, com o
eixo temático ‘O magistrado do século 21 – sua realidade atual’. Os conteúdos
trabalhados compreenderam: a dimensão do art. 6º da CLT na sua redação atual
(trabalho remoto), o papel do juiz no direito eletrônico, teoria e prática no PJe,
Em 2012, a semana jurídica foi realizada nos dias 14 e 15 de maio, com o tema 'O magistrado do século 21 - sua realidade atual'
Semana Jurídica: evento reúne em Cuiabá magistrados da capital e do interior para troca de boas práticas
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
meio ambiente de trabalho como direito fundamental, o magistrado e a comuni-
cação pelo veículo rádio, o papel da comunicação social do TRT/MT, mídia training,
Poder Judiciário na mídia impressa, o magistrado frente à sociedade e o seu papel
no combate à precarização do trabalho, o papel dos tratados internacionais nas
relações laborais e apresentação de temas do XVI Conamates e condução de de-
bates.
Esforço conjunto
Para obter alto desempenho nas dez metas estabelecidas pelo CNJ, magis-
trados e servidores trabalharam muito e a partir de um esforço conjunto. Durante
a semana jurídica de 2010, um dos temas abordados foi justamente este, pois, a
partir dos esclarecimentos, os juízes poderiam atuar como lideranças no proces-
so de transformação pelo qual as varas
do trabalho e demais unidades iriam
passar nos seguintes meses. Depois de
detalhar cada um dos objetivos a serem
alcançados, foi possível entender as es-
tratégias pensadas para que elas fossem
cumpridas até o fim do ano. Para auxiliar
no alcance da meta 1, por exemplo, que
previa o julgamento de quantidade igual
à de processos de conhecimento distribuídos em 2010 e parcela do estoque - foi
criado e apresentado aos juízes o ‘Processômetro’. O sistema, criado pela Secre-
taria de Tecnologia da Informação do TRT/MT, permite o acompanhamento dos
indicadores estabelecidos nessa meta. Com essa ferramenta, naquela época já foi
possível a visualização cotidiana da performance das unidades judiciais em relação
a esses indicadores. Como a atualização acontece em tempo real, o Processôme-
tro foi uma espécie de ‘olhar diário’ sobre a meta e que ainda está disponível na
página do TRT/MT na internet.
Foram discutidas ainda iniciativas para atingir a meta 2 (que no caso da Jus-
tiça do Trabalho estabelecia o julgamento de processos distribuídos até 31 de de-
zembro de 2007), a meta 3 (redução em pelo menos 10% o acervo de processos
na fase de cumprimento ou de execução e, em 20%, o acervo de execuções fiscais)
e a meta 6 (redução em pelo menos 2% no consumo per capita com energia, te-
lefone, papel, água e combustível). A mudança de horário de funcionamento da
Justiça trabalhista no Estado, cujo expediente desde janeiro de 2010 é das 7h30
às 14h30, foi ao encontro dessa última meta ao economizar energia elétrica. Os
magistrados foram informados também das metas que a justiça trabalhista da 23ª
Região já cumpre, a exemplo da meta 4, que prevê que os acórdãos sejam lavrados
e publicados em até dez dias após a sessão de julgamento. No caso do TRT/MT, a
publicação se dá em 24 horas, uma vez que os acórdãos são assinados digitalmen-
te na sessão e remetidos ao Diário da Justiça Eletrônico (DJE).
“Em 2010, um dos temas detalhadamente abordados: as 10 metas estabelecidas pelo
CNJ para a Justiça brasileira. Assim foi possível os juízes compreenderem
as estratégias do TRT/MT para alcançá-las até o fim do mesmo ano”
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
banco de ideias
O projeto está disponível na intranet do TRT desde maio de 2009, visa incen-
tivar, valorizar e premiar o conhecimento e o interesse dos magistrados e servido-
res na busca conjunta por soluções que propiciem melhoria da gestão, da qualida-
de de vida dos integrantes do Tribunal e dos serviços prestados aos cidadãos. As
melhores ideias são premiadas com viagens. O formulário eletrônico é composto
de título, definição (o que é? – descrição da ideia), finalidade (quais os objetivos
esperados), viabilidade técnica (como fazer? – descrição de forma sucinta sobre a
metodologia proposta) e nome do proponente (autor). No ano de seu lançamento,
os ganhadores do ‘Banco de ideias’ foram: primeiro lugar para a servidora Ana
Maria Nunes Ribeiro, da 6ª Vara de Cuiabá; o segundo para os servidores Adrian
Magno de Oliveira Campos e Fábio da Silva, ambos da Vara de Barra do Garças, e o
terceiro ficou com o servidor Leonardo Marques de Sales, da 1ª Vara de Cuiabá.
A primeira colocação, conquistada com o projeto ‘Banco de dados InfoJud,
RenaJud e cartórios’, garantiu à Ana Maria passagens aéreas e hospedagem por
sete dias em uma cidade do Nordeste, com direito a acompanhante. Os servidores
O projeto Banco de Ideias premia ma-gistrados e servidores com viajens para destinos nacionais e regionais, a exemplo do Pantanal
112
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Adrian e Fabio obtiveram o segundo lugar com o projeto ‘Arremate On Line’, pre-
miado com hospedagem por três dias no Pantanal, com direito a acompanhante.
O projeto que ficou em terceiro lugar trata de ‘Procedimento na hipótese em que
oficial de justiça cumpre diligência e certifica a incorreção do endereço’, apresen-
tado pelo servidor Leonardo, que fez jus
à hospedagem de um fim de semana em
Chapada dos Guimarães, também com
direito a acompanhante.
No ano seguinte ao lançamento
da proposta, 2010, a primeira e segunda
propostas vencedoras do concurso foram ‘Programa Compartilhar’, dos servidores
Thiago Noboru Wakamiya (STI), e do grupo composto por Alisson Cassemiro Silva,
João Silverio Valim, Gina Laura Fortunato (gabinete do desembargador Roberto
Benatar) – 1º e 2º colocados, respectivamente. Thiago propôs, com sua ideia ven-
cedora, a realização de palestras e minicursos ministrados pelos próprios servi-
dores. O objetivo é que aquele que tem conhecimentos específicos os transmita
para outros interessados, aprimorando a qualidade da prestação jurisdicional. O
Desde 2009 são premiadas propostas que busquem melhorias de gestão, qualidade de
vida e dos serviços prestados ao cidadão
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
grupo classificado em segundo lugar trouxe a ideia ‘Curso anual para formação
de assistentes jurídicos de gabinete’, com a intenção de capacitar servidores para
essa função e, com isso, aprimorar a elaboração das minutas, a manutenção dos
cumprimentos dos prazos processuais no Tribunal, além de garantir interação en-
tre os interessados.
A terceira ideia vencedora, mostrada por Andrea Gonçalves Barbosa, se tra-
tava da ‘Obrigatoriedade de aviso automático de férias no webmail de servidor/
magistrado em férias’. O intuito era garantir o descanso dos servidores e magistra-
dos durante esse período, evitando preocupações com os emails enviados à uni-
dade em que trabalha. Um manual foi elaborado
para colocar a ideia em prática. Nele estavam
contidas informações sobre como configurar os
e-mails para que o remetente receba uma men-
sagem automática, avisando sobre a ausência
do destinatário. As demais propostas também
foram colocadas em prática com sucesso!
Já em 2011, a grande vencedora do Banco
de Ideias foi a servidora Maria José (1º lugar),
com a proposta a ‘Leitura fácil de relatórios’, que
previa a elaboração de um curso EAD (modalida-
de a distância) de como realizar a leitura e inter-
pretação das verbas apuradas nas planilhas de
cálculos geradas pelos dois sistemas utilizados
na Contadoria ( E-calc e SUCJT). Como cada relatório contém suas particularida-
des de modo a permitir ao intérprete identificar os valores das parcelas calcula-
das (principal, custas, contribuição previdenciária, honorários, etc.), é importante
identificar se no processo há incidência de juros regressivos ou não, qual a base
de cálculo foi utilizada na apuração das verbas, qual a quantidade de horas extras
apuradas, entre outras informações, pois assim se evitam interpretação equivo-
cada e relatórios publicados junto com a sentença que possam gerar embargos
desnecessários e que acarretem prejuízos quanto ao andamento do processo e/ou
às partes. Esse curso visou facilitar a compreensão da sequência lógica dos valores
liquidados.
Em segundo lugar venceu a ideia que propôs a economia de 25% em toner
nas impressoras. A simples adoção de um tipo específico de fonte para impressão
de documentos pode gerar economia de até 25%, sabia? Embora singela rendeu
ao servidor Paulo Antônio Pascoto Batista de Oliveira o segundo lugar na edição do
ano passado. Além da economia financeira, uma vez que se gastará menos com a
aquisição de tintas e toner, houve uma sintonia com a modernidade, reduzindo o
impacto ambiental. Para colocar a proposta em prática, ele sugeriu baixar a fonte
da internet. Como prêmio pela 2ª colocação no Banco de Ideias, o servidor Paulo
ganhou uma hospedagem de três dias no Pantanal, com direito a um acompa-
nhante. A premiação tem o patrocínio da Anajustra. O terceiro lugar trouxe uma
Boas ideias são premiadas todos os anos
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
proposta realmente inovadora: fazer com que as pessoas busquem qualidade de
vida e autoestima, melhorando o convívio familiar e também a produção no tra-
balho, diminuindo as licenças médicas para tratamento da própria saúde. Deno-
minada ‘Perder é Ganhar’, a ideia trazida pela servidora Sandra Kamikawa previu
a realização de um concurso anual com o objetivo de adotar uma educação ali-
mentar e incentivar aqueles que estão com sobrepeso ou obesos a perder peso
de forma saudável. Como forma de incentivo, a proposta era a premiação dos que
perderem peso.
Construção da ‘nova justiça’
O ministro Antonio José de Barros Levenhagen, corre-
gedor-geral da Justiça do Trabalho, ressaltou os avanços no
desempenho da corte trabalhista mato-grossense durante
os atos de correição de 2011. Na ata de 33 folhas, o minis-
tro expôs que alguns dos juízes convocados se destacaram
ao julgar mais de 100% do número de processos recebidos,
ou seja, conseguiram a diminuição do estoque de feitos nos
gabinetes. Também fez elogios à implantação das varas da
cidadania, salientando que o prosseguimento de uma inicia-
tiva de gestão anterior se dá graças à continuidade administrativa. O projeto já
havia atendido até maio daquele ano mais de 260 mil alunos. O ministro louvou a
iniciativa de levar à exposição no shopping de grande movimento parte do acervo
da memória da Justiça do Trabalho, em comemoração aos 70 anos de sua im-
plantação no Brasil. A cerimônia, que contou com a entrega ao ministro Barros
Levenhagen da comenda São José Operário, no grau de Gran Cruz, foi assistida por
servidores, advogados e representantes da imprensa.
Em 2009, o TRT/MT também já havia obtido avaliação positiva quando o minis-
tro Carlos Alberto Reis de Paula divulgou em seu relatório: "o Tribunal está julgando
Ministro Antonio José de Barros Levenha-gen e o desembargador Osmair Couto na Exposição do Memorial dos 70 Anos da Justiça do Trabalho em Mato Grosso, em 2011
“A pujança econômica do Estado, com novas indústrias e usinas,
exige o aumento do número de órgãos da Justiça do Trabalho”
João Oreste Dalazen, ministro corregedor-geral no ano de 2007
115
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
mais, em um prazo menor e mantendo a qualidade de sua prestação jurisdicional".
Durante a leitura da ata de encerramento, o corregedor-geral exaltou o pequeno
prazo de julgamento, o bom desempenho dos juízes de primeiro grau em relação à
resolução dos processos em fase de execução e o aprimoramento jurídico dos ser-
vidores e magistrados propiciado pela Escola Judicial. A fixação de metas a serem
alcançadas, por meio da elaboração do planejamento estratégico, também mereceu
destaque do corregedor. Ainda com relação ao planejamento estratégico, foi alvo de
elogio o fato de o TRT tê-lo adotado para os próximos três anos, demonstrando, na
avaliação do corregedor, preocupação com a continuidade dos projetos em desen-
volvimento, além de se tratar de questão alinhada às diretrizes traçadas pelo CNJ.
A preocupação com o planejamento elabo-
rado de forma participativa, integrando magis-
trados, servidores e sociedade, demonstra ‘que
uma nova Justiça está sendo construída’, confor-
me o ministro. Outro ponto elogiado: a prática
de publicar sentenças e acórdãos líquidos, o que
contribui significativamente para a efetividade e
celeridade processual. A qualidade dos despa-
chos de admissibilidade dos recursos de revista,
com a utilização do sistema e-recurso, também
foi enaltecida no relatório da corregedoria. O
documento de 2009 destaca ainda os resultados
obtidos pelo TRT com a instalação da Sala e do
Núcleo de Conciliação, por viabilizar a amplia-
ção do número de acordos, mas, especialmente
quanto a este último, pelo cunho social de sua
atuação que, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, destina recursos
decorrentes de condenações impostas em ações civis públicas à implementação
de projetos diretamente voltados à sociedade.
Dois anos antes, em 2007, o ministro corregedor-geral João Oreste Dala-
zen também já havia enaltecido o desempenho do TRT/MT pela sua eficiência,
transparência, criatividade e inovação, denominando o Tribunal mato-grossense
"modelar". Mesmo naquela época foram constatados prazos formidáveis, com
média de pouco mais de dez meses entre o ajuizamento de uma ação na primeira
instância e a publicação do julgamento de recurso no Tribunal. Constatou ainda
que na área de informática os avanços conseguidos pelo Tribunal alicerçam o alto
desempenho da tramitação processual e da infraestrutura instalada que era ‘fu-
turista’. A qualidade da informatização foi um dos pontos mais destacados pelo
ministro, que lembrou o fato de que alguns sistemas desenvolvidos no TRT são re-
ferência para outros tribunais, sendo inclusive recomendados por órgãos superio-
res da Justiça do Trabalho. Foram elogiados o núcleo de conciliação, a ouvidoria, a
atuação das varas itinerantes e do Posto Avançado Trabalhista de Sapezal para se
aproximar dos cidadãos que necessitam de justiça trabalhista.
Acima: Correição 2009, ministro Reis de Paula e desembargador João Carlos Ribeiro de Souza, e Correição 2007, com o ministro Oreste Dalazen, juízes e a então presidente desembargadora Maria Bereni-ce Carvalho Castro Souza
116
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Os servidores
Com a instalação do TRT/MT, além de contração de magistrados, foi neces-
sária a realização imediata de concurso para servidores, algo que o TST tomou
como uma das primeiras medidas. No período de 1º a 11 de setembro de 1992,
foram abertas as inscrições para o preenchimento do quadro permanente do Tri-
bunal, para provimento de cargos de técnico judiciário, oficial de justiça avaliador,
engenheiro civil, contador, bibliotecário, analista de sistemas, auxiliar judiciário,
atendente judiciário, agente de segurança judiciária, auxiliar de computador, per-
furador-digitador, telefonista, artífice de eletricidade e comunicações, artífice de
carpintaria e marcenaria, artífice de artes gráficas, artífice de estrutura de obras e
metalurgia e auxiliar operacional de serviços diversos. Ao final daquele ano houve
concorrência acirrada
O concurso para servidor do TRT de Mato Grosso recebeu 64.466 inscrições, das quais 40.922 tiveram o pagamento efetuado. A prova foi realizada no dia 15 de maio de 2011. Os cargos que tiveram maior procura foram: téc-
nico judiciário - área administrativa, com 18.155 inscrições concluídas; de analista judiciário - área judiciária, com 6.017 inscrições; em terceiro, o de analista judiciário - área administrativa, com 3.752 concorrentes, e em quarto, o de analista judiciário - especialidade execução de mandados, com 3.005.
Servidores empossados no primeiro concurso do TRT/MT e abaixo, servidores empossados em fevereiro de 2005
117
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
a homologação do certame, que teve seus primeiros empossados, 440 servido-
res, no início de 1993.
Apenas depois de 11 anos um novo concurso foi realizado, a partir da Lei
10.770/2003, que criou 171 cargos. no ano de 2008, a lei 11.681 criou mais 23
cargos para servidores, mas o déficit continuava grande. O salto mesmo veio
entre 2011 e 2012, quando foram criadas 11 novas varas do trabalho a partir das
Leis 12.420 e 12.474/2011, com a criação respectiva de 62 e 48 novos cargos. Em
2012, a lei 12.660 criou mais 176 cargos, que para não ‘impactar’ no orçamento
distribuiu a convocação dos novos servidores: 64 em julho, 43 em agosto, 43 em
outubro e 26 em dezembro. O objetivo é chegar a 955 servidores até o fim do
ano, o que possibilitará suprir o quadro de funcionários requisitados de outros
órgãos. Outra particularidade nos últimos concursos foi o nível dos novos servi-
dores: se antes 70% eram de nível técnico e auxiliar, hoje, mais de 80% são de
nível superior (analistas), ou seja, tem havido um incremento nesse sentido, in-
clusive com a extinção de alguns cargos de nível auxiliar (Ensino Fundamental).
O lado bom do TRT: sempre, desde o princípio, os servidores vestiram a
camisa para fazer ‘dar certo’, ‘funcionar’. na data da criação da 23ª região, foi
necessário trazer servidores de outras regionais para ensinar como era o traba-
lho aos recém-empossados, mas o ‘caçula’ não deixou a desejar, nascido tardia-
mente e sem vícios seculares, é sinônimo de exemplo para o país na qualidade
do serviço prestado.
Marca de sucesso
O projeto Gestão por Competências do TRT de Mato Grosso foi classificado
entre os 16 finalistas da Mostra Nacional de Trabalhos da Qualidade do Poder
Judiciário, no ano 2010. O evento, que
estava em sua 10ª edição, foi realizado
pelo CnJ. Selecionada entre dezenas de
trabalhos inscritos por unidades do Judi-
ciário de todo o país, a proposta se refe-
re à adoção pelo Tribunal de uma nova
metodologia de gestão de pessoas pau-
tada na identificação e desenvolvimento
do perfil de competência dos servidores.
a implantação dessa metodologia per-
mitiu traçar o perfil ideal dos servidores
para cada posto de trabalho e identificar
as lacunas existentes, servindo de base
para a elaboração de um plano de de-
senvolvimento das competências neces-
sárias para o melhor desempenho profissional. Entre as ações desenvolvidas,
como parte da implantação da gestão por competência, estão o mapeamento do
Servidores participam do mapeamen-to do perfil de competências técnicas e comportamentais
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
118
perfil de competências técnicas e comportamentais dos postos de trabalho, o ma-
peamento do perfil de competências técnicas e comportamentais dos servidores
e treinamento dos gestores na utilização de técnicas de feedback.
Gestão por Competências vira case de sucesso
O Programa de Gestão por Competências desenvolvido pelo TRT/MT foi ci-
tado como um dos cases de sucesso na área de qualificação e desenvolvimento
profissional. O destaque foi dado em obra que discute o tema "competências"
e sua importância para a construção de diferenciais competitivos no âmbito de
organizações e empresas. Publicado no segundo semestre de 2012 pela editora
Bookman, o livro "Na trilha das competências: caminhos possíveis no cenário das
organizações" descreve o processo de desenvolvimento e implementação do pro-
grama de gestão por competências pelo TRT/MT. A obra foi organizada pelas pes-
quisadoras Claudia Bitencourt, Debora Azevedo e Cristiane Froehlich. Conforme a
publicação, o sucesso do modelo verificado na Justiça do Trabalho mato-grossense
está no fato de que, entre outros pontos, o programa foi inserido na política estra-
tégica da instituição, sendo visualizado como peça fundamental para melhoria dos
serviços internos e externos. Além disso, houve também a correta conceituação
legal e a utilização de metodologia adequada à realidade do órgão.
Em meados de julho de 2011 a pesquisadora da Universidade do Estado
de Santa Catarina Simone Feuerschütter esteve em Mato Grosso para conhecer
e estudar o modelo de gestão por competências empregado pelo Tribunal. A vi-
sita era parte integrante dos trabalhos de levantamento de dados junto a qua-
tro organizações públicas brasileiras que já estavam desenvolvendo o programa
internamente. Vinculados a um programa de iniciação científica desenvolvido
com alunos e bolsistas da universidade catarinense, os trabalhos resultaram no
capítulo do livro que trata especificamente do modelo do TRT/MT. Entre outros
aspectos, a pesquisa buscava compreender a gestão por competências em am-
bientes caracterizados pela estabilidade de emprego, notadamente verificada
em organizações públicas.
A visita ao TRT/MT da pesquisadora da Universidade do Estado de Santa Catarina
Simone Feuerschütter era parte integrante dos trabalhos de levantamento de dados
junto a quatro organizações públicas brasi-leiras que já estavam desenvolvendo o pro-
grama internamente
119
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Seleção interna para CJs e FCs
Em 2012, o Tribunal passou a adotar uma política de
seleção interna para ocupação de cargos em comissão e
funções comissionadas. A inovação foi aprovada pelo Tribu-
nal Pleno na sessão administrativa de janeiro (RA 03/2012).
A decisão é consequência da adoção do programa de gestão
por competências, instituído pelo TRT/MT, que busca ade-
quar os recursos humanos de forma que as atribuições sejam
afinadas com o perfil de cada servidor. A partir dessa norma, o
preenchimento dos cargos em comissão e as funções comissio-
nadas ocorrem preferencialmente por processo seletivo inter-
no aberto a todos os servidores interessados. Para os cargos em
comissão é exigida a formação superior compatível com a área
de atuação. Já as funções comissionadas, de natureza gerencial,
devem selecionar, preferencialmente, servidores com formação
superior compatível com a área de atuação. Também será exigido
que ao servidor tenha participado ou venha a participar do Progra-
ma da Academia de Liderança adotada no TRT/MT. Há uma pré-
seleção a partir da análise dos currículos, entrevista e avaliação do
perfil de competência do candidato.
Os processos seletivos não são de natureza obrigatória, porém
a opção por sua utilização impõe a observância integral das regras. Na
adoção do novo sistema, compete ao presidente do Tribunal decidir
pela adoção do processo seletivo para o preenchimento de cargos em
comissão e funções comissionadas da área administrativa, aos desem-
bargadores, para as vagas nos gabinetes e, aos juízes titulares, para as
vagas nas varas do trabalho. A autoridade que optar pela utilização do
processo seletivo não pode desistir do certame a partir da pré-seleção.
Após o processo seletivo, a escolha para ocupar a vaga deverá recair em
candidato classificado até o terceiro lugar. O primeiro processo selecionou
servidores do quadro para os cargos de chefe do Setor de Cerimonial (FC03)
na Secretaria Geral da Presidência; chefe do Setor de Gestão de Indicadores
Administrativos (FC02), na Secretaria de Gestão Estratégica; chefe do Setor
de Suporte da Seção de Contabilidade Analítica (FC02), na Secretaria de Or-
çamento e Finanças; e 10 servidores para a Contadoria. Essa é uma inovação
que tem tudo para dar certo!
Qualidade de vida
O bem-estar dos servidores e magistrados sempre foi uma preocupação
para todas as administrações do TRT/MT, tanto que o concurso público realizado
em 1994 já contemplava o ingresso de médicos e odontólogos. Em 2011, o con-
O preenchimento dos cargos em comissão e as
funções comissionadas ocorrem preferencial-
mente por processo seletivo interno aberto
a todos os servidores interessados
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
curso para provimentos de cargos listava seis tipos de profissionais
só para a área da saúde: educador físico, médico do trabalho, fisiote-
rapeuta, psicólogo, nutricionista, enfermeiro, além de disponibilizar
vaga para área de serviço social e pedagogia, o que compõe um qua-
dro adequado para o desenvolvimento multidisciplinar dos projetos
na área de qualidade de vida desenvolvidos pela instituição. Atento
às metas do CNJ, entre elas, especialmente a meta 1, que trata do
mapa estratégico, os gestores sabem da responsabilidade em se de-
senvolver um ambiente de trabalho propício ao desenvolvimento da
proatividade, comprometimento e saúde. Quem cobra da sociedade,
precisa dar o exemplo.
A Seção de Qualidade de Vida da instituição desenvolve uma programação
especial durante a ‘Semana de Qualidade de Vida no TRT’ com o objetivo de sen-
sibilizar e conscientizar magistrados e servidores para os cuidados com a saúde,
por meio da mudança de hábitos. As atividades visam promover a otimização do
ambiente de trabalho a partir do desenvolvimento de aspectos como a motivação,
a autoestima, a concentração, inter-relacionamento pessoal, de maneira que o
local de trabalho seja o espaço onde se possa conhecer e buscar um maior con-
trole sobre a saúde integral, o estresse e o equilíbrio físico e emocional. O evento
Atividades visam promover melhorias no ambiente de trabalho estimulando a auto-estima, a concentração e o bem-estar
Uma programação especial é realizada durante a ‘Semana de Qualidade de Vida no TRT’ para sensibili-zar e conscientizar magistrados e servidores dos cui-
dados com a saúde, por meio da mudança de hábitos
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
também inclui palestras, sessões de RPG e de shiatsu, oficina de ioga, massagem
e dosagem de glicemia.
Também são desenvolvidos os programas de Prevenção de Riscos Ambien-
tais (PPRA) e o de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) nas unidades
da capital e em algumas do interior. Esses programas, previstos nas Normas Regu-
lamentadoras 07 e 09, visam a prevenção, detectando precocemente e buscando
controlar possíveis danos à saúde, além de desenvolver atividades de avaliação e
controle de fatores de riscos ambientais existentes ou que venham a ocorrer e de
orientação nos postos de trabalho. Para tanto, foram desenvolvidas ações de iden-
tificação antecipada dos riscos ambientais a que magistrados e servidores estão
expostos, rastreamento e diagnóstico precoce das doenças e dos agravos à saúde
relacionados ao trabalho e verificação de possíveis casos de doenças profissionais
ou danos irreversíveis. Junto com as ações são realizados os exames periódicos.
a voz do TRT
Já são 15 anos de existência do Coral do TRT/MT, que se destaca em diversas apresentações de solenidades da capital e interior. O coral foi criado em setembro de 1997,
vinculado à Diretoria de Recursos Humanos, como parte do projeto de Qualidade de Vida no Trabalho, sob a coordenação da servidora Isadora Ribeiro Cardoso, idealiza-dora da ação. É aberto à partici-pação de servidores, magistrados, familiares, além de trabalhadores terceirizados. Sob a batuta da regente Dorit Kolling e coordenado pela servidora Christine Ribeiro Gili, os ensaios são semanais. Além de se apresentar em solenidades e datas comemorativas do próprio
TRT, o Coral participa de eventos realizados pela comunida-de. Para concretizar seu objetivo, o projeto recebe patrocí-nio das seguintes entidades: Amatra 23, Asserjup, Anajustra e Cooperjus.
“A alegria evita mil males e prolonga a vida”William Shakespeare
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
amatra 23
O primeiro presidente e coordenador-geral de eventos da Associação dos
Magistrados da Justiça do Trabalho da 23ª Região (Amatra XXIII) foi o ministro do
TST, Guilherme Augusto Caputo Bastos, em 1995, que deixou a direção da entida-
de para assumir a presidência do TRT/MT entre 1995 e 1997. Em seguida assumiu
como presidente da Amatra 23 o magistrado João Carlos Ribeiro de Souza, ficando
até 1997, que também foi presidente do Tribunal entre 1997 e 1999. O juiz Paulo
Roberto Brescovici teve dois mandatos seguidos, entre 1997 e 1999, e de 1999 a
2001. No ano de 2001, assumiu o magistrado José Hortêncio Ribeiro Junior, tam-
bém por dois mandatos, 2001 a 2005. A juíza Carla Reita Faria Leal ficou à frente
da entidade entre 2005 e 2007 e de 2009 a 2011. E a juíza Deizimar Mendonça Oli-
veira entre 2007 e 2009. Para a gestão 2011/2012 assumiu o juiz Ivan Tessaro. Um
dos grandes avanços da associação é garantir qualidade de vida aos magistrados
e também capacitação, a partir de cursos, reuniões, participação em congressos
e nos encontros das semanas jurídicas. Sede social: foi uma conquista dos seus
sócios. É um espaço importante, onde são realizados ações recreativas, culturais e
cursos. Ela é composta por quartos e equipamentos para receber os magistrados
que vêm do interior para a capital, conta com espaço para confraternização, qua-
dra de tênis, quadra poliesportiva, entre outros. Magistrados da Justiça do Trabalho em Mato Grosso
A Amatra 23 promove projetos de interesse da sociedade mato-grossense, a exemplo do "Traba-lho, Justiça e Cidadania". A iniciativa consiste da
realização de palestras com temas atuais sobre os direitos do cidadão e tem como público-alvo
professores e estudantes dos ensinos fundamen-tal e médio, principalmente da rede pública, e
estudantes de cursos profissionalizantes
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
c a p í t u l o 6“Dais muito pouco quando estais a dar o que vos pertence. Só quando vos dais a vós próprios é que estais
verdadeiramente a dar ” Khalil Gibran
ações afirmativasde cidadaniaConstruindo um mundo melhor
A Justiça do Trabalho mato-grossense nos últimos oito anos tem desenvol-
vido uma proposta inovadora de destinação de recursos advindos das multas de
processos trabalhistas a inúmeros projetos e obras sociais que atendem à socieda-
de na qual os direitos trabalhistas foram lesados. Antes, a destinação desse dinhei-
ro era o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), onde caía em uma conta única,
nacional, e não atendia à comunidade que diretamente havia sofrido o dano. No
entanto, uma decisão da juíza Eleonora Alves Lacerda, em 2005, então titular da
Vara de Diamantino, mudou o rumo da história. Depois disso, dezenas de projetos
sociais que atendem trabalhadores em todo o Estado já foram beneficiados. O
mais recente: ala pediátrica do Hospital de Câncer, em julho de 2012, que recebeu
recurso para a compra de equipamentos para entreter as crianças durante o tra-
tamento de quimioterapia.
O acordo inédito reverteu, em 2005, multa de R$ 1 milhão para projetos
sociais em São José do Rio Claro, foi aplicada a uma destilaria de álcool da região,
para a implantação de projetos sociais que beneficiaram cerca de 1,7 mil trabalha-
dores da empresa, além da população do município que fica a 325 km de Cuiabá,
na região médio-norte. O valor foi fixado em ação ajuizada pelo Ministério Público
do Trabalho contra a Destilaria de Álcool Libra Ltda., flagrada pela fiscalização obri-
gando seus funcionários a cumprir jornada diária superior à permitida na legisla-
ção. A singularidade do acordo foi destacada pelo então presidente do Tribunal,
juiz Roberto Benatar, que acompanhou a audiência em que foi estipulado o acordo
e ficou satisfeito em observar que os benefícios do acordo extrapolavam os recla-
mantes envolvidos. Ao todo, a destilaria assumiu o compromisso de implementar
nove projetos sociais voltados para atender às necessidades de saúde e lazer dos
trabalhadores, suas famílias e a comunidade da região. São obrigações que têm
a ver com o que é negado ao trabalhador quando se excede sua jornada diária,
justamente saúde e lazer.
Juíza Eleonora Alves Lacerda, ao centro, faz acordo inédito e reverte multa de 1 milhão de reais em projetos sociais, no ano de 2005
125
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
O acordo contemplou também a reforma de um prédio existente na área
da destilaria para a instalação de um posto de saúde com atendimento médico,
odontológico e de fisioterapia, sem custos para os trabalhadores; a compra de
equipamentos e mobiliários, além de uma ambulância completa para o posto; um
ônibus para o transporte dos filhos dos trabalhadores que estavam em faixa esco-
lar não disponibilizada na escola situada na fazenda da destilaria; a construção de
duas quadras poliesportivas, banheiros e vestiários nas proximidades da escola da
fazenda, além de uma área coberta, tipo quiosque, para atender às necessidades
das famílias dos trabalhadores com atividades complementares, como cursos de
artesanato, cursos de qualificação, assim como servir de área de convívio social
e atividades festivas. A destilaria construiu ainda quatro casas no complexo de
residência já existente. As novas unidades eram destinadas à moradia dos profis-
sionais da área da saúde, novas 20 casas, desta vez em São José do Rio Claro, para
a moradia de funcionários com suas famílias. O acordo previu que a empresa ad-
quirisse e destinasse ao Hospital de Pronto-Atendimento Municipal Dr. Marzavão
Pinheiro Júnior oito equipamentos, como eletrocardiógrafo, aparelho de ultrasso-
nografia e respiradores infantil e adulto para UTI.
Mais acordos e esperança
Em 2007, um acordo judicial homologado pela Vara do Trabalho de Tangará
da Serra garantiu a aplicação de R$ 470 mil em projetos voltados aos trabalhadores
da indústria algodoeira. Ao todo seis municípios com forte atuação da indústria do
algodão foram beneficiados: Sapezal, Campo Novo do Parecis, Rondonópolis, Cam-
po Verde, Primavera do Leste e Tangará da Serra. Os recursos vieram de uma ação
ajuizada pelo MPT, na qual se executou
um Termo de Ajustamento de Conduta
(TAC). A multa foi paga pela Empresa In-
teragrícola S/A – Eisa, que na conciliação
concretizada em audiência presidida
pela juíza Eleonora Alves Lacerda, titular
da vara trabalhista, comprometeu-se a
depositar o montante em cinco parcelas
mensais, no total de R$ 470 mil. A multa foi imposta em razão de ter sido constata-
da a exigência, pela empresa, de trabalho em jornada superior à permitida em lei
a mais de 100 empregados.
A justificativa da empresa para a jornada extraordinária teve como funda-
mento a insuficiência de mão de obra qualificada na região, o que levou à prioriza-
ção, no acordo, de projetos de qualificação de trabalhadores. Além da qualificação
profissional, o dinheiro foi investido em obras e serviços de prevenção de aciden-
tes de trabalho, saúde, lazer, assistência a portadores de necessidades especiais,
campanhas e palestras de divulgação de direitos trabalhistas e projetos voltados
ao combate de trabalho infantil. Os projetos a serem beneficiados com esse recur-
Um acordo judicial homologado pela Vara do Trabalho de Tangará da Serra garantiu a aplicação de R$ 470 mil em projetos voltados aos trabalhadores da indústria algodoeira
126
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
so foram avaliados por uma comissão constituída por um representante do Mi-
nistério Público do Trabalho, um juiz do Trabalho e um representante da empresa
executada, responsável por aprovar os projetos e a cotação de preços dos bens e
serviços, optando pela proposta mais vantajosa. Essa comissão também fiscalizou
a adequada aplicação do dinheiro.
Também nesse mesmo ano, uma entidade que presta assistência para re-
cuperação de jovens viciados em álcool e drogas da cidade de Juscimeira recebeu
a doação de diversos materiais adquiridos com recursos originados de acordo fir-
mado entre o Ministério Público do Trabalho e um fazendeiro da região. Entre os
produtos estão, TV de 29 polegadas e um liquidificador, garrafas térmicas, panelas
e jogos de lençóis e toalhas. Pelo acordo, o fazendeiro comprometeu-se a pagar
R$ 100 mil em 10 parcelas de R$ 10 mil, bem como a executar um projeto deno-
minado ‘Fazenda Marabá’, por meio do qual se fez, em 12 meses, a reforma de
um campo de futebol e construção de cercas, arquibancadas e vestiários. Ficou
estipulado, ainda, que as verbas depositadas seriam revertidas em campanhas
educativas/preventivas ligadas à área trabalhista e também utilizadas para obras
em prol da coletividade.
Belos exemplos
Os acordos judiciais homologados no Núcleo de Conciliação de Execuções
Especiais e Precatórios do TRT da 23ª Região asseguraram a utilização, em Mato
Grosso, de recursos obtidos a partir do pagamento de multas executadas pela Jus-
tiça do Trabalho. Somente as conciliações envolvendo o Centro de Processamento
de Dados do Estado de Mato Grosso (Cepromat) e a empresa Cottonorth Tece-
lagem e Confecções S/A garantiram a aplicação de R$ 1,79 milhão na melhoria
Também foram disponibilizados cursos de montagem de microcomputador
127
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
das condições de vida do trabalhador. O valor devido pelo Cepromat decorreu de
condenação aplicada pela Justiça do Trabalho em ação civil pública ajuizada pelo
MPT contra a empresa pública estadual por contratação de pessoal sem concurso
público. Com o acordo, homologado no fim de 2006, esse recurso foi revertido
em bens e serviços, com a aplicação em
projetos de qualificação de mão de obra,
prestação de serviços à saúde e inclusão
de trabalhadores, aprendizes e pessoas
da terceira idade.
As primeiras parcelas, totalizando
aproximadamente R$ 250 mil, possibili-
taram a compra de dezenas de equipa-
mentos hospitalares para o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, tendo como be-
neficiários os trabalhadores acidentados. Outros R$ 150 mil, devidos pela empresa
Cottonorth, por descumprimento de TAC, foram revertidos em bens e serviços
cujos beneficiários foram entidades governamentais, civis, federais, estaduais e
municipais, tendo como objeto a formação profissional e qualificação de mão de
obra, prestação de serviços à saúde do trabalhador, pessoas com necessidades
especiais, jovem trabalhador, pessoas de terceira idade e outros serviços de apoio,
recuperação e inclusão do trabalhador marginalizado no mercado de trabalho.
Também em pleno vigor no interior, em 2008, um acordo destinou recursos
para qualificação de jovens em Nova Olímpia. O projeto de aprendizagem recebeu
R$ 150 mil garantidos em acordo homologado pelo juiz Aguimar Martins Peixoto,
titular da 2ª Vara de Cuiabá, em ação civil pública ajuizada pelo MPT cobrando a
melhoria do ambiente de trabalho na usina Alcopan Álcool do Pantanal. A ação foi
proposta em 2004, após fiscalizações na sede da usina, localizada no município de
Poconé, onde os fiscais detectaram que os trabalhadores eram alojados em con-
dições inadequadas. Uma decisão liminar foi concedida, determinando melhorias
imediatas. Posteriormente, a necessidade de adequação do ambiente de trabalho
foi novamente constatada durante inspeção judicial realizada pelo juiz Luis Apare-
cido Torres. Mas representantes da usina se comprometeram a cumprir todas as
determinações da liminar, além de depositar seis parcelas de R$ 25 mil, valores a
serem destinados a ações e obras sociais. A conciliação foi homologada colocando
fim também a outros três processos que tinham como partes o MPT e a Alcopan.
Em um deles, o acordo possibilitou a liberação da penhora de um tanque para ar-
mazenagem de álcool de 158 toneladas, avaliado em cerca de R$ 1,8 milhão.
Na capital, também em 2008, o Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM),
ligado à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), inaugurou enfermarias re-
formadas com recursos liberados pela Justiça do Trabalho. Os recursos são oriun-
dos de um acordo judicial homologado na 3ª Vara do Trabalho de Cuiabá, em que
a instituição foi escolhida como destinatária de R$ 100 mil, montante obtido por
meio de uma ação de execução movida pelo Ministério Público do Trabalho contra
uma rede atacadista. A empresa havia sido multada por descumprimento de TAC.
Acordo envolvendo o Cepromat destinou cerca de R$ 250 mil para aquisição de dezenas de equipamentos hospitalares para o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, tendo como beneficiários os trabalhadores acidentados
O Hospital Universitário Julio Müller refor-mou enfermarias com recursos liberados pela Justiça do Trabalho
128
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Conforme o processo, o termo foi assinado em agosto de 2000 após o Ministério
Público comprovar denúncias de que uma filial da rede mantinha trabalhadores
menores de idade em atividades noturnas, além de submetê-los a jornadas exaus-
tivas. Uma fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho e Emprego, realizada
quase um ano depois da assinatura do TAC, constatou a presença de 19 jovens
na mesma situação, o que levou o MPT a propor a ação na justiça trabalhista.
Na conciliação homologada pela juíza Rafaela Barros Pantarotto, representantes
da empresa e do Ministério Público concordaram em destinar parte dos recursos
para a reforma o Hospital Júlio Müller, além de outros R$ 70 mil para reformas
de creches atendidas pelo Comitê Pró-Infância e R$ 80 mil para a compra de kits
odontológicos especificados pela Organização Mundial de Saúde e destinados à
Coordenadoria de Saúde Bucal da Prefeitura de Cuiabá.
No ano de 2009, a creche São Francisco de Assis, no bairro Praieiro, em Cuia-
bá, passou a contar com uma ampla cozinha e uma sala multiprofissional, espaços
que, dentre outras utilidades, irão servir para a realização de cursos profissionali-
zantes para os familiares das 120 crianças atendidas pela instituição. A construção
da cozinha experimental e da sala multiprofissional era uma antiga demanda da
entidade, que também oferece cursos de formação para os pais dos alunos. A obra
foi construída com verba resultante de acordo firmado na Justiça do Trabalho en-
tre o Cepromat e o Ministério Público do Trabalho, cuja conciliação ocorreu em
ação civil pública na qual a empresa estatal foi multada por contratar servidores
sem concurso público.
a sociedade agradece!
Um acordo judicial homologado em junho de 2007 na Vara do Trabalho de
Sinop destinou R$ 35 mil a entidades que atendem trabalhadores resgatados pelo
Grupo Móvel do Ministério do Trabalho. Quatro entidades receberam o recurso:
R$ 11 mil foram destinados ao Centro Pastoral para Migrantes (que recebe, em
Cuiabá, os trabalhadores atendidos pelo Grupo Móvel), R$ 8 mil seguiram para a
APAE do município de Marcelândia, R$ 8 mil para o Centro de Acolhimento, Pro-
teção e Orientação ao Adolescente (Caopa) e outros R$ 8 mil para o Lar Vicenti-
no, estes dois últimos localizados em Sinop. No acordo homologado, o fazendeiro
também se comprometeu a cumprir uma lista de 46 obrigações, a maioria visando
proporcionar condições adequadas de trabalho aos empregados da propriedade
rural, como determina a legislação.
Também em 2007, um acordo homologado na 6ª Vara do Trabalho de Cuia-
bá, durante a Semana Nacional de Conciliação, reverteu uma multa de R$ 142 mil
aplicada ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Cuiabá
e Várzea Grande em cursos de qualificação para 5,4 mil jovens, idosos e outras
categorias de trabalhadores marginalizados. A conciliação foi realizada em uma
ação de execução movida pelo Ministério Público do Trabalho por conta de se-
guidos descumprimentos, por parte do sindicato, de um Termo de Ajustamento
além de reverter multas trabalhistas em benefí-
cio da sociedade, a cada cinco anos, o Tribunal
também cede material de informática em desu-so a entidades carentes
129
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
de Conduta em que a entidade sindical havia se comprometido a não mais incluir
em suas convenções coletivas a previsão de cobrança de contribuição confede-
rativa de todos os trabalhadores da categoria, inclusive dos não sindicalizados.
Entretanto, mesmo depois de firmar o compromisso o sindicato voltou a incluir a
cobrança nas convenções coletivas com vigência em 2004 e em 2005. Os cursos
serão ministrados até agosto de 2013, seguindo um planejamento discutido com
o Ministério Público.
No mesmo ano, entidades sociais que atendem migrantes e jovens carentes
na região de Juína receberam R$ 30 mil pagos por uma empresa florestal acusada
de ter mantido trabalhadores em situação análoga à de escravo, de se utilizar de
terceirização ilícita e outras irregularida-
des. Essa quantia e outros R$ 50 mil são
devidos pela empresa a título de inde-
nização por dano moral coletivo. A des-
tinação para obras sociais foi autorizada
pelo juiz da Vara do Trabalho de Juína,
ao homologar acordo entre a acusada e
o Ministério Público do Trabalho. Foram
beneficiados a Casa do Migrante e Comissão Pastoral da Terra de Mato Grosso e o
Programa Jovem de Desenvolvimento Social e Humano, da Secretaria de Assistência
Social de Juína. Mais R$ 25 mil foram destinados à capacitação de servidores do
Ibama, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Polícia Rodoviária Federal e outros
órgãos que atuam no combate ao trabalho em condições análogas à de escravo. Ou-
tros R$ 25 mil custearam evento organizado pelo Fórum de Erradicação do Trabalho
Escravo, Trabalho Infantil e Proteção do Meio Ambiente do Trabalho do Portal da
Amazônia. Além dos valores relacionados ao dano moral coletivo, a empresa teve
que pagar R$ 120 mil para os trabalhadores que motivaram a Ação Civil Pública, para
quitar saldos salariais, verbas rescisórias e indenização por dano moral individual.
Distribuindo sorrisos
Foi inaugurado no dia 26 de julho deste ano o espaço ‘Q’Alegria’, na ala de
Oncologia Pediátrica do Hospital de Câncer. Trata-se de uma metodologia inova-
dora que leva entretenimento durante as sessões de quimioterapia de crianças e
jovens submetidos ao tratamento de câncer. O projeto é uma proposta que en-
globa a audição, a visão e o tato e atua abrangendo música, filme, jogo eletrôni-
co, internet, livro em braile, desenho, além de cromoterapia. O TRT/MT destinou
R$ 70 mil para a aquisição de quatro cadeiras especiais que compõem o espaço
Q’Alegria. A verba teve origem num processo de execução, no qual o juiz do nú-
cleo de conciliação havia condenado a empresa reclamada por ‘dumping social’.
O valor da multa que normalmente iria para um fundo federal, ao ser destinado
a uma obra social, transforma uma ínfima parcela do erário num grande projeto
humanitário de valor incalculável.
Acordo homologado na 6ª Vara do Trabalho de Cuiabá reverteu multa de R$ 142 mil em cursos de qualificação para 5,4 mil jovens, idosos e outras categorias de trabalhadores marginalizados
130
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Em setembro deste ano, o Tribunal também deu
início à entrega dos veículos para as entidades beneficen-
tes que ganharam o processo de seleção pública, aberto
em 30 de julho. O processo foi aberto para a doação de
veículos, já em desuso pelo Tribunal. Foram 14 entidades
concorrentes, de Cuiabá e do interior, das quais oito foram
contempladas: Associação Espírita Wantuil de Freitas, San-
ta Casa da Misericórdia de Cuiabá, Sociedade Beneficente
Evangélica, Lar dos Idosos Paul Harris de Rondonópolis, Co-
mitê Pró-Infância, Instituto Desportivo da Criança, Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE – Cuiabá) e Fundação
Abrigo Bom Jesus. A presidente da APAE de Cuiabá, Eunice Vito,
mostrou-se contente e emocionada. “Quero agradecer de cora-
ção pelo bem que estão realizando. Vocês estarão sempre em
nossas orações”. A cada cinco anos o TRT/MT faz o descarte de
material de informática e isso, além de dinheiro proveniente de
multas trabalhistas, são revertidos para a própria sociedade mato-
grossense, por meio desses editais de seleção pública. Foram doa-
dos três veículos Ranger, dois Santanas 2.0, uma Chevrolet S10, um
Saveiro 1.8 e uma Toyota Bandeirante. As entidades filantrópicas
que participaram do processo deveriam ser reconhecidamente de
utilidade pública pelo governo federal e as Organizações da Socieda-
de Civil de Interesse Público deveriam apresentar a certidão de regu-
laridade junto ao Ministério da Justiça.
Cidadania até no nome
No dia 27 de março de 2006 foi instalada em Cuiabá a primeira Vara
da Cidadania do Brasil, em todo o Estado elas totalizaram 18 (Cuiabá,
Água Boa, Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Campo Verde, Colíder,
Comodoro, Diamantino, Jaciara, Juína, Mirassol
D’Oeste, Primavera do Leste, Rondonópolis, São
Félix, Sapezal, Sinop e Tangará da Serra). Na épo-
ca, a presidente do TRT/MT, a juíza Maria Bereni-
ce Carvalho Castro Souza, explicou que o projeto
era mais um desafio assumido pela instituição, o
primeiro dentre os 24 tribunais regionais do tra-
balho a se preocupar com a inclusão digital dos
cidadãos menos favorecidos. Resultado de um
convênio entre o TRT e o Ministério da Ciência e
Tecnologia, o projeto teve o apoio da ex-senadora Serys Marli, presente na so-
lenidade de instalação. Na vara da cidadania, a população tem acesso à internet,
podendo efetuar pesquisas, estudar e preparar documentos, com a supervisão
“Desde que tomei conhecimento desse projeto social, me empenhei com toda
a minha determinação porque sei da competência e do compromisso
de todos deste Tribunal” Serys Marli, ex-senadora (PT-MT) e apoiadora
da implantação da vara da cidadania
A ala pediátrica do Hospital de Câncer recebeu recursos provenientes de acordos para aquisição de equipamentos do espaço "Q' Alegria", e entidades beneficentes receberam veículos em desuso, ambas as doações em 2012
131
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
de monitores capacitados para promover a inclusão digital. O projeto prioriza es-
tudantes da rede pública de ensino, portadores de deficiência e outros cidadãos
que não dispõem de acesso aos meios digitais ora disponibilizados.
A Vara da Cidadania de Cuiabá atende a um público diversificado, que inclui
pessoas como as auxiliares de limpeza que, mesmo com as dificuldades impostas
e aos que já deixaram a juventude, conservam o sonho
de mudanças a partir dos novos conhecimentos. Atende
também centenas de estudantes da rede pública de en-
sino da capital que almejam entrar no mercado de tra-
balho. Durante o período de férias escolares, o projeto
inovou e dedicou também os seus horários vagos aos
jovens da Rede Cidadã, projeto da Secretaria Estadual
de Justiça e Segurança Pública que atende crianças e
adolescentes em risco social. Após seis anos de funcio-
namento, as 17 varas da cidadania instaladas no interior
do Estado e na capital já atenderam, entre alunos de cur-
sos e usuários do acesso livre, pelo menos 230 mil pes-
soas. Também já foi apresentado como projeto modelo
no 1º Simpósio de Responsabilidade Socioambiental da
Justiça do Trabalho, organizado pelo Conselho Superior da
Justiça do Trabalho (CSJT).
Em 2008, cerca de 40 índios Carajás receberam o certificado de conclusão
do curso de informática na Vara da Cidadania de São Félix do Araguaia. Um con-
vênio entre a vara da cidadania, a Secretaria Municipal de Educação e a Funai
permitiu estender o acesso à internet aos índios da aldeia Santa Isabel do Morro,
na Ilha do Bananal. Para atender a o grupo indígena, o TRT/MT aumentou o par-
que computacional da vara da cidadania de São Félix do Araguaia com mais qua-
tro novos computadores. Esta foi a primeira vez que indígenas participaram dos
cursos do projeto. Em todas as cidades mato-grossenses onde existe uma unida-
de da Justiça do Trabalho, funciona também uma vara da cidadania, geralmente
em convênios com os municípios e outras entidades. Nesse mesmo ano, a Vara
da Cidadania de Cuiabá ofereceu um curso exclusivamente voltado para idosos,
a pedido do Centro de Convivência de Idosos Padre Firmo Pinto Duarte. Treze
pessoas, entre funcionários e idosos da instituição, se inscreveram para apren-
der noções básicas de informática. Cada aluno conta com máquinas individuais
e apostilas de apoio. Além de aprender as ferramentas básicas do computador,
os idosos encaram as duas horas diárias do curso como momentos de bem-estar.
“É muito importante para a gente, porque ocupamos a nossa cabeça com mouse
e enter e daí as outras coisas da vida preocupam menos”, disse Maria Falcão de
Melo, hoje com 70 anos.
Além da ampliação do horário de funcionamento, diversificação de clientela
e melhoria na atuação dos profissionais e estagiários, o projeto Varas de Cidadania
conseguiu de forma mais sistemática abordar temas importantes para reflexão,
Durante o período de férias escolares, o
projeto inovou e dedicou também os
seus horários vagos aos jovens da rede Cidadã,
projeto da Secretaria Estadual de Justiça e
Segurança Pública que atende crianças e adolescentes em risco social
Idosa participa de curso de inclusão digital
132
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
como direitos humanos, exercício de cidadania, meio
ambiente e paz, no cotidiano das aulas de informática.
Os alunos também recebem ainda orientação sobre
cuidados com o manuseio de equipamentos, ginás-
tica laboral, entre outros. A satisfação em participar
das aulas é tanta que muitos jovens até pedem ‘uma
segunda etapa’, que foi o que aconteceu quando 20
jovens atendidos pelo Comitê Pró-Infância concluíram
o curso básico de informática na capital. Ações como
essa continuam ocorrendo em todo o Estado, a vara
da cidadania em Colniza, município distante 1.200 km
de Cuiabá, foi instalada em 30 de outubro de 2012. No
local a comunidade tem acesso aos projetos sociais de
inclusão digital.
Varas da Cidadania: inserção para o mercado de trabalho
Foi instalada em 30 de outubro de 2012, em Colniza (1.200 km ao norte de
Cuiabá), a mais nova unidade da Vara da Cidadania, fruto de um projeto de inclu-
são digital e social desenvolvido pelo TRT/MT em parceria com a prefeitura e o
Senai-MT. A inauguração da unidade marcou o início de uma nova fase do projeto,
que passou a oferecer também capacitação técnica por meio de cursos ministra-
dos pelo Senai. O objetivo é oferecer à população local melhores condições de
inserção no mercado de trabalho.
A parceria com a entidade reconhecida nacionalmente pela importância na
profissionalização mostrou-se significativa devido à abrangência que a instituição
Índios Carajás também foram beneficiados pelas varas da cidadania
133
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
possui no Estado. A perspectiva do TRT/MT foi de
ampliar a parceria, de forma a contemplar também
outros municípios. Para a instalação da Vara, o Tribu-
nal contribuiu com mobiliário e equipamentos de in-
formática, além do acompanhamento na instalação
e manutenção do projeto. A prefeitura, por sua vez,
ofereceu o espaço físico, acesso à internet, manuten-
ção e segurança dos equipamentos; e o Senai cedeu
professores e material didático.
Essa nova perspectiva passou a ser adotada na
Vara da Cidadania de Rondonópolis, cuja reinaugu-
ração ocorreu em 30 novembro de 2012. As varas
existem há sete anos, estão presentes em municípios
onde há varas do trabalho, são resultado de um convênio firmado em 2005 entre
o TRT/MT e o Ministério da Ciência e Tecnologia.
O projeto é desenvolvido no contexto das ações de responsabilidade social
do Tribunal de Mato Grosso. Ao todo, as diversas unidades das varas da cidada-
nia já atenderam mais de 300 mil pessoas, entre jovens, adultos e idosos, tendo
as ações realizadas pelo programa alcançado até mesmo comunidades indígenas,
como as existentes em São Félix do Araguaia (1.145 km a nordeste de Cuiabá).
Comitê Pró-infância
O projeto ‘nasceu’ no início do Tribunal, em 1993, quando um grupo de
servidores se reuniu de forma voluntária e começou a arrecadar doações de
servidores e magistrados para ajudar creches da periferia de Cuiabá e distri-
buir cestas de alimentos e brinquedos
para pessoas carentes em campanhas
de Natal. As ações desse grupo foram
inspiradas no sociólogo mineiro Her-
bert de Souza, o Betinho, que foi o
precursor do movimento de ajuda vo-
luntária por parte da sociedade e, an-
tes de morrer, em agosto de 1997, in-
centivou e provocou o início de ações
concretas de milhares de brasileiros
para minimizar a fome e a miséria de
outros milhões de brasileiros. O mo-
vimento de Betinho colaborou para
formar a consciência de que é possível
– por intermédio de ações simples, mudar para melhor alguma coisa do mundo
e incentivou o surgimento de muitas Organizações Não-Governamentais – ONGs
de ação social.
Vara da Cidadania de Rondonópolis
Dezenas de creches são atendidas pelo Comitê Pró-Infância
134
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Por sete anos, a atuação do comitê consistiu no in-
vestimento em melhorias para as creches a partir da reali-
zação de reformas, aquisição de equipamentos, materiais
didáticos, brinquedos, uniformes e alimentos, além das
campanhas natalinas e em buscar parcerias e outras doa-
ções como eletrodomésticos, roupas e brinquedos usados
para entregar a essas entidades. Como associação sem fins
lucrativos, o comitê é constituído por servidores e magistra-
dos do TRT/MT e tem como finalidade promover a assistência
social, educacional e cultural de crianças e adolescentes, além
da promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
manos, da democracia e de outros valores universais. O Comitê
Pró-Infância teve seu primeiro registro em 1999 e, transformado
em Oscip em 10 de janeiro de 2005, ampliou sua arrecadação e
suas ações. Hoje, uma das suas principais atividades é a captação
de recursos com base na Lei 8069/90-ECA, que permite à pessoa
física fazer a dedução de até 6% do imposto devido. Os valores ar-
recadados são destinados ao Fundo Criança de Cuiabá.
O Comitê Pró-Infância vem fomentando o fortalecimento
do Sistema de Garantias dos Direitos Humanos, participando ativa-
mente dos Conselhos Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança
e do Adolescente e do Fórum do Direito da Criança e do Adolescente
(DCA/MT), que compõem a rede de proteção e defesa dos direitos da
criança e do adolescente em consonância com o programa nacional
de direitos humanos.
Começar de novo
“Este é o melhor programa já criado, ele resgata vidas”. A afirmação
é de uma reeducanda do Programa Começar de Novo, desenvolvido pelo
Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso em parceria com órgãos
públicos estaduais e sociedade civil. O programa, que atende atualmente
quatro mulheres oriundas do regime fechado do Presídio Ana Maria Couto
May, em Cuiabá, completou seu primeiro ano em novembro de 2012.
As reeducandas trabalham na digitalização de processos remetidos
pelo TRT/MT para o TST quando de recursos impetrados à instância superior.
A quarta realiza atendimento ao público na Secretaria do Tribunal Pleno. Ini-
cialmente o programa atendia cinco reeducandas, mas o número foi reduzido
após uma delas ser transferida para o regime semiaberto.
Todos os dias elas são escoltadas por um agente prisional da unidade
de detenção até a sede do TRT/MT e, ao término do expediente, retornam ao
local de origem. Além de apreenderem uma nova profissão e de serem inseridas
novamente no convívio social, elas trabalham também com pessoas com nível
Crianças beneficiadas com recursos do Comitê Pró-Infância
O programa é resultado de uma parceria entre o TRT, Fundação Nova Chance (vinculada à Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Hu-manos) e a Ong REPARE
135
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
de formação, educação e conhecimento elevado, o que
contribui com a mudança de valores internos.
Pelos serviços prestados, elas recebem do Tribunal
um salário mínimo, que, pela lei de execução penal, é divi-
do em três partes: uma para a família, outra é depositada
em uma conta pecúlio e a terceira fica para ela. Além dis-
so, elas são beneficiadas também com a remissão de pena
e, para cada três dias de trabalho, reduzem em um dia sua
permanência no presídio.
‘Não’ à escravidão
O trabalho pioneiro de reverter sentenças em benefício
da sociedade também incluiu campanhas educativas! Um acor-
do judicial homologado na Vara do Trabalho de Sorriso, em 2008,
por exemplo, garantiu a aplicação de R$ 115 mil em campanha
educativa na mídia estadual de combate ao trabalho análogo à
escravidão. O dinheiro foi resultado de uma conciliação promovi-
da pela titular da Vara de Sorriso, tendo de um lado o Ministério
Público do Trabalho e de outro representantes de três fazendas
do município de Tapurah, acusadas de
submeter seus trabalhadores a con-
dições degradantes de trabalho. Os
depósitos foram efetuados a título de
indenização por dano moral coletivo,
para reversão em prol da comunidade.
As iniciativas promovidas pelo
TrT/MT para combater o trabalho es-
cravo foram apresentadas durante o 1º
Encontro do Fórum Nacional para Monitoramento e Resolução dos Confli-
tos Fundiários Rurais e Urbanos realizado pelo Conselho Nacional de Justi-
ça (CnJ), em Campo Grande (MS), no mês de outubro de 2009. O Tribunal
levou suas experiências de combate e redução aos problemas referentes
ao trabalho em condição análoga à de escravo. Um desses locais era a região
do araguaia, conhecida como o ‘Vale dos Esquecidos’, onde a ausência do
poder público intensificava os problemas, e o município de Juína, localidades
que passaram a contar com varas trabalhistas a partir de 2005.
Iniciativas de aproximar a Justiça do Trabalho da sociedade por meio de
projetos sociais, como a Vara da Cidadania e o projeto ‘Trabalho, Justiça e Ci-
dadania’. Este último, implementado em parceria com as associações nacional
(anamatra) e regional dos magistrados do trabalho (amatra 23), promove pa-
lestras e encontros com trabalhadores, professores da rede pública e lideranças
Dentre as ações para o combate ao chamado trabalho escravo, está a iniciativa de reverter valores indenizatórios por dano moral coletivo às comunidades lesadas, por meio de realiza-ção de benfeitorias sociais, como a construção de escolas, postos de saúde e áreas de lazer
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
136
locais para esclarecer quanto aos direitos civis e trabalhistas. O projeto contou
também com a participação do Ministério Público do Trabalho e da Prelazia de São
Félix. Outro projeto realizado com o objetivo de aproximar o Judiciário da comu-
nidade foram os encontros com as lideranças locais, em parceria com o MPT e o
Ministério Público Estadual, para falar sobre direitos fundamentais, de defesa da
mulher e de pessoas com deficiência.
Também dentro das ações que contribuem para o combate ao chamado
trabalho escravo, está a iniciativa de reverter valores indenizatórios por dano
moral coletivo às comunidades lesadas, por meio de realização de benfeitorias
sociais, como a construção de escolas, postos de saúde e áreas de lazer. Assim
a Justiça do Trabalho colabora de uma forma criativa jamais antes vista para a
construção de um verdadeiro Estado Democrático de Direito. Sem ferir o princí-
pio constitucional da separação e harmonia dos poderes, tem auxiliado concre-
tamente o Poder Executivo na implantação de políticas públicas de inclusão dos
que estão à margem, e assim construindo uma experiência sem paradigmas no
Poder Judiciário.
Condenação em r$ 1 milhão
Um trabalhador rural foi alvejado por tiros e em seguida enforcado após
tentar fugir da propriedade onde um grupo de 16 deles era mantido sob vigilância
armada ostensiva. Tudo para ‘servir de exemplo’ aos demais empregados de uma
fazenda localizada no município de São Félix do Araguaia. O relato da morte do tra-
balhador e de torturas e agressões reiteradas a todo o grupo consta de uma ação
civil pública, cuja sentença foi proferida pelo juiz João Humberto Cesário, titular
da Vara do Trabalho de São Félix do Araguaia, a 1.143 km de Cuiabá, na divisa de
Mato Grosso e Tocantins. Esta foi uma das primeiras decisões no país oriunda da
Justiça do Trabalho envolvendo condenação por trabalho escravo, o que ganhou
repercussão nacional.
Na decisão, de janeiro de 2007, o magistrado declarou que os trabalhadores
foram reduzidos à condição análoga à de escravo, condenando o proprietário da
fazenda ao pagamento de R$ 1 milhão a título de dano moral coletivo, além de
ordenar que fossem cumpridas 15 determinações, entre elas o fornecimento de
alojamento, instrumentos de trabalho, água potável, instalações sanitárias e que
o fazendeiro se abstivesse de aliciar trabalhadores, de impedir que estes exerces-
sem o direito de ir e vir e de exigir o trabalho forçado de seus empregados. Para
cada item descumprido seria cobrada multa de R$ 50 mil.
Em junho de 2007, a Segunda Turma do TRT de Mato Grosso confirmou a
sentença. O empregador interpôs recurso ordinário alegando cerceamento de de-
fesa, porque não foram aceitas suas justificativas para não comparecer à audiên-
cia, tendo-lhe sido aplicadas revelia e confissão. Alegou que o mau tempo impediu
a viagem de avião para ir à audiência. O relator, desembargador Luiz Alcântara, em
seu voto considerou que a alegação deveria ser comprovada no processo, o que
Em 2007, uma das pri-meiras decisões no país
oriunda da Justiça do Trabalho envolvendo
condenação por traba-lho escravo, no valor de 1 milhão de reais, ganhou repercussão
nacional
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
não ocorreu. E mais: a arguição de nulidade por cerceamento de defesa deveria ser
feita na primeira oportunidade, em fevereiro de 2001, não no recurso. Quanto ao
valor da indenização fixado, entendeu o relator que o juiz usou do seu poder de de-
cidir, levando em conta a gravidade dos fatos ocorridos. Estando presentes a culpa,
o dolo e o nexo de causalidade (ligação entre o ato praticado e o dano ocorrido), a
indenização por dano moral foi aplicada na medida correta, ressaltando ainda que
tal valor reflete a indignação do Estado com a prática ilícita do trabalho escravo.
Um bom exemplo
A titular da vara de Colniza, juíza Karina Rigato, incorpora bem o papel social
da Justiça do Trabalho em Mato Grosso, pois conscientiza e dissemina a cultura
do conhecimento e de instrução da população. Como o município fica a 1.200 km
ao norte da capital do Estado, a informação sem dúvida é uma valiosa ferramenta
para consolidar a possibilidade de êxito do Projeto de Erradicação do Trabalho
Escravo. Esse trabalho exemplar também é um mecanismo efetivo à valorização
do novo perfil da magistratura brasileira, especialmente dos juízes que aceitam a
missão de levar a Justiça do Trabalho aos lugares mais distantes e menos favore-
cidos, estabelecendo, por meio de ações concretas e efetivas, o elo de confiança
entre a sociedade local e a Justiça do Trabalho.
A juíza Karina Rigato explica que desde a implantação da Vara do Trabalho
de Colniza, que se deu em dezembro de 2011, com início das atividades em janeiro
de 2012, foi verificada a necessidade de divulgar a presença do Poder Judiciário do
Trabalho, sua finalidade institucional, assim como percorrer a vasta extensão terri-
torial que compõe a jurisdição da vara do trabalho, realizando visitas nas empresas
locais e levando palestras com lições de direitos e deveres na relação de trabalho.
“Desde então, traçamos um cronograma e temos visitado, de dois em dois meses,
os distritos de Guariba, Três Fronteiras, as cidades de Aripuanã e Cotriguaçu, e
em cada um desses lugares realizado visitas nos comércios locais, convocando a
população para comparecerem nas palestras”.
Os distritos de Guariba e Três Fronteiras pertencem a Colniza, mas são distan-
tes, respectivamente, 150 km e 370 km desta cidade, em estradas não pavimenta-
das e com precárias condições de trafegabilidade. Neste último distrito sequer há
rede de energia elétrica e de telefonia, detendo população extremamente carente
de tudo, inclusive de infraestrutura básica e da presença do Estado, e com isso
se percebe também a precarização nas relações de trabalho, notadamente pela
informalidade e mão de obra infanto-juvenil. “Entre a primeira e a segunda visita
surpresa feita às serrarias no Distrito de Três Fronteiras, ao menos uma já havia ad-
quirido equipamentos de proteção a todos os trabalhadores, os quais os utilizavam
efetivamente”.
Após as palestras a juíza permanece nos locais para realizar atendimento ao
público em geral, há em alguns casos composições extrajudiciais, como a media-
ção de um conflito coletivo entre uma mineradora local e dezenas de garimpei-
ao final das palestras, um servidor da equipe
fica disponível para realizar atermações, as
quais na maioria das vezes são resolvidas, posteriormente, por meio de conciliações
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
ros; a solução de processos em fase de execução que há
anos se arrastavam mediante audiências de conciliação
in loco. Ainda por ocasião das palestras um servidor da
equipe fica disponível para realizar atermações, as quais
na maioria das vezes posteriormente são resolvidas por
meio de conciliações. “Certa vez, um jurisdicionado de
Três Fronteiras, dentre a 1ª e a 3ª visita, fez a atermação
e alguns meses depois recebeu seu alvará em mãos, pelo oficial de justiça, com
lágrimas nos olhos”.
Esse trabalho de conscientização da população também é realizado na cida-
de-sede de Colniza, inclusive a própria associação comercial solicitou palestra, o
que demonstra a confiança que a sociedade local começa a depositar na Justiça do
Trabalho. “O mais interessante é que dessa reunião surgiram vários convites dos
empregadores, para que levássemos tais informações de conscientização aos em-
pregados dentro das próprias empresas e no horário de trabalho”. A magistrada
acredita que a conscientização é eficaz não só na prevenção, mas também na ces-
sação de grandes mazelas sociais, como o trabalho degradante e trabalho infantil,
umas das mais graves formas de exploração humana. “Temos colhido frutos desse
trabalho, às vezes de forma tímida, outras mais explícitas, e é o que nos revigora
nessa tarefa”.
Comenda São José Operário
Criada a partir da Resolução Administrativa 064/93, a Ordem São José Ope-
rário do Mérito Judiciário do Trabalho tem como objetivo homenagear juristas
eminentes e personalidades nacionais ou estrangeiras que tenham se destacado
por suas atividades em prol da Justiça do Trabalho; ou a ela prestado relevantes
serviços, além de servidores públicos que, por seus méritos funcionais, tenham se
tornado alvo de distinção. Administrada por um conselho, a comenda é constituída
de seis graus: grão-colar, grã-cruz, grande oficial, comendador, oficial e cavaleiro.
Inicialmente a ordem teve duas edições seguidas, em 1994 e 1995, mas depois fi-
cou estipulado que as homenagens seriam a cada dois anos, que se seguiram a par-
tir de 1997, totalizando dez edições até o ano passado, quando foram agraciadas
66 personalidades, entre elas, o governador do Estado, Silval Barbosa. Também
foram homenageados ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), juízes, pro-
curadores, médicos, empresários, deputados e prefeitos dos municípios de Alto
Araguaia, Querência, Sapezal, Sinop, Nova Mutum, Colniza e Peixoto de Azevedo.
Visitas nos locais de trabalho para orientar trabalhadores e empregadores fazem parte da estratégia de redução de conflitos implementada na Vara de Colniza
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
O planeta agradece
As ações relacionadas à preservação ambiental no
TRT/MT tiveram início com o Projeto Reciclar, que foi colo-
cado em prática em 1994 pela Seção de Programas Assisten-
ciais da Diretoria de Recursos Humanos. O objetivo desde o
princípio foi realizar a coleta seletiva de materiais recicláveis
e conscientizar magistrados e servidores sobre a importância
da preservação ambiental. No começo o projeto deu ênfase
às seguintes ações: orientar funcionários terceirizados sobre
os procedimentos relativos à coleta seletiva, promover parce-
ria com empresa de reciclagem para coleta de papel, plástico
e alumínio, divulgar de maneira sistemática informações a ma-
gistrados e servidores, para que eles pudessem fixar quais ma-
teriais seriam destinados à coleta seletiva, compreender melhor
sobre o tempo de decomposição desses materiais na natureza, a
importância de diminuir o consumo de água, energia e insumos, o
impacto de nossas ações na natureza e a importância da participa-
ção de cada um nos cuidados com o planeta.
Outros focos do projeto são as comemorações da Semana do
Meio Ambiente, a valorização e o incentivo dos funcionários tercei-
rizados, com a apresentação dos talentos. O Tribunal inclusive faz
entrega de prêmios aos terceirizados, exposição de artesanatos fei-
tos a partir de materiais recicláveis, distribuição de mudas de árvores
frutíferas e ornamentais. Essas ações que eram desenvolvidas a prin-
cípio sem a égide de uma regulamentação acabaram se multiplicando
e possibilitando a ampliação da consciência e também a participação
por parte de servidores e magistrados. A importância dessa iniciativa se
reflete não apenas na ampliação e instituição oficial das ações de preser-
vação ambiental do Tribunal, como também e, principalmente, na mu-
dança de atitudes de magistrados, servidores e familiares que cada vez
mais se envolvem com a preservação do meio ambiente. Por meio de uma
portaria (TRT GP/DG Nº SGP GP 548/2008), de 23 de setembro de 2008, o
Tribunal deu o primeiro passo na formalização dessa responsabilidade so-
cioambiental, ao constituir a 1ª Comissão de Gestão Ambiental do TRT 23ª
Região, em consonância com a recomendação do CNJ e com as políticas pú-
blicas que visam à formação e recuperação de um ambiente ecologicamente
equilibrado e à conscientização sobre a necessidade de efetiva proteção ao
meio ambiente.
Hoje, as ações socioambientais estão em franca expansão e em busca
constante da sustentabilidade, ou seja, do equilíbrio das esferas ambiental,
social e econômica. O reconhecimento do empenho, preocupação e responsa-
bilidade do TRT/MT para com o meio ambiente, se reflete nas premiações de
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
suas ações socioambientais. Os projetos ‘Óleo Ecológico’ e ‘Vale-Luz’ receberam
os prêmios de 1º e de 2º lugar no Congresso Brasileiro de Educação Corporativa do
Judiciário (Conecjus) 2011. As ações têm se expandido e também compreendem
todas as obras de construção e reforma a partir do projeto Edifício Sustentável.
Para consolidar a política voltada para redução de impactos ambientais negativos,
o Regional editou a Resolução Administrativa 164/2010
contendo delimitação de áreas dos ambientes de traba-
lho e recomendações de cunho socioambiental. Assim, a
elaboração de projetos arquitetônicos e complementa-
res, bem como a execução de qualquer obra, tem como
paradigma o apelo socioambiental. Em todos os casos, a
escolha de materiais, equipamentos e métodos constru-
tivos necessariamente observar as possibilidades de miti-
gação de impactos ambientais.
Em relação à água, a premissa básica é a utilização
do recurso natural de forma sustentável. Para pontos de
consumo que impliquem necessidade de água tratada
(pias, lavatórios, chuveiros), fazer uso de água fornecida
pela concessionária da cidade, mas com a preocupação de
consumo do estritamente necessário. Para pontos que não necessitem de maior
rigor de tratamento (vasos sanitários, pisos, calçadas), utilização prioritária de
água das chuvas, captada do telhado, passando por sistema de tratamento par-
cial e armazenada em cisterna própria. Entre as principais medidas a adotar es-
tão vasos sanitários dotados de caixa acoplada e válvula de descarga que permita
acionamento parcial e total (3 e 6 litros), torneira de acionamento por pressão
com limite de tempo de abertura, caixa d’água sobre o teto exclusiva para armaze-
namento de água para suprir os aparelhos sanitários, com sistema que a abasteça
prioritariamente com água proveniente de chuva.
Economia também de energia elétrica, já que a sua produção envolve a
utilização de recursos retirados da natureza, renováveis ou não, como água pe-
las hidrelétricas, hidrocarbonetos pelas termoelétricas. A mitigação do consumo,
além de reduzir custos, reflete diretamente na redução do consumo de recursos
naturais. As principais medidas a adotar são utilização de sensor de presença para
iluminação de garagens e estacionamentos, iluminação mínima em áreas exter-
nas com desligamento programado (fotocélulas), uso prioritário de lâmpadas
mais eficientes e do tipo LED nas áreas externas sob os beirais, se possível alimen-
A mitigação do consumo, além de reduzir custos, reflete diretamente na redução do
consumo de recursos naturais
O Tribunal investe cada vez mais em ações socioambientais
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
tadas com células fotovoltaicas, o que aproveita luz natural (janelas e jardim de
inverno). Evitar o uso de cortinas, mesmo em locais que não haja incidência direta
do sol, algo que prejudica a iluminação natural, as janelas têm indicação para se-
rem elevadas e dotadas de vidros na cor fumê, divisão da iluminação das salas em
setores (interruptores múltiplos) para permitir que compartimentos como secre-
taria, saguão, gabinete e sala de audiência recebam iluminação artificial apenas
na parte necessária. E ainda sistema de climatização com uso de condicionadores
individuais tipo split-system, com Selo Procel de eficiência energética. A mesma
medida deverá ser observada para os demais equipamentos elétricos. Em rela-
ção ao uso de materiais em geral, sempre que possível substituir madeira por
materiais alternativos e menos impactantes. Toda madeira, inclusive a utilizada
para escoras e formas, deverá ser proveniente de reflorestamento ou de manejo
sustentável e ter certificado de origem.
Vale luz
Desde 2010 o Tribunal participa de um programa do governo de Mato Gros-
so denominado ‘Vale-Luz’. Além do material produzido no âmbito do Tribunal,
magistrados, servidores e jurisdicionados trazem de suas residências vasilhames
de plástico e latas de alumínio que são recolhidos em ‘big bags’ e encaminhados
para reciclagem. O volume de recicláveis produzido é transformado em cupons
para compra de alimentos ou pagamento de energia elétrica de instituições bene-
ficentes assistidas pelo Comitê Pró-Infância. O projeto busca incentivar a atitude
consciente de reciclagem de material potencialmente ofensivo ao meio ambiente.
O projeto foi selecionado e obteve o 2º lugar no Prêmio Nacional de Educação
Corporativa no Judiciário (Pecjus) em 2011, aberto para todo Poder Judiciário, com Ponto de coleta dos materiais recicláveis no TRT/MT
146
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Quantitativos e Valores
Quadro de Coleta Geral (recolhimentos realizados pela Maxvinil)
Coleta Data residências (litros)
restaurante (litros)
Total (litros)
Valor unitário
(r$)
Valor Parcial
(r$)
Ganho ambiental
(milhões litros água)
1/2011 10/6/2011 46 50 96 0,50 48,00 96
2/2011 18/8/2011 118 50 168 0,50 84,00 168
3/2011 11/11/2011 232 50 282 0,50 141,00 282
4/2012 28/2/2012 185 50 235 0,50 117,50 235
premiação durante o Congresso Brasileiro de Educação Corporativa do Judiciário
(Conecjus), realizado na cidade de Goiânia (GO). O funcionamento é simples: a
partir de atitude proativa de magistrados, servidores, jurisdicionados e colabo-
radores do TRT, o material é separado e recolhido das residências e do complexo
trabalhista, acondicionados nos containers instalados no prédio do Fórum Traba-
lhista (térreo) e no prédio administrativo (2º subsolo) e, periodicamente, a empre-
sa de reciclagem Bioterra vem ao Tribunal, realiza a pesagem, emite o cupom de
crédito, carrega e transporta o material. Na empresa, o material é transformado
em matéria-prima para fabricação de eletrodutos e novas embalagens dentro de
rigorosos padrões ambientais.
Óleo ecológico
Em 2011 foi lançado o projeto ‘Óleo Ecológico’, que consiste no recolhimen-
to de óleo de cozinha usado e entregue para empresa parceira, assim ele é trans-
formado em resina, matéria-prima usada na fabricação de tintas. A ação é realiza-
da a partir das atitudes proativas da direção do restaurante instalado no complexo
trabalhista, de magistrados, servidores e colaboradores, que armazenam e entre-
gam o material reciclável em postos de coleta situados no complexo trabalhista. O
óleo usado é armazenado em garrafas PET de 2 litros, trazido das residências para
o TRT e deixado nos pontos de coleta. A Seção de Gestão Operacional realiza a
transferência das garrafas para recipientes de 50 litros. Periodicamente a empresa
parceira Maxvinil recolhe os recipientes cheios e emite um cupom denominado de
‘Vale Óleo Ecológico’. A Seção de Gestão Socioambiental providencia o repasse
dos cupons, que são convertidos em tintas e outros materiais de construção para
aplicação nas instituições beneficentes assistidas pelo Comitê Pró-Infância, segun-
do as necessidades mais prementes de reforma. O projeto foi selecionado e pre-
miado em 1º lugar no Pecjus 2011, é considerado muito relevante, pois o resíduo é
um dos principais responsáveis pelo entupimento de esgotos. Estudos já mostram
que basta um litro de óleo para poluir um milhão de litros de água, o equivalente
ao consumo de uma pessoa por 14 anos.
147
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Papa-pilha e sucata eletrônica
O projeto consiste na coleta seletiva de pilhas em geral e baterias de te-
lefone celular. a ação é importante porque as substâncias químicas presentes
nas pilhas e baterias são altamente tóxicas. Uma pilha comum contém pelo
menos três metais pesados: zinco, chumbo e manganês. a pilha alcalina con-
tém mercúrio. além dos metais pesados, as pilhas e baterias possuem ainda
elementos químicos perigosos, como o cádmio, cloreto de amônia e negro
de acetileno. Todo o material recolhido pelo TRT é trazido das residências,
armazenado em unidades coletoras. inicialmente são seis pontos de co-
leta situados no complexo-sede do Tribunal, que funciona como piloto.
Posteriormente, a previsão é de estender para todas as unidades jurisdi-
cionadas do interior do Estado. Periodicamente, o material é recolhido e
encaminhado para reciclagem ou aterros certificados.
Já o ‘Sucata Eletrônica’ resulta de acordo de cooperação técnica en-
tre o Tribunal e a empresa Recyclart, consiste na correta destinação de
lixo tecnológico como computadores, impressoras, lâmpadas e pilhas.
A reciclagem surge da necessidade de deixar de lançar equipamentos
que possuem substâncias nocivas, como metais pesados, plásticos,
mercúrio e cádmio, no meio ambiente. a empresa parceira usa a tec-
nologia de fim de vida útil, que garante a completa descaracterização
da sucata, com posterior transformação em matéria-prima utilizada
na fabricação de novos produtos. além do material produzido pelo
Tribunal, magistrados, servidores e colaboradores trazem de suas
residências esses resíduos e os depositam nos postos de coleta. a
Seção de Gestão Operacional recolhe as sucatas e as armazena na
Central de recicláveis do TrT23. Periodicamente a recyclart co-
leta o material e emite o pagamento a preço de mercado, que é
repassado ao Comitê Pró-infância.
a pilha alcalina contém mercúrio. além dos metais pesados, as
pilhas e baterias possuem ainda
elementos químicos perigosos, como o cádmio, cloreto de
amônia e negro de acetileno
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
148
Bolsa confeccionada com tubos de pasta de dente
Eco-bolsa
Consiste na coleta de tubos de pasta dental e radiografias para confecção de
bolsas e outros artesanatos. Além de suprir os artesãos de matéria-prima escassa,
promove significativo ganho ambiental, já que o plástico contido nesses materiais
leva mais de 100 anos para se decompor na natureza. Os recicláveis são encami-
nhados para artesãos, que transformam tudo aquilo que iria para o lixo em peças
artesanais. Os resíduos são trazidos por magistrados e servidores de suas residên-
cias. A Seção de Gestão Socioambiental providencia o repasse do material para os
artesãos. A proposta surgiu durante uma feira de artesanato e materiais reciclá-
veis da Semana do Meio Ambiente de 2009, quando a artesã Nely Viana expôs,
pela primeira vez, seus trabalhos feitos com tubo de creme dental e radiografias.
Informados de que cada bolsa necessitava 200 tubos de creme dental para ser
confeccionada e que havia escassez da matéria-prima, a Seção de Gestão Socio-
ambiental iniciou uma pequena campanha de arrecadação do material no Tribu-
nal, em que alguns servidores traziam de casa. Em junho de 2012, a campanha de
arrecadação de tubos de creme dental e radiografias se transformou nesse pro-
jeto, apresentado na Semana do Meio Ambiente, juntamente com o lançamento
de outros projetos de recicláveis destinados à ampla participação de magistrados,
servidores e colaboradores da capital e interior.
Além de suprir os artesãos de matéria-prima escassa, esta ação promove significativo
ganho ambiental, já que o plástico contido nesses materiais leva mais de 100 anos para
se decompor na natureza
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c a p í t u l o 7“Para conseguir a amizade de uma
pessoa digna é preciso desenvolver-mos em nós mesmos as qualidades
que naquela pessoa admiramos ” Sócrates
desafiosA maior vitória é sobre si mesmo
Apesar dos inúmeros avanços e conquistas, a Justiça do Trabalho em Mato
Grosso ainda possui muitos desafios, um deles se refere à barreira geográfica,
já que é um Estado continental, com área de 903.357 km², o terceiro maior do
país (só perde para Amazonas e Pará), três vezes maior que a Itália. Levar Justiça
a toda sua extensão territorial por si só é um grande desafio. E isso o TRT/MT
alcançou entre 2011 e 2012, com a implantação de 12 novas varas. Antes disso,
adotou uma experiência bem sucedida, que eram as varas itinerantes e que auxi-
liava frente à demanda crescente pelos serviços da Justiça do Trabalho. A máxima
‘ir onde o povo está’ será efetivamente possível com as 38 varas, 29 no interior.
Construção
“(...) Subiu a construção como se fosse máquinaErgueu no patamar quatro paredes sólidasTijolo com tijolo num desenho mágicoSeus olhos embotados de cimento e lágrimaSentou pra descansar como se fosse sábadoComeu feijão com arroz como se fosse um príncipeBebeu e soluçou como se fosse um náufragoDançou e gargalhou como se ouvisse músicaE tropeçou no céu como se fosse um bêbadoE flutuou no ar como se fosse um pássaroE se acabou no chão feito um pacote flácidoAgonizou no meio do passeio públicoMorreu na contramão atrapalhando o tráfego (...)”
Chico Buarque
Uma das principais metas é reduzir o tempo de espera dos processos na fase de execução
151
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Outro problema a ser vencido, com apoio incondicional
do CNJ, refere-se à celeridade na prestação jurisdicional,
que é justamente o grande foco no processo de implan-
tação do PJe-JT, que neste ano de 2012 já se estendeu
a tantas varas de Mato Grosso e é seguramente um fato
inédito e marcante.
Apesar de o Tribunal de Mato
Grosso figurar como o único a imple-
mentar as dez metas prioritárias para
todos os 91 tribunais de Justiça do país
em 2010, dando maior celeridade aos
processos demandados, ainda é preci-
so avançar mais. Para isso a instituição
concentrou esforços na conciliação na
fase de execução, com implantação do
Núcleo de Pesquisa Patrimonial e na
conclusão do Banco Nacional de Deve-
dores Trabalhistas, além das ferramen-
tas e metodologias que apoiem a magis-
tratura.
Em seu discurso de posse, o desembargador Tarcísio Régis
Valente falou das diretrizes e desafios de sua gestão, com destaque
para esta área. “Daremos uma atenção especial aos feitos que ador-
mecem nas escrivanias sem efetividade”.
Ele enfatizou ainda a necessidade de uma reforma sindical e es-
pecialmente da imprescindível celeridade que deve pautar o Judiciário
brasileiro. Como parte das ações para enfrentar esse desafio, o TRT/
MT participou ativamente da Semana Nacional da Execução, em junho
de 2012, com a realização de um Leilão Regional, ocasião em que bens
foram penhorados para assegurar o pagamento de direitos trabalhistas
não quitados pelos devedores. Foram leiloados bens imóveis urbanos, ru-
rais, animais, implementos agrícolas, veículos automotores e bens móveis
em geral. Foram utilizados vários instrumentos para acelerar a solução dos
litígios, entre eles, a realização de pesquisas para a identificação de deve-
dores e seus bens, por meio de ferramentas eletrônicas (Bacenjud, Renajud,
Infojud etc.); audiências de conciliação; expedição de certidões de crédito
e reavaliação de processos que estavam em arquivo provisório por falta de
bens a serem penhorados.
Para auxiliar em tantas empreitadas, o Tribunal lançou mão, ainda em
2008, de uma proposta inovadora, que é o planejamento estratégico. A partir
dele fez adequações no quadro de servidores e magistrados até chegar a um
ponto como hoje, satisfatório. Conta atualmente com sede própria para o Tri-
bunal e até o final de 2013 para todos os fóruns do interior. Simultaneamente
Cerimônia de implantação de 100% das varas de trabalho no PJe em Cuiabá. No mesmo evento foi inaugurada a segunda Vara do Trabalho de Várzea Grande já integrada ao sistema
152
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
tem sido desenvolvido um programa de capacitação de servidores. A cada ano os
eventos e recursos para capacitação são ampliados. Em 2012, o orçamento dessa
área foi triplicado em relação ao ano anterior.
Em regiões mais ricas, como de Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sapezal,
a mudança cultural tem sido surpreendente, os próprios prefeitos e líderes do
setor produtivo se esforçaram para realizar adequações, tanto que foram eles a
pleitear a instalação das varas do trabalho. O objetivo agora é ‘exportar com selo
verde’, a partir de uma proposta de agricultura moderna e por isso vale a pena
ter os órgãos fiscalizadores como parceiros. Sorriso e Lucas do Rio Verde, por
exemplo, construíram os prédios e doaram à União, com obras dentro do padrão
do TRT/MT.
Um desafio e tanto é reduzir os índices de acidente de trabalho nos vários
setores produtivos, principalmente porque Mato Grosso tem atualmente a pior si-
tuação do país em acidentes de trabalho, com 20 mortes por ano para cada 100 mil
habitantes. Os dados foram apresentados pelo presidente do TST, ministro João
Para auxiliar em tantas empreitadas, o Tribunal lançou mão, ainda em 2008,
de uma proposta inovadora, que é o planejamento estratégico
O Tribunal realizou seu planejamento estratégico antes de o CNJ instituí-lo em 2009
153
TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
Oreste Dalazen, durante o lançamento do programa Trabalho Seguro em Mato
Grosso. O setor da construção civil no Estado é o que mais tem vítimas fatais, se-
guido dos frigoríficos e das madeireiras. A cada ano pelo menos 31 mil acidentes
são registrados na indústria, principalmente por quedas e choques.
Trabalho Seguro
Contribuir para a redução do número de acidentes de trabalho é também
um desafio da Justiça do Trabalho. Mato Grosso figura como o estado com o maior
índice de óbitos relacionados ao ambiente de trabalho por número de habitante.
São registradas anualmente 20 mortes para cada 100 mil habitantes. Atento a essa
questão, o TRT/MT instituiu no início de 2012 o Grupo de Trabalho Interinstitucio-
nal da 23ª Região (Getrin 23), integrado à Rede Nacional de Prevenção.
Como primeira atividade, o Getrin realizou o Ato Público pelo Trabalho Segu-
ro em maio de 2012 nas obras do Estádio Arena Pantanal, em Cuiabá, com a par-
ticipação de cerca de 700 trabalhadores, patrões e autoridades. Foram exibidos
vídeos de conscientização da prevenção de acidentes, shows com artistas locais
sobre o tema e distribuição de material educativo.
As atividades começaram às 8 horas com um café da manhã para os traba-
lhadores e demais participantes, seguido de apresentação de shows com artistas
e comediantes locais, vídeos de conscientização da importância da prevenção e a Evento nacional reuniu autoridades nas obras da Arena Pantanal, em Cuiabá, em maio de 2012
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TRT Mato Grosso - 20 Anos de Justiça Social
fala de autoridades ressaltando a necessidade de cada um fazer a sua parte para
reduzir o número crescente de mortes e lesões decorrentes de acidentes de tra-
balho. O ato público teve apoio das Secretarias Estaduais da
Copa do Mundo (Secopa) e de Trabalho e Assistência Social
(Setas), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ordem dos
Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT), Federa-
ção das Indústrias em Mato Grosso (Fiemt), Sindicato dos
Trabalhadores da Construção Civil da Baixada Cuiabana
e Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho em
Mato Grosso (Amatra 23). O ato foi organizado pelo TST,
Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), Tribunal
Regional do Trabalho da 23ª Região (TRT-MT) e instituições
públicas e privadas.
Apesar dos discursos sobre o ‘custo Brasil’, o TRT/MT
não se posiciona favorável a revisões na CLT que excluam
de forma vertical os direitos consagrados aos trabalhado-
res. Porém observa que os altos tributos incidentes sobre o
pagamento são, por outro lado, pesados aos empresários,
que, na tentativa de driblá-los, acabam se vendo estimu-
lados a contratações terceirizadas e até quarteirizadas.
Diante desse novo quadro, os magistrados da Justiça do
Trabalho se veem impelidos a estar atentos. Mas que não
se confunda o papel da Justiça com o do Ministério do Tra-
balho, vinculado ao Poder Executivo, ou mesmo o Ministé-
rio Público do Trabalho (MPT). Não cabe ao juiz fiscalizar,
mas seu papel tem mudado muito nos últimos anos. Hoje ele não fica restrito aos
gabinetes. Nos municípios mais distantes, como Colniza e Confresa, por exemplo,
os magistrados participam ativamente ministrando palestras nas varas de cidada-
nia sobre direitos, atuam na conscientização da população.
‘Juiz do Trabalho: Sempre ao seu lado’. Este é o nome da campanha lançada
este ano pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Ana-
matra) para mostrar o que já acontece, sobre a acessibilidade que o cidadão tem
em relação ao juiz do Trabalho. A intenção é fortalecer cada vez mais esse vínculo.
O TRT/MT aderiu a campanha e tem promovido atividades para conscientização
dos trabalhadores e empregadores sobre a importância do Judiciário Trabalhista,
que é uma justiça essencialmente social, já que pacifica relações e conflitos entre
capital e trabalho. O planejamento de estar presente em todo o Estado, desenvol-
ver de forma pioneira o PJe-JT, combater o trabalho análogo ao de escravo e os
acidentes de trabalho, bem como levar informações sobre direitos e deveres à po-
pulação exigiu adequações no quadro de pessoal. O Tribunal promoveu a realiza-
ção do 19º concurso para magistrado, com aprovação de 12 novos juízes. Também
festeja a posse de cerca de 200 servidores que participaram do último certame
realizado em 2011, com mais de 64 mil inscritos.
O programa "Trabalho Seguro" tem como objetivo reduzir o número de acidentes de trabalho em Mato Grosso
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“Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para
a gente é no meio da travessia” João Guimarães Rosa
c a p í t u l o 8
Parcerias de sucessoGigantes em prol da justiça social
A história do TRT/MT não seria a mesma sem citar os seus parceiros, aqueles
que participaram em inúmeros projetos e com isso contribuíram com os avanços
sociais. A Caixa é um desses parceiros. O Tribunal facilita o acesso dos trabalha-
dores à justiça, enquanto o banco atua como agente financeiro arrecadador dos
depósitos judiciais, precatórios, RPV com zelo e transparência, além de tornar o
processo de execução de decisões e acordos na Justiça do Trabalho mais ágil, pres-
tar serviços de Certificação Digital no âmbito do TST e TRTs de todo o Brasil. A
implantação do Alvará Eletrônico, por meio de tecnologia desenvolvida pela Caixa,
representa um grande avanço. O documento é assinado digitalmente e enviado à
Caixa para conferência, protocolo, armazenamento e pagamento ao beneficiário
em qualquer agência do país. A informação do pagamento é enviada por meio
eletrônico à vara do trabalho, o que também ocorre com o depósito judicial ele-
trônico, utilizado plenamente em diversos TRTs, e é obtido nos sites dos tribunais
e da Caixa.
Outros parceiros de peso são o Ministério Público do Trabalho (MPT) em
Mato Grosso, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mato Grosso, a Federação
da Indústria em Mato Grosso (Fiemt), o Senai/MT, o Comitê Multi-Institucional do
Sistema Judicial de Mato Grosso, entidade criada em abril de 2011, e é composta
pela Justiça Estadual e do Trabalho, Ministério Público, Secretaria de Estado de
Justiça e Direitos Humanos, Procuradoria-Geral, Defensoria Pública, OAB/MT, As-
sociação Mato-Grossense de Magistrados e Escola Superior da Magistratura do
Estado.
A mídia também tem se mostrado grande parceira, em especial a TV Assem-
bleia e a TV Centro América (afiliada da Rede Globo). Na primeira delas é veiculado
o programa semanal Trabalho em Revista e, na segunda, vídeos institucionais sem
nenhum custo em diversas ocasiões com orientações e prestação de serviço à co-
munidade.
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Referências bibliográficas
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TESSARO, Ivan (presidente da Amatra 23). Entrevista concedida em 15.08.2012.
VALENTE, Tarcísio Régis (Desembargador-presidente). Entrevistas concedidas em
06.08.2012 e 15.08.2012.
DiSCurSOS
BENATAR, Roberto (Desembargador)
CALVO, Leila Conceição da Silva (Desembargadora)
COUTO, Osmair (Desembargador)
SOUZA, João Carlos Ribeiro de (Desembargador)
SOUZA, Maria Berenice Carvalho Castro (Desembargadora)
VALENTE, Tarcísio Régis (Desembargador-Presidente)
inTErnET
www.trt23.gov.br. Página oficial do TRT 23ª Região (Ícones: Notícias – Comunica-
ção Social, Consultas e Institucional).
http://www.youtube.com/trt23oficial. Entrevistas no Canal do TRT de Mato Gros-
so no Youtube (Comunicação Social).
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