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[2011] Evidenciação Das Informações Dos Tributos Sobre o Lucro Pelas Companhias Listadas No Novo Mercado

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[2011] Evidenciação Das Informações Dos Tributos Sobre o Lucro Pelas Companhias Listadas No Novo Mercado

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    8 Congresso USP de Iniciao Cientfica em Contabilidade

    So Paulo/SP 28 e 29 julho de 2011

    Evidenciao das informaes dos tributos sobre o lucro pelas Companhias listadas no Novo Mercado da BOVESPA

    Alexandre Garcia Querquilli Universidade de So Paulo

    Roberta Carvalho de Alencar Universidade de So Paulo

    RESUMO

    Com o processo de convergncia das normas contbeis Brasileiras aos padres internacionais de contabilidade, as empresas Brasileiras esto passando a refletir esses novos conceitos e critrios em suas contabilidades. Dentre as vrias normas inseridas nesse processo, est o Pronunciamento que trata dos Tributos sobre o Lucro CPC 32, o qual traz mudanas significativas, principalmente nos aspectos inerentes a divulgao. O presente trabalho tem como objetivos: (1) analisar se as 104 Companhias listadas no novo mercado da BOVESPA anteciparam a adoo do CPC 32 na elaborao das suas demonstraes contbeis relativas ao exerccio encerrado em 2009 e o grau de conformidade das divulgaes com o requerido na norma; (2) Comparar as exigncias das normas contbeis atuais com os itens de divulgao requeridos pelo CPC 32; e (3) Verificar se as empresas constantes da amostra atenderam aos requisitos de divulgao das normas em vigor. Os resultados mostram que apenas 5 das 104 Companhias decidiram pela divulgao antecipada do CPC 32, bem como revelam deficincias em relao s divulgaes atualmente exigidas, notadamente no item de divulgao que trata da explicao do relacionamento entre a despesa tributria e o lucro contbil, que no foi evidenciado por 24% das empresas consideradas na amostra.

    1. INTRODUO Com a publicao da Lei n. 11.638/2007, em 28 de dezembro de 2007, aps longa

    discusso no Legislativo com o Projeto de Lei n 3.741/2000, o processo de convergncia das normas contbeis Brasileiras para os padres internacionais de contabilidade efetivamente ganhou momento. A referida Lei dispe que as normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM) devero ser elaboradas em consonncia com os padres internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobilirios.

    Para tornar esse processo vivel, fora criado, em 2005, pelo Conselho Federal de Contabilidade, o Comit de Pronunciamentos Contbeis -CPC. De acordo com o art. 3. da Resoluo CFC n. 1.055/2005, o CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emisso de pronunciamentos tcnicos sobre procedimentos de contabilidade e a divulgao de informaes dessa natureza, para permitir a emisso de normas pela entidade reguladora brasileira, visando centralizao e a uniformizao do seu processo de produo, levando sempre em conta a convergncia da Contabilidade Brasileira aos padres internacionais.

    Assim, os diversos pronunciamentos tcnicos emitidos pelo CPC at o momento foram sistematicamente recepcionados pela CVM e pelo Conselho Federal de Contabilidade-CFC. O processo de emisso e de aprovao dos pronunciamentos tcnicos deve ser finalizado em 2010, de modo que as normas contbeis Brasileiras estejam plenamente convergentes com os padres internacionais de contabilidade.

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    Dentre os pronunciamentos tcnicos emitidos pelo CPC, temos o Pronunciamento Tcnico n. 32 (CPC 32), que emite orientaes sobre a mensurao, o reconhecimento e a evidenciao dos tributos sobre o lucro. O CPC 32 tem correlao com o International Accounting Standard n 12 (IAS 12) emitido e aprovado pelo International Accounting Standard Board - IASB.

    O CPC 32 foi aprovado pela CVM atravs da Deliberao n 599/2009. Assim, a aplicao do CPC 32 torna-se obrigatria para as Companhias por aes de capital aberto aos exerccios encerrados a partir de dezembro de 2010 e s demonstraes financeiras de 2009 a serem divulgadas em conjunto com as demonstraes de 2010 para fins de comparao. Alm disso, tanto a CVM quanto o CFC incentivam a adoo antecipada do CPC 32.

    Anteriormente publicao do CPC 32, os rgos autorizados a emitir normas contbeis no Brasil, alm da prpria Lei n 6.404/76 (Lei das SAs), j haviam determinado orientaes tcnicas acerca dos tributos sobre o lucro. Nesse contexto, as seguintes so as principais normas contbeis existentes no Brasil sobre o tema:

    Norma Brasileira de Contabilidade Tcnica n 19.2 (NBC-T 19.2) emitida pelo CFC atravs da Resoluo CFC n 998, de 21 de maio de 2004;

    Norma de Prticas Contbeis n 25 (NPC 25) aprovada pelo Instituto Brasileiro dos Contadores -IBRACON em maio de 1998;

    Deliberao CVM n 273/1998; e Instruo CVM n 371/2002. Uma das mudanas mais relevantes promovidas pelo CPC 32 em relao s normas

    contbeis antecessoras que o CPC 32 exige a divulgao mais ampla de informaes relativas aos tributos sobre o lucro. Tais divulgaes eram parcialmente requeridas pelas normas contbeis anteriores.

    Alm das sociedades por aes, a Lei n. 11.638/2007 tambm prev que as Sociedades consideradas de grande porte tambm devem atender as disposies da Lei das SAs, no que se refere a escriturao e a elaborao das demonstraes financeiras, bem como a obrigatoriedade de possuir auditoria independente por auditor registrado na Comisso de Valores Mobilirios.

    Em junho de 2001, a BOVESPA instituiu um segmento de listagem negociao de aes de empresas que, voluntariamente, se comprometeram com a adoo de novas prticas de Governana Corporativa adicionalmente ao que vem sendo exigido pela legislao societria brasileira em vigor.

    Dentre essas novas prticas, est a obrigatoriedade de divulgar demonstraes financeiras ou demonstraes consolidadas, conforme previsto nos padres internacionais de contabilidade (IFRS) ou nas normas contbeis geralmente aceitas nos Estados Unidos da Amrica (USGAAP). Alternativamente, as Companhias listadas no segmento do novo mercado tambm podem divulgar a ntegra das demonstraes financeiras, relatrio da administrao e notas explicativas, elaboradas de acordo com a legislao societria brasileira, acompanhadas de nota explicativa adicional que demonstre a conciliao do resultado do exerccio e do patrimnio lquido apurados segundo os critrios contbeis brasileiros e segundo os padres internacionais IFRS ou USGAAP, conforme o caso, evidenciando as principais diferenas entre os critrios contbeis aplicveis.

    Leonel CarlosMatria-Prima

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    Assim, seria esperado que as Companhias listadas no novo mercado da BOVESPA passassem a adotar antecipadamente as normas internacionais de contabilidade, para fins de elaborao e divulgao de suas demonstraes contbeis do exerccio social de 2009.

    O presente trabalho tem como objetivo analisar se as Companhias listadas no novo mercado da BOVESPA anteciparam a adoo do CPC 32 na elaborao das suas demonstraes contbeis do exerccio social de 2009, bem como se elas evidenciaram adequadamente em suas demonstraes contbeis consolidadas as informaes requeridas por esse pronunciamento contbil.

    Adicionalmente, realizou-se uma comparao entre as normas atuais de divulgao e o CPC 32, analisando-se o nvel de divulgao feito pelas empresas em relao ao que j exigncia atual.

    A importncia dessa anlise reside no fato de que as normas que regem o reconhecimento, mensurao e divulgao dos tributos sobre o lucro so consideradas complexas e extensivas, principalmente no que se refere ao reconhecimento de ativos e passivos fiscais diferidos.

    Corroborando essa afirmao, os relatrios publicados desde 2002 pelo Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), comit regulamentador das normas contbeis nos EUA, mostram reiteradamente diversas falhas materiais (material weakness) nas demonstraes contbeis publicadas nesse pas no que se refere ao reconhecimento e evidenciao contbil dos tributos sobre o lucro.

    Tendo em vista que o processo de convergncia contbil no Brasil para os padres internacionais recente, falhas na divulgao e apresentao dessas informaes potencialmente sero comuns nesse processo de transio. Desta forma, a identificao antecipada dessas eventuais discrepncias poder trazer contribuies para que as demonstraes contbeis de exerccios futuros passem a ser reportadas adequadamente.

    2. FUNDAMENTAO TERICA O processo de convergncia das normas de contabilidade brasileiras s normas

    internacionais de contabilidade International Financial Reporting Standards - IFRS colocou o Brasil no rol dos pases que adotam ou que esto em processo de adoo das normas do IFRS.

    Do ponto de vista do desenvolvimento das ditas normas internacionais, essas ganharam momento quando a Comisso Europia decidiu, em 2001, pela adoo das normas internacionais de contabilidade International Accounting Standards (IAS) emitidas at ento pelo International Accounting Standards Committee (IASC) como a base para preparao das demonstraes financeiras das empresas abertas da Comunidade Europia. Essa deciso coincidiu com a reestruturao do IASC e a criao do International Accounting Standards Board (IASB).1

    A partir de ento, as normas internacionais de contabilidade passaram a ser revisadas pelo IASB, que emitiu novas normas e interpretaes (IFRS e IFRIC), sendo que essas passaram a ser adotadas pelas Sociedades de capital aberto europias.

    Atualmente, as normas internacionais de contabilidade so adotadas por mais de uma centena de pases, dentre esses os que compem a Unio Europia, China e Austrlia. Alm desses, vrias outras jurisdies esto em processo de convergncia desse modelo no futuro prximo, como o caso, por exemplo, dos EUA, Canad, Japo, ndia, e do prprio Brasil,

    1FIPECAFI; Ernst & Young. Manual de Normas Internacionais de Contabilidade. Atlas, 2009 introduo

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    cujo processo de implementao das normas contbeis internacionais, atravs dos pronunciamentos emitidos pelo Comit de Pronunciamentos Contbeis -CPC e recepcionados pela Comisso de Valores Mobilirios - CVM e pelo Conselho Federal de Contabilidade -CFC est previsto para ocorrer para as demonstraes contbeis encerradas em 2010.

    A convergncia das normas contbeis coincide com o processo de globalizao, tendo como foco o aumento de captaes de recursos internacionais e a reduo de barreiras comerciais entre as naes. Isso, pois como as normas internacionais contbeis tm como foco central o atendimento das necessidades de informaes para os investidores externos, no que tange a preparao das demonstraes financeiras, a adoo de uma norma contbil internacional passa a facilitar o processo de anlise e comparao das empresas entre diversos pases. Assim, como os usurios tm a expectativa de que as informaes financeiras sejam relevantes confiveis, objetivas e comparveis em nvel internacional.2

    No que se diz respeito aos aspectos contbeis de mensurao, reconhecimento e evidenciao dos tributos sobre o lucro, a publicao do CPC 32 Tributos sobre o Lucro, introduz uma srie de mudanas em relao s normas contbeis at ento vigentes no Brasil.

    Alm das potenciais mudanas que envolvem o processo de mensurao e de reconhecimento, na apresentao e na evidenciao que se encontram as mais significativas mudanas que as empresas brasileiras, que passaro a adotar o referido CPC, devero observar.

    Martins e Broedel (2005) citam estudos importantes realizados por alguns pesquisadores (Leuz e Verrechia, 2000; Botosan 1997; Sengupta, 1998), que avaliaram empiricamente a influncia dos padres de evidenciao nos atributos financeiros das empresas. A teoria bsica da economia da informao sugere que nveis maiores de informao reduzem o custo de capital das empresas, tanto em termos do nvel geral como do relacionado assimetria de informao. Os resultados iniciais apresentados por esses estudos sugerem que existe forte e significante relao entre a qualidade da informao contbil e a reduo do custo de capital.

    Haja vista que as demonstraes contbeis preparadas sob o modelo IFRS so orientadas com base em princpios (principles-based) em detrimento da abordagem baseada em regras (rules-based), tradicionalmente adotada no Brasil at ento, a adequada evidenciao das demonstraes contbeis passa a ser central nesse novo ambiente empresarial no Brasil.3

    2.1 Informaes requeridas para divulgao O apndice 1 relaciona as informaes a serem evidenciadas pelas Companhias, que

    so requeridas pelo CPC 32. O pronunciamento lista 26 itens de divulgao. As normas Brasileiras de contabilidade antecessoras ao CPC 32 exigiam as seguintes

    informaes, para fins de divulgao: a) Montante dos impostos corrente e diferido registrados no resultado, patrimnio lquido, ativo e passivo; b) Natureza, fundamento e expectativa de prazo para realizao de cada ativo e obrigao fiscal diferido;

    2 DELOITTE. Normas Internacionais de Contabilidade. Atlas, 2006, pg. 1

    3 FIPECAFI; Ernst & Young. Op. Cit. pg. 10-14

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    c) Efeitos no ativo, passivo, resultado e patrimnio lquido decorrentes de ajustes por alterao de alquotas ou por mudana na expectativa de realizao ou liquidao dos ativos ou passivos diferidos; d) Montante das diferenas temporrias e dos prejuzos fiscais no utilizados para os quais no se reconheceu contabilmente um ativo fiscal diferido, com a indicao do valor dos tributos que no se qualificaram para esse reconhecimento; e) Conciliao entre o valor debitado ou creditado ao resultado de imposto de renda e contribuio social e o produto do resultado contbil antes do imposto de renda multiplicado pelas alquotas aplicveis, divulgando-se tambm tais alquotas e suas bases de clculo; f) Natureza e montante de ativos cuja base fiscal seja inferior ao seu valor contbil. Ainda, a CVM atravs da Deliberao n 371/2002, exige das companhias abertas a

    divulgao das seguintes informaes adicionais em nota explicativa: a) Estimativa das parcelas de realizao do ativo fiscal diferido, discriminadas ano a ano para os primeiros 5 (cinco) anos e, a partir da, agrupadas em perodos mximos de 3 (trs) anos, inclusive para a parcela do ativo fiscal diferido no registrada que ultrapassar o prazo de realizao de 10 (dez) anos; b) Efeitos decorrentes de eventual alterao na expectativa de realizao do ativo fiscal diferido e respectivos fundamentos; e c) No caso de companhias recm-constitudas, ou em processo de reestruturao operacional ou reorganizao societria, descrio das aes administrativas que contribuiro para a realizao futura do ativo fiscal diferido. O propsito da elaborao do apndice foi comparar e confirmar a amplitude das

    exigncias de divulgao previstas no CPC 32 em relao s normas contbeis antecessoras. De acordo com o CPC 32, temos, pelo menos, 26 diferentes itens de divulgao enquanto que o conjunto das normas contbeis pretritas exigiam 9 itens de divulgao. Da percebe-se claramente que o CPC 32 exige a evidenciao de muito mais informaes que as normas contbeis antecessoras.

    Ainda, podemos perceber que sete dos nove itens de divulgao requeridos pelas normas contbeis Brasileiras predecessoras tambm esto contidos no CPC 32. Entretanto, o CPC 32 no contempla duas informaes contidas naquelas normas, quais sejam: natureza e montante de ativos cuja base fiscal seja inferior ao seu valor contbil e evidenciao das aes administrativas que contribuiro para a realizao futura do ativo fiscal diferido, na hiptese de companhias recm constitudas, ou em processo de reestruturao operacional ou reorganizao societria.

    Kronbauer, Rojas e Souza (2007) ressaltam que as exigncias contidas no IAS 12, e conseqentemente no CPC 32, so bem mais amplas e se cumpridas podem melhorar a qualidade de informao. Entretanto, os autores afirmam que as evidenciaes requeridas pelas normas brasileiras pretritas so suficientes para propiciar o entendimento da realidade da empresa.

    De acordo com Lopes (2008), de todos os itens de divulgao requeridos pelas normas contbeis que versam acerca dos tributos sobre lucros, a explicao do relacionamento entre a despesa (receita tributria) e o lucro contbil a principal evidncia exigida, pois essa reconciliao permite aos usurios compreender quando a relao entre as despesas tributria e o lucro no usual, bem como quais fatores afetaram essa relao que podem ser desde isenes e incentivos tributrios, despesas permanentemente indedutveis, compensao de prejuzos fiscais cujo ativo fiscal diferido no fora reconhecido, ou ainda, o efeito das

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    alquotas estrangeiras, dentre outros. Lopes ainda destaca que um aspecto interessante que a reconciliao deve contemplar tanto os tributos correntes como os diferidos.

    Essa informao relevante ao usurio externo, pois a adequada evidenciao da reconciliao entre o lucro tributvel e o lucro contbil pode revelar ao usurio externo quais os principais instrumentos de planejamento tributrio empregados pela Administrao da Companhia relativamente aos tributos sobre o lucro, principalmente aqueles instrumentos que promovem a diminuio na alquota efetiva dos tributos sobre o lucro da entidade.

    Outro aspecto a ser considerado est relacionado a apresentao dos tributos diferidos nas demonstraes contbeis. De acordo com o pargrafo 56 do CPC 26 Apresentao das Demonstraes Contbeis, os impostos diferidos ativos (passivos) no devero ser classificados como ativos circulantes (passivos circulantes). As normas contbeis antecessoras permitiam a classificao da parcela dos impostos diferidos ativos (passivos) para o circulante em momento apropriado.

    3. METODOLOGIA A pesquisa foi elaborada tendo como referncia o trabalho de Lopes (2008), cujo

    objetivo foi analisar o nvel de evidenciao das informaes tributrias pelas instituies financeiras em face da convergncia para as normas internacionais. Neste trabalho procurou-se testar a seguinte hiptese: a evidenciao das demonstraes financeiras consolidadas pelos bancos brasileiros de capital aberto em 2006 atende pelo menos 50% dos itens previstos pelo IAS 12.

    Esse trabalho foi elaborado em um momento em que o processo de convergncia das normas brasileiras de contabilidade s normas internacionais ainda encontrava-se em estgio embrionrio. Alm disso, o CPC 32 ainda no havia sido recepcionado pela CVM e pelo CFC. Ademais, o Banco Central do Brasil, rgo regulador das instituies financeiras, ainda no recepcionou o CPC 32 para as demonstraes contbeis individuais, apesar de exigir que essas publiquem as suas demonstraes contbeis consolidadas com base no padro IFRS a partir de 2010.

    Dessa forma, a revisitao do tema bastante oportuna, pois como a exigncia por parte dos rgos reguladores das Companhias listadas no novo mercado da BOVESPA reconhecidamente acentuada, no que se refere ao grau de transparncia e de divulgao das demonstraes contbeis publicadas, os resultados da anlise dessa amostra poderiam antecipar potenciais problemas que possam ocorrer em decorrncia da adoo do CPC 32, bem como pode-se identificar se as Companhias j vinham observando os critrios de evidenciao previstos pelas normas contbeis pretritas.

    Aliado ao trabalho de Lopes (2008), utilizamos como referencial na proposta de pesquisa os pronunciamentos contbeis vigentes at 2009, tais como: NBC-T 19.2 e NPC 25, alm do prprio CPC 32. O objetivo foi realizar um acompanhamento desses pronunciamentos, de modo a identificar quais evidncias so exigidas para fins de divulgao nas demonstraes contbeis das informaes relativas aos tributos sobre o lucro.

    Na coleta das informaes, foram utilizadas as Demonstraes Financeiras Padronizadas -DFP, no formato legislao societria, das Companhias listadas no Novo Mercado relativas ao exerccio social encerrado em 31 de dezembro de 2009 e 31 de maro de 2010. A coleta dessas demonstraes contbeis foi efetuada no site da Comisso de Valores Mobilirios ou nos sites das Companhias objeto da pesquisa. Foram extradas as informaes

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    divulgadas pelas Companhias em suas demonstraes contbeis consolidadas, em especial de suas notas explicativas.

    Assim, a metodologia empregada nesta pesquisa teve enfoque predominantemente qualitativo. Para Sampieri (2006, pag. 5) o enfoque qualitativo, em geral, utilizado para descobrir e refinar as questes de pesquisa. Com freqncia esse enfoque est baseado em mtodos de coleta de dados sem medio numrica, como as descries e as observaes. Tendo em vista que a pesquisa tambm compreende a coleta e tabulao de informaes, bem como a anlise de dados, h tambm aspectos quantitativos utilizados no processo de preparao da pesquisa.

    A anlise dos dados foi feita com base na elaborao de planilhas que compilaram as informaes exigidas pelas normas contbeis objeto de estudo (CPC 32) e as comparou com o efetivamente divulgado pelas Companhias objeto da pesquisa.

    3.1 Amostra objeto da anlise

    Conforme mencionado, foram utilizadas as demonstraes contbeis consolidadas das Companhias listadas no novo mercado da BOVESPA para fins de anlise. Em 31 de dezembro de 2009 haviam 106 empresas listadas no novo mercado. Desse total, foram analisadas 104 demonstraes contbeis. Ficaram de fora da anlise duas Companhias, sendo que uma estava em estgio pr-operacional e a outra optou pela tributao da renda com base no regime do Lucro Presumido, portanto, o CPC 32 no seria aplicvel nessas situaes.

    As 104 empresas includas na anlise fazem parte de uma gama bastante variada de setores e segmentos industriais, os quais se destacam: construo civil, incorporao e administrao imobiliria, agronegcios, varejo, servios financeiros e servios laboratoriais.

    Apesar da expectativa inicial dessas Companhias reconhecerem antecipadamente, para o exerccio social de 2009, os efeitos contbeis e de divulgao dos vrios pronunciamentos emitidos em 2009, apenas 5 das 104 companhias analisadas efetivamente reconheceram antecipadamente no ano de 2009 os efeitos decorrentes da publicao desses pronunciamentos contbeis, dentre esses o CPC 32.

    Para dar prosseguimento a pesquisa, procurou-se identificar itens de divulgao que fossem comuns tanto ao CPC 32 quanto para as normas contbeis antecessoras, descrito no item 3.2 abaixo.

    3.2 Informaes para divulgao requeridas pelo CPC 32

    O prprio Apndice 1 lista as informaes requeridas pelo CPC 32 para divulgao dos tributos sobre o lucro nas demonstraes contbeis das entidades. Como mencionado anteriormente, o apndice tambm compara quais informaes para divulgao j eram exigidas pelos pronunciamentos contbeis pretritos.

    Apesar das vrias informaes elencadas pelo CPC 32, as entidades no necessariamente estariam sujeitas a divulg-las integralmente, pois algumas dessas poderiam no ser aplicveis considerando a realidade da Companhia. Para tanto, foram selecionados alguns itens de divulgao que naturalmente deveriam estar presentes na maioria das notas explicativas publicadas, pois a maioria desses j era exigida pelas normas contbeis predecessoras. Abaixo, segue tabela com os itens de divulgao selecionados para anlise:

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    Item Descrio 1 Evidenciao em separado da despesa (receita) tributria corrente. 3 Evidenciao em separado do valor da despesa (receita) com tributo

    diferido relacionado com a origem e a reverso de diferenas temporrias. 11 Explicao do relacionamento entre a despesa (receita) tributria e o lucro

    contbil. 13 Valor dos ativos e passivos fiscais diferidos reconhecidos no balano

    patrimonial para cada perodo apresentado. 16 Valor da receita ou despesa fiscal diferida reconhecida no resultado, se esta

    no evidente a partir das alteraes nos valores reconhecidos no balano. 22 A entidade deve divulgar o valor do ativo fiscal diferido e a natureza da

    evidncia que comprova o seu reconhecimento, quando: A utilizao do ativo fiscal diferido depende de lucros futuros tributveis superiores aos lucros advindos da reverso de diferenas temporrias tributveis existentes.

    Com base nos itens de divulgao selecionados na tabela acima, foi elaborado um diagnstico com o objetivo de identificar se as Companhias listadas no novo mercado em 2009 evidenciaram tais itens apropriadamente. A expectativa dos resultados obtidos nessa anlise que parcela significativa da amostra pesquisada tenha evidenciado regularmente os itens de divulgao selecionados, pois como comentados anteriormente, alm desses itens serem parte das informaes inerentes aos tributos sobre o lucro, as normas contbeis antecessoras j requeriam a sua evidenciao em nota explicativa.

    4. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS Antes de iniciar a apresentao das anlises realizadas, um fato que chamou a ateno

    no processo de pesquisa foi a escassa padronizao das informaes objeto de divulgao dos tributos sobre o lucro. Uma das explicaes para essa falta de padronizao que os pronunciamentos contbeis anteriores no continham exemplificaes sobre como elaborar as notas explicativas acerca dos tributos sobre o lucro. Essa deficincia poderia ter sido eliminada, pois o IAS 12, em seu apndice B, incluiu exemplos ilustrativos de como certos itens de divulgao deveriam ser evidenciados. Os itens de divulgao exemplificados no IAS 12 so:

    Os principais componentes da despesa (receita) tributria que devem ser divulgados separadamente (itens 1 a 3 do Anexo 1); Os tributos diferido e corrente somados relacionados com os itens que so debitados ou creditados diretamente no patrimnio lquido (item 9 do Anexo 1); Explicao do relacionamento entre a despesa (receita) tributria e o lucro contbil (item 11 do Anexo 1); e Explicao das alteraes nas alquotas aplicveis de tributos comparadas com o perodo contbil anterior (item 12 do Anexo 1); Entretanto, esses exemplos ilustrativos no foram includos no Apndice B do CPC

    32. Como poder ser visto abaixo, quando se analisa especificamente alguns itens objeto de divulgao, percebe-se que uma possvel explicao para a no aderncia de parcela significativa das Companhias objeto de pesquisa pode ser atribuda a falta de padronizao.

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    No diagnstico elaborado, verificou-se a frequncia dos itens de divulgao evidenciados em cada Companhia, como segue:

    Quadro 1 Itens Divulgados Companhias Frequncia

    relativa Frequncia

    relativa acumulada

    0 a 3 6 5,77% 5,77% 4 19 18,27% 24,04% 5 27 25,96% 50,00% 6 52 50,00% 100,00%

    Total 104 100,00%

    De acordo com os testes realizados, das 104 demonstraes contbeis analisadas, 52 Companhias evidenciaram todos os 6 itens de divulgao listados na seo 3.2, o que corresponde a 50% da amostra pesquisada. Ainda, 98 Companhias evidenciaram pelo menos 4 dos 6 itens de divulgao selecionados. Isso equivale a 94,23 % da amostra empregada. Desta forma, podemos perceber que as Companhias listadas no novo mercado em sua grande maioria divulgaram os itens entendidos como crticos para uma razovel evidenciao das informaes relativas aos tributos sobre o lucro.

    Contudo, em uma anlise mais detalhada, pode-se constatar que parcela significativa das Companhias objeto da amostra no evidenciou adequadamente certos itens de divulgao, conforme quadro 2, que segue:

    Quadro 2 Item/Descrio 1 3 11 13 16 22

    Evidenciou 97 98 79 82 91 85

    No Evidenciou 7 6 25 22 13 19

    Total 104 104 104 104 104 104

    Evidenciou 93,27% 94,23% 75,96% 78,85% 87,50% 81,73% No Evidenciou 6,73% 5,77% 24,04% 21,15% 12,50% 18,27%

    Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

    De acordo com o quadro 2, 24,04% da amostra no evidenciou adequadamente a explicao do relacionamento entre a despesa (receita) tributria e o lucro contbil. Essa explicao pode ser feita com base em uma das duas seguintes formas:

    Conciliao numrica entre despesa (receita) tributria e o produto do lucro contbil multiplicado pelas alquotas aplicveis de tributos, evidenciando tambm as bases sobre as quais as alquotas aplicveis de tributos esto sendo computadas; ou

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    Conciliao numrica entre a alquota mdia efetiva de tributos e a alquota aplicvel, divulgando tambm a base sobre a qual a alquota aplicvel de tributo computada. Apesar da CVM j exigir das Companhias a divulgao dessa conciliao numrica,

    na anlise constatou-se que 25 Companhias no divulgaram ou evidenciaram de forma inadequada referido item. Para aquelas empresas que evidenciaram de forma inadequada, as principais razes foram:

    A conciliao numrica empregada teve como base a despesa corrente de imposto sobre o lucro e no a despesa total (corrente mais diferido); e Divulgao de um sumrio que partia do lucro contbil at a base de clculo do imposto de renda corrente. Essa falha poderia ter sido mitigada se o CPC 32 inclusse exemplos ilustrativos sobre

    como as entidades deveriam divulgar certos itens de evidenciao, especificamente essa conciliao numrica.

    Conforme comentado na seo 2.1, a adequada evidenciao da reconciliao entre o lucro tributvel e o lucro contbil permite ao usurio da informao identificar quais os principais instrumentos de planejamento tributrio adotados pela Administrao da Companhia, principalmente aqueles que promovam o decrscimo da alquota efetiva dos tributos sobre o lucro da entidade. Na anlise das entidades que evidenciaram adequadamente essa reconciliao, constatou-se o seguinte:

    45 Companhias (56,96% da amostra) utilizaram o pagamento ou crdito dos juros sobre o capital prprio como instrumento de planejamento tributrio para diminurem as suas alquotas efetivas; 30 Companhias (37,97% da amostra) utilizaram incentivos fiscais previstos pela legislao, tais como: lucro da explorao, incentivos de P&D previstos pela Lei n 11.196/2005, Programa de alimentao ao trabalhador, etc. como instrumento para diminurem as suas alquotas efetivas. Um fato interessante sobre a evidenciao da explicao do relacionamento entre a

    despesa (receita) tributria e o lucro contbil que na totalidade das demonstraes contbeis que a divulgaram adequadamente, optou-se por demonstrar essa explicao tendo como base a conciliao entre despesa (receita) tributria e o produto do lucro contbil multiplicado pelas alquotas aplicveis de tributos. Em nenhuma demonstrao contbil a conciliao foi evidenciada tendo como referncia a alquota mdia efetiva de tributos e a alquota aplicvel.

    Ainda, o quadro 2 mostra que 21,15% das demonstraes contbeis pesquisadas no evidenciaram adequadamente o valor dos ativos e passivos fiscais diferidos reconhecidos no balano patrimonial para cada perodo apresentado. Esse percentual de no aderncia passa a ser significativo, pois a CVM j exigia que os tributos diferidos fossem evidenciados separadamente no balano patrimonial das Companhias.

    O quadro 2 tambm revela que 18,27% das demonstraes contbeis no evidenciaram adequadamente a realizao do ativo fiscal diferido reconhecido na hiptese da utilizao desse ativo fiscal diferido depender de lucros tributveis futuros. O no cumprimento desse item de divulgao em 19 demonstraes contbeis da amostra tambm se mostra significativo, pois a CVM j emitira procedimentos, atravs da Instruo CVM n 371/02, de mensurao e de divulgao do registro contbil do ativo fiscal diferido decorrente de diferenas temporrias e de prejuzos fiscais.

    A situao acima preocupante, pois a Instruo prescreve que o estudo tcnico que suporta o registro contbil do ativo fiscal diferido deve ser examinado e aprovado pelo conselho fiscal e aprovado pela Administrao da Companhia. Alm disso, o auditor

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    independente tambm deve avaliar a adequao dos procedimentos para a constituio e a manuteno do ativo fiscal diferido, inclusive no que se refere s premissas utilizadas para a elaborao e atualizao do estudo tcnico de viabilidade que o suporta.4

    A importncia disso est no fato de que essas Companhias poderiam estar potencialmente super estimando os saldos de ativo fiscal diferido reconhecidos em suas demonstraes contbeis, haja vista que parte desse imposto diferido ativo poderia ser considerado no realizvel e, portanto, no seria passvel de ser registrado contabilmente.

    No que se refere a apresentao dos valores de ativo e passivo fiscal diferido nas demonstraes contbeis objeto de anlise, observou-se que apenas 14 empresas (13,46% da amostra) decidiram pela sua classificao apenas em grupo de ativos e passivos no circulantes. Assim, 90 empresas (86,54% da amostra) optaram pelo desmembramento do ativo e passivo fiscal diferido em grupo de circulante (curto prazo) e no-circulante (longo prazo).

    A permanncia dessa forma de apresentao ainda est intimamente relacionada ao fato da grande maioria das Companhias no terem optado pela antecipao da adoo do CPC para o exerccio social de 2009. Entretanto, para as demonstraes contbeis emitidas a partir de 2010, a reclassificao do ativo e passivo fiscal diferido reconhecido para o grupo de no circulante ser requerida.

    5. CONCLUSES O presente trabalho constatou que, ao contrrio do que se esperava inicialmente,

    apenas 5 das 104 Companhias listadas no Novo Mercado das Bovespa efetivamente anteciparam a adoo dos Pronunciamentos Contbeis emitidos pelo CPC e recepcionados pela CVM e pelo CFC no decorrer do ano de 2009. Considerando esse fato, o trabalho teve como objetivo analisar se as Companhias pesquisadas evidenciaram adequadamente certos itens de divulgao entendido como mais relevantes, no sentido de proporcionar ao usurio externo um razovel entendimento da realidade da Companhia no que se refere aos tributos sobre o lucro.

    Na anlise constatou-se que 52 das 104 Companhias evidenciaram todos os itens de divulgao selecionados. Ainda, 98 das 104 Companhias evidenciaram pelo menos 4 dos 6 desses itens. Desta forma, podemos perceber que as Companhias listadas no novo mercado em sua grande maioria divulgaram os itens entendidos como crticos para uma razovel evidenciao das informaes relativas aos tributos sobre o lucro.

    Entretanto, em uma anlise mais detalhada, constatou-se que parcela significativa das Companhias falhou na divulgao dos seguintes itens:

    Explicao do relacionamento entre a despesa (receita) tributria e o lucro contbil; Valor dos ativos e passivos fiscais diferidos reconhecidos no balano patrimonial para cada perodo apresentado; e A entidade deve divulgar o valor do ativo fiscal diferido e a natureza da evidncia que comprova o seu reconhecimento, quando: A utilizao do ativo fiscal diferido depende de lucros futuros tributveis superiores aos lucros advindos da reverso de diferenas temporrias tributveis existentes. Uma possvel explicao em relao falha na divulgao dos itens acima seria a falta

    de exemplificao ilustrativa de como tais itens deveriam ser evidenciados, principalmente a explicao do relacionamento entre a despesa (receita) tributria e o lucro contbil. Apesar do

    4 Cf. Instruo CVM n 371/2002, artigo. 4 e 5

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    IAS 12 ter includo esses exemplos em seu apndice B, quando da elaborao do CPC 32, esses no foram includos nesse pronunciamento.

    Alm disso, 18,27% da amostra pesquisada no divulgaram adequadamente evidncias que comprovem a realizao do ativo fiscal diferido reconhecido na hiptese da utilizao desse ativo fiscal diferido depender de lucros tributveis futuros. Essa situao preocupante, pois a CVM j prescrevera procedimentos e exigiu que as Companhias tivessem preparado estudo tcnico que suporte o registro contbil do ativo fiscal diferido, sendo que tal estudo deve ser examinado e aprovado pelo conselho fiscal e aprovado pela Administrao da Companhia, bem como deve ser avaliado pelo auditor independente quando da preparao da sua opinio.

    Com relao a apresentao das demonstraes contbeis, constatou-se que apenas 13,46% das empresas pesquisadas decidiram por classificar os tributos diferidos apenas em grupos de ativos e passivos no circulantes. Portanto, a grande maioria das Companhias ainda optou pelo desmembramento do ativo e passivo fiscal diferido em grupo de circulante (curto prazo) e no-circulante (longo prazo). Essa forma de apresentao ainda est intimamente relacionada ao fato da esmagadora maioria das Companhias no terem optado pela antecipao da adoo do CPC para o exerccio social de 2009. Entretanto, para as demonstraes contbeis emitidas a partir de 2010, a reclassificao do ativo e passivo fiscal diferido reconhecido para o grupo de no circulante ser requerida.

    6. Referncias BRASIL, Lei n n 6.404/76. Lei das Sociedades por aes. Presidncia da Repblica. Braslia, DF, 1976. _______, Lei n 11.638/07, 28 de dezembro de 2007. Presidncia da Repblica. Braslia, DF, 2007. CALDEIRA, Luciano Marques. Impactos dos tributos sobre a renda na gerao de valor das empresas. Um estudo comparativo internacional. 1. Volume FEA/T336.2^C146.i CANELLOS, Peter C., and Edward D. Klinbord. Disclosure book-tax differences. Tax notes (August 12, 2002) pages 999-1001 CARVALHO, L. Nelson; Lemes Sirlei; Costa, Fbio Moraes da Costa. Contabilidade Internacional. So Paulo. Atlas, 2006. COMISSO DE VALORES MOBILIRIOS. Deliberao n 273. So Paulo, 1998. _______________. Instruo n 371. So Paulo, 2002. _______________. Deliberao n 599. So Paulo, 2009 DELOITTE. Normas Internacionais de Contabilidade.- IFRS. So Paulo: Atlas, 2006. FABRETTI, Ludio Camargo. Contabilidade tributria. 8. Ed. So Paulo: Atlas, 2003. FIPECAFI; Ernst & Young. Manual de Normas Internacionais de Contabilidade. 2. Edio. So Paulo: Atlas, 2009 HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade. So Paulo: Atlas, 1999. IASB International Accounting Standard Board. International Financial Reporting Standards. (IFRSs) 2009. Londres: IASCF, 2009.

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    KRONBAUER, C.A..; ROJAS, J.M..; SOUZA, M.A Tratamento Contbil dos Tributos sobre o Lucro. Revista de Informao Contbil - ISSN 1982-3967 - Vol. 3, n. 1, p. 58-88, Jan-Mar/2009 LOPES, Tatiana. A evidenciao das informaes tributrias pelas instituies financeiras em face da convergncia para as normas internacionais. Dissertao de Mestrado, 2008. MARTINS, Eliseu e LOPES Alexsandro Broedel. Teoria da Contabilidade Uma nova abordagem. So Paulo: Atlas, 2005 MIRANDA, Vanessa Lopes Miranda. Impacto da adoo das IFRSs em indicadores econmico-financeiros de bancos em alguns pases da Unio Europia. Dissertao de Mestrado, 2008. NICCIO, Carlos Nogueira e QUERQUILLI, Alexandre Garcia. Mudanas nas regras contbeis, experincias internacionais e a relativa neutralidade do Regime Tributrio de Transio. Artigo em Aspectos Tributrios da Nova Lei Contbil Lei 11.638/07. Coordenado por FERNANDES, Edison Carlos e Peixoto, Marcelo Peixoto. So Paulo: MP Editora, 2010. WEFFORT, Elionor Farah Jreige. O Brasil e a harmonizao contbil internacional. So Paulo: Atlas, 2005

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    APNDICE 1 Item CPC 32

    Pargrafo Descrio NBC-

    T.19.2 NPC

    25 Del.CVM

    273/98 79 Divulgar separadamente os seguintes

    componentes da despesa (receita) tributria:

    1 80(a) Despesa (receita) tributria corrente 2 80(b) Quaisquer ajustes reconhecidos no perodo

    para o tributo corrente de perodos anteriores.

    3 80(c) Valor da despesa (receita) com tributo diferido relacionado com a origem e a reverso de diferenas temporrias.

    4 80(d) Valor da despesa (receita) com tributo diferido relacionado com as alteraes nas alquotas do tributo ou com a imposio de novos tributos.

    5 80(e) Valor dos benefcios provenientes de prejuzo fiscal no reconhecido previamente, crdito fiscal ou diferena temporria de perodo anterior, o qual utilizado para reduzir a despesa tributria corrente.

    6 80(f) Valor do benefcio de prejuzo fiscal, crdito fiscal ou diferena temporria no reconhecida previamente de perodo anterior, o qual utilizado para reduzir a despesa com tributo diferido.

    7 80(g) Despesa com tributo diferido proveniente da baixa, ou reverso de baixa anterior, de ativo fiscal diferido de acordo com item 56.

    8 80(h) Valor da despesa (receita) tributria relacionada quelas alteraes nas polticas e aos erros contbeis que esto includos em lucros ou prejuzos de acordo com Pronunciamento Tcnico CPC 23 Polticas Contbeis, Mudana de Estimativa e Retificao de Erro, porque tais valores no podem ser contabilizadas retrospectivamente.

    9 81(a) Tributos diferido e corrente somados relacionados com os itens que so debitados ou creditados diretamente no patrimnio lquido.

    10 81(ab) Valor do tributo sobre o lucro relacionado a cada componente de outros resultados abrangentes

    81(c) Explicao do relacionamento entre a despesa (receita) tributria e o lucro contbil em uma ou em ambas as seguintes formas:

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    11 81(c.i) Conciliao numrica entre despesa (receita) tributria e o produto do lucro contbil multiplicado pelas alquotas aplicveis de tributos, evidenciando tambm as bases sobre as quais as alquotas aplicveis de tributos esto sendo computadas; ou

    11 81(c.ii) Conciliao numrica entre a alquota mdia efetiva de tributo e a alquota aplicvel, divulgando tambm a base sobre a qual a alquota aplicvel de tributo computada

    12 81(d) Explicao das alteraes nas alquotas aplicveis de tributos comparadas com o perodo contbil anterior

    13 81(e) Valor (e a data de expirao, se houver) das diferenas temporrias dedutveis, prejuzos fiscais no utilizados, e crditos fiscais no utilizados para os quais nenhum ativo fiscal diferido est sendo reconhecido no balano patrimonial

    14 81(f) Valor total das diferenas temporrias associadas com investimento em controladas, filiais e coligadas e participaes em empreendimentos sob controle conjunto (joint ventures), em relao s quais os passivos fiscais diferidos no foram reconhecidos

    81(g) Com relao a cada tipo de diferena temporria e a cada tipo de prejuzos fiscais no utilizados e crditos fiscais no utilizados

    15 81(g.i) Valor dos ativos e passivos fiscais diferidos reconhecidos no balano patrimonial para cada perodo apresentado.

    16 81(g.ii) Valor da receita ou despesa fiscal diferida reconhecida no resultado, se esta no evidente a partir das alteraes nos valores reconhecidos no balano

    81(h) Com relao a operaes descontinuadas, a despesa tributria relacionada a:

    17 81(h.i) Ganho ou perda com a descontinuidade. 18 81(h.ii) Resultado das atividades ordinrias

    (operacionais) da operao descontinuada para o perodo, juntamente com os valores correspondentes a cada perodo anterior apresentado.

    19 81(i) Valor dos efeitos tributrios de dividendos aos scios da entidade que foram propostos ou declarados antes das demonstraes contbeis terem sido autorizadas para emisso, mas no esto reconhecidos como

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    passivo nas demonstraes contbeis. 20 81(j) Se a combinao de negcios na qual a

    entidade a adquirente causa alterao no valor reconhecido do seu ativo fiscal diferido pr-aquisio (ver item 67), o valor daquela alterao.

    21 81(k) Se os benefcios do tributo diferido adquiridos em combinao de negcios no so reconhecidos na data da aquisio, mas so reconhecidos aps a data da aquisio (ver o item 68), uma descrio do evento ou alterao nas circunstncias que causaram o reconhecimento dos benefcios do tributo diferido.

    82 A entidade deve divulgar o valor do ativo fiscal diferido e a natureza da evidncia que comprova o seu reconhecimento, quando:

    22 82(a) A utilizao do ativo fiscal diferido depende de lucros futuros tributveis superiores aos lucros advindos da reverso de diferenas temporrias tributveis existentes.

    23 82(b) A entidade tenha sofrido prejuzo quer no perodo corrente quer no perodo precedente na jurisdio fiscal com o qual o ativo fiscal diferido est relacionado.

    24 82A Nas circunstncias descritas no item 52A, a entidade deve divulgar a natureza dos potenciais efeitos do tributo sobre o lucro que resultariam do pagamento de dividendos aos seus scios. Alm disso, a entidade deve divulgar os valores dos efeitos potenciais do tributo sobre o lucro facilmente determinveis, e se existem quaisquer efeitos potenciais do tributo sobre o lucro que no sejam facilmente determinveis.

    25 87 As entidades so encorajadas a divulgar os valores dos passivos fiscais diferidos no reconhecidos porque os usurios da demonstrao contbil podem considerar tais informaes teis.

    26 87A O item 82A exige que a entidade divulgue a natureza dos efeitos potenciais do tributo sobre o lucro que resultariam do pagamento de dividendos aos seus scios. A entidade divulga as caractersticas importantes dos sistemas de tributao e os fatores que afetam o valor dos potenciais efeitos fiscais dos dividendos.