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Atlântico Expresso Fundado por Victor Cruz - Director: Américo Natalino de Viveiros - Director-Adjunto: Santos Narciso - 14 de Julho de 2014 - Ano: XVI - N.º 85713 - Preço: 0,90 Euro - Semanário “INFELIZMENTE APARECEM ANIMAIS MAL TRATADOS NA CLÍNICA” HÁ DEZOITO JOVENS COM DEFICIÊNCIA MENTAL À PORTA DA INSTITUIÇÃO Espírito de Verão Nota de Abertura pág.s 2 e 3 pág.s 2 e 3 AURORA SOCIAL DIZ-SE DE MÃOS E PÉS ATADOS Ponta Delgada acaba de viver mais uma edição das Grandes Festas do Divino Espírito Santo. Contestadas por alguns, politizadas por outros, o certo é que se impuseram como um grande cartaz da cidade e do concelho em que é possível aliar religião, cultura, recreio, folclore e turismo, numa mistura saudável e duradoura. Exemplo disso foi o momento alto que se viveu na passada quinta-feira com a abertura solene das festas, com uma conferência na igreja de São Sebastião, Matriz de Pon- ta Delgada, proferida pelo grande comunicador que é o Pa- dre António do Rego, precisamente sobre o Espírito Santo nas diversas dimensões da sua celebração. Associada a esta conferência esteve a homenagem que a comunidade da Matriz prestou àquele Padre, pelos seus 50 anos de ministério e esteve um grande momento cul- tural de quase uma hora com a Banda Militar dos Açores acompanhada de um grupo de alunos do Conservatório Re- gional. Um concerto memorável, com reportório escolhido a dedo, intenso, vibrante, entusiasmante e magistralmente interpretado por músicos e cantores. Tudo “prata da casa”. Como muitas vezes temos de- fendido. Mas tudo com um nível fora de série, a orgulhar quem organizou e que foi anfitrião do acontecimento, neste caso, a Paróquia da Matriz. Templo completamente cheio, mas acima de tudo uma assistência participativa, atenta e com ares de quem estava a gostar e a viver um aconteci- mento único. Único não será, porque, muitas vezes e em outras cir- cunstâncias, um pouco por todas estas ilhas, temos vivido momentos culturais intensos que importa valorizar e reter. Essencialmente porque a raiz popular dos acontecimentos deve ser entendida e vivida por quem tem responsabilida- des na matéria. Por sinal, na mesma ocasião foi lançado o livro “António Rego – A Ilha e o Verbo”, da autoria de outro grande comunicador, Paulo Rocha, que o autor destas linhas teve a honra de apresentar, e numa das passagens desse livro, o Padre-jornalista afirma que “há matérias em que o povo é sábio e os sábios são ignorantes”. De facto, quem não souber tirar as devidas lições das vivências popu- lares acaba por ser atropelado por elas. Combater a superfi- cialidade cultural, hoje denominada de “pimba” não passa apenas por menosprezar tal tipo de produto. Passa acima de tudo por proporcionar formas diferentes e mais profundas de arte, música e recreio, com a certeza de que a sabedoria popular acaba por a elas aderir. É este o verdadeiro espírito de Verão que deveria ser vivido nas nossas ilhas, cuja riqueza cultural, artística e religiosa dispensa importações, por vezes de gosto duvi- doso e muito caras, ofendendo o esforço que aqui se faz para manter e formar as novas gerações nos caminhos da cultura. Foi lindo ver o Conservatório de Ponta Delgada, com a sua directora, Ana Paula Andrade ali presente, brilhar e ombrear com os músicos profissionais e talentosos da Ban- da Militar, de onde saem tantos maestros para as nossas filarmónicas regionais. Uma lição a reter e, de uma forma especial, um meio de ligar as instituições culturais e artís- ticas à população, porque a cultura deve ser servida como prato principal do progresso, em qualquer domínio. Prontos a criticar, é bom que se realcem estas inicia- tivas. O regresso das pessoas aos centros históricos passa também por ocasiões como esta e como algumas outras que se realizam e merecem ser encaradas não como despesa, mas como investimento, cujo valor fica aqui, nas ilhas e se estende na impressão que de nós pode levar quem nos visita. Este deve ser o espírito que anima o Verão que é curto mas podemos tornar rico! Santos Narciso VETERINÁRIO MARCO MELO pág. 12 pág. 12 O Director Clínico da Clínica Veteriná- ria do Paim revela “que o abandono animal continua a ser um estigma da mentalidade latina”, e que infelizmente “continuamos a ver animais abandonados nas nossas ruas e os canis municipais superlotados, quer se- jam com animais doentes, abandonados ou indesejáveis”. FÍSICO JÁCOME ARMAS GANHA PRÉMIO “INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NOS AÇORES ESTÁ POR DESENVOLVER” pág. 10 pág. 10 Jácome Armas recebeu o “Genius Prize”, atribuído pela imprensa científica dinamarquesa, pelo conceito “Science and Cocktails”, que une ciência, vida nocturna e arte. Tem um percurso internacional e conta o que significa para ele tal galardão. Refere que vê o prémio como uma indicação por parte de órgãos institucionais que o projec- to que criou há cinco anos atrás deve con- tinuar a ser desenvolvido, isto é, o prémio serve como um elemento motivacional. Diz pensar que o facto do prémio ter-lhe sido atribuído por ter estabelecido um projecto de uma forma independente significa que as instituições funcionam e são capazes de reconhecer métodos originais e alternativos que ainda não fazem parte dos cânones da comunicação da ciência.

2014 07 14

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Atlântico ExpressoFundado por Victor Cruz - Director: Américo Natalino de Viveiros - Director-Adjunto: Santos Narciso - 14 de Julho de 2014 - Ano: XVI - N.º 85713 - Preço: 0,90 Euro - Semanário

“INFELIZMENTEAPARECEM ANIMAIS MAL TRATADOS NA CLÍNICA”

HÁ DEZOITO JOVENSCOM DEFICIÊNCIA MENTAL À PORTA DA INSTITUIÇÃO

Espírito de Verão

Nota de Abertura

pág.s 2 e 3pág.s 2 e 3

AURORA SOCIAL DIZ-SE DE MÃOS E PÉS ATADOS

Ponta Delgada acaba de viver mais uma edição das Grandes Festas do Divino Espírito Santo. Contestadas por alguns, politizadas por outros, o certo é que se impuseram como um grande cartaz da cidade e do concelho em que é possível aliar religião, cultura, recreio, folclore e turismo, numa mistura saudável e duradoura.

Exemplo disso foi o momento alto que se viveu na passada quinta-feira com a abertura solene das festas, com uma conferência na igreja de São Sebastião, Matriz de Pon-ta Delgada, proferida pelo grande comunicador que é o Pa-dre António do Rego, precisamente sobre o Espírito Santo nas diversas dimensões da sua celebração.

Associada a esta conferência esteve a homenagem que a comunidade da Matriz prestou àquele Padre, pelos seus 50 anos de ministério e esteve um grande momento cul-tural de quase uma hora com a Banda Militar dos Açores acompanhada de um grupo de alunos do Conservatório Re-gional. Um concerto memorável, com reportório escolhido a dedo, intenso, vibrante, entusiasmante e magistralmente interpretado por músicos e cantores.

Tudo “prata da casa”. Como muitas vezes temos de-fendido. Mas tudo com um nível fora de série, a orgulhar quem organizou e que foi anfi trião do acontecimento, neste caso, a Paróquia da Matriz. Templo completamente cheio, mas acima de tudo uma assistência participativa, atenta e com ares de quem estava a gostar e a viver um aconteci-mento único.

Único não será, porque, muitas vezes e em outras cir-cunstâncias, um pouco por todas estas ilhas, temos vivido momentos culturais intensos que importa valorizar e reter. Essencialmente porque a raiz popular dos acontecimentos deve ser entendida e vivida por quem tem responsabilida-des na matéria. Por sinal, na mesma ocasião foi lançado o livro “António Rego – A Ilha e o Verbo”, da autoria de outro grande comunicador, Paulo Rocha, que o autor destas linhas teve a honra de apresentar, e numa das passagens desse livro, o Padre-jornalista afi rma que “há matérias em que o povo é sábio e os sábios são ignorantes”. De facto, quem não souber tirar as devidas lições das vivências popu-lares acaba por ser atropelado por elas. Combater a superfi -cialidade cultural, hoje denominada de “pimba” não passa apenas por menosprezar tal tipo de produto. Passa acima de tudo por proporcionar formas diferentes e mais profundas de arte, música e recreio, com a certeza de que a sabedoria popular acaba por a elas aderir.

É este o verdadeiro espírito de Verão que deveria ser vivido nas nossas ilhas, cuja riqueza cultural, artística e religiosa dispensa importações, por vezes de gosto duvi-doso e muito caras, ofendendo o esforço que aqui se faz para manter e formar as novas gerações nos caminhos da cultura.

Foi lindo ver o Conservatório de Ponta Delgada, com a sua directora, Ana Paula Andrade ali presente, brilhar e ombrear com os músicos profi ssionais e talentosos da Ban-da Militar, de onde saem tantos maestros para as nossas fi larmónicas regionais. Uma lição a reter e, de uma forma especial, um meio de ligar as instituições culturais e artís-ticas à população, porque a cultura deve ser servida como prato principal do progresso, em qualquer domínio.

Prontos a criticar, é bom que se realcem estas inicia-tivas. O regresso das pessoas aos centros históricos passa também por ocasiões como esta e como algumas outras que se realizam e merecem ser encaradas não como despesa, mas como investimento, cujo valor fi ca aqui, nas ilhas e se estende na impressão que de nós pode levar quem nos visita.

Este deve ser o espírito que anima o Verão que é curto mas podemos tornar rico!

Santos Narciso

VETERINÁRIO MARCO MELO

pág. 12pág. 12

O Director Clínico da Clínica Veteriná-ria do Paim revela “que o abandono animal continua a ser um estigma da mentalidade latina”, e que infelizmente “continuamos a

ver animais abandonados nas nossas ruas e os canis municipais superlotados, quer se-jam com animais doentes, abandonados ou indesejáveis”.

FÍSICO JÁCOME ARMAS GANHA PRÉMIO

“INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NOS AÇORES ESTÁ POR

DESENVOLVER”

pág. 10pág. 10

Jácome Armas recebeu o “Genius Prize”, atribuído pela imprensa científi ca dinamarquesa, pelo conceito “Science and Cocktails”, que une ciência, vida nocturna e arte. Tem um percurso internacional e conta o que signifi ca para ele tal galardão. Refere que vê o prémio como uma indicação por parte de órgãos institucionais que o projec-to que criou há cinco anos atrás deve con-

tinuar a ser desenvolvido, isto é, o prémio serve como um elemento motivacional. Diz pensar que o facto do prémio ter-lhe sido atribuído por ter estabelecido um projecto de uma forma independente signifi ca que as instituições funcionam e são capazes de reconhecer métodos originais e alternativos que ainda não fazem parte dos cânones da comunicação da ciência.

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014 Atlântico Expresso 2 Entrevista

18 jovens com defi ciência mental

em lista de espera para frequentar

a Aurora Social

Cristina Amaral (à direita na foto) é presidente da direcção da Aurora Social, instituição que este ano comemora 20 anos de existência. Com trinta utentes, e na sua lotação máxima – sem possibilidade de crescimento – a Aurora Social enfrenta um grande dilema:

como e quando poderá acolher os 18 jovens com defi ciência mental que aguardam um lugar na instituição. Um problema social sem solução há vista para pais e para a sociedade em geral.

Instituição diz-se de mão e pés atados

Há quanto tempo existe a vossa institui-ção e que trabalho tem desenvolvido junto da sociedade micaelense?

Nós surgimos em 1994, fi zemos 20 anos este ano, como associação de pais porque com a ex-tinta escola de educação especial nos Açores os pais fi caram de um momento para o outro sem ter onde colocar os seus fi lhos ou dar uma con-tinuidade de formação, do percurso que vinham fazendo. De um momento para o outro fi caram sem qualquer apoio. Daí que se tenham constitu-ído e constituíram a instituição para que a insti-tuição fosse capaz de preencher as necessidades dos seus fi lhos, dar uma continuidade formativa de aprendizagem, de integração, de desenvolvi-mento de competências, porque é uma institui-ção que apoia pessoas com defi ciência mental e precisam de apoio continuado e em casa haveria certamente um retrocesso. Foi assim que nasceu a instituição.

Ao longo destes anos diversas coisas foram acontecendo, durante uns tempos fomos entida-de acreditada na área da formação, uma vez que os nossos utentes não conseguiam frequentar o ensino normal, nós conseguimos acreditação para dar formação adaptada, formação mais vi-rada para as competências profi ssionais, para o desenvolvimento de competências laborais, e então demos formação em diversas áreas.

Foi dada formação na área da cozinha, re-prografi a, lavandaria e hortofl oricultura. Desta formação resultou que alguns elementos so-bressaíram, conseguiram desenvolver e ganhar mais competências e surgiu a oportunidade de integrá-los na própria instituição como colabo-radores. Havia um programa na altura, em 1999, que possibilitou que essa integração fosse feita e nós integramos 5 utentes na instituição como funcionários. Desses 5 temos 4 actualmente e que estão afectos à área da cozinha e um deles à reprografi a.

Desta integração surgiu a necessidade de produção e começamos a produzir não só inter-namente para dar as refeições aos nossos utentes, porque temos um lote de 30 utentes, mas depois começamos a tentar rentabilizar já que tínhamos o espaço. Na altura também concorremos a fun-dos comunitários para equipamento da cozinha, ao abrigo do projecto LIDER+, conseguimos um projecto de fi nanciamento para equipar a cozi-nha e depois a instituição sentiu a necessidade de rentabilizar os recursos que tinha e houve uma viragem para o exterior. Começamos a produzir para fora, porque de acordo com o acordo de co-operação que temos com a segurança social, que cobre os custos dos utentes que são puramente ocupacionais, que não desenvolvem actividades, mas deixa de fora a outra parte, os que estão na

área produtiva. Nós não conseguimos ter um apoio à área produtiva, temos apenas o apoio à área ocupacional. Daí que a área de reprografi a e principalmente da cozinha se tenha intensifi cado e nós tenhamos feito um esforço para desenvol-ver o mais possível, no sentido de angariar re-ceita para cobrir os custos internos que tínhamos com a integração dos funcionários que acrescem ao quadro de cooperação que temos com a segu-rança social. Depois disto não podemos parar, te-mos de produzir, tentar acompanhar o mercado, instituir regras de higiene, todos os normativos que são aplicados à área da cozinha, temos de seguir tudo à risca, temos tido as vistorias onde nos vão alertando do que é preciso porque nem sempre temos noção de quando saem novos normativos. Temos o apoio da Cresaçores com os técnicos especializados que vêm cá dar forma-ção e cada vez mais a área da cozinha tornou-se uma valência quase independente mas que tem de substituir forçosamente para poder pagar os ordenados das pessoas que integrou inicialmente e que não têm apoio de outra forma.

Tem dado os frutos necessários para sub-sistir?

Tem sido muito difícil e ainda mais nesta al-tura de restrições a todos os níveis, de crise eco-nómica acentuada. Costumo dizer que andamos sempre com a corda ao pescoço.

Mas porque os apoios do governo foram reduzidos ou é porque não há procura?

O apoio do governo, da segurança social, manteve-se para a área ocupacional. A área produtiva não tem apoio. Como não tem apoio e deixámos de ter receitas, por exemplo, tínha-mos um apoio quando dávamos formação por-que eram cursos fi nanciados e deixámos de ter essa receita. Na reprografi a fazíamos as encader-nações do Diário da República, que passaram a ser electrónicos o que diminuiu bastante, menos uma receita. Com a crise económica a cozinha oscila muito, não temos receita fi xa. A receita advém principalmente de um conjunto de refei-ções diárias que fazemos para o exterior mas são refeições de carácter económico, os chamados pratos do dia, que não são sufi cientes para garan-tir a sustentabilidade de uma cozinha em funcio-namento. De vez em quando temos solicitações para festas, coffe break, jantares mas são coisas esporádicas que não têm carácter de regularidade.

Daí que não há uma estabilidade na instituição. É com muito esforço que conseguimos manter os postos de trabalho, temos apoio de fornecedores que nos vão fl exibilizando ao nível de créditos e temos uma série de compromissos que queremos cumprir e fazemos todo o esforço para cumprir. Mas tem sido uma gestão difícil, estamos neste momento a tentar rever o acordo porque temos pagamentos que estão um pouco atrasados, mas a situações fi nanceira é sempre muito apertada.

Ao nível da cozinha, quantas pessoas tra-balham na cozinha?

São cinco pessoas. Depois há um que presta algum apoio porque está designado para os ser-viços de catering e avança na confecção da co-zinha e garante os serviços todos exteriores que temos.

A cozinha funciona quantos dias por se-mana, que refeições elabora, a quem está aberto, quem pode comprar?

Qualquer pessoa pode comprar na nossa co-zinha. A cozinha está aberta ao público, em ter-mos de horário temos um horário de abertura ao público em termos de serviços administrativos das 8h30 às 17h30 temos os serviços administra-tivos abertos para poderem fazer as encomendas. Não obstante, fazemos serviços aos fi ns-de-se-mana e feriados porque sabemos que uma co-zinha sobrevive quando os outros se divertem e têm festas. É quando temos mesmo de trabalhar. Se ligar para fazer uma encomenda a um sábado ou a um domingo não estamos abertos, mas se o fi zer durante a semana a cozinha poderá laborar e labora os 7 dias da semana e o horário é elabo-rado nesse sentido.

Porque na cozinha eles trabalham por turnos. Sempre que há um evento maior ou uma enco-menda maior tem de se ajustar o funcionamento da cozinha ao dia da semana e à quantidade de trabalho.

São senhoras de que média de idades?É um misto. Temos a responsável pela co-

zinha que tem 58 anos e os restantes elementos mais novos, à volta dos 30.

São pessoas com algum tipo de defi ciên-cia?

Três estão integrados com defi ciência na área da cozinha e um na área da reprografi a.

Como é que as pessoas fazem para enco-

Segunda-feira, 14 de Julho de 20143Entrevista Atlântico Expresso

mendar? Tem de ser com muita antecedên-cia?

Ultimamente as pessoas ligam quase de vés-pera.

Têm notado que há mais gente a enco-mendar ou menos?

É por alturas. Temos alturas da Páscoa que tem sempre mais pessoas, no Natal também e quando há algum evento programado e à medi-da que as pessoas nos vão conhecendo e que o nossos serviço vai sendo reconhecido as pessoas vão tendo noção que podem contratar os nossos serviços e que são serviços de qualidade e bem apresentados e com responsabilidade.

Estamos a falar de refeições diárias, almo-ço e jantar?

As refeições diárias são uma parte do funcio-namento da cozinha. Além das festas.

Fornecem para escolas e empresas?Não. Para poder fornecer para grande enti-

dades, para escolas por exemplo, tínhamos de ter outro tipo de equipamento que não temos capaci-dade para investir. Ficamos limitados em termos de capacidade de investimento não consegui-mos. Se for um catering para 150 ou 200 pessoas fazemos mas com carácter de regularidade, por exemplo para fornecer uma escola, não temos as condições necessárias porque não temos capaci-dade de investir mesmo numa carrinha de distri-buição alimentar.

Existem requisitos essenciais em termos técnicos que não temos sequer capacidade para chegar a eles.

Face a este desequilíbrio que poderá ha-ver nas contas e essa difi culdade em manter aberta a porta da cozinha, já ponderaram en-cerrar o serviço?

Nós não podemos encerrar o serviço. A nossa instituição, como o nome indica, é de pro-moção de emprego apoiado e encerrar a cozinha seria ir um pouco contra os nossos próprios prin-cípios porque estão lá integradas pessoas com defi ciência. Nós temos é que subsistir, provar o nosso trabalho, provar a nossa força e temos vindo a conseguir. Devagarinho mas temos vin-do a conseguir. Não é agora que vamos desistir porque da cozinha dependem vários agregados e não podemos estar a correr esse tipo de riscos. Temos intensifi cado internamente as práticas de qualidade, as boas práticas, temos tentado divul-gar o nosso nome, promover a instituição nessa área e contamos que isso dê os seus frutos. As coisas não são rápidas como desejaríamos mas fechar não podemos pensar nisso.

Digamos que o principal é manter a fun-ção par que a instituição foi fundada?

Claro. Com certeza. E manter estes postos de trabalho.

Para além dos postos de trabalho na cozi-nha, quantas pessoas empregam?

Somos ao todo 13 funcionários, mais um ao abrigo de um programa ocupacional.

As difi culdades fi nanceiras são o vosso maior constrangimento neste momento?

Com certeza. Porque das difi culdades fi nan-ceiras advém tudo o resto, o investimento em material, o recrutamento de pessoal que nós te-mos necessidades de ter mais pessoal mas não conseguimos. A capacidade fi nanceira restringe a actividade propriamente dita.

Qual seria o passo desejável a dar na Au-rora Social neste momento?

Nós temos alguns projectos que estão já em desenvolvimento e penso que isso será uma mais-valia para a instituição. Em termos de es-paço físico, estamos com um projecto em curso para irmos para um novo edifício que está a ser adaptado para receber a instituição juntamente com outra instituição.

Será onde?Será no Pico Salomão, um bloco de apar-

tamentos ao cimo mas uma das fracções será destinada a um Centro de Apoio à Defi ciência. Vamos para lá com outra instituição. Isso vai re-solver por um lado a falta de espaço que temos na área ocupacional, que estão situados numa casa que é pequena e há limitações em termos de espaço físico. Vem por outro lado apetrechar uma cozinha que será de raiz, nossa, com os equipamentos próprios da cozinha em vez de es-tarmos em dois espaços alugados, custos acres-

cidos, mas o que desejaríamos era conseguir por os nossos produtos no mercado, mais receitas e garantir a sustentabilidade da instituição.

A instituição tem quantos utentes?Actualmente são pouco mais que trinta por-

que temos duas pessoas a tempo parcial, porque já não podem estar integrados no acordo pois o limite do mesmo é até às 30 pessoas. Quanto à média de idades, deve rondar os 35/37 anos.

Hoje em dia seria desejável existirem mais instituições como a vossa ou que a vossa pu-desse alargar o número de pessoas a quem presta apoio?

Nós temos uma lista de espera já com al-

gum volume. Ao todo, nesta lista constam já 18 pessoas que se encontram a aguardar para po-der receber apoio e que têm defi ciência mental. Existem mais instituições que prestam apoio a pessoas com defi ciência, mas noutras áreas que não a mental. Para além do mais, a capacidade destas também já se encontra esgotada.

Penso assim que a solução para estas listas de espera não passa por criar mais, mas sim dar às existentes capacidade de poderem alargar o seu número de utentes e de profi ssionais que dão apoio a estes, bem como capacitar as instalações para também os poderem receber.

Tudo isso implicaria uma revisão dos acor-dos com a Segurança Social.

Já está projectada a vossa passagem para o espaço novo no Pico Salomão?

Penso que não há que tirar dois anos para que tudo se consiga fazer e resolver. O edifício

está construído mas está no tosco e estamos a desenvolver o projecto de arquitectura. Depois terá de ser lançado o concurso público para os acabamentos, sendo que depois ainda faltará a instalação e colocação de todo o equipamento.

Que actividades desenvolvem com os vos-sos trinta utentes?

Fazemos um sem número de actividades. Desde o desporto adaptado, de competição e de lazer. Na área da competição temos o futsal e o atletismo, sendo que nos outros desportos temos natação, golfe, ténis, equitação. Depois há outras actividades, nomeadamente ligadas à parte peda-gógica, nomeadamente com a alfabetização fun-cional, informática adaptada, expressão plástica

e musical, actividades da vida diária e no Verão temos uma parceria com a Futurismo que nos possibilita que, uma vez por semana, os nossos jovens possam ir até ao mar experienciar novas vivências. Também vão até às piscinas, fazem passeios e visitas de estudo.

Neste novo espaço já teriam capacidade para receber mais utentes?

Não, porque o espaço será para receber duas instituições, logo limita novas entradas de utentes.

A não entrada destas pessoas que estão em lista de espera, acarreta, com certeza, alguma preocupação à vossa instituição…

Evidente que sim. Todos os que aqui estamos, quer os sócios quer os colaboradores têm uma afi nidade muito grande com o problema da defi -ciência e como tal é bastante preocupante saber que há pais que, diariamente, se debatem com este problema de não terem onde deixar o seu fi -lho para que ele possa desenvolver as suas capa-cidades e competências sociais e de integração. É uma angústia permanente para nós e para os pais.

Que feedback têm recebido por parte das entidades ofi ciais?

Não temos recebido muito feedback por par-te destas a este nível. Tenho tido várias reuniões com a tutela por causa da integração no novo espaço, onde nunca se falou no aumento da ca-pacidade, uma vez que isto implicaria um novo espaço ou que este espaço para onde nos iremos mudar apenas albergasse uma única instituição.

O projecto que tínhamos anteriormente pre-via um alargamento da capacidade de utentes para o dobro, ou seja de trinta para sessenta e que chegou a receber todos os pareceres favoráveis por parte da autarquia de Ponta Delgada. No en-tanto, na altura, foi publicada uma orientação do próprio Governo Regional a referir que não era autorizada a construção de raiz de novas institui-ções/equipamentos sociais. Logo, havendo esta proibição, o nosso projecto inicial foi por água abaixo e uma forma encontrada foi a de arranjar um edifício que pudesse ser adaptado para que a Aurora Social pudesse ir para o mesmo. Mas as necessidades existem ou subsistem e nada pode-mos fazer agora.

No nosso anterior projecto tínhamos uma área muito superior de utilização, que integrava áreas de ofi cinas próprias para as questões da integração dos nossos utentes, fazendo-os passar pela via profi ssionalizante e previa, ainda, o alar-gamento da nossa capacidade.

Estes 20 anos valeram a pena?Penso que há que ver as coisas sempre pelo

seu lado mais positivo. É claro que valeram a pena. São 20 anos de caminhadas que muitos dos monitores actuais estão a fazê-la desde o início.

Ninguém mais do que quem acompanha os utentes que vê a progressão que estes fazem. A grande maioria dos nossos utentes acompanha-nos também há mais de 20 anos. E claro que vale a pena estes 20 anos, pois os nossos utentes estão bem tratados connosco, acompanhados e em se-gurança, recebendo conforto, carinho e amor de todos nós. Enquanto presidente desta instituição, reconheço que tem sido um grande trabalho de luta para que esta continue. Claro que há coisas negativas e que me afl igem neste percurso mas têm apenas a ver com a gestão desta casa e não com o fundamento da mesma. No fundamento é gratifi cante, enquanto gestão, é muito difícil de a fazer mas cá estamos para continuar.

Ana Coelho

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014 Atlântico Expresso 4 Leituras

“Incuravelmente ilhéu”Padre António Rego: um livro e uma data

Aqui, nesta Matriz, carregada de história e prenhe de futuro, aqui com António Rego, padre há 50 anos, neste Templo ordenado e hoje connosco em mais uma aurora de juven-tude, faltam-me as palavras, embora delas precise para este momento. Mas, perante este Homem, “incuravelmente ilhéu”, que bom seria agora calar-me, saltar no tempo e escutar apenas este som: o som do Victoire: de David Julien! No majestoso órgão desta Igreja, interpretado pela sua organista titular, Ana Paula Andrade.

Sim, “Hoje é Domingo”! Porque todos os dias são Domingo! Mas este “Hoje é Domingo”, que assim começava, nas tardes de cada Domingo de Angra, no Rádio Clube de Angra, fazia parar a cidade e estendeu-se como sopro de espírito, a todos os Açores aonde chegavam as ondas da Voz da Tercei-ra. Era o “Vitória” o grande grito de júbilo pelo Concílio sonhado, fresco e vivido por tantos, no meio de tanta resistência ao que era novo, ao que era diferente. António Rego e a sua equipa, depois do toque renovador no jornal A UNIÃO, dava assim início à saga única de um padre jornalista quando muitos se interrogavam se um jornalista podia ser padre. E nunca mais parou. “Nota do Dia”, “Meditando”, Diálogo com os que sofrem”, “Esquema XIII”, “Verdade e Vida”, “Andar faz Caminho”, “Toda a Gente é Pessoa”, “ O Homem sem Tempo”, “Alfa e Omega”, “70x7”, “Palavra entre Palavras”, “Refl exo”, “Oitavo Dia”. Colunas de jornais, e progra-mas de rádio e Televisão.

Também eu, Padre António Rego, nunca os tinha ouvido juntos. Li-os, embevecido, neste livro “A Ilha e o Verbo” – Dos Vulcões da Atlântida à Galáxia Digital que em boa hora Paulo Rocha, outro grande comunicador e voz autorizada no jornalismo da área re-ligiosa, fez editar, nessa grande entrevista onde, certamente não cabe uma vida como a sua, mas cabem tantas vidas que marcou nestes 50 anos, principalmente porque me tocou interiormente ouvi-lo dizer que dentro das suas preferências pessoais, “podia falar do tempo que estive a com a tribo indígena Yanomani, ou das visitas a mosteiros con-templativos. Mas, o mais emocionante foi contactar com as pequeninas comunidades

de cristãos que estão escondidas, perdidas. Trazê-las para os media, rádio e televisão, no fundo é apregoar um Evangelho que está a ser vivido de forma humilde e discreta, mas que tem um valor extraordinário para a Evangelização de hoje”.

A Fé ligada ao Testemunho

Este livro insere-se na grande linha de renovação que o padre António Rego assi-mila e vive, dizendo a Igreja e a fé de forma clara, ligada ao testemunho e à realidade. E acrescenta: Também me ressentia de expres-sões muito moralistas de a Igreja se dizer. O que chegava ao Povo era a moral, os deveres, não a essência do amor e a bondade de Deus”. Aqui se inere o livro “Quando a Igreja desceu à Terra”.

Magnífi cas as páginas – e são muitas – dedicadas à entrevista sugestivamente intitulada, “incuravelmente Ilhéu”, porque nas pontas dos pés de qualquer ilha avista-se a outra ilha. O mar não corta infi nitos, mesmo quando alteroso. Nunca nos cerca. É uma imensa porta.

Mas afi nal, quem é este Ilhéu que domina a Palavra e vive a ilha mesmo nos horizon-tes mais distantes, mesmo nos tempos mais diferentes?

Capelense de gema, cujo mar conhece como poucos e regista sempre com entu-siasmo crescente, a espingarda de mergulho repousa a maior parte do tempo nas memó-rias duma parede, tem na sua grande família, o seu outro arquipélago. Nas Capelas faz o seu ensino primário e em 1952 entra no Seminário de Angra: Foi convidado a ir para um seminário americano, de uma diocese que custeava os estudos dos alunos, mas o pai disse que “o meu fi lho não está à venda”. Brilha nas Letras, numa altura em que como ele próprio diz, havia uma grande distinção entre ciências e Letras. Escreve o seu pri-meiro artigo no Semanário a Ilha de Ponta Delgada, e na Santa Casa Mimosa que agora fez 150 anos, vive o dia-a-dia de tantos jovens de então, no estudo, no teatro, na Música, no futebol, no Escutismo e em muitas outras actividades. Ordena-se em 1964 nesta Matriz de São Sebastião e celebra Misa Nova, ainda

Segunda-feira, 14 de Julho de 20145Leituras Atlântico Expresso

em latim, - decorriam os trabalhos concilia-res que haveriam de adoptar o vernáculo na liturgia, - na sua Terra, na Igreja de Nossa Senhora da Apresentação.

O peso de uma “Guia de Marcha”

Depois, depois foi Angra, mais três anos, a paróquia, o jornal e a Rádio. Ondas e mais ondas, quando muitos não queriam ondas. Se calhar por isso, e embrulhada em outras rendas, um dia chegou, pelas mãos do prelado de então aquela “guia de marcha” que marcou a vida do padre Rego e a da comunicação social portuguesa em assuntos religiosos. Foi a Renascença, a RDP, a RTP e a TVI. Foi o curso na Pierre Babin em Lyon e depois foi este mundo, o nosso que se tornou dos outros e o dos outros que se tornou nosso, pela voz e pelo talento do Capelense que nunca se confi nou a um estúdio, mas que fez do mundo o seu estúdio preferido.

E aqui, não resisto a citar outro gran-de comunicador açoriano, noutra área do Pensamento, o Filósofo e escritor, Onésimo Almeida, também formado na grande Escola do Seminário de Angra.: Este A Ilha e o Verbo traz 24 páginas de fotos ilustrando a vida do padre Rego. Uma delas tem por legenda “En-trevista a D. Helder Câmara, 1985”. Não diz onde, mas é em Providence, Rhode Island. E tem a sua história:

Um técnico que faz perguntas

Aconteceu o Padre Rego estar na Costa Leste quando D. Hélder Câmara, na altura creio que já aposentado, passava uma breve temporada em Providence. Fora a convite não da Diocese Católica, mas da Igreja Episcopal, fazer umas palestras aos membros. E fi cou hospedado em casa do Bispo George Hunt, que fi ca mesmo situada dentro do campus da Brown, perto da casa do Reitor da uni-versidade. Eu tinha conseguido autorização de entrevistá-lo para o meu programa de TV e aconteceu o padre Rego saber. Expressou gosto em ir também gravar uma entrevista para levar consigo, se eu não me importasse. Eu, claro, de modo nenhum. Mas o Rego fez questão: Vou de teu técnico. E foi. Entrámos no sumptuoso interior da bela casa com magnífi cos revestimentos em talha de ma-deira. Abriu-nos a porta o próprio bispo, em mangas de camisa. Saudei-o tratando-o por Bishop Hunt e ele logo: Call me George! E lá gravámos a entrevista: eu de entrevistador, o Rego de técnico. Mas depois conversámos um pouco mais e D. Hélder manifestou-se surpreendido com a qualidade das perguntas que aquele técnico lhe fazia. O Rego quis, no entanto, que ele pensasse que existiam assim técnicos portugueses bem informados em questões religiosas.

Humor e humanismo

Este fi no humor é, aliás uma das caracte-rísticas do Padre António Rego, cujas vestes de Cónego, do Cabido da Sé Patriarcal nunca enfaixaram a sua boa disposição e o seu es-pírito irreverente e alegre. Por isso mesmo, é ele que diz no magnífi co livro A Ilha e o Verbo que “nunca me partiram nenhuma costela nos abraços de parabéns por algumas coisas que fi z”…

E já que falei do Onésimo Teotónio Almeida, foi a ele mesmo que António Rego respondeu um dia com rasgo de humor a uma abraço e à observação de que estava a

sair da forma esbelta da juventude para os arredondamentos físicos próprios da idade. Por outras palavras: engordar…. E António Rego, sem se desmanchar nada: “Vamos dilatando a Fé e o Império”….

Maneira açoriana de ser português

Para além da entrevista conduzida de forma extraordinária por Paulo Rocha, o responsável pelo 70x7 na RTP, este A Ilha e o Verbo inclui um carinhoso prefácio de D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa que merece ser lido e que entre muitas outras coisas fala do Cónego António Rego que tem “aquele maneira açoriana de ser portu-guês, homem do mar em qualquer praia que chegue, usando os meios mais sofi sticados do modo mais natural. Por isso terá os audi-tórios que quiser porque todos queremos ser tratados como pessoas entre pessoas – isto mesmo que ele sabe ser e fazer ser, tão es-pontaneamente”.

Resta-me agradecer ao meu querido amigo Padre Nemésio Medeiros, Pároco desta Matriz de São Sebastião, este honroso convite. Senti-me tão pequenino, (eu que estava no meu quinto ano quando o Padre Rego foi ordenado), mas ao mesmo tempo muito feliz por poder aqui, mesmo com as minhas limitações, deixar este abraço ao Padre António Rego, por estes 50 anos de vida sacerdotal e pelo livro que me deu dias de profundo deleite e refl exão, pedindo-lhe que transmita ao seu autor e condutor da entrevista, este meu sentimento de gratidão. Porque, se o Espírito pairava nas águas, Palavras como as que o livro encerra são verdadeiro mar que nos une na mesma Fé no Deus em que acreditamos e no mundo que queremos melhor. Obrigado!

Santos NarcisoTexto lido na apresentação do Livro “A

Ilha e o Verbo”, no dia 10 de Julho, na Igreja Matriz de Ponta Delgada, por ocasião da conferência de abertura das festas Do Espí-rito Santo de Ponta Delgada, proferida pelo Cónego António Rego, que ali foi homenage-ado pelos seus 50 anos de sacerdócio.

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Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso 6 Reportagem

Walk&Talk 2014 apresenta 20 novas

intervenções inéditas de arte pública

CIRCUITO DE ARTE PÚBLICA - Vários locais da ilha de São Miguel:

Alexandre Farto aka Vhils (PT); ..2DOT | António Branco (PT) + Riccardo T. (IT); Ca-rolina Backlar (PT)+ Jeremy Backlar (US); Christos Voutichtis (GR); Fidel Évora (PT); Gabriel Specter (US); Gustavo Ciríaco (BR) + Fernanda Eugênio (PT); Hyuro (AR); Iza Rutkowska (PL); Jorge Santos (PT); Labue-na Ylabuena (ES); Luís Brum (PT); Mariana Andrade (PT) + Rui Areias (PT); Mariana a Miserável (PT); Mariana Pacheco Medeiros (PT); Marlon de Azambuja (BR); Martha Coo-per (US); Obie Platon(RO); Paulo Ávila (PT); Ricardo Barbeito (PT); Robert Panda (PT); Susana Aleixo Lopes (PT).

GALERIA WALK&TALK - Largo Dr. Francisco Rui Tavares, Ponta Delgada:

Ana Frois (PT); David de la Mano (ES); Diego Liñares (ES); Diogo Mendes Freitas (PT); David Penela (PT); Douglas Cardoso (BR); Júlio Dolbeth (AN/PT); Leonor Morais (PT); Mariana a Miserável (PT); Rosário Pi-nheiro (PT).

PROJECTOS ESPECIAIS:

Christos Voutichtis (GR); João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira(PT); Pascal Ferreira (PT); Vieira Pereira (PT).

RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS:Dança Contemporânea, 1 - 27 JUL - CAR-DUMEApresentação dia 26 de julho - Teatro Micaelense

Filipa Francisco (PT) + 37.25 – Núcleo de Artes Performativas(PT)|Beatriz Teves Oli-veira, Catarina Medeiros, João Soares, Maria João Gouveia, Sara Machado e Tiago Correia.Artesanato Contemporâneo, 22 -26 JUL

Miguel Flor (PT), Carolina Brito (PT), Mafalda Fernandes (PT), Simone Ponte (PT) e artesãos locais.Laboratório de Arquitectura, 21 JUL - 2 AUG - REDESIGN TRADITION - PLAY ARCHITECTURE

Mezzo Atelier - Joana Oliveira (PT) +

Giacomo Mezzadri (IT); Argot ou la Maison Mobile - Luca Astorri (IT).Laboratório de Poesia e Improvisação de Som, 22 - 26 JUL

Richard Simas (CA) + Nisa Remígio (CA)

As ARTALKs são uma das novidades do programa do Walk&Talk e visam dar ao público a oportunidade de conhecer de perto e na primeira pessoa o trabalho de artistas con-temporâneos de referência, num ciclo de mas-ter classes onde participam Alexandre Farto aka Vhils, João Pedro Vale e Nuno Alexan-dre Ferreira, João Onofre, Julião Sarmento e o brasileiro Marlon de Azambuja. Um car-taz de luxo que fi ca completo com a participa-ção de Carlos Martins, Consultor Cultural e Ex-Director da Guimarães 2012 Capital da Cultura, que irá abordar o estado da arte da cultura em Portugal, as oportunidades de inovação e de fi nanciamento para projectos, criadores e agentes culturais.

Na área da música destaca-se o concerto de encerramento do festival, agendado para a noite de 2 de agosto na Galeria Walk&Talk, onde vão actuar os projectos musicais CVLT, Lovers & Lollypops Soundsystem, Nigga Fox, Shahzad Ismaily e Lulu Monde. Uma seleção arrojada, apresentada em parceria com a revista YUZIN e a editora Lovers & Lolly-pops, que promete prolongar à pista de dança e em ambiente de festa as emoções do festival.

APOSTA NO TALENTO AÇORIANO:

Os novos talentos açorianos são uma das opostas da organização do Festival Walk&Talk para o cartaz da edição de 2014. O Núcleo de Artes Performativas 37.25 integra a criação do espectáculo de dan-ça contemporânea “Cardume”, que terá uma apresentação única no dia 26 de julho no Tea-tro Micaelense. A obra assinala o culminar da residência artística com o mesmo nome, que se iniciou a 2 de julho sob a direcção da core-ógrafa Filipa Francisco. Em 2013, os 37.25 já haviam trabalhado com a dupla Marco da Sil-va Ferreira e Victor Hugo Pontes na criação de “A Ilha”, um espetáculo que esgotou o Teatro

Micaelense e cujo processo criativo contribuiu para a maturação do repertório e projecção do colectivo de bailarinos açorianos.

Também na área das artes performativas, António Branco, bailarino micaelense que es-tuda na Contemporary Dance School de Lon-dres, apresenta em dupla com o italiano Ric-cardo T. “.2 DOT”, um projeto performativo criado especialmente para o Circuito de Arte Pública do festival. O concurso “Jovens Cria-dores Walk&Talk 2014” permitiu também pre-miar dois projectos inéditos de talentos açoria-nos e que serão mostrados durante o festival, são eles o quiosque “Manta de Retalhos” de Mariana Andrade e Rui Areias, estudantes de arquitectura na Universidade dos Açores, e a peça “How Beautiful Could a Being Be?” de Mariana Pacheco de Medeiros que estuda teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa.

Vieira Pereira é natural de São Miguel, licenciou-se em Artes Plásticas e Novos Me-dia e concluiu o mestrado em Artes Plásticas na ESAD das Caldas da Rainha sobre o tema “Pintura Fotográfi ca – efemeridade, metamor-fose e ação num percurso plástico”. É uma das artistas convidadas a apresentar projetos es-peciais na Galeria Walk&Talk, em conjun-to com o grego Christos Voutichtis e com os portugueses Pascal Ferreira e a dupla João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira. Os Projectos Especiais são uma das grandes no-vidades do programa desta edição do festival e tratam-se de instalações site-specifi c comissa-riadas para a Galeria Walk&Talk, o espaço an-cora e ponto de encontro do evento, onde tam-bém estará patente uma exposição colectiva de trabalhos inéditos de desenho e ilustração.

SOBRE O FESTIVAL WALK&TALK AZORES:• Foi criado em 2011 e tem contribuído para afi rmar o destino Açores como um ponto de encontro incontornável do calendário artístico internacional;• Os principais objectivos do evento são valo-rizar a cultura açoriana, promover o respeito pelo património e a educação artística da po-

pulação, fomentando a sua abertura a novas perspectivas estéticas e afi rmando a rua um espaço habitado, frequentado, participado - o palco ideal para a partilha artística e cultural;• Caracteriza-se pelo carácter arrojado, cola-borativo e genuíno, que resultou na criação de um museu vivo e democrático na ilha de São Miguel, composto por mais de uma centena de intervenções de arte pública da autoria de cria-dores portugueses e estrangeiros;• Integra um programa dinâmico com residên-cias artísticas, exposições, eventos e um rotei-ro de intervenções ao vivo no espaço público, onde os criadores participantes criam obras dialogantes com a cultura e a comunidade lo-cais;• Reúne o patrocínio do Governo dos Açores, através da Direcção Regional da Juventude e da Direcção Regional do Turismo, o apoio das Câmaras Municipais de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, de parceiros públicos e priva-dos, entre empresas e cidadãos da região que cedem, entre outros bens, espaços destinados a acolher intervenções artísticas;• Para mais informações visite: www.walktalkazores.org ou www.facebook.com/walktalkazores

SOBRE A ANDA&FALA - INTERPRE-TAÇÃO CULTURAL:• É uma associação cultural sem fi ns lucrativos dedicada à dinamização do espaço público e à intervenção social através da arte;• Foi criada em 2011 com a visão de dinamizar e promover os Açores através do investimento cultural, catalisando expressões artísticas con-temporâneas que habitualmente não são explo-radas em contextos periféricos e insulares;• Assume um papel ativo no desenvolvimento das indústrias criativas e culturais regionais, destacando este sector como estratégico para o crescimento económico dos Açores;• Actua em parceria com outras associações culturais e entidades que integram a rede cria-tiva do Festival Walk&Talk e assume-se um agente cocriador do ecossistema criativo aço-riano.

O Walk&Talk– Festival Internacional de Arte Pública dos Açores, começa a 18 de Julho e prevê apresentar 20 novas instalações, murais e performances inéditas em ruas, praças e edifícios da ilha de São Miguel, onde já pode ser apreciado um circuito de arte pública

composto por centenas de intervenções artísticas que foram criadas ao longo das três edições do festival. Para a edição de 2014 o festival junta em cartaz mais de 60 criadores e colectivos, entre eles novos talentos açorianos e artistas contemporâneos

de referência, que protagonizam um programa alargado a residências artísticas, exposições, workshops, conversas, música, dança contemporânea e sessões de cinema, em curso na Galeria Walk&Talk e em espaços culturais parceiros - Arco8, Ateneu Criativo, Galeria Fonseca Macedo e Teatro Micaelense.

Caros amigos, Não quero falar das aulas de Matemáti-

ca.Quero falar do Ginásio, saltos, camba-

lhotas, piruetas sob o olhar atento dos Pro-fessores de Educação Física “Ti” Roberto e “Ti” Augusto.

Mas também do Ginásio Palco de sorti-légios. Eu andava para aí no primeiro ano quando fui ver o “Mercador de Veneza” encenado pelo Senhor António Roberto. O Ginásio era agora a boca de cena de mil prodígios. Os alunos do nosso Liceu davam vida às personagens de um tal (tive alguma difi culdade em decorar o nome) William Shakespeare.

Quero falar das aulas de cinema (extracurriculares) do Dr. Armando de Medeiros. Falou-nos de Fellini, de Bergman,

de Orson Welles e de tantos outros...Quero celebrar o Grupo Cénico do Liceu

cujo elenco tive o privilégio de integrar: “As Profecias de Bandarra”, de Almeida Garrett, “O Morgado de Fafe Amoroso”, de Camilo Castelo Branco.

Quero falar de encantamentos. Do Campo de Jogos (chão sagrado protegido pelo olhar sábio do senhor Raposo), do “Jogo da Tra-ve” com cascas de laranja, dos infi ndáveis futebóis com bolas de pano.

Não Quero falar das aulas de Matemá-tica.

Não sei se quero recordar a púdica e frustrante divisão de pátios - meninas para um lado, rapazes para o outro...Lá longe em Paris, em Maio (nós não sabíamos), os estu-dantes gritavam “A imaginação ao poder!”.

Quero recordar a bonomia do magnífi co Reitor Dr. Almeida Pavão, as aulas de Filo-sofi a do Dr. Fernando Aires - que nos ensi-nou a ler Albert Camus e Dostoievski -, os sábios Professores que partilharam connosco as suas lições de vida (nem todos eram tira-netes!), as aulas de Música do Tenente Fran-cisco José Dias, o Orfeão dirigido com mão de ferro pelo Padre Mariano - nós chegámos a cantar Handel, Aleluia!

Não quero esquecer as prodigiosas al-quimias do Laboratório de Química. Tive difi culdade com aquela história do H2SO4, mas penso ter sido aí que vislumbrei, pela primeira vez, o doutor Frankenstein, desvai-rado, a desafi ar os deuses.

Quero falar das aulas de Religião e Moral do padre Manuel. Aquele padre era diferente

(tinha os olhos claros, parecia o Ben-Hur), falava-nos de um outro catecismo, jogava fu-tebol connosco, fazia-nos fl utuar na dimen-são da poesia. Falo-vos de Manuel Pereira de Medeiros, padre, posteriormente Livreiro em Setúbal (Livraria Culsete), Poeta.

Lá longe em África outros enredos se insinuavam, sinistras “nuvens salazarentas” ameaçavam desbotar o tecnicolor dos nossos sonhos. Tímidos e clandestinos, ouvimos as primeiras canções do Zeca Afonso (“Meni-

na dos olhos tristes o que tanto a faz cho-rar...”).

Quero falar dos “Retiros” do Liceu Antero de Quental, das canções dos Beatles, do primeiro amor, do primeiro alumbramen-to.

Quero recordar os meus colegas, quero celebrar os meus amigos.

Só não quero falar das aulas de Matemá-tica.

Um abraço.

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico ExpressoEnsino 7

Coordenação: Nélia Câmara

Antigos Alunos da Escola Antero de Quental

Do Liceu para o palco da música, da televisão e do teatroJosé Medeiros (também conhecido

por Zeca Medeiros) - músico, actor e re-alizador de Televisão -, nasceu nos Aço-res, em Vila Franca do Campo, Ilha de São Miguel, a 9 de Dezembro de 1951.

É casado e pai de três filhos. Inicia a sua actividade como actor e

músico no Grupo Cénico do Liceu Antero de Quental em 1968.

Em 1971 viaja como Músico-Tri-pulante a bordo dos Navios: Angra do Heroísmo e Funchal.

Em 1972 integra o Grupo “PHOE-NIX” iniciando, assim, a sua actividade como autor de canções.

Mobilizado para a Guerra Colonial em 1973 – permanece em Angola até Maio de 1975.

Em 1976 inicia a sua actividade pro-fissional na Rádio Televisão Portuguesa em Delgada. Nos finais de1977 transfe-re-se para Lisboa - lá exerce funções de operador de câmara e assistente de reali-zação. De regresso aos Açores em 1985

na qualidade de realizador dirige para a RTP-Açores várias séries, telefilmes e documentários nos quais também foi guionista, músico e, por vezes, actor.

Com o concerto “Torna-Viagem” (tí-tulo do álbum editado em 2004 - “Prémio José Afonso”) percorre o país (quase) todo. Com o mesmo concerto actuou também no Brasil, Estados Unidos, Ca-nadá, Moçambique, Itália e Galiza.

Como autor e/ou intérprete colabo-rou em trabalhos discográficos de Dulce

Pontes, Brigada Vítor Jara, João Lóio, “O Experimentar nã m’incomoda”, Trigo Limpo, Carlos Clara Gomes, Bandarra, Carlos do Carmo, Rui Veloso, Ala dos Namorados e Gaiteiros de Lisboa.

É autor de três “Teatrices Musicais”: 2011 – “As 7 Viagens de Jeremias

Garajau” 2005 – “O Sorriso da Lua nas

Criptomérias” 1997 – “7 Cidades – A Lenda do Ar-

cebispo”

Caros amigos, não quero falar das aulas de Matemática

Zeca Medeiros

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014 Atlântico Expresso 8 Entrevista

Jovens açorianos campeões

em videojogos a nível nacional

e internacionalIsaías Batista é um jovem açoriano que lidera uma organização sem fi ns lucrativos dedicado a videojogos, mais propriamente,

faz parte de uma equipa que joga em competição em busca de prémios monetários, materiais e muito mais.A organização Azores Eagles, foi fundada em Janeiro de 2014. Os membros fundadores são Isaías Batista e Marco Raposo que decidi-ram criar um projecto sólido no arquipélago açoriano. Mais tarde, Paulo Alex juntou-se ao grupo. O principal objectivo da organização é implementar o conceito dos desportos electrónicos a nível regional, e ambiciona também crescer no mundo de desportos electrónicos.

Actualmente as equipas jogam a um bom nível competitivo em diversas ligas online, como em torneios “lan party” alcançando excelentes classifi cações e obtendo mérito a nível regional, e crédito a nível nacional.

A organização já conta com alguns parceiros, porém todos fora de região e mesmo internacionais, visto que, segundo os Azores Eagles, “a região, e mesmo o país, não apoia esses projectos diferentes, que têm dado muito potencial fi nanceiro a mercados americanos, europeus e nomeadamente asiáticos. E é ofi cial: já ninguém se dirige a alguém que joga League Of Legends como “jogador” mas

sim como “atleta“. Pelo menos em terras do Tio Sam. O Governo americano reconhece jogadores de desportos de ação online como atletas profi ssionais. Agora jogadores de LOL poderão permanecer nos EUA legalmente como atletas profi ssionais”.

Azores Eagles existem como organização desde o início deste ano

Quem são os elementos que constituem o Azores Eagles?

O meu nome é Isaías Batista, tenho 19 anos de idade, actualmente estou desempre-gado. Com o 12ºano de escolaridade, e um curso/formação de Marketing e Relações Pú-blicas, e como passatempos, gosto de jogar videojogos, e tenho uma paixão pelo futebol. Posso dizer que sou um espectador assíduo do desporto rei. Sair com os amigos, é sempre algo que todos fazemos, posso considerar isso um passatempo.

Eu sou Marco Raposo, já com 20 anos de

idade, desempenho funções como nadador sal-vador na Ilha de Santa Maria, Açores. Tenho o 9ºano de escolaridade e um curso profi ssional de informática. Como passatempos, gosto de jogar videojogos, sair com os amigos, dentro disto.

Eu, Paulo Alex, tenho 39 anos de idade e estou ligado à área da informática já à alguns anos. Como passatempos, gosto de sair com os amigos, e estar sempre dentro dos compu-tadores, seja em reparações ao em pesquisas. É uma área que sempre me fascinou.

Que organização sem fi ns lucrativos li-dera, há quanto tempo esta existe, quais os seus objectivos, para que foi criada, quantas pessoas a integram e porquê a ligação aos videojogos?

Lideramos uma organização, que se de-dica aos videojogos, principalmente a nível competição e promoção da mesma no arqui-pélago dos Açores. O projecto deu o seu ínicio em Janeiro de 2014, e os nossos objectivos são a promoção da competição por cá ao mais alto nível e disponibilizar condições que não se-riam possíveis antes, aos membros integrantes

da organização. E mostrar ao mundo os Aço-res, e os jogadores de videojogos que temos.

Quantas equipas fazem parte do Azo-res Eagles? Porquê este nome e como é que estas equipas se formam ou se foram for-mando?

De momento, só temos uma equipa, a jo-gar o conhecido League of Legends. Já tive-mos integrados um grupo de jogadores, que jogavam Counter-Strike: Global Offensive. Diga-se, que eram uma equipa unida e bastan-te promissora, podemos dizer que era única a

Segunda-feira, 14 de Julho de 20149 Atlântico Expresso

nível regional. Foi esta equipa, que alcançou um 1º lugar no torneio de Counter-Strike na PlayNesti Campus Party, na Universidade dos Açores. As equipas tem de ter qualidade sufi ciente, e se possível alguns resultados já alcançados para poderem integrar-se no pro-jecto.

As vossas equipas jogam a que níveis e como foi a vossa escalada até níveis inter-nacionais?

As nossas equipas estão a jogar a um ní-vel interessante, a mostrar qualidade perante adversários de grande nível. De destacar, que a equipa de League of Legends alcançou um grande 3º lugar a nível nacional, que contou com equipas conhecidas no continente portu-

guês. Não podemos dizer, que, estamos a um nível internacional longe disso. Mas temos potencial e com dedicação e esforço tudo po-derá ser alcançado.

A organização já conta com alguns par-ceiros, porém todos fora de região e mesmo internacionais. Porquê? Portugal que com-portamento assume perante os jogadores de videojogos?

Portugal a nível fi nanceiro/económico, está numa situação complicada e como é óbvio afecta os mercados e as empresas, que pode-riam estar integradas neste tipo de projectos. Desde então, decidimos optar pelo o apoio vindo do estrangeiro, que para além de terem produtos de excelência também possuem ou-

tras condições, sendo eles capazes de apoiar-nos. Somos uma organização ainda recente, mas já tivemos conversas informais com pos-síveis parceiros no mercado açoriano.

Como é que chegaram a “atletas profi s-sionais” de videojogos? Que tempo do vos-so dia a dia é dedicado a esta área?

Não somos profi ssionais, apesar da quali-dade e resultados que as nossas equipas têm, não é sufi ciente. Em suma, a região onde estamos não permite-nos ir além-fronteiras. As equipas treinam diariamente, individual-mente ou em grupo, pelo menos 4 horas são dedicadas a isto.

E os estudos, são ou não afectados por

esta vossa dedicação a esta área mais ligada à diversão e à informática?

Bem, os estudos não são tão afectados, como se diz. Há tempo para tudo, e os nos-sos jogadores têm de estudar, jogar e mesmo “namorar”. Muitos dos membros, continuam em estudos e pretendem seguir os seus sonhos académicos, como também profi ssionais.

Onde funciona a Azores Eagles e como disputam os vossos jogos? De casa em rede, de uma sede? Com quem jogam?

A Azores Eagles, é uma organização com base na Ilha de Santa Maria. Não temos ne-nhum escritório/secção, mas como o projecto foi iniciado aqui, pode ser levado em conta. Mas a maioria dos jogadores integrantes são

da Ilha de São Miguel, mas estamos sempre disponíveis para expandir pelo arquipélago. Já tivemos muito interesse de equipas do con-tinente português, em que uma das propostas foi bastante interessante, está a ser negociada neste momento. Jogamos online, e também participamos em eventos competitivos em rede com ligação a internet.

Quem são os vossos parceiros actual-mente e até onde pretendem chegar?

A Astral Game Servers, são um elemento fundamental no projecto, pois os servidores de excelência destes britânicos são umas mais valia. A Ray Just Energy Portugal, as bebidas energéticas são necessárias, para tantas horas de jogo. A GameStation-X, também uma loja

localizada no continente, com os seus peque-nos descontos e os pólos para os membros em actividade, só temos que agradecer. A Tesoro, a conhecida marca de equipamentos dedica-dos ao gaming, que apoio as grandes equipas profi ssionais em videojogos, é o nosso parcei-ro, temos uma grande relação com a marca, e estamos a tentar trazer a marca para o pequeno mercado português. De referir que já fi zemos passatempos, com produtos desta grande mar-ca internacional. E Por fi m, a PCGAMING, uma revista online que publica artigos relacio-nados com videojogos, já nos ajudou na nossa

promoção a nível nacional.

Jogam em competição em busca de prémios monetários, materiais e muito mais. Que prémios já alcançaram?

Sim é verdade, a nível monetário já con-seguimos a nível regional e nacional uma boa quantia, valores não sei ao certo. A nível de material gaming, propriamente dito ainda nada. Mas já tivemos como prémios cartões inter-jovens, pen’s e entre outros.

Ana CoelhoA Astral Game Servers LTD, é o nosso patrocinador ofi cial em alojamento de servidores de jogo e servidores de voz.A missão é fornecer o melhor alojamento possível. Com o melhor desempenho e tempo de actividade, bem como o apoio mais personalizado e dedicado.http://astralgameservers.comA GameSation-X, é uma loja situada na Póvoa de Varzim que conta com os melhores pro-dutos e marcas. Para além de ser uma loja de novas tecnologias, também reparar alguns equipamentos e consolas. De momento, são um parceiro de confi ança da organização.http://abcdosvideojogos.com.pt/A Ray Just Energy é uma nova bebida energética à base de extratos naturais, sem taurina e glucuronolactone.https://www.facebook.com/rayenergyportugalTesoroTesoro is high tech manufacturer of above products and it strives to develop the world best gaming gear to truly improve your gaming experience. We don’t follow standards - we set new limits.http://www.tesorotec.com/

Desde a nossa criação, temos sido seguidos por muitos jovens e mesmo adultos com inte-resse em videojogos no arquipélago. Somos um grupo forte que tem vencido vários torneios com prémios a nível regional e já tivemos uma óptima classifi cação a nível nacional, mais concretamente um 3ºlugar. Diga-se de passagem que no continente, existem 3 organizações registadas de competição em videojogos. K1CK eSports que são profi ssionais, competem a nível internacional, mas com é normal os apoios são todos estrangeiros. For The Win eSports e Grow uP Gaming, todas elas com apoios do estrangeiro para poderem manter-se vivas neste panorama.

Os parceiros da Azores Eagles

Entrevista

Foto dos líderes: Marco Raposo, Paulo Alex e Isaías Batista

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso 10 Entrevista

Jácome Armas, físico açoriano premiado

Investigação científi ca

nos Açores por desenvolver

Jácome Armas recebeu o “Genius Prize”, atribuído pela imprensa científi ca dinamarquesa, pelo conceito “Science and Cocktails”, que une ciência, vida nocturna e arte. Tem um percurso internacional.

Como encara este prémio?Vejo este prémio como uma indicação

por parte de órgãos institucionais que o projeto que criei há cinco anos atrás deve continuar a ser desenvolvido, isto é, o prémio serve como um elemento motiva-cional. Para além disto, penso que o facto de o prémio ter-me sido atribuído por ter estabelecido este projeto de uma forma complemente independente signifi ca que estes órgãos institucionais funcionam de uma forma saudável e que são capazes de reconhecer métodos originais e alternati-vos que ainda não fazem parte dos cânones da comunicação da ciência.

Qual é a importância de tornar a ci-ência mais “divertida” e sedutora para o grande público?

A questão não se encontra em tornar a ciência mais “divertida” ou “sedutora” visto que o propósito de divulgar o co-nhecimento científi co ao público não é maioritariamente o de transformar grande parte do público em cientistas. A questão encontra-se em tornar a experiência de aquisição de conhecimento, neste caso de conhecimento científi co, numa experiência agradável. Esta última questão é de difícil resolução, em particular no que diz respei-to a público na faixa etária entre os 20 e 40 anos de idade, devido à infl uência ne-gativa do sistema educativo. A aquisição de conhecimento está em geral associada ao sistema educativo e não a uma atividade prazenteira, simplesmente porque o siste-

ma educativo não foi desenvolvido com o intuito de ser uma experiência agradável. A importância do pensamento e método artístico não tem qualquer papel no siste-ma de ensino e o valor atribuído às artes e à criatividade não é equiparável ao va-lor atribuído à literacia e ao pensamen-to matemático e científi co. É uma ilusão pensar que cada campo de conhecimento avança sozinho enquanto o resto do mun-do fi ca para trás. Os paradigmas da ciên-cia e o pensamento científi co são sempre infl uenciados por ideias e paradigmas que surgem no contexto das humanidades, sim-plesmente porque o cientista é homem e o homem é um ser cultural sobre constante infl uência do meio em que se encontra. De-vido a estas razões, a forma mais efi caz de divulgar conhecimento ao grande público consiste na desconstrução do ambiente de ensino e académico através de métodos que fazem uso do pensamento criativo e artístico, tornando a aquisição de conheci-mento numa experiência agradável. Mas, em primeiro lugar, qual é a importância de divulgar o conhecimento científi co ao pú-blico? Na minha opinião existem duas ra-zões principais. A primeira, é que o mundo não avança sozinho sem a ciência nem a ciência avança sem o mundo e a segunda, é que o método e o pensamento científi co desenvolvem a capacidade de pensamento crítico e de tomada de decisões racionais.

Que trabalho de investigação se en-contra a desenvolver?

Neste momento investigo uma relação entre a teoria da relatividade geral - ou teorias da gravidade que surgem no con-texto da teoria das cordas - e teorias de membranas celulares. Descobri esta rela-ção entre teorias da gravidade e teorias da biofísica o ano passado e desde então tenho dedicado o meu tempo a explorar as suas consequências. Concretamente, desde a primeira observação das células que com-põem a hemoglobina (eritrócitos) em 1674, várias teorias físicas foram desenvolvidas com o intuito de descrever a sua forma bicôncava. Contudo, apenas por volta de 1970 chegou-se à conclusão que a forma bicôncava dos eritrócitos deve-se às suas propriedades elásticas. Acontece que cer-tos buracos negros têm também proprieda-des elásticas e que em várias ocasiões com-portam-se como as membranas de células. Surge então a curiosidade de entender se os

buracos negros podem ser usados como um método de estudo do comportamento das células e vice-versa.

Como vê os Açores, no que à Ciência diz respeito?

A investigação científi ca nos Açores está muito pouco desenvolvida, apesar de existirem alguns grupos de investigação em determinadas áreas que exploram pro-priedades características das ilhas. Teori-camente, o número total da população dos Açores é sufi ciente para que as condições necessárias ao desenvolvimento da ciên-cia surjam. De facto, os Açores têm menos cem mil habitantes do que a Islândia - a sua vizinha a norte - mas a investigação cientí-fi ca e cultural está muito mais desenvolvida nesta última do que nos Açores. Em parte deve-se à geografi a dos Açores e à falta de mobilidade entre as ilhas. Penso que é im-portante ter em mente os Açores como um todo, melhorar a mobilidade entre as ilhas e consequentemente fazer uso da totalida-de da sua população. Depois é importante atrair massa crítica de outras localidades e para isso é preciso criar determinadas con-dições. Na minha opinião deve-se investir nas partes da investigação científi ca que exploram as características locais como a biologia, ecologia, genética, vulcanologia, etc, e em áreas de conhecimento teórico visto ser de baixo custo. Penso também que o investimento em áreas da tecnologia é quase ridículo para uma população deste número.

Como se vê no futuro?Não estou muito interessado no futu-

ro, apenas no processo atual e actualmente quero desenvolver investigação em física teórica, em novos métodos jornalísticos e em teorias de comunicação da ciência baseados em artes e humanidades. Quero desenvolver também projectos artísticos como literatura e instalações de arte basea-dos no pensamento matemático científi co.

Errata

O nosso jornal publicou na passada edição, dia 7 de Julho de 2014, uma reportagem cujo título era “1626 Açorianos despedidos colectivamente em 6 anos”, o que não corresponde à realidade, sendo o montante correcto correspondente de 599 trabalhadores, conforme consta da reportagem publicada nas páginas 12/13 do referido jornal. Assim, a informação a constar, deveria ser “599 Açorianos despedidos colectivamente em 6 anos” ou “599 açorianos despedidos em seis anos de forma colectiva”.

O número de trabalhadores despedidos na Região Autónoma da Madeira, com efeito, regista 1626 trabalhadores despedidos. Aqui fi ca a rectifi cação.

No dia 2 de Agosto o Coliseu Micaelense vai engalanar-se e regressar aos tempos dos romanos, com gladiadores e escravas, homens com togas e mulheres de estolas. A festa “Roma no Coliseu” pretende ser um grande baile temático de Verão à semelhança do que acontece nas grandes capitais europeias.

Entre as 23h e as 24h30 a entrada será feita pelo portão lateral onde os convidados, vestidos a rigor, terão o primeiro contacto com o Império Romano. Estará ali instalado um mercado romano, com adereços, fi gurantes e gastronomia associados à época romana. Ali estarão também dois gladiadores para dar as boas-vindas aos convidados.

A partir das 24h30 o acesso lateral será encerrado e a entrada da festa far-se-á pela entrada principal do Coliseu onde a decoração também será feita de forma rigorosa, assim como alguns cantos e recantos do interior que estarão devidamente decorados.

Quanto à música, no exterior haverá bandas e música ao vivo e na sala principal actuarão duas bandas e um dj. O foyer será transformado num lounge com bar e poltronas para um recanto mais arrojado da época romana.

Uma festa temática que não pretende ser um “carnaval de Verão”, como explica o director do Coliseu Micaelense, Miguel Brilhante, mas sim ser uma festa que marque um calendário temático de Verão.

Para o sucesso da festa “seria interessante que todos trajassem o tema”, no entanto, Miguel Brilhante reconhece que não se pretende especifi camente que os homens usem

saias ou os trajes diminutos da época mas que “se trajem de forma diferente no Verão”. Por isso explica que será um baile em que “os convidados não terão obrigatoriamente de vir trajados de romanos, porque pode criar algum desconforto especialmente aos homens”, e que poderão vir vestidos normalmente desde que trajem pelo menos uma peça de roupa branca e apostem nos acessórios como “uma coroa, uma pulseira ou um outro adereço”. Para as mulheres poderá ser mais fácil escolher a indumentária mas os homens poderão usar e abusar dos dourados, vermelhos e azuis que caracterizam aquela época.

Além da diferenciação que se quer impor no Verão em São Miguel, a festa “Roma no Coliseu” vai também diferenciar-se pelas parcerias. Miguel Brilhante refere que a festa é uma co-produção com a RCE – Ricardo Cabral Eventos “que tem sido grande parceiro e impulsionado na realização desta festa”. Há também outras parcerias que até então nunca foram feitas numa festa deste género. O director do Coliseu refere que foi estabelecida uma parceria com a Câmara Municipal da Ribeira Grande, já que é nesse fi m-de-semana que também se realiza a Feira Quinhentista na cidade nortenha. “Para aqueles que optem ir para a feira, a nossa festa será como um after party, e a determinada hora da noite vamos ter preços especiais para que vem trajado da Feira Quinhentista”, explica Miguel Brilhante.

Há ainda uma parceria com o Atlântico Vila “que em termos logísticos nos está a dar um apoio a título gratuito em equipamento”

e parcerias com o comércio tradicional como uma loja de fantasias e uma loja de decoração. Além disso está em curso um pedido de apoio à SATA para que a festa “Roma no Coliseu” tenha cobertura por parte de uma revista nacional. “Queremos projectar as nossas iniciativas culturais no exterior”, defende Miguel Brilhante.

“É uma festa temática para criar um calendário cultural em São Miguel em termos de diferenciação”, salienta Miguel Brilhante que lembra que esta festa temática vem, de certa forma, substituir a Festa Branca que foi pela primeira vez organizada pelo Coliseu Micaelense e passou a fazer parte obrigatória do calendário de Verão em São Miguel.

“Consideramos que a Festa Branca é uma festa de exterior e que deve ser considerada como tal. Fomos pioneiros na realização desta festa mas chegou o momento de viragem” e o Coliseu Micaelense voltar a marcar a diferença.

Assim, além da festa “Roma no Coliseu”, vão ser recriados outros três bailes temáticos de Verão. Em 2015 o Verão terá como tema “Hollywood no Coliseu”, em 2016 será a vez de recriar o “Oriente no Coliseu” e em 2017 será a festa dos “Cem anos no Coliseu” como forma de assinalar o centenário do Coliseu Micaelense.

Programação a partir de SetembroA festa “Roma no Coliseu” vai ser

o grande evento de Verão do Coliseu Micaelense que em Setembro vai retomar a programação cultural “humilde mas arrojada”. Para já estão programados alguns eventos âncora que irão intercalar com eventos a nível regional. Para Setembro está praticamente confi rmada a apresentação do novo álbum da cantora Áurea, com participação especial de uma artista açoriana. Para Outubro os contactos estão a ser feitos para trazer ao palco do Coliseu uma peça com o veterano Ruy de Carvalho, enquanto em Novembro a fadista Cuca Roseta deverá subir ao palco do Coliseu. Em Dezembro os eventos serão associados à época natalícia.

“Pelo meio haverá outros eventos que são muito afectivos”, refere Miguel Brilhante que dá o exemplo da 10ª edição do “Sharing the music”, em Novembro, que trará os 9 artistas que desde o início se envolveram no projecto do Vox Cordis. “O objectivo é a transversalidade dos eventos e dar espaço também aos nossos artistas”, salienta o director do Coliseu.

Projectos já cumpridosDesde que tomou posse, em Novembro

do ano passado, Miguel Brilhante tem vindo a dar “passos signifi cativos” naquilo que pretendia ser o seu projecto para o Coliseu Micaelense. O primeiro foi “impulsionar e intensifi car a agenda”, apesar de reconhecer que foi um “percurso difícil” já que a cultura “é uma área complexa e não gera lucro”. Miguel Brilhante salienta que “foram meses de empenho e dedicação de uma pequena grande equipa, que se dedicou e que apostou no percurso que tracei”.

Prova que o percurso está a ser bem trilhado é a bilheteira online implementada pelo Coliseu Micaelense e onde a festa “Roma no Coliseu” vai ser o primeiro evento a estar online e que já tem gerado algumas vendas especialmente de estudantes açorianos no continente que querem comparecer na festa. Os bilhetes para os eventos da sala de espectáculos vão estar também disponíveis na rede de lojas Fnac no continente.

Alguns dos eventos do 2º semestre já se inserem também na meta que Miguel Brilhante pretendia atingir que era de integrar o Coliseu Micaelense na rede nacional de Coliseus integrando também um roteiro de

promoção comunicacional. Em curso está também outro projecto que

é o de “vocacionar, dirigir e criar enfoque do Coliseu para a dinamização turística. Em termos empresariais estamos a traçar já um percurso, temos tido propostas muito interessantes para realização e eventos, jantares e festas particulares relacionadas com grupos turísticos, empresas locais, nacionais ou internacionais para determinados eventos”, refere Miguel Brilhante.

Além disso, para Janeiro de 2015 deverá estar já a funcionar o polo museológico podendo ser visitado e os bilhetes adquiridos através da bilheteira online o que permite uma maior interacção entre grupos de escolas e até de grupos de turistas através das agências de viagem.

Carla Dias

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico ExpressoReportagem 11

Baile “Roma no Coliseu”

No primeiro sábado de Agosto o Coliseu Micaelense vai transformar-se no Império Romano e promete muita música e animação naquele que já é apelidado de maior baile temático dos Açores. O director do Coliseu,

Miguel Brilhante, garante que não se trata de fazer um “carnaval no Verão” mas sim garantir uma festa temática que marque o Verão em São Miguel.

Festa temática do Coliseu pretende marcar

calendário de Verão em São Miguel

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso 12 Reportagem

“Infelizmente é comum

aparecerem animais maltratados

na clínica”, revela Marco MeloO Director Clínico da Clínica Veterinária do Paim revela “que o abandono animal continua a ser um estigma

da mentalidade latina”, e que infelizmente “continuamos a ver animais abandonados nas nossas ruas e os canis municipais superlotados, quer sejam com animais doentes, abandonados ou indesejáveis”.

Marco Melo, que há 10 anos exerce a profi ssão, indica ainda que a estatística dos animais maltratados aumentou porque a clínica trabalha “intimamente com todas as associações protectoras dos animais da ilha de São Miguel”.

Director Clínico da Clínica Veterinária do Paim

O nosso interlocutor desta sema-na é licenciado em medicina vete-rinária pela Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, com pós-gra-duação em ortopedia e traumatolo-gia.

Falamos de Marco Melo, Direc-tor Clínico da Clínica Veterinária do Paim, que começou por esclarecer os serviços que são prestados aos animais, na clínica que dirige há oito anos. “Na Clínica Veterinária do Paim, os serviços prestados incluem assistência médica a especializada a animais de companhia, cirurgias de tecidos moles e ortopédicas, odontologia, análises clínicas de rotina, serviços domiciliários médi-cos e estéticos, tosquias e banhos, internamentos e hotel de gatos”.

Com o horário de funcionamento de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 19h00, sem interrupção para al-moço, e aos sábados, das 10h00 às 13h00, na Clínica Veterinária do Paim trabalham dois médicos vete-rinários, uma enfermeira veterinária, um enfermeiro veterinário, em está-gio de fi nal de curso, e uma assisten-te veterinária.

E porque normalmente fala-se só de cães e gatos, a nossa curiosidade levou-nos a perguntar, se a clínica atende outros animais. Marco Melo começou por dizer que “a clínica atende preferencialmente só cães e gatos, visto ser a nossa especia-lidade”. Contudo, acrescentou que “fazemos consultadas de rotina, não especializadas em alguns animais exóticos, nomeadamente coelhos, furões, chinchilas, aves”. Nestas consultas, “damos alguns conselhos de alimentação, habitat e saúde bási-cos”, precisou.

Este profi ssional de saúde ani-mal revela ainda que “infelizmen-te é comum aparecerem animais maltratados na clínica. Penso que a estatística desses casos aumentou

De condenada a gata feliz de estimaçãoSem qualquer tipo de publi-

cidade, até porque o meu código deontológico não o permite, quero fazer um parêntesis, acerca da Clí-nica Veterinária do Paim.

Sempre gostei de animais, mas lá em casa só tinha alguns peixes de água doce num pequeno aquá-rio. Contudo, um dia destes deci-dimos adoptar uma gatinha, que apelidamos de “Tica”.

Passado algum tempo, apare-ceu-lhe aquilo que pareciam ser uns tecidos moles estranhos, e não hesitamos em levar a gata a uma clínica veterinária, que não vou dizer o nome. Saí de lá, com a tris-te notícia de que ela poderia estar desta para melhor, se não fosse operada o mais depressa possível.

Como não sou pessoa de de-sistir logo à primeira, partimos em busca de uma segunda opinião, e foi aí que decidimos ir à Clínica Veterinária do Paim. Depois de uma primeira avaliação, já come-çamos a fi car mais descansados, porque afi nal, o que parecia ser um grande problema, era, enfi m, normal, porque a gata, que ainda nem cinco meses tinha, estava na

sua normal fase de crescimento. O turbilhão hormonal felino desenvol-via-se, e os tecidos malignos eram, ao fi m de contas, inchaços cutâneos.

Para além da consulta, aprovei-tamos a ocasião para desparasitar a gata e foi-lhe ainda receitado antibi-óticos.

Foi-nos ainda sugerido que re-gressássemos com a “Tica”, umas semanas depois, e que entretanto fôssemos vigiando os referidos in-chaços.

Assim fi zemos, e o resultado não

poderia ter sido melhor. Aquilo que parecia não ter solução, desapare-ceu por completo, e nem precisou de ser operada, muito menos aba-tida. E na Clínica Veterinária do Paim não se mostrou agressiva, ao contrário do que aconteceu na outra, que volto a não dizer o nome, que rosnou, quis morder e arranhar.

Hoje em dia a “Tica”, que já tem quase um ano, é uma gata feliz de estimação.

Marco Sousa

na clinica porque trabalhamos inti-mamente com todas as associações protectoras dos animais na ilha de São Miguel”. Nesse pressuposto ”é de salientar o trabalho fenomenal e incansável destas associações e de alguns voluntários em nome indivi-dual, que sem qualquer retorno eco-nómico, despendem o seu tempo e muitas vezes as suas economias em prol da causa dos animais abandona-dos. A Clinica Veterinária do Paim auxilia estas associações e voluntá-rios executando preços simbólicos, em cirurgias e tratamentos”.

Questionado se, à semelhan-ça dos anos anteriores, as pessoas continuam a abandonar os animais durante o Verão, Marco Melo res-ponde positivamente, sublinhando que “o abandono animal continua a ser um mal instalado na nossa so-ciedade. Sendo um acto praticamen-te inexistente no norte de Europa, continua a ser um estigma da men-talidade latina. Deste modo, ainda continuamos a ver animais aban-donados nas nossas ruas e os canis municipais superlotados, quer sejam com animais doentes, abandonados ou indesejáveis. É de lamentar”.

Marco Melo não sente que, com a crise, as pessoas deixaram de ir mais vezes à clínica, porque, como lida com os animais, vê o esforço que as pessoas fazem em tratar os seus animais. “Não consigo ter a percepção da crise ter afectado os tratamentos animais. É preciso não esquecer que trabalho predominan-temente com animais de companhia e saliento o esforço que muitas pes-soas fazem para tratar os seus ani-mais, apesar de sabermos que a vida não está fácil para ninguém e posso orgulhar-me que a Clínica Veteriná-ria do Paim nunca deixou de tratar nenhum animal em estado grave por falta de dinheiro”.

E porque fala quem sabe, aqui

fi cam alguns conselhos para quem quer adoptar um animal. “O princi-pal conselho que dou a quem quer adoptar um animal é não esquecer que está a adquirir um ser VIVO. Este ser vivo deve durar uma vida inteira e segundo os padrões actuais de bem-estar animal. Se a pessoa ti-ver isto em mente, é meio caminho para as coisas correrem bem. Con-sultem sempre um Médico Veteri-nário antes da adopção, podemos sempre aconselhar sobre raças, com-portamentos, hábitos alimentares e despesas futuras”.

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso13Reportagem

“Vá de férias cá dentro” ganha

consistência por força da criseO que fazer nas férias de Verão? Os açorianos estão conscientes que os tempos estão difíceis, mas não deixam,

mesmo assim, de programar as suas férias, numa escala diferente. Num inquérito realizado em Ponta Delgada fi camos ainda com a noção que o cidadão comum já tem uma preocupação séria com os períodos de maior exposição solar, e

recorrem, já com alguma regularidade, ao uso dos protectores solares, preferencialmente com factor acima de 30. A praia ganha vantagem em relação às piscinas, mesmo que estas sejam naturais. Nas férias, muitos aproveitam o bom tempo

para os habituais churrascos em família, valorizando-se aqui, também os parques naturais. Já no que diz respeito a via-gens, o slogan “vá de férias cá dentro” parece ganhar alguma consistência, por força da crise, mas, há excepções à regra.

Açorianos conscientes que os tempos estão difíceis

Marco Mendonça, 40 anos

O que mais aprecia no Verão e o que apro-veita para fazer quando está bom tempo?

“Essencialmente passear, quando está bom tempo, fazer uns bons petiscos ou desfrutar de um churrasco, ou até mesmo acampar e prati-car Geocaching”.

Ao nível da exposição solar, tem cuida-dos quando vai à piscina/praia?

“Tenho sempre cuidados extra, principal-mente com as crianças”.

Respeita as horas designadas de maior calor e informa-se sobre os níveis dos raios Ultra Violetas?

“Evitamos sempre o período de maior ex-posição solar entre as 12h00 e as 15h00”.

No que toca aos parques naturais (Mace-la/Pinhal da Paz), costuma frequentá-los?

“Sim, também procuramos frequentar es-ses lugares, que são óptimos para as crianças brincarem, antes, durante e depois dos chur-rascos”.

Ao nível do gozo de férias, vai fazê-lo na ilha ou fora?

Vou de férias cá dentro. Em princípio, não vou sair da ilha.

Acha que a actual crise condiciona a es-colha das férias dos açorianos?

“Claramente. A vida não está fácil para ninguém e as passagens aéreas estão cada vez mais caras”.

José Medeiros, 59 anos

O que mais aprecia no Verão e o que apro-veita para fazer quando está bom tempo?

“Porque nasci no Livramento, vou muita vez à praia”.

Ao nível da exposição solar, tem cuida-dos quando vai à piscina/praia?

“Esporadicamente, uso protector solar”.

Respeita as horas designadas de maior calor e informa-se sobre os níveis dos raios Ultra Violetas?

“Vou cedo à praia, preferencialmente de manhã, mas à tarde, também aproveito, depois das 15h00”.

No que toca aos parques naturais (Mace-la/Pinhal da Paz), costuma frequentá-los?

“Para a Macela ou Pinhal da Paz não. No entanto, um cozido nas Furnas é sempre muito agradável”.

Ao nível do gozo de férias, vai fazê-lo na ilha ou fora?

“Geralmente é cá. De vez em quando, tal-vez de dois em dois anos, vou ao Continente”.

Acha que a actual crise condiciona a es-colha das férias dos açorianos?

“Condiciona muito. A crise parece que veio para fi car e tem complicado muito a vida dos portugueses”.

Alexandra Barbosa, 26 anos

O que mais aprecia no Verão e o que apro-veita para fazer quando está bom tempo?

“Aproveito o Verão e o bom tempo para passear, ir à praia e estar com a família”.

Ao nível da exposição solar, tem cuida-dos quando vai à piscina/praia?

“Bastante. Como tenho a pele sensível, tenho que usar um protector solar com factor acima de 30”.

Respeita as horas designadas de maior calor e informa-se sobre os níveis dos raios Ultra Violetas?

“Evito a exposição solar antes das 15h00. A partir desta hora, é óptimo”.

No que toca aos parques naturais (Mace-la/Pinhal da Paz), costuma frequentá-los?

“Sim. São lugares indicados para almoços em família e churrascos”.

Ao nível do gozo de férias, vai fazê-lo na ilha ou fora?

“As férias são passadas na ilha, não dá para viajar”.

Acha que a actual crise condiciona a es-colha das férias dos açorianos?

“Não só a crise, mas também ao nível do trabalho não posso tirar mais do que uma se-mana de férias no Verão”.

Paula Ludovino, 45 anos

O que mais aprecia no Verão e o que apro-veita para fazer quando está bom tempo?

“Praia. Adoro a praia”.

Ao nível da exposição solar, tem cuida-dos quando vai à piscina/praia?

“Muitos. Uso sempre protector solar com factor acima de 30, até porque trabalho em cosmética e tenho essa sensibilidade da pro-tecção solar, que recomendo sempre a todos. Para além disso, evito sempre as horas de maior exposição solar e o melhor é a partir das 17h00, ou de manhã, porque adoro a praia de manhã”.

Respeita as horas designadas de maior calor e informa-se sobre os níveis dos raios Ultra Violetas?

“Nunca estou na praia entre as 12h00 e as 16h00”.

No que toca aos parques naturais (Mace-la/Pinhal da Paz), costuma frequentá-los?

“Costumo frequentar e adoro todos”.

Ao nível do gozo de férias, vai fazê-lo na ilha ou fora?

“Fora. Este ano tenho a facilidade de ir para Cabo Verde”.

Acha que a actual crise condiciona a es-colha das férias dos açorianos?

“Penso que sim. Acho que cada vez mais, as pessoas vão de férias cá dentro”.

Marco Sousa

Atlântico Expresso14SaúdeSegunda-feira, 14 de Julho de 2014

Tânia Morais identifi cou compostos efi cientes

contra várias linhas celulares cancerígenas

Recebeu em 2014 o Portuguese Young Chemists Award

Estudo do Laboratório de Exercício e Saúde

da Faculdade de Motricidade Humana

Tânia S. Morais, pós-doutorada da ULisboa, recebeu em 2014 o Portugue-se Young Chemists Award, pelo trabalho “Novos compostos, grandes desafi os” e que resume a tese de doutoramento “Sín-tese de novos complexos bioorganometá-licos de ruténio e avaliação das suas pro-priedades anti tumorais”, desenvolvida no Grupo de Química Organometálica e Bioorganometálica do Centro de Ciências Moleculares e Materiais da Faculdade de

Ciências da ULisboa, sob a orientação da professora Helena Garcia.

A aluna da Faculdade de Ciências da ULisboa identifi cou compostos altamen-te efi cientes contra várias linhas celu-lares cancerígenas, algumas de grande agressividade, como por exemplo: mama, cólon, próstata, ovário.

Tânia exibe a distinçãoO trabalho premiado incluiu a realiza-

ção de testes in vivo, que revelam a efi ci-ência destes compostos no combate ao tu-mor primário e a grande efi ciência contra o desenvolvimento de metástases, ao mesmo tempo que os órgãos principais - coração, pulmões, rins e fígado – apresentam-se saudáveis.

“Sinto-me naturalmente muito feliz por ver um trabalho em que tanto me empenhei ser reconhecido na comunidade científi ca nacional e muito motivada para continu-ar a trabalhar”, conta a jovem cientista de 34 anos, para quem fazer ciência signifi ca descobrir “um fármaco que venha a ser útil à sociedade”.

Para Helena Garcia, este trabalho de investigação “constitui um contributo im-portante na procura de potenciais metalo-fármacos, que constituam uma alternativa aos que se encontram em uso clínico, cujos efeitos secundários são extremamente per-niciosos. Foi sintetizada uma nova família de compostos organometálicos de ruténio que se revelaram altamente efi cientes con-tra várias linhas de células tumorais”.

A orientadora de Tânia S. Morais refere ainda que “uma das grandes vantagens que estes futuros fármacos poderão apresentar

é a sua efi cácia contra vários tipos de can-cro e em particular contra as metástases.

Grupo de Química Organometálica e Bioorganometálica

De facto, os estudos citológicos rea-lizados em vários órgãos de ‘ratos nude’ com cancro de mama induzido e sujeitos a esta quimioterapia, mostraram não só re-gressão do tumor principal mas, digno de grande relevo, que os seus principais ór-gãos internos se encontravam saudáveis e sem metástases.

Actualmente, Tânia S. Morais dedica-se ao estudo de uma segunda geração de compostos para quimioterapia dirigida, que destrua as células cancerígenas e poupe as saudáveis, no âmbito do pós-doutoramento que está a realizar na Facul-dade de Ciências da ULisboa e no Instituto de Medicina Molecular, sob a orientação de Helena Garcia e Miguel Castanho, an-tigo aluno e professor do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da ULisboa, actualmente docente e subdirector da Faculdade de Medicina da ULisboa.

Ciência Hoje

Um estudo desenvolvido pelo Labora-tório de Exercício e Saúde da Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa revelou que para reduzir o índice de massa gorda nas crianças é necessário incluir a prática de actividade física intensa. A ava-liação, realizada com acelerómetros em 175 raparigas e 168 rapazes, entre os dez e os 12 anos, teve como objectivo determinar as asso-ciações entre a dose de dispêndio energético de intensidade moderada versus intensidade elevada e a obesidade total e abdominal in-fantil. Foi observado que este indicadores de obesidade estavam somente associados com a actividade física de intensidade elevada.

As directrizes da prática da actividade física defendem que as crianças devem pra-ticar pelo menos 60 minutos de actividade moderada por dia e que as intensidades ele-vadas devem ser incorporadas pelo menos 3 vezes por semana. Embora ainda não esteja clarifi cado o contributo da intensidade da actividade física, este estudo vem chamar a atenção para a importância da intensidade elevada com a fi nalidade das crianças terem um perfi l mais saudável de composição cor-poral.

Ciência Hoje

Obesidade infantil previne-se

com actividade física intensa

Actualmente não há cura

para esta doença neurodegenerativa

Cientistas mais perto de diagnosticar

Alzheimer através de teste de sangue

Especialistas britânicos identifi caram proteínas sanguíneas em pacientes diagnos-ticados posteriormente com Alzheimer, au-mentando a esperança de que um teste possa ajudar na procura de tratamento para a do-ença.

Actualmente não há cura para a doença, a forma mais comum de demência, que afec-ta 44 milhões de pessoas em todo o mundo, um número que poderá triplicar até 2050, de acordo com estimativas da Alzheimer’s Di-sease International.

Um teste para diagnosticar a doença na sua fase inicial permitiria aos investigadores monitorizar os pacientes antes de a doença atingir um estágio mais avançado, contri-buindo para a descoberta de uma cura.

O estudo publicado na Alzheimer’s & Dementia analisou 220 doentes com ligeiros problemas cognitivos.

Os investigadores identifi caram dez pro-teínas que estavam presentes no sangue de 87% dos pacientes analisados, os quais fo-ram, num espaço de um ano, diagnosticados com Alzheimer.

“Muitos dos nossos testes a fármacos fa-lharam porque na altura em que os pacientes eram administrados com eles, o seu cérebro já estava gravemente afectado”, disse o pro-

fessor de Neurociência da Universidade de Oxford, Simon Lovestone, que liderou o es-tudo no King’s College de Londres, citado pela AFP.

“Uma simples análise ao sangue poderia ajudar-nos a identifi car os pacientes numa fase precoce, os quais serão submetidos de-pois a novos testes e possivelmente ajudar-nos desenvolver novos tratamentos para pre-venir o avanço da doença. O próximo passo será validar as nossas descobertas em futuras séries de amostras”, acrescentou.

Por SAPO Saúde com agências

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso15Opinião

Notas soltas. Folhas caídas.

ROGÉRIO DE OLIVEIRA

Sair do “sistema” em busca do

caminho da libertação1. QUANDO UM HOMEM MORRE, diz-se que acaba o mundo. A vida de um homem é a construção de um mundo. O mundo é do tamanho dos olhos de cada um. Viver mais e mais

intensamente requer que se alargue o espí-rito, se rasguem horizontes. Somos respon-sáveis por nós próprios. Deve-se lamentar os que desistiram de “transformar o mundo e mudar a vida”.

2. HÁ PALAVRAS E PALAVRAS. Umas são escaroladas e limpas, informam, aproximam, elevam e são fonte de luz. Outras, emocionam e causam admiração, fazem rir, cantar e chorar. Há as que mo-bilizam para o sonho e ação. Algumas são deprimentes e lerdas, propagam as peias do conformismo e resignação. Muitas são máscaras ladinas, ludibriam, encobrem, disfarçam e jogam á falta de vergonhas.

Mesmo que sejam só meias-mentiras, jamais serão meias-verdades. São tão sujas que não há barrela que lhes consigna tirar o espesso surro da falsidade.

Cuidado especial merecem as palavras que traem e mentem, por serem portadoras de sombra e noite. Quem as diz ou escre-ve, seja por conta própria, seja a rogo ou mando do dono, cumula-se de indignidade, ofende a razão e comete suicídio na honra e no carácter. Habitua-se a fazer da sua vida um borrão e fi ca sem tempo para o passar a limpo. Afi nal, a humanidade é uma ordem na qual se pode entrar e da qual também se pode sair, a toda a hora, em todo o tempo e lugar. Talvez na atualidade se saia mais vezes do que se entra, em face do crescen-te relaxamento no tocante á observância de padrões de conduta civilizada de liberdade e generosidade, de consideração e respei-to pelos outros como pessoas, como seres portadores de dignidade. Por isso, precisa-mos hoje de renovar uma visão da humani-dade, que estabeleça modos e limiares de comportamento e relacionamento indica-dores tanto do que é plenamente humano como desumano.

3. O PREÇO DA LIBERDADE é o bem mais apetecido do mundo, e também o mais temido. Porque ser livre é não estar atado a nada nem a ninguém.

A sociedade moderna tem o poder de nos escravizar de mil maneiras diferentes.

O mecanismo diante da qual a sociedade nos escraviza é a criação de necessidades: através da “propaganda e da publicidade” o sistema cria constantes e novas necessi-dades nas pessoas, de tal modo que os ci-dadãos chegam a sentir-se apertados nos tentáculos do “sistema”. A experiência diz-nos que os nossos apegos são muito gratifi cantes.

Assim, o alcoólatra, o fumador, o to-xicodependente se sentem atados como escravos do álcool, do tabaco, da droga, e não querem livrar-se destes apegos porque são muito gratifi cantes. Mas não é preciso recorrer a estes casos especiais. Encontra-mo-nos então diante de novos escravos da sociedade de consumo.

4. AS PESSOAS HABITAM EM EDI-FÍCIOS DE APARTAMENTOS e têm automóveis privados com os quais já não podem escapar a um mundo diferente. Têm enormes arcas frigorífi cas cheias de alimentos congelados. Têm vários Jornais e Revistas que expõem as mesmas ideias. Têm inúmeras possibilidades de escolha, inúmeros aparelhos que são todos do mes-mo tipo e os mantém ocupados e distraem a sua atenção do verdadeiro problema que é a consciência de poderem trabalhar me-

nos e apesar disso determinar as suas pró-prias necessidades e satisfações.

5. NO FUNDO, TRATA-SE DE COM-PREENDER QUE OS INDIVÍDUOS, em troca das comodidades que enriquecem a sua vida, vendem não só o seu trabalho, mas também o seu tempo livre. A vida melhor é compensada pelo controlo total sobre a vida. Eis, a nova “casa da escra-vidão”.

6. POR ISSO AS PESSOAS PRECI-SAM CADA DIA MAIS DE DINHEIRO. Daí também, as angústias económicas, os pluriempregos, as horas extraordinárias, o trabalho esgotante, que a todos embrutece.

A raiz do problema é sempre a mesma: o “sistema” de vida que a nossa socieda-de nos impôs. E é justamente isso o que as pessoas querem deixar, mas, por outro lado, têm medo de perder.

O medo da liberdade confunde a nossa imaginação, petrifi ca as nossas capacida-des, torna-nos incapazes de mudar de vida. Daí a necessidade de um novo “êxodo”, sair do “sistema”, para empreender o ca-minho da liberdade! É o preço e o medo da Liberdade.

GAIA/VILAR DO PARAÍSO

MANUEL ESTRELA

FALL RIVER – A paróquia do Senhor Santo Cristo foi a primeira portuguesa a ser formada nesta cidade, numa prova da fé dos pri-meiros por-

tugueses que para aqui vieram, no “Ecce Homo, ” uma devoção que trouxeram no coração, quando deixaram a ilha do Arcan-jo.

Nos dias 28 e 29 de Junho, apesar das obras no templo, situado na Columbia Street, a paróquia do Senhor Santo Cristo esteve em festa, em honra do seu Patrono.

No sábado, dia 28 celebrou-se Mis-sa Solene, presidida por Sua Exa. Reve-rendíssma D. George Coleman, bispo da Diocese de Fall River, sendo pregador o Padre Vitor Gonçalves, da Igreja de São Domingos, em Lisboa.

Depois procedeu-se à Procissão das Promessas, seguindo-se arraial com José

Nazário e o seu conjunto.No domingo realizou-se a Procissão

solene, que se iniciou com o Guião, e onde foram integradas diversas associa-çõese organizações, como o Clube Santo Cristo, Banda do Senhor da Pedra de New Bedford, Associação Académica de Fall River, Banda Nossa Senhora da Luz, de Fall River, Comissão das Festas da Pa-róquia de São Miguel, Associação Cul-tural Lusitânia, Banda de Santo António de Fall River. Santo Cristo Youth Group, catequistas, Irmandade do Rosário, Repre-sentantes do Conselho Pastoral/Conselho de Finanças/Comissão das Festas e Gru-po da Mordomia, Fall River Sports Club, Banda Nossa Senhora dos Anjos de New Bedford, Cruz de Flores, opas, crianças com motivos da Paixão do Senhor, andor do Senhor Santo Cristo, Banda Senhora da Conceição Mosteirense, de Fall River, seguindo-se Guarda de Honra, Promessas, Crianças da Proimeira Comunhão, Meni-nos do Coro, Clero, Pálio, autoridades e entidades, como o Mayor de Fall River, William Flanaganç Cõnsul de Portugal em New Bedford, Dr. Pedrto Carneiro, vários

O “Senhor” de Fall River saiu à rua políticos locais e Banda Filarmónica de Santa Cecília, de Fall River.

Depois da Procissão houve arraial com actuação de Luís Neves.

Realce para o grande número de pesso-

as que integraram a secção das Promessas, talvez um sinal de muita angústia, de mui-tos pedidos ao Senhor e também de agra-decimentos.

Manuel F. Estrela (O Jornal)

Aspecto da Procissão do Senhor Santo Cristo, em Fall River, no dia 29 de Junho de 2014

Atlântico Expresso 16 CiênciaSegunda-feira, 14 de Julho de 2014

Estudo de Rui Costa publicado

Para a esquerda ou para a direita?

O balanço está no cérebro!

Imagine que de repente tem uma estrada bifurcada à sua frente. Segue para a esquer-da ou para a direita? Primeiro tem de decidir para que lado quer ir e depois o seu corpo tem de mover-se de acordo com essa decisão. Mas

como é este movimento gerado no nosso cé-rebro?

Já se sabia que cada hemisfério do cérebro é responsável pelo controlo dos chamados mo-vimentos contralaterais, isto é, dos movimen-

tos do outro lado do corpo, e que o estriado é a área do cérebro onde operam duas vias, ou circuitos, neuronais, denominadas de via directa e indirecta, envolvidas neste tipo de movimentos.

O balanço está no cérebroNo entanto, até agora pensava-se que estes

dois circuitos funcionavam de forma oposta, ou seja, que para o movimento de “mudança de direcção” acontecer, a via directa no hemisfé-rio oposto ao movimento estaria activa e a via indirecta inibida. Simplifi cando, para o corpo se mover para o lado esquerdo, a via directa no hemisfério direito do cérebro teria de estar activa, enquanto a indirecta fi cava inibida.

O que o estudo de um grupo de investiga-dores do Programa de Neurociências da Fun-dação Champalimaud - publicado hoje (8 de Julho) na revista científi ca Nature Communi-cations - vem demonstrar é que os dois circui-tos do estriado funcionam de forma concerta-da e que é o balanço da actividade neuronal de ambos num mesmo hemisfério que garante a produção dos movimentos contrabaterias.

Utilizando a optogenética, uma técnica que permite observar e manipular a actividade de cada um dos circuitos de forma específi ca “conseguimos perceber que inibindo a acti-vidade de um ou de outro circuito, de forma independente, os animais deixavam de contro-lar os movimentos espontâneos contralaterais. Por outro lado, a activação simultânea dos dois circuitos resultava na produção deste tipo de movimentos”- explica o investigador Rui Cos-ta.

O controlo dos movimentos espontâneos contralaterais há muito que é alvo de estu-do em pacientes neurológicos “mas ainda há muito por ser desvendado quanto aos circui-tos neuronais na base destes movimentos”, acrescenta Fatuel Tecuapetla, primeiro autor do estudo.

“O nosso estudo revela que, para este tipo de movimentos acontecer é fundamental haver um balanço na actividade dos dois circuitos do estriado, e que se este balanço for afectado o movimento é posto em causa”- conclui Rui Costa.

Ciência Hoje

Rui Costa: «É fundamental haver um balanço na actividade dos dois circuitos do estriado»

Mário Figueiredo e Miguel Araújo são os outros dois de uma lista de três mil investigadores

Nuno Peres, da UMinho, é o cientista português

mais citado entre 2002 e 2012Nuno Peres foi citado 13 839 vezes entre

2002 e 2012Nuno Peres, físico e professor catedrático

da Escola de Ciências da Universidade do Minho, é o português cujas publicações cien-tífi cas tiveram mais impacto a nível mundial entre 2002 e 2012. Para este facto terá con-tribuído a co-autoria de artigo com os prema-dos Nobel da Física de 2010, André Geim e Kostantin Novoselov. A confi rmação é dada pela lista “ISI Thomson Reuters Highly Cited Researchers 2014”, que inclui 3215 cientis-tas de todo o mundo, sendo três deles portu-gueses. Os artigos de Nuno Peres têm 13.839 citações, seguindo-se os do engenheiro Mário Figueiredo (Universidade de Lisboa) com 4622 e os do biólogo Miguel Araújo (Con-selho Superior de Investigações Científi cas, Espanha). São os portugueses com morada principal ou secundária em Portugal. Há pelo menos mais três investigadores nacionais re-feridos: Caetano Sousa, imunologia, Inglater-ra, Gonçalo Abecasis, investigador biomédico em Michigan, Estados Unidos, e Inês Barroso, genética hiumana, Reino Unido.

A lista é elaborada pelo Institute for Scien-tifi c Information (ISI) e a presença de investi-gadores nacionais tem muita relevância, pois é um critério usado para realizar rankings de instituições de ensino superior.

Mário Figueiredo, do Instituto Superior Técnico, é o segundo português mais citado

Tem também um impacto excepcional na carreira e no reconhecimento entre cientistas. O trabalho de Nuno Peres é assim valoriza-do mundialmente e confi rma que a estratégia da UMinho, em particular do Departamento/Centro de Física, os quais intensifi caram es-forços em investigação e visibilidade interna-cional, tem sido bem sucedida.«

Nuno Peres é um dos principais físicos teóricos mundiais do grafeno, a forma bidi-mensional do carbono com amplo campo de aplicação futura na electrónica. O cientista de 47 anos, natural de Arganil, Coimbra, é coautor do mais citado artigo de revisão so-bre grafeno, editado na “Reviews of Modern Physics”, e tem colaborado com os “Nobel do grafeno” Andre Geim e Konstantin Novo-selov (Universidade de Manchester).

É coordenador do único projecto nacional do Graphene Flagship, um dos dois maiores programas científi cos europeus em curso, com 500 milhões de euros de investimento. Já venceu os prémios Gulbenkian Ciência, Seeds of Science (do jornal Ciência Hoje) e Mérito à Investigação da Universidade do Minho. É membro da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Físi-

ca. Foi professor visitante em Turku (Finlân-dia), Boston (EUA), Dresden (Alemanha) e Singapura, sendo ainda convidado para con-ferências internacionais, como as reuniões anuais da American Physical Society.

Miguel Bastos Araújo tem prestado parti-cular atenção às alterações climáticas

O grafeno é normalmente obtido pela esfoliação da grafi te, existindo também nos bicos dos lápis. É ultraleve, 100 vezes mais rápido face ao silício, 200 vezes mais forte do que o aço e tem óptimas características ópticas e térmicas. Este material deve revolu-

cionar tecnologias à nanoescala em múltiplos sectores e melhorar o dia-a-dia dos cidadãos, em aplicações como interfaces ópticos, dis-positivos digitais fl exíveis, resistentes e rá-pidos (do papel electrónico até aviões mais leves e efi cientes), além de baterias avança-das, painéis tácteis para comunicações mó-veis, células solares, sequenciação das bases ADN, detectores de radiação eletcromagnéti-ca, sensores de moléculas, sensores de tensão em estruturas, metrologia, e, mais tarde, no-vos paradigmas computacionais e aplicações médicas, como retinas artifi ciais.

Ciência Hoje

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso17Opinião

Lá Longe 619

JOSÉ HÄNDEL DE OLIVEIRA

A jovem e simpática Presidente da Di-recção do Grupo Folclórico e Etnográfi co de Lordelo, Dr.ª Olimpia Fernandes ende-reçou-me um convite para assistir ao 21º Festival de Folclore que organizavam.

Assim, foi com muito gosto que me desloquei àquela vila vimaranense pois este Grupo de Folclore está bem credenciado.

Este ano o Festival decorreu junto às instalações de um Hipermercado de Lorde-lo que também apoiou este evento cultural.

Na cerimónia protocolar foi-me dada a honra de ser eu a colocar a fi ta alusiva a este Festival no Grupo de Lordelo. Sim-paticamente, o conhecido colaborador da Rádio Vizela, Joaquim Vicente que fez a apresentação do espectáculo, com a qua-lidade que se lhe reconhece, teve palavras elogiosas para a minha pessoa e para o tra-balho que desenvolvi no Inatel, pedindo mesmo uma salva de palmas, pedido esse que foi satisfeito com entusiasmo.

Depois de receber das mãos da Presi-dente da Direcção uma medalha com es-tojo, também dirigi algumas palavras aos presentes e que no fundo se resumiram no apreço que tenho pelos dirigentes e ele-mentos dos Grupos de Folclore que, muitas vezes com sacrifício, tudo fazem para pre-servar a cultura popular portuguesa.

Depois da belíssima actuação do Gru-po da casa, actuaram também com agrado Grupos de Sesimbra e de Soure. Entretan-to começou a chover e um Grupo de Vila do Conde fez apenas duas danças debaixo de um coberto à entrada das instalações do Hipermercado, não querendo actuar dentro daquele Centro Comercial por falta de ins-talação sonora. Ao invés o Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Sobrosa, Paredes, numa manifestação de profi ssionalismo ac-tuaram dentro do Hipermercado, mesmo sem instalação sonora, gesto que foi muito apreciado.

A chuva também perturbou o jantar convívio que teve lugar na Sede do Grupo, pois sem poderem utilizar as mesas postas ao ar livre, houve necessidade de fazer tur-nos para que todos pudessem comer abri-gados.

Durante o Festival tive o prazer de en-contrar o meu amigo Guilherme de Carva-lho que foi Presidente Do Grupo Folclórico de Lordelo durante oito anos e onde ainda actuam a esposa, um fi lho e uma fi lha. Re-lembrámos a grande colaboração que man-tivemos enquanto fui Delegado do Inatel de Braga e as muitas actuações que lhes pro-

porcionei.

DEPOIS SÃO OS IDOSOS

Um indivíduo de 29 anos, assaltou um taxista em Coimbra a quem ame-açou com uma chave de fendas, roubando-lhe cer-ca de 180 Euros. Depois fugiu num carro que tinha furtado no Algarve, atro-pelou outro taxista que fi cou ferido nas pernas e colidiu com um táxi, cau-sando danos avultados.

Em fuga por estradas secundárias, passou sen-tidos proibidos e entrou na FP3 em contramão em direcção a Souselas, onde foi detido pela GNR.

O ladrão que será toxicodependente, esteve no Tribunal mas não foi ouvido por não estar em condições para tal.

ARRANJOU-A BONITA

Um estudante de 26 anos, circulava na freguesia de S. Vítor (Braga) ao volante de um pequeno automóvel ligeiro de passa-geiros, quando foi mandado parar por um agente da PSP que fi scalizava o trânsito na rua da Quinta da Armada. Como o indiví-duo cheirasse a álcool, o polícia pediu-lhe para se submeter ao teste de pesquisa de álcool no sangue.

O automobilista informou que não ti-nha quaisquer documentos de identifi cação pessoal, nem os documentos do carro e re-cusou-se a soprar ao balão. Agressivo disse estar há dias sem dormir e como procurou fugir, o agente recorreu à força física para o deter, algemou-o e levou-o para a esqua-dra.

Averiguou-se então que ele estava im-pedido de conduzir pelo prazo de cinco meses.

Acusado pelo Ministério Público da prática de um crime de desobediência, re-quereu ao Juiz o prazo de 15 dias para pre-parar a sua defesa.

EXPLOSÃO DE UM GRELHADOR

Em Mafamude, Gaia, duas mulheres que cozinhavam num grelhador que estava num jardim da residência, sofreram quei-maduras do 1º grau nas mãos após se ter verifi cado um incêndio e a explosão do grelhador.

O impacto do rebentamento foi tão grande que parte da fachada da casa caiu.

QUEDA MORTAL

Uma mulher com cerca de 30 anos,

caiu do 7º andar de um hotel de Braga e embateu com a cabeça no gradeamento daquela unidade hoteleira, morrendo no local.

A mulher tinha acabado de se insta-lar, a título individual.

CEREJAS AMARGAS

Em Lourosa de Matos, Arouca, um homem de 82 anos que estava a apanhar cerejas para mandar para um filho emi-grado em França, caiu para a estrada de uma altura de cerca de 5 metros, ficando de tal modo ferido que morreu no local.

O corpo foi levado para o Hospital de Santa Maria da Feira para ser autop-siado.

SÓ PAROU DEPOIS DE SE DESPISTAR

Na Estrada da Circunvalação, em Ma-tosinhos, a tripulação de um carro patru-lha da PSP, cerca das 6 horas da manhã, viu passar um carro que tinha sido fur-tado, em que seguiam um homem de 25 anos e uma mulher de 27 anos. O homem ao ver o carro patrulha acelerou, mas na Travessa das Fontainhas despistou-se, caindo num campo, altura em que foi de-tido juntamente com a companheira.

Verificou-se então que o automobi-lista não tinha carta, já está acusado por vários crimes e que levava no carro bi-dões para o transporte de combustível, mangueiras e ferramentas diversas,

EXPLOSÃO

Um grupo de amigos que tinha estado a comer num restaurante sito na rua da Coutada, em Vizela, encontrou, em frente ao estabelecimento, um saco de plástico

com três engenhos explosivos. Um dos elementos do grupo que é

comerciante de uma empresa de água, acendeu o rastilho de um dos engenhos e a bomba explodiu-lhe nas mãos.

Uma ambulância dos Bombeiros de Vizela, transportou o homem para o Hos-pital de Guimarães onde foi submetido a uma cirurgia, não tendo sido possível recuperar três dedos da mão direita que foram amputados.

A GNR está a investigar o acidente e admite a possibilidade daqueles engenhos terem resultado do fogo-de-artifício das festas da Nossa Senhora do Rosário que se realizaram ali perto. Foram recolhidos os dois engenhos que não explodiram.

QUEDA FATAL

Um homem de 37 anos que se encon-trava internado nos Serviços de Psiquia-tria do Hospital de Tomar, caiu do sexto andar, através de uma janela. A queda de 15 metros causou-lhe morte imediata, embora tivesse sido imediatamente so-corrido pelos bombeiros.

UM ROUBO LEVOU À APREENSÃO DE DROGA

Em Vila Nova de Famalicão, no anti-go Campo da Feira, um indivíduo roubou um telemóvel a uma jovem de 20 anos.

A PSP identificou o autor do roubo e fez diligências para encontrar o apare-lho que já se encontrava na posse de um homem de 33 anos. A PSP apreendeu o telemóvel e haxixe suficiente para 10 do-ses. Um rapaz de 19 anos que o acom-panhava ficou também as 10 doses de haxixe que tinha consigo.

Braga, 6 de Julho de 2014

Grupo Folclórico e Etnográfi co de LordeloFOTO: Direitos Reservados

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014 Atlântico Expresso 18 Opinião

Selfi e

ANIBAL FERNANDES

ALTINO PINHEIROhttp://ciberdependenciaportugal.

blogspot.pt/

Notas de Geopolítica e de Geoestratégia

O renascer de outro gigante. Será agora

a «hora» da Índia?

A nomeação, a 27 de maio p.p., do 14º Primeiro-ministro da União Indiana (segundo País mais populoso do mundo e sua maior de-mocracia, independente desde 1947), Senhor Narendra Modi, tem criado um conjunto de expetativas – umas positivas e outras nem tanto – ao nível interno e no plano das Relações In-ternacionais, nomeadamente, com os seus vizi-nhos e latentes «inimigos»: Paquistão e China.

A vitória do partido Hindu – o Bharatyia Janata Party ou BJP – foi conclusiva e histó-rica. Conclusiva devido a ter alcançado uma maioria absoluta, de 282 lugares, na câmara baixa do Parlamento. Com os seus aliados da Aliança Democrática Nacional, detêm 336 dos 543 lugares, não permitindo qualquer tipo de desculpas num insucesso de governação. O atual Governo, terá de tomar medidas sérias de reformas estruturais – quanto à fragilidade do sistema bancário e persistente infl ação elevada,

combate à fraude, fuga e evasão fi scais, anticor-rupção e de incompetência públicas, na obsole-ta produção industrial e agrícola, nos cuidados básicos de saúde, no sistema de Educação não superior, etc. – que serão difíceis, complexas e de médio-logo prazo. Para se ter uma noção da tremenda tarefa, o PIB da China e da Índia há 30 anos era de USD300; agora o da China é de USD6750 e o da Índia, menos de um quar-to desse valor. Ao serem implementadas com sucesso, poderão conduzir ao renascimento da Nação Indiana como a outra grande potência asiática e mundial. Também foi histórica, por-que retirou do poder o tradicional vencedor de há demasiados anos: o Partido do Congresso – que obteve 44 lugares, um mínimo histórico – da ex-Primeira-Ministra Indira Ghandi e do seu fi lho Rajiv, ambos assassinados, em 1984 e 1991, respetivamente.

O percurso político do novo Primeiro-mi-nistro é audacioso e meteórico. Foi responsá-vel pelo Estado do Gujarate durante doze anos. Este Estado, situado ao norte da capital fi nan-ceira e do Estado de Maharashtra, Bombaim, na costa ocidental do subcontinente (consi-derado pela revista Outlook de Nova Deli, «Um viveiro de estadistas»). Nesse período, o Senhor Modi procurou e conseguiu – decal-cando e adaptando os exemplos de Singapura, Malásia, Japão e China – atrair um signifi ca-

tivo volume de investimento proveniente de outros Estados da União Indiana, mas acima de tudo, do estrangeiro (incorporando no Gu-jarate, muito capital de fundos de investimento e de fl uxos internacionais, tecnologia «de pon-ta» e elevando o nível de recursos humanos e da produção industrial e agrícola). Por outro lado, fi cam alguns «esqueletos no armário» que poderão debilitar o seu desempenho com principal executivo da Índia. A sua conivência em relação às ações contra minorias étnicas e religiosas, nomeadamente, negligência de pro-teção e exageros contra cidadãos de origem islâmica, em 2002. A sua postura autocrática à frente do Governo do Estado e a tendência para a agregação de poderes e de competências em relação a outras entidades legalmente insti-tuídas, são prenúncio de que possa vir a fazer o mesmo em Nova Deli. Estes receios têm leva-do muitos intelectuais e jornalistas a temer pelo livre debate de ideias nos assuntos da União.

Em termos de sinais positivos deve sa-lientar-se o convite feito ao seu homólogo do Paquistão, Senhor Nawaz Sharif, para a sua to-mada de posse. Esta atitude denota uma preo-cupação imediata de serenar os ânimos na vizi-nhança, consequentes, não só, das presumíveis responsabilidades do Senhor Modi em relação às perseguições de cidadãos islâmicos execu-tadas pelas milícias do BJP, tanto no passado,

como na longa e aguerrida campanha eleitoral. Deve referir-se, também, a preocupação do atual Primeiro-ministro em relação à escolha dos elementos da sua equipa, em particular com o seu Ministro das Finanças o Senhor Arun Jaitley, uma vez que o Senhor Modi não foi parco nas críticas ao(s) Governo(s) anterior(es), nomeadamente ao último, do seu antecessor o Senhor Manmohan Singh (deten-tor de um currículo invejável e doutorado na área de Ciências Económicas e Financeiras, por Oxford).

O relançamento da União Indiana como potência, primeiro regional e depois global de pleno direito não nos deve espantar. Tem raízes nos séculos anteriores ao XIX, quando o peso da Índia era muito signifi cativo na produção da riqueza mundial (esta e a China eram respon-sáveis por um meio a dois terços daquela, en-quanto a Europa e a América do Norte por um quarto). Trata-se, pois, de um regresso às ori-gens e não de uma situação nova e inesperada, só que desta vez, o Ocidente e, em particular, a futura «Parceria Transatlântica» (TTIP) poderá e deverá explorar esta possibilidade no senti-do geopolítico, tendo a futura Índia como uma aliada preferencial, porque democrática, vin-do a constituir um «contrapeso» à hegemonia económica e militar chinesa na Ásia e ao nível Global.

Hoje em dia a tecnologia está cada vez mais presente nas nossas vidas, grande parte das plataformas e aparelhos digitais como iPhone, iPad, iTunes, iPod trazem o “i” (elemento singular do “eu”) que representa a transferência das nossas vivências e rela-ções interpessoais para o mundo digital.

Graças às redes virtuais de socializa-ção o “eu” está tornando-se cada vez mais tecnológico, mais virtual e mais egocêntrico, revelando um novo modelo individual tão fascinante e tão desconhecido ao mesmo tempo. À medida que as interações huma-nas vão sendo desenvolvidas através da internet, aumenta também a possibilidade de desenvolvimento de uma identidade mui-to diferente daquela que temos na vida real: a personalidade eletrónica ou “iPersona”.

A “iPersona” é menos contida, mais deso-bediente e mais sexualizada, ela age como uma força que leva os indivíduos a ignora-rem as suas limitações, atuando muito para além das suas crenças e valores.

Percebe-se assim porque é que muitos preferem viver no mundo virtual mais do que no mundo real, pois fi caram fascinados com esse novo “eu”, deslumbram-se quan-do são mencionados em posts ou quando se vêm nas fotografi as, fi cam maravilhados com o “glamour” virtual que o espelho das redes sociais refl ete. E cada um molda este refl exo como entende ou como quer, sem choro, sem esforço, sem a perturbação da carga emocional.

Ao reduzirmos o horizonte das nossas experiências individuais reais, estamos tam-bém fragmentando a nossa verdadeira per-sonalidade que está sendo moldada, (propo-sitadamente ou não), pela empatia virtual da tecnologia, criando uma autêntica cultura de customização do “eu”. Segundo o Insti-tuto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, a presença do transtorno narcisista da personalidade é hoje 3 vezes maior entre jovens com 20 anos de idade do que o das gerações que possuem 65 anos ou mais.

O hábito obsessivo de se auto fotografar e colocar nas redes sociais é uma demostra-ção clara do desenvolvimento desta persona-lidade eletrónica, socialmente aceite como

Selfi e. Considerada em 2013 como pa-lavra do ano pelo Oxford English Dic-tionary, Selfi e signifi ca self ( “eu” ou “o próprio individuo”). Nas culturas místi-cas o Self é considerado como o “eu su-perior” que vai para além da existência terrena e nos estudos comportamentais o termo self está associado ao modelo da personalidade “Blamer” (acusador), com tendências para a sociopatia. O su-fi xo “ie” refere-se a um tipo de fotogra-fi a de autorretrato, normalmente tirada com um telemóvel ou câmara digital segurada pela mão e direcionada para a própria pessoa ou para um espelho, onde se capta a auto imagem.

Normalmente as selfi es estão as-sociadas a momentos específi cos ou a circunstâncias espontâneas, mas inde-pendentemente do ambiente ou do acon-tecimento exterior o propósito do Selfi e é a auto imagem, (ver-se a si próprio), mesmo quando é uma selfi e de grupo. A necessidade do Selfi e será portanto, “ver-se” como se enquadra num tempo e num espaço.

A internet está a tornar-se numa pe-rigosa bengala de suporte para muitas pessoas, está a desenvolver um interessante fenómeno de dualidade do “eu” real/virtual, onde se torna complexo entender o verda-deiro esquema da personalidade do ser hu-

mano. O modelo Selfi e possibilitado pela tecnologia está a dar-nos a oportunidade de nos auto fotografarmos, auto descobrirmos e auto avaliarmos. Pena ser unicamente por fora…

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014 Atlântico Expresso19Desporto

Opinião

Dedicação e esperança

JOÃO DE BRITOZEFERINO

Em cada dia que passa nesta nossa vida terrena, somos confrontados com notícias, umas mais tristes do que outras, isto para já não falar naquelas que somos forçados a ignorar, sem que ninguém a tal nos obrigue. Elas valem o que valem.

Nas noticias menos agradáveis temos a registar a morte dum grande jornalista, ho-mem da rádio, da televisão e dos escritos, que foi o Rui Tovar, Não tive a honra de o conhecer pessoalmente mas era admirador do seu real talento e inconfundível valor. Ainda uns dias antes do seu passamento para o outro lado da vida, tivemos a grata opor-tunidade de o ver nos programas dedicados ao campeonato do mundo, e a sua memória aliada ao seu saber enciclopédico, deliciaram aqueles que mais uma vez aprenderam com ele. Não sei se terá sido a sua ultima apari-ção na TV. Uma coisa é certa, a sua obra e a sua dedicação ao Desporto, estes valores nunca desaparecerão. Paz à sua alma.

Com igual sentimento de mágoa. A no-ticia da morte do Carlos Manuel Aguiar Melo, o popular CAMANÉ, nos deixou a pensar quão ingrata é por vezes a morte, se bem que seja o que de mais certo temos na vida. Este sim, conheci-o bem, pois sendo já considerado um “veterano” nas modalidades desportivas em especial nas mecânicas, sem-pre gostou de em vida, fazer um pouco de tudo, em certas modalidades. Há umas de-zenas de anos atrás foi ele um entusiasta do atletismo, e por várias vezes participou na tradicional Corrida de São Silvestre, quando

esta era ainda corrida e cumprona no último dia do ano. Passada larga e muita dedicação, o Camané vibrava com a corrida. Mais tarde e com a aparição do motocross, é ele um dos primeiros a alinhar na ideia, e a sua presen-ça passou a ser obrigatória, sempre que as motas roncavam por esta e outras ilhas da Região. Não sei se chegou em primeiro ligar alguma vez à meta da vitória. Uma coisa é certa, se bem que dolorosa, foi na tentativa de preparar mais um Campeonato de Moto-cross que o levou ao acidente, que o deixou tetraplégico, acabando por não resistir, e de novo a meta a fugir-lhe. Não sabemos se desta feita para a vitória. Uma coisa é cer-ta, julgamos que Deus lhe fez a vontade de partir talvez da forma que mais gostasse, na preparação de mais uma época da modalida-de que mais gostava. Que Deus o tenha no Seu Reino.

E para desanuviar, mais uma vitória das ginastas do Clube de Actividades Gímnicas de Ponta Delgada, que em número de 22 meninas e meninos, arrancaram 13 títulos e

17 pódios, no ultimo Campeonato Nacional disputados há dia na Região Autónoma da Madeira. E como resultado de todo este tra-balho da Xali e seus alunos e alunas, o can-celamento da prova do Mundial de aeróbica que há alguns anos se vinha a realizar em S. Miguel e que agora, por falta de condições e não certeza de haver verbas para manter tão importante prova nos Açores, vai a mesma ser disputada em Cantanhede, onde de facto o vinho não é nada mau. Enquanto isto, o pessoal do “Corpore” vai intensifi car o tra-balho, para continuar, seja dentro ou seja for, a elevar cada vez mais alto o nome dos Açores.

Parabéns também para o xadrês que continua pela discreta a movimentar algu-mas largas dezenas de jovens, no magestoso Convento dos Franciscanos, ali na Lagoa, que consideramos a “meca” da modalidade que faz mexer os caninhos do cérebro.

Lagoa onde também a patinagem ar-tística e o hoquei, tem sido igualmente acarinhados, e sem grandes alardes, vão

movimentando muitas dezenas de jovens de ambos os sexos. O que parece saudavelmen-te estar a transpirar para outras localidades, e da Achadinha do Nordeste chegam notí-cias que a Junta de Freguesia da Achadinha em colaboração com a Ass. Patinagem de P. Delgada, o Hoquei Clube de P. Delgada e Clube de Patinagem da Vila das Capelas, , promoveram uma acção de sensibilização durante uma noite de magia, que promete ser repetida por mais vezes. Um exemplo que vem da terra do sol nascente em S. Miguel e que pode ir servindo de “rastilho” noutras localidades,

E agora que acabou o Mundial de futebol, embora mais alguns dias sirvam para carpir dores ou condenar prestações, fi ca a certeza de que a dedicação de alguns que já partiram e de outros que por cá ainda estão, não arre-fecerá as esperanças que os mais jovens vão depositando, neste fenómeno de grande ma-gia que é o Desporto. Que felizmente. Não é só o futebol, embora ninguém o negue que lhe está reservada a “parte do leão”.

Atlântico Expresso 20 publicidadeSegunda-feira, 14 de Julho de 2014

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso21Desporto

JOSÉ MANUEL PINHO VALENTE

WSBK – 30419 espectadores presentes ao longo do fi m-de-semana no A.I.A.

“God save the queen” nas vitórias

De Sykes (Kawasaki) e Rea (Pata Honda)

Competitividade em pista, organização do evento num excelente nível, mais público ao longo de todo o fi m-de-semana (30419 em 2014, enquanto que em 2013 foram 25816) e corridas que levantaram os espectadores

das bancadas, confi rmaram o que já é uma tradição no Autódromo Internacional do Algarve, desde 2008. Nes-te ano de 2014 não foi diferente e solidifi caram-se ainda mais todos estes atributos, aguardando-se já o evento

do próximo ano. E, são pilotos da estirpe de Tom Sykes (Kawasaki Racing Team) e Jonathan Rea (PATA Honda World Superbike Team), vencedores das duas mangas do evento de Portugal, com chuva na derradeira corrida e algumas pingas no fi nal da primeira manga, desafi ando o perigo, afi nal, esse tempero que convida o público a marcar presença obrigatória nos circuitos, empolgando esses espectadores presentes e todos aqueles que seguem em todo o mundo, através da “Eurosport International”. Portimão está de parabéns e o público

português merece o WSBK durante muitos e muitos anos!

BANDEIRA DE XADREZ

WSBK: 30419 ESPECTADORES NO A.I.A. – Ao longo dos três dias no A.I.A. esti-veram presentes no circuito de Portimão 30419 espectadores, mais 4603 pessoas, relativamente à edição de 2013. No primeiro dia de treinos, sexta-feira (dia 4) marcaram presença 1426 espectado-res, no sábado (dia 5) estiveram presentes 6239, enquanto no domingo (dia 6), com condições atmosféricas em que a chuva marcou presença, houve um total de 22754 espectadores. Em 2013, ao longo do fi m-de-semana estiveram um total 25816, este ano o número aumentou para 30419. Números ofi ciais da DORNA SPORT, entidade organizadora do WSBK, que agradeço a Valentina Conti, Media Offi ce do mundial, que gentilmente facultou os dados ao Jornal Atlântico Expresso.

WSBK/SSP: MICHAEL VAN DER MARK VENCEU E CONSOLIDOU CLASSI-FICAÇÃO – Na oitava corrida do Campeonato do Mundo FIM Supersport, o vencedor foi Mi-chael Van Der Mark (Holanda), aos comandos de uma PATA Honda, que conquistou uma merecida vitória, impondo-se a Jack Kennedy (CIA Insu-rance Honda), que se posicionou no 2º lugar, en-quanto que Kenan Sofuoglu (Mahi Racing Team), ocupou o 3º lugar do pódio. Van Der Mark, que já era o líder da geral, consolidou essa posição, saindo de Portimão com 160 pontos contra 107 de Cluzel.

WSBK: JOGO OFICIAL SBK 14 JÁ DIS-PONÍVEL PARA APLICAÇÃO “iOS en APP STORE” – “Dorna WSBK” e “Digital Tales”, empresa italiana especializada no desenvolvimen-to de videojogos e plataformas multimédia, tive-ram o prazer de anunciar no início de Julho, em Barcelona, que o “SBK1 Mobile Game”, o jogo ofi cial do Campeonato do Mundo eni FIM Super-bike, já está disponível para os dispositivos “iOS em App Store”. O jogo ofi cial SBK 14 apresenta 27 pilotos e 13 circuitos da actual temporada, lo-grando uma perfeita reprodução da competição. O jogo permite sair para a pista com os pilotos mais rápidos do mundo, fazê-lo aos comandos da me-lhor moto do mundo disponível, com o objectivo de viver uma experiência completa em Superbike. Este é o principal objectivo da “Digital Tales”, que criou e desenvolveu o jogo com gráfi cos 3D, com um dinâmico e realista motor de funciona-mento, com som original e uma perfeita reprodu-ção de cada uma das equipas. O jogo ofi cial SBK 14 recria à perfeição toda a emoção do WSBK. O jogo também oferece um sistema de controlo simples e intuitivo que permitirá aos principian-tes e aos que tenham mais experiência, desfrutar plenamente do tempo que passam a pilotar as suas motos preferidas. Marco Melandri, Jonathan Rea, Eugene Laverty e o campeão do Mundo em título, Tom Sykes, estão à espera para sair para a pis-ta e desafi ar a quem queira competir com eles no “Jogo Ofi cial SBK 14”. “Digital Tales” fez um trabalho incrível na criação de um excelente jogo, tendo por objectivo que este campeonato seja ain-da mais popular para quem normalmente não o segue. Os fãs merecem um jogo de alta qualida-de e isso foi exactamente o que a “Digital Tales” criou para eles”, disse Marc Saurina, Director Co-mercial e de Marketing do WSBK. Por outro lado, Giovanni Bazzoni, CEO da “Digital Tales”, afi r-mou: “O objectivo do SBK 14 é ocupar o espaço vazio para jogos de motociclismo em plataformas para telemóveis. Os jogos de carros já são muito populares, mas esta é uma história completamente diferente e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para recuperar terreno, graças ao nosso conhecimento sobre jogos de motos”.

Duas excelentes corridas do WSBK ti-veram lugar em Porti-mão. Tempo cinzento durante toda a manhã e alguns pingos de chuva nas últimas três voltas em alguns lo-cais do circuito, com temperatura amena, permitiam aos pilotos realizarem uma corri-da com muita emoção

e lutas corpo a corpo ao longo das 20 voltas.Tom Sykes (Kawasaki) foi o vencedor

da primeira manga, após um domínio perfeito da corrida, enquanto Sylvain Guintoli (Apri-lia) e Loris Baz (Kawasaki), respectivamente, no 2º e 3º lugares, completaram os lugares do

pódio. No momento da largada o primeiro líder

foi Jonathan Rea (PATA Honda World Super-bike), seguido por Marco Melandri (Aprilia), Tom Sykes (Kawasaki), Chaz Davies (Duca-ti), Sylvain Guintoli e Loris Baz. Tom Sykes não deixou Rea ir-se embora, controlou a sua corrida, enquanto Baz a rodar no quarto lugar afastava-se do grupo que rodava atrás de si, o que permitiu aos pilotos da frente ganharem vantagem para o grupo de trás.

Com a passagem das primeiras voltas, o segundo grupo aproximava-se e o actual cam-peão do Muno em título, Tom Sykes, tomou a iniciativa certa no exacto momento e ultra-passou Jonathan Rea, assumindo a liderança da corrida. Na sexta volta produzia-se a queda de Toni Elias (Red Devils Roma), enquanto Leon Haslan (PATA Honda) e Chaz Davies

(Ducati) sofreram quedas de forma conjunta na 12ª volta e uma volta mais tarde Peter Se-bestyen (BMW Team Toth) tinha um proble-ma mecânico, sendo obrigado a abandonar.

Com uma vantagem de dois segundos, Sykes afrontou as derradeiras voltas com o controlo total da corrida, conseguindo o sétimo triunfo da temporada, Na categoria EVO, o melhor classifi cado foi David Salom (Kawasaki), nono da geral, após uma luta ao rubro com o regressado Sylvain Barrier (BMW Motorrad Itália), que sofreu um aci-dente de trânsito pouco antes do início deste mundial, chegando a estar em estado e coma, regressando agora em Portimão.

A segunda manga decorreu sob más con-dições climatéricas, com os pilotos a saírem com pneus de chuva e a corrida a ser redu-zida em duas voltas, para um total de 18. Foi uma corrida marcada pelo a(in)cidente na 13ª volta, entre Melandri e Guintoli, quando rodavam perto de Rea, com todos os lugares do pódio em aberto. Com a ida ao solo destes pilotos – Guintoli prosseguiu – Rea ganhou uma vantagem inesperada e confortável rumo ao triunfo, enquanto Davide Giugliano (Du-cati) e Chaz Davies (Ducati) terminavam nos lugares do pódio, respectivamente, nos 2º e 3º lugares.

Bendita a chuva, naquela que foi uma melhores corridas da temporada. Portimão brindou o mundial de WSBK com duas ex-celentes corridas e com um público sempre apaixonado por este campeonato de excep-ção, que ultrapassou as 30000 pessoas ao lon-go dos três dias.

Tom Sykes, autor da “Tissot-Superpole” em Portimão

O enviado especial do Jornal Atlântico Expresso a tentar pilotar uma moto (no caso, a de Jonathan Rea, vencedor da segunda corrida), no olhar sempre atento do repórter fotográfi co, para o Jornal Atlântico Expresso

Um momento de um dos treinos no A.I.A.

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso 22 Televisão

FARMÁCIAS

Ponta Delgada - 296 282 022, 296 205 500 e 296 629 630Trânsito - 296 284 327R. Grande 296 472 120, 296 473 410Lagoa - 296 960 410Vila Franca - 296 539 312Furnas - 296 549 040, 296 540 042Povoação - 296 550 000, 296 550 001, 296 550 005 e 296 550 006Nordeste - 296 488 115, 296 480 110, 296 480 112 e 296 480 118Maia - 296 442 444, 296 442 996R. Peixe - 296 491 163, 296492033Capelas - 296 298 742, 296 989 433Santa Maria - 296 820 110, 296 820 111, 296 820 112 e 296 820 110

Ponta Delgada - Urgência 296 301 301Normal 296 301 313Ginetes - 296950950Nordeste - 296488111Vila Franca - 296539900Ribeira Grande: 296 472318, 296 470100Lomba da Maia - 296446017, 296446175Povoação - 296 550050, 296 550052Centro de EnfermagemBombeiros de Ponta DelgadaTodos os dias das 17h00 – 20h00Incluindo Sábados, Domingos e FeriadosHOSPITAIS

BOMBEIROS

Ponta Delgada - 296 203 000 Nordeste - 296 488 318 - 296 488 319Vila Franca - 296 539 420R. Grande - 296 472 128 - 296 472727Povoação - 296 585 197 - 296 585 155

POLÍCIA

296 285 399 (número regional)707 20 00 77 (número único)[email protected].ª a 6.ª das 9:30 às 12:00 e das 13:00 às 17:30

GABINETE DE APOIO À VÍTIMA

Ponta Delgada - Farmácia CentralRua Marquês da Praia de MonforteTelefone: 296284151

Ribeira Grande - Farmácia CentralRua S. Francisco,Telefone: 296473135

BIBLIOTECASPonta Delgada

De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 19h00 Sábado das 14h00 às 19h00

Ribeira GrandeArquivo Municipal

Biblioteca MunicipalDe 2ª a 6ª feira das 9h00 às 17h00

POLÍCIA MUNICIPALRua Manuel da Ponte, n.º 349500 – 085 Ponta DelgadaTel. 296 304403/91 7570841Fax: 296 304401 E-Mail: [email protected]

MARINHACentro de Coordenação de Busca e Salva-mento Marítimo (MRCC Delgada)Tel. 296 281 777Polícia Marítima de Ponta Delgada (PM Delgada)Tel. 296 205 246

MUSEUS

MISSAS

SERVIÇOS CULTURAIS

Ponta Delgada Ponta Delgada Museu Carlos MachadoMuseu Carlos Machado

3ª a 6ª das 10:00 às 13:00 e das 14:00 às 18:003ª a 6ª das 10:00 às 13:00 e das 14:00 às 18:00Sábados e Domingos das 14:00 às 18:00Sábados e Domingos das 14:00 às 18:00

Encerra segundas e feriadosEncerra segundas e feriados

Museu Municipal do NordesteMuseu Municipal do NordesteAberto de 2.ª a 6.ª das 09h00 Aberto de 2.ª a 6.ª das 09h00

às 12h00 e das 13h00 às 16h00às 12h00 e das 13h00 às 16h00

teiras, Saúde - Arrifes. 18h30 – Matriz; Santa Clara; Fajã de Baixo. 19h00 - Igreja Nª Sra. de Fátima; Fajã de Cima; Mosteiros, São Pedro; Relva; São Roque, Candelária; Ginetes 19h30 - Fajã de Cima, Milagres - Arrifes. 20h00 - Covoada.

Domingo >> 08h00 – Santuário San-to Cristo; Saúde – Arrifes, Mosteiros 09h00 – Igreja Senhora das Mercês; Clínica do Bom Jesus; Fajã de Baixo; Piedade - Arrifes. 09h30 - Piedade – Arrifes; 10h00 – Matriz; Igreja Cora-ção Imaculado de Maria – São Pedro; Santa Clara; Milagres – Arrifes 10h30 – Capela de São João de Deus - Fajã de Baixo; Covoada; Hospital Divino Espí-rito Santo; Várzea; Sete Cidades, Can-delária, Milagres - Arrifes. 11h00 – São José; São Pedro 11h30 - Santa Clara; Fajã de Baixo, São Roque 12h00 – San-tuário Santo Cristo; Matriz; Relva; Mosteiros; Ginetes, Feteiras; Saúde - Arrifes. 12h15 – Igreja de São Gonçalo - São Pedro 12h30 – Igreja Nª Sra. de Fátima Lajedo 17h00 – Matriz 18h00 – São José 18h30 – Fajã de Baixo 19h00 – São Pedro

Ponta DelgadaCentro municipal de cultura

Horário das Exposições2.ª a 6.ª feira - das 09h00 às 12h30

e das 13h30 às 16h30 Encerrado aos fi ns-de-semana e feriados

Ribeira GrandeCentro Comunitário e juventude

de Rabo de PeixeTeatro Ribeiragrandense

Horário da 2ª a 6ª das 9h às 17h

Ribeira Grande Ribeira Grande Museu MunicipalMuseu Municipal

Museu “Casa do Arcano”Museu “Casa do Arcano”Museu da Emigração AçorianaMuseu da Emigração AçorianaMuseu Vivo do FranciscanismoMuseu Vivo do Franciscanismo

Casa Lena GalCasa Lena GalAberto de Out a Jun - 2ª a 6ª

das 09h às 17h

PORTO DE ABRIGOEstação Costeira Porto de AbrigoTel. 296 718 086

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

TABELA DAS MARÉS

TÁXIS

ASSOCIAÇÃO DE TÁXIS DE SÃO MIGUEL

(INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA)

Central 296 30 25 30296 20 50 50

296 38 200096 29 59 25591 82 52 777

COLISEU MICAELENSE

Baixa-mar:11:29

Preia-mar:05:31 – 17:45

“ROMA NO COLISEU”

2 DE AGOSTO- 23H00

TROMPA E PIANO

12 DE JULHO - 21H30

TEATRO MICAELENSE

05:30 Bom Dia Portugal

09:00 Espaço Infantil10:00 Leonardo10:30 Gostos E

Sabores11:00 Jornal Do Meio

Dia12:00 Portugueses

Pelo Mundo13:00 Jornal Das 1414:00 Pai à Força14:45 Açores - 9 Ilhas

Na Europa15:15 Bem-vindos A

Beirais16:00 Espaço Infantil17:00 Informação

Açores17:15 Meteorologia

Açores17:20 Voo Directo

- A Vida a 900 à Hora

18:15 A Teoria do Big Bang

18:40 Gente da Cidade19:10 Esta é A Minha

Família19:55 Meteorologia

Açores20:00 Telejornal

Açores20:30 Meteorologia

Açores20:40 Rali Além Mar21:00 Um Homem

Singular22:40 O Mentalista23:25 Meteorologia

Açores23:30 Telejornal

Açores00:00 Simultâneo

- RTP Açores/RTP Informação

05:00 Consigo05:30 Bom Dia

Portugal09:00 Verão Total

(Manhã)12:00 Jornal Da Tarde13:15 Os Nossos Dias

- Ep. 20614:00 Verão Total

(Tarde)17:00 Portugal Em

Directo18:00 O Preço Certo19:00 Telejornal20:15 Água De Mar

- Ep. 1Decorre o cam-peonato de surf que marca o 15º aniversário da Es-cola de Surf Praia das Conchas. Os nadadores-salva-dores - Gonçalo, Igor, Luísa e Dé-bora - vigiam a praia, atentos. No bar Hula, um gru-po de jovens bebe demais e Vicente vai avisá-los de que depois daque-la bebida, é melhor irem andando.

21:15 Bem-vindos A Beirais T3 - Ep. 88

22:00 The Voice Portugal - Diários

22:15 Quem Quer Ser Milionário

23:15 5 Para A Meia-Noite T8 - Ep. 176

00:30 A Rapariga De 14 De Julho

02:30 Windeck - O Preço Da Ambição - Ep. 82

03:45 Televendas

07:00 Zig Zag11:00 Ciclismo: Volta a

França15:45 Sociedade Civil

T9 - Ep. 12717:00 A Fé dos Homens17:29 Zig Zag19:30 Dois Homens E

Meio T9 - Ep. 1919:54 A Hora da Sorte20:00 Jornal 220:40 Agora20:55 Estranha Forma

De Vida - Ep. 1Uma História da Música Popular Portuguesa. Dez anos depois de Inglaterra, Portu-gal conhece uma importante vaga punk liderada pe-los Peste & Sida e pelos Censurados. Mas a década de 90 já espreitava, e grupos como os Entre Aspas ou os Santos & Peca-dores marcariam o panorama mu-sical.

21:30 Dexter T6 - Ep. 622:20 The Coffee Shop

Series - Ep. 622:30 Visita Guiada

- Ep. 723:10 Tanto Para

Conversar23:45 Agora00:00 Sociedade Civil

T9 - Ep. 12701:00 Euronews

05:00 SIC Notícias06:00 Edição Da Manhã07:45 A Vida Nas

Cartas: O Dilema T3 - Ep. 30

09:00 Queridas Manhãs T1 - Ep. 91

12:00 Primeiro Jornal13:30 Senhora Do

Destino - Ep. 15114:30 Boa Tarde T4

- Ep. 10717:45 Em Família - Ep.

7419:00 Jornal Da Noite20:45 Sol De Inverno

- Ep. 231Ameaçada por Andreia e Morais, Laura vai ter com a antiga mulher do seu fi lho Eduardo e tenta assustá-la, dizendo que sabe como ela não de-siste de destruir seja quem for que entre em guerra consigo. No en-tanto, Andreia não se deixa atemo-rizar e assume o combate.

22:00 Amor À Vida - Ep. 221

23:00 A Guerreira - Ep. 207

23:45 Investigação Criminal T10 - Ep. 8

00:45 A Vingadora T2 - Ep. 5

01:30 O Encantador De Cães T3 - Ep. 11

02:30 Televendas

05:00 Todos Iguais05:30 Diário da Manhã09:15 Você na TV!12:00 Jornal da Uma13:30 Flor do Mar - Ep.

1615:00 A Tarde é Sua17:00 Feitiço de Amor

- Ep. 3419:00 Jornal das 820:45 O Beijo do

Escorpião - Ep. 128

22:00 Belmonte - Ep. 221Os irmãos de João nem acreditam no que estão a ouvir. Pedro, Lu-cas e José não percebem com é que ele, depois de tudo o que fez para desmascarar Carlos, agora o quer perdoar. To-davia, João não quer perdoar o ir-mão e explica que apenas quer que ele baixe a guar-da e se descuide, revelando o que sabe realmente.

22:45 Mulheres - Ep. 3823:45 Psych - Agentes

Especiais T1 - Ep. 74

00:45 Psych - Agentes Especiais T1 - Ep. 75

01:45 Dei-te Quase Tudo - Ep. 70

04:00 TV Shop

Semana >> 08h00 – Santuário do Santo Cristo 08h30 – Matriz de 2ª a 6ª feira 12h30 – Matriz 18h00 – Igreja do Imaculado Coração de Maria 18h30 - Matriz; São José; Fajã de Cima (4ª e 6ª) 19h00 – São Pedro; Igreja Nª Sra. de Fátima -Lajedo; Santa Clara; Fajã de Baixo (3ª e 5ª); Saúde - Arrifes - (3ª e 5ª); Milagres - Arrifes - (4ª e 6ª).

Sábado >> 12h30 - Matriz 17h – Clí-nica do Bom Jesus 17h30 – Igreja do Coração Imaculado de Maria; Capela de São João de Deus -Fajã de Baixo 18h00 – São José; Sete Cidades, Fe-

signosCARNEIRO(21/03 a 20/04)

TOURO(21/04 a 20/05)

GÉMEOS(21/05 a 20/06)

CARANGUEJO(21/06 a 22/07)

LEÃO(23/07 a 22/08)

VIRGEM(23/08 a 22/09)

BALANÇA(23/09 a 23/10)

ESCORPIÃO(24/10 a 21/11)

SAGITÁRIO(22/11 a 20/12)

CAPRICÓRNIO(21/12 a 19/01)

AQUÁRIO(20/01 a 19/02)

PEIXES(20/02 a 20/03)

É possível que sinta nesta fase uma certa agressividade. Esteja alerta no manuseamento de objectos de metal pon-tiagudos nas actividades domésticas.

Este trânsito poderá ser o fi m de um ci-clo e o começo de outro em termos emo-cionais. Possivelmente sente inquietação, a sensação que lhe falta algo.

Aproveite a Lua Cheia e medite um pouco sobre o sentido da solida-riedade. Aproveite para estabelecer uma sintonia com a outra metade da sua pessoa.

Estranhará a fl uência e a descontracção com que poderá fazer um desabafo. Encontrará uma grande paz interior. Escolha, porém, a pessoa certa.

Pode haver tendência para pequenos acidentes domésticos, a qual poderá contornar e evitar com uma cuidadosa manipulação. Pratique exercício físico.

Esta Oposição da Lua a Júpiter pode trazer uma notícia menos boa relativa-mente à família ou a assuntos relaciona-dos com o estrangeiro ou com a Lei.

Este trânsito entre Lua e Saturno irá trazer-lhe um pouco de tranquilidade e a possibilidade de ver fi nalmente con-cretizada uma dada situação.

Esta Oposição poderá trazer uma maior ansiedade. Poderá notar tam-bém que se distrai com mais facili-dade e que tem menor capacidade de concentração.

Uma Oposição Lua/Júpiter irá afectar a sua capacidade de concentração. Poderá igualmente trazer uma pequena preocupa-ção com um elemento da família.

É possível que esta Quadratura entre a Lua e Úrano lhe traga uma pequena contrariedade. Como tal, poderá sentir-se momentaneamente out-side.

É provável que surja um descontenta-mento em relação à vida quotidiana. Apro-veite para fazer algo diferente: viaje, estude um tema que lhe interesse.

Independentemente do seu sexo, as relações com elementos do sexo feminino poderão ensinar-lhe algo mais sobre si de uma forma muito positiva.

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014Atlântico Expresso23Curiosidades

Atlântico Expresso Director: Américo Natalino Viveiros. Director Adjunto: Santos Narciso. Sudirector: João Paz Chefe de Redacção: Ana Coelho. Redacção: Nélia Câmara, Marco Sousa, Carla Dias ; Fotografi a: Pedro Monteiro; Marketing: César Botelho, Pedro Raposo. Paginação, Composição e Montagem - João Carlos Sousa, Flávio Cordeiro e Luís Filipe Craveiro; Economia: Eugénio Rosa; Colaboradores: João Carlos Tavares, Diniz Borges, Ferreira Moreno, Manuel Calado, Manuel Estrela, Manuel M. Esteves, José Händel Oliveira, Natividade e Carlos Ledo, Orlando Fernandes, Rogério Oliveira. Desporto - José Pinho Valente, João de Brito Zeferino, João Patrício.Impressão: Gráfi ca Açoreana, Lda. - Rua João Francisco de Sousa n.º 14 - Ponta DelgadaTelefones: Adminstração - 296 709886; Redacção - 296 709883 Fax: 296286119

Jornal SemanárioRegisto N.º 111846

Tiragem desta edição - 6 650 exemplaresEditor - Gráfi ca Açoreana, Lda.

Ficha Técnica

Propriedade - Gráfi ca Açoreana, Lda. - Contribuinte n.º 512005915Número de Registo 200915 - Conselho de Gerência - Américo Natalino de Viveiros, Paulo Hugo Falcão Pereira de Viveiros e Dinis Ponte.

Capital Social: 323.669,97 Euros - Sócios com mais de 10% do capital da empresa - Américo Natalino de Viveiros, Marques SGPS, Octaviano Geraldo Cabral Mota e Paulo Hugo Viveiros.

Rua Dr. João Francisco de Sousa n.º 14 - Ponta Delgada Governo dos AçoresEsta publicação tem o apoio do PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada

E-mail:[email protected]

Uma residente em Tippencanoe, em Indiana (Estados Unidos), manteve durante nove meses em casa o corpo do marido de 88 anos. Um perito entomologista, especialis-ta em insectos, determinou que a morte do idoso ocorreu «pelo menos no dia 15 de Julho de 2013, se não até antes» dessa data.

Segundo depoimentos de vizinhos à polícia, Ila Solo-mon, que também era a assistente de Gerald Francus Ga-van Jr., continuou a viver normalmente, como se o marido ainda estivesse vivo.

«Se eu vivesse com um corpo dentro da minha casa, não conseguiria comportar-me como ela se comportou dia-riamente», afi rmou ao USA Today Joe Childs, vizinho de Ila. Childs afi rma que a mulher sempre foi amigável e con-versava frequentemente com ele. Em depoimento à polícia, Ila contestou a data apontada pela perícia e afi rma que o marido estava vivo no último dia 28 de Abril, quando su-postamente teve um AVC.

A mulher alega que «moscas atraídas por adubo e ro-edores que eram dados às cobras de Gavan» aceleraram a decomposição do corpo do marido. Devido ao forte odor, ela disse ter dormido durante cinco dias numa outra casa, na mesma propriedade do casal.

Ila negou-se a explicar por que manteve em casa o corpo do marido, com quem estava casada há dois anos. Porém, ela disse que o marido havia comentado sobre um rancho no Texas onde corpos humanos são deixados nos campos para serem comidos por pássaros, «uma tradição da qual ele queria participar».

A polícia investiga a causa da morte do idoso e ainda não indiciou a mulher de Gavan.

Diário Digital

Durante nove meses,

americana manteve em casa

o corpo do marido de 88 anos

Hotel «contrata» utilizador

para aproveitar atracções e

publicar no Instagram

O hotel turco Hillside Beach Club está a seleccionar seis pessoas para «alimentarem» através do Instagram o estabelecimento. Pode até parecer um emprego comum, mas não é: a actividade dos visitantes será simplesmente passar uma semana de graça no resort, aproveitando tudo o que este tem para oferecer, e registar os momentos na rede social.

Para disputar uma vaga, o cibernauta deve publicar no Instagram uma foto dele próprio em qualquer praia e marcar a conta do hotel (@hillsidebeachclub) junto com a hashtag #jobatheavenonearth.

Os vencedores terão como «obrigação» aproveitar as atracções do hotel, que incluem três praias, vários bares, restaurantes, dois centros de beleza, diversos desportos aquáticos, entre outras coisas. Não há remuneração em di-nheiro, apenas a viagem gratuita.

Outros estabelecimentos, como restaurantes, já rea-lizam promoções envolvendo o Instagram. O restaurante britânico The Picture House, por exemplo, passou a aceitar imagens no Instagram como forma de pagamento pelas re-feições.

Diário Digital

Livro francês tem capa feita

com pele humana, afi rmam

cientistas de Harvard

Cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, confi rmaram através de testes que a capa do livro «Des destinées de l’ame» («Os destinos da alma», em tra-dução livre), do escritor francês Arsène Houssaye, foi feita com pele humana.

Amostras microscópicas foram retiradas de partes di-ferentes do livro e, por meio de uma análise de uma espé-cie de «impressão digital» das proteínas contidas nelas, foi possível determinar com 99,9% de precisão de que se trata de pele humana.

«Os dados analíticos, bem como a origem do Os desti-nos da alma, tornam muito improvável que o material [da capa] seja outro que não humano», confi rmou Bill Lane, director do Laboratório de Espectometria de Massa e Fon-tes Proteómicas de Harvard.

O livro de Houssaye, poeta e novelista francês que vi-veu entre 1815 e 1896, faz parte do acervo da biblioteca Houghton, da própria Universidade de Harvard. Ele foi o único entre três títulos testados feito com a técnica conhe-cida como bibliopegia antropodérmica (encadernamento com pele humana).

No livro do século XIX há uma dedicatória manuscrita por Ludovic Bouland, médico e amigo de Houssaye, afi r-mando que a pele de uma mulher com problemas mentais, morta por um AVC, havia sido usada na capa.

«Ao olhar cuidadosamente consegue distinguir-se facil-mente os poros da pele [na capa]. Um livro sobre a alma hu-mana merecia que déssemos a ele uma cobertura humana: guardei durante muito tempo esse pedaço de pele humana tirada das costas de uma mulher», escreveu Bouland.

Diário Digital

Micro-scooter dobra-se até

ao tamanho de uma folha A4

Esqueçam as scooters com esta nova viatura, desenhada por George Mabey do London South Bank University, capaz de caber numa mala a tiracolo. O engenho, ultraleve (5 kg), pode ser dobrado até atingir o tamanho de uma folha A4. A minúscula motorizada funciona através de partes ligadas com alumínio, com um cabo que, quando apertado, é capaz de su-portar o peso de um adulto.

Todavia, ainda não há planos imediatos para começar a ser comercializado. George Mabey, de 22 anos, é estudante universitário e foi distinguido pelo seu engenho com o prémio máximo no Power of Aluminium Awards, que «celebra» for-mas inovadoras de dar uso ao metal. Diário Digital

Chinesa transforma casa em

«lar» para 100 mil baratasUma moradora da cidade de Siqian, situada na provín-

cia chinesa de Fujian, decidiu transformar a sua casa de campo numa quinta para criação de baratas, insectos que no país asiático são usados como ingrediente para remédios tradicionais. «São os meus fi lhos, os meus bebés», afi rmou Iuane Meixia, de 37 anos, que diz ter mais de 100 mil bara-tas, em entrevista ao jornal Southern Metropolis Daily.

Iuane decidiu dedicar-se à criação no último ano, quando viu uma reportagem sobre o uso de insectos em remédios e, inclusive, em algumas áreas da gastronomia. A

partir daí, a cidadã chinesa fez um investimento inicial de 10 mil iuanes (cerca de 1,6 mil dólares) para comprar 20 quilos de baratas.

A mulher mantém a sua colónia numa casa próxima à fl oresta, na qual ela não vive, mas visita todos os dias para alimentar os animais e cumprir as tarefas necessárias.

«São como crianças e, por isso, necessitam de cuidados adequados», contou a mulher. Na casa, onde muitas das suas portas foram substituídas por cortinas de seda, todo o buraco ou fenda é selado com cimento para prevenir qual-quer tentativa de fuga.

Iuane cuida das baratas com carinho, mas, ao chegar à marca de 100 mil insectos, é obrigada a afogá-los em ba-cias de água, secá-los ao sol e colocá-los em sacos de plás-tico para vender às farmácias de outras partes da China.

As baratas criadas por Iuane são da espécie eurycotis fl oridana, uma variante muito fácil de ser confundida com as baratas americanas, comuns nas ruas.

Após a divulgação do caso de Iuane, não muito habitu-al na China, especialistas consultados pela imprensa local advertiram que a criação de baratas pode ser perigosa, prin-cipalmente sem um controlo sanitário adequado, já que os animais podem escapar e disseminar doenças.

Em Agosto de 2013, pelo menos um milhão de baratas escaparam de uma quinta na província oriental de Jiangsu, onde as autoridades tiveram que desinfectar todas as áreas próximas.

Diário Digital

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014

Ú L T I M A P Á G I N A

Atlântico Expresso

Luís Neto Viveiros enaltece “produção

de carne, leite e vinho de qualidade”

e reconhece esforço da produção

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente enalteceu este fim-de-sema-na, nas Lajes do Pico, na abertura do I Encontro de Tradições Rurais, a “produ-ção de carne, de leite e de vinho de qua-lidade” nesta ilha, considerando “muito meritória” a realização desta iniciativa.

“Para chegarmos até aqui, foi neces-sário o esforço de sucessivas gerações de agricultores que, por via de um árduo trabalho e contra a inconstância do clima, conseguiram desbravar terrenos incultos e transformá-los em campos férteis e pro-dutivos”, frisou Luís Neto Viveiros, no

Parque Matos Souto. Luís Neto Viveiros salientou que o I

Encontro de Tradições Rurais permite co-locar em evidência a agropecuária da ilha do Pico, mas também “toda a envolvência do mundo rural”, ou seja, “todas as acti-vidades que, de alguma forma, concorrem para o desenvolvimento das áreas rurais”, designadamente “o comércio, alguma in-dústria, enfim, tudo aquilo que faz com que as pessoas se fixem.”

Na sua intervenção, o Secretário Re-gional destacou o potencial exportador dos produtos produzidos na ilha, salien-

tando que, relativamente ao abate e comercialização da carne IGP – Carne dos Açores, com origem predominantemente no Pico, “nos últimos seis anos o número de bovinos abatidos cresceu de 131 animais para 1.949, representan-do uma comercialização anual superior a 500 toneladas deste produto certificado”.

Luís Neto Viveiros dirigiu também uma mensagem de con-fiança aos produtores de leite, assegurando que o Governo dos Açores está empenhado, em con-junto com as entidades envol-vidas, em “continuar a ajudar a Lactopico na busca de caminhos e soluções que permitam ultra-passar os problemas actuais e construir uma cooperativa sólida, sustentável e capaz de encarar o

futuro com sucesso”.O programa do I Encontro de Tra-

dições Rurais, que decorre até segun-da-feira, numa organização conjunta da Associação de Agricultores e da Coo-perativa Agrícola Nortilha, com o apoio do Desenvolvimento Agrário da Ilha do Pico, inclui quintas pedagógicas, pales-tras sobre o sistema de reprodução ani-mal, implantação de embriões e melhoria de pastagens e fertilização, mas também concursos pecuários e degustação de mel, queijo e carne, além de animação.

Novo trilho no

Caminho da Levada

com investimento

de 150 mil euros

O Governo dos Açores procedeu a um in-vestimento global de cerca de 150 mil euros que permitiu a abertura do trilho da Levada, no Faial, um percurso de oito quilómetros que dá acesso à maior obra de engenharia hidráu-lica dos Açores, executada na década de 60 do século passado, e que passa a integrar a rede de percursos pedestres homologados do arquipélago, com mais de 60 trilhos. O novo trilho, cuja abertura foi assinalada pelos direc-tores regionais do Ambiente, Hernâni Jorge, e do Turismo, João Bettencourt, desenvolve-se ao longo do percurso de uma conduta de água (levada), destacando-se pela fl ora, fauna e ge-ologia que apresenta.

Hernâni Jorge salientou que a interven-ção ali realizada foi desenvolvida de forma faseada, “reabilitando mais de quatro quiló-metros da caleira bastante afectados por derro-cadas causadas pelo sismo de 1998, e recupe-rando, com todas as condições de segurança, uma dúzia de pontes (passagens hidráulicas)”. A limpeza do trilho e da caleira contou ainda com a intervenção de operacionais do Parque Natural do Faial, ao longo de cerca de sete meses”, acrescentou.

Por seu lado, João Bettencourt realçou “a qualidade e segurança” da rede regional de trilhos homologados, salientando que “os percursos pedestres são um dos principais cartazes do turismo de natureza que os Aço-res oferecem”.

A Levada, inaugurada em 1964, foi con-siderada a maior obra de engenharia hidráuli-ca dos Açores, tendo demorado 4 anos a ser construída e 7 a ser planeada, tendo como ob-jectivo a produção de energia hidroeléctrica, recolhendo a água em vários pontos ao lon-go do percurso. Neste trilho, os caminhan-tes podem observar várias espécies de fauna característica dos Açores, como a Galinhola (Scopolax rusticula), o Melro-Preto (Tur-dus merula azorensis), a Estrelinha (Regu-lus regulus inermis) e o Tentilhão (Fringilla coelebes moreletti). No que respeita à fl ora, podem ser encontradas também várias es-pécies da Região e da Floresta Laurissilva, como é o caso do Louro (Laurus azorica), do Sanguinho (Frangula azorica), do Azevinho (Ilex azorica) e da Uva-da-Serra (Vaccinium cylindraceum). E ainda outras espécies de elevado interesse, como o Tamu-jo (Myrsine retusa), o Sargaço (Luzula purpureosplendens), a Cavalinha (Equi-setum telmateia) e o Queiró (Daboecia azorica) também podem ser observadas neste trilho, entre outras.

I Encontro de Tradições Rurais na ilha do Pico

“Governo deve usar lucros anunciados

por empresas públicas para pagar dívidas”O presidente do PSD/Açores defendeu

“existir uma obrigação moral do governo so-cialista em proceder aos pagamentos em atraso da administração pública, uma vez que esses atrasos são contraditórios com os lucros que várias empresas estão a anunciar e a provocar difi culdades e desemprego em muitas empre-sas da região”.

Duarte Freitas, que falava na Calheta, du-rante uma sessão comemorativa do 40º aniver-sário do PSD/Açores, disse “compreender a posição assumida esta semana pelos empresá-rios da ilha Terceira ao apelarem para que os lucros anunciados pela Saudaçor sejam utiliza-dos para proceder aos pagamentos em atraso às empresas fornecedoras do Serviço Regional de Saúde”.

“Realmente não se compreende: o gover-no anuncia com orgulho que recebeu mais 126 milhões de euros dos impostos dos açorianos, a Saudaçor e outras empresas públicas regio-nais anunciam lucros no ano passado e depois surgem sucessivamente empresários a quei-xarem-se de que os socialistas não pagam as dívidas”, disse o presidente do PSD/Açores, considerando esta situação “mais um dos mui-tos paradoxos que todos dias verifi camos na nossa Região”.

De facto, salientou, “nos Açores parado-xalmente tudo aumenta: aumentam as receitas do governo, aumentam alegadamente os lucros das empresas e ao mesmo tempo aumentam as dívidas do governo e o desemprego”.

Duarte Freitas recordou, também, “o que

aconteceu com o valor das horas extraordiná-rias descontadas na remuneração complemen-tar e que os socialistas recusam devolver aos trabalhadores”. Mais. “Tudo serve para iludir os açorianos”, afi rmou, recordando que “na re-muneração complementar inventou-se um es-tratagema para não pagar horas extraordinárias, na SATA não se reconhecem facturas para não ter de pagar indemnizações compensatórias, na Saúde é o que se sabe”, exemplifi cou.

Para Duarte Freitas é, por isso, “necessário que o governo regional deixe de perder tempo a atacar os partidos da oposição e se concentre no combate à crise”.

“Agora que o governo engordou em secre-tários regionais pode ser que tenha mais tempo para o mais importante, governar”.

Nas palavras de Duarte Freitas, presidente do PSD-Açores