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20ª Edição EFTH Magazine
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Março/Abril
EFTH MAGAZINE 20 ª Edição
• Chefs da Universidade J&W em Ponta Delgada • Festival Internacional, Cinema & Flavours –
Prémio “Cozinheiros do Futuro” • Jantar da Comissão Permanente da Assembleia Parlamentar da Nato • Cozinha Contemporânea - Chef Fausto Airoldi
• Mercado de Páscoa
• Jantar vínico – enóloga Joana Mouronho
• Peixe em Lisboa 2011
• Açores Gastronomia Viva • Quem não arrisca..
• Ao Sabor de…
• Intensamente Boundi • Entrevista a Tim Shook e William Nosack • Visita de Estudo a Portugal Continental
• Visita de Estudo ao Douro
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Chefs da Universidade J&W em Ponta Delgada
Uma vez mais a EFTH recebeu formadores da Universidade Johnson & Wales. Durante a primeira semana
de Março, os alunos do curso de Cozinha/Pastelaria (pós 12º ano) tiveram a oportunidade de conhecer
melhor as cozinhas norte-americana e sul-americana. Os alunos da EFTH tiveram o privilégio de assistir a
demonstrações de cozinha pelo Dean (responsável máximo) do College of Culinary Arts de Providence, o
Chef Kevin Duffy. Para além disso, assistiram também a demonstrações com o Chef Thomas Delle-Donne,
e tiveram aulas com a Chef Valeria Molinelli.
Ao fim de 3 anos de parceira, a vinda de Chefs daquela prestigiada Universidade é já um hábito para os
alunos e formadores da Escola, e sempre um renovado motivo de orgulho e entusiasmo para as actividades
desenvolvidas nestas formações. São experiências muito enriquecedoras, não só pela aprendizagem técnica
e pelo facto de aulas serem ministradas em inglês, mas também pela abordagem trazida por uma das maio-
res universidades do mundo da área de cozinha e pastelaria.
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Pelo 5º ano consecutivo a EFTH participou no Festival Inter-
nacional organizado pela Escola de Hotelaria e Turismo do
Algarve, e que é a competição portuguesa mais antiga no
calendário anual de eventos da Associação Europeia de Esco-
las de Hotelaria e Turismo.
Os formandos Diogo Leite e Alexis Correia, da turma de 3º
ano de Técnico de Cozinha/Pastelaria, em equipa com o for-
mando Eliseu Medeiros, da turma de 3º ano de Técnico de
Restaurante/Bar, competiram durante dois dias com seis das melhores escolas portuguesas de hotelaria e
outras duas de Itália.
Este ano pela primeira vez o tema foi o cinema,
o que permitiu trabalhos de grande qualidade e
criatividade associados à sétima arte. A equipa
da EFTH escolheu o filme “Vatel” do realizador
Roland Joffé, com interpretações de destaque de
Gerard Depardieu e Uma Thurman. É um filme
que conta a história de François Vatel, um
fiel e devotado intendente do velho e arruinado
Príncipe de Condé, que aspira a reconquistar os
favores do Rei Luís XIV. Vatel comanda um
exército de criados que trabalham de sol a sol
para maravilhar, surpreender e satisfazer o Rei,
e concebe festividades por temas, com elabora-
das e grandiosas encenações que o Rei admira.
FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA & FLAVOURS Prémio “Cozinheiros do Futuro”
5
Jantar da Comissão Permanente da Assembleia Parlamentar da Nato
A EFTH teve a honra de realizar no dia 2 de Abril o serviço de Catering do Jantar oferecido por
Sua Excelência o Presidente do Governo da Região Autónoma dos Açores à Comissão Permanente da
Assembleia Parlamentar da Nato.
Este jantar contou com a colaboração de todas as turmas dos cursos de Técnico de Restaura-
ção – Restaurante/Bar e de Cozinha/Pastelaria lideradas pelos Chefes João Couto e Ana Paula Loras,
no Restaurante, e pelos Chefes Sandro Meireles e Pedro Oliveira na Cozinha.
O feedback sobre o jantar e o serviço foi muito positivo por parte dos organizadores e esperamos em
breve ter a oportunidade de realizar um evento semelhante.
Agradecemos também à Presidência do Governo Regional por depositar confiança na Escola de
Formação Turística e Hoteleira para realizar um jantar com este nível de importância.
Texto elaborado pelo formador João Couto
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Cozinha Contemporânea com o Chef Fausto Airoldi
A Escola de Formação Turística e Hoteleira contou com a presença do Chef Fausto Airoldi para a realiza-
ção de mais um curso de formação contínua, no âmbito do programa anual de formação com profissionais
de excelência, desta vez sobre a utilização de técnicas contemporâneas numa cozinha de baixo custo.
Com a presença de mais de uma dezena de profissionais de São Miguel e Terceira, o curso teve a duração
de 16 horas, nos dias 12 e 13 de Abril de 2011.
Procurou-se, com a realização deste curso, sensibilizar os profissionais presentes para o potencial da
comercialização de menus de baixo custo mediante o recurso a um controlo de custos rigoroso nos
produtos e recorrendo às técnicas da cozinha contemporânea.
Na conjuntura actual, este tipo de oferta gastronómica, poderá ser um contributo importante para a
diversificação dos produtos das empresas locais, abrindo a possibilidade da captação de novos públicos.
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Mercado da Páscoa
A Escola de Formação Turística e Hoteleira foi
convidada pela EPROSEC para participar numa
actividade intitulada “Mercado da Páscoa”.
Este evento, realizado nas Portas da Cidade, teve
lugar nos dias 15,16 e 17 de Abril e a nossa escola
ficou responsável pela realização e venda de
chocolates para angariar fundos com o objectivo
de ajudar os formandos mais carenciados da
escola.
Para que tal acontecesse, foi necessário o
envolvimento de várias turmas da nossa escola.
Assim sendo, algumas das turmas do curso de
Técnico de Restauração-Cozinha/ Pastelaria con-
feccionaram chocolates e trufas de vários sabo-
res, enquanto que as turmas de Técnico de
Recepção e Técnico de Turismo ficaram encarre-
gues de realizar as caixas onde seriam colocados
os chocolates para venda, bem como da decora-
ção do espaço.
Deste modo, no dia 15 de Abril, sexta-feira, pelas
17 horas, depois de decorado o nosso posto de
venda, iniciámos o nosso mercado da Páscoa, que
teve alguma aceitação por parte do público em
geral. Desta forma, durante os dias em que decor-
reu este evento, a nossa escola conseguiu vender
alguns chocolates e trufas e, assim, angariar
algum dinheiro para ajudar os formandos da
nossa escola.
Artigo elaborado pelos formandos do curso Técnico de Recepção (2º Ano)
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Jantar vínico – enóloga Joana Mouronho
No dia 24 de Março realizou-se no Restaurante Anfiteatro mais um jantar vínico. Este evento caracterizou-
se por ser a primeira vez que foi executado pelas turmas do 2º ano dos cursos de cozinha/pastelaria, restau-
rante/bar e recepção para os formandos finalistas, acompanhados de um familiar.
A Eng. Joana Mouronho foi a enóloga responsável pela escolha dos vinhos utilizados no jantar.
O menu dividia-se em 6 pratos pelo que se iniciou pelo amuse bouche de uma esferificação de ananás e
leite de coco, ingredientes constituintes do clássico cocktail Pina Colada.
Para entrada foi proposto um carpaccio de polvo com emulsão de citrinos e guacamole, ambos os pratos
foram acompanhados de um espumante “Vértice” 2005, Reserva.
O Chicharro fumado a quente com tapete de batatas e molho de vilão foi o prato de peixe degustado com o
vinho branco “Palpite” de 2007.
Seguiu-se o Leitão confit com molho de coentros e migas de lula em que se bebeu o vinho tinto “Crasto”
de 2008.
A terminar o jantar, e entrando na secção dos postres, tivemos como pré-sobremesa Aligot de queijo
“Mistério” da ilha do Pico passando para a sobremesa de Toucinho de maracujá com espuma de mel e
sorvete de chocolate branco. Ambos foram enaltecidos pelo vinho meio seco Chico Maria da ilha da Gra-
ciosa.
Este momento gastronómico serviu para aproximar a escola aos familiares dos alunos que a frequentam
assim como criar uma oportunidade para alargar os conhecimentos a nível técnico e criativo dos seus
formandos.
Artigo elaborado pelo formador Hugo Ferreira
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Decorreu no passado dia 12 de Março a 4ª edição do evento “Açores – Gastronomia Viva” promovido pela
EFTH. A edição deste ano marca uma nova abordagem a esta iniciativa, uma vez que o jantar foi
coordenado por um Chef convidado. No âmbito do plano anual de workshops de cozinha, que conta com o
apoio da Secretaria Regional da Economia, a EFTH convidou o prestigiado Chef Luís Baena para liderar
um grupo de profissionais de diversos hotéis e restaurantes da Região, que se juntaram pela primeira vez
para preparar uma refeição em conjunto.
O jantar decorreu no Restaurante Anfiteatro, e serviu também de apresentação do projecto
“Peixe em Lisboa”, no qual a Região se associou ao Chef Luís Baena para promover os Açores do ponto de
vista da riqueza da sua gastronomia, mas sobretudo dos seus produtos. Marcaram presença em
Ponta Delgada jornalistas dos jornais Público, Expresso, Diário de Notícias e Diário Económico, que
deram eco a nível nacional desta importante iniciativa.
AÇORES GASTRONOMIA VIVA Jantar com o Chef Luís Baena
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No seguimento do jantar no Restaurante Anfiteatro, em Ponta Delgada,
foi servido um jantar à comunicação social para apresentação do pro-
jecto do Chef Luís Baena para a edição do “Peixe em Lisboa 2011”, na
qual os Açores, os produtos PDF e as conservas José Gourmet estive-
ram em destaque.
Replicando alguns dos pratos concebidos poucos dias antes em Ponta
Delgada, ou introduzindo novos produtos, texturas e combinações de
sabores, o Chef Luís Baena fez da refeição um enorme sucesso,
provando que aposta nos produtos e na gastronomia açoriana com uma
interpretação contemporânea são um grande trunfo para a promoção do
turismo nos Açores, mas também para os produtores e para a economia
regional.
Foram várias
as notícias
nos jornais e
televisões
sobre este
projecto, que
colocaram
os produtos
e a Região
em grande
destaque.
JANTAR DE APRESENTAÇÃO DO PEIXE EM LISBOA 2011 Restaurante “O Manifesto”
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Peixe em Lisboa 2011
A EFTH esteve presente no festival internacional “Peixe em Lisboa” que decorreu de 7 a 17 de Abril no
Pátio da Galé, Terreiro do Paço.
Neste festival participaram alguns dos melhores restaurantes da Grande Lisboa, no seu total treze. O restau-
rante Anfiteatro esteve representado no stand do restaurante Manifesto do Chef Luis Baena.
Esta foi uma oportunidade para formandos e formadores da EFTH trocarem algumas informações e expe-
riências com alguns dos melhores Chefes Nacionais e Internacionais.
Os formandos Acácio Cabral, Diogo Miguel e assistente Nuno Santos puderam assistir a apresentações de
Chefes como Sergi Arola (Penha Longa), Serge Vieira (Restaurante Serge Vieira) e Nuno Mendes
(Restaurante Viajante).
Houve oportunidade para o Chef Hugo Ferreira assistir o Chef Luis Baena na sua apresentação sobre novas
aplicações de conservas e enlatados na cozinha moderna.
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Quem não arrisca...
Entrevista a José Fernandes
Há quanto tempo está inserido neste ramo? Sempre trabalhou na
área ou já fez outras coisas?
Já fiz outras coisas diferentes. Em 96/97 fui Director de Logística numa
empresa agro-alimentar, nomeadamente a Bel Portugal. Entrei há 9 anos
para a restauração em tempo parcial, mas desde 2006 que estou a 100% na
área da restauração.
O que o levou a enveredar por esta área?
Por gosto pessoal, pela gratificação que eu tenho em atender pessoas, por
contribuir de alguma forma positiva para o bem-estar, quer pela
disponibilidade do serviço, uma vez que todas as casas que tenho não
possuem restrições de horários, a cozinha está aberta o dia todo, não há
horas certas para comer algo em específico, qualquer consumo pode ser
feito de manhã, à tarde ou à noite. É muito bom, para as pessoas que
procuram um serviço não terem restrições de horários. As casas também
não têm dias de encerramento. É toda a envolvência, os contactos que se
geram, as pessoas que se conhecem muitas vezes geram amizades a
partir de determinada ligação da área da restauração e dos serviços… toda
essa componente humana é extremamente gratificante.
Por que razão escolheu este local para abrir o seu
estabelecimento?
Não sou natural dos Açores, mas adoro tudo o que tenha a ver com sol,
praia e mar, bem como pela multiplicidade de coisas que se podem
fazer nomeadamente com o que se relaciona com turismo de praia.
Não tenho bares de praia, tenho, sim, espaços que estão nas praias, e
esta é uma grande diferença. Para além disso, nos Açores quase que não
existem espaços virados para o mar… são muito poucos, o que é
lamentável.
E ao nível de pratos, quais os “típicos” regionais que apresenta?
Não tenho nenhum tipicamente regional nem uma receita tipicamente
regional. O que eu privilegio é sempre a utilização de produtos de
carácter regional, como o peixe, a carne, os legumes, e claro que não há
melhor produto que eu possa oferecer do que um peixe fresco.
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Nos dias que correm é quase impossível não passarmos, ou pelo menos pensarmos nas dificuldades.
Já sentiu algumas? Se sim, com que aspectos se prenderam?
Neste momento, a rentabilidade dos estabelecimentos de restauração é muito fraca, o custo das energias é
mais elevado, bem como os cargos fiscais e não podemos aumentar os preços, porque corríamos o risco
de ver os consumos a cair. Assim sendo, os estabelecimentos mantêm os mesmos níveis de preços, mas
há aumento em tudo o resto: nos encargos fiscais, na exigência… eu, por exemplo, tenho uma série de
custos associados à gestão de tudo isso - tenho um médico da empresa que vigia e faz exames a todos os
funcionários e tenho uma engenheira alimentar que faz a manutenção dos sistemas de qualidade.
Neste momento, já devo ter um número de trabalhadores na ordem dos 25, o que exige que o gabinete de
contabilidade tenha mais uma pessoa administrativa, de forma a gerir as contas, as encomendas, etc.
Portanto, a esse nível a rentabilidade é complicada, o número de clientes também diminuiu bastante e,
acima de tudo, reduziu o número de produtos não rentáveis, que são aqueles produtos que exigem mais
responsabilidade na preparação e na forma de os servir. A própria gestão de recursos humanos é
complicadíssima: se estiver sol precisamos de um certo número de trabalhadores, se não tiver sol
precisamos doutro, chego a ter variações de um dia para o outro na ordem dos 800%, o que é terrível.
Existe também uma forte diminuição das bebidas alcoólicas, por um lado sobre uma perspectiva de
redução de custos por parte das pessoas, por outro porque há, cada vez mais, uma maior consciência de
E acha que passar por fases mais negativas, de certo modo, é
uma forma de aprender e crescer, para que no futuro os
erros cometidos não se repitam?
A questão é exactamente essa, sempre consegui superar estas
situações, mas, neste momento, começa a ficar cada vez mais
complicado. Há uma estratégia de expansão e de risco, a surgir,
por exemplo, com o Praia Grande Café, na tentativa de ter um
esforço pessoal e da equipa de trabalho para o Verão para
efectivamente conseguir ultrapassar o problema que vem a
seguir, que vai ser o Inverno.
Considera que a abertura dos estabelecimentos foi bem
sucedida e tem vindo a melhorar os seus resultados?
Neste momento, e pela força da idade, o Pópulo é uma casa que
já tem 5 anos, com investimentos pessoais e económicos muito
fortes, naturalmente que é o que já tem maior maturidade.
Este Verão esperamos também que o Praia Grande seja um
sucesso. E, claro, cada estabelecimento tem características
muito próprias, seja o Pópulo, o Praia Grande ou o Teatro
Café.
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Quais os pratos mais apreciados pelos turistas/visitantes?
A maior tendência dos turistas, nomeadamente nestas zonas, são os pratos de peixe, e acima de tudo de
peixes grelhados. Em São Miguel, reconheço um prato tipicamente regional que é muito procurado pelos
turistas, que é o cozido das furnas, ou o polvo assado, mas creio que, se calhar, será o cozido das furnas a
liderar estas opções. Deste modo, não faz sentido qualquer restaurante estar a fazer o cozido das furnas, o
que faz sentido é ser lá, nem ninguém que passe cá uma semana come mais do que uma vez cozido das
furnas, portanto estamos a falar de pratos “pesados”, com os quais a restauração não pode, de maneira
nenhuma, sobreviver somente com a utilização destes, pois isso implicaria terem de 4, 5, 6, 7 ou 8 vezes
turistas para cada um ir pelo menos uma vez ao restaurante fazer uma alimentação tipicamente regional.
Acha que o constante desenvolvimento de novas infra-estruturas como os centros comerciais, novos
restaurantes, etc., de certa forma prejudica o desenvolvimento do seu espaço?
Estes são espaços completamente diferentes, ninguém de bom censo opta por ir comer para um espaço
completamente fechado, sem luz natural para comer um determinado tipo de comida semelhante ao que
pode comer num espaço aberto, com luz natural, ao ar livre. Os shopping’s tem um mercado próprio,
bem como as superfícies muito fechadas, têm uma vida singular no seu interior, para as pessoas que
precisam de fazer compras, para as que trabalham no próprio shopping, e, efectivamente, aglomeram ao
nível dos serviços uma vantagem no que respeita, por exemplo, os dias de mau tempo, pois nestes é mais
confortável parar o carro num sítio abrigado e fazer então a sua refeição. Creio que só nestes casos existe
uma procura do shopping maior do que pela praia e por outros locais.
Algo que muito prejudica o desenvolvimento do turismo nos Açores é, sem dúvida, a sazonalidade.
Sente o reflexo deste problema?
Sinto, neste momento nunca consigo ter uma mão-de-obra adequada, ou tenho trabalhadores a mais, ou
tenho a menos, não tenho os números correctos para os dias certos, o que me obriga a uma sobrecarga
salarial ao longo de todo o ano para ter um determinado número de pessoas a trabalhar um dia. Depois,
quando temos um dia de sol preciso de mais uma ou duas pessoas, e quando tenho um dia médio ou mau
acabo por ter gente a mais. Infelizmente são mais os dias que tenho a mais dos dias que tenho gente a
menos. Paralelamente, isto traz um outro problema grave: posso dizer-lhe que durante esta entrevista
estava a ser inspeccionado pela Delegação de Trabalho sobre os horários dos trabalhadores, sendo
tecnicamente impossível os espaços de restauração terem um determinado rigor nos horários pré-feitos,
porque existem dias diferentes uns dos outros.
Entrevista realizada pelos formandos do curso de Técnico de Turismo (1º ano) em colaboração com a formadora Malvina
15
Intensamente Boundi
Inovação, paixão e excelência foram os requisitos exigidos pela
conceituada marca de cafés Buondi no primeiro concurso junto das
escolas de hotelaria de Portugal que decorreu no passado dia 13 de
Abril. Com a participação de Filipa Oliveira, formanda do 3º ano do
curso Técnico de Restauração - Restaurante/Bar , a EFTH consegui o 6º
lugar numa competição da qual fizeram parte 250 formandos de várias
escolas de turismo nacionais.
Cada cocktail deveria ter como principal ingrediente o café Buondi,
devendo este ser inovador e de
fácil preparação. Sempre com
especial cuidado, a Buondi,
representada por Nuno Castanheira, conseguiu transmitir num
ambiente bastante familiar, o sentido da competição que decorreu
nas fantásticas instalações da Escola de Hotelaria e Turismo do
Porto. Formandos e formadores foram recebidos com um pequeno
buffet oferecido pela própria escola onde puderam ser apreciadas algumas especialidades preparadas
pelos formandos que a frequentam.
Considera-se bastante positiva esta experiência que no âmbito da formação profissional e pessoal, propor-
cionou a Filipa Oliveira uma experiência com colegas de escolas de elevado nível assim como mais uma
vez se comprovou a qualidade do que é leccionado na região.
Esperamos que continuem a surgir oportunidades específicas como foi o café, proporcionando aos
formandos um complemento prático aos temas
abordados na formação.
Texto elaborado pela formadora Ana Loras
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Entrevista a Tim Shook e William Nosack
Porque é que decidiram enveredar pela área de hotelaria?
Tim: Decidi seguir esta área porque gosto de criar pratos diferentes.
William: Cozinho desde criança e quando tive de escolher o que queria fazer na minha vida deci-
di tornar-me um chef pois gosto muito de cozinhar e comer e porque também acho que não sou mau no
que faço.
Que proveitos retiraram desta experiência?
Tim: A mais-valia que retirei desta experiência foram as pessoas. Todas elas foram muito simpá-
ticas e acolhedoras.
William: Aprendi bastante sobre a gastronomia de um lugar completamente diferente do que
estava habituado. Conhecer as comidas tradicionais dos Açores foi uma óptima oportunidade de aprendi-
zagem para mim.
Gostaram da vossa estadia nos Açores?
Tim: Sim.
William: Bastante! Adoro São Miguel, as pessoas, a comida e muitas mais coisas.
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Quais os produtos açorianos que gostaram mais?
Tim: A cerveja Especial.
William: O ananás dos Açores, o maracujá, a batata-doce, o azeite, a cerveja Especial e claro, o
peixe. Os produtos que são mais comuns e naturais da ilha são os de melhor qualidade.
Qual a maior diferença a nível gastronómico entre os Açores e os Estados Unidos da América?
Tim: A maior diferença entre a gastronomia açoriana e americana é que nos Açores há apenas um
estilo de comida mas na América há uma mistura de várias culturas para criar uma cozinha regional.
William: A gastronomia açoriana é mais tradicional e tem pratos comuns servidos em todo o lado.
Nos Estados Unidos combinam culturas e técnicas para criar novas ideias.
Quais foram os sítios de São Miguel que mais gostaram?
Tim: O sítio que mais gostei foi a Lagoa, a vila da minha segunda família.
William: Gostei das Furnas, Lagoa, Vila Franca do Campo, Sete Cidades, Nordeste e os bares de
Ponta Delgada.
Qual foi o episódio mais divertido que vos aconteceu cá, em São Miguel?
Tim: O episódio mais divertido que me aconteceu nos Açores foi ver o William a dançar com três
brasileiras no “Look Club” durante a semana académica.
William: Aconteceram várias coisas. Aprender algumas palavras em português, brincar com os
chefs e os alunos e divertir-me com os amigos. Outra das coisas é quando saímos e tiramos fotos às pessoas
sem elas notarem.
O que esperam para o futuro?
Tim: Os meus objectivos para o futuro são ganhar um prémio James Beard, conseguir uma Estrela
Michelin e ser feliz.
William: Depois da escola quero trabalhar na hotelaria, talvez tornar-me um formador de cozinha
Entrevista realizada pelos formandos do curso de Cozinha/Pastelaria (pós 12º ano)
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Visita de Estudo a Portugal Continental
No âmbito da disciplina de Gestão e Controlo, o formador David
Nascimento e a turma de Técnico de Restauração Cozinha/Pastelaria
3ºAno, constituída por sete formandos, realizaram uma viagem até
Portugal Continental. A viagem decorreu entre os dias 3 e 6 de Abril
do corrente ano.
A visita iniciou-se em Viseu, mais propriamente num restaurante de
comida típica e tradicional chamado O Cortiço. Após o jantar, o
grupo aproveitou e visitou o centro histórico da cidade tendo, por
mero acaso, assistido a parte das celebrações do enterro do caloiro.
Toda a baixa estava iluminada e animada numa arquitectura de
estilo gótico e manuelino muito delicados.
Na segunda-feira partiram rumo a Cativelos para conhecer a
queijaria tradicional do Sr. Armindo. Cativados pela sua simpatia, o Sr. Armindo explicou de uma forma
muito própria qual o processo de produção do queijo. A sua fábrica existe há mais de cem anos tendo
sido fundada pelo seu bisavô. Hoje em dia o queijo continua a ser 100% tradicional e biológico apenas
trabalhando na sua produção o próprio Sr. Armindo e a sua esposa. O leite vem das ovelhas de produção
própria e é fervido com cardo moído, planta arroxeada produzida no seu quintal utilizada para coalhar o
leite. Depois de fervido este é remexido e colocado numas formas próprias onde é prensado para retirar o
soro e armazenado numa câmara de refrigeração durante alguns meses.
Seguidamente, ainda em Cativelos o grupo visitou um moinho de água tradicional ainda em
funcionamento. Diariamente é produzido neste moinho farinha de trigo, centeio e milho.
Estando na Serra da Estrela o grupo foi conhecer o ponto mais alto de Portugal Continental, a Torre, onde
formandos puderam ver e tocar na neve naquela que foi
uma experiência nova para alguns.
No dia seguinte, já em Portalegre, a comitiva da EFTH
visitou a Escola de Hotelaria e Turismo da cidade e,
numa aula de cozinha especial, foram trocadas expe-
riências e receitas tendo os formandos confeccionado
fofas da Povoação, bolos lêvedos e Queijadas de Fei-
jão. Em troca aprenderam os segredos por detrás do
manjar branco, doce conventual típico daquela região.
19
À tarde, o grupo visitou as instalações da Delta Cafés em Campo
Maior. A visita começou museu do Café onde foram fornecidas
informações sobre os tipos de café utilizados pela Delta quanto às
suas características, origem, fabrico e exportação. Neste museu
estavam também algumas peças que acompanharam o percurso da
fábrica fundada pelo Comendador Rui Nabeiro há 50 anos atrás.
Já na fábrica em si, foi possível observar uma linha de série exem-
plar na sua organização e limpeza. Finalmente, ainda na Delta, o
grupo visitou as instalações da Adega Mayor. Uma adega peculiar que não se situa no subsolo mas sim à
superfície. Para isso toda a estrutura foi criada usando técnicas que simulam o subsolo como paredes de
oitenta centímetros de espessura, grandes tubagens de água gelada, um jardim e um espelho de água no
topo do edifício. No último dia, já em Lisboa, o grupo visitou a Fábrica dos Pastéis de Belém.
Foi explicado que, só três pessoas conhecem a receita e que apenas estas confeccionam o creme e a massa
sendo os pastéis finalizados posteriormente pela restante equipa.
Foi uma experiência importante e uma oportunidade de dar a conhecer alguns dos saberes e costumes que
os formandos, como alunos de cozinha, devem ter sempre em conta nas suas futuras confecções.
Artigo elaborado pelo formador David Nascimento
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Visita de Estudo ao Douro
Entre os dias 3 e 6 de Abril, a turma do curso de Técnico de Restauração Restaurante/Bar do 3º
ano juntamente com o Chefe João Couto, realizou uma visita de estudo ao Porto e à Região Vitivinícola
do Douro. No dia 3, às 18horas partimos com destino à cidade do Porto. Após a chegada, efectuamos o
check-in no Hotel Tryp Porto Centro.
No dia 4, visitamos a cidade de Gaia, onde se encontram os maiores armazéns das mais impor-
tantes caves do Vinho do Porto, e onde atracavam os barcos Rabelos que em tempos transportavam o
Vinho do Porto para as caves do Douro até ao entreposto de Vila Nova de Gaia. De seguida, fizemos
uma visita guiada à “Casa Sandeman”, uma das mais conhecidas e importantes no mercado.
Após o almoço, fizemos um percurso turístico pela baixa do Porto.
Passamos pela ribeira do Porto, subimos até à estação de São Bento e dirigimo-nos à Praça da
Batalha, onde se encontram alguns cafés e esplanadas míticas da cidade do Porto.
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No dia 5 de Abril, começamos a nossa visita ao Douro. Inicialmente visitamos a “Quinta do
Crasto”, onde nos foi feita uma visita guiada às caves e às vinhas, pelo Enólogo Manuel Lobo de Vas-
concellos, que nos explicou também pormenorizadamente todos os passos a seguir para a elaboração de
um vinho, terminando assim, com uma prova comentada de dois dos vinhos produzidos por eles,
“Quinta do Crasto Branco” e “Crasto Superior Tinto”.
Fomos convidados pelo Dr. Paulo Vaz para almoçar na Escola de
Hotelaria e Turismo do Lamego, onde fomos servidos pelos alunos.
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Por fim, visitamos a “Quinta do Vallado”, onde nos foi feita uma visita guiada às caves e
às vinhas, pelo guia turístico da quinta, o Sr. Francisco, que nos mostrou também a nova cave de
armazenamento de vinho. Concluímos a visita com uma prova comentada de cinco dos vinhos pro-
duzidos por eles, o “Vallado Branco”, “Vallado Moscatel Branco”, “Vallado Tinto”, “Vallado Tin-
to Reserva” e “Porto 10 Anos”.
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DIRECÇÃO:
Filipe Rocha
COORDENAÇÃO:
Marlene Damião
EDIÇÃO: Luís Medeiros
COLABORAÇÃO: Ana Paula Loras Carlos Picanço João Couto
Hugo Ferreira David Nascimento
Cozinha/Pastelaria (Qualificação) Curso Técnico de Turismo (1º Ano)
Curso T.R. (2º Ano)
FICHA TÉCNICA
CONSULTE A EFTH E O ANFITEATRO NA WEB
http:/www.efth.com.pt
http://www.facebook.com/EFTH.anfiteatro