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Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC
2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL, POLÍTICAS PÚBLICAS
INCLUSÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO SUPERIOR: o perfil dos estudantes beneficiados pela bolsa de estudo do Fundosocial na Universidade Regional de
Blumenau - FURB
Janaina Mayara Müller da Silva1 Marilda Angioni2
Resumo
O presente artigo é parte de um trabalho de conclusão de curso que buscou dar visibilidade a realidade do acesso a educação superior na Universidade Regional de Blumenau, através de uma pesquisa sobre o Programa de bolsas de estudo do FUNDOSOCIAL. O Programa concede bolsas de estudo integrais através das vagas remanescentes da Universidade, a fim de promover a inclusão social. Apresentamos o FUNDOSOCIAL com o objetivo de dar visibilidade as suas potencialidades, visto que há a possibilidade de extinção do mesmo, que atualmente beneficia 123 estudantes na Universidade. Realizou-se uma pesquisa quanti-qualitativa durante o ano de 2013. Delimitamos o perfil dos bolsistas através de pesquisa documental e também de um questionário. Conseguirmos caracterizar o perfil socioeconômico destes estudantes e verificar que as políticas públicas para inclusão social e democratização do acesso são fundamentais para que a população de baixa renda e em situação de risco e vulnerabilidade social possa acessar este direito em nossa região. Palavras-chave: Educação Superior, Democratização do acesso, Políticas Públicas de Inclusão Social, Bolsas de estudo.
Abstract This article is part of a work of completion that sought to make visible the reality of access to higher education in the Universidade Regional de Blumenau, through a survey about the program's scholarships FUNDOSOCIAL. The Program awards full scholarships through the remaining vacancies at the University in order to promote social inclusion. Introducing the FUNDOSOCIAL in order to give visibility to their potential, as there is the possibility of the extinction of the same, which currently benefits 123 students at the University. We conducted a quantitative and qualitative survey during the year 2013. We defined the profile of the stock exchange through archival research and also a questionnaire. We can
1 SILVA, J. M. M. da. Bacharel em Serviço Social. Mestranda em Desenvolvimento Regional pela FURB, Blumenau/SC. E-mail: [email protected] 2 ANGIONI, Marilda. Mestre em Serviço Social. Docente no Curso de Serviço Social da FURB. E-mail: [email protected]
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characterize the socioeconomic profile of these students and verify that public policies for social inclusion and democratization of access are crucial for the low-income and at-risk and social vulnerability can access this right in our region. Keywords: College education, Democratizing access, Public Policies for Social Inclusion, Scholarships. Introdução
As políticas públicas de ampliação e democratização do acesso a educação
superior são recentes e provocam diversas discussões sobre o tema. De um lado, as
políticas públicas de expansão da educação superior pública, de outro, políticas públicas
para inclusão social nas Instituições de Ensino Superior (IES) privadas. Ambas contribuem
para o acesso a educação superior de populações até então excluídas destes direito. A
novidade dos incentivos, de ambos os lados, nos permite discutir e planejar melhor as
políticas públicas para a educação superior, e então, contribuir nas adequações necessárias
para satisfação das demandas da sociedade.
A Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), diferentemente do
que ocorre na educação superior pública federal, não limita o acesso aos estudantes pelo
número de vagas disponíveis, e sim pela condição dos candidatos em custear suas
mensalidades. Embora sendo pública, a natureza jurídica da FURB não garante uma
educação superior gratuita, e desta forma, depende do pagamento das mensalidades para
sua manutenção. Neste cenário contraditório, a Universidade conta com outras formas de
democratização do acesso a educação superior: os programas de bolsas de estudo, parciais
e integrais, mantidos com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina e os
programas de financiamento estudantil (federal e municipal).
O Fundo de Desenvolvimento Social (FUNDOSOCIAL), programa alvo da
nossa pesquisa, é umas das alternativas para que os estudantes de baixa renda e em
situação de vulnerabilidade social possam acessar a educação superior na FURB. Embora
sem um posicionamento formal, a Universidade foi informada, no dia 23 de agosto de
2012, por técnicos da Secretaria do Estado de Educação (SED), sobre a possibilidade de
extinção do programa. De concreto até o momento, há apenas a confirmação de que as
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bolsas existentes até o segundo semestre de 2012 seriam mantidas (FURB, 2013,
documento interno – não publicado).
O trabalho de conclusão de curso3, que fundamenta este artigo, buscou dar
visibilidade ao Programa, entendendo que o mesmo - embora possua limites - também lida
com possibilidades que precisam ser valorizadas. Partimos do pressuposto de que a
possível extinção do programa só diminuirá as oportunidades de acesso a educação
superior daqueles que não têm condições de pagar as mensalidades, tanto na FURB, como
na região. Desta forma, o trabalho contou com a realização de uma pesquisa documental e
bibliográfica, para a delimitação do perfil dos acadêmicos beneficiados pelo programa, na
FURB. Também foi aplicado um questionário através de correio eletrônico, para
identificarmos as possíveis situações de vulnerabilidade social em que estes estudantes
estão inseridos. O questionário foi respondido por 39 estudantes beneficiados.
Evidenciar a importância das políticas públicas de inclusão e democratização
na educação superior é um dos objetivos deste artigo, mas também gostaríamos de
contribuir na defesa do Programa FUNDOSOCIAL, e no debate da educação superior
como um direito.
1. Expansão da educação superior – desafios e possibilidades
Nos últimos anos o governo federal e alguns governos estaduais têm investido
de forma mais acentuada recursos públicos em IES privadas como forma de aumentar o
acesso da população na educação superior. Este investimento tem ocorrido através da
compra de vagas, da transferência de recursos diretamente as instituições de ensino a título
de bolsa de estudo e financiamento estudantil. Estes programas atingem estudantes com
baixa renda e lhes possibilitam acessar a educação superior, principalmente nas regiões que
não contam com IES’s públicas e gratuitas.
Chauí (2001) e Pinto (2004) discutem a expansão da educação superior no
Brasil através das IES privadas. Para eles, esta forma de expansão impede ainda mais o
acesso a educação superior de grande parte da população. Isso justifica quando Pinto
3 Trabalho apresentado ao curso de graduação em Serviço Social, do Centro de Ciências Humanas e da Comunicação da FURB, como requisito para parcial para obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social - O Acesso ao ensino superior na Universidade Regional de Blumenau: Um estudo sobre o Fundo de Desenvolvimento Social. Acadêmica: Janaina Mayara Müller da Silva e Profª Marilda Angioni - orientadora.
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(2004) afirma que “a Taxa de Escolarização Bruta na Educação Superior do país ainda é
uma das mais baixas da América Latina, embora o grau de privatização seja um dos mais
altos do mundo” (PINTO, 2004, p. 727). Embora o incentivo a privatização seja bastante
criticado – e de certa forma concordamos -, o acesso a educação superior começa a ser
discutido e a se tornar realidade para a população que sempre fora excluída. Sobrinho
(2013) defende que o processo de expansão em que o país vem investindo,
[...] corresponde a um legítimo projeto que busca diminuir, ainda que de forma muito restrita, as desigualdades sociais. Com isso ganham os indivíduos incluídos, que se beneficiam da educação para seu crescimento pessoal e uma inserção mais favorável no mundo do trabalho; e ganha a sociedade, que passa a incorporar mais gente com maior capacidade de participar construtivamente nas esferas públicas da vida social e política e nos âmbitos profissionais e econômicos da produção e do consumo. (SOBRINHO, 2013, p. 117)
Mas, considerando a necessidade de ampliar o acesso e a democratização da educação
superior através do setor privado, Sobrinho (2013) acredita que
[...] a educação não pode reduzir-se a serviço do mercado e tampouco a democratização há de se limitar a expandir quantitativamente a escolarização tão somente para impulsionar o desenvolvimento econômico. É óbvio que a educação é essencial para o desenvolvimento da economia e esta é fundamental para a construção de uma sociedade forte e evoluída. Mas as finalidades da educação vão muito além da economia. O essencial neste aspecto é que a educação contribua para que o desenvolvimento da economia e da própria sociedade se proceda respeitando o princípio democrático do bem comum. (SOBRINHO, 2013, p. 108 - 109).
A necessidade de maiores investimentos em educação é essencial, pois, para
Sobrinho (2013) “[...] a exclusão escolar é uma das formas mais perversas de injustiça,
pois priva os indivíduos e, por extensão, a sociedade dos fundamentos e ferramentas
cognitivos, axiológicos e práticos essenciais para a edificação de uma vida digna e
construtiva.” (SOBRINHO, 2013, p. 116). Mas hoje, nos é reconhecido como direito
concreto, somente o ensino fundamental e médio. A educação superior, embora não
reconhecida como tal, é fundamental para o desenvolvimento de cada indivíduo, e também,
para sua qualificação e inserção no mercado de trabalho. E o incentivo a privatização da
educação superior dificulta ainda mais o processo de reconhecimento como um direito,
pois este, não é garantido a todos e acessado por mérito, ou então, por aqueles que podem
pagar.
Assim como todos os processos de construção e consolidação de direitos no
Brasil são tardios, e são processos de lutas bastante difíceis em nossa sociedade que está
pautada em um Estado neoliberal, há a necessidade de discutirmos e considerarmos o
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acesso a educação superior como um direito, para que este seja assim reconhecido. Não
esperamos que a democratização do acesso a educação superior supra todas as
desigualdades decorrentes do atual modelo de desenvolvimento, mas, segundo Sobrinho
(2013), a educação pode ser “[...] um fundamental instrumento de democratização e,
portanto, de inclusão e diminuição de desequilíbrios sociais.” (SOBRINHO, 2013, p. 123).
Consideramos todas as iniciativas de ampliação e democratização do acesso a
educação superior fundamentais para que possamos avançar nas discussões de tornar o
acesso um direito. Sendo assim, acreditamos que discutir as formas de acesso na nossa
região - ou Universidade, poderá contribuir na avaliação de programas que já foram ou
ainda serão implementados. A iniciativa de explanar um dos programas de bolsas de estudo
desenvolvidos pela FURB poderá contribuir também para a melhor eficiência e eficácia de
recursos disponibilizados para a ampliação e democratização da educação superior na
Universidade, através do reconhecimento e maior visibilidade ao público em que estes
programas costumam atender.
2. A FURB e a inclusão social na educação superior
A FURB, autarquia municipal de regime especial, se diferencia das demais
instituições de educação superior no país por congregar, simultaneamente, duas
características a princípio antagônicas: ser uma instituição pública e ser mantida
preponderantemente pelas mensalidades pagas pelos estudantes. De acordo com a Lei
complementar nº 743/2010, a FURB possui plena autonomia didático-científica,
administrativa e de gestão financeira e patrimonial. Seus recursos são provenientes de
[...] dotações consignadas nos orçamentos da União, do Estado e do Município; cobranças de mensalidades; auxílios e subvenções que lhe venham a ser concedidos por entidades públicas ou particulares; remuneração por serviços prestados a entidades públicas ou particulares; convênios, acordos e contratos celebrados com entidades ou organismos nacionais ou internacionais; e outras receitas eventuais. (BLUMENAU, Lei 743/2010, p. 1, Art. 5º).
Além destas, existem várias fontes com destinações específicas, que podem ter como
objetivo desde a manutenção da Instituição ou quanto atingir os próprios objetivos da
Instituição (como por exemplo, os recursos públicos destinados a bolsas de estudo que
objetivam manter os estudantes na Universidade).
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Os conflitos decorrentes da sua natureza jurídica impactam diretamente em sua
política de atendimento aos estudantes e aponta para a necessidade emergente de se discutir
os mecanismos de acesso e permanência dos acadêmicos nesta Universidade. Para isso, a
FURB conta com a Coordenadoria de Assuntos Estudantis (CAE), que desempenha um
papel fundamental nesta discussão. A CAE faz parte da Coordenadoria de Gestão Superior
e está ligada diretamente à reitoria da Universidade. Entre seus objetivos está o de mediar o
acesso de candidatos e de estudantes às políticas públicas voltadas ao financiamento da
educação superior, possibilitando assim o acesso à universidade da população com grandes
dificuldades para arcar com os custos de um curso de nível superior pago. Sendo assim, a
CAE precisa trabalhar e selecionar os estudantes, de acordo com os critérios de acesso
estabelecidos pelos programas de bolsas, como a questão socioeconômica do candidato e
de sua família, envolvendo a avaliação de condicionalidades para a seleção dos estudantes.
De certa forma, este cenário envolve grande parte das IES no Brasil. O Resumo
Técnico do Censo da Educação Superior de 2011 mostra que das 2.365 IES, somente 284
são públicas e logo, 2.081 são privadas. No Sul do Brasil estão 389 IES, sendo 42 públicas
e 347 privadas. Os cursos presenciais em 2011 também são ofertados em sua maioria em
IES privadas (72,2%). No Sul a característica permanece, pois, 70,1% dos cursos
presenciais são ofertados em IES privadas. Desta forma, também nos chama atenção no
Resumo Técnico do Censo da Educação Superior de 2011, que de 6.739.689 matrículas na
graduação, 1.464.628 possuem algum tipo de financiamento (21,7%) (BRASIL, 2013).
Para a ampliação do acesso e inclusão social na educação superior em Santa
Catarina, a SED conta atualmente com o Programa de Bolsas Universitárias em Santa
Catarina - UNIEDU. O programa executa as bolsas de estudo estaduais, tais como o Artigo
170, o Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior -
FUMDES / Artigo 171, e o Fundo de Desenvolvimento Social - FUNDOSOCIAL (SANTA
CATARINA, 2013). Todos os programas são mantidos com recursos do Governo de Santa
Catarina e interferem diretamente na possibilidade tanto de acesso quanto de permanência
de muitos estudantes nas IES. Apesar de a FURB lidar com os três programas, o presente
artigo busca apresentar somente o programa de bolsas de estudo do FUNDOSOCIAL e o
perfil dos estudantes beneficiados na Universidade.
3. Fundo De Desenvolvimento Social – Fundosocial
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O FUNDOSOCIAL foi instituído pela Lei nº 14.876 de 15 de outubro de 2009
com o objetivo de “[...] financiar programas e ações de desenvolvimento, geração de
emprego e renda, inclusão e promoção social, no campo e nas cidades, do Estado de Santa
Catarina, inclusive nas áreas da cultura, esporte, turismo, educação especial e educação
superior.” (SANTA CATARINA, Lei nº 14.876, 2009). O Decreto nº 3.621 de 12 de
novembro de 2010 regulamenta o financiamento de bolsas de estudo deste fundo, e
apresenta o objetivo de “[...] estimular o desenvolvimento econômico-social, observadas as
potencialidades regionais, mediante a inserção de acadêmicos economicamente carentes na
Educação Superior [...]” (SANTA CATARINA, Decreto nº 3.621, 2010).
O Estado, através do FUNDOSOCIAL, compra vagas remanescentes dos
cursos de ensino superior, e as concede como bolsas de estudo integrais4. As vagas são
ofertadas sempre no primeiro semestre do estudante (calouro) e a bolsa é concedida
enquanto o estudante mantiver o vínculo com a IES. Para o financiamento da bolsa
integral, o estado repassa 30% do valor total do custo do estudante, e a Universidade
assume, como contrapartida, ou outros 70% restantes. Para acessar o programa a IES
deverá ter cadastro na SED; sede própria em Santa Catarina; credenciamento aprovado no
MEC ou no Conselho Estadual de Educação (CEE); cursos presenciais aprovados e em
funcionamento; e deverá realizar publicação mensal dos balancetes contábeis -
independente em qual meio de comunicação (SANTA CATARINA, Decreto nº 3.621,
2010).
Como critérios de acesso, o Decreto nº 3.621/2010 estabelece que o candidato
deva ter cursando todo o ensino médio em Santa Catarina e, a Lei 15.242 de 23 de agosto
de 2010 estabelece que o mesmo deva possuir renda per capita familiar máxima de 1 ½
(um e meio) salário mínimo. Os candidatos selecionados não poderão receber outra
modalidade de bolsa oriunda de recursos públicos de qualquer esfera; devem cumprir os
regulamentos da IES em que estiverem matriculados e apresentar rendimento satisfatório
nas disciplinas cursadas5. O não cumprimento destes critérios e/ou a desistência do curso
sem justificativa, implica na exclusão do estudante do programa de bolsa, assim como será
solicitado que o mesmo restitua ao FUNDOSOCIAL o valor correspondente aos benefícios
recebidos (SANTA CATARINA, Decreto nº 3.621, 2010).
4 A legislação prevê integral ao estudante, mas o Estado repassa somente 30% do valor à Universidade. 5 No caso do desempenho satisfatório, a legislação permite uma reprovação a cada semestre.
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Na FURB, o processo de inscrição ao programa passa a ser organizado em três
momentos: 1) a manifestação de interesse do candidato no programa; 2) apresentação
sintetizada das condições socioeconômicas; 3) a efetivação da matrícula e a comprovação,
através do Cadastro Socioeconômico (CSE)6, das situações familiares apresentadas
inicialmente. Além da inserção do FUNDOSOCIAL no CSE, conferindo maior
transparência e legitimidade ao processo, a CAE, amparando-se no estabelecido pelo Art.
1º, da Lei nº 14.876/2009, que diz “[…] VI – para habilitar-se à bolsa de estudo integral,
adquirida pelo Estado, o aluno deverá demonstrar absoluta incapacidade de pagamento de
seus estudos [...]” passa a incorporar como critério complementar de acesso ao
FUNDOSOCIAL, a condição de vulnerabilidade pessoal e/ou social. A equipe técnica da
CAE considera o conceito de vulnerabilidade social adotado na Política Nacional de
Assistência Social (PNAS 2004) para a seleção e dimensionamento do público usuário
desta Política, sendo assim, considera em situação de vulnerabilidade, as
[...] famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho for mal e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social. (BRASIL, 2004, p. 33)
Feito isto, a CAE passou a se preocupar em articular, com profissionais de
aproximadamente 17 municípios vizinhos, o encaminhamento de usuários ou familiares da
população atendida pela Política Pública de Assistência Social. Adotando estes
procedimentos, a bolsa de estudo do FUNDOSOCIAL consegue atingir um público que
não possui outras formas de acesso a educação superior, e desta forma, contribui ainda
mais para a democratização do acesso na região, estimulando o desenvolvimento social
regional.
4. Perfil socioeconômico dos estudantes beneficiados pelo Fundosocial na FURB
6 O Cadastro Socioeconômico (CSE) é o mecanismo adotado pela Universidade, para o acadêmico comprovar que apresenta dificuldades financeiras e se inscrever para concorrer a bolsas de estudo. (FURB, 2013)
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O programa de bolsas de estudo do FUNDOSOCIAL foi implantado na FURB
no segundo semestre de 2010, e até o final do ano de 2013, beneficiava 123 estudantes.
Destes, 81 estudantes são do gênero feminino e 42 do gênero masculino. Através do
Resumo Técnico do Censo da Educação Superior de 2011, percebemos que, embora com
pouca diferença, as mulheres predominam no cenário da educação superior. O censo
mostra que nas matrículas da educação superior, 56,9% correspondem ao gênero feminino
e 43,1% ao gênero masculino (BRASIL, 2013).
Desde a implantação do FUNDOSOCIAL na FURB (2010/2), permanece na
Universidade um determinado número de estudantes, de acordo com o semestre de
ingresso, conforme apresentado pela Figura 1:
FIGURA 1 - Número de estudantes que permanecem no Programa FUNDOSOCIAL,
de acordo com o ingresso por semestre.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
Em relação à faixa etária dos estudantes beneficiados pela bolsa, predominam
estudantes com idades entre 20 e 24 anos, seguida da de 15 a 19 anos. Mas cabe destacar
que, apesar da grande maioria estar nesta condição, o FUNDOSOCIAL também beneficia
estudantes de 50 anos ou mais, conforme apresenta a Figura 2:
8
4
21
35
28 27
0
5
10
15
20
25
30
35
40
2010/2 2011/1 2011/2 2012/1 2012/2 2013/1
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FIGURA 2 - Faixa etária dos estudantes beneficiados pelo Programa FUNDOSOCIAL na
FURB.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
O Resumo Técnico do Censo da Educação Superior de 2011 considera a faixa
etária de 18 a 24 anos, a população esperada para cursar a educação superior.
Considerando que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta em
2011, uma população de 22.497.453 com esta faixa etária, o censo nos mostra que no
mesmo ano, contamos com apenas 3.229.755 matrículas em cursos presenciais, desta faixa
etária. Quando consideramos todas as idades, o número aumenta para 5.746.762 estudantes
matriculados em cursos presenciais. No Sul, o fenômeno se repete: em 2011, a população
desta faixa etária é de 3.128.684, sendo que contávamos com 570.293 matrículas em
cursos presenciais, e, somando-se demais idades, o número aumenta para 929.446 pessoas
(BRASIL, 2013). Embora haja uma expectativa do número de pessoas que a educação
superior deva atender, na prática podemos perceber que ainda está longe de atingir seu
objetivo. Grande parte da população não tem acesso, e podemos supor que está pela
expansão da educação superior em caráter privado.
De acordo com os dados da pesquisa, a maioria dos estudantes beneficiados
pelo FUNDOSOCIAL na Universidade se declara da raça branca (84%), seguida de parda
(10%) e negra (6%). Santa Catarina predomina como estado natal dos estudantes, mas
aparecem mais sete estados, conforme a figura 3:
34
45
14 9 11
5 3 2
0
10
20
30
40
50
15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 oumais
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FIGURA 3 - Estado natal dos estudantes beneficiados pelo Programa FUNDOSOCIAL na
FURB.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
O município de residência dos estudantes é predominantemente Blumenau,
contudo há uma grande diversidade de municípios pequenos beneficiados, conforme a
Figura 4.
FIGURA 4 - Município atual de residência dos estudantes beneficiados pelo Programa
FUNDOSOCIAL na FURB.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
1 1 1 9
2 4
101
4
0
20
40
60
80
100
120
80
1 1 1 1 1 4 1 1 5
1 5
9 2 4 2 1 3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
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Beneficiando estes municípios, o Programa FUNDOSOCIAL contribui
também para o desenvolvimento regional, visto que, conversando com os profissionais da
política de assistência social de municípios pequenos, identificamos que falta mão de obra
qualificada, em várias áreas profissionais. Isso também nos mostra o quão importante é
este programa, que acaba beneficiando muito mais do que uma família de determinado
município, e sim, diversas famílias, em diferentes municípios, com as mais variadas
demandas.
O ensino médio em sua maioria foi cursado em escolas públicas (93%). Mesmo
com a presença do ensino particular, há comprovação de bolsa de estudo. O curso com
mais bolsistas é o de Direito com 19 estudantes, seguido de Administração com 16,
conforme apresenta a Figura 5.
FIGURA 5 - Número de estudantes beneficiados pelo Programa FUNDOSOCIAL na FURB,
por curso.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
16
3 2
4 4
2
19
12
5
2 3
1
5
1 1 1
5
2 1 1
4
13
2 1
8
2 1
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Ad
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gia
em
Mar
keti
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Mas, quando dividimos por centros7, o que contém mais estudantes é o Centro
de Ciências da Saúde, com 39 estudantes, de acordo com a Figura 6.
FIGURA 6 - Número de estudantes beneficiados pelo Programa FUNDOSOCIAL na FURB,
por centro.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
Em relação à renda per capita dos estudantes, 55% apresenta renda entre meio
salário e 1 salário mínimo, conforme a figura 7.
FIGURA 7 - Renda per capita das famílias dos estudantes beneficiados pelo Programa
FUNDOSOCIAL na FURB.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
7 Estrutura acadêmica que reúne a Universidade por área de conhecimento.
10
24
39
7
17
7
19
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
CCT - Centro de Ciências Tecnológicas
CCSA - Centro de Ciências Sociais Aplicada
CCS - Centro de Ciências da Saúde
CCEN - Centro de Ciências Exatas e Naturais
CCHC - Ce tro de Ciê cias Hu a as e da…
CCE - Centro de Ciências da Educação
CCJ - Centro de Ciências Jurídicas
17
68
37
1 0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 a 1/2 1/2 a 1 1 a 1¹/² 1¹/² a 2
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Quando nos deparamos com a renda per capita, vale fazer uma breve
comparação dos estudantes beneficiados pelo FUNDOSOCIAL e os que são beneficiados
pela bolsa parcial do Art. 170. Enquanto o FUNDOSOCIAL beneficia 85% de seus
estudantes, com renda per capita de até 1 salário mínimo, o Art. 170 beneficia a maioria
dos estudantes (44,4%) que possuem renda per capita acima de 1 salário mínimo e meio.
(FURB, 2013, documento interno – não publicado).
Com relação à composição familiar, como se demonstra na Figura 8, 27% das
famílias são compostas de 3 integrantes. Ao mesmo tempo em que temos estudantes
morando sozinhos (13%), também estamos lidando com famílias de até 11 integrantes
(1%).
FIGURA 8 - Número de integrantes nas famílias dos estudantes beneficiados pelo Programa
FUNDOSOCIAL na FURB.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
Nestas famílias, 67% não têm a presença de crianças, 23% há a presença de
uma criança, 8% de duas e 2% de três crianças. Quanto à presença de idosos, 88% não têm
a presença de idosos, 9% têm a presença de um idoso e 3% de dois.
Com relação à moradia, 53% destas famílias possuem moradia própria, 30%
alugada e 17% cedida. Também conseguimos, através do CSE - gerenciado pela CAE, a
16
28
34
16 15 11
1 1 1
0
5
10
15
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25
30
35
40
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informação sobre desastres socioambientais. Dos estudantes do FUNDOSOCIAL, 20% das
famílias já foram atingidas por este fenômeno.
Além da pesquisa documental realizada na CAE, que possibilitou caracterizar o
perfil dos bolsistas, foi efetuada a coleta de dados por meio de um questionário, enviado
por correio eletrônico aos estudantes, com prazo para devolução de 40 dias. Somente 39
estudantes responderam (31,70%), e com esta amostra, conseguimos identificar algumas
situações de vulnerabilidade social que as famílias já viveram ou ainda vivem. A situação
que apareceu com maior frequência é o desemprego, atingindo cerca de 20 famílias. Se
considerarmos que somente 39 estudantes responderam o questionário, o número de
famílias que conviveu ou ainda convive com o desemprego, é bastante alto. Em seguida
constatamos que 15 famílias possuem integrantes com alguma doença, o que consideramos
um número também alto. Na Figura 9 podemos verificar as outras situações que
apareceram:
FIGURA 9 - Situações de vulnerabilidade social vivenciadas pelas famílias dos estudantes
beneficiados pelo Programa FUNDOSOCIAL na FURB.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
Desta forma, compreendemos a necessidade de programas de apoio e
permanência para estes estudantes, além de uma forte articulação com a política de
assistência social dos municípios, visto que os estudantes apresentam demandas que
perpassam as atribuições da Universidade, e que precisam ser supridas pelo Estado. A
Figura 10 mostra que algumas famílias não vivenciam nenhuma situação de
10
7
20
6
5
9
1
15
5
0 5 10 15 20 25
Alcoolismo
Outras drogas
Desemprego
Privação de liberdade
Abandono de algum familiar
Violência
Outros
Doença
Deficiência
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vulnerabilidade, enquanto outras, por exemplo, convivem com até 6 ou mais tipos
diferentes de situações:
FIGURA 10 - Número de situações de vulnerabilidade social vivenciadas pelas famílias dos estudantes
beneficiados pelo Programa FUNDOSOCIAL na FURB.
Fonte: CAE, 2013. Adaptado pela Autora.
Isto enfatiza a importância da continuidade do programa, pois consideramos
que o ingresso na Universidade pode contribuir para a superação de situações de
vulnerabilidade social e econômica, vivenciadas pelos estudantes e suas famílias. Contudo,
reforça a necessidade de maior articulação com as demais políticas públicas e um trabalho
multidisciplinar, para garantir a permanência do estudante na Universidade. Além de
reforçar a importância de políticas públicas que democratizem o acesso a educação
superior, trazendo um novo perfil de estudantes para as universidades, que até então não
acessavam a este direito, seja pela situação econômica ou social da família, que em sua
maioria, possuem diversos direitos violados.
5. Considerações finais
Apesar de recentes as iniciativas de democratização e ampliação do acesso a
educação superior em nosso país, e das rigorosas críticas ao modelo de desenvolvimento -
que privilegia o setor privado -, o momento é oportuno para começarmos a discutir este
novo perfil de estudantes que começa a chegar nas universidades. A atual conjuntura exige
11
8 7
5
3 3 2
0 1 2 3 4 5 6 oumais
0
2
4
6
8
10
12
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pensarmos estratégias para que continuem os investimentos na educação superior pública,
mas, ao mesmo tempo, nos pede maior atenção aos recursos destinados as IES privadas. É
certo que a nossa luta está na consolidação de uma educação superior pública, gratuita e de
qualidade, e acessível a todos, mas, enquanto nossas lutas são travadas por interesses
econômicos, há a necessidade de se trabalhar, fiscalizar e acompanhar, os processos de
ampliação e democratização adotados pelo governo federal, e também estadual.
Consideramos importantes as iniciativas de estudos8 e discussões sobre
programas que estão beneficiando nossa região, como é o caso do FUNDOSOCIAL. Este
Programa possibilita o acesso a educação superior às pessoas em situação de risco e
vulnerabilidade econômica e social. Contribui para o desenvolvimento regional a medida
que beneficia também os sujeitos nestas condições, em diversos municípios da região, além
de fomentar a inclusão e democratização do acesso na educação superior. Acreditamos que
programas como o FUNDOSOCIAL são essenciais para a região, e que não beneficiam
apenas um indivíduo ou sua família, mas o seu município e a sociedade como um todo.
Também julgamos necessário e válido estudos que contribuam na identificação
do perfil dos estudantes beneficiados por programas como estes. É necessário criar
vínculos para conhecermos o público beneficiado, para podermos perceber suas demandas,
e então, criarmos estratégias para que estes estudantes permaneçam na educação superior,
de maneira acolhedora e satisfatória, até a conclusão do curso.
A pesquisa efetuada nos mostrou que o FUNDOSOCIAL vem beneficiando um
conjunto de estudantes bastante diferente do restante da Universidade, principalmente
quando foi feita a comparação da renda per capita dos estudantes beneficiados pelo
FUNDOSOCIAL e pelo Artigo 170 que, aliás, é a bolsa de estudo parcial que mais
beneficia estudantes na Universidade.
Os recursos destinados a educação superior já são poucos, e não há justificativa
plausível para o corte do programa FUNDOSOCIAL. Acreditamos que o programa lida
com algumas dificuldades e limites, porém, sua extinção diminuirá ainda mais as
alternativas que este público tem para ingresso na educação superior.
8 O projeto que subsidiou o presente trabalho foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa em humanos, da FURB, pelo parecer nº. 21155513.7.0000.5370.
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6. BIBLIOGRAFIA CITADA
BLUMENAU. Decreto n. 9.199 de 30 de junho de 2010. Homologa o estatuto da Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB. Disponível em: < https://www.leismunicipais.com.br/a/sc/b/blumenau/decreto/2010/919/9199/decreto-n-9199-2010-homologa-o-estatuto-da-fundacao-universidade-regional-de-blumenau-furb-2010-06-30.html>. Acesso em: out/2013. –––––. Lei Complementar n. 743 de 2010. Dispõe sobre a reorganização da estrutura administrativa da FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau – e dá outras providências. Disponível em: < https://www.leismunicipais.com.br/a/sc/b/blumenau/lei-
complementar/2010/74/743/lei-complementar-n-743-2010-dispoe-sobre-a-reorganizacao-da-
estrutura-administrativa-da-furb-fundacao-universidade-regional-de-blumenau-e-da-outras-
providencias-2013-07-22.html>. Acesso em: out/2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Resumo técnico censo da educação superior de 2011. Brasília, Abril/2013. ISBN: 978-85-7863-022-5. –––––. Política Nacional de Assistência Social. Brasília, Nov/2005, p. 175. Disponível em: < http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/arquivo/Politica%20Nacional%20de%20Assistencia%20Social%202013%20PNAS%202004%20e%202013%20NOBSUAS-sem%20marca.pdf>. Acesso em: out/2013. CHAUÍ, Marilena. Escritos sobre a universidade. São Paulo: UNESP, 2001. 205p. FURB. Cadastro Socioeconômico. Edital 2013/2. Disponível em: < http://www.furb.br/web/10/portugues>. Acesso em: 30 outubro 2013. –––––. Programa de bolsas de estudo integrais do Fundo de Desenvolvimento Social / FUNDOSOCIAL 2010/2 a 2012/2 – a experiência da FURB. Abril/2013, p. 17. Documento não publicado.
PINTO, José Marcelino de Rezende. O acesso à educação superior no Brasil. Educ. Soc., Campinas, vol. 25, n. 88, p. 727-756, Especial – Out., 2004.
SANTA CATARINA. Decreto n. 3.621, de 12 de novembro de 2010. Dispõe sobre o programa de aquisição de vagas remanescentes em curso de nível superior e de concessão de bolsas de estudo integrais com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social – FUNDOSOCIAL. Disponível em: < http://server03.pge.sc.gov.br/LegislacaoEstadual/2010/003621-005-0-2010-002.htm>. Acesso
em: <out/2013>.
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–––––. Lei n. 14.876, de 15 de outubro de 2009. Altera dispositivos da Lei nº 13.334, de 2005, que institui o FUNDOSOCIAL. Disponível em: < http://legislacao.sef.sc.gov.br/html/leis/2009/lei_09_14876.htm>. Acesso em: out/2013.
–––––. Lei nº 15.293, de 23 de agosto de 2010. Altera dispositivos da Lei nº 15.242, de 2010. Disponível em: < http://server03.pge.sc.gov.br/LegislacaoEstadual/2010/015293-011-0-
2010-001.htm>. Acesso em: nov/2013.
–––––. Secretaria de Estado da Educação. Programa de Bolsas Universitárias em Santa Catarina – UNIEDU. Disponível em: <http://www.sed.sc.gov.br/secretaria/>. Acesso em: Julho/2014.
SOBRINHO, José Dias. EDUCAÇÃO SUPERIOR: BEM PÚBLICO, EQUIDADE E DEMOCRATIZAÇÃO. Avaliação. Campinas; Sorocaba, SP, v. 18, n. 1, p. 107-126, mar. 2013.
ANEXO 1 – Questionário da Pesquisa
IDENTIFICAÇÃO Aluno: Código Pessoa:
Data de Nascimento: / / Idade: Sexo: ( )Feminino ( )Masculino
Naturalidade: UF:
Estado Civil: ( )Solteiro(a) ( )Casado(a) ( )Divorciado(a) ( )Viúvo(a) ( ) União Estável(a)
Curso: Semestre:
Telefone: Email:
Você se considera: ( )Branco(a) ( )Pardo(a) ( )Negro(a) ( )Amarelo(a) ( )Indígena
SITUAÇÃO OCUPACIONAL Possui alguma fonte de renda? ( )Sim ( )Não Se sim, valor:
Se não, qual o motivo?
Esta renda é: ( )Formal ( )Informal Nome da Empresa:
Cargo/função que desempenha:
Depende dessa renda para permanecer na Universidade? ( )Sim ( )Não
Contribui com a renda familiar: ( )Sim ( )Não
Iniciou atividades remuneradas com qual idade?
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( )Antes de 14 anos ( ) Entre 14 e 16 anos ( )Entre 16 e 18 anos ( )Após 18 anos
( )Nunca trabalhou
Principal responsável pelo sustento familiar:
( )Aluno ( )Pai ( )Mãe ( )Cônjuge ( )Outros:_______________________________
HISTÓRICO ESCOLAR Período em que cursou o ensino fundamental: Ano início ( ) Ano término ( )
Período em que cursou o ensino médio: Ano início ( ) Ano término ( )
Escola anterior era localizada em área: ( )Urbana ( )Rural
O ensino médio foi realizado em qual modalidade?
( )Ensino regular ( )Supletivo – Jovens e Adultos ( )Outros:__________________________
Apresentava dificuldade de aprendizagem? ( )Sim ( )Não
Se sim, em quais disciplinas?
Utiliza computador / internet para a realização de trabalhos escolares?
( )Sim ( )Não ( )As vezes
Se sim/as vezes: ( )Tenho computador e acesso à internet em casa
( )Tenho computador mas não tenho acesso à internet em casa
( )Não tenho computador
MORADIA Mora com:
( )Sozinho ( )Família – pai e mãe ( )Família – pai ( )Família –mãe ( )Cônjuge
( )Parentes ( )Amigos ( )Outros: _______
É de fácil acesso? ( )Sim ( )Não
Qual meio de transporte você mais utiliza?
Apresenta dificuldade de chegar no horário da aula? ( )Sim ( )Não ( )As vezes
Situação de moradia: ( )Casa ( )Apartamento ( )Outro
Moradia: ( )Própria ( )Financiada ( )Alugada ( )Cedida ( )Ocupada
Se financiada / alugada, valor das prestações:
Se financiada, qual o programa?
A moradia se encontra em área de risco? ( )Sim ( )Não
A moradia já foi atingida por desastres? ( )Sim ( )Não
Se sim, a família já ficou em abrigos devido aos desastres?
( )Sim – tempo:________ ( )Não
COMPOSIÇÃO FAMILIAR Nº Grau de parentesco Idade Profissão Renda mensal Estuda
Sim Não
01
02
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina
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03
04
05
NÚCLEO FAMILIAR É ou já foi beneficiado por algum programa da Governo? (Ex.: Bolsa família, BPC, Cesta básica, auxílio aluguel etc.).
( )Sim ( )Não ( )Esporadicamente
Se sim / esporadicamente, qual (is)?
Por quanto tempo? Ano início ( ) Ano término ( )
A família ou algum integrante, é atendida por algum programa social? ( )Sim ( )Não
Se sim, qual?
A família vive ou já vivenciou situações de:
( )Alcoolismo ( )Drogadição ( )Desemprego ( )Prisão ( )Abandono de algum familiar
( )Violência ( )Outros:
( )Doença – Qual (is)? ________________________________________________________
( )Deficiência – Qual (is)? _____________________________________________________