17
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL, GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NA BACIA DO ALTO PARANAPANEMA (UGRHI 14) ESTADO DE SÃO PAULO Débora Feliciana dos Reis 1 Antonio Cezar Leal 2 Resumo O tratamento dado aos resíduos sólidos urbanos na Bacia do Alto Paranapanema (UGRHI 14) SP Brasil foi investigada com o intuito de contribuir com o planejamento ambiental da área. Para tanto, foram utilizados dados da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e informações disponíveis em órgãos oficiais. Foi delineado um comparativo das áreas em 16 anos, o qual possibilitou perceber uma melhora significativa no tratamento dado aos resíduos sólidos na área. No ano de 1997 os municípios tiveram seus aterros classificados como inadequados, com a aplicação das politicas e atenção voltadas à resolução e melhora deste problema, em 2013 os municípios obtiveram seus aterros enquadrados em adequados. Observa-se que as parcerias entre o Estado e os municípios têm contribuído para melhorias significativas no tratamento dos resíduos sólidos. Palavras-chave: Resíduos Sólidos Urbanos, tratamento, Bacia do Alto Paranapanema. Abstract The treatment of municipal solid waste in the Upper Basin Paranapanema (UGRHI 14) - SP - Brazil was investigated with the aim of contributing to environmental planning area. Data were used by CTESB (Environmental Company of São Paulo State) and information available in official organs for both,. A comparative areas in 16 years, which has enabled to realize a significant improvement in the treatment of solid waste in the area was delineated. In 1997 the municipalities had their landfills classified as inadequate, with the implementation of policies and focused attention and improves the resolution of this problem, in 2013 the municipalities received their framed in suitable landfills. It is observed that partnerships between the State and the municipalities have contributed to significant improvements in the treatment of solid waste. Keywords: Solid Waste, Treatment, Upper Basin Paranapanema 1 Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de São Paulo (UNESP). E-mail:[email protected] 2 Doutor em Geografia e professor na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP).E- mail:[email protected]

2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E …200.19.73.116/anais2/wp-content/uploads/2015/08/563a.pdf · Lixo ± aquilo que sobrou de uma atividade qualquer e é descartado sem seus

Embed Size (px)

Citation preview

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL, GESTÃO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NA BACIA DO ALTO PARANAPANEMA (UGRHI 14) – ESTADO DE SÃO PAULO

Débora Feliciana dos Reis 1 Antonio Cezar Leal 2

Resumo

O tratamento dado aos resíduos sólidos urbanos na Bacia do Alto Paranapanema (UGRHI 14) – SP – Brasil foi investigada com o intuito de contribuir com o planejamento ambiental da área. Para tanto, foram utilizados dados da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e informações disponíveis em órgãos oficiais. Foi delineado um comparativo das áreas em 16 anos, o qual possibilitou perceber uma melhora significativa no tratamento dado aos resíduos sólidos na área. No ano de 1997 os municípios tiveram seus aterros classificados como inadequados, com a aplicação das politicas e atenção voltadas à resolução e melhora deste problema, em 2013 os municípios obtiveram seus aterros enquadrados em adequados. Observa-se que as parcerias entre o Estado e os municípios têm contribuído para melhorias significativas no tratamento dos resíduos sólidos.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos Urbanos, tratamento, Bacia do Alto Paranapanema.

Abstract The treatment of municipal solid waste in the Upper Basin Paranapanema (UGRHI 14) - SP - Brazil was investigated with the aim of contributing to environmental planning area. Data were used by CTESB (Environmental Company of São Paulo State) and information available in official organs for both,. A comparative areas in 16 years, which has enabled to realize a significant improvement in the treatment of solid waste in the area was delineated. In 1997 the municipalities had their landfills classified as inadequate, with the implementation of policies and focused attention and improves the resolution of this problem, in 2013 the municipalities received their framed in suitable landfills. It is observed that partnerships between the State and the municipalities have contributed to significant improvements in the treatment of solid waste. Keywords: Solid Waste, Treatment, Upper Basin Paranapanema

1 Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de São Paulo (UNESP). E-mail:[email protected] 2 Doutor em Geografia e professor na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP).E-mail:[email protected]

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Introdução

O processo de urbanização e o crescimento populacional acarretaram num excesso

de consumo, o qual tem implicado no uso demasiado dos recursos naturais e na crescente

descarga de poluentes no ambiente. A consequência do aumento da produção e do

consumo é a grande quantidade de resíduos sólidos lançadas no ambiente diariamente.

O crescimento das cidades não foi acompanhado das medidas necessárias para

tratar corretamente os resíduos sólidos, sendo uma das grandes causas de poluição e

degradação ambiental no meio urbano. Em grande parte dos municípios, a disposição final

dos resíduos sólidos ocorre de maneira inadequada com a simples deposição destes sobre o

solo.

O tratamento adequado destes tem sido um problema para muitos municípios, a

disposição incorreta acarreta na contaminação do solo, dos corpos d’água e poluição do ar.

No presente trabalho o diagnostico do gerenciamento dos resíduos sólidos na

Bacia do Alto Paranapanema no Estado de São Paulo, foi estudado, segundo dados e

informações disponíveis em órgãos oficiais e, a classificação da Companhia Ambiental do

Estado de São Paulo – Cetesb, no intuito de contribuir com o planejamento ambiental da

área.

Resíduos Sólidos Urbanos

O gerenciamento dos resíduos sólidos na Bacia do Alto Paranapanema do estado de

São Paulo foi exposto de forma a possibilitar a percepção dos elementos envolvidos e

necessários na discussão do tema, as políticas de incentivos existentes e o planejamento do

tratamento dos resíduos sólidos.

O termo resíduo é utilizado para designar toda sobra de qualquer atividade

humana, diferenciando-o de lixo, tratado aqui como todo o resto que não pode ser

reaproveitado, devido às condições técnicas e interesses econômicos, conforme distinção

apresentada:

Lixo – aquilo que sobrou de uma atividade qualquer e é descartado sem seus valores (sociais, econômicos, e ambientais) potenciais sejam preservados, incluindo resíduos inservíveis, mas também, incorretamente do ponto de vista ambiental, resíduos recicláveis e reutilizáveis. (LOGAREZZI, 2004,p. 224). Resíduo – aquilo que sobra de uma atividade qualquer, natural ou cultural. (LOGAREZZI, 2004, p.221).

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) “lixo são os restos das

atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou

descartáveis”. (p.23).

As atividades humanas diárias geram uma grande quantidade de resíduos, de

toneladas por dia, fato que gera uma preocupação crescente, pois resulta em poluição do

solo, água, e ar; e tem a questão do espaço disponível, pois não há local para a acomodação

de tanto resíduo. Segundo LIMA “os resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes,

minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser

parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e

economia de recursos naturais”. (2002, p.32).

A Politica Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/10 define:

resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade (...). e rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.

E ainda, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas na

NBR10.004/04, “resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e semisólido, que

resultam de atividade industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de

varrição”.

Os resíduos podem ser classificados em sólido, líquido, gasoso e pastoso, no que

tange às características estas podem variar quanto aos aspectos sociais, econômicos,

culturais, geográficos e climáticos.

Neste trabalho os conceitos utilizados são os termos adotados na Lei 12.305/10, o

marco oficial no que tange aos resíduos sólidos no país.

Devido o conjunto de complexidades que envolvem o tratamento dos resíduos

sólidos, salientamos a necessidade de diferenciação e identificação dos mesmos, para o

aproveitamento dos resíduos e correta destinação e disposição final.

A Politica Nacional de Resíduos Sólidos diferencia “destinação final

ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a

compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações

admitidas pelos órgãos competentes”. E, “disposição final ambientalmente adequada:

distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos

ambientais adversos”.

A disposição final ambientalmente correta é justificada e necessária, para que o

rejeito seja encaminhado ao aterro sanitário, tornando possível o melhor aproveitamento de

espaço e tempo de uso destes. Outro ponto a salientar é o envio dos resíduos sólidos às

usinas de reciclagem, o que possibilita a economia de matéria-prima, água e energia,

proporcionando a confecção de novos produtos a partir do material reutilizado.

O aumento populacional, bem como, a expansão da urbanização não foi

acompanhado das medidas necessárias para dar aos resíduos sólidos o destino adequado. E,

o cenário atual na maioria dos municípios é de descaso no tratamento destes. Segundo

Fonseca (2001, p.20), “o lixo quando não cuidado e lançado em lugares impróprios, agride

e fere, e é realmente uma bomba com grande potencial de destruição”.

Portanto, o adequado tratamento dos resíduos sólidos depende de uma gestão e

gerenciamento adequados, os quais se tornam vitais na revitalização da qualidade

ambiental urbana.

Segundo LIMA “gerenciamento de resíduos sólidos refere-se aos aspectos

tecnológicos e operacionais da questão, envolvendo fatores administrativos, gerenciais,

econômicos, ambientais e de desempenho”. (2002, p.21). Na Lei 12.305/10 – a Politica

Nacional de Resíduos Sólidos é definido:

gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei e gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável.

A falta de atenção no tratamento dado aos resíduos sólidos têm causado

problemas sanitários e ambientais, tais como a disseminação de doenças, a procriação de

animais e insetos e a contaminação do ambiente.

Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb, o tratamento

adequado dado aos rejeitos deveria ser em aterro sanitário, utilizado para a disposição,

particularmente de lixo domiciliar que possui normas operacionais especifica que permite a

confinação segura em termos de controle de poluição ambiental e proteção à saúde pública.

Ou ainda, o aterro em vala usado nos municípios de pequeno porte, com menos de 25 mil

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

habitantes e geração de até 10 toneladas diárias de resíduos sólidos e que dispõem de

recursos financeiros escassos.

Porém, na maioria dos municípios brasileiros os aterros sanitários são lixões,

locais inadequados para disposição final dos resíduos, caracterizado pela simples descarga

sobre o solo sem medidas de proteção deste. É a descarga de lixo a céu aberto sem levar

em consideração a área, o escoamento de líquidos, que podem contaminar águas

superficiais e subterrâneas, o solo, e ainda, a liberação de gases, etc.

A omissão na gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos resulta em lixões e

toda a poluição proveniente destes, acarretando na péssima qualidade ambiental urbana, e

ainda, oferecendo riscos a saúde da população.

Resíduos Sólidos no Estado de São Paulo

O diagnóstico do tratamento dado aos resíduos sólidos inclui a caracterização

básica dos municípios da Bacia do Alto Paranapanema, com base nas notas dos IQR’s

foram verificadas as condições dos locais de disposição final dos resíduos sólidos de cada

município. As informações e dados sobre os programas, projetos e planos apresentados

foram consultados na página oficial da Secretaria do Meio Ambiente na internet, e nas

páginas dos demais órgãos citados.

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB - é a responsável no

Estado de São Paulo pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de

atividades geradoras de poluição. A companhia tem como objetivo preservar e recuperar a

qualidade da água, do ar e do solo3 no estado de São Paulo.

É o órgão que avalia as condições dos aterros municipais e, de posse das

avaliações produz os inventários anuais, os quais diagnosticam a situação do tratamento

dado aos resíduos sólidos nos municípios de São Paulo. Os inventários foram utilizados

nesta pesquisa, como base do diagnostico dado ao gerenciamento dos resíduos sólidos

urbanos da Bacia do Alto Paranapanema - UGRHI 14.

O problema dos Resíduos Sólidos foi incorporada às funções da Cetesb em 1995,

e é a responsável por avaliar as formas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos nos

3 Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br

acesso em 23/08/2009.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

municípios de São Paulo. O Inventário Estadual de Resíduos Sólidos é elaborado desde

1997– no qual, a geração e disposição final dos resíduos são acompanhadas e publicadas

anualmente.

A Cetesb é a responsável por firmar o Termo de Ajustamento de Conduta com os

municípios que possuem aterros em condições inadequadas, e pelo Licenciamento

Ambiental das áreas. O TAC é o acordo firmado entre o Ministério Público, a Cetesb e o

município, que registra o comprometimento da administração municipal, com a

regularização ou o encerramento de aterros irregulares e lixões e a adoção de uma solução

técnica definitiva, estes têm sido usados como alternativa às multas.

Inventário Estadual de Resíduos Sólidos

A Cetesb tem feito levantamentos das condições ambientais e sanitárias dos locais

de disposição final de resíduos sólidos e rejeitos nos municípios paulistas, os dados

coletados passaram a constituir (1997) o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos

Domiciliares4. O documento traz a avaliação das condições dos locais de disposição final e

tratamento dos resíduos sólidos domiciliares nos 645 municípios do estado de São Paulo.

As informações anuais são expressas pelos Índices de Qualidade de Aterro de Resíduos –

IQR, de Qualidade de Aterros em Valas – IQR Valas e de Qualidade de Usinas de

Compostagem IQC, e apresentam nota entre 0 e 10, e são classificadas em aterro

adequado, controlado ou inadequado5.

O inventário é elaborado a partir da inspeção periódica nas instalações de

disposição final dos resíduos sólidos nos municípios, as informações são padronizadas por

um questionário, constituído por três partes (características locais, estruturais e

operacionais), os dados são analisados e permitem a apuração dos IQR’s.

O acompanhamento da evolução do IQR, IQR Valas e IQC por município,

permite verificar o resultado das ações de controle da poluição ambiental desenvolvidas, e

a eficácia dos programas alinhados com as políticas públicas estabelecidas para o setor.

Os resultados das politicas públicas são destacados no número de municípios que

dispõem os resíduos domiciliares de forma adequada, os quais eram apenas 27 em 1997, e

em 2013 subiu para 613. Outra indicação substantiva é refletida pela situação inadequada

4 Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB. Disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/publicacoes.asp acesso em 12/09/2009. 5 Em 2011 a classificação passou a ser apenas em Inadequado e Adequado. Os municípios que apresentam

nota entre 0 e 7 são classificados como Inadequados, entre 7,1 e 10 são denominados Adequados.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

dos municípios, na qual, em 1997, se enquadravam 77,8% dos sistemas municipais, em

2013 apenas 4,5%, os quais são alvos das ações de controle e mitigação para que alcancem

situações ambientais adequadas.

Os municípios e a situação dos mesmos são apresentados na Tabela 1. As

condições dos locais de disposição final dos resíduos sólidos nos anos de 1997 e 2013, em

1997 os municípios que dispunham de forma inadequada eram 502 e apenas 29 em 2013.

Nos dados de 2013 não foram considerados Bananal, Igarapava e Ituverava que dispõem

em outros estados. Não tiveram municípios enquadrados como controlados, devido a

mudança de classificação adotada pela Cetesb em 2011.

Tabela1: Situação dos Municípios de São Paulo 1997 e 2013.

Enquadramento 1997 2013 Inadequado 502 29

Controlado 116 0

Adequado 27 613 Fonte: Cetesb 1997 e 2013.

Ressalta-se ainda, a importância dos valores do IQR Médio para o conjunto dos

sistemas em operação nos municípios, o qual aponta para uma melhora significativa nos

resultados alcançados, o IQR Médio do estado de São Paulo foi de 4,0 em 1997 e de 8,5

em 2013. Destaca-se a evolução na quantidade de resíduos dispostos adequadamente que

passou de 10,9%, em 1997 para 97,9% em 2013.

A utilização de um índice abrangente e fundamentado que considera as condições

encontradas na ocasião das inspeções permite efetuar uma estimativa confiável das

condições ambientais, diminuindo a subjetividade na análise dos dados. E ainda, possibilita

a comparação entre as instalações existentes no estado, em função dos índices IQR e IQC

apurados, as instalações podem ser enquadradas como inadequadas ou adequadas.

As formas de disposição dos resíduos sólidos avaliadas pela Cetesb são

apresentadas no Quadro 1:

Quadro 1: Formas de Disposição Avaliadas.

Lixão local onde o lixo urbano ou industrial é acumulado de forma rústica, a céu aberto, sem qualquer tratamento.

Aterro Sanitário processo utilizado para a disposição de resíduos no solo impermeabilizado, na forma de camadas cobertas periodicamente com terra ou outro material inerte e com sistema de drenagem para o chorume.

Aterro Sanitário em Valas

consiste no preenchimento de valas escavadas com dimensões apropriadas, onde os resíduos são depositados sem compactação e sua cobertura com terra é realizada manualmente.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Incineração é a queima controlada do lixo inerte, através do processo de combustão que transforma os resíduos sólidos em água, dióxido de carbono e outros gases.

Usina de Compostagem

local onde o lixo doméstico é separado em material orgânico (restos de comida) e material inorgânico (papel, vidro, lata, plástico).

Fonte: Cetesb.

Os locais de disposição final são avaliados, recebem a pontuação e são

classificados de acordo com suas condições de uso. No Quadro 2 é apresentado o

enquadramento utilizado.

Quadro 2: Enquadramento Cetesb*

Inadequada 0 - 6,0

O sistema não atende às exigências técnicas mínimas de localização, infraestrutura e operação, implicando risco potencial e imediato ao meio ambiente e à saúde pública.

Controlada 6,1 – 8,0

O sistema atende parte significativa das exigências mínimas locacionais, mas que, pela deficiência da infraestrutura e da operação, implica significativo potencial de poluição ambiental.

Adequada 8,1 - 10

O sistema apresenta garantias suficientes de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Fonte: Cestesb. * Utilizado até 2011.

O novo enquadramento da Cetesb é apresentado no Quadro 3.

Quadro 3 : Novo Enquadramento Cetesb**

Inadequada 0 - 7,0

O sistema não atende às exigências técnicas mínimas de localização, infraestrutura e operação, implicando risco potencial e imediato ao meio ambiente e à saúde pública.

Adequada 7,1 - 10

O sistema apresenta garantias suficientes de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Fonte: Cestesb. ** Utilizado a partir de 2012.

O Inventário Estadual de Resíduos Sólidos – mediante a aplicação de índices de

qualidade das condições sanitárias e ambientais, referentes ao tratamento/disposição dos

resíduos sólidos, constitui um importante instrumento de planejamento.

Com a publicação do Inventário Estadual verifica-se, a partir da sistematização

das informações obtidas que foram alcançadas melhorias substantivas nas condições

ambientais dos locais de disposição final de resíduos sólidos no estado de São Paulo.

Diagnostico dos Resíduos Sólidos na Bacia do Alto Paranapanema

Numa analise mais detalhada dos municípios da área de estudo, foram avaliadas as

condições dos aterros municipais de 1997 a 2013 com base no Inventário Estadual de

Resíduos Sólidos da Cetesb. Foram avaliadas as condições de destinação e disposição dos

resíduos sólidos por meio de dados da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Paulo, bem como, os resultados apresentados nos projetos ambientais desenvolvidos pelo

governo estadual.

Bacia do Alto Paranapanema – UGRHI 14

Para a melhor compreensão da área de estudo, é importante entender seu recorte,

representado pelas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos, “unidades

territoriais com dimensões e características que permitem e justificam o gerenciamento

descentralizado dos recursos hídricos”. (artigo 20 da Lei Estadual 7.663/91).

O estado de São Paulo é composto por 22 UGRHI’s, das quais a área estudada

corresponde a UGRHI 14 ou Bacia do Alto Paranapanema6, possui uma área de drenagem

de 22.689 Km2, é a maior do estado, está localizada na porção sudoeste, e é composta por

34 municípios.

Mapa 1: Bacia do Alto Paranapanema – UGRHI 14.

6 Relatório Zero. Disponível em http://www.comitepcj.sp.gov.br/download/PERH/04-07_UGRHI-14.pdf

acesso em 12/12/2009.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Segundo o Relatório Zero da Bacia, as principais atividades econômicas estão

concentradas em Itapetininga, que é o polo mais expressivo, onde encontramos a maior

parcela das atividades industriais, apresenta pequena densidade populacional, os

municípios que a compõem têm em sua maioria, menos de 30 mil habitantes. Itapetininga,

Itapeva, Capão Bonito e Itararé possuem o maior contingente populacional, possuem

juntos, aproximadamente 45% da população total da área.

Resíduos Sólidos na Bacia do Alto Paranapanema

A Bacia do Alto Paranapanema é constituída por 34 municípios que ocupam uma

área total de 22.730 Km², e possuem uma população urbana total de 811.599 mil habitantes

(Relatório Zero da UGRHI 14), gera um total de 459 toneladas/dia de lixo (Cetesb, 2013).

Um esboço das condições dos resíduos sólidos na área de estudo podem ser

depreendidos na Tabela 2.

Tabela 2: Resíduos Sólidos na Bacia do Alto Paranapanema.

Município Lixo Coleta de

Lixo Disposição % Coleta

Reciclagem ton/dia % Seletiva %

Angatuba 6,3 98,9 Aterro em Vala 40 Sim 60

Arandu 1,6 98,5 Lixão 100 Não 0 Barão de Antonina 0,7 92,5 Aterro em Vala 100 Sim 0

Bernardino de Campos 3,8 99,4 Aterro em Vala 100 Não 0 Bom Sucesso de Itararé 0,9 99,1 Lixão 100 Não 0

Buri 5,6 98,7 Lixão 100 Não 0

Campina do Monte Alegre 1,8 98,7 Aterro em Vala 60 Sim 40 Capão Bonito 14,5 98,0 Aterro Comum 100 Sim 0

Coronel Macedo 1,5 99,2 Aterro Comum 100 Não 0 Fartura 4,5 99,2 Aterro em Vala 100 Não 0

Guapiara 3,2 94,5 Aterro em Vala 100 Não 0 Guareí 3,5 98,6 Lixão 100 Não 0

Ipaussu 4,8 99,2 Aterro em Vala 100 Não 0

Itaberá 4,2 98,6 Aterro em Vala 100 Não 0 Itaí 7,7 98,1 Aterro Controlado 100 Não 0

Itapetininga 65,5 98,8 Aterro Controlado 100 Não 0 Itapeva 26,2 97,6 Aterro Controlado 100 Não 0

Itaporanga 4,1 95,5 Aterro Controlado 100 Não 0

Itararé 18,8 97,5 Aterro Controlado 70 Não 30 Manduri 2,8 99,7 Aterro Comum 100 Não 0

Nova Campina 1,9 99,0 Aterro Comum 100 Não 0 Paranapanema 5,3 98,2 Aterro em Vala 40 Não 60

Pilar do Sul 8,2 99,5 Aterro em Vala 90 Sim 10

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Piraju 10,2 98,9 Aterro em Vala 100 Sim 0 Ribeirão Branco 3,2 88,7 Lixão 100 Não 0

Ribeirão Grande 0,9 99,4 Aterro Controlado 60 Sim 40 Riversul 1,8 97,5 Aterro em Vala 100 Não 0

São Miguel Arcanjo 7,3 98,3 Lixão 100 Não 0

Sarutaia 1,1 98,3 Lixão 100 Não 0 Taguai 3,6 100,0 Aterro Comum 100 Não 0

Taquarituba 7,7 98,3 Aterro em Vala 80 Sim 20 Taquarivaí 1,1 92,6 Lixão 100 Não 0

Tejupá 1,0 97,3 Aterro em Vala 100 Não 0

Timburi 0,7 99,4 Aterro em Vala 100 Não 0 Fonte: SEADE 2000.

Segundo dados do Seade (2000) dos municípios estudados apenas 8 possuíam

coleta seletiva, 9 depositavam seus resíduos em lixões, 15 despejavam em aterro em vala, 5

em aterro comum e 6 em aterro controlado, e, apenas 8 trabalhavam com coleta seletiva.

A evolução dos valores de IQR dos municípios foi acompanhada nos inventários

anuais da Cetesb. Os Índices de Qualidade de Aterros de Resíduos são apresentados nos

quadros e mostram as condições dos aterros dos municípios em 1997 e 2013. De modo

geral, depreende-se uma significativa melhora nas condições de disposição final de

resíduos sólidos no ano de 2013, porém são identificados municípios com dificuldades em

melhorar suas condições.

Os dados disponíveis são expostos no padrão de cores adotado pela Cetesb, ou seja,

a cores vermelha para identificar situações inadequadas, o amarelo para controladas, e o

verde para adequadas (1997), no ano de 2013 o vermelho e verde, em acordo com a

pontuação recebida nos novos critérios de avaliação.

Inventário Estadual de Resíduos Sólidos: 1997 e 2013 – Comparativo

Os valores de IQR de 1997 e 2013 da área estudada são comparados para

constatar a evolução dos locais de disposição final nos municípios avaliados. O primeiro

inventário (1997) e a última versão disponível (2013) foram comparados. O intuito foi

analisar a evolução de notas dos 34 municípios da Bacia do Alto Paranapanema, em

dezesseis anos de avaliação e atuação da Cetesb.

No ano de 1997 do total de resíduos gerados na Bacia, 72% foram dispostos em

condições inadequadas, 23% em controladas e 5% em adequadas. Em relação ao número

de municípios 21% dispunham em condições controladas e 76% em inadequadas. Em 2013

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

15% dos municípios foram enquadrados em situação inadequada, ou seja, 236 ton/dia de

resíduo dispostos inadequadamente, do total de 459 ton/dia produzido.

Em 1997 nenhum município foi avaliado como adequado, sendo apenas 8

classificados como controlados (na nova classificação estes teriam sido enquadrados como

adequados), dos 34 municípios analisados. Número baixíssimo que indica a deficiência

municipal no tratamento de seus resíduos.

Dos municípios avaliados em 2013 cinco foram tidos como inadequados sendo

eles Bernardino de Campo, Itapetininga, Itapeva, Itararé e Nova Campina. Destaca-se

Itapeva que obteve a nota 6,8 em 1997, e 3,6 no último inventario, Itapetininga que no

tempo analisado subiu 0,1 sua nota – de 2,1 em 1997 para 2,2 em 2013. Os municípios de

Campina do Monte Alegre, Guapiara e Taquarituba tiveram melhoras pouca significativa

em suas notas.

Estes casos ilustram bem as dificuldades que os municípios brasileiros enfrentam

para tratar seus resíduos, ficando a mercê de decisões e apoio do governo estadual ou

federal. No entanto, grandes avanços foram obtidos na área, no Quadro 4 são apresentados

os valores de IQR de 1997 e 2013 comparando-os, para depreender a evolução ou não das

notas. Em 1997 apenas 8 municípios foram enquadrados como controlados, em 2013

apenas 5 foram avaliados como inadequados.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Quadro 4: Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos 1997-2013.

MUNICIPIO1997 2013

Angatuba 6,8 8,5Arandu 3,0 8,9Barão de Antonina 2,3 9,5Bernardino de Campos 3,4 5,0Bom Sucesso de Itararé 2,8 7,4Buri 4,5 7,8Campina do Monte Alegre 6,9 7,9Capão Bonito 3,6 7,5Coronel Macedo 1,7 7,2Fartura 3,4 9,1Guapiara 7,1 7,5Guareí 7,7 9,5Ipaussu 3,8 7,2Itaberá 2,5 7,2Itaí 2,8 9,5Itapetininga 2,1 2,2Itapeva 6,8 3,6Itaporanga 2,1 9,5Itararé 3,5 6,3Manduri 1,2 7,1Nova Campina 2,8 6,4Paranapanema 1,0 9,0Pilar do Sul 5,0 8,2Piraju 8,0 7,4Ribeirão Branco 3,2 9,0Ribeirão Grande 5,4 7,5Riversul 1,5 7,1São Miguel Arcanjo 4,3 8,7Sarutaia 1,5 9,2Taguai 4,7 9,5Taquarituba 6,5 7,1Taquarivaí 6,8 9,0Tejupá 0,2 7,1Timburi 0,8 8,0

IQR

Fonte: Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares 1997 e 2013.

Enfatizamos o desempenho dos 29 municípios que passaram a adequados em

2013, demonstrando a evolução na área. A Bacia do Alto Paranapanema deixou de ser a

pior dentro do estado, tendo 85% dos seus municípios enquadrados como adequados.

No gráfico 1 são comparados os valores do IQR’s atribuídos em 1997 e 2013.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Gráfico1: Índice de Qualidade de Aterro de Resíduo 1997-2013.

0

2

4

6

8

10

1997 2013

Fonte: CETESB.

A maioria dos municípios apresentou melhora significativa nos valores dos IQR

em 2013, o que pode indicar uma maior preocupação com a disposição final dos resíduos e

influenciando, consequentemente, na melhora da qualidade ambiental dos municípios.

O progresso é perceptível no número de municípios que tinham seus aterros

inadequados em 1997, e atualmente são classificados em adequados. A Bacia classificada

como a pior do estado de São Paulo no primeiro ano do inventário apresentou melhora

significativa em 2013, porém continua com municípios problemáticos. O apoio oferecido

pelo governo estadual aos municípios tem dado bons resultados, possibilitando mudanças

positivas no gerenciamento dos resíduos, porém ainda existem problemas a serem

solucionados.

A situação atual dos resíduos sólidos da Bacia do Alto Paranapanema pode ser

depreendida com os dados obtidos no Inventário Estadual de Resíduos Sólidos de 2013, o

qual traz os valores do IQR, o tipo de aterro, tonelada de lixo produzida por dia, se os

municípios possuem TAC, licença de instalação e operação dos aterros. Os dados são

apresentados no quadro 5, que detalha melhor a situação atual da área.

Quadro5: Situação dos Resíduos Sólidos na Bacia Alto Paranapanema.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Angatuba sim 11,90 não sim sim

Arandu sim 3,34 não sim sim

Barão de Antonina não 1,42 não sim sim

Bernardino de Campos sim 6,99 não não não

Bom Sucesso de Itararé não 1,80 não não não

Buri não 10,96 não sim não

Campina do Monte Alegre não 3,46 não sim sim

Capão Bonito não 31,13 não sim sim

Coronel Macedo não 2,71 não sim sim

Fartura não 8,88 não sim sim

Guapiara sim 5,10 não sim não

Guareí não 6,53 não sim sim

Ipaussu sim 9,28 não sim sim

Itaberá não 8,64 não sim não

Itaí sim 14,04 não sim sim

Itapetininga não 125,65 sim não não

Itapeva não 61,9 sim não não

Itaporanga não 8,0 não não não

Itararé não 36,81 não sim não

Manduri não 5,73 não sim sim

Nova Campina não 4,31 não sim não

Paranapanema não 10,79 não sim não

Pilar do Sul sim 15,33 não sim não

Piraju não 21,24 não sim sim

Ribeirão Branco não 6,44 não sim não

Ribeirão Grande não 1,69 não sim sim

Riversul não 3,11 não sim sim

São Miguel Arcanjo sim 15,61 não sim sim

Sarutaia não 2,12 não sim sim

Taguai não 6,03 não sim não

Taquarituba não 14,19 não sim não

Taquarivaí não 2,10 não sim sim

Tejupá não 2,19 não sim sim

Timburi não 1,38 não sim sim

MunicípiosAterro em

ValaLixo t/dia

2013TAC LI LO

Fonte: CETESB 2013.

Os municípios que apresentam irregularidades na destinação final de resíduos

sólidos recebem a proposta de assinatura do Termo de Compromisso de Ajustamento de

Conduta – TAC, na área de estudo existem dois municípios com TAC assinados e vigentes,

sendo eles Itapetininga e Itapeva, os que apresentaram as piores notas do IQR 2013.

Nos TAC estão consignados os compromissos das administrações municipais,

visando à regularização ou o encerramento de aterros irregulares e lixões, e a adoção de

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

uma solução técnica definitiva e regularmente implantada. Em todos os casos, as ações

desenvolvidas devem possibilitar a adequação técnica e ambiental das instalações, seguidas

do correspondente licenciamento ambiental, bem como a remediação de passivos

ambientais existentes.

A análise dos resultados obtidos mostra uma melhora inequívoca da situação dos

locais de disposição e tratamento de resíduos sólidos na área de estudo. Entretanto, é

evidente a necessidade de ampliar os esforços na busca de soluções mais adequadas e

modernas no tratamento dos resíduos sólidos.

Considerações Finais

O tratamento dos resíduos sólidos ainda é uma questão muito delicada para os

governos locais, apesar das leis e incentivos de âmbito federal e estadual.

Na Bacia do Alto Paranapanema percebe-se um esforço na maioria dos municípios em

atender as exigências da Cetesb no tratamento dos resíduos sólidos. Apesar dos dezesseis

anos de atuação do órgão junto aos municípios, e destes apresentarem melhoras

significativas nos valores de IQR, a situação ainda é insatisfatória em muitos deles.

Na prática, o tratamento dado aos resíduos sólidos na área de estudo não é o mais

adequado, apesar da evolução percebida na comparação dos inventários anuais. A maioria

dos aterros está enquadrado como adequado, mas ainda tem problemas, como a oscilação

nos valores de IQR e a instabilidade dos enquadramentos, fatores que refletem a falta de

consolidação do modelo de gerenciamento aplicado.

Apreende-se que apesar de todo o impacto ambiental e desvantagens no descaso

com os resíduos sólidos, as vantagens de um tratamento adequado esteja mais que

comprovado, este ainda é um problema muito protelado pelos municípios.

A preocupação com o tema existe, porém os subsídios, auxílios, orientações

técnicas e legislação parecem não ser suficientes para sanar e atender as necessidades que o

problema demanda.

Apesar de longe do ideal de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, os

municípios estudados apresentaram melhoras significativas no tratamento dado aos

resíduos sólidos, tiveram avanços positivos nos valores de IQR, com a adequação e

melhora de seus aterros.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Os caminhos que devem ser traçados para o correto e adequado tratamento dos

resíduos sólidos são conhecidos, é preciso reconhecer a importância do gerenciamento

adequado destes para o meio e a sociedade.

BIBLIOGRAFIA CITADA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) (1987). NORMA BRASILEIRA REGISTRADA (NBR) 10.004 - Resíduos sólidos: classificação. São Paulo.63p. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Inventário Estadual de de Resíduos Sólidos. São Paulo: CETESB, 1997 e 2013. Disponível em: <http://www.cetesb.com.br/.> Acesso em: 10/10/2009 e 30/05/2013. FONSECA, E. Iniciação ao Estudo dos Resíduos Sólidos e da Limpeza Urbana. 2ª ed. JRC Gráfica e Editora, 2001. IBGE – CIDADES. População Estimada. http://www.ibge.gov.br/icadesat/default.php acesso em 28/09/2009.

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS; CEMPRE. Lixo municipal - manual de gerenciamento integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE, 1996.

LIMA, J. D. Gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil. João Pessoa: ABES, 2002.

LIMA, L. M. Q. LIXO tratamento e biorremediação. 3ª ed. Brasil: Hemus, 2004.

LOGAREZZI, A. Contribuições conceituais para o gerenciamento de resíduos sólidos e ações de educação ambiental. In: Resíduos Sólidos no Pontal do Paranapanema. Presidente Prudente: Antonio Thomaz Junior, 2004. 276 p.

Relatório Preliminar da Situação dos Recursos Hídricos da UGRHI 14 http://www.sigrh.sp.gov.br/sigrh/ARQS/RELATORIO/CRH/CBH-ALPA/629/indice.htm acesso em 22 fevereiro 2010.

SEADE http://www.seade.gov.br/produtos acesso em 07/10/2009.