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DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE VELOCIDADES EM UM DUTO UTILIZANDO TUBO DE PITOT Jonas Araújo de Souza Silva 2007017720 José Silvério Borela Durães 2007017738 Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Engenharia Mecânica Laboratório de Fluidos EMA098 Turma E1 Prof. Dr. Rudolf Huebner Belo Horizonte, 05 de outubro de 2011 1. INTRODUÇÃO Um tubo de Pitot é um dispositivo comumente utilizado para determinar a velocidade de um escoamento. O dispositivo consiste no arranjo de duas partes: um tubo que, posicionado no sentido do escoamento, fica sujeito à pressão dinâmica imposta por este e uma abertura paralela à direção do escoamento, sujeita à pressão estática deste. Através deste arranjo, obtém-se a diferença das pressões dinâmica e estática do escoamento. Da equação de Bernoulli, pode-se deduzir a equação (1), a qual mostra como a velocidade do escoamento do ar no interior de um tubo pode ser obtida através da diferença das pressões dinâmica e estática deste, medida com o auxílio de um manômetro. fluido ar 2* ρ * ρ g h v (1) Na equação (1), v é a velocidade do escoamento, fluido e ar são, respectivamente, as densidades do fluido manométrico e do ar, g é a aceleração da gravidade e h é o desnível no manômetro. A norma ASTM D3154-00 (2006), “Standard Test Method for Average Velocity in a Duct (Tube Pitot Method)”, sugere que para a determinação da velocidade do escoamento no interior de um duto de seção circular, as medições sejam feitas com o tubo de Pitot em seis posições diferentes, conforme mostra a figura 1. FIGURA 1 Representação da seção do duto mostrando o posicionamento do tubo de Pitot conforme sugere a norma ASTM. As linhas tracejadas indicam as fronteiras das regiões nas quais imagina-se a seção dividida.

3º Relatório - Determinação do Perfil de Velocidades em um Duto Utilizando Tubo de Pitot

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Page 1: 3º Relatório - Determinação do Perfil de Velocidades em um Duto Utilizando Tubo de Pitot

DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE VELOCIDADES EM UM

DUTO UTILIZANDO TUBO DE PITOT

Jonas Araújo de Souza Silva – 2007017720

José Silvério Borela Durães – 2007017738

Universidade Federal de Minas Gerais

Departamento de Engenharia Mecânica

Laboratório de Fluidos – EMA098 – Turma E1

Prof. Dr. Rudolf Huebner

Belo Horizonte, 05 de outubro de 2011

1. INTRODUÇÃO

Um tubo de Pitot é um dispositivo comumente utilizado para determinar a velocidade de

um escoamento. O dispositivo consiste no arranjo de duas partes: um tubo que, posicionado

no sentido do escoamento, fica sujeito à pressão dinâmica imposta por este e uma abertura

paralela à direção do escoamento, sujeita à pressão estática deste. Através deste arranjo,

obtém-se a diferença das pressões dinâmica e estática do escoamento.

Da equação de Bernoulli, pode-se deduzir a equação (1), a qual mostra como a velocidade

do escoamento do ar no interior de um tubo pode ser obtida através da diferença das pressões

dinâmica e estática deste, medida com o auxílio de um manômetro.

flu ido

ar

2 * ρ * * Δ

ρ

g hv (1)

Na equação (1), v é a velocidade do escoamento, fluido e ar são, respectivamente, as

densidades do fluido manométrico e do ar, g é a aceleração da gravidade e h é o desnível no

manômetro.

A norma ASTM D3154-00 (2006), “Standard Test Method for Average Velocity in a Duct

(Tube Pitot Method)”, sugere que para a determinação da velocidade do escoamento no

interior de um duto de seção circular, as medições sejam feitas com o tubo de Pitot em seis

posições diferentes, conforme mostra a figura 1.

FIGURA 1 Representação da seção do duto mostrando o posicionamento do tubo de Pitot conforme sugere a

norma ASTM. As linhas tracejadas indicam as fronteiras das regiões nas quais imagina-se a seção dividida.

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A figura 1 mostra que a seção de escoamento do tubo foi imaginada como dividida em três

regiões, duas coroas circulares e um círculo concêntricos, de tal forma que as áreas dessas

regiões sejam iguais. O centro do tubo de Pitot deve ser posicionado conforme mostrado na

figura, onde as abscissas xi, com i = 1, 2, ... , 6 são as posições do centro do tubo de Pitot em

relação à face interna da parede do duto, dadas em percentual do diâmetro interno do duto.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste experimento, utilizou-se um tubo de Pitot de diâmetro externo d = 3,1 mm. O

diâmetro interno do duto no qual se realizou o escoamento é D = 75,5 mm e a espessura da

parede é t = 5,4 mm.

Para as medições da diferença das pressões, utilizou-se um manômetro inclinado cujas

especificações são mostradas na tabela 1. A tomada de pressão do manômetro foi ligada ao

tubo de Pitot e a outra extremidade permaneceu aberta à atmosfera. Para um manômetro

inclinado, é fácil ver que o desnível h corresponde à variação na altura da coluna líquida,

dada pela equação (2).

Δ * sen (θ )h l (2)

Na equação (2), l é o comprimento da coluna líquida ao longo da escala do manômetro de

inclinação .

TABELA 1 Características do manômetro inclinado utilizado

Densidade relativa do fluido manométrico (álcool etílico) 0,7876*

Graduação da escala 60 divisões

Comprimento da escala 194 mm

Inclinação da escala (em relação à horizontal) 7º

* Densidade relativa à água a 4 ºC

Posicionou-se o tubo de Pitot no interior do duto conforme a figura 1. Para isso, mediu-se

com um paquímetro a distância da face externa da parede do duto até a face externa do tubo

de Pitot mais próxima. Essa distância é dada por ai = xi + t – d/2.

A densidade do ar do escoamento foi admitida como 1,2013 kg/m3

.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados das medições são mostrados na tabela 2.

TABELA 2 Dados obtidos

i xi (mm) ai (mm) l (mm) h (mm) vi (m/s)

1 3,32 7,17 12,9 1,6 4,503

2 11,10 14,95 19,4 2,4 5,515

3 22,20 26,05 20,4 2,5 5,651

4 53,30 57,15 22,6 2,8 5,957

5 64,40 68,25 21,7 2,6 5,828

6 72,18 76,03 13,3 1,6 4,559

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A figura 2 mostra como fica o perfil de velocidades a partir dos dados da tabela 2.

O resultado obtido para o perfil de velocidades se aproxima satisfatoriamente do esperado.

As velocidades tendem a ser menores nas proximidades da parede do duto devido à condição

de não-deslizamento.

FIGURA 2 Gráfico do perfil de velocidades nos pontos em que foram realizadas as medições.

0,000

1,000

2,000

3,000

4,000

5,000

6,000

7,000

0 1 2 3 4 5 6 7

Vel

ov

ida

de

(m/s

)

Ponto