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areas de uso e ocupação em bacias

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  • DINMICA GEOMORFOLGICA DAS BACIAS HIDROGRFICAS DOS RIOS SERRA NEGRA E TAGAABA LITORAL PARANAENSE

    CUNICO, C.1

    1Mestranda em Geografia da Universidade Federal do Paran LABOFIS/bolsista CAPES [email protected]

    OKA-FIORI, C.2

    2Profa. Dra. do Depto. de Geografia da Universidade Federal do Paran LABOFIS [email protected] RESUMO A regio litornea constitui um importante espao geogrfico, no qual, em funo de seu dinamismo torna-se necessrio e fundamental a criao de mtodos de pesquisa que permitam avaliar, evidenciar e at mesmo prever aes futuras. A rea definida para o estudo corresponde as bacias hidrogrficas dos rios Serra Negra e Tagaaba, localizadas na poro norte do litoral do Estado do Paran, no municpio costeiro de Guaraqueaba. Ambas esto inseridas na rea de Proteo Ambiental de Guaraqueaba, compreendendo desde as nascentes at a foz, na baa das Laranjeiras, uma rea de aproximadamente 760 Km2. Estas bacias de drenagem so representadas por quartoze cartas topogrficas na escala 1:25.000, das quais foram extrados os dados referentes s curvas de nvel, pontos cotados e rede hidrogrfica, indispensveis para a elaborao das cartas temticas. O objetivo principal da pesquisa consistiu em utilizar a compartimentao geomorfolgica como subsdio para identificao das fragilidades e potencialidades das bacias em questo. Sendo assim, a metodologia adotada para a compartimentao geomorfolgica baseou-se em Oka-Fiori e Canali (1987) e Oka-Fiori, Canali e Kozciak (2002). No entanto, para a identificao e anlise da fragilidade potencial e emergente dinmica geomorfolgica da rea de estudo, a proposta apresentada por Ross (1990), porm adaptada ao objetivo e a realidade da rea de estudo. A compartimentao geomorfolgica foi preestabelecida a partir das informaes de hipsometria, declividade, vertentes e geologia resultando em cinco diferentes ambientes, cada qual com caractersticas especficas, sendo eles: Serra, Planalto Ondulado, Morros Isolados, Plancie e Mangue. Essa compartimentao juntamente com a erosividade das chuvas e com as diferentes classes de solos foi utilizada para se confeccionar a carta de Fragilidade Potencial Dinmica Geomorfolgica, uma vez que neste procedimento considera-se somente as caractersticas fsico-naturais. A carta gerada foi correlacionada com o uso e cobertura da terra, resultando na carta de Fragilidade Emergente Dinmica Geomorfolgica que corresponde as alteraes antrpicas introduzidas no equilbrio dinmico do meio. Em ambos cruzamentos as classes resultantes foram agrupadas variando de Muito Baixa at Muito Alta. A partir das anlises realizadas pode-se afirmar que a rea de estudo potencialmente suscetvel dinmica geomorfolgica, sendo este fato bastante atenuado em razo da cobertura vegetal existente. As bacias de drenagem dos rios Serra Negra e Tagaaba encontram-se preservadas, embora existam pontos especficos que apresentam problemas ambientais, os quais foram representados pela fragilidade emergente.

    Palavras-chave: Bacia Hidrogrfica, Compartimentao Geomorfolgica, Fragilidade Potencial, Fragilidade Emergente, Dinmica Geomorfolgica.

    INTRODUO

    Na poro oriental do Estado do Paran localiza-se uma significativa reserva de

    cobertura florestal em estado primitivo, assumindo, no contexto brasileiro, o maior e mais

    representativo complexo de remanescente da Mata Atlntica. Inserida no norte dessa

    regio, est localizada a APA de Guaraqueaba a qual apresenta uma variedade de

    ambientes que lhe confere uma diversidade nica, tanto no que diz respeito

    biodiversidade e preservao natural quanto ao patrimnio cultural.

    Em virtude da complexidade de seu ecossistema, essas reas so propcias a

    ocorrncias de impactos negativos em razo da m utilizao da natureza. Torna-se

  • necessrio a elaborao de polticas que definam a utilizao do espao costeiro e que se

    fundamentem no conhecimento dos recursos naturais, humanos e econmicos disponveis.

    Sem dvida, a regio litornea constitui um importante espao geogrfico, no qual, em

    funo de seu dinamismo, imprescindvel a criao de mtodos alternativos de pesquisa,

    que permitam avaliar, evidenciar e at mesmo prever aes futuras.

    Com o propsito de contribuir com os estudos ambientais e colaborar com o

    planejamento e gesto da regio litornea, o presente trabalho prope o mapeamento da

    fragilidade a dinmica geomorfolgica das bacias hidrogrficas dos rios Serra Negra e

    Tagaaba, utilizando como um dos critrios de anlise a compartimentao

    geomorfolgica.

    REA DE ESTUDO

    As bacias hidrogrficas dos rios Serra Negra e Tagaaba esto includas na rea de

    Preservao Ambiental de Guaraqueaba, fato que as confere um potencial natural bastante

    preservado. possvel verificar ambientes nos quais se destacam os grandes macios da

    Serra do Mar, com suas encostas ngremes e declividades acentuadas, at regies suaves,

    como as plancies dos rios, os quais nascem nas maiores altitudes e desguam na baa de

    Guaraqueaba.

    A rea est localizada na poro noroeste do municpio costeiro de Guaraqueaba

    (FIGURA 1), entre as coordenadas UTM de 735.000 a 780.000 e 7.237.500 a 7.198.500.

    Ambas bacias correspondem a uma rea de aproximadamente 760 Km2. No contexto

    litorneo paranaense representa 11.98% da regio, 24.09% da APA na qual est localizada

    e 32.76% do municpio de Guaraqueaba.

  • Figura 1 Localizao da rea de Estudo

    METODOLOGIA

    A metodologia adotada para a compartimentao geomorfolgica baseou-se na

    proposta de Oka-Fiori e Canali (1987) e Oka-Fiori, Canali e Kozciak (2002). Para a

    identificao e anlise das fragilidades dinmica geomorfolgica da rea a metodologia

    apresentada por Ross (1990 e 2003). Ressalta-se que ambas foram adaptadas aos objetivos

    da pesquisa e a realidade da rea de estudo.

  • A partir das informaes de hipsometria, declividade, tipos de vertentes e geologia

    preestabeleceu-se a compartimentao geomorfolgica das bacias estudadas, sendo

    compostas por cinco diferentes ambientes: Serra, Planalto Ondulado, Morros Isolados,

    Plancie e Mangue. Sendo assim, para a carta de Fragilidade Potencial, cruzaram-se as

    informaes referentes ao zoneamento geomorfolgico, uma vez que este contempla os

    dados do meio fsico-natural, com a erosividade e o tipo de solos. As respectivas classes e

    pesos adotados para as variveis encontram-se nas Tabelas 1, 2 e 3.

    Tabela 1 Compartimentos Geomorfolgicos e seus Respectivos Graus de Fragilidade

    Potencial

    Compartimento Hipsometria Declividade Vertentes Geologia Fragilidade Mangue (1) Muito Baixo (1) Muito

    Baixo (1) Muito Baixo

    (4) Alto (1) Baixo

    Plancie (1) Muito Baixo (1) Muito Baixo

    (1) Muito Baixo

    (4) Alto (1) Baixo

    Morros Isolados (1) Muito Baixo e (2) Baixo

    (2) Baixo e (3) Mdio

    (2) Baixo (2) Baixo (2) Mdio

    Planalto Ondulado

    (4) Alta (3) Mdio (2) Baixo (3) Mdio (3) Alto

    Serra (4) Alto e (5) Muito Alto

    (4) Alto e (5) Muito Alto

    (3) Mdio e (4) Alto

    (2) Baixo e (3) Mdio

    (4) Muito Alto

    Tabela 2 Classes de Erosividade e seus Respectivos Graus de Fragilidade Potencial

    Erosividade Graus de Fragilidade Sem Ocorrncia (1) Muito Baixo Sem Ocorrncia (2) Baixo

    500 750 (3) Mdio 750 1000 (4) Alto

    > 1000 (5) Muito Alto Fonte: Carvalho (1994) apud Santos e Gomes (1998)

    Tabela 3 Classes de Solos e seus Respectivos Graus de Fragilidade Potencial

    Tipos de Solos Graus de Fragilidade Latossolos (1) Muito Baixo Sem Ocorrncia (2) Baixo Sem Ocorrncia (3) Mdio Podzlicos (4) Alto Cambissolos (4) Alto Solos Litlicos (5) Muito Alto Solos Hidromrficos (5) Muito Alto Solos Indiscriminados de Mangue (5) Muito Alto

    Fonte: Adaptado de Ross (2003) e Westphalen (2005)

  • importante salientar que a definio dos pesos de cada compartimento

    geomorfolgico justifica-se na mdia aritmtica de cada elemento considerado na sua

    elaborao, como pode ser observado na Tabela 01. Os valores quando no inteiros, e cuja

    casa decimal superior a seis, foram arredondados para o primeiro valor inteiro superior

    com exceo dos compartimentos de Plancie e de Mangue, pois se preferiu manter o grau

    de fragilidade baixo em funo da dinmica geomorfolgica apresentar-se menos

    significativa que nos demais compartimentos delimitados.

    J a Fragilidade Emergente resulta do cruzamento das informaes referentes ao

    Uso e Cobertura da Terra com a Carta de Fragilidade Potencial. As classes e os pesos da

    referida informao temtica encontram-se na Tabela 04.

    Tabela 4 Classes de uso e ocupao da terra e seus respectivos graus de fragilidade emergente.

    Usos e Ocupao da Terra Graus de Proteo do Solo Graus de Fragilidade

    Emergente gua (0) Valor Nulo (0) Valor Nulo Cobertura Florestal Pouco Alterada (5) Muito Alto (1) Muito Baixo Mangue (4) Alto (2) Baixo Vrzea (4) Alto (2) Baixo Reflorestamento (4) Alto (2) Baixo rea de Minerao (4) Alto (2) Baixo Cobertura Florestal Muito Alterada (4) Alto (2) Baixo Capoeira (3) Mdio (3) Mdio Agricultura (3) Mdio (3) Mdio reas Desmatadas (3) Mdio (3) Mdio reas de Pastagem (2) Baixo (4) Alto Comunidades (1) Muito Baixo (5) Muito Alto

    Fonte: Adaptado de Ross (2003)

    Destacam-se algumas alteraes em relao aos pesos atribudos: o mangue recebeu

    grau de proteo alto e fragilidade emergente baixa, pois apresenta vegetao caracterstica

    preservada, porm, em pontos especficos h construes e cultivo de banana.

    O grau mdio de fragilidade emergente da agricultura justifica-se em funo da

    mesma se caracterizar por ciclos longos. As demais culturas so de subsistncia e em

    alguns casos apresentam prticas conservacionistas. importante salientar que a mesma

    concentra-se na regio de plancie e, tendo em vista que a fragilidade estudada refere-se

    dinmica geomorfolgica, isso lhe confere uma maior estabilidade.

    Para o desmatamento foi atribudo grau de fragilidade emergente mdia, em funo

    do mesmo se apresentar em locais onde foi retirada a vegetao de grande porte para a

  • instalao de cabos de alta tenso ou para futuras reas agrcolas, porm em ambas

    situaes o solo no est desnudo.

    As reas de minerao foram inseridas na classe de fragilidade emergente baixa,

    pois esto inativas e a vegetao local est se recompondo. Para as reas de pastagem

    atribuiu-se grau de proteo do solo baixo e fragilidade emergente alta, em razo do

    pisoteio da criao.

    A classe comunidades, apesar de pouco expressiva no contexto total da rea de

    estudo, recebeu grau de fragilidade muito alto, em razo de aes que provocam danos ao

    meio ambiente como o desmatamento das encostas dos rios, ocasionando a eroso das

    margens.

    RESULTADOS E DISCUSSES

    A compartimentao geomorfolgica (FIGURA 2) resultou em cinco distintos

    ambientes: Serra, Planalto Ondulado, Plancie, Morros Isolados e Mangue, cada qual com

    caractersticas especficas, que se encontram detalhadas em Cunico (2005).

    Figura 2 Proposta de Compartimentao da rea de Estudo O Compartimento de Serras localiza-se na poro central da rea de estudo,

    correspondendo a 591 Km2, ou seja, 77.8% do total das bacias de drenagem. Neste, a

    altitude chega a 1.519 metros e abriga as nascentes dos principais rios. A declividade varia

  • entre 30 a 47% e superior a este valor, predomina eroso linear, padres de drenagem

    paralelo e arbreo, vales em V, vertentes retilneas, cncavas e cncava-convexas, topos

    angulosos, assimtricos e alongados. Os rios esto encaixados em vales em forma de V,

    em funo dos componentes litolgicos e estruturais encontrados. Em funo da remoo

    de solos na serra apresentar-se como constante, justifica-se a necessidade de preservao

    da vegetao, pois auxilia no processo de proteo contra a eroso, alm de ser

    indispensvel para interceptar a ao das chuvas. O substrato geolgico predominante

    representado pelas formaes: Complexo Gnissico-Migmattico, Complexo Serra Negra,

    Complexo Grantico-Gnissico e Sute lcali-Granitos. importante salientar que estas

    formaes so compostas por granitos, gnaisses, migmatitos, charnokitos, ou seja,

    materiais mais resistentes ao intemperismo.

    O Compartimento de Planalto Ondulado encontrado somente da bacia do rio Serra

    Negra, localizando-se na poro nordeste da rea de estudo, correspondendo a 69.87 Km2,

    ou seja, 9.19% do total. As altitudes mdias esto entre de 660 a 820 metros, com

    declividades de 12 a 30%. Apresentam relevo ondulado, vales em V aberto, topos

    arredondados e o predomnio de vertentes convexas e convexa-cncavas. Predomina o

    padro de drenagem dendrtico e a formao geolgica Complexo Gnissico-Migmattico.

    O Compartimento de Plancie localiza-se no tero inferior dos principais canais de

    drenagem que compem a rea de estudo, correspondendo a 87.43 Km2, ou seja, 11.51%

    do total das bacias de drenagem. Possui relevo plano e suavemente ondulado, com altitudes

    inferiores a 80 metros e declividades de at 5%. aluvial, originria dos depsitos dos

    sedimentos transportados pelo fluxo da gua. Apresenta vales de fundo chato e canais

    meandrantes, em funo do baixo potencial energtico. Os sedimentos, principalmente

    areia, silte e argila, que compem a plancie so originados a partir da ao erosiva que as

    guas exercem sobre as margens e fundo do leito dos rios. A sedimentao est relacionada

    aos processos de remoo, transporte e deposio das partculas, envolvendo toda a

    dinmica das bacias de drenagem, esculturando a rede de canais e a paisagem.

    As plancies dos rios Serra Negra e Tagaaba so, em relao aos demais

    compartimentos, bastante povoadas. nelas que se encontram as comunidades instaladas,

    as principais reas de cultivo de arroz, banana, inhame e palmito, bem como as destinadas

    criao. Destaca-se a criao de cavalos andaluz e bfalos.

    Localizados no interior desta plancie ocorre o Compartimento de Morros Isolados

    que corresponde a uma rea de 7.63 Km2, ou seja, 1% do total das bacias de drenagem. As

    altitudes no ultrapassam 180 metros e a declividade varia entre 5 e 12%. Predominam

  • topos arredondados, vertentes convexas e contato abrupto com a plancie. Sua composio

    geolgica constituda principalmente por granitos intrusivos, quartzitos, migmatitos e

    charnokitos.

    O Compartimento de Mangue localiza-se prximo a foz dos rios Serra Negra e

    Tagaaba, correspondendo a uma rea de 3.63 Km2, ou seja, 0.5% do total das bacias de

    drenagem. caracterizado por apresentar o relevo plano e declividade muito baixa, com

    vegetao tpica. Os mangues esto desenvolvidos nos sedimentos flvio-marinhos e

    sedimentos de fundo de baa. Em alguns pontos especficos, possvel encontrar, no

    interior desse compartimento, moradias e cultivos como a banana.

    Correlacionando a compartimentao geomorfolgica com as diferentes classes de

    solos e com a erosividade das chuvas, obteve-se a carta de Fragilidade Potencial

    Dinmica Geomorfolgica (FIGURA 3), da rea de estudo.

    Figura 3 Fragilidade Potencial Dinmica Geomorfolgica da rea de Estudo

    A classe de fragilidade potencial dinmica geomorfolgica baixa a menos

    representativa em rea do total das bacias hidrogrficas. Ocorre nas menores pores

    altimtricas, na qual o relevo plano ou suavemente ondulado. Corresponde aos

    compartimentos geomorfolgicos Plancie e Mangue. As classes de solos encontradas so

    os hidromrficos e os indiscriminados de mangue. O ndice pluviomtrico bastante

  • significativo em funo dos sistemas atmosfricos regionais atuantes associados ao

    processo de orografia.

    A classe de fragilidade dinmica geomorfolgica mdia corresponde a 41,79% do

    total da rea estudada, considerando os compartimentos geomorfolgicos Serra, Planalto

    Ondulado, Plancie e Morros Isolados. Sendo assim, chega a uma altitude mxima de 910

    metros, declividade expressiva e predomnio de vertentes convexas e cncavas. Os solos

    encontrados so os cambissolo, solos hidromrficos e latossolo. As pores de ocorrncia

    dessa classe, embora recebam o menor ndice de erosividade encontrado nas bacias, ainda

    so considerados expressivos no contexto do litoral do Paran.

    A ltima classe, fragilidade potencial dinmica geomorfolgica alta, a mais

    representativa da rea de estudo, correspondendo a 55,26% do total. Est associada ao

    compartimento de Serra, no qual a altitude mxima de 1.519 metros acima do nvel do

    mar. Apresenta um relevo bastante acentuado, com predomnio de vertentes retilneas e

    cncavas. So nessas reas de fragilidade mais acentuada que podem ocorrer processos

    relativos a escorregamentos e movimentos de massa.

    A classe fragilidade potencial dinmica geomorfolgica muito baixa no foi

    constatada nas bacias dos rios Serra Negra e Tagaaba, pois as caractersticas naturais que

    se sobressaem na rea esto relacionadas a elevada erosividade, relevo acidentado,

    encostas ngremes e grande ocorrncia de solos pouco desenvolvidos. Tambm no ocorre

    a classe muito alta, pois apesar das caractersticas fsicas serem favorveis, os valores

    atribudos no foram suficientes.

    Em relao fragilidade emergente destaca-se que corresponde as alteraes

    antrpicas introduzidas no equilbrio dinmico do meio fsico-natural. Portanto,

    resultante da correlao entre a fragilidade potencial com o uso e cobertura da terra

    (FIGURA 4).

    A classe de fragilidade emergente dinmica geomorfolgica muito baixa

    corresponde a 1,22% da rea total estudada. Neste caso, as condies fsico-naturais se

    sobressaem em relao a ao antrpica, atenuando a ocorrncia de situaes de riscos

    geomorfolgicos como eroso, deslizamento ou movimento de massa.

    O grau de fragilidade emergente dinmica geomorfolgica baixo corresponde a

    89,08% da rea total, ocorrendo nos locais de fragilidade potencial mdia e alta; isso revela

  • que a cobertura florestal apresenta-se bastante preservada, caracterstica que diminui a

    incidncia de problemas de instabilidade.

    Figura 04 Fragilidade Emergente Dinmica Geomorfolgica da rea de Estudo

    A classe de fragilidade emergente mdia corresponde a 9,27% do total e localiza-se

    nas reas destinadas a agricultura, pecuria, pastagem, desmatamento, reflorestamento e

    nas quais a cobertura florestal se encontra muito alterada. Cabe salientar que algumas

    situaes a continuidade dessas atividades pode aumentar o grau de fragilidade emergente

    para alto ou at mesmo para muito alto, modificando a situao de estabilidade.

    A classe alta de fragilidade emergente possui a menor representatividade na rea de

    estudo, sendo inferior a 0,5%. Corresponde aos locais de maior presso antrpica,

    concentrando-se nas comunidades existentes e em alguns trechos da PR405. Ressalta-se a

    necessidade da implantao de melhores infra-estruturas nestes locais, uma vez que, em

    funo do declnio da pesca e da lavoura, surgem novas relaes de trabalho, como a

    crescente presena de turistas, que traz novas perspectivas de renda aos moradores da

    APA.

  • CONSIDERAES FINAIS

    A fragilidade dinmica geomorfolgica das bacias dos rios Serra Negra e

    Tagaaba foi analisada e caracterizada por meio de informaes obtidas pelas tcnicas de

    Sistema de Informaes Geogrficas e de Geoprocessamento. A utilizao destes recursos

    se revelou eficaz e indispensvel, possibilitando a correlao dos dados temticos de forma

    rpida e mais precisa.

    Salienta-se tambm, que a geomorfologia possui um papel fundamental para a

    elaborao de diagnsticos ambientais, uma vez que procura integrar todas as variveis

    existentes no meio. Uma das metodologias utilizada e j bastante difundida no meio

    acadmico para tal, baseia-se no estudo da fragilidade potencial e emergente. A principal

    contribuio destes estudos servir como subsdio ao planejamento e gesto territorial, na

    tentativa de evitar problemas em funo do uso irracional dos recursos naturais. Deve-se

    considerar que necessrio promover o desenvolvimento scio-econmico, porm

    adotando-se medidas que, se no protegem o meio ambiente de maneira integral, ao menos

    minimiza os efeitos das aes antrpicas.

    Enfim, este trabalho busca colaborar com o planejamento e gesto ambiental, por

    meio da sntese dos dados e cartas temticas resultantes, alm de contribuir para a o

    aprimoramento da metodologia aplicada.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CUNICO, C. Compartimentao Geomorfolgica como Subsdio Fragilidade Ambiental: Estudo das Bacias Hidrogrficas dos Rios Serra Negra e Tagaaba PR. Monografia de Concluso de Curso. Universidade Federal do Paran, Curitiba, 2005. OKA-FIORI, C.; CANALI, N. E. Geomorfologia da rea do Parque Marumbi Serra do Mar (PR). In: Anais do III Simpsio Sul-Brasileiro de Geologia. Curitiba, 1987. OKA-FIORI, C.; CANALI, N. E. & KOZCIAK, S. Mapeamento Geomorfolgico e Hidrogrfico do Litoral Sul do Estado do Paran. In: Raquel E. B. Negrele; Renato E. Lima (org.). Meio Ambiente e Desenvolvimento do Litoral do Paran: Subsdios Ao. 333 Ed. Curitiba, 2002, v.1, p. 117-127. ROSS, J. L. S. Geomorfologia Ambiente e Planejamento. So Paulo: Contexto, 1990. . Geomorfologia Aplicada aos EIAS-RIMAS. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia e meio ambiente. 4 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. SANTOS, I.; GOMES, J. Caracterizao do ndice de Erosividade da Poro Oriental do Estado do Paran. In: Anais do VI Simpsio Nacional de Controle de Eroso. Presidente Prudente, 1998. WESTPHALEN, L. A. Fragilidade potencial e emergente da bacia hidrogrfica do rio Pequeno/PR subsdio ao planejamento urbano. In: Anais do XI Simpsio Brasileiro de Geografia Fsica Aplicada. So Paulo, 2005.