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1 TEORIA DAS CORES Andréa Bastos Garcia

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TEORIA DAS CORES

Andréa Bastos Garcia

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Introdução

• Discorrer sobre cores é sempre garantia de um debate cheio de controvérsias e muita discussão. Falar sobre o uso de cores torna-se ainda mais complexo, devido às questões técnicas e de uso inerentes a esse tema.

• Após ser captada pela visão, a cor é processada pelo cérebro, formada, quantificada e avaliada, tornando-se um elemento de significado. Nessa etapa o cérebro identifica qual cor é vista e a relaciona com experiências anteriores para atribuir valores a cor. Desse modo, pode-se considerar que os seres humanos têm uma resposta emocional à cor, fundamentada no contexto cultural em que se insere.

• Um fator fundamental para entendermos porque as cores nos influenciam tanto física como psicologicamente é o de conhecermos um pouco do funcionamento do nosso organismo, e para isso precisamos estudar sobre o órgão da visão, pois é através dele que podemos contemplá-la.

FISIOLOGIA DA VISÃO

• Para Fabris (1973), "a cor é um elemento sugestivo e indispensável que nos apresenta a natureza e os objetos criados pelo homem e dá a imagem completa da realidade.”.

• Qualquer pessoa sente despertar suas fantasias ao olhar ou ler a palavra cor. A cor produz grande prazer ao espírito e aos olhos, que para ver necessitam tanto da cor como da luz, continua ele.

• E para que se ocorra esse processo como que nossa visão se comporta?

• Em primeiro lugar a luz é o elemento essencial para que a cor exista, sem ela, não há cor.

• Ao receber o estímulo da luz, "os olhos alimentam o cérebro com informação codificada em atividade neural – cadeias de impulsos elétricos – a qual, pelo seu código e pelos padrões de atividade cerebral, representa objetos". (Gregory, 1979)

O olho

A retina do nosso olho está provida de duas espécies de células sensíveis à luz: bastonetes e cones, que são visíveis ao microscópio.

Os bastonetes permitem a visão para intensidades luminosas muito pequenas (noite, crepúsculo), porém recebem apenas impressão de luminosidade e nenhuma impressão cromática. Os objetos coloridos aparecem sem cor no escuro (fenômenos de Purkinje). Os bastonetes, por

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sua vez, contêm uma substância sensível à luz, a púrpura ocular, que se decompõe pela ação da luz, mas se regenera no escuro.

Os cones permitem a impressão colorida em claridades média e grande (visão diurna). Seu limite sensível é aproximadamente 1000 vezes mais alto que o dos bastonetes.

Se a intensidade luminosa oscila muito rapidamente o olho não pode acompanhar as variações e nós percebemos uma intensidade uniforme, que corresponderia a uma intensidade luminosa constante da grandeza do valor médio da intensidade, com o tempo (Lei de Talbot).

Os cones só funcionam com maior nível de iluminação e são responsáveis pela percepção das cores, além da percepção de espaço de acuidade visual. Os bastonetes já são sensíveis a baixos níveis de iluminação e não distinguem cores, mas apenas os tons cinza, do branco ao preto.

Tais características podem ser percebidas quando passamos de um ambiente escuro para o claro, por exemplo, na saída do cinema, há um ofuscamento temporário, que dura um ou dois minutos, até que os cones comecem a funcionar normalmente. Do claro para o escuro a adaptação é mais demorada. Nesse caso, são os cones que deixam de funcionar, para aumentar a sensibilidade dos bastonetes.

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CARACTERÍSTICAS DA VISÃO

Acuidade visual: é a capacidade para discriminar pequenos detalhes. Ela depende de muitos fatores, como por exemplo: iluminação e tempo de exposição. No entanto, luzes muito forte prejudicam a acuidade, porque provocam a contração da pupila.

Acomodação e convergência: é a capacidade de cada olho em focalizar objetos a várias distâncias. O cristalino, uma lente que se situa atrás da íris, fica mais grosso e curvo para focalizar objetos próximos e mais delgados para focalizar objetos distantes. Com o avanço da idade o cristalino vai perdendo sua flexibilidade, ficando mais duro, dificultando dessa forma a focalização de objetos próximos.

Percepção de cores: a percepção das cores só ocorre quando há luz. A luz é definida como sendo uma energia física que se propaga através de ondas eletromagnéticas composta pelas cores do arco-íris. Quando a luz incide em um objeto ela é refletida seletivamente. A luz refletida tem uma composição diferente da luz e essa diferença é a responsável pelo aparecimento de cores. Quando se diz que uma superfície é vermelha significa que ela absorve todos os demais comprimentos de onda e reflete só o vermelho. Quando um objeto é iluminado por luzes artificiais, a cor pode mudar porque o espectro (arco-íris) é diferente da luz solar. Assim, as cores ditas "reais" são aquelas que o olho humano percebe normalmente quando os objetos são iluminados pela luz solar.

Estudaremos as cores sob dois aspectos que estão diretamente relacionados embora sejam aparentemente opostos: a COR-LUZ e a COR-PIGMENTO.

COR-LUZ – A cor é uma sensação provocada pela luz sobre o órgão da visão, ou seja, nossos olhos. Cor-luz é a própria luz que pode se decompor em muitas cores. A luz branca contém todas as cores.

Isaac Newton (1642-1727) formulou a teoria da composição de luz branca e em certo aspecto explica o que é cor. Na experiência de Newton (prisma), vemos que a luz decompõe-se ao atravessar o prisma, é refratada, mudando de direção e de comprimento. As ondas de maior comprimento, correspondentes à vermelha, sofrem menor desvio, ao passo que as violetas, de menor comprimento, estão sujeitas a um desvio maior.

Um raio de luz solar branca passa através de um prisma e sofre refração. Decompõe-se em certo número de raios de luz de comprimentos de onda diferentes, formando todo o espectro colorido visível, do vermelho ao violeta. O arco-íris é um fenômeno semelhante ao prisma. Na qual a luz solar é refratada, ao passar através das gotas de chuva, que funcionam como prismas.

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Assim, o que vemos é o espectro das seis cores visíveis: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. Alguns estudos consideram também o azul anil como cor visível, o que dá um total de sete cores.

Mas nem todas as cores podem ser vistas por nós, é o caso, do infravermelho e o ultravioleta, por exemplo.

As cores podem ser somadas e, assim, surgem outras novas cores. Três cores visíveis do espectro são chamadas de cores primárias: o vermelho alaranjado, o verde e o azul violeta. Ou em linguagem técnica: Red, Green e Blue (RGB). Misturando proporcionalmente uma a uma teremos:

COR BÁSICA Vermelho + Verde = AMARELO Vermelho + Azul = MAGENTA Azul + Verde = CIAN Azul + Verde + Vermelho = BRANCO

E o preto?

No sistema aditivo, O preto seria a ausência da luz, é aquilo que qualquer criança conhece como “o escuro”. Esse sistema (RGB) é o que forma as cores dos sistemas como a TV, o monitor do computador.

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COR – PIGMENTO

O pigmento é o que dá cor a tudo o que é material. As folhas das plantas são verdes por terem clorofila; a terra tem cores diferentes em cada região por apresentar composição mineral diferente, o óxido de ferro pode ser amarelo ou vermelho; o de cobre é verde etc.

Assim como as crianças, os homens primitivos descobriram as cores pela experiência. Encontramos registros nas paredes das cavernas. Essas pinturas rupestres eram feitas com os mais variados tipos de pigmentos naturais: planta, terra, carvão, e até o sangue de animais abatidos por eles. Com o tempo, perceberam que poderia extrair da natureza estes pigmentos e utilizá-los com tintas.

Com o passar do tempo, as técnicas de pintura se desenvolveram, se industrializaram e a tecnologia criou pigmentos sintéticos. Cores artificiais feitas em laboratório, mas tão semelhantes às naturais.

Experimentando misturar as tintas, logo percebemos que podemos formar novas cores. Essa mistura de pigmentos altera a quantidade de luz absorvida e refletida pelos objetos. O pigmento branco não absorve, mas reflete todas as cores. Quando misturamos pigmento preto a uma tinta branca, aos poucos vamos obtendo diferentes tons de cinza. Quanto mais preto, mais escuro é o tom de cinza até chegar ao preto. O que acontece é que o pigmento preto, ao contrário do branco, absorve todas as cores. O preto que vemos é a ausência de luz refletida.

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O mesmo acontece com os pigmentos coloridos. Cada um reflete somente a cor que não é absorvida. Por exemplo: o pigmento amarelo absorve da luz branca as cores azul violeta, azul cian, verde, vermelho alaranjado e vermelho magenta, e reflete somente a luz amarela, que é a cor que podemos ver. Seguindo os estudos de Newton, podemos classificar as cores pigmento inversamente à Cor-Luz, pois é assim que nossos olhos podem ver perceber e misturar as tintas. Essa mistura de cor-pigmento é chamada de sistema substrativo, por ser oposta ao aditivo que acontece com a cor-luz. No sistema substrativo, as cores primárias são: o azul cian, o amarelo limão e o magenta. Este sistema é usado nas gráficas para impressão de fotolitos, nos jornais, revistas, cartões, impressoras de computador.

Vermelho - Cian (Azul + Verde) Verde - Magenta (Azul + Vermelho) Azul - Amarelo (Vermelho + Verde)

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HISTÓRIA DA TEORIA DAS CORES

A consciência sobre as cores sempre esteve presente no humano, desde o tempo que ele andava em um universo verde atento para um alerta vermelho, fosse fruta, animal ferido ou fêmea no cio. Mas desses, não sobrou nenhuma divagação.

Das idéias de bípedes sobre cores, a mais antiga que temos notícias vem de Aristóteles. As idéias desse grego hoje costumam ser vistas como pioneiras, belas, ingênuas mas raramente corretas. Ele tem o mérito de ter sido muito perspicaz em um mundo sobre o qual nada sabia, porém suas conclusões apesar de haverem resistido até o fim da Idade Média não resistiram após isso.

Aristóteles ao pensar sobre o mundo colorido concluiu que cores eram uma propriedade dos objetos. Assim como peso, material, textura eles tinham cores. E, embriagado pela mágica dos números disse que eram em número de sete, o vermelho, o verde, azul, amarelo, branco e negro. É uma idéia simples como uma caixa de lápis-cera. Mas está errada.

O estudo de cores sempre foi influenciado por aspectos psicológicos e culturais. O poeta medieval Plínio certa vez teorizou que as três cores básicas seriam o vermelho vivo, o ametista e uma outra que chamou de conchífera. O amarelo foi excluído desta lista por estar associado a mulheres, pois era usado no véu nupcial.

Na Renascença quem pensava sobre a natureza das cores eram os pintores. Leon Battista Alberti, um discípulo de Brunelleschi, diria que seriam quatro as mais importantes, o vermelho, verde, azul e o cinza. Essa visão reflete os seus gostos na tela. Alberti é contemporâneo de Leonardo da Vinci, e terá influência sobre o jovem.

Leonardo da Vinci demonstrará sua perspicácia habitual nessa área. Ele tinha anotações para dois livros distintos e seus escritos foram posteriormente reunidos em um só livro entitulado 'Tratado da pintura e da paisagem'. Ele se oporia a Aristóteles ao afirmar que a cor não era um propriedade dos objetos, mas, da luz. Ele concordaria com ele ao afirmar que todas as outras cores poderiam se formar a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma que o branco e o preto não são cores mas extremos da luz.

Da Vinci será o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida, pesquisar a visão estereoscópica e mesmo construirá um fotômetro.

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Em 1665 Newton publicará sua teoria definitiva das cores, baseado em anos de estudo sobre a luz. Newton é quem descobre que a cor depende totalmente da

refração e reflexão da luz que incide sobre o objeto. Newton vai definir luz como onda, luz visível como uma faixa de frequência e as diversas cores como frequências. Para ele não importam as cores primárias ou secundárias dos pigmentos de tinta, todas as cores vem do branco e ponto final. Sua teoria é totalmente válida até hoje. Ainda no século XVIII, um impressor chamado Le blon irá testar diversos pigmentos até chegar aos três básicos para impressão: o vermelho, amarelo e azul.

No século XIX o poeta Goethe irá se apaixonar pela questão da cor e passará 30 anos tentando terminar o que considerava sua obra máxima: um tratado sobre as cores que poria abaixo a teoria de Newton. Ele realmente descobrirá aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a retenção das cores na retina, a tendência do olho humano em ver nas bordas de uma cor a sua complementar, notará que objetos brancos sempre parecem maiores do que negros. Também re-interpretará as cores pigmentos de Le blon, renomeando-os púrpura, amarelo e azul claro, se aproximando com muita precisão das atuais tintas magenta, amarelo e ciano utilizadas em impressão industrial.

Porém as observações de Goethe em nada feriam a Teoria de Newton, suas explicações para os fenômenos eram muitas vezes errôneas e ele nao propunha nenhum método científico para provar suas teses. Seu "A teoria das cores" caiu em descrédito na comunidade científica, não despertou interesse entre os artistas e eram deveras complexa para os leigos.

Suas observações serão resgatadas no início do século XX, entre os estudiosos da Gestalt e sobre pintores abstratos modernos como Paul Klee e Kandinsky.

Atualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades se divide em três matérias, as mesmas caracteristicas que Goethe propunha para cores: a cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química (óptica fisico-quimica). O conteúdo é basicamente a teoria de Newton acrescida de observações modernas sobre ondas. Os estudos de Goethe ainda podem ser encontrados em livros de psicologia, arte e mesmo livros infanto-juvenis que apresentam ilusões de óptica.

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INFLUÊNCIA DAS CORES E SUA SIMBOLOGIA Sabe-se há 200 anos, que as cores atuam sobre a alma. O primeiro a pesquisar esse assunto foi o escritor Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832). “Cores distintas proporcionam estados de ânimo específicos”, escreveu o alemão em Teoria das Cores (1810). Hoje, até lojas e restaurantes se valem disso para atrair clientes. Vermelho – Cor poderosa. Esse tom ajuda a combater tristeza ou depressão. É a cor da ação. É a primeira cor do espectro. A palavra vem do latim, “vermeculu”, que significa verme, pois na Idade Média era associado à cochonilha, pequeno verme de cor escarlate. Provoca inquietação e agitação. Por isso, melhor usá-lo em detalhes ou em paredes pequenas. Ideal para salas de estar e jantar,cozinha,fast-food. Laranja - Mistura de vermelho e amarelo, tem as vibrantes características dessas duas cores: poder e alegria. Segunda cor do espectro. Seu nome é derivado do sânscrito “naranga”. Estimula o otimismo. Expansão, equilíbrio emocional e o apetite. Anima, dá vitalidade. Ideal para salas de estudo, de reuniões ou locais onde a família se encontra para conversar, como sala de cozinha. Aconselhável para quartos de crianças, sala de jantar, cozinha, restaurante,fast-food. Amarelo - Relacionado ao poder. Está ligada a tolerância, paciência e sabedoria. É uma tonalidade que motiva, atrai progresso, simpatia, estabilidade, lealdade e alegria. Associado ao verão a aos tons dourados produzidos pelo sol, o amarelo, usado num ambiente, estimula a comunicação, o bom humor e a socialização. É a 3ª faixa do espectro. Vem do latim “amarus”, amargo, sabor antigamente associado ao limão. Ideal aos ambientes que se pretende estimular a comunicação e as atividades mentais. Na cozinha, favorece reuniões familiares. Verde – Está entre o amarelo e o azul, no centro do espectro. Relacionado à tranqüilidade, ao frescor e à esperança. Desperta equilíbrio e harmonia. O verde acalma. Ótima cor para o desenvolvimento infantil. Estimula momentos de paz, e de cura. Vem do latim “viride”, que quer dizer vivo, como as plantas. Indicado para todos os ambientes. Um bom tom para locais de muito movimento e quartos de criança, porque tranqüiliza. Deve ser utilizado com cautela em casa, pois, em excesso, pode deprimir. Azul – Remete à paz e à tranqüilidade. Instiga a busca da verdade interior e a realização dos ideais. Traz inspiração, compreensão e fé. Quinta cor do espectro é contra-indicada para pessoas com tendências à depressão, pois também está associado à tristeza. Nos tons suaves, acalma a energia dos quartos de crianças e adultos hiperativos. Ideal para banheiros e lavabos,spas,clínicas. Em excesso pode deprimir.

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Violeta - A última cor no espectro, cujo nome deriva da flor de mesmo nome. Estimula o lado espiritual. Pode ganhar tons rosados, que denotam amor, intenções puras, romance e felicidade. Acalma, estabiliza. Ideal para quartos de meditação, nas suas tonalidades mais suaves, ou em detalhes da decoração. Não é aconselhável pintar um ambiente inteiro, pois ele tem o dom da dispersão. Púrpura (Roxo) – Mescla do vermelho e azul. Indica nobreza, poder, autoridade. Quando essa tonalidade apresenta mais pigmentos vermelhos do que azuis, é conhecida como púrpura. Quando tem mais pigmentos azuis que vermelhos, é chamada roxo. Cuidados: Em detalhes, tais como, estofar uma cadeira ou uma almofada com essa cor. Para empregá-la em ambientes maiores, é melhor diluir a tinta até atingir tonalidades mais suaves. Marrom – Significa segurança, firmeza, conforto, raízes, fertilidade. Cor clássica, seus tons claros formam as famílias dos beges, muito usado como back ground para as cores mais fortes. Os tons mais escuros deixam os ambientes mais confortáveis. Cor interessante para cozinhas, estúdios e escritórios. Branco – Diferente do preto, o branco, em contato com a energia da luz, absorve todas as cores e reflete a mistura de todas elas. Voltado para fora, o branco evoca paz e alegria. Quanto mais luz branca uma cor tiver, mais clara e luminosa ela será. Altamente estimulante e vibrante. Evoca sensação de limpeza, frieza e claridade. Ótimo para cozinha e banheiros. Numa casa onde paredes, móveis e tapetes sejam 100% brancos, o resultado pode ser ambientes monótonos, frios e hostis, levando à dispersão. Aumenta o tamanho dos objetos e amplia os espaços. Cinza – Está associada ao medo e a depressão. Corresponde à negação da realidade. Quando essa cor tem azul em sua composição, pode deixar o ambiente mais frio. Mas, se houver o amarelo, torna-se quente o ambiente. É o tipo de tonalidade perfeita para locais de longa permanência, como salas, quartos e cozinhas. Preto - Não faz parte do espectro, pois representa a ausência de cor. Na verdade, em contato com a energia da luz, absorve todas as cores. É sóbrio e impessoal. Conduz a introversão, interiorização e sabedoria. O preto está relacionado à introspecção, à quietude, ao silêncio. Em excesso, pode causar depressão e falta de esperança. Cor indicada apenas para objetos ou detalhes de acabamento. Traz poder e imponência para uma sala. Por sua sobriedade não é raro encontrá-lo em ambientes masculinos. Diminui o tamanho dos objetos e aproxima as superfícies.

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CÍRCULO CROMÁTICO OU CÍRCULO DAS CORES Cores Primárias

São chamadas de cores puras, pois não se formam pela mistura de outras cores. A partir delas que todas as cores são formadas. São elas: vermelho (magenta), azul cian e amarelo limão. Na observação psicológica, o indivíduo, quando se depara com as cores no campo perceptivo, é “quase” obrigado a olhar mas para as primárias do que para qualquer outra. As cores primárias comportam-se como ponto referencial, todas são necessárias para criar apoio e equilíbrio completo num plano pictório. Juntas são puro contraste. Mas quando falta uma delas, desaparece a vida, o ritmo. Elas se atraem e se repulsam entre si. Mas, é nesta atração e repulsão que se reestabelece o equilíbrio. Cores Secundárias

Criadas a partir da mistura, em proporções iguais, de duas cores primárias. No círculo cromático, está entre duas primárias e é produto delas. Todas juntas , ou duas a duas, as secundárias resultam em uma combinação vibrante e harmônica. São elas : laranja, violeta e verde.

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Cores Terciárias

Mistura em partes iguais ( 50% cada ) de uma cor primária e de uma secundária. Podemos dizer que as cores terciárias são todas as outras cores, isto é, quando uma cor não é primária nem secundária , então ela é terciária. A cor marrom, por exemplo, é uma cor terciária obtida da mistura das três primárias. As cores, quando colocadas umas ao lado das outras produzem efeitos que variam desde uma harmonia até um forte contraste. Isto tem a ver com a posição que elas ocupam no círculo das cores, conforme vemos abaixo: Cores Análogas

São as que aparecem lado a lado no gráfico. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. Pôr exemplo o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado têm em comum a cor laranja. As cores análogas, ou da mesma "família" de tons, são usadas para dar a sensação de uniformidade. Uma composição em

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cores análogas em geral é elegante, porém deve-se tomar o cuidado de não a deixar monótona.

Cores Complementares

São aquelas diametralmente opostas no círculo. São as cores “negativas” de quaisquer cores, como os negativos da fotografia. Forma o verdadeiro contraste. Quando uma cor é colocada lado a lado com sua complementar, elas intensificam-se pelo contraste simultâneo. Do mesmo modo, como o positivo e o negativo, o branco e o preto também são complementares. Os opostos se complementam.

Outra característica importante das cores complementares é que elas se neutralizam entre si. O que isso quer dizer? Que se quisermos tirar a "potência" de um amarelo, basta acrescentar-lhe certa quantidade de violeta até que neutralizando - o em um tom de cinza, até chegar ao preto. (Processo químico de composição de cores). Para suavizar uma cor, coloque um toque de sua complementar, isso altera a intensidade e a temperatura da cor. Quando quiser preservar o tom da cor original, basta acrescentar uma complementar do mesmo tom.

Efeitos da complementaridade:

O vermelho provoca tons esverdeados

O verde provoca tons avermelhados

O amarelo provoca tons violáceos

O violeta provoca tons amarelados

O azul provoca tons alaranjados

O laranja provoca tons azulados

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Há dos tipos de esquema para utilização das cores complementares:

Complementares divididas ou esquema triangular – Neste esquema, usa-se uma combinação de 3 cores. Escolha uma delas no círculo e encontre as duas laterais à cor oposta. Combinação de 3 cores que não são análogas. Forma-se um triângulo.

Verde - Vermelho-laranja – Violeta-vermelho

Duplas complementares ou esquema quadrado – Quanto mais tons harmônicos você conseguir compor, mais requintada será a sua paleta. Para fazer uma boa reunião de 4 cores, escolha uma delas no círculo e localize sua oposta. Em seguida, pule, no sentido horário, a cor seguinte à escolhida e use a próxima e sua oposta. Combinação de 4 cores que não sejam análogas (forma-se um quadrado-retângulo).

Azul-violeta - laranja-amarelo ( a oposta) – violeta-vermelho e amarelo- verde

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TEMPERATURA DAS CORES Cada cor tem uma temperatura própria e conseqüentemente afeta nossos sentidos de maneira diversa e particular. A conotação das cores em quentes e frias está relacionada com as experiências emocionais e também pelos efeitos práticos referentes à absorção e reflexão da luz e calor pelas cores. Exemplo: Um tanque de gasolina pintado de vermelho perderá mais de seu conteúdo, por evaporação, do que um tanque pintado de branco. Isto porque o vermelho absorve mais calor, tornando o ambiente interno mais quente do que o branco. Um quarto pintado de vermelho não só parecerá quente, mas o será realmente. O círculo das cores é dividido hipoteticamente em duas metades: cores quentes e cores frias. Esta divisão irá determinar a função espacial das cores.

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Cores quentes conotam proximidade, densidade, materialidade. Elas avançam em nossa direção, diminuindo o espaço. São profundamente excitantes, sensuais, despertam calor humano e são favoráveis a aglomerações de confraternização ou cooperação mútua. Tendem para o amarelo, e suas matizes com os alaranjados e avermelhados. As cores quentes estimulam a circulação do observador, causando um ligeiro aumento na temperatura do corpo, o amarelo é uma cor alegre, é a cor do verão; o vermelho é o sangue, é a vida.

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Cores Frias provocam sensação de distância, transparência, abertura e imaterialidade, recuando e abrindo o espaço. São impessoais e denotam certo afastamento emocional. Tendem para o azul, e as matizes entre o verde, azul e violeta. Ao contrário das cores quentes, diminuem a circulação do observador, causando uma ligeira queda na temperatura do corpo. O azul é a calma, a harmonia, a paz, mas também a tristeza e melancolia.

• O jogo das cores quentes e frias faz com que o espaço tenha vibrações rítmicas de profundidade, pelo sucessivo avanço e recuo das cores. Cada um delas se distinguem dentro de sua própria gama de tons quentes e frios e serão vistas ora quentes, ora como frias, avançando ou recuando no espaço, dependendo do contexto colorístico circundante. O violeta-avermelhado, com pouco azul e muito vermelho em sua composição, é uma cor quente, enquanto o violeta-azulado, ou seja, com pouco vermelho e muito azul, é considerado frio.

• O verde é mais quente ao lado do azul e mais frio ao lado do amarelo.

Os vermelhos são quentes, mas de acordo com os tons violeta, púrpura, escarlate, poderão ser vistos como frios perto de cores mais alaranjadas como vermelhão.

• Escolha cores quentes para uma atmosfera aconchegante e acolhedora.

Com cores frias os ambientes ficam mais repousantes. Utilize cores claras para aumentar a sensação espacial de um ambiente pequeno.

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Relembrando: As cores quentes lembram o sol; já as cores frias provocam a sensação de sossego. Nas composições paisagísticas, pode-se e deve-se aproveitar destes recursos naturais e assim invocar sensações como aquecimento (cores quentes) ou frescor (cores frias).

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MATIZ É a própria cor, propriamente dita, ou seja, vermelho, laranja, verde, azul, etc. Se ela é misturada, a matiz indica qual é a cor predominante, primária, secundária ou terciária. Tom

TONS São variações de uma mesma cor quando se adicionam a ela certas quantidades de branco, preto e/ou cinza. A qualidade de claro ou escuro. Adicionando:

• Branco = tons pastel (cor lavada) • Cinza = tons médios (cor neutra) • Preto = tons encorpados e escuros (cor queimada)

VALOR

Valor ou Fator de Luminância

Cada cor pode ter diferentes valores, de acordo com o seu grau de claridade ou obscuridade refletida. Por exemplo, um vermelho claro tem valor mais alto do que um vermelho escuro. Desta maneira, "valor" significa a quantidade de luz que uma superfície tem a capacidade de refletir. Quanto mais branco tiver, mais luminosa ela será. Ao acrescentarmos gradualmente o preto, menos luminosidade a cor terá.

SATURAÇÃO

Saturação de uma cor – é o grau de pureza máximo, ou seja, quando ela surge sem ser misturada com outras cores.

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CORES NEUTRAS

Quando se fala em cores NEUTRAS, pensa-se logo em cinzas e marrons.

Do ponto de vista técnico, as cores neutras incluem os amarelos acinzentados, os vermelhos , laranjas e violetas amarronzados, os verdes e azuis cinzentos e

outras cores intermediárias. Para criar essas cores, basta misturar as três cores primárias ou qualquer par

de cores complementares. Esse método de combinar duas complementares pode resultar em cores

apagadas e opacas. Evita-se isso, misturando uma cor com outra próxima de sua complementar.

A importância das cores neutras está em realçar ou avivar outra que esteja a seu lado.

As cores neutras podem ser quentes ou frias, dependendo das cores usadas na mistura.

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HARMONIA DE CORES

• A harmonia de cores é, em parte, um fenômeno subjetivo, mas não isento de leis e princípios. A cor, às vezes , cria o clima desejado e fala por si só, o que deve ser aproveitado como instrumento técnico.

• Somente escolher uma cor aleatoriamente no catálogo,não garante que uma composição colorística seja equilibrada e harmoniosa.

• Algumas direcionam a força vetorial do olhar, obrigando que se olhe para elas.

Exemplo: As primárias – têm essa qualidade e quase sempre são dominantes, mas dependendo da saturação das outras cores nas imediações, qualquer cor pode ser dominante, desde que seja a mais forte no arranjo.

• Os pólos das escalas cromáticas representam o limite máximo de saturação de cada cor.

• O pólo cromático é representado pelos tons baixos da escala: pálidos, escuros, cinzentos ou mistos.

• Os pólos terminais das escalas atraem a atenção em primeiro lugar, orientando o movimento visual numa direção.

• Os outros tons presentes, de acordo com sua intensidade e seus valores claros-escuros, são vistos como intermediários e servem de passagem, regulando o ritmo da cor.

• A expressividade de uma cor dependerá das funções que desempenhe. Quando entra em combinações com outras cores, cada uma recebe dessa combinação determinadas funções espaciais, favorecendo a lógica das formas. O valor exato de uma cor é relativo e depende do contexto colorístico.

Exemplo: A proximidade de um vermelho intenso empalidece o ocre, empurrando-o para tons esverdeados. O ocre cinza, quando próximo ao verde, parecerá rosado.

Projetar é lidar com sonhos, desejos e características pessoais de pessoas que, na maioria das vezes, não conhecemos realmente. Se soubermos analisar esses indivíduos e realmente entender como “funcionam” e qual a real dinâmica de suas relações, saberemos escolher apropriadamente as cores que mais servirão às suas necessidades.

As regras a seguir são “receitas” que procuram ajudar e orientar a escolha de cores. Devemos nos lembrar de que sempre é possível combinarmos as cores do mesmo modo intuitivo como nos vestimos todo dia.

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REGRAS DE HARMONIA

Regra Acromática ou neutra

É uma regra que utiliza preto, branco ou diferentes tons de cinza.

Existe uma corrente que considera também como cores neutras o creme, o bege, as variações de cinza, a cor de cogumelo, os marrons e todas as cores que lembram materiais naturais, como juta, sisal, algodão, linho, alga, etc.

Cuidado na escolha dos tons, pois um creme pode se tornar visivelmente amarelo.

Quando optar por esse tipo de regra, utilize o contraste entre tons fortes e fracos para deixar o ambiente mais dinâmico e menos monótono.

Mesmo sem usar cores, podemos aproximar ou afastar paredes, diminuir corredores e alterar as dimensões com diferentes tons de cinza. Esse esquema pode deixar a atmosfera do ambiente totalmente fria e impessoal.

Muitas vezes optamos por “tudo branco” por medo de errar. Aposte nas paredes e na arquitetura como partes integrantes e atuantes da atmosfera final de um ambiente. Explore e ouse.

Use diferentes texturas nas paredes para ajudar a criar movimento e, mesmo “em branco”, criar centros de interesse.

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Regra Monocromática Mono + cromia = UMA COR

Um único matiz puro, em diferentes tonalidades, ou ainda em composição com branco, preto ou cinza. É um esquema muito harmonioso.

Em tonalidades verdes ou azuis, acalma e relaxa. São elegantes e ampliam os espaços se os tons escolhidos forem claros.

Esta regra é uma boa opção para banheiros e ambientes pequenos.

Para não tornar o ambiente óbvio e monótono, explore ao máximo as características da cor, compondo-a com tons contrastantes para dar movimento. Use o branco para realçar a maioria das cores.

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Regra triádica ou das cores primárias

Regra que utiliza 3 cores eqüidistantes no círculo cromático. Podem ser a tríade das cores primárias (vermelho, azul e amarelo), secundárias (laranja, verde e violeta) ou ainda terciárias (por exemplo, vermelho-alaranjado, amarelo–esverdeado e azul-arroxeado). Não há necessidade utilizar os matizes puros. Podemos fazer uso de qualquer tom da cor escolhida, caso o objetivo seja suavizar ou estimular uma composição.

As cores primárias criam uma combinação jovem, alegre, dinâmica e contrastante. Podem ser utilizadas em quartos infantis, de brinquedo ou qualquer outro espaço destinado às crianças. Escolha a tonalidade com cuidado para não deixar o ambiente estressante.

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É a qualidade que distingue uma cor de outra. Por exemplo, um amarelo de um vermelho. Corresponde ao comprimento de onda dominante.

Regra

RR

Regra Análoga Escolha uma cor e use-a juntamente com suas adjacentes. As cores utilizadas neste esquema, que apresenta resultado muito harmonioso, devem ter como base a mesma cor, ou seja, podemos compor com tons de vermelho, amarelo e alaranjado. Branco, preto ou tons de cinza sempre podem ser adicionados à composição. É um esquema com mais opções e variedades, e o resultado obtido muitas vezes é mais interessante do que os esquemas acromático ou monocromático.

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Regra Complementar As cores complementares são as opostas entre si no círculo cromático. É um tipo de composição muito equilibrada, já que sempre utiliza uma cor fria e uma quente. As características das cores se harmonizam. Por exemplo, a energia de um vermelho vibrante e dinâmico pode ser amenizada pela energia refrescante de um verde. Podemos utilizar também, com um resultado mais ameno e interessante, uma cor e as adjacentes de sua complementar. Estes esquemas oferecem inúmeras possibilidades de composição, e seu sucesso depende da escolha das cores, de suas intensidades e tonalidades. Um tom pastel compõe melhor com um outro tom pastel; já um tom acinzentado, com outro também acinzentado. Procure não misturá-los. Cores puras e vibrantes utilizadas com cores suaves criam resultados interessantes e dinâmicos.

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PESO DAS CORES As cores, além de todas as suas características psicológicas, exercem diferentes efeitos fisiológicos sobre o organismo humano e tendem, assim a produzir vários juízos e sentimentos. Aparentemente, damos um peso às cores. Na realidade, olhando para uma cor damos um valor-peso, mas é somente um peso psicológico. (fig. abaixo)

Sensações de peso e distâncias sugeridas pelas cores. (Fabris 1973 ) Em experiências realizadas, foram atribuídos pesos diferentes a objetos iguais, mas cada um desses pintado numa cor: preto, vermelho, púrpura, cinza, azul, verde, amarelo, branco. Colocaram-se, a certa distância um do outro, os oito objetos, quase iguais na composição, mas todos do mesmo tamanho, sendo cada um deles de cor diferente. As pessoas presentes foram informadas de que os objetos expostos possuíam um peso que variava de 3 a 6 kg. O resultado provou a existência de um peso aparente, devido à cor. Entre o preto e o branco, colocados nos dois extremos, registrou-se a diferença de 2,5 kg. Na realidade, todos os objetos eram do mesmo peso: 4 kg."(Farina, 1986)

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DIFERENTES FONTES DE LUZ

(Farina, 1986) às vezes a cor dos objetos pode ficar extremamente alterada pelo tipo de luz que os atinge. Uma lâmpada de néon, por exemplo vai emitir, na maior parte, raios vermelhos. Emite tão poucos raios verdes ou azuis que os objetos, que sob uma outra fonte natural de luz, seriam verdes ou azuis, irão parecer pretos, por absorverem raios vermelhos.

Os comprimentos de onda das lâmpadas fluorescentes vão produzir uma luz semelhante à do Sol, mas a distribuição dos comprimentos de onda é diferente, além de conter poucos comprimentos de ondas vermelhas. Uma bola vermelha dentro de uma sala iluminada com luz fluorescente, parecerá marrom. (fig.abaixo)

À esquerda, uma bola vermelha numa sala iluminada por luz natural, à direita, numa sala iluminada com luz fluorescente, a mesma bola parecerá marrom. (Farina, 1986)

Qualquer ambiente, incluindo todos seus elementos materiais (móveis, cortinas, carpetes etc.), muda efetivamente de cor conforme suas fontes de luz. Até mesmo espaços enquadrados na escala do cinza, especificamente do branco ao cinza-escuro (em paredes, carpetes), sujeitam-se a certa mudança, como empalidecer a cor da cútis das pessoas sob um farol de luz de mercúrio.

A cor, por não ser uma característica dos objetos, muda conforme o tipo de luz que recebe. E a beleza de uma cor, seja qual for, depende dessa fonte de luz. Mesmo à luz do dia, uma peça colorida modifica seu aspecto se o dia se apresenta azul-ensolarado ou nublado.

Um eficiente fluxo luminoso pode gerar maravilhosos contrastes em lugares de grande afluência de público, supermercados e shopping-centers, por exemplo, e com excelentes reproduções de cores.

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CONTRASTE SIMULTÂNEO

Objetos da mesma cor, sobre fundos diferentes, aparecerão com diferenças de intensidade e claridade. Da mesma forma, uma cor ao lado de outra mais escura, parecerá mais clara do que realmente é, enquanto se torna ainda mais escura pela aproximação daquela mais clara.

Segundo experiências de Fabris (1973), uma cor ao lado de sua complementar parece mais acentuada, brilhante, formosa; porém ao mesmo tempo, ambas resultam em mais difícil leitura. Este desagradável fenômeno se poderia corrigir fazendo que uma das cores seja muito mais clara, ou mesclando uma pequena proporção de uma na outra;

Rodeado pelo preto um tom parece mais acentuado, brilhante e chamativo; rodeado por branco tende, ao contrário, a ser mais diluído, menos evidente, porque fica mais iluminado e disperso seu tom pelas radiações que refletem o suporte branco;

O contraste amarelo-preto é o primeiro a ser visto à grande distância; o contraste branco-preto tem um valor médio. A visibilidade do contraste vermelho-verde não tem bom resultado - pois irrita o olho pela ação simultânea das complementares - e péssimo ainda, o contraste verde-azul.

Visibilidade dos contrastes à distância. (Fabris, 1973)

Segundo estas experiências, resultam que os elementos escuros sobre fundo claro se percebem melhor que os claros sobre fundo escuro; frisemos também que o conhecido preto sobre fundo brando e vice-versa, não gozam de tanta visibilidade como se faz presumir o freqüente uso que fazemos deles. (Fabris, 1973)

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Conclusão

� A escolha de qualquer um dos esquemas básicos de combinação de cores é uma decisão a ser tomada em função de seu gosto pessoal. E se você tem um jardim bastante grande, pode utilizar sistemas diferentes para diferentes áreas. Não esqueça que as cores mudam a atmosfera de um jardim. Assim, as tonalidades fortes de amarelo, vermelho e laranja, por exemplo, criam um clima excitante, por serem vivas e quentes. Já o verde, o azul e o violeta, são cores frias e calmas, ideais para proporcionar sensações de frescor, amplitude e tranqüilidade.

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UTILIZAÇÃO DAS CORES

• Um ambiente parece maior com cores claras, que refletem mais luz. • Para aproximar paredes e superfícies, use cores escuras, fortes e

quentes. • Superfícies em cores frias parecem mais distantes. • Diminua a sensação espacial de um ambiente muito grande aquecendo

as paredes com cores quentes (tons fortes ou pastel). • Aumente a sensação espacial num ambiente pequeno pintando as

paredes e o teto em tons frios. • Para alargar um ambiente use uma cor quente pastel no teto e tons

bem claros nas paredes. Esse efeito irá alargar e aumentar o espaço. • Um ambiente muito quadrado fica mais interessante se uma ou duas

paredes forem pintadas em cor diferente das demais. Pintar uma parede e o teto (ou o piso) numa cor distinta das demais paredes também diminui a sensação de cubo.

• Cores escuras no piso diminuem visualmente sua superfície. • Corredores parecem mais largos com cores claras no piso, nas paredes

e no teto.

Um mesmo ambiente, com a mesma cor mas em diferentes composições, pode parecer totalmente diferente.

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• Encurte corredores escurecendo ou aquecendo a parede que fica ao fundo.

• Vigas, pilares ou qualquer volume indesejável no teto ou nas paredes praticamente desaparecem se pintados todos da mesma cor.

• Para rebaixar visualmente a altura do teto, use um tom mais escuro do que o usado nas paredes. O inverso aumenta o pé-direito.

• Quando o ambiente for grande e alto, além de escurecer o teto, um roda teto largo (faixa) da mesma cor e tom do teto pode ajudar a rebaixar visualmente o pé-direito.

• A mesma cor no piso de diferentes ambientes integra e cria a sensação de continuidade espacial.

• Diferentes ambientes em diferentes cores “retalham” o espaço, diminuindo-o visualmente. Use cor diferente somente em uma parede de cada ambiente para dar movimento sem retalhar.

• A praticidade deve ser lavada em conta. Cores claras no piso exigem manutenção maior do que cores escuras.

• Cores fortes e vivas estão, na maioria das vezes, relacionadas com espaços sociais barulhentos.

• Ambientes bem iluminados têm menor chance de sofrer distorção nas cores das superfícies. Ambientes com pouca luz natural ou artificial ficam com as superfícies escurecidas.

• Ambientes de face norte e oeste são quentes e pedem cores frias. Os de face leste e particularmente os de face sul são geralmente mais frios, pedindo cores quentes.

• Imperfeições e texturas aparecem mais em superfícies brilhantes e acetinadas do que nas opacas.

• As cores ficam mais vivas em superfícies lisas e mais escuras em superfícies rústicas.

• O uso de muitas cores alegres,juntas,ao invés de tornar o ambiente mais vivo, pode causar confusão visual. Prefira o uso de algum detalhe em tons contrastantes, mas não exagere.

• O contraste entre cores fortes em paredes e mobília põe em evidência o design e o tamanho dos móveis.

• Na dúvida entre quais cores usar, opte por uma só, e trabalhe com vários matizes (mais claros, mais escuros e médios). Para não ficar muito monótono, você pode usar detalhes em cores contrastantes

• Analise as funções de cada cômodo, pense em quem passará mais tempo nele. Nos quartos, em geral, considere as cores luminosas e menos saturadas, já que se trata de um cômodo de relaxamento.

• Se a intenção é criar aconchego, vale a pena recorrer aos tons quentes, mesmo em áreas pequenas. A sala com lareira, por exemplo, ficará mais acolhedora em tons de laranja do que de branca.

• Um objeto claro numa parede escura parece maior. Uma peça escura numa parede clara, menor.

• Metais, tecidos sedosos e vidros refletem a luz e, como as cores frias, podem ser usados para clarear um ambiente ou faze-lo parecer maior.

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CRIAÇÃO DE ATMOSFERAS

• Escolhendo-se uma determinada cor, cria-se uma atmosfera que influencia as pessoas que usam o espaço. Pode-se dizer que a cor cria atmosfera, e as texturas e as estampas ajudam a definir o estilo de um ambiente.

• O uso das cores pode criar atmosferas acolhedoras, aconchegantes, irritantes, dinâmicas, excitantes ou sofisticadas, entre tantas outras.

• Escolha a cor que mais se adapte às atividades a que se destinam os ambientes e às pessoas que farão uso deles.

Luminosa • Cores off white, neutras e o branco, criam uma agradável sensação de

luminosidade, de espaço aberto, limpo, amplo e arejado. Nessa atmosfera de poucos contrastes de tons, e predominância dos bem claros, utilize diferentes texturas nas paredes e no piso para enriquecer o projeto.

• Qualquer cor adicionada à composição se destaca e pode ser usada tranqüilamente em ambientes com pouca luz.

Espaçosa • Tons frios e claros são mais indicados na ampliação visual de espaços.

Ambientes de face norte e oeste, que recebem mais sol e calor, ficam muito mais refrescantes e amplos em tons pastel frios.

• Caso deseje um look mais calmo e elegante, opte por tonalidades entre o verde e o azul ligeiramente violeta no círculo cromático. Se o objetivo é o mesmo, mas ligeiramente mais quente, opte por tons de azul, verde, lilás ou cinza em grandes áreas, e componha-os com tons de rosa, vermelho,pêssego, terracota ou cobre em pequenas superfícies ou detalhes, como,por exemplo, portas ,batentes, molduras de janelas ou rodapés.

Aconchegante

• As cores quentes ajudam ambientes grandes, frios e escuros a ficar mais aconchegantes e intimistas. Use-as para diminuir grandes ambientes, para aproximar paredes e dar destaque, movimento.

• Fica mais interessante uma composição com diferentes tonalidades de uma cor quente em contraste com uma cor fria viva. Por exemplo, um ambiente todo em diferentes tons de pêssego com uma parede em verde-jade, ou em terracota com detalhes em azul, pode ficar bem aconchegante e particular.

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Dinâmica e estimulante

• A atmosfera torna-se bem dinâmica com o uso das cores primárias. Nesse caso, é mais indicada para ambientes infantis ou onde serão executadas atividades que exijam esforço físico. Tome sempre muito cuidado para não estimular demais o ambiente. Procure dosar as cores e as áreas onde serão aplicadas.

Relaxante e calma

• Cores neutras num esquema acromático com diferentes texturas e contrastes de tons podem ser relaxantes. É sempre aconselhável colocar tons off white, que induzam a mente a um estado de espírito relaxado, como,por exemplo, de lavanda ou verde-claro.

• O esquema monocromático funciona bem para se alcançar esse tipo de atmosfera

• A mesma família de cores, num esquema análogo, também favorece o relaxamento.

Como sugerir cores

• Como tudo na decoração, a cor também é elemento pessoal que pode e deve ser usada para alegrar, acalmar e integrar as pessoas que convivem em um mesmo ambiente.

Abordagem Por ambientes: a) Hospitais: diversidade de funções e ambientes; diversidade de usuários

(funcionários, médicos, pacientes e parentes). Caracterização das atividades ali exercidas, tendo a cor como instrumento de auxílio no desenvolvimento das diversas funções. Em ambientes de internação, como quartos e enfermarias, priorize as cores aconchegantes. Salas de cirurgia pedem concentração e as cores calmas são as mais indicadas. Salas de exames pedem cores frescas, que ajudam a distribuir a iluminação. Nos consultórios e áreas de circulação, as cores podem ter uma combinação cromática mais alegre, com detalhes vibrantes, aumentando o bem estar.

b) Escolas: composições cromáticas de acordo com a faixa etária dos alunos - saturação das cores conforme a idade, visando facilitar aspectos de concentração. Nas salas de aula e bibliotecas, cores calmas induzem à concentração e à criatividade. Nas áreas de circulação, utilize cores vibrantes para influenciar a atividade e a interação.

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c) Restaurantes: análise da tipologia do local (fast-food, regional, clássico, choperia) voltada ao estímulo visual e ao tempo de permanência exigido. É importante frisar que cores vibrantes e muito intensas podem deixar o ambiente cansativo; opte por cores quentes e aconchegantes quando o objetivo é fazer com que as pessoas permaneçam um período maior de tempo no local.

d) Residências: preferências e características do morador, visando

diferentes sensações. Consulte a seção Cores e Ambientes.

e) indústrias: utilização da cor no auxílio e aumento da produtividade. Em ambientes administrativos, cores frescas deixam o ambiente agradável e favorecem a criatividade. Áreas de produção podem possuir detalhes vibrantes para estimular as atividades.

Cores e Ambientes • Ao usarmos cores em nossos ambientes, devemos considerar que elas

nos afetam diretamente. Portanto, devemos eleger uma cor predominante, escolhida de acordo com a utilidade do espaço e com a sensação que desejamos e jogar, em alguns detalhes como tecidos e adornos, tons desta mesma cor, ou contrários, ou complementares.

Hall de entrada e escadaria O hall de entrada e a escadaria constituem o lugar em que a maioria das visitas obtém a primeira e quase sempre a mais forte impressão de uma casa. Normalmente estes ambientes são bem iluminados e arrumados, por isso pode-se utilizar uma grande quantidade de cores, desenhos e texturas sem ter que se preocupar com as complicações ligadas aos mobiliários e acessórios. Dê preferência às tonalidades quentes e aconchegantes, que "convidam" as pessoas a entrarem na casa. Salas de estar • A sala de estar é onde muitas pessoas passam boa parte do seu tempo

quando estão em casa, e por isso devem receber a maior quantidade de atenção no que se refere a decoração: estes ambientes são normalmente os mais espaçosos, melhor iluminados e bem mobiliados. Uma combinação de cor adequada deverá criar um conjunto harmônico em que se possa viver alegremente e desfrutar durante alguns anos antes de querer mudar. Cores aconchegantes ou vibrantes em tonalidades de amarelo e laranja melhoram a comunicação entre as pessoas. Evite cores muito frias, como tons acinzentados.

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Estúdio e escritório Os estúdios são ambientes visualmente "cheios", pilhas de livros, arquivo, mesas de trabalho e lâmpadas direcionais. As cores devem induzir a concentração; e serem vibrantes e estimulantes sem incomodar, ou calmas e que ofereçam uma luminosidade limpa. Se desejar celebrar reuniões de trabalho em casa, seu estúdio deve oferecer um local adequado. Os ambientes de trabalho, por outro lado, são espaços essencialmente práticos: as pinturas devem ser duradouras e, geralmente neutras para que os objetos se destaquem claramente perante ela, sem ser opacas, negativas ou deprimentes. Cores frescas em tons de amarelo luminosos, verde e marrons calmos induzem à concentração, e, portanto, são indicados para estes ambientes. Cozinhas Mesmos sendo principalmente lugares práticos, as cozinhas têm um potencial decorativo imenso. De ponto de vista de estilo, existem poucos limites com respeito a cores; os revestimentos e os móveis pintados combinam muito bem nestes ambientes. Sem dúvidas, deve-se lembrar que as superfícies pintadas nas cozinhas devem ser duráveis e fáceis de limpar, já que estes ambientes estão sujeitos a temperaturas extremas, vapor e umidade. Detalhes em tons vibrantes como laranja, amarelo e terracota favorecem o apetite. Salas de jantar Formais ou informais as salas de jantar oferecem quase tantas possibilidades decorativas quanto as cozinhas. Podem oferecer um aspecto rústico ou real, de uma elegância relaxante ou cômoda e familiar, porém deve-se lembrar quando e como vai utilizá-la: pela tarde e noite, para diversão com a família ao longo de todo o dia, ou ambos, já que isto influenciará a escolha da pintura. As salas de jantar são lugares apropriados para móveis e acessórios pintados. Escolha cores aconchegantes se deseja estimular o apetite; as cores calmas são ideais para quem faz dieta. Dormitórios Os dormitórios são, com freqüência, os ambientes mais difíceis de decorar. São espaços privados e íntimos: nosso refúgio pessoal do mundo exterior. Também são os lugares aos quais nos retiramos quando nos encontramos bem. Idealmente, deveriam ser relaxantes e ligeiramente estimulantes ao tempo; isto pode parecer difícil, porém com algumas cores, como o azul escuro em tonalidades calmas ou aconchegantes, podemos cumprir ambos os objetivos. Não distante disto podemos recordar que um vermelho intenso ou amarelo brilhante podem parecer maravilhosos quando se vai dormir depois de uma festa, porém podem ser horríveis quando se acorda de manhã.

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Banheiros Nos banheiros pode-se aplicar uma gama de efeitos de pintura, como marmorizado, stêncil ou tromp l´oeil para se criar um aspecto exuberante e encantador. Porém, em banheiros pequenos existem limitações como falta de espaço, de luz e a necessidade de superfícies que devem ser tanto duráveis como resistentes a vapor; um enfoque imaginativo assegura que estes aparentes problemas se convertam em vantagens. Utilize cores frescas e luminosas para ter a sensação de um espaço mais amplo. Exteriores Ainda que um acabamento resistente possa ser o objetivo principal ao pintar o exterior de uma edificação, as possibilidades decorativas são imensas. As cores e os efeitos normalmente serão escolhidos pelo clima e a forma, proporção e época da construção da edificação. As cores brilhantes oferecem um melhor aspecto sobre as portas e janelas.

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Indicação Bibliográfica

• Da cor a Cor inexistente – Israel Pedrosa – Editora Universidade de Brasília

• Galeria de Arte – Cor - Alison Cole – Editora Manole • Homem, comunicação e cor – Irene T. Tiski-Franckowiak – Ícone

Editora. • Curso de decoração Casa Cláudia Especial • Projetando espaços – Guia de Arquitetura de Interiores para áreas

residenciais – Miriam Gurgel – Editora Senac • Color Harmony – A guide to creative color combinations – Hideaki

Chijiiwa • A Cor no Processo Criativo – Lílian Ried Miller Barros – Editora

Senac Sites recomendados

[email protected] • www.inf.puc-rio.br/bacellar/index_port.htm • www.alba.com.br • www.compex-x/net/teoria/aber_main.htm • www.globotintas.com.br • www.pqi.com.br • www.sherwinwilliams.com.br/decoração.php • www.suvinil.com.br • www.arq.ufsc.br • www.geocities.yahoo.com.br/anacanella/dicas.html • www.feiradeciencias.com.br • www.geocities.com/strani_felicita/intensidade.htm • www.guiadobuscador.com.br/cromopuntura/2.htm • www.construcolor.com.br/cores.asp • www.hp.pt/cor/art_similar_colour_schemes.html • www.suvinil.com.br • www.cadernofeminino.com.br • www.patcheafins.com.br • www.astrologia-esoterica.com.br • www.wikipedia.org • www.mnemocine.com.br • www.ceagepe.com.br • www.paisagismobrasil.com.br • www.ambientebrasil.com.br • www.vivaciencia.com.br • www.sociedadedigital.com.br • www.mundocor.com.br • www.lukscolor.com.br • www.coral.com.br