Upload
vaniamatos
View
45
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO TUBERCULOSE GENITAL
AULA PARA OS ALUNOS DO 5º ANO
Luanda, 08/08/2012
2
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
DEFINIÇÃO
- É uma doença do parenquima pulmonar
causada pelo Mycobacterium tuberculosis, bacilo ácido álcool resistente e aeróbio.
- Há uma reacção granulomatosa e inflamatória na
parede pulmonar.
3
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO .
DEFINIÇÃO .
Com a gestação, há uma certa redução das defesas
imunitárias da mulher, como consequência a grávida
com tuberculose é mais sensível e responde pior à
terapêutica.
4
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
ACHADOS CLÍNICOS
-Tosse
- Perda de peso - Cansaço
5
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
DIAGNÓSTICO - A história clínica da grávida (anamnese) - O exame físico - Os exames complementares A anamnese consiste de: - Tosse - Perda de peso - Anorexia - Cansaço - Por vezes estão assintomáticas
6
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
AO EXAME FÍSICO - Mucosas descoradas - Emagrecida - AP – Fervores subcrepitantes, localizado por
vezes no 1/3 superior do hemitórax
7
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
EXAMES COMPLEMENTARES
- Hemograma com hemoglobina baixa - Leucócitos normais ou diminuídos - Há linfocitose relativa - VS aumentada Teste de Tuberculina É um teste importante para o diagnóstico de tuberculose e é positivo se tem induração de 10
mm de diâmetro
8
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
Rx do tórax - Não é um exame de rotina na grávida pelo risco para o feto - Deve fazer com protecção abdominal - O Rx mostra sequelas de lesões antigas recentes e muitas vezes crateras.
9
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO TRATAMENTO a) Médico O tratamento é ligeiramente diferente do que se usa na mulher não grávida. Os tuberculostáticos não tem efeitos teratogénicos importantes a excepção de estreptomicina que é ototóxica. Usa-se: Isoniazida – 5 mg/Kg/dia (300
mg/dia) Etambutol – 15 mg/Kg/dia Rifampicina – 300 – 450 mg/dia
10
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
O efeito colateral da Isoniazida é a hepatite, reacções de hipersensibilidade, neuropatia periférica e transtornos gastrointestinais.
Usa-se piridoxina – 50 mg/dia para prevenir a neuropatia induzida pela Isoniazida.
11
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
Neurite óptica é uma rara complicação do Etambutol.
A Rifampicina – causa hepatite, reacções de hipersensibilidade, toxicidade hematológica, dor abdominal e trombocitopénia
12
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
b) Obstéctrico
- Dieta adequada - Suporte familiar - Correcção de anemia
Após o parto o bebé pode ser amamentado e embora
haja a controvérsia quanto à passagem dos tuberculostáticos pelo leite materno.
13
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
Se há lesão activa deve usar-se isoniazida
profiláctica durante 3 semanas.
- Deve fazer BCG ao bebé
- Protecção da boca da mãe para evitar os perdigotos que contêm bacilos de Kock, passem para o bebé
- O bebé é pequeno para datas
14
TUBERCULOSE E GESTAÇÃO
PROGNÓSTICO
- Não se recomenda o aborto
- Quando tratada não há perigo para o feto.
15
TUBERCULOSE GENITAL
DEFINIÇÃO É a infecção dos órgãos genitais pelo bacilo de
KOCK, podendo atingir o peritoneu, ou quando uma mulher tem contacto sexual com um homem com epididimite tuberculosa, casos raros.
A infecção pode ser secundária a uma infecção extragenital.
O Microbacterium Tuberculosis é o agente causal e é um aeróbio ácido resistente.
16
TUBERCULOSE GENITAL
DEFINIÇÃO
Localizada mais frequentemente:
- Nas trompas (90-100%) - No endométrio (50-60%) - No ovários (20-30%) - No colo uterino (5-15%) - Na vagina-1% (Novak)
17
TUBERCULOSE GENITAL
MODO DE INFECÇÃO
- Secundária a infecção extragenital geralmente já
não activa. - Secundária a tuberculose miliar - A infecção pulmonar é um foco primitivo usual e a provável via de disseminação é a hematogenea. Outras localizações extrapulmonares podem servir de foco primário
18
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE TUBÁRIA
- As trompas são sede inicial de tuberculose genital
- Em zonas endémicas, a salpingite tuberculosa corresponde a 5% de todas as salpingites.
19
TUBERCULOSE GENITAL
ANATOMIA PATOLÓGICA
ASPECTO MACROSCÓPICO 1º - A trompa apresenta um piossalpinge ou hidrossalpinge.
2º - Uma salpingite intersticial ou até uma salpingite istmica nodosa.
.
20
TUBERCULOSE GENITAL
ANATOMIA PATOLÓGICA
ASPECTO MACROSCÓPICO Se existe peritonite tuberculosa, numerosos tubérculos podem espalhar-se pela cavidade peritoneal.
As fímbrias tomam o aspecto de bagageira ou saco
de viagem, que ficam evertidas.
21
TUBERCULOSE GENITAL
ANATOMIA PATOLÓGICA ASPECTO MICROSCÓPIO
1 - Nas fases iniciais - aspecto acentuadamente proliferativo e a dermatose das pregas,
levanta suspeita e não deve ser confundido com
adeno- carcinoma.
22
TUBERCULOSE GENITAL
ANATOMIA PATOLÓGICA
ASPECTO MICROSCÓPIO
2 - Nos casos mais evidentes, encontramos tubérculos, muitas vezes com células gigantes e inflamação crónica.
3 - Os tubérculos podem estar limitados à mucosa ou
espalhados pela muscular e camada peritoneal. Nas fases avançadas, a caseificação é extensa.
23
TUBERCULOSE GENITAL
ANATOMIA PATOLÓGICA
ASPECTO MICROSCÓPIO
O diagnóstico final baseia-se na demonstra-
ção dos bacilos ácido-resistentes por meios
adequados de coloração ou cultura.
24
TUBERCULOSE GENITAL
ANATOMIA PATOLÓGICA ASPECTO MICROSCÓPIO
Diagnóstico diferencial com: - sarcoidose - sífilis - infecção por fungos
- infecção por corpos estranhos
25
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE DO ENDOMÉTRIO 1 - Surge em doente com comprometimento tubário
em 50% dos casos, podendo esta percentagem subir até 80%, segundo Knaus.
2 - Concumita com peritonite tuberculosa.
3 - A presença de endometrite tuberculosa é sinal
de doença tubária.
26
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE DO ENDOMÉTRIO No entanto, a ausência de tubérculos no endométrio,
não exclui patologia anexial específica .
4 - Em região de subnutrição e pobreza, trabalhos sobre esterilidade, revelam endometrite tuberculosa insuspeita em 5% dos casos; na Índia 20%.
27
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE DO ENDOMÉTRIO
ANATOMIA PATOLÓGICA
A endometrite tuberculosa caracteriza-se pela presença de tubérculos típicos com células epitelioides e gigantes afectando o endométrio e ocasionalmente propagando-se para o miométrio.
Fases Avançadas - Há grande quantidade de tubérculos, com muitas células gigantes e graus variados de caseificação.
28
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE DO ENDOMÉTRIO
ANATOMIA PATOLÓGICA
A cultura de bacilos acido resistentes do endométrio é positiva em menos de 50% de todos os casos.
O sintoma principal é o sangramento.
29
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE DOS OVÁRIOS
- Praticamente não existe sem a presença de infecção
tubária. - É constituída mais por uma periooforite do que, por
um real comprometimento do ovário. - Ela tende a curar-se expontâneamente após a retirada da trompa. - Deve-se manter um ovário, mesmo em caso de tuberculose extensa pélvica em mulher jovem.
30
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE DO COLO DO ÚTERO
Não muito frequente.
Pode simular neoplasia do colo.
31
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE DA VAGINA E DE VULVA São extremamente raras Em alguns casos o parceiro é quem transmite
devido a uma epididemite, infecção das vesículas seminais.
É uma lesão ulcerosa vegetante, que pode ser difícil de distinguir de uma úlcera luética.
Ocasionalmente, tem um caracter hipertrófico, podendo ser confundido com um carcinoma do colo.
A biopsia é decisiva.
32
TUBERCULOSE GENITAL
ASPECTOS CLÍNICOS DE TUBERCULOSE PÉLVICA - Nada é patognomônico na salpingite tuberculosa - É de considerar para o diagnóstico os
antecedentes de tuberculose pulmonar ou óssea. - Se se exclui o processo inflamatório infeccioso
com massas anexiais palpáveis, deve pensar-se em tuberculose genital. - Com temperaturas vespertinas - Anemia leve ou taquicardia.
33
TUBERCULOSE GENITAL
ASPECTOS CLÍNICOS DE TUBERCULOSE
PÉLVICA A salpingite refractária aos meios habituais
de tratamento deve sugerir tuberculose.
Há endometrite tuberculosa, sem evidência de comprometimento tubário embora haja presença segura de afecção anexial primitiva.
34
TUBERCULOSE GENITAL
ASPECTOS CLÍNICOS DE TUBERCULOSE PÉLVICA
SINTOMATOLOGIA - Corrimento persistente aquoso ou róseo - Redução da menstruação ou amenorreia - Infertilidade
35
TUBERCULOSE GENITAL
TUBERCULOSE PÉLVICA LACTENTE
Encontramos em 5% das mulheres, endometrite tuberculosa, assintomática na investigação de infertilidade.
Muitas vezes as trompas estão permeáveis e a ovulação ocorre.
Deve fazer-se nestas situações tratamento o mais precocemente possível.
36
TUBERCULOSE GENITAL
PERITONITE TUBERCULOSA
A peritonite tuberculosa surge geralmente
associado à salpingite tuberculosa.
Em geral o peritoneu tem pequenos focos de tuberculose, assim como a serosa das trompas.
37
TUBERCULOSE GENITAL
PERITONITE TUBERCULOSA
Pode ser de 3 tipos:
1- Peritonite tuberculosa húmida pode mostrar extensa formação tuberculosa com ascite, geralmente septada Epiplon endurecido.
38
TUBERCULOSE GENITAL .
PERITONITE TUBERCULOSA 2- O Tipo Seco de peritonite é talvez uma fase antiga da forma húmida, depois de absorção do líquido.
3- É uma forma fibroblástica que se caracteriza apenas por graus leves de ascite mas podem existir extensas aderências e endurecimento , com posição lateral das superfícies pélvica e intestinal. Pode ocorrer caseificação, necrose e fistulas.
39
TUBERCULOSE GENITAL .
EVOLUÇÃO CLÍNICA Pode haver sintomas sistémicos como: - Febre - Taquicardia - Anorexia - Perda de Peso -Aumento de volume do abdómen -Tumefação abdominal
40
TUBERCULOSE GENITAL
EVOLUÇÃO CLÍNICA .
Na forma fibroblástica - Há sintomas de obstrução parcial do intestino, como obstipação, distensão.
Palpação de massa tubária e o achado de um útero fixo, são notadas frequentemente e quando esta doença não responde aos antibióticos e quimióterapios habituais pode-se suspeitar de
uma etiologia tubercu- losa.
41
TUBERCULOSE GENITAL
DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE PÉLVICA
O diagnóstico é feito tendo em conta: 1 - História Clínica Em que se encontra história de dor pélvica,
mal estar Sintomatologia de doença pélvica inflamatória específica Antecedentes de tuberculose na família Infertilidade sem causa aparente. Palpação de massas anexiais.
42
TUBERCULOSE GENITAL
DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE PÉLVICA–CONT.
2 - Exames Complementares Hemograma + VS RX tórax + Prova de tuberculina Cultura do sangue menstrual - 50% A curetagem é feita na fase prémenstrual (24º - 26º dia do ciclo) Inoculação do produto de curetagem no
cobaio
43
TUBERCULOSE GENITAL
DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE PÉLVICA
2 - Exames Complementares – cont. HSG - Histerossalpingografia (uso de contraste hidrossolúvel) Laparoscopia - se existe tubérculos no peritoneu Laparotomia - Obstrução tubária quase regra - A peça retirada apresenta nos cortes reacção de células gigantes a corpo estranho.
44
TUBERCULOSE GENITAL .
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
- A sarcoidose
- Shistosomiase - Actinomicose
45
TUBERCULOSE GENITAL .
RESUMO
1 - Anamnese
2 - Antecedentes Familiares 3 - Exame Físico 4 - RX tórax
46
TUBERCULOSE GENITAL .
RESUMO
5 - Prova de Tuberculina 6 - Curetagem endometrial - exame histológico - exame bacteriológico 7 - Exame do sangue menstrual 8 - Histerossalpingografia 9 - Laparotomia, Culdoscopia
47
TUBERCULOSE GENITAL .
TRATAMENTO
Depende de:
- Idade - Forma Clínica
48
TUBERCULOSE GENITAL .
TRATAMENTO CLÍNICO
Estreptomicina - 1 g IM /dia - 2 meses, depois 2
x semana durante mais 6 meses ou até que existam sinais de toxicidade (lesão do 8º par - ramo acústico do coclear como resultante surdez, vertigens, naúseas entre outros).
49
TUBERCULOSE GENITAL
Acido paraaminossalicilico (PAS) - 3 g / dia Efeitos secundários Transtornos gastrointestinais Anorexia, Náusea, Vómitos e Diarreia.
50
TUBERCULOSE GENITAL
Acido isonicotinico (INH)
300 a 400 mg / dia (5 mg/Kg/peso)
Duração 4 meses - Estreptomicina + INH +PAS Depois suspende-se Estreptomicina e o tratamento é por 18 meses.
51
TUBERCULOSE GENITAL
Etambutol
15-25 mg / kg - dia Transtornos visuais passageiros
Caso a endometrite persista ou diminua, apenas para
recidivar mais tarde, é indicada à cirurgia.
52
TUBERCULOSE GENITAL
OUTRO ESQUEMA TERAPÊUTICO
É feito durante 6 meses Drogas Usadas
Rifampicina - Na dose de 450 mg/dia para pessoas com peso <= a 50 Kg e 600 mg /
dia para pessoas com peso > 50 Kg. Efeitos Colaterais - Hepotoxicidade
53
TUBERCULOSE GENITAL
Isoniazida (INH) - Na dose 300 - 400 mg/dia
Etambutol - Na dose de 15 mg/Kg/dia Pirazinamida - Na dose de 20 - 30 mg/kg/dia, dividido em três doses durante 8 semanas.
Se o tratamento for feito só com Rifampicina e Isoniazida (INH) deve durar 9 meses.
54
TUBERCULOSE GENITAL
TRATAMENTO CIRÚRGICO
- Massas Anexiais
- Abcessos - Espessamentos proeminentes e ascite - Não existir vontade de engravidar. Há indicação de histerectomia total com
anexectomia bilateral. Tratamento médico prévio e tratamento hormonal depois.