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90 ano de encantos de um Pavão Misterioso - Paulo Gracino

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PAULO GRACINO

CORDEL

90 ANOS DE ENCANTOS

DE UM PAVÃO MISTERIOSO

GUARABIRA-PB2013

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Literatura de Cordel55 Estrofes

90 anos de encantosde um Pavão Misterioso1ª Edição - 2013

AutorPaulo Gracino

RevisãoMarco Haurélio e José Paulo Ribeiro

CapaPaulo Gracino

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Paulo Gracino

90 ANOS DE ENCANTOSDE UM PAVÃO MISTERIOSO

Quem é que nunca o uviu Um dia a lguém contar A história de um pavão, Que começou a vo ar Há mais de no venta anos E que nem pensa em parar.

E le é misterioso, Mas nunca fo i encantado. Passeou no mundo todo E sempre foi bem lembrado , Por tudo que fez e faz E por onde tem passado.

Ele é o grande astro De um romance acontecido. Um romance de verdade, Daqueles bem aguer rido, Que já tem quase cem anos, E jamais fo i esquecido.

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José Camelo de Melo Resende, grande inventor. Não só inventou o bicho, Como também fo i autor Deste tão belo romance, Fantástico e insp irador.

Puxando pela memória E pela imaginação, Buscando na nossa História Alguma explicação, Vamos ver nessa viagem A mais pura sedução.

Vamos ver que o pavão Na ficção foi criado, Fazendo grande viagem Pelo mundo encantado, Mas fo i no mundo real Onde mais fo i explorado.

Desta fo rma entendemos Que o “bicho” é real, Mas não só nesses dois mundos Que foi tão especial. Foi também no imaginár io Do contexto cultural.

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__________________________________________________05Noventa Anos de Encanto de Um Pavão Misterioso

Portanto , esse pavão Voou em três dimensões. Na escrita do co rdel Com as fantásticas ações, Mas fo i na vida real As grandes transformações.

Mas temos que nos lembrar De fazer um comentár io Da cultura popular, Que compôs o seu cenário, Constituindo a História Do seu mundo imaginário.

Como disse o poeta No mundo da ficção , O grande pássaro mecânico Em forma de um pavão Levantou seu voo na Grécia, Mas passeou no Japão.

Fez um ninho na Turquia, Toda Europa perco rreu, Deu um giro no Oriente, Voou, subiu e desceu, Mas sei que em Guarabira Foi a terra onde nasceu.

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No mundo cap ita lista Ga rant iu o seu futuro, Quando então dia lo gou Com um viúvo pão-duro, Que residia na G réc ia E até lhe cobrou juro .

Foi u ma ave família, Isto não tem discussão . E nvolveu duas d ist inta s, A té causou co nfusão, M as que no fina l de tudo Foi bo m pra inst ituição.

Uniu a fi lha de um conde Com um “belo” rapag ão, Mas não ficou explic ado Aque la situação. Até hoje ninguém sabe Se o rapaz é be lo ou não.

A fina l a gente sabe, Be leza al i não contou. E la que vivia presa A princ ípio re luto u, M as não tendo outr a saída, Co m o moço se casou.

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Vejamos que nesta história O pavão tem seu valor. Até para os sentimentos Ele foi inspirador, Pegou dois seres estranhos Uniu e lhes deu amor.

Ou seja, até no amor O pavão marcou presença, Fez conflito e fez a paz, E decretou a sentença. Dando a entender que o pássaro Pra tudo teve licença.

Aproveitou na viagem O prazer do dia a dia. Ele também conheceu A tristeza e a alegria, Conheceu um mundo novo, Posou pra fotografia.

Conheceu muitas culturas Espalhadas pelo mundo, Falou com um negro na praça Com um respeito profundo, Sem ligar pra o preconceito, Sentimento tão imundo.

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Mas vejam que essa história É cheinha de esperteza, Onde o auto r declama Seus versos com sutileza, Vai fazendo a narrativa E descrevendo a proeza.

Por isso fico na dúvida Com a histór ia do pavão, Que andou o mundo inteiro Causando admiração. Não sei se ele é estrangeiro Ou é do nosso torrão.

Por que revendo a histór ia De Zé Camelo , o auto r. Vemos esse nordestino Como poeta e invento r, Que construiu de alumínio Um objeto voador.

Parando e analisando Aquela situação. Será que o nobre poeta Conhecia um avião? E porque ele cr iou Em forma de um pavão?

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Um avião é difícil De ele ter encontrado, Pra poder examinar O bichão ali parado, Mas a partir de um pavão O “troço” foi inventado .

E o fundo do cenário Construído na Turquia? Vem das “Mil e uma noites” Que viraram poesia, Vejamos até que esses contos Esse pavão conhecia.

Veja aí que a viagem Foi de fato glor iosa. No mundo da ficção Foi bela e maravilhosa. Por isso que a história é Eternamente charmosa.

Mas em outra dimensão O pavão fez sua g lória. Na cultura popular Construiu sua memória, Pois dar pra imaginar Analisando a História.

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Vo ltando ao tempo, pergunto: Como uma moça casava? E se nessa ficção Algo se distanciava? Ou será que uma donzela Sua vida comandava?

Portanto, naquela época Era mesmo desse jeito. Uma donzela era presa Pra não poder ter defeito E antes do s dezoito anos Seu casamento era feito .

Jamais conhecia o noivo , Era tudo arranjado. A mo ça só aceitava O plano determinado, Pra casar e ser feliz. É só rever o passado.

E aí, é diferente Da Histó ria do pavão? Será que Creuza a do nzela Teve outra solução ? Só se mudou o cenár io Persistindo a tradição .

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E o matuto engenhoso Figura do meu Nordeste? Desde o início dos tempos Chamado “cabra da peste” Só nunca usou o tal lenço Mas de astúcia se veste.

Existe até um ditado Que é muito popular Na cultura nordestina, E que se ouve falar Dos rapazes que aprenderam Um pai de moça enganar.

Sempre fo i a tradição Na cultura nordestina, Um sujeito inventar coisas De forma bem cristalina Pra enganar pai e mãe E casar com a menina.

Tem outras coisas também Que tem com o tempo a ver. E o autor na ficção Mergulhou no seu saber, Buscou no cotidiano O que queria escrever.

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A cultura popular Pra isso é fundamenta l, Por que ca rregar a moça Sempre fo i algo no rmal, D izem que a tradição Era fug ir de animal.

Não montado nu m pavão, E ra às vezes num jum ento. Ou em um belo cava lo, Depend ia do mo mento, Até quando er a a pé : Findava em casamento .

E o pavão foi usado Como representação Pra transmit ir o s co stumes Dessa no ssa reg ião. Fug iu da realidade, Mas manteve a t radição.

E ntão vamos resumir E ste tão belo cenário . Percebemo s que a História Just ifica o imag inário. Foi e ste o cotidiano Que tem quase um centenário.

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Já vimos até aqui Esta grande trajetória Que o pavão percorreu, Conquistando a sua glória , Mudando e sendo mudado Ao lo ngo da sua Histór ia .

Mas foi no mu ndo rea l, Bem longe da ficção, Apesar de nós sabermos Que por trás da intenção De u ma histór ia fictíc ia Tem verdades de montão.

A o rigem da invenção Vem direto da Turquia Com as “Mil e uma noites” Transformada em po esia. Fo i o seu primeiro voo Real até hoje em dia .

Sabemos que esse invento Já fo i até sequestrado. Ro ubaram a sua autor ia , Por outro s foi explorado , Já canto u e encantou fe ir as Por esse mundão amado.

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Depois de tantos conflitos No último século passado , O pavão misterioso Fo i muito requisitado E em mais u m desses vo os Virou boneco animado.

Virou música de sucesso , Já deu sustento a canto r, Foi insp iração romântica , M usa de composito r. Vou lhe dizer que o pavão Já fez “bico” como ator.

É um a tor de alumínio, O único pavão sem pena , Mas vo ou pra Rede Glo bo E de uma forma se rena, Fo i tema de u ma novela, Ficou quase um ano em cena .

Foi reescrito por muitos Nesse seu voo e legante, Onde passou fez sucesso , T ransfo rmou-se a cada instante , Até nos vest ibular es Foi ilustre visitante.

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Andou pelas fac uldade s, No s c ampi u nivers itá rios , Já foi muito e studado, F izera m-lhe se minár ios , R ece beu cr ít ica s e e logios , R endeu muito s c omentários .

T em a té o ut ra viage m P ara a ge nte e xp licar . S abe mos que a inve nçã o N asceu em out ro lugar. O u me lhor, mudou de te rra, M as se m nunc a se muda r.

Na sc eu me smo em G uara bira, Onde fez d iverso s ninho s. No ano sessenta e t rês , S eguindo novos ca minhos P assou a se r “natur al” Da cida de de P ilõ ezinho s.

L ogo no ano seguinte, E sse pa vão foi t ambé m P asse ar po r o utro mundo E conhec eu o a lém, A co mpa nhou Zé C ame lo Q ue da morte foi re fé m.

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Portanto , em sessenta e quatro Mo rria o seu c riador, Deixou órfão o pavão E foi morar co m o Senhor. Dizem até que e le foi junto Conhecer Deus Sa lvador.

E ntão dá pra perceber O rastro que ele deixou. Passeou no mundo inte ir o, M uito espaço conquistou, Voou em três dim ensõ es E até hoje não parou.

E nem pensa em p arar, Mas d isso ninguém duvida . E hoje aos noventa anos De uma história vivida, Vamos parabenizar Por mais um ano de vida .

Noventa anos de vida “De um pavão misterioso, Que levantou voo na Grécia Com um rapaz corajoso, R aptando uma condessa, F ilha dum con de orgu lhoso” .

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Paulo Grac ino nasceu na c idade de Guarab i ra ,

Paraíba, a 24 de fevereiro de 1969. Filho de Manoel

Gracino da Silva e Antônia de Oliveira. Graduando

do Curso de História pela UEPB e Bacharelando em

Serviço Social pela UNIP Interativa. Poeta amador e

Artista Plástico há mais de duas décadas, está lançando

o seu primeiro trabalho de Literatura de Cordel em homenagem

aos 90 anos da obra de José Camelo de Melo Resende,

“O Romance do Pavão Misterioso”. A capa está ilustrada com

a pintura, “A Construção Histórica do Pavão Misterioso”, de

técnica óleo sobre tela, medindo 80cm x 100cm. Atualmente

trabalha como diretor do Centro de Documentação Coronel

João Pimentel, da Secretaria da Cultura e Turismo de Guarabira.