40
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE PARADIGMAS – UM NOVO OLHAR Por: Mônica Paiva de Almeida Orientador Profª. Ana Cristina Guimarães Rio de Janeiro 2005

A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

  • Upload
    buitram

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR:

QUEBRA DE PARADIGMAS – UM NOVO OLHAR

Por: Mônica Paiva de Almeida

Orientador

Profª. Ana Cristina Guimarães

Rio de Janeiro

2005

Page 2: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR:

QUEBRA DE PARADIGMAS – UM NOVO OLHAR

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Cândido Mendes como

condição prévia para a conclusão do Curso

de Pós-Graduação “Lato Sensu” em

Supervisão Escolar.

Por: Mônica Paiva de Almeida.

Page 3: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado

condições para caminhar ao longo dessa

jornada.

Page 4: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

4

DEDICATÓRIA

Dedico com carinho e gratidão este

trabalho aos meus pais, irmão, cunhada,

primos, tios, afilhados e amigos que se

um dia aprendizes, hoje me ensinam a

viver. Ao Mário, companheiro de sempre

em minha inquietude de educadora/

estudante.

Page 5: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

5

RESUMO

Dentre as funções desempenhadas pelo supervisor escolar, pode

este atuar como um agente de coordenação, buscando não apenas fiscalizar

se a escola está atuando em conformidade com o estabelecido pelo MEC e/ou

pela Secretaria de Educação, mas também informando as escolas os

procedimentos corretos para se cumprir normas, regulamentos e outras

determinações educacionais. Nesse contexto, o objetivo da pesquisa é

contribuir para uma reflexão sobre a ação supervisora no seu lócus de trabalho,

na busca da ressignificação de seu fazer pedagógico, revelando, também,

como são os professores desta escola como primeiros responsáveis por sua

própria formação.

Page 6: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

6

METODOLOGIA

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a

revisão bibliográfica. Utilizou-se como fonte de consulta livros, artigos e

trabalhos publicados que abordam a supervisão escolar nas instituições

educacionais. A análise dos dados foi realizada a partir de uma metodologia

descritiva, buscando identificar nas funções desempenhadas pelo supervisor

escolar um meio de se atingir a eficácia e eficiência do sistema educacional em

suas bases pedagógicas.

Page 7: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................. 08 CAPÍTULO I REFLEXÕES ACERCA DA SUPERVISÃO ESCOLAR............................... 10 CAPÍTULO II AS FUNÇÕES DA SUPERVISÃO ESCOLAR............................................. 15 CAPÍTULO III A SUPERVISÃO ESCOLAR E AS NOVAS DIMENSÕES DE SUAS FUNÇÕES....................................................................................................

26

CONCLUSÃO ............................................................................................. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 36 ÍNDICE ........................................................................................................ 38 FOLHA DE AVALIAÇÃO ............................................................................. 39

Page 8: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

8

INTRODUÇÃO

No século XXI muito se discute a respeito do papel do supervisor

na área escolar, na busca de uma identidade profissional permeada por

objetivos claros, que possam determinar uma atuação mais direcionada; muitas

mudanças estão ocorrendo, orientadas talvez, pela própria prática profissional,

direcionadas à descoberta de novos rumos na atuação.

Sabe-se que dentre as atribuições do supervisor escolar estão a

fiscalização das instituições de ensino públicas e privadas, a verificação das

instalações das escolas e a análise da carga horária, do projeto político-

pedagógico e do currículo dos docentes. Além disso, o supervisor escolar

também fiscaliza a autorização para o funcionamento das instituições, entre

outras funções.

Em face dessa diversidade de atribuições pode-se questionar se o

papel do supervisor como esse agente fiscalizador/controlador atende aos

desafios da comunidade escolar e da sociedade. Dessa forma, a abordagem

ao assunto aqui discutido torna-se relevante pelo fato de que sua função deve

buscar contínuo desenvolvimento de si mesmo e dos demais agentes

pedagógicos que consigo trabalhem e, essa função fiscalizatória e controladora

pode não mais corresponder às necessidades de uma sociedade pós-moderna,

que vê o indivíduo como um cidadão competente capaz de tomar decisões, ou

seja, um professor crítico, reflexivo das situações de ensino-aprendizagem que

acontecem no cotidiano escolar.

De fato, a supervisão escolar é uma área, ainda quase

desconhecida pelos profissionais de educação, sejam eles professores,

diretores, “burocratas das delegacias de ensino” ou estudantes de pedagogia

que atuam sob um olhar ultrapassado e restrito no que se refere ao que pode

ser desenvolvido pelos supervisores escolares.

Page 9: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

9

É nesse contexto que o trabalho tem por objetivo geral analisar a

atuação da supervisão nas escolas, especificando as funções desempenhadas

pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do

sistema educacional em suas bases pedagógicas, procurando demonstrar que

o supervisor deve atuar como um agente de integração, buscando não apenas

fiscalizar se a escola está atuando em conformidade com o estabelecido pelo

MEC e/ou pela Secretaria de Educação, ou informando as escolas os

procedimentos corretos para se cumprir normas, regulamentos e outras

determinações educacionais, mas, sobretudo, tem a função sócio-política de

estimular os professores através de um coordenação contextualizada e crítica a

uma ação competente dos diversos contextos de sua prática pedagógica.

Para um melhor entendimento ao assunto abordado a pesquisa

foi subdividida em três capítulos. O primeiro capítulo traz uma abordagem da

evolução histórica da função de supervisão e sua conceituação no contexto

educacional. O segundo capítulo procura descrever a funções atribuídas ao

supervisor escolar, analisando tanto sua função como especialista em

educação, quanto como um agente fiscalizador. O terceiro e último capítulo

analisar uma nova dimensão da função da supervisão escolar, apresentando

este como um agente, que através de um trabalho integrado, possibilita o

desenvolvimento de habilidades e melhorias no processo ensino-

aprendizagem.

Page 10: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

10

CAPÍTULO I

REFLEXÕES ACERCA DA SUPERVISÃO ESCOLAR

1.1 Síntese histórica da supervisão

A figura do Supervisor, ou seja, daquele ser superior capaz de

orientar e definir as ações a serem executadas por seus subalternos apareceu

fortemente a partir da revolução industrial, onde, nos espaços das fábricas, o

supervisor tinha como função inspecionar, reprimir, checar e monitorar as

ações dos demais trabalhadores, numa relação autoritária e de reprodução do

que Bravermam (1987) chama de Divisão Social do Trabalho.

A partir de 1841, a figura do Supervisor começa a ser implantada

nas escolas e tinha como função verificar as atividades docentes, a fim de

garantir um melhor desempenho da escola em sua tarefa educativa.

Em 1925, com a introdução de princípios mais democráticos nas

organizações educacionais e também recebendo influências das chamadas

ciências comportamentais, a figura do supervisor começa a aparecer como

sendo um líder democrático.

Em 1931, no Brasil temos a Reforma Francisco Campos e neste

momento, o Supervisor é tido como um líder que fomentará o esforço

cooperativo para que se possa atingir os objetivos traçados na reforma.

A partir de 1942, com o Decreto-Lei 4244, a função do supervisor

passa a ser inspecionar administrativamente o trabalho dos docentes, embora

o caráter de orientação pedagógica ainda esteja em foco.

Page 11: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

11

Na década de 50, a partir da concepção de educação como sendo

a alavanca para a transformação social, o Brasil assina acordo com os Estados

Unidos para garantir uma formação para os especialistas, incluindo o

Supervisor e a Supervisão em sua inspeção e ação junto aos docentes e

reforça a idéia de utilizar os métodos e técnicas de ensino para garantir o

sucesso da política desenvolvimentista em vigor naquele período.

Na década de 60, em função das tensões políticas, sociais e

econômicas, no Brasil, a educação passa a ser considerada assunto de

segurança nacional e o país, mantendo acordos com os Estados Unidos,

procura propagar a ideologia capitalista cujo discurso alegava que era preciso

atingir um nível de vida saudável e, portanto, a necessidade da população ser

economicamente produtiva.

Neste sentido, dentro da escola as estruturas são reforçadas de

acordo com a idéia tecnicista e capitalista da divisão de trabalho e cabe ao

supervisor, em seu trabalho, garantir a qualidade de ensino, partindo de um

currículo que crie situações para a melhoria desta qualidade.

A supervisão escolar inicia a partir desse momento, um processo

de transformação, sem abandonar seus princípios iniciais de fiscalização e

controle, e posteriormente de cooperação ao professor, caminha pela

investigação científica e incentivo ao professor para que analise sua prática

pedagógica e busque novas estratégias de ensino. Assim como os demais

profissionais da educação, o supervisor é visto como um ser neutro e que deve

defender o currículo como “salvação da lavoura".

Na década de 70, o poder do Supervisor Escolar é reforçado com

a LDB 5692/71 que lhe atribuía o papel de orientar todo o trabalho que deveria

ser realizado no interior da escola, a fim de legitimar a estrutura de poder que

estava posta e que teve como conseqüência a substituição das participações

sociais pela decisão de poucos.

Page 12: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

12

Somente a partir da década de 80 é que começam algumas

discussões a respeito do caráter e da função do supervisor escolar. No entanto,

é a partir da década de 90, com a LDB 9.394/96 que a ação supervisão escolar

começa a ser considerada como sinônimo de coordenação pedagógica.

Dentro desta nova perspectiva, o supervisor deixa de ser apenas

o controlador, inspetor, alterando sua relação com os demais integrantes da

comunidade escolar, devendo ser um articulador dos processos pedagógicos.

Além destas leis que marcam a história da formação do

supervisor, outros movimentos contribuíram para a construção e

enriquecimento da função supervisora, dentre eles os Encontros Nacionais de

Supervisores - ENSES. Ao total contam-se nove encontros que foram

promovidos por diversos grupos de todo o país que buscavam, repensar a ação

do supervisor para a melhor atuação dentro do contexto brasileiro que a cada

ano mudava.

Basicamente a função supervisora foi se construindo com o

passar do tempo através das poucas conquistas por intermédio da legislação e

muito mais por discussões e debates promovidos por diversos grupos formados

de supervisores. Eles buscavam uma sistematização e aperfeiçoamento do

trabalho desse profissional, com a finalidade de adaptá-lo as mudanças da

sociedade e assim, da melhor forma, atingir aos objetivos propostos para que

se chegue a um bom resultado no “final” do processo.

Até o momento muito se discute o papel destinado a este

profissional, uma vez que muitos autores já propõem, desde épocas em que a

supervisão ainda tinha forte laço com a inspeção e fiscalização, nova postura

do profissional com o objetivo de tirar toda esta imagem fiscalizadora atribuída

ao supervisor.

Page 13: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

13

1.2 Conceitos norteadores

O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa apresenta as seguintes

definições:

“supervisão[do inglês supervision] S.f. 1-. Ação ou efeito de supervisar ou supervisionar. 2. Função de supervisor; supervisor(ô). [do inglês supervisor] S. m. Aquele que supervisa ou supervisiona; supervisar[do inglês supervise] V. t. d. Dirigir, orientar ou inspecionar em plano superior. [Sin. Bras.: supervisionar].” (FERREIRA, 2000, p. 654)

Ferreira (2000) entende a supervisão como prática articuladora,

dinâmica e cônscia de seu papel histórico na educação brasileira o que implica

em comprometimento por parte do educador que exerce a função de supervisor

em relação às questões sociais e políticas que se referem à educação.

Rangel (1997) apresenta o conceito de supervisão como sendo

um trabalho de assistência ao professor através do planejamento,

acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do processo

ensino-aprendizagem.

Para Przybylski (1991, p. 18), a supervisão escolar:

“É o processo que tem por objetivo prestar ajuda técnica no planejamento, no desenvolvimento e avaliação das atividades educacionais em nível de sistema ou unidade escolar, tendo em vista a unidade das ações pedagógicas, o melhor desempenho e o aprimoramento permanente do pessoal envolvido no processo ensino-aprendizagem” .

Contudo, independente de sua conceituação, a Supervisão em

Educação se apresenta como um instrumento vital de controle da qualidade do

produto (no caso da educação, o ensino e as práticas pedagógicas). Em outras

palavras, a supervisão escolar deve ser entendida como o ver crítico, com

Page 14: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

14

construtivo, vitalizador das ações educativas colocadas a serviço dos

indivíduos e dos grupos, tendo-se em vista seu desenvolvimento e

transformação para melhor, tais como: evitar que a rotina se torne arraigada no

ensino; promover o aperfeiçoamento profissional do magistério; permitir o

conhecimento do meio em que funciona a escola; contribuir para o

planejamento da escola; contribuir para a melhoria das condições do aluno, do

professor e da escola; estimular a renovação do ensino (CEDES, 1982).

Dessa forma, a Supervisão Escolar deve partir do pressuposto

que vai trabalhar com professores de diferentes disciplinas e com eles discutir

planos que levem ao processo ensino-aprendizagem, retificando possíveis

equívocos e melhorando atuação, em vista de dados concretos recolhidos da

observação do desempenho dos alunos.

Page 15: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

15

CAPÍTULO II

AS FUNÇÕES DA SUPERVISÃO ESCOLAR

Segundo Przybylski (1991), o supervisor escolar faz parte de uma

organização, qualquer que seja a posição ou o papel que nela tenha a

desempenhar. Quer como assessor, integrando o estado-maior da

organização, ou como elemento de linha, responsável por um departamento ou

setor da empresa, ele integra o corpo diretivo ou administrativo do sistema da

unidade escolar.

De acordo com o perfil da escola são traçadas as atribuições do

supervisor e embora com algumas variações, de um modo geral o supervisor

deve ser capaz de:

- Elaborar o plano do setor de supervisão, a documentação do setor,

cronograma de atividades para a escola, instrumentos para observar as salas

de aula, as pautas das reuniões;

- Controlar o cumprimento da carga horária dos professores;

- Realizar levantamentos estatísticos de rendimento dos alunos;

- Controlar o preenchimento do diário de classe dos professores;

- Assumir o processo de recrutamento, seleção, acompanhamento, avaliação,

desligamento e substituição do corpo docente;

- Orientar os professores, quanto ao acompanhamento e avaliação das turmas;

Incentivar e assessorar os professores quanto à utilização de metodologias e

recursos, visando à melhoria do processo de ensino – aprendizagem;

Page 16: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

16

- Estimular o corpo docente a um trabalho integrado, comprometido com a

construção do conhecimento de forma interdisciplinar e contextualizada através

de projetos, na busca de propostas alternativas de organização curricular;

No entanto, entre tantas atribuições delegadas ao supervisor,

encontram-se aquelas que de alguma forma conferem ao profissional um

caráter controlador e fiscalizador (controlar, avaliar), nem sempre assumidas

pela totalidade, mas certamente por um grande número de profissionais.

Ao supervisor é dado o poder de atuar junto ao professor e de

julgar seu trabalho, de avaliar suas aulas e a metodologia que aplica, de

analisar os resultados do processo ensino – aprendizagem através da nota dos

alunos e de suas colocações.

A organização escola determina a dinâmica da atuação do

supervisor, que em contrapartida assume o papel como sua verdade. A prática

ausente de reflexão empobrece o fazer pedagógico, contribuindo para o

descrédito e distanciamento entre professor e supervisor.

Em face ao exposto tem-se que a supervisão, dentro da unidade

escolar, implica um bom relacionamento humano, comunicação e liderança,

para que haja interação mútua e contínua. È importante que o supervisor seja

aceito pelo grupo com o qual trabalha, pois a supervisão é uma atividade

cooperativa, uma vez que sua eficiência se mede pelas modificações

verificadas no comportamento do grupo.

Assim, o papel do supervisor escolar, dentro das escolas, se

constitui, em última análise, na somatória de esforços e ações desencadeadas

com o sentido de promover a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Esse esforço voltou-se constantemente ao professor, num processo de

assistência aos mesmos e coordenação de sua ação.

Page 17: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

17

2.1 O supervisor escolar como especialista em educação

Supervisor o que procura a “visão sobre”, no interesse da função

coordenadora e articuladora de ações é também quem estimula oportunidades

de discussão coletiva, crítica e contextualizada do trabalho. Esta discussão, na

América Latina, se faz especialmente necessária, considerando a importância

do movimento de emancipação social. E o especialista supervisor, como

educador e profissional, tem seu papel estreitamente vinculado e

comprometido com este movimento (RANGEL & SILVA JR., 1997).

Ao refletir sobre o supervisor, como especialista em educação, as

questões que se apresentam são muitas e complexas. Pretendendo-se pontuar

apenas alguns aspectos relativos ao papel “supervisor”, observam-se

elementos conceituais, a discussão do “especialista” e das “especialidades”

pedagógicas, a questão do currículo, como um dos objetos de trabalho da

supervisão, e a importância da pesquisa, com atenção às possíveis

contribuições da representação social.

As relações que se estabelecem no processo de ensino-

aprendizagem convocam a atenção dos educadores, pela importância social do

conhecimento e dos sujeitos a quem esse conhecimento se destina. No caso

dos educadores-supervisores, pela especificidade de seu trabalho, solicita-se

uma atenção especial às oportunidades de estudo (de reflexão teórico-prática)

e de coordenação e organização comum do trabalho), no interesse de que as

decisões e as lições referidas ao ato de ensinar e aprender se façam de modo

fundamentado e articulado.

Com referência ao estudo, o supervisor apresenta-se, então,

como um líder (reconhecido pela competência, pela identificação com os

interesses coletivos) que mobiliza, que dinamiza encontros para discussão e

atualização teórica das práticas. E, entre os vários objetivos desta

“mobilização” ao estudo, destacam-se, novamente, a consciência do propósito

Page 18: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

18

das ações e a ampliação (político-social) dos princípios e dos conceitos que as

orientam.

Desse modo, evitam-se a rotinização e a mecanização das ações,

entendendo-se que o processo de ensino-aprendizagem é contextualizado e

socialmente comprometido. Assim, ao se “estudar” este processo, observam-se

as suas implicações, os seus “porquês” e para quem.

Nos porquês e para quem se realiza o ensino-aprendizagem,

sublinham-se as necessidades das camadas majoritárias da população e a

estreita – a íntima – relação entre conhecimento, consciência da realidade e

condições de emancipação.

O estudo do ato de ensinar e aprender (mobilizado, dinamizado,

liderado pelo educador-supervisor) leva, então, em conta o compromisso de

garantir o alcance do conhecimento pelo aluno (e também pelo professor),

entendendo-se a importância desse conhecimento para a prática social.

E porque a prática social se impõe como origem e finalidade da

prática pedagógica, o estudo (as oportunidades de encontros, neste sentido,

“coordenados” e mobilizados pelo supervisor) encaminha-se na direção de

compreender e praticar o ensino, no interesse de assegurar a aprendizagem do

conhecimento crítico-social.

E os conceitos serão, portanto, ampliados. A técnica de como

fazer o ensino-aprendizagem adquire significado pela vinculação aos seus

motivos sociais. Assim, articulam-se competência e consciência, largando as

visões (e ações) do processo de ensino-aprendizagem.

Pela iniciativa de abrir espaço a discussões, ao estudo, e pela

liderança consciente, o supervisor traz contribuições relevantes na perspectiva

da relação educação-sociedade. Na relação entre educação e sociedade é

Page 19: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

19

preciso notar não só os compromissos da educação (com o conhecimento e a

sua finalidade crítico-social), como também os compromissos do Estado com a

educação. Daquele que se propõe (conceitualmente) à visão-sobre, à

coordenação (“ordenação” comum, coletiva, do trabalho, observando as

articulações das diversas atividades e a consciência dos seus fins) espera-se,

também, que lidere as reivindicações do direito da educação e dos educadores

ao dever (que se realiza no apoio, nos recursos, nas prioridades) do Estado.

A qualificação do trabalho educativo e dos profissionais que o

realizam inclui-se, então, como meta e motivação da liderança que o supervisor

assume na especificidade (e na competência e no compromisso) de seu papel.

Assim, quando se discute a liderança na função supervisora, é menos

importante configurar “tipos” de líderes (“carismáticos”, ou não) ou “habilidades”

de relações humanas (interpessoais) do que o sentido, a direção, o significado

dessa liderança.

Volta-se, portanto, ao objetivo de ampliação (sóciopolítica) de

conceitos, aplicando-a à compreensão do “líder”, que se faz pela competência

e pelo compromisso com os interesses coletivos. Confirmam-se, então, a idéia

e o princípio de que o supervisor não é um “técnico” encarregado da eficiência

do trabalho e, muito menos, um “controlador” de “produção”; sua função e seu

papel assumem uma posição social e politicamente maior, de líder, de

coordenador, que estimula o grupo à compreensão – contextualizada e crítica-

de suas ações e, também, de seus direitos. É com este conceito do papel

supervisor que se chega à discussão do especialista e da especificidade

pedagógica.

A especialidade refere-se à especificidade e não à divisão do

trabalho. Um dos argumentos a esta afirmação encontra-se no fato de que a

“co-ordenação” (lembrando-se, novamente, o sentido de organização em

comum e articulação do trabalho) uma das “especificidades” da função

supervisora. E a “co-ordenação” uma necessidade do trabalho; esta

Page 20: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

20

necessidade (aplicada à educação e na escola) permite observar que, mesmo

que se eliminasse a “figura” do supervisor “especialista”, não se poderia

prescindir da coordenação, gomo serviço que garanta as articulações

indispensáveis ao ensino-aprendizagem.

As articulações no processo de ensino-aprendizagem são

necessárias às decisões (coletivas) sobre programas, material didático,

procedimentos de ensino, avaliação, recuperação e contextualização do

processo, tanto quanto ao estudo (à discussão e à consciência) de seus

Fundamentos.

Pode-se, então, reafirmar que a “especificidade” da função

supervisora não implica “divisões” que dissociam, desarticulam ou elitizam, as

atividades pedagógicas; ao contrário, a ação (específica) do supervisor se faz

no sentido de fortalecer os elos entre as ações e os sujeitos que as realizam.

Esses elos também se destacam, quando se pensa o currículo como um dos

objetos de trabalho (e estudo) da supervisão.

2.2 O supervisor escolar como agente fiscalizador

As palavras legislação e educação nos fazem remontar à Roma

Clássica, especialmente ao Direito Romano. Derivada do latim legislatio, a

palavra legislação quer dizer, literalmente, ato de legislar, isto é, o direito de

fazer, preceituar ou decretar leis. A legislação é, pois, o ato de estabelecer leis

através do poder legislativo.

Também derivada do latim, a palavra educação, ora vem de

educare, e com esta raiz, quer dizer, ato de amamentar ora pronunciada com

sua origem educere, que pode ser traduzida como ato de conduzir, de levar

adiante o educando.

Page 21: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

21

Assim, quando se diz legislação da educação, pode-se estar

fazendo referência à instrução ou aos processos de formação que se dão não

apenas nos estabelecimentos de ensino como também em outras ambiências

culturais como a família, a igreja, o sindicato, entre outros. A atual

compreensão de legislação da educação, no âmbito da LDB, considerada

como a lei magna da educação, é a de educação escolar mas não restrita à

concepção de instrução, voltada somente à transmissão de conhecimento nos

estabelecimentos de ensino.

Na LDB, a educação é concebida como processo de formação

abrangente, inclusive o de formação de cidadania e o trabalho como principio

educativo, portanto, não restrita às instituições de ensino. Aqui, reside a

possibilidade de se contemplar a legislação educacional como a legislação que

recolhe todas os atos e fatos jurídicos que tratam da educação como direito

social do cidadão e direito público subjetivo dos educandos do ensino

fundamental.

Já nas suas raízes conceituais, etimológicas e históricas as

palavras legislação e educação não tinham sentido unívoco, isto é, já traziam

na sua formação histórica o caráter da polissemia.

Na Roma, legislação tanto podia significar o conjunto de leis

específicas de uma matéria ou negócio como a lei no seu sentido mais

abrangente. Hoje, a situação não mudou muito: quando nos referimos à

legislação tanto no sentido estreito como no sentido largo, por extensão. Assim,

a expressão legislação educacional me revela um conjunto de normas legais

sobre a matéria educacional. Quando se fala em legislação educacional

brasileira, esta se referindo às leis que de modo geral formam o ordenamento

cultural do país.

Com a palavra educação, tem-se situação semelhante. Ora a

palavra educação refere-se aos processos de formação escolar, dentro e fora

Page 22: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

22

dos estabelecimentos de ensino, ora tem conceito restrito à educação escolar

que se dá unicamente nos estabelecimentos de ensino. Daí, falar-se, em outros

tempos, em legislação de ensino e em legislação da educação. Então,

entendamos o seguinte: a legislação da educação pode ser considerada como

o corpo ou conjunto de leis referentes à educação, seja ela estritamente

voltada ao ensino ou às questões à matéria educacional, como, por exemplo, a

profissão de professor, a democratização de ensino ou as mensalidades

escolares.

Ainda assim, a partir da nova ordem geral da educação nacional,

decorrente da Lei 9.394/96, poderia-se de alguma forma cogitar o uso das

expressões legislação educacional e legislação de ensino. Quanto utilizada a

expressão legislação educacional ou legislação da educação refere-se à

legislação que trata da educação escolar, nos níveis de educação (básica e

superior). Quando se diz legislação educacional, significa que se está fazendo

referência, de forma geral, à educação básica (educação infantil, ensino

fundamental e ensino médio) e à educação superior. Daí, pode-se referir

apenas à legislação da educação básica ou à legislação da educação superior.

Certo é que a legislação educacional pode ser, pois, tomada

como corpo ou conjunto de leis referentes à educação. É um complexo de leis

cujo destinatário é o homem trabalhador ou o homem consumidor. É este o

sentido de legislação como legis data. A legislação se revela, sobretudo, em

regulamentos ditos orgânicos ou ordenados, expedidos pelos magistrados em

face da outorga popular.

A legislação educacional é uma disciplina de imediato interesse

do Direito ou mais precisamente do Direito Educacional. Mas um olhar

interdisciplinar dirá que ela é central na Pedagogia quando no estudo da

organização escolar, podendo ser entendida como a soma de regras instituídas

regular e historicamente a respeito da educação. Todas as normas

educacionais, legais e infralegais, leis e regulamentos, com instrução jurídica,

Page 23: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

23

relativas ao setor educacional, na contemporaneidade e no passado, são de

interesse da legislação educacional.

A legislação educacional é, portanto, base da sustentação da

estrutura político-jurídica da educação. Compete ao supervisor, portanto,

fiscalizar a correta aplicação da legislação educacional nas escolas, entre

outras.

Dentre as funções desempenhadas pelo supervisor escolar como

um fiscalizador da legislação educacional pode-se citar:

1) Funções Técnicas

a) Realizar investigações da realidade educacional de sua zona e planejar,

cooperativamente, o trabalho de supervisão que se propõe a realizar;

b) Orientar e coordenar o trabalho dos mestres, com relação à interpretação e

aplicação de programas, uso de métodos e materiais de ensino e avaliação de

trabalho escolar;

c) Treinar os mestres no conhecimento e aplicações das técnicas para o

estudo, organização e desenvolvimento da comunidade;

d) Promover o aperfeiçoamento sistemático dos mestres em serviço, por meio

de cursos, boletins e outras técnicas adequadas;

2) Funções Administrativas

a) Verificar a organização da escola, das aulas e dos serviços auxiliares;

b) Verificar a organização e distribuição do calendário escolar;

c) Analisar os registros estatísticos;

Page 24: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

24

d) Determinar a realização de iniciativas para construção, reparação e dotação

de escolas.

3) Funções Fiscalizadoras

a) Analisar e interpretar a legislação vigente, assessorando aqueles que

necessitem de orientação;

b) Manter-se atualizado quanto à legislação educacional, emanada dos órgãos

federal, estadual e municipal;

c) Analisar e acompanhar a Proposta Pedagógica da Escola, a partir das

diretrizes do Sistema Municipal de Ensino;

d) Adaptar as normas e diretrizes do Sistema Municipal de Ensino às

peculiaridades de cada Unidade Escolar;

e) Realizar os levantamentos necessários solicitados pela SEMED;

f) Encaminha à Coordenação de Supervisão Educacional, com vistas ao

Conselho Municipal de Educação, situações encontradas na Unidade Escolar

que fujam a autoridade do Supervisor;

g) Conferir documentação de professores;

h) Conferir a aplicação de leis, decretos e portarias.

Dessa forma, compete ao supervisor de campo a identificação de

quaisquer inadequações constantes do planejamento inicial ou inviabilidade de

ações propostas, bem como indicações sobre medidas não previstas e

impostas pela realidade operacional, informando sobre recursos humanos

materiais e técnicos, sobre soluções a inovar para problemas sobrevindos no

curso da ação, resultantes muitas delas da própria dinâmica do currículo.

Page 25: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

25

A supervisão escolar em nível de escola é a que se desenvolve

em uma unidade escolar em que um supervisor fixo em uma escola assiste a

todo o trabalho pedagógico da mesma. Assim, “o supervisor em nível de escola

empresta sua cooperação a todas as atividades, áreas ou disciplinas da escola,

de maneira constante, visando à maior eficiência das mesmas” (NÉRICE, 1989,

p. 54)

A supervisão escolar em nível de sistema é a referente a todas ou

a um grupo de escolas de determinado grau de ensino, sendo constituída de

muitos supervisores, cada um, geralmente, especialista em determinada

atividade pedagógica da escola ou em determinado aspecto da educação,

como filosofia da educação, relações humanas, avaliação, diversos setores da

metodologia de ensino de determinado grau etc (NÉRICE, 1989).

Page 26: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

26

CAPÍTULO III

A SUPERVISÃO ESCOLAR E AS NOVAS DIMENSÕES

DE SUAS FUNÇÕES

De acordo com Luck (2004, p. 21) pode-se vislumbrar na

supervisão escolar uma nova dimensão de seu trabalho, mais dinâmica e com

maior potencial de eficácia a longo prazo: “a melhoria do desempenho do

professor, isto é, o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes

dos mesmos em relação ao processo ensino-aprendizagem”. Nessa nova

concepção, os aspectos materiais de instrução, métodos e técnicas, passam a

ser meios ou aspectos desse desenvolvimento.

Isto porque, diante de tantos desafios que o professor enfrenta no

seu cotidiano, como problemas relacionados à indisciplina, desmotivação dos

alunos, cobrança de uma constante atualização, agravados por uma jornada de

trabalho exaustiva, seria importante que ao lado do professor estivesse um

verdadeiro parceiro, que compartilhasse de suas dificuldades, e que

contribuísse com sugestões.

Medina (2001, p. 34), após apresentar algumas considerações

sobre uma pesquisa realizada na Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre e

considerando as contradições da sociedade, entende que o supervisor deve

atuar “como ‘um par de olhos’ para focalizar, com os professores, o contexto no

qual trabalham, por que trabalham e para que trabalham”, ou seja, reforça a

idéia de que o supervisor deve trabalhar em parceria com o professor e que

não pode fechar os olhos para as questões sociais, políticas e culturais que

atuam e influem numa unidade de ensino.

Page 27: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

27

Lima (2001, p. 78), também reforça a idéia de que o trabalho do

Supervisor Escolar deva ser realizado em parceria com o Professor, pois

entende que ao se falar em uma escola crítica “é necessário que essa

supervisão seja vista numa perspectiva baseada na participação, na

cooperação, na integração e na flexibilidade”.

Libâneo (2000), por sua vez, entende que a ação do Supervisor

Escolar é imprescindível

“na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (...), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e trabalho em sala de aula” (LIBÂNEO, 2000, p. 54).

O papel do supervisor escolar na escola pública é auxiliar o corpo

docente, visando aperfeiçoar o desempenho deste na utilização dos recursos

didáticos, na metodologia de transmissão do conteúdo, e por fim, propor qual o

tipo de avaliação que proporcione resultados mais significativos ao

desenvolvimento dos educandos.

O supervisor deve conhecer os problemas, necessidades e

recursos existentes na escola, só assim ele pode propor alternativas eficazes,

que atendam as necessidades da escola onde atua. Portanto é evidente que a

atuação do supervisor na escola contribui com o processo ensino-

aprendizagem, resultando em mudança de atitude do corpo docente e dos

educandos, cujo resultado final é a melhoria no desempenho destes.

Dessa forma, torna-se necessário que a atividade do supervisor

esteja centrada num procedimento integrado de trabalho onde todos os

responsáveis pelo processo, pautados por atitudes, direções e objetivos

comuns, tracem metas para garantir esta unidade integrada e integradora.

Page 28: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

28

Para que essa integração possa ocorrer, Luck (2004) sugere que

se utilize a consultoria, que pode ser definida como sendo

“o processo pelo qual se partilha com outra pessoas ou grupo de pessoas em caráter de mutualidade, informações, idéias, opiniões sobre determinada problemática, promovendo seu entendimento e permitindo o envolvimento das pessoas a ela relacionadas, com o fim de gerar bases objetivas para a tomada de decisões e medidas eficientes a respeito” (LUCK, 2004, p. 37).

Segundo a autora, o sentido próprio do processo de consultoria

não é exclusivamente o da resolução de problemas mediatos, seu enfoque “é o

desenvolvimento da escola como organização, pelo desenvolvimento dos seus

recursos humanos, a fim de que, gradativamente, se torne mais eficiente na

realização do processo de educação” (LUCK, 2004, p. 36).

A consultoria, portanto atua no desenvolvimento da capacidade

de desempenho do pessoal durante a resolução de problemas, com a

finalidade de tornar cada profissional mais apto à resolver outros problemas

subseqüentes.

Assim, a consultoria “envolve uma concepção sobre o processo

de assistência, que direciona, dá-lhe sentido, concede-lhe maior objetividade e

estabelece sua sistematização, com vistas a resultados mais significativos”

(LUCK, 2004, p. 36).

A consultoria mostra um relacionamento de igualdade essencial

entre os colegas, onde todos assumem posição horizontal. A consultoria tem

como objetivo a utilização de conhecimentos e habilidades, onde o consultor

não é apenas um mero transmissor de conhecimentos ou habilidade, é uma

esforço de todos com a finalidade de que o consultante incorpore os

conhecimentos e habilidades de forma que ele possa estar relativamente

auto-suficiente.

Page 29: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

29

O papel do supervisor neste trabalho de consultoria, não é o de

fornecer idéias e soluções ou assumir tarefas de preparo de avaliações para o

professor ou fazer qualquer atividade que tenha por fim levar o professor a

mudar de atitudes ou procedimentos. A sua eficiência está diretamente ligada à

sua habilidade em promover mudanças de comportamento no professor, de

modo que o mesmo possa adquirir novas habilidades, desenvolver novas

idéias, perspectivas e opiniões. Isto porque não são os métodos e técnicas

pré-estabelecidas que levarão qualidade no processo ensino-aprendizagem,

mas sim a mudança no comportamento professor-aluno.

Esse processo de consultoria, conforme descrito por Luck (2004),

apresenta as seguintes fases, aqui apresentadas de forma resumida, que

devem ser pautadas por um relacionamento interpessoal baseado na

comunicação aberta, respeito e confiança:

a) Estabelecimento de uma Necessidade de Mudança - nesta fase as pessoas

precisam querer, sentir a necessidade de mudança e saber de sua importância

para que isso corra, sentir-se realmente responsável sobre a questão.

b) Estabelecimento de um Relacionamento Positivo entre Consultor e

Consultante – deve haver uma relação entre o consultor e consultante que seja

baseada na abertura para novas idéias, confiança nos sentimentos, na

capacidade e na responsabilidade do outro, mutualidade para que se evite que

alguém domine o processo, expectativas realísticas estabelecidas através de

objetivos passíveis de serem realizados, recompensa de que o resultados

serão positivo devido ao bom relacionamento, estrutura formada através da

definição de tarefas, papéis e responsabilidades definidas na resolução dos

problemas e envolvimento que sugere a participação plena de todos.

c) Clarificação e Diagnóstico do Problema – deve-se identificar o problema, se

ele é real ou correlato, juntando e analisando informações sobre o mesmo.

Page 30: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

30

d) Análise de Alternativas de Ação e Estabelecimento de Objetivos – com base

no diagnóstico, deve-se levantar todas as sugestões possíveis para solucionar

o problema e depois analisá-las uma a uma levando em consideração todos os

recursos disponíveis para cada sugestão.

e) Transformação das Idéias Geradoras em um Plano de Ação – é levantada

pelo consultante as estratégias de ação e atividades que serão usadas para

que se chegue aos objetivos propostos.

f) Implantação de Novas Formas de Ação e Desempenho – as ações serão

acompanhadas pelo consultor, este ficará como apoio assistindo o consultante

analisar e interpretar suas ações, tirando conclusões sobre as que estão dando

resultado e as que não estão. Esta etapa é muito importante pois estará

fornecendo ao consultante aprendizagem e desenvolvimento.

g) Generalização e Estabilização de um novo Nível de Funcionamento – o

consultante passa a adquirir habilidades, conhecimentos e atitudes que podem

ser empregados em outras situações.

h) Encerramento de um Ciclo do Processo de Consultoria – utiliza-se um novo

nível de funcionamento, pois os resultados foram positivo, parte-se então, para

a solução de outros problemas advindos da solução do primeiro, uma vez que

o processo é cíclico.

Essa função integradora da supervisão escolar apresentada por

Luck (2004, p. 14) pode ser encontrada na definição de supervisão escolar

apresentada por Rangel (1985) ao definir esta atividade pedagógica como

sendo “um trabalho de assistência ao professor, em forma de planejamento,

coordenação, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do

processo ensino-aprendizagem”.

Page 31: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

31

Além desses, deve o supervisor escolar também buscar a

integração do trabalho na elaboração de Currículo e Programas, de

pré-requisitos necessários a cada série e nível, de planos de ensino, partindo

da definição clara, prática e operacional de objetivos; e além de orientar e

coordenar, também deve acompanhar o desenvolvimento dos planos e

estratégias adotadas pelo professor, sua metodologia e experiências, os

processos de avaliação, recuperação é atendimento especial a alunos com

dificuldade trabalhando em ação conjunta com a família, bem como, analisar os

resultados e alcance de objetivos, coordenar os Conselhos de Classe e

períodos de atualização dos professores.

Essa mesma concepção também pode ser vista na definição

fornecida por Nérici (1989, p. 29) que entende: “Supervisão escolar significa

visão sobre todo o processo educativo, para que a escola possa alcançar os

objetivos da educação e os objetivos específicos da própria escola.”

Assim sendo, é preciso que se trabalhe essa nova dimensão e

verdadeira função do supervisor, esquecendo aquela visão do passado em que

era reconhecido como líder do ensino e como erradamente é definido em

alguns livros, e passando a conceber e “sentir” que sua tarefa dentro da

instituição de ensino caminha junto a própria realização e satisfação dos

professores.

O sucesso do trabalho do supervisor, e conseqüentemente da

administração escolar e dos docentes, depende da organização humana. Todo

o seu desenvolvimento intelectual, social e emocional se dá como

conseqüência desta organização.

O supervisor deve planejar suas ações, comunicar, mudar e

implementar a supervisão no grupo, deixando os docentes opinarem,

participarem de seu planejamento de forma consciente do que é, e como será

melhor para o amplo desenvolvimento educacional.

Page 32: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

32

As ações devem ser planejadas e testadas para a observação de

sua funcionalidade e a comunicação caminha antes, durante e pós projeto,

quando se vê a mudança ocasionada pela integração de toda a equipe técnica

e pedagógica da instituição, sendo estas positivas e/ou negativas.

Ao se analisar essa atuação do supervisor escolar, pode-se traçar

uma espécie de paralelo entre os autores chamaram de ação supervisora

“tradicional” e ação supervisora “renovada”, conforme explicitado no quadro a

seguir:

Quadro 1 – Ação supervisora

TRADICIONAL RENOVADA Ter como objetivo a harmonia do grupo.

Explicitar as contradições, trabalhando o conflito com o objetivo de estabelecer relações de trabalho no grupo da escola.

Buscar a igualdade num processo de mascaramento da realidade

Trabalhar as diferenças.

Trabalhar tendo como base seu próprio desejo.

Trabalhar, buscando criar demandas.

Ter a mesma leitura para todas as escolas.

Fazer a leitura da escola, considerando sua singularidade.

Produzir modelos de conhecimento. Criar formas próprias de conhecimento.

Enfatizar procedimentos linearizados. Enfatizar a produção do professor no interior da escola, num movimento de ensinar e aprender.

Ter o conhecimento como um dado absoluto.

Ter o conhecimento como um dado relativo.

Ver na proposta pedagógica mais uma forma de modismo.

Ver na proposta pedagógica uma possibilidade de reconstrução da escola.

Fonte: Medina, 1997, p. 27.

Convém ressaltar que este quadro não é deve ser entendido

como um modelo de supervisão transformadora, mas uma síntese realizada

com base na bibliografia pesquisada.

Page 33: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

33

Portanto, o Supervisor Escolar hoje deve direcionar seu trabalho a

todos aqueles que compõe a comunidade escolar para que possam, por sua

vez, contribuir nas construções e decisões tomadas em âmbito social na

tentativa de construir um mundo mais justo e igualitário.

Em outras palavras, o trabalho do supervisor, que se pautava

numa ação puramente fiscalizatória, hoje deve estar direcionado à integração

entre professores, supervisores, orientadores pedagógicos, direção, aos

educandos, aos pais dos educandos e a todas as organizações comunitárias,

pois não basta que os professores e os educandos vislumbrem novas

possibilidades; é preciso que estas possibilidades sejam socializadas,

pensadas e discutidas por todos.

Por fim, não se pode somente pensar em um supervisor que

auxilie o professor através da proposta de trabalho integrado. Deve-se também

atentar para a postura desse profissional, o que ele precisa saber, quais os

conhecimentos essenciais a sua atuação, ou podemos dizer alguns

conhecimentos.

Para que aconteça a integração entre supervisão e docência,

melhor assim dizendo, é válido que se promova a mesma, através de reuniões

semanais, quinzenais ou até mesmo mensais para que assim ocorra o

entrosamento não só de professores individualmente com o supervisor, mas de

toda a equipe técnica e pedagógica. O grupo tem que reconhecer suas

afinidades. Agora, mais eficácia se dará ao funcionalismo se estes encontros

se derem com mais freqüências; de preferência uma vez por semana, mesmo

que na pauta das reuniões ou encontros pedagógicos não tenha assuntos

muito importantes. Acontecendo desta forma, podem surgir conversas

informais com intuito de sondagem da personalidade (por parte do supervisor)

para saber trabalhar com a individualidade de cada um.

Page 34: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

34

CONCLUSÃO

Na história da educação brasileira, as preocupações

concernentes à supervisão escolar esteve na maioria das vezes relegada à

articulação do sistema nacional de ensino e os vários órgãos que o compõem.

A administração da supervisão escolar então por muito tempo ficou circunscrita

à gestão e à implementação das políticas públicas no setor. Cabia ao

supervisor, que percorria as escolas, observar e procurar solucionar problemas

relativos ao cumprimento das leis, prazos, documentação, instalações, etc.

Só mais recentemente, a supervisão escolar vai ser localizada no

interior da escola, melhor dizendo, passará a se ocupar das relações internas à

escola.

A partir de então, a orientação dos programas oficiais para a

educação nos aspectos relativos à administração escolar, enfocando, por

conseguinte, a questão da supervisão escolar.

Dentre as funções desempenhadas pelo supervisor escolar, pode

este atuar como um agente de coordenação, buscando não apenas fiscalizar

se a escola está atuando em conformidade com o estabelecido pelo MEC e/ou

pela Secretaria de Educação, mas também informando as escolas os

procedimentos corretos para se cumprir normas, regulamentos e outras

determinações educacionais, não sob um enfoque de regulação, fiscalização,

controle, mas como um meio de busca pela excelência.

O supervisor escolar hoje tem um grande desafio: Reavaliar sua

prática pedagógica, redefinir suas atribuições, reconstruir a relação com o

professor assumindo uma postura de cooperador, de um verdadeiro parceiro

político-pedagógico do professor.

Page 35: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

35

Percebe-se, assim, que a Supervisão Educacional é um processo

dinamizador do crescimento pessoal e profissional dos educadores, e

coordenador das atividades docentes. Sua função é de assessorar, coordenar,

acompanhar e avaliar as atividades de caráter técnico-pedagógico do processo

ensino-aprendizagem.

Essa Supervisão é responsável pelo aperfeiçoamento contínuo do

processo ensino-aprendizagem, pela integração dos conteúdos programáticos

das diversas disciplinas, áreas de estudo e atividades, pelo estudo dos

problemas de relacionamento professor-aluno, propondo soluções,

promovendo reuniões e entrevistas com os pais, visando à melhoria de

comportamento e de aprendizagem dos alunos, entre outras funções.

Page 36: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAVERMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista: a degradação do

trabalho no século XX. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

CEDES, Cadernos do. Supervisão Educacional. Novos Caminhos. Vol. 7. São

Paulo: Cortez, 1982.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua

Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

LIBÂNEO, José C. Pedagogia e pedagogos, para quê?. São Paulo: Cortez,

2000.

LIMA, Elma Corrêa de. Um olhar histórico sobre a supervisão. In: RANGEL,

Mary (org.) Supervisão Pedagógica: princípios e métodos. Campinas: Papirus,

1997.

LUCK, Heloísa. Ação Integrada. 22. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.

MEDINA, Antonia da Silva. Supervisor Escolar: parceiro político-pedagógico

do professor. In: SILVA JR. Celestino da; RANGEL, Mary (org.) Nove Olhares

Sobre a Supervisão. Campinas: Papirus, 1997.

NÉRICI, Imídeo Giuseppe. Introdução à supervisão escolar. 3. ed. São Paulo:

Atlas, 1989.

NOGUEIRA, Martha Guanes. Supervisão Educacional - A Questão Política.

São Paulo: Loyola - Coleção Educar, 1989.

PRZYBYLSKI, Edy. O Supervisor Escolar em ação. Porto Alegre: Sagra, 1991.

Page 37: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

37

RANGEL, Mary; SILVA JR., Celestino Alves da (orgs.). Nove Olhares Sobre a

Supervisão. Campinas: Papirus, 1997.

RANGEL, Mary et al. (orgs.). Supervisão pedagógica – princípios e práticas.

Campinas: Papirus, 1997.

SILVA, Naura Syria F. Correa da. Supervisão Educacional uma Reflexão

Crítica. Petrópolis: Vozes, 1987.

Page 38: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

38

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS....................................................................................... 03 DEDICATÒRIA................................................................................................ 04 RESUMO......................................................................................................... 05 METODOLOGIA ............................................................................................. 06 SUMÁRIO........................................................................................................ 07 INTRODUÇÃO................................................................................................. 08 CAPÍTULO I REFLEXÕES ACERCA DA SUPERVISÃO ESCOLAR.................................. 10

1.1 Síntese histórica da supervisão.............................................................. 10 1.2 Conceitos norteadores............................................................................ 13

CAPÍTULO II AS FUNÇÕES DA SUPERVISÃO ESCOLAR................................................. 15

2.1 O supervisor escolar como especialista em educação.......................... 17 2.2 O supervisor escolar como agente fiscalizador...................................... 20

CAPÍTULO III A SUPERVISÃO ESCOLAR E AS NOVAS DIMENSÕES DE SUAS FUNÇÕES.......................................................................................................

26

CONCLUSÃO ................................................................................................. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 39

Page 39: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

39

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Projeto A Vez do Mestre

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título da Monografia:

A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE

PARADIGMAS – UM NOVO OLHAR

Data da entrega: 23 de julho de 2005.

Avaliado por: Ana Cristina Guimarães Grau______________.

Rio de Janeiro 23 de julho de 2005.

Page 40: A DESMISTIFICAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR: QUEBRA DE ...”NICA PAIVA DE ALMEIDA.pdf · pelo supervisor escolar como um meio de se atingir a eficácia e eficiência do ... transformação

40