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A ENERGIA DE UM TERREMOTO O movimento lento das placas litosféricas causa tensões, que vão se acumulando em vários pontos, principalmente perto de suas bordas, estas tensões podem ser compressivas ou distensivas, depende da direção do deslocamento relativa entre as placas. Quando essas tensões atingem o limite de resistência das rochas, ocorre uma ruptura, sem que esta atinja a superfície, o movimento repentino entre os blocos de cada lado da ruptura geram vibrações que se propagem em todas as direções, este fenômeno é conhecido como terremoto. Quanto maior a magnitude de um terremoto, maior sua energia e capacidade de destruição, mas os efeitos dependem de vários fatores.A diferença principal entre os grandes terremotos e os pequenos tremores é o tamanho da área de ruptura, o que determina a intensidade de vibrações emitidas. Em 1953, Charles F. Richter formulou uma escala de magnitude, a força do terremoto, baseada na amplitude dos registros de estações sismográficas. O princípio básico da escala é que as magnitudes sejam expressas na escala logarítmica, de maneira que cada ponto na escala corresponda a um fator de 10 vezes na amplitude das vibrações. O objetivo principal desta escala é comprar os tamanhos relativos dos sismos. Uma das formulações mais utilizadas é a magnitude Ms: Ms=log ( A T ) +1,66log ( ) +33 Onde: A=amplitude da onda superficial Rayleigh ( μm ) registrada entre 20° e 100° de distância; T=período da onda superficial (deve estar entre 18 e 22 s);=distância epicentral, em graus, é o ângulo no centro da terra entre o epicentro e a estação [1]. Magnitude é uma medida quantitativa do tamanho do terremoto, ela não é uma medida direta da energia liberada pelo sismo. Em

A Energia de Um Terremoto

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Texto sobre a energia gerada por um terremoto e qual o seu potencial para utilização. Também é discutido a temática dos tsunamis.

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A ENERGIA DE UM TERREMOTO

O movimento lento das placas litosféricas causa tensões, que vão se acumulando em vários

pontos, principalmente perto de suas bordas, estas tensões podem ser compressivas ou distensivas,

depende da direção do deslocamento relativa entre as placas. Quando essas tensões atingem o limite

de resistência das rochas, ocorre uma ruptura, sem que esta atinja a superfície, o movimento

repentino entre os blocos de cada lado da ruptura geram vibrações que se propagem em todas as

direções, este fenômeno é conhecido como terremoto.

Quanto maior a magnitude de um terremoto, maior sua energia e capacidade de destruição,

mas os efeitos dependem de vários fatores.A diferença principal entre os grandes terremotos e os

pequenos tremores é o tamanho da área de ruptura, o que determina a intensidade de vibrações

emitidas. Em 1953, Charles F. Richter formulou uma escala de magnitude, a força do terremoto,

baseada na amplitude dos registros de estações sismográficas. O princípio básico da escala é que as

magnitudes sejam expressas na escala logarítmica, de maneira que cada ponto na escala

corresponda a um fator de 10 vezes na amplitude das vibrações. O objetivo principal desta escala é

comprar os tamanhos relativos dos sismos. Uma das formulações mais utilizadas é a magnitude Ms:

Ms = log(AT )+1,66 log ( ∆ ) +33

Onde: A=amplitude da onda superficial Rayleigh (μm) registrada entre 20° e 100° de

distância; T=período da onda superficial (deve estar entre 18 e 22 s);∆=distância epicentral, em

graus, é o ângulo no centro da terra entre o epicentro e a estação [1].

Magnitude é uma medida quantitativa do tamanho do terremoto, ela não é uma medida

direta da energia liberada pelo sismo. Em 1935, Gutenberg e Richter relacionaram a energia de um

terremoto à sua magnitude:

log (E ) =1,44Ms +5,24

Onde: E= energia liberada em Joule (J) e Ms=magnitude do terremoto.

Assim, considerando que um micro terremoto tenha magnitude menor do que 2 [2], o valor

da energia gerada será de aproximadamente 2.910.266684 J (utilizando a magnitude de 1.9),

portanto, sendo considero o número de 8.000 micro terremotos por dia, seria gerado 23.282.133,47J

o que seria suficiente para gerar energia elétrica, podendo ser comparada com a energia gasta em 10

banhos de 30 minutos [3]. A energia de um terremoto também pode ser comparada a energia de

uma bomba nuclear, a energia produzida em uma reação de fissão é produzida na forma de explosão

e é da ordem de 1010 kJ [4] por mol de urânio bombardeado por mol de nêutrons absorvido, isso

equivale a uma magnitude de terremoto igual a 0,53078. O consumo médio de energia elétrica em

Assis durante o ano de 2013 foi de 178.165.887 kWh [5], ou seja, 641.397.193.200.000 J, o que

equivale a um terremoto de magnitude aproximadamente a 6,64.

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REFERÊNCIAS

[1] TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M., FAIRCHILD, T. R., TAIOLI, F. Decifrando a Terra.

IBEP NACIONAL, São Paulo, v. 2, p.44-62, 2013.

[2] Apolo11.com (página em português). Disponível em:

<http://www.apolo11.com/perguntas_e_respostas_sobre_terremotos.php?faq=3> (Acesso em

15/06/2015).

[3] LOPES, A. E. V., ASSUMPÇÃO, M., Escala de magnitude & energia liberada pelos terremotos.

Disponível em: <www.afonsovasconcelos.com/aulas/agg5722/aula04_Magnitude.pptx >. (Acesso

em 15/06/2015).

[4] O que é e como funciona uma Bomba Atômica. Disponível em:

<http://www.jornallivre.com.br/> (Acesso em 15/06/2015).

[5] Anuário Estatístico de Energéticos por Município no Estado de São Paulo -

2013/SECRETARIA DE ENERGIA - São Paulo, 2014.

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TSUNAMI: QUE ONDA É ESSA?

A crosta terrestre é formada por placas tectônicas, que se movimentam o tempo todo ou se

aproximando ou se afastando umas das outras ou se sobrepondo levemente e esse atrito na crosta

terrestre causa acúmulo de energia. Assim, o terremoto é a liberação instantânea de uma energia

acumulada durante dezenas, milhares de anos. A resistência daquele lugar, naquele ponto, é menor

do que a energia acumulada e ela se rompe e esse rompimento de energia provoca um deslocamento

mais brusco das placas e consequentemente o terremoto. Essa energia se propaga pela Terra de duas

formas: em ondas primárias (ondas P) longitudinais, que se movimentam com velocidades entre 1,6

e 8 km por segundo, e ondas secundárias (ondas S) transversais, que são um pouco mais lentas.

Quando essas ondas atingem a superfície da Terra, sentimos seus efeitos na forma de terremotos. Já

quando isso ocorre dentro do oceano ou próximo a ele formam-se ondas gigantes: os tsunamis.

No dia 26 de dezembro de 2004, logo após o natal, a região indo-asiática, mais

particularmente Sumatra, foi assolada por um tsunami que atingiu três continentes e 12 países [1]. O

terremoto de Sumatra-Andaman, como ficou conhecido pela comunidade científica, teve sua

magnitude mensurada entre 9,1 a 9,3 na escala Richter e foi o abalo de maior duração já registrado

em toda história [2,3].

O terremoto de Sumatra- Andaman teve uma energia irradiada de aproximadamente de E =

1,1 x 1018 J (medida através de ondas sísmicas) [4] e modelos computacionais demonstraram que a

Placa Indiana deslizou cerca de 20 metros sob a Placa da Birmânia [5]. Uma forma de avaliar

melhor essa capacidade é comparar diretamente a energia liberada em um terremoto com a energia

liberada em uma explosão, muitas vezes é empregado como medida a energia equivalente à

detonação de uma bomba atômica similar a que destruiu Hiroxima em 1945. Para expressar essa

energia irradiada pelo tsunami asiático em termos daquela liberada pela bomba de Hiroshima (12,5

kilotons) [6], usamos o fator de conversão [7] 1 kiloton = 4,2 x 1012 J. Portanto, a energia liberada

pelo abalo sísmico equivale a algo como 21.000 bombas de Hiroshima. Já em termos de energia

elétrica, a energia liberada por esse evento corresponderia a aproximadamente mais de 4,5 anos de

energia produzida pela hidrelétrica de Itaipu [8].

Globalmente, este terremoto foi forte o suficiente para fazer vibrar todo o planeta em até 1

centímetro [2] e o sismo diminuiu ainda o comprimento dos dias em 6,8 microssegundos [9]. No

Brasil, a energia do tsunami de 2004 chegou à forma de ondas sísmicas (ondas P e ondas S) muito

leves. Ao se propagar pelo oceano, as ondas do tsunami apresentam comprimento de onda de vários

quilômetros e apenas cerca de um metro de altura, o que faz com que as ondas sejam quase

imperceptíveis em alto mar. No entanto, ao se aproximarem das águas mais rasas da costa, as ondas

vão perdendo velocidade devido ao atrito com a plataforma continental e aumentam, assim, a sua

energia acumulada, o que faz com que apresentem altura de até 50 metros [10].

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REFERÊNCIAS

[1] Adaptados de Paulo Roberto de Morais. “É possível prever as ondas de horror? Mundo em fúria,

ano 1, nº 1, 2005, p. 22-23.

[2] The U.S. Geological Survey Website. Disponível em:

<http://earthquake.usgs.gov/eqinthenews/2004/usslav/> (Acesso em 26/06/15).

[3] Apolo11.com (página em português). Disponível em:

<http://www.apolo11.com/tsunamiindonesia2004.ph> (Acesso em 26/06/15).

[4] Flashespace.com, em direct du ciel et de l’espace. Disponível em:

<http://www.flashespace.com/html/tsunami.htm> (Acesso em 26/06/15).

[5] T. Lay et al., Science 308 (2005) 1127.

[6] U.S. Navy, The Naval War College Review. Disponível em:

<http://www.nwc.navy.mil/press/Review/2001/Spring/art1-sp1.htm> (Acesso em 26/06/15).

[7] W.D. Smith, 1998, Units, Physical Constants and Data. Disponível em:

<http://www.math.temple.edu/wds/homepage/physconstsmap> (Acesso em 26/06/15).

[8] LOPES, A. E. V., ASSUMPÇÃO, M., Escala de magnitude & energia liberada pelos terremotos.

Disponível em: <www.afonsovasconcelos.com/aulas/agg5722/aula04_Magnitude.pptx >. (Acesso

em 26/06/15).

[9] Madesp - Modelo de Apoio ao Aprendizado Escolar e Profissional , “Quais são os impactos dos

Terremotos e Tsunamis no Planeta Terra”. Disponível em:

<http://www.madesp.com.br/portal/noticias.asp> (Acesso em 26/06/15).

[10] Vestibular Nacional Unicamp 2008 – Caderno Geografia. Disponível em:

<https://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/2009/download/comentadas/geografia.pdf>

(Acesso em 26/06/15).